O documento discute as ideias de Nietzsche sobre apolíneo e dionisíaco, a crítica à moralidade cristã e a noção de "transvaloração de todos os valores". Explica como Nietzsche via a moral como um produto histórico-cultural ao invés de algo absoluto, e defendia que os indivíduos deveriam questionar e reinventar seus próprios valores.
O documento discute as ideias de Nietzsche sobre apolíneo e dionisíaco, a crítica à moralidade cristã e a noção de "transvaloração de todos os valores". Explica como Nietzsche via a moral como um produto histórico-cultural ao invés de algo absoluto, e defendia que os indivíduos deveriam questionar e reinventar seus próprios valores.
O documento discute as ideias de Nietzsche sobre apolíneo e dionisíaco, a crítica à moralidade cristã e a noção de "transvaloração de todos os valores". Explica como Nietzsche via a moral como um produto histórico-cultural ao invés de algo absoluto, e defendia que os indivíduos deveriam questionar e reinventar seus próprios valores.
O documento discute as ideias de Nietzsche sobre apolíneo e dionisíaco, a crítica à moralidade cristã e a noção de "transvaloração de todos os valores". Explica como Nietzsche via a moral como um produto histórico-cultural ao invés de algo absoluto, e defendia que os indivíduos deveriam questionar e reinventar seus próprios valores.
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Apolíneo e dionisíaco schlicht (simples).
Sua origem está na definição
do homem simples, plebeu, que era visto como Retomando os princípios fundamentais da mau pela classe nobre, o oposto dela mesma realidade de Nietzsche, o apolíneo e o que espelhava o conceito de bom. Também no dionisíaco, podemos dizer que o primeiro faz latim o pensador aplica a mesma investigação referência ao deus Apolo (deus da razão, da chegando a malus que se relaciona com melas clareza, da ordem) e o segundo a Dionísio (deus (negro) que era usada para definir o plebeu de da aventura, da música, da fantasia, da cor morena e cabelos pretos. O bom era o desordem). Ao enfatizar o apolíneo e reprovar o nobre, o puro, o loiro. Assim demostra a moral dionisíaco, a Grécia socrática cria um verdadeiro como intrinsecamente política e psicológica, a culto à razão que anula a força criadora do ser afastada de qualquer transcendência. Além humano em todas as suas atividades, inclusive disso, percebe uma noção utilitária, que na filosofia. Para Nietzsche o mundo é Nietzsche aponta como mesquinha. Bom era o consequência da interação entre os dois que era útil, mesmo que essa relação entre o princípios gerando uma mistura, uma bom e o útil tenha se perdido na prática. Ou seja, turbulência, uma complexidade. Separações não há bondade como princípio metafísico ou como ideal e real, superior e inferior e sensível essência divina. e inteligível não ampliam nosso conhecimento, mas limitam. Enquanto a definição anterior da conta da definição da moral do senhor, há ainda a Nietzsche afirma que, ao convencer a sociedade descrição da moral do escravo, uma moral ateniense de que a perfeição deveria ser reativa, covarde e, por isso mesmo, ainda pior alcançada e isso deveria ser feito por meio da no pensamento nietzscheriano. Essa é uma razão, Sócrates interferiu na trajetória das moral do ressentimento, do indivíduo que vê no atividades humanas, da arte à política, senhor o mal porque esse o domina e o castiga. direcionando o ser humano para o caminho de algo que não existe, ou seja, para o nada. A Apesar dessa origem prática da moral, essas separação do ser humano da natureza abriu concepções de bem e mal são impostas por espaço para interpretações religiosas que religiões como produto da “vontade de deus”. tornaram o homem fraco e impotente. Essa foi uma prática da classe sacerdotal (parte da elite) para se voltar contra os nobres. A religião é impregnada da moral do escravo, uma Genealogia da moral moral que adoece e enfraquece o ser humano, fazendo-o carregar um fardo de dever, culpa, dívida e pecado por ser apenas quem é. Nietzsche desenvolveu uma nova abordagem Nietzsche afirma que a moral do escravo tem para pensar o comportamento humano, a maior destaque na cultura judaica e é herdade genealogia. Partindo de uma perspectiva pelo cristianismo, subjugando inclusive os histórica, o filósofo analisa os valores e a senhores. O resultado foi a configuração de filosofia moral desenvolvida até então. A indivíduos medíocres, tímidos, insossos, não conclusão a que chega é a de que bem e mal criativos, depauperados e submissos. não são noções absolutas, mas concepções circunstanciais relativas aos interesses dos indivíduos. Ou seja, o bem e o mal é um produto Essa é a maior crítica à civilização cristã e histórico-cultural. burguesa iniciada por Sócrates. É uma moral de rebanho, pois essa moral estaria baseada na Como filólogo, Nietzsche investiga submissão irrefletida e acomodada de grande morfologicamente a palavra alemã schlecht parte das pessoas aos valores dominantes. Para (mau) e descobre sua relação com a palavra o filósofo os indivíduos devem compreender os valores que guiam suas vidas e saber que são niilismo há que aponta para algo que não existe) artificiais, produtos histórico-culturais. Isso para que voltar para o homem real, sem medo permite ao indivíduo refletir sobre suas de ser julgado e tachado de imoral por não aderir concepções morais (o que para Nietzsche é um a valores impostos. Nietzsche afirma que a dever) e enfrentar o desafio de viver por sua missão de sua geração é preparar o caminho da conta e risco. Não há mais uma concepção humanidade em direção ao super-homem, o ser universal metafísica ou religiosa para nos guiar: humano capaz de transvalorar. “Deus está morto!”. Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 - 1900) foi um grande filósofo alemão, tendo escrito textos sobre a religião, a moral, a cultura Niilismo contemporânea, filosofia e ciência. Todo o Quando o cristianismo perdeu espaço como pensamento nietzschiano se fundamenta num única verdade e forma de explicar o mundo e resgate das forças vitais e instintivas do homem, começou a competir com outras interpretações que foram submetidas à razão ao longo da sobre o mundo a civilização ocidental sofreu um tradição filosófica que remonta, em última abalo em suas crenças. Assim o niilismo se instância, à figura de Sócrates. Nietzsche ampliou, sendo esse niilismo interpretado por reconhece a importância da leitura da filosofia Nietzsche como uma expressão intelectual e de Schopenhauer para a formulação do seu afetiva da decadência das estruturas culturais e pensamento, sobretudo no que se refere à sociais. Niilismo vem da palavra nihil que crítica à metafísica tradicional e à importância significa nada e é um sentimento manifesto em que a arte assume para ambos. Sócrates será diversas atividades humanas que exprime o criticado por Nietzsche justamente por ter sido, vazio de sentido daquilo que antes era uma segundo ele, o primeiro a submeter as paixões verdade absoluta. humanas ao controle racional. Séculos após Sócrates, o Cristianismo irá se apropriar dessa Com a morte de Deus (como forma de explicar ideia, propiciando uma certa “domesticação” do o mundo e ordenar a sociedade, ou seja, ser humano que será muito criticada pelo metafisicamente), morto por nós mesmo que filósofo alemão. destruímos os fundamentos que sustentavam a ideia de Deus, restou o nada. Para Nietzsche O ser humano, na medida em que é guiado pela esse é o grande feito de Schopenhauer, moral tradicional, se enfraquece, vai perdendo identificar o grande vazio, a falta de sentido nas sua “vitalidade”, torna-se culpado e doente. concepções filosóficas dominantes (de Hegel e Contra a moral tradicional, Nietzsche propõe a Kant), e apontar a angústia gerada pelo nada. transvaloração de todos os valores, ou seja, seria preciso questionar qual é o valor dos Contra o vazio, Nietzsche defendeu valores próprios valores que guiam as nossas condutas. afirmativos da vida. Para isso é necessário Assim, noções de “bem” e “mal”, que são os reconhecer os princípios de existência humana, princípios básicos da moral tradicional também apolínio e dionisíaco e ser capaz de afirma-los. deveriam ser avaliados, pois sua legitimidade É preciso expandir as energias latentes em nós. não pode estar instituída a partir de um mundo A grande proposta do filósofo é a transvaloração superior. Esses valores devem ser avaliados dos valores. Superar os valores morais artificiais tendo como “valores humanos”, e o filósofo deve e tornados absolutos e afirmar o que foi negado se perguntar se eles aumentam a nossa e proibido. Confiar e dizer sim ao ser humano vitalidade ou se, inversamente, esses valores abraçando o que foi desprezado e maldito. A servem para nos enfraquecer, para nos fazer transvaloração é um questionamento dos perder a vitalidade. É a partir desse ponto de valores colocados e um rompimento com o vista que os valores, segundo Nietzsche, devem homem ideal (que também é uma forma de ser avaliados. A característica que todos os seres vivos possuem é, segundo Nietzsche, a vontade de potência ou vontade de poder. Poder aqui é entendido como força, poder ou capacidade. Nesse sentido, quanto mais podemos realizar as nossas potências tanto melhor, pois, assim teremos uma maior vitalidade, uma maior força. Já quando não realizamos as nossas potências, nos enfraquecemos, perdemos a vitalidade. Assim, é bom tudo aquilo que aumenta a nossa potência, enquanto é mau tudo aquilo que diminui a nossa potência.