Escalas e Testes Funcionais em Fisioterapia
Escalas e Testes Funcionais em Fisioterapia
Escalas e Testes Funcionais em Fisioterapia
Direção Editorial:
Rafael Ângelo Bunhi Pinto
Editoras Assistentes:
Silmara Pereira da Silva Martins
Vilma Franzoni
Conselho Editorial
Adilson Rocha
Sorocaba/SP
Eduniso
2021
Escalas e testes funcionais em fisioterapia ortopédica, neurológica e respiratória.
©2021 Editora da Universidade de Sorocaba – Eduniso.
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Créditos
Ficha Catalográfica
ISBN: 978-65-89550-05-1
CDD - 615.82
PREFÁCIO 9
APRESENTAÇÃO 10
1.5.2 Mobilidade 29
Referências 43
Referências 91
3.1.11 Functional Status Score for the ICU - Escala de Estado Funcional
em UTI - FSS/ICU 135
Referências 169
Saudações fisioterapêuticas,
Aline Alcoforado dos Santos
9
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APRESENTAÇÃO
10
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Os testes funcionais são exercícios elaborados para avaliar
quantitativa e qualitativamente o desempenho do paciente. Analisa
alinhamentos biomecânicos e posturais e presença ou ausência de
dificuldade na realização das atividades propostas. Essas ativida-
des podem também ser comparadas ao membro contralateral, as
avaliações anteriores do próprio paciente ou à média populacional à
qual ele pertence.
As escalas consistem basicamente em perguntas e respostas
sobre as capacidades do paciente e fornecem como resultado uma
pontuação sobre sua condição atual, sua facilidade em executar ta-
refas cotidianas ou esportivas e a relação dos movimentos com a
dor. São geralmente associadas a articulações específicas.
Com todos esses parâmetros advindos da avaliação fun-
cional em mãos, é possível elaborar um plano de intervenção
fisioterapêutica objetivo, específico às individualidades e necessi-
dades do paciente. As avaliações devem ser repetidas sempre que
necessário para comparação de resultados e estudo da eficácia do
tratamento proposto. Os resultados podem também ser utilizados
para liberação à prática esportiva ou laboral após períodos de inati-
vidade por lesões.
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Eles têm por objetivo analisar a força muscular e a coorde-
nação dos movimentos dos membros inferiores, assim como a esta-
bilidade dinâmica - especialmente do joelho, mas de uma maneira
geral, de outras articulações participantes, já que a estabilidade é
proporcionada por uma combinação de estruturas estáticas e di-
nâmicas que trabalham em conjunto para evitar movimentos ex-
cessivos presentes em diferentes lesões (ZLOTNICKI et al., 2016).
Quanto maior o grau de assimetria entre os membros inferiores
demonstrado nos testes, maior o risco de lesões. Diferenças de até
10% de assimetria entre os membros nos resultados dos testes,
têm sido consideradas como um resultado suficientes em grande
parte das publicações e utilizado como nota de corte para o retorno
à prática esportiva (ABRAMS et al., 2014).
A realização dos testes apresenta grande solicitação muscu-
lar e impacto articular e, por isso, eles são mais indicados a atletas e
pessoas com boa aptidão física. Deve-se ter precaução na aplicação
desses testes em pessoas em fases intermediárias de tratamento
ou com processos cicatriciais e/ou inflamatórios, e eles devem ser
contraindicados em pacientes com alto risco de lesões, processo
inflamatório agudo, osteoporose, fases iniciais de tratamentos, en-
tre outros fatores. Uma atividade de aquecimento deve preceder o
teste para torná-lo mais seguro.
Reid et al. (2007), detalha a realização dos testes de salto
conforme segue abaixo.
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Figura 1 - Representação do single leg hop test
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1.1.6 Teste do salto triplo ou Triple hop test
O indivíduo fica com um pé só no chão, salta para a frente
três vezes com a mesma perna, cravando o salto. É feita a medida
(em centímetros) desde o local do início até o ponto de aterrissagem
do último salto.
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O teste é de baixo custo, necessitando apenas de uma es-
trela de 8 linhas em um ângulo de 45 graus entre elas. Essas linhas
podem ser feitas com esparadrapo colado no chão ou fitas métricas.
O paciente é posicionado no centro da estrela com apoio
unipodal e a perna não apoiada tenta alcançar a maior distância
possível em cada uma das linhas sem perder o equilíbrio ou apoiá-la
no chão. Três tentativas são realizadas para cada direção e anota-se
a melhor delas.
Após a realização do teste é feito um cálculo para determinar
a pontuação de cada perna e possibilitar a comparação.
Para o cálculo da pontuação utiliza-se a fórmula abaixo
(COUGHLAN et al., 2012):
PONTUAÇÃO = (alcance médio ÷ comprimento real da perna
(cm)) x 100.
O alcance médio é a soma das melhores tentativas para cada
direção dividida pelo número de direções tentadas (8 no SEBT).
Para estabelecer o comprimento real da perna, mede-se a
distância da EIAS (espinha ilíaca anterossuperior) ao maléolo me-
dial.
Ao final se compara, em porcentagem, a diferença do sco-
re entre as duas pernas para encontrarmos o grau de assimetria.
Quanto maior for a diferença do score entre os membros, pior o re-
sultado do teste. A literatura propõe diferentes análises desses da-
dos, mas uma assimetria ≤ 10% tem se mostrado frequente como
critério de alta para retorno ao esporte após lesões ou cirurgias em
membros inferiores.
Alterações nos resultados dos testes indicam um risco maior
de lesões de tornozelos e joelhos principalmente, devido ao fato
de que um simples desequilíbrio em movimentos esportivos como
saltos, corridas, dribles, entre outros, promovem sobrecargas rota-
cionais de forma aguda, inferindo riscos de entorses e/ou fraturas.
Assim como repetições constantes de exercícios com falhas biome-
cânicas promovem o desenvolvimento de lesões degenerativas.
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YBT - Y balance test
Trata-se de uma versão simplificada do teste acima, apenas
3 direções são visadas: a anterior, a posteromedial e a posterola-
teral. Com evidências de fidedignidade de resultados ao SEBT, este
teste é conhecido como teste Y ou Y Balance Test (COUGHLAN et
al., 2012).
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dos joelhos. É possível observar também desequilíbrios, dificuldade
para realizar os agachamentos e queda da pelve, que podem ser
indicativos subjetivos de fraquezas musculares associadas.
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1.1.12 T test ou teste de agilidade em figura de T
Para realizar este teste o atleta realizará deslocamentos em
um circuito no formato da letra T. O teste se inicia com uma corrida
adiante por 10 metros, deslocamento lateral à direita por 5 metros,
deslocamento lateral à esquerda por 10 metros, deslocamento late-
ral à direita por 5 metros e corrida de costas por 10 metros. O atleta
deve percorrer o percurso no menor tempo possível e o tempo deve
ser anotado. Segundo Kyritsis et al. (2016), este teste pode ser uti-
lizado, desde que dentro de uma bateria de testes e não de forma
isolada, como parâmetro para retorno às atividades esportivas após
cirurgias do joelho.
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liado descreve qual o seu nível de atividade funcional, e no terceiro
ele gradua seu nível funcional nas ADVs como normal, quase nor-
mal, anormal ou extremamente anormal (NIGRI et al., 2007).
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do joelho. A escala é composta por 8 questões sobre: claudica-
ção, agachamento, uso de apoio, subida de escadas, instabilida-
de, bloqueio, dor e edema, com respostas fechadas de alternativas
(LYSHOLM; GILLQUIST, 1982). O resultado é expresso em pontos
de 0 a 100, sendo considerada “ruim” uma pontuação inferior a 64,
“regular” de 65 a 83 pontos, “boa” de 84 a 94 pontos e “excelente”
de 95 a 100 pontos (PECCIN; CICONELLI; COHEN, 2006).
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capacidade de marcha, as limitações para atividades de vida diária e
a necessidade de dispositivos auxiliares para marcha (RODRIGUES
et al., 2008).
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chão) pelos homens e flexão de braço modificada (mão e joelhos
apoiados no chão) pelas mulheres (TUCCI et al., 2014). Ambos com
as mãos no chão com uma distância de 36 polegadas (91,44 cm).
Duas linhas paralelas são marcadas no chão para determinar a posi-
ção inicial das mãos e durante 15 segundos o indivíduo deve realizar
toque de mãos, o mais rápido que conseguir. Devem ser realizados
3 testes de 15 segundos, com tempo de repouso de 45 segundos
entre as repetições - 1:3 para evitar a fadiga.
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do lado esquerdo ou direito do Y. A mão de apoio permanece na in-
tersecção das fitas, sendo o membro superior avaliado determinado
no início da avaliação. A outra mão livre faz o alcance máximo nas
direções medial(M), superolateral (SL) e inferolateral (IL) (BUTLER
et al., 2014; (GORMAN et al., 2012; WESTRICK et al., 2012). A re-
ferência para a nomenclatura das direções é o membro de apoio.
Inicialmente, realiza-se uma familiarização antes do início do
teste (GORMAN et al., 2012). O indivíduo realiza o teste três vezes
e calcula uma média das medidas obtidas em cada direção do mo-
vimento. São dados 30 segundos de repouso entre as repetições. O
teste é encerrado e a tentativa é considerada inválida caso o indiví-
duo perca os pontos de apoio, faça uso de impulso para promover o
alcance, ou apoie a mão de alcance no chão (BUTLER et al., 2014;
GORMAN et al., 2012). A ordem das direções dos movimentos é
aleatorizada por sorteio no momento das avaliações. Para normali-
zação dos dados, utiliza-se a medida do comprimento do membro
superior testado. O comprimento do membro é medido a partir do
processo espinhoso da C7 até a ponta do dedo mais longo, com o
braço a 90° de abdução, o cotovelo estendido e o punho em posição
neutra (BUTLER et al., 2014; WESTRICK et al., 2012). Para obter o
resultado para cada direção tira-se a média das três repetições e
divide-se pelo comprimento do membro superior. O resultado total é
alcançado somando as médias obtidas nas três direções, divididindo
esse número por três vezes o comprimento do membro superior e
multiplicando esse resultado por 100 (WESTRICK et al., 2012).
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1.4 Escalas Funcionais Aplicadas aos Membros Superiores
1.4.1 Shoulder pain and disability index - SPADI
O Shoulder Pain and Disability Index (SPADI) é um questio-
nário de qualidade de vida desenvolvido para avaliar a dor e a in-
capacidade associadas às disfunções de ombro (WILLIAMS; HOLLE-
MAN; SIMEL, 1995). É um questionário específico para articulação
do ombro e apresenta todas as propriedades psicométricas avalia-
das em formato de resposta em escala numérica e questões curtas,
o que facilita seu preenchimento, requerendo um período de 3 a 10
minutos. Consiste em 13 itens distribuídos no domínio de dor (5
itens) e função (8 itens), sendo cada item pontuado em uma es-
cala numérica de 0 a 10 pontos. A pontuação final do questionário,
bem como a pontuação obtida separadamente em cada domínio, é
convertida em percentagem para valores entre0 e 100, com a maior
pontuação indicando pior condição de disfunção do ombro.
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1.4.3 American shoulder and elbow surgeons standardized shoulder
- assessment form
O questionário ASES é dividido em duas seções: uma ad-
ministrada por um médico e outra autoadministrada pelo paciente.
Esta última seção é composta por 01 item relacionado à dor e 10
itens relacionados com a função do ombro. Esses itens já foram ava-
liados no questionário original quanto à sua validade, sensibilidade
e capacidade de resposta. O item para a dor é avaliado por meio
de uma escala analógica visual de 10 cm que varia de no pain at
all [nenhuma dor] e pain as bad as it can be [a pior dor possível].
Os itens para função são avaliados por meio de uma escala Likert
de quatro pontos. Os 10 itens na área de função do ASES incluem
atividades da vida diária, tais como colocar um casaco ou alcançar
uma prateleira alta, e atividades mais exigentes, como lançar uma
bola acima da cabeça, em que cada item é avaliado por uma escala
ordinal de 4 pontos, em que 0 significa “incapaz de fazer” e 3 “não
é difícil”. A pontuação final é calculada multiplicando a pontuação da
dor (máximo 10) por 5 (portanto, total possível de 50) e o resultado
da atividade cumulativa (no máximo 30) por 5/3 (portanto, total
possível de 50) para um total final de 100. Este questionário é sim-
ples de administrar, confiável e válido.
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Diante desses fatos, reconhecer quais são as disfunções que
afetam a coluna é de extrema importância para um tratamento efi-
caz. Para isso, os testes funcionais demonstram ser uma importante
ferramenta para o direcionamento da intervenção fisioterapêutica.
A seguir serão apresentadas algumas opções de testes fun-
cionais que podem auxiliar nessa interpretação.
1.5.1 Postura
Avaliação postural visual
A avaliação postural visual busca verificar possíveis assime-
trias musculoesqueléticas nos diferentes planos (sagital, frontal e
transversal). Ela é realizada através de uma análise visual e con-
sequente observação qualitativa das curvaturas da coluna vertebral
(KENDALL; MCCREARY; PROVANCE, 1995; BRICOT, 2001). Nessa
avaliação busca-se, com o uso de um simetrógrafo (referência vi-
sual), verificar a presença de assimetrias. Para isso deve-se obser-
var o posicionamento da cabeça, o aumento e diminuição das cur-
vas, diferença de altura entre os ombros, posição da pelve, joelhos
e pés, entre outras assimetrias.
Fotogrametria
Diversos autores têm comprovado as vantagens do uso da
imagem fotográfica para realização da avaliação postural (YI; GUE-
DES; VIEIRA, 2003; SATO; VIEIRA; GIL COURY, 2003; WATSON;
MAC DONNCHA, 2000), visto que em muitos casos apenas a ava-
liação qualitativa da postura não permite detectar ou acompanhar
pequenas alterações presentes ou adquiridas durante um processo
de reabilitação.
Iunes et al. (2009) comprovaram confiabilidade intra e inte-
rexaminadores para medir ângulos posturais no registro fotográfi-
co através da análise da imagem. Em seu protocolo, são utilizados
como referência para avaliação da postura os seguintes pontos: ar-
ticulação esternoclavicular, articulação acromioclavicular, espinha
ilíaca anterosuperior (EIAS), tuberosidade da tíbia, protuberância
occipital, processo espinhoso de C4, processo espinhoso de C7,
processo espinhoso de T7, processo espinhoso de T12, processo
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espinhoso de L3, processo espinhoso de L5, ângulos inferiores da
escápula, olécrano da ulna, espinha ilíaca posterosuperior (EIPS),
espinha ilíaca posteroinferior (EIPI), linha poplítea, trocânter maior,
cabeça da fíbula, maléolo lateral e tuberosidade da diáfise distal do
5º metatarso. Esses pontos devidamente assinalados serão utiliza-
dos como referência para construção dos ângulos posteriormente.
• plano sagital:
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- cifose torácica – intersecção da reta que une o processo espinhoso
de C7 ao prolongamento horizontal do processo espinhoso de T7
no fio de prumo e a reta que une o processo espinhoso de T12 ao
prolongamento horizontal do processo espinhoso de T7 no fio de
prumo;
- lordose lombar – formado pela intersecção da reta que une o pro-
cesso espinhoso de T12 ao prolongamento horizontal do processo
espinhoso de T7 no fio de prumo e a reta que une o processo es-
pinhoso de L5 ao prolongamento horizontal do processo espinhoso
de T7 no fio de prumo;
- báscula pélvica – intersecção da reta que une a EIAS à EIPI e à
reta paralela ao solo (BP);
- flexo de joelho – intersecção da reta que une o trocânter maior do
fêmur à cabeça da fíbula e a reta traçada da cabeça da fíbula até
o maléolo lateral (FJ);
- ângulo tíbiotársico – intersecção da reta que une a cabeça da
fíbula ao maléolo lateral e a reta traçada do maléolo lateral até a
tuberosidade da diáfise distal do 5º metatarso.
1.5.2 Mobilidade
Inspeção dinâmica
Durante a inspeção dinâmica, devem ser realizados movi-
mentos ativos em todos os planos de espaço:
- Plano sagital: flexão e extensão;
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Deve-se observar a amplitude e o padrão de cada movimen-
to. Vale reforçar o fato de que o padrão pode demonstrar mais dis-
funções do que a amplitude propriamente dita, pois é durante essa
observação que será possível perceber ao “zonas planas”, os “picos
de mobilidades”, as restrições miofasciais, entre outros detalhes.
Alcançar uma boa amplitude utilizando-se de compensações não so-
mente não é positivo, como pode ser causa de sobrecargas patoló-
gicas.
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- Inclinação: Tem amplitude de cerca de 20º. Observar assimetria
entre a inclinação direita e a esquerda. A curvatura deve ser uni-
forme, não deve haver angulação aguda em apenas 1 ou 2 níveis.
Estrela de Maigne
As informações obtidas podem ser representadas através do
esquema em estrela proposto por Maigne, Aivaliklie e Prefer (1996).
Essa estrela separa nas diferentes setas os movimentos de flexão
(F), extensão (E), rotação direita (RD), rotação esquerda (RE), incli-
nação direita (ID) e esquerda (IE). Essas setas devem ser assinala-
das com até três linhas pequenas que vão representar a intensidade
e direção da dor, bem como o grau de limitação do movimento. As-
sim, quando as setas são assinaladas com uma linha, isso represen-
ta que aquele movimento é realizado com uma pequena dor e uma
pequena limitação de amplitude; quando assinalado por três linhas,
isso representa que aquele movimento é realizado com grande dor
e grande limitação (Figura 8).
Figura 8 - Representação da estrela de Maigne
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Testes de mobilidade analítica
Outra possibilidade de avaliação da mobilidade é através dos
testes analíticos. Esses testes visam oferecer mais precisão para
interpretação das zonas planas e pode ser direcionado pela inspe-
ção dinâmica (descrita anteriormente), ou seja, as “zonas planas”
observadas na inspeção dinâmica podem ser investigadas mais a
fundo através do teste de mobilidade analítica (CHILA, 2011).
Para realizá-lo, o paciente deverá ficar sentado na maca com
os membros superiores cruzados. O fisioterapeuta fica em pé ao
lado do paciente e sua mão faz contato entre os membros supe-
riores do paciente para poder controlar os movimentos do tronco.
Com a outra mão ele faz contato com a polpa dos dedos em 2, 3 ou
4 processos espinhosos das vértebras. Em seguida, o fisioterapeuta
realiza os movimentos de flexão, extensão, inclinações e rotações
do tronco do paciente e percebe o que ocorre entre os processos
espinhosos vertebrais. Espera-se que os processos espinhosos se
afastem simetricamente durante o movimento de flexão e se apro-
ximem durante o movimento de extensão, além de se deslocarem
para o lado contrário quando realizada a inclinação (devido ao fato
de que quando a vértebra está em posição neutra e se inclina para
a direita, ela ao mesmo tempo roda para esquerda). Caso esse
movimento não ocorra de forma simétrica entre as vértebras, é um
indicativo de hipomobilidade neste segmento vertebral (figura 9).
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Goniometria
A goniometria é a medição dos ângulos articulares e visa
demonstrar a amplitude de movimento que uma articulação ou um
segmento é capaz de atingir. Conforme descrito anteriormente, de-
ve-se ter muito cuidado em tomar como base apenas a amplitu-
de durante o diagnóstico funcional, visto que ela pode estar sendo
atingida justamente pela compensação adquirida. Porém, associada
com a análise delicada da qualidade do movimento, a goniometria
pode ser muito importante no entendimento da disfunção.
A seguir, alguns parâmetros e explicação de como realizar a
goniometria na coluna vertebral:
• Plano sagital:
Para medir a flexão e extensão da coluna cervical, deve-se
posicionar o braço fixo no nível do acrômio e paralelo ao solo, no
mesmo plano transverso do processo espinhoso da sétima vértebra
cervical. O braço móvel, ao final do movimento, deve ser levado em
direção ao lóbulo da orelha.
- Flexão da coluna cervical: 0°-65° (MARQUES, 2003); 0°-80°/90°
(MAGEE, 2002);
• Plano frontal:
Para medir a flexão lateral da coluna cervical, o braço fixo
deve estar paralelo ao solo no mesmo plano transverso do processo
espinhoso da sétima vértebra cervical e o braço móvel do goniôme-
tro, ao final do movimento, na linha média da coluna cervical.
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- Flexão lateral da coluna cervical: 0°- 40° (MARQUES, 2003); 0°-
20°/45° (MAGEE, 2002).
Para medir a flexão lateral da lombar, o braço fixo deve estar
na linha das espinhas ilíacas posterosuperiores e o braço móvel,
após o movimento, deve ser dirigido para o processo espinhoso da
sétima vértebra cervical.
- Flexão lateral da coluna lombar: 0°-40° (MARQUES, 2003) e 0°-
15°/20° (MAGEE, 2002).
• Plano transversal:
Para medir a rotação da coluna cervical e lombar, o braço fixo
deve estar na sutura sagital e o braço móvel, ao final do movimento,
deve ser posicionado em direção a sutura sagital.
- Rotação da coluna cervical: 0°-55° (MARQUES, 2003); 0°-
70°/90° (MAGEE, 2002);
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Teste de Stibor
O teste de Stibor tem como objetivo medir a flexibilidade da
coluna vertebral (MARQUES, 2003). Para isso, traça-se uma primei-
ra linha entre as duas espinhas ilíacas posterosuperiores. Em segui-
da, traça-se uma segunda linha entre o centro dessa primeira linha
e o processo espinhoso de C7. Essa segunda linha deve ser medida
com a coluna do paciente em posição neutra e flexão máxima. A
diferença dessas duas medidas deve ser contabilizada tendo como
normal um valor de 10 cm (figura 10).
Teste de Schober
O teste de Schober tem como objetivo medir a flexibilidade
do segmento lombossacral da coluna vertebral (SCHOBER, 1937).
Para isso, traça-se uma primeira linha entre as duas espinhas ilíacas
posterosuperiores. Em seguida, traça-se uma segunda linha entre o
centro dessa primeira linha até 10 cm acima, ponto que deverá ser
marcado para servir como referência. Em seguida, mede-se outra
vez a distância entre esses dois pontos previamente marcados com
o paciente em flexão máxima. A diferença de comprimento entre as
duas linhas deve ser de no mínimo 5 cm para ser considerada nor-
mal.
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Figura 11 - Representação do teste de Schober
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1.5.3 Estabilidade
Teste para estabilidade lombar
Com o paciente em decúbito dorsal e as mãos posicionadas
ao longo do corpo, o fisioterapeuta deve passivamente flexionar os
quadris do paciente com os joelhos estendidos até atingir 90 graus.
Em seguida, pedir que o paciente abaixe os membros inferiores
devagar, mantendo a lombar toda apoiada. Nesse momento o fi-
sioterapeuta deve acompanhar a descida, observando o ângulo da
articulação do quadril e a manutenção do contato da lombar. Con-
sidera-se que exista boa estabilidade quando se consegue manter
o contato da lombar até alcançar pelo menos 45 graus de flexão do
quadril.
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ser orientado a realizar a ponte (levantar a pelve da maca) e a ex-
tensão de um dos joelhos, mantendo o membro inferior elevado na
mesma altura que a coxa do membro contralateral, orientado de
forma que o tronco, o quadril e o membro inferior elevado fiquem
posicionados em linha reta.
Durante o teste, o fisioterapeuta deve estar posicionado
atrás da cabeça do paciente e observar a capacidade do paciente em
manter o alinhamento adequado da pelve. Para isso, deve-se imagi-
nar uma linha entre as espinhas ilíacas anterosuperiores e observar
se essa permanece paralela à maca. Caso observe um desalinha-
mento, o fisioterapeuta deverá classificá-lo de acordo com o quanto
a espinha ilíaca anterosuperior do lado da queda pélvica tenha se
deslocado em relação à contralateral através do ângulo formado em
relação à maca. Essa observação deve ocorrer em 10 segundos e
deve ser classificada como queda pélvica leve (0-25% da possível
excursão de queda), moderada (25-75% da possível excursão de
queda) ou acentuada (>75% da possível excursão de queda). A
excursão da queda é a distância entre a pelve e a maca.
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Teste de instabilidade lombar
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orientado a alternar o membro superior e inferior, ou seja, elevar
a mão esquerda associada à perna direita e em seguida inverter,
mantendo ambos elevados por 15 segundos cada (figura 16D). Para
finalizar, deverá manter a posição básica de prancha, a mesma po-
sição em que iniciou o teste, por 30 segundos.
Ao terminar o teste, terão sido realizadas 16 posições, que
determinarão a pontuação máxima (16/16). Caso o paciente con-
siga realizar apenas as 5 primeiras, a pontuação será representada
como 5/16. O tempo total de realização do teste é de 3 minutos.
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pelo número 5. O resultado dessa divisão é multiplicado por 100 e
os valores finais são apresentados em porcentagem, assim: ([esco-
re ÷ (nº questões respondidas x 5)] x 100).
Considera-se incapacidade mínima quando o resultado fica
entre 0 e 20%, incapacidade moderada quando fica entre 21 e 40%,
incapacidade severa entre 41 e 60%, invalidez entre 61 e 80% e
indivíduo restrito ao leito quando o resultado está entre 81 e 100%
(ROLAND; FAIRBANK, 2000). O tempo necessário para aplicação é
de aproximadamente 10 minutos.
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1.6.4 Questionário SBST
42
< > ≡
REFERÊNCIAS
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47
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incorporam, em sua grande maioria, tarefas específicas, permitindo
aos profissionais avaliarem qualitativa e quantitativamente o de-
sempenho funcional do paciente.
Neste capítulo serão apresentadas algumas escalas e tes-
tes funcionais aplicados ao paciente neurológico adulto e baseados
em evidências científicas, que podem facilmente ser utilizados pelo
fisioterapeuta com a finalidade de mensurar ou avaliar de forma
sistemática e objetiva as habilidades, capacidades e desempenhos
funcionais, além da evolução de seus pacientes, demonstrando se-
rem ferramentas úteis, de baixo custo e alta relevância clínica.
• Descrição do instrumento
48
< > ≡
• Outras versões
• Público alvo
• Aplicação (cuidados)
49
< > ≡
Quadro 1 - Escala de Ashworth Modificada
Classificação Descrição
• Confiabilidade e validade
• Limitações
A escala de Ashworth Modificada possui aplicação fácil e rápi-
da, não requer equipamentos ou outros materiais, porém apresenta
algumas limitações em sua aplicabilidade.
50
< > ≡
A primeira está relacionada com a falta de padronização
quanto à velocidade do movimento articular passivo, e que, portan-
to, varia segundo os avaliadores. Outra limitação se refere ao fato
de ser uma avaliação clínica subjetiva, pois a escolha da pontuação
depende da interpretação e experiência do avaliador.
• Descrição do instrumento
A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) foi originalmente criada
para avaliar o equilíbrio postural de indivíduos idosos com histórico
recente de queda, considerando a influência ambiental. Ela avalia o
desempenho do equilíbrio funcional com base em 14 itens comuns
à vida diária, baseados na manutenção e mudança de posições cor-
porais, sendo eles: a habilidade do indivíduo de sentar, ficar em pé,
alcançar, girar em volta de si mesmo, olhar por cima de seus om-
bros, ficar em apoio unipodal e transpor degraus (MIYAMOTO et al.,
2004; RAAD; MOORE, 2013).
• Público alvo
Além de idosos (residentes na comunidade e institucionaliza-
dos), a EEB possui excelente reprodutibilidade em pacientes neuro-
lógicos (como doença de Parkinson e acidente vascular encefálico),
e em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (BERG;
NORMAN, 1996; BERG et al., 1989).
• Aplicação (cuidados)
Para a aplicação da EEB são necessários alguns equipamen-
tos:
- Fita métrica;
- Duas cadeiras do tipo padrão (uma com apoio de braço e a outra
sem);
- Um degrau estável;
- Cronômetro;
- Um objeto simples para recolher do chão.
51
< > ≡
• Interpretação das pontuações
O teste é composto por 14 tarefas (movimentos): passar
da posição sentada para a posição em pé; permanecer em pé sem
apoio; permanecer sentado sem apoio; passar da posição em pé
para a posição sentada; transferências; permanecer em pé com os
olhos fechados; permanecer em pé com os pés juntos; alcançar
adiante com os braços estendidos; pegar um objeto do chão; vi-
rar-se para olhar para trás; girar 360 graus; posicionar os pés al-
ternadamente no degrau; permanecer em pé com um pé à frente;
permanecer em pé sobre um pé (MIYAMOTO et al., 2004).
Cada teste possui cinco alternativas que variam de 0 a 4
pontos, sendo o zero incapaz de realizar e o quatro realiza com in-
dependência. A escala apresenta, portanto, uma pontuação máxima
de 56 pontos e mínima de 0 (zero), sendo que a máxima pontuação
corresponde ao melhor desempenho. Os elementos do teste são
movimentos comuns nas AVD, indicando o equilíbrio do sujeito ao
realizar as atividades motoras e podendo, assim, prever a probabi-
lidade de ocorrência de quedas (BERG; NORMAN, 1996; MIYAMOTO
et al., 2004).
A maioria das interpretações dos testes apresentados na lite-
ratura é baseada em evidências obtidas em indivíduos idosos (BERG
et al., 1989; WHITNEY; WRISLEY; FURMAN, 2003). De acordo com
essa população, temos as seguintes interpretações:
- Pontuação <45 indica potencial risco de quedas em indivíduos
idosos;
• Confiabilidade e validade
A escala de equilíbrio de Berg foi originalmente escrita em
inglês com perguntas referentes à cultura canadense, e em 2004
foi traduzida para a língua portuguesa e adaptada para a cultura
52
< > ≡
brasileira. A versão brasileira da EEB apresentou alta confiabilidade
intra e interobservadores (ICC 0,99 e 0,98, respectivamente), com-
provando a sua utilidade para a avaliação do equilíbrio de idosos
brasileiros (MIYAMOTO et al., 2004).
• Descrição do instrumento
A escala Performance Oriented Mobility Assessment – POMA
foi desenvolvida em 1986 por Tinetti, Williams e Mayewski como
parte de um protocolo que tinha como objetivo a detecção de fato-
res de risco de quedas em indivíduos idosos com base no número
de incapacidades crônicas. No mesmo ano (1986), Tinetti criou um
formato acrescentando algumas tarefas e propondo uma nova for-
ma de avaliação nos padrões de pontuação destes itens (TINETTI,
1986).
A finalidade da escala é avaliar a mobilidade do indivíduo na
execução de tarefas diárias, reproduzindo situações cotidianas que
podem gerar instabilidades. A escala POMA é comumente utilizada
para detectar indivíduos com propensão a quedas e/ou que estejam
em tratamento para déficits de mobilidade (GOMES, 2003; PERRA-
CINI; FLO, 2009).
O protocolo de aplicação da escala é dividido em duas par-
tes: uma avalia o equilíbrio e outra, a marcha. Os testes funcionais
de equilíbrio procuram reproduzir alterações que as mudanças de
posição do corpo causam no sistema vestibular durante a realização
das atividades de vida diária, enquanto a avaliação funcional da
marcha julga a segurança e a eficiência do deslocamento no am-
biente (GOMES, 2003).
A avaliação do equilíbrio voltada para o desempenho avalia
a prática das seguintes atividades: equilíbrio sentando; levantando-
-se da cadeira; equilíbrio de pé imediato; equilíbrio de pé; equilíbrio
com os olhos fechados; equilíbrio ao girar (360°); “nudge test”;
virar o pescoço; equilíbrio com apoio unipodal; extensão da coluna;
alcançar para cima; inclinar para a frente e sentar (GOMES, 2003).
53
< > ≡
• Público alvo
Idosos e pacientes com déficits neurológicos com compro-
metimento do quadro motor e equilíbrio.
• Aplicação (cuidados)
A escala apresenta baixo custo, fácil compreensão e tempo
de aplicação reduzido.
Para avaliação da marcha, o examinador deverá permanecer
próximo ao indivíduo avaliado, a fim de prevenir quedas.
54
< > ≡
As Avaliações do Equilíbrio e da Marcha Orientada totalizam,
portanto, no máximo 39 e 18 pontos, respectivamente (máximo de
57 pontos na soma das escalas). Quanto maior a pontuação na es-
cala, melhor é o desempenho do indivíduo.
• Confiabilidade e validade
Em 2003, Gomes adaptou culturalmente a escala para o
Brasil e encontrou boa confiabilidade intraexaminador (coeficiente
de correlação intraclasse [CCI] =0,83-0,92) e interexaminadores
(CCI= 0,89-1,0).
• Outras versões
A versão original do DGI foi criada na língua inglesa e adap-
tada culturalmente para o português brasileiro em 2006 (DE CAS-
TRO; PERRACINI; GANANCA, 2006).
• Público alvo
Qualquer paciente com alteração de marcha.
• Aplicação (cuidados)
O DGI é um instrumento de avaliação fácil e rápido, reque-
rendo equipamento mínimo: umacaixa de sapato, dois cones, fita
métrica, corredor de 6 metros e escada com corrimão.
55
< > ≡
• Interpretação das pontuações
O desempenho do indivíduo em cada tarefa do DGI é gradua-
do em uma escala ordinal, com definições para pontuação baseadas
em uma combinação do padrão da marcha, da velocidade e do nível
de assistência (DE CASTRO; PERRACINI; GANANCA, 2006).
Tarefas
Marcha em superfície plana
Mudança de velocidade da marcha
Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça
Marcha com movimentos verticias da cabeça
Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô)
Trasposição de obstáculos
Contorno de obstáculos
Subida e descida de degraus
56
< > ≡
• Confiabilidade e validade
Em 2006, De Castro, Perracine, e Gananca adaptaram cultu-
ralmente o DGI para a língua portuguesa e avaliaram as proprieda-
des psicométricas em idosos. O instrumento mostrou-se confiável
tanto em relação interexaminadores (r=0,893) quanto intraexami-
nadores (r=0,919) (DE CASTRO; PERRACINI; GANANCA, 2006).
• Descrição do instrumento
O Time Up and Go (TUG) foi criado em 1991, por Podsiadlo e
Richardson, como uma modificação do teste “Get Up and Go”, criado
por Mathias e colaboradores em 1986 (PODSIADLO; RICHARDSON,
1991).
O TUG é um teste baseado no desempenho, é simples, rá-
pido, e amplamente utilizado na prática clínica tem como objetivo
avaliar a mobilidade e o equilíbrio funcional (risco de quedas). O
teste quantifica em segundos o tempo que o indivíduo leva para
realizar a tarefa de levantar-se de uma cadeira (etapa 1), percorrer
uma distância de 3 metros (etapa 2), girar (etapa 3), retornar para
a cadeira (etapa 4) e sentar-se novamente (etapa 5). O cronômetro
é disparado após o sinal de partida e parado somente quando indi-
víduo se coloca novamente na posição inicial, sentado com as cos-
tas apoiadas na cadeira (BISCHOFF et al., 2003; MATHIAS; NAYAK;
ISAACS, 1986).
57
< > ≡
Figura 1 - Etapas do teste TUG
• Público alvo
Idosos e pacientes com déficits neurológicos, pacientes com
comprometimento cardiorrespiratório.
• Aplicação (cuidados)
58
< > ≡
estudo prospectivo com o intuito de detectar o risco de quedas em
idosos brasileiros da comunidade. Os resultados mostraram que o
melhor valor preditivo para diferenciar idosos que caíram é 12,47
segundos (ALEXANDRE et al., 2012).
Bischoff et al. (2003) consideram que na realização do teste:
59
< > ≡
• Confiabilidade e validade
Podsiadlo e Richardson validaram o TUG em 60 idosos de
hospital geriátrico. Foram observadas correlações significativas do
TUG, de magnitude de moderada a alta, com a escala de Equilíbrio
de Berg, velocidade da marcha e Índice de Barthel. Os autores tam-
bém encontraram excelente confiabilidade teste-reteste e interexa-
minadores (CCI=0,99) (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991).
• Descrição do instrumento
A Velocidade da Marcha (VM) pode ser facilmente obtida soli-
citando-se que o indivíduo caminhe em velocidade máxima possível
em superfície plana por uma distância prédeterminada. O paciente
é orientado a caminhar, sem a assistência de outra pessoa, por um
percurso de 10 metros. O parâmetro de avaliação é o tempo neces-
sário para realizar essa atividade. O paciente executa três vezes o
teste e a partir disso é obtida a média da velocidade, expressada em
metros por segundos (m/s) (BOHANNON, 1997).
• Público alvo
Pacientes com doença de Parkinson, AVE, tumor cerebral,
doença de Alzheimer, esclerose múltipla, desordens vestibulares,
traumatismo cranioencefálico.
• Aplicação (cuidados)
Alguns autores orientam ao avaliador demarcar uma metra-
gem antes e após os 10 metros para poder desconsiderar o tempo
de aceleração/desaceleração do paciente.
O paciente deve ser instruído a realizar o teste na máxima
velocidade possível. Se houver a necessidade de utilização de dispo-
sitivos auxiliares, o avaliador deverá deixar registrado como obser-
vação na ficha de avaliação. É necessário somente um corredor com
piso adequado para a realização do teste, um cronômetro e uma fita
métrica para demarcar o percurso (DEAN; RICHARDS; MALOUIN,
2001).
60
< > ≡
• Interpretação das pontuações
Segundo Bohannon (1996), os valores de referência para in-
divíduos assintomáticos, por faixa etária e gênero, são:
Homem Mulher
Idade Habitual (m/s) Rápida (m/s) Habitual (m/s) Rápida (m/s)
20-29 1,39 2,53 1,41 2,47
Fonte: NOVAES, R. D.; MIRANDA, A. S.; DOURADO, V. Z. Usual gait speed asses-
sment in middle-aged and elderly Brazilian subjects. Brazilian Journal of
Physical Therapy, v. 15, p. 117-122, 2011.
61
< > ≡
Não existem relatos sobre as médias de velocidades encon-
tradas nas populações de pacientes com alterações neurológicas.
Sabe-se, porém, que indivíduos com alterações motoras, posturais
e de equilíbrio comumente apresentam modificações nas variáveis
biomecânicas da marcha. De modo geral, podemos encontrar: di-
minuição da velocidade e de cadência, fase de balanço prolongada,
redução de amplitude de movimento, diminuição do equilíbrio, ina-
bilidade para transferir o peso em algum membro inferior (OLNEY;
RICHARDS, 1996; RICHARDS; OLNEY, 1996; TRÍPOLI et al., 2008),
dificuldades para modificar velocidade, direção, duração e intensi-
dade da atividade muscular.
• Confiabilidade e validade
Diversos autores utilizam o teste de caminhada para obter a
VM. Entretanto, a literatura oferece pouco consenso em relação aos
valores de referência e à padronização do teste (FARIA-FORTINI et
al., 2011; GUYATT et al., 1984).
• Descrição do instrumento
A MIF é um instrumento de avaliação da incapacidade de
pacientes com restrições funcionais de origem variada, desenvolvi-
do por Granger e colaboradores em 1986. Sua versão brasileira foi
desenvolvida por Riberto e colaboradores (GRANGER et al., 1986;
RIBERTO et al., 2004).
O objetivo principal da MIF é avaliar de forma quantitativa
a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização
de uma série de atividades motoras e cognitivas de vida diária. São
avaliadas 18 atividades, agrupadas em 6 categorias diferentes: au-
tocuidados, transferências, locomoção, controle esfincteriano, co-
municação e cognição social, que inclui memória, interação social e
resolução de problemas (RIBERTO et al., 2004).
62
< > ≡
• Público alvo
Pacientes com restrições funcionais: AVE, traumatismo cra-
nioencefálico (TCE), lesão medular, doença de Parkinson, esclerose
múltipla, esclerose lateral amiotrófica.
• Aplicações (cuidados)
A MIF não é um instrumento autoaplicado e exige treina-
mento para sua utilização, treinamento este acessível em um ma-
nual (Manual MIF). A pontuação é feita por meio de entrevista com
o paciente e/ou cuidador, ou ainda pelas observações diretas do
desempenho das atividades.
Nível Descrição
7 Independência completa
6 Independência modificada
5 Supervisão, estímulo ou preparo
4 Dependência mínima
3 Dependência moderada
2 Dependência máxima
1 Dependência total
• Confiabilidade e validade
A versão brasileira da MIF é considerada um instrumento
válido e confiável.
63
< > ≡
2.1.8 Escala de avaliação de Fugl-Meyer - EFM
• Descrição do instrumento
A Escala de Avaliação de Fugl-Meyer (EFM) foi criada em 1975
por Fugl-Meyer et al., e foi o primeiro instrumento quantitativo para
mensuração sensório motora da recuperação do acidente vascular
cerebral (AVC) (DUNCAN et al., 1994; FUGL-MEYER et al., 1975;
GLADSTONE; DANELLS; BLACK, 2002; VAN DER LEE et al., 2001).
A EFM foi desenvolvida com base nos métodos descritos an-
teriormente por Brunnstrom (1966) e Twitchell (1951), que rela-
taram as fases sequenciais da recuperação motora em pacientes
pós-AVC, caracterizando o desempenho e as mudanças no compro-
metimento motor (GOWLAND, 1991).
• Público alvo
Pacientes pós-AVC.
- realizado parcialmente e
- realizado completamente.
64
< > ≡
Fugl-Meyer et al. (1975) determinaram uma pontuação de
acordo com o nível de comprometimento motor, em que menos
que 50 pontos indicam um comprometimento motor severo; 50-84,
comprometimento marcante; 85-95, moderado; e 96-99, leve.
• Confiabilidade e validade
Os estudos das validações da EFM têm demonstrado clara-
mente uma alta confiabilidade intraobservador e interobservadores,
tanto em pacientes crônicos (mais de 6 meses) como em pacientes
agudos (menos de 6 meses pós-AVC) (FUGL-MEYER, 1980; LIN et
al., 2004).
Na versão brasileira obteve-se alto índice de confiabili-
dade tanto intraobservador como interobservador, garantindo
a replicabilidade desta versão brasileira da EFM e permitindo,
assim, seu uso como instrumento de avaliação clínica e de pes-
quisa em nosso meio (MAKI et al., 2006).
• Descrição do instrumento
A Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) é
utilizada para avaliar pacientes com esclerose múltipla, medindo o
grau de incapacidade funcional (KURTZKE, 1983).
Em 1955, foi desenvolvido um sistema de pontuação para
incapacidade que, posteriormente, revisto e expandido, foi denomi-
nado Expanded Disability Status Scale (EDSS) ou Escala de Incapa-
cidade Funcional Expandida. A EDSS possui 20 itens com escores
variando de 0 a 10, com pontuação aumentando em meio ponto
conforme o grau de incapacidade do paciente, apoiada por escala de
avaliação de 8 sistemas funcionais: visual, cerebelar, piramidal, sen-
sitivo, vesical, tronco encefálico, vesical/intestinal e motor. Desde
sua publicação por Kurtzke, a EDSS vem sendo empregada de for-
ma ampla por indicar escores observáveis clinicamente (KURTZKE,
1983).
65
< > ≡
A EDSS criou uma espécie de linguagem padronizada para os
investigadores da EM e, por isso, é a escala mais utilizada no mundo
(MOREIRA et al., 2000).
• Público alvo
Pacientes com esclerose múltipla.
• Limitações
Os pacientes são classificados com base apenas no último
exame realizado, o que gera uma visão fragmentada da doença em
seu processo evolutivo. A escala baseia-se muito na capacidade de
deambulação do paciente e não é sensível a mudanças clínicas e
fatores que afetam o paciente, como fadiga, dor, cognição, conti-
nência e condições psicossociais (AMATO; PONZIANI, 1999).
• Descrição do instrumento
Em 1984, a American Spinal Injury Association – ASIA, As-
sociação Americana de Lesão Medular (criou uma escala como pa-
drão internacional para a classificação neurológica da lesão medular.
Essa avaliação é utilizada com o intuito de padronizar a linguagem
referente ao grau quantitativo da lesão medular do paciente (ASIA,
2015).
66
< > ≡
Desde a sua criação, tornou-se o instrumento mais utilizado
para determinar: o nível neurológico da lesão (segmento mais cau-
dal com função normal – levando-se em consideração o nível motor
e o nível sensorial da lesão); zona de preservação parcial (segmento
mais caudal com função alterada, ou seja, com alguma inervação);
e se a lesão é completa ou incompleta (ASIA, 2015; EMERICH; PAR-
SONS; STEIN, 2012).
O instrumento propõe a avaliação da motricidade através do
teste de força muscular manual em 5 miótomos, e da sensibilidade
superficial e dolorosa em todos os dermátomos do corpo. É através
dessas avaliações que conseguimos classificar a lesão medular entre
os limiares de A a E, sendo: ASIA A (lesão medular completa); ASIA
B (lesão motora completa e sensitiva incompleta); ASIA C (lesão
sensitiva e motora incompletas); ASIA D (lesão incompleta com fun-
ção motora preservada abaixo do nível da lesão); e ASIA E (função
motora e sensorial normais) (EMERICH; PARSONS; STEIN, 2012;
KIRSHBLUM et al., 2004).
• Público alvo
Pacientes com lesão medular.
67
< > ≡
Quadro 4 - Miótomos e grupos musculares
- Sensibilidade normal.
Sabendo o nível motor e o nível sensitivo, determinamos o
nível neurológico da lesão, definida como o nível mais caudal da
medula espinhal com sensibilidade e motricidade normal em ambos
os lados do corpo (ASIA, 2015; EMERICH; PARSONS; STEIN, 2012).
Com a avaliação completa, também conseguimos definir o
grau de completude da lesão medular.
68
< > ≡
Quadro 5 - Classificação da ASIA de acordo com o ní-
vel de função motora e sensitiva preservada
Classificação Descrição
ASIA A Completa: não há função motora ou sensitiva pre-
servada até S4-S5
ASIA B Incompleta: há função sensitiva, porém não há fun-
ção motora preservada abaixo do NN, inclusive nos
segmentos sacrais S4-S5
69
< > ≡
• Outras versões
• Público alvo
Esse índice vem sendo amplamente utilizado para avaliar a
funcionalidade nos mais diversos perfis de pacientes, principalmen-
te em idosos e em pacientes com disfunções neurológicas como
AVE, doença de Parkinson, doença Alzheimer, esclerose múltipla,
lesões medulares, entre outras.
• Aplicações
É uma escala simples, indicada para pacientes com doenças
crônicas incapacitantes, que pode ser aplicada através da observação
direta, ou de perguntas feitas ao próprio paciente ou a algum familiar
próximo.
70
< > ≡
De acordo com Azeredo e Matos (2003), podemos classificar
como:
- 0-20 pontos: dependência total;
• Confiabilidade e validade
Em estudos internacionais, o Índice de Barthel é um dos ins-
trumentos de avaliação de AVDs que apresenta resultados de con-
fiabilidade e validade mais consistentes.
• Descrição do instrumento
A escala de Frankel foi criada por Frankel et al. em 1969 com
a finalidade de acompanhar a evolução clínica e os resultados obti-
dos com a adoção dos métodos de tratamento de lesões medulares
fechadas realizadas pelo Dr Ludwig Guttmann, utilizadas no Stroke
Mandeville Hospital e por equipes médicas do National Spinal Inju-
ries Centre.
• Outras versões
71
< > ≡
• Público alvo
Esta escala pode ser aplicada em pacientes com traumatis-
mo raquimedular e em pacientes com tumores (lesão compressiva).
• Aplicações
72
< > ≡
Quadro 6 - Escala de avaliação de Frankel (gra-
vidade das lesões medulares)
• Confiabilidade e validade
73
< > ≡
• Limitações
A escala de Frankel não considera a associação de lesão do
primeiro e segundo neurônio que ocorre no trauma da transição
toracolombar. Apesar de difundida na prática clínica devido à sua
facilidade de uso, a escala é mais indicada para lesões que se en-
contram acima do cone medular. Na área da cauda equina, o seu
uso pode não refletir a real gravidade do dano neurológico do pa-
ciente. Além disso, a classificação dos pacientes de acordo com as
várias categorias desta escala pode, também, dificultar a validação
estatística dos resultados (FRANKEL et al., 1969).
A escala de Frankel foi integrada pela American Spinal Injury
Association (ASIA,2015) e é conhecida como ASIA Impairment Sca-
le.
• Descrição do instrumento
A Mesure de la fonction motrice, ou Medida de Função Moto-
ra (MFM)3, foi elaborada e validada para doenças neuromusculares
pela primeira vez entre 2000 e 2001 pelo grupo de pesquisadores
do Serviço de Reeducação Pediátrica L’ Escale, Lion, França, e con-
sistia em 52 itens. É mais abrangente, específica e funcional do que
as demais escalas, e analisa as funções da cabeça, tronco, segmen-
tos proximais e distais de membros de uma variedade de doenças
neuromusculares (BERARD et al., 2005).
Após análises estatísticas, a segunda versão da MFM foi de-
senvolvida. Os itens foram reduzidos de 51 para 32 e essa versão
foi validada em 2004, incluindo avaliações estáticas e dinâmicas
(BERARD et al., 2006).
É destinada a profissionais envolvidos na reabilitação de
pacientes com doenças neuromusculares, como fisiatras, neurolo-
gistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
74
< > ≡
• Outras versões
Em 2008, as autoras Iwabe, Miranda-Pfeilsticker e Nucci pu-
blicaram a tradução para a língua portuguesa da MFM, com os mes-
mos 32 itens, realizada por dois neurocientistas com fluência em
francês. A versão foi aplicada em 58 pacientes, entre 6 e 61 anos de
idade. O teste e reteste para cada um dos 32 itens do MFM ponde-
rou coeficientes Kappa variando de 0,93 a 1,00, representando forte
correlação entre variáveis.
Em 2006, a demanda de pesquisadores e clínicos levou a
considerar a validação da MFM em crianças com idade abaixo de
6 anos. Após a validação dos itens da atual MFM-32, um estudo
realizado em 2007 em quatro locais da França com 191 crianças
saudáveis demonstrou que alguns itens eram demasiadamente “di-
fíceis” para uma criança em desenvolvimento. Através da elimina-
ção de itens que não conseguiram ser atingidos por mais de 80%
das crianças saudáveis testadas, definiu-se uma versão reduzida
da MFM com 20 itens. Entre março de 2008 e março de 2009 foi
realizado estudo de validação da MFM-20 englobando crianças entre
2 e 7 anos de idade. A validação ocorreu através de um estudo
multicêntrico englobando dez centros franceses, um suíço e dois
belgas, envolvendo 88 crianças com doenças neuromusculares (DE
LATTRE et al., 2013).
• Público alvo
A escala pode ser aplicada em pacientes com doenças neu-
romusculares, sejam eles crianças ou adultos.
• Aplicação (cuidados)
O tempo médio para conclusão da escala MFM é de 36 mi-
nutos e os materiais necessários são de baixo custo e facilmente
adquiridos. Para que haja familiarização no uso da MFM e com seus
pressupostos de graduação, o treinamento é recomendável. Esse
treinamento pode ser realizado junto a um profissional já experiente
ou através de um curso de formação com apoio de vídeo. Recomen-
da-se um treinamento mínimo com 2 pacientes antes da aplicação
da MFM como avaliação efetiva.
75
< > ≡
• Interpretação das pontuações
A escala compreende 32 itens, alguns estáticos, outros dinâ-
micos. Os itens são testados nas posições deitado, sentado ou em
pé, e são divididos em três dimensões:
- D1: posição em pé e transferências, com 13 itens;
• Confiabilidade e validade
As pontuações totais MFM na primeira e segunda avaliação
demonstraram uma correlação de Pearson r = 0,99 e p <0,0001, ou
seja, alta correlação intra-avaliador, com valores estatisticamente
significativos. A variabilidade máxima para cada item foi de 0,1. Na
76
< > ≡
análise de consistência interavaliadores, todos os itens da escala e o
escore total apresentaram coeficientes de concordância de Kendall
entre 0,96 e 1,00 e p <0,0001, isto é, uma correlação interavalia-
dores elevada, com valores estatisticamente significativos (IWABE;
MIRANDA-PFEILSTICKER; NUCCI, 2008).
Segurança e confiabilidade na aplicação de uma nova esca-
la ou versão servem como base para a validação do instrumento,
que pode ser usado por outros profissionais. A aplicação da versão
portuguesa da escala MFM rendeu resultados absolutamente repro-
dutíveis, com níveis coeficientes inter e intra-avaliadores de concor-
dância para os 32 itens e demonstram propriedades semelhantes à
versão francesa original. Os resultados reprodutíveis indicam níveis
adequados de confiabilidade.
• Limitações
A versão original da MFM foi validada em pacientes com diag-
nóstico de doença neuromuscular e neuropatias hereditárias, mas
não contemplou pacientes com miastenia grave e miosites.
• Descrição do instrumento
A Escala de Comprometimento do Tronco (ECT) ou Trunk Im-
pairment Scale foi desenvolvida por Fujiwara e colaboradores para
mensurar os aspectos quantitativos do comprometimento do tron-
co do paciente hemiplégico ou hemiparético pós-AVE. Em 2004, os
autores verificaram sua confiabilidade, validade e sensibilidade na
avaliação da função do tronco desses pacientes (FUJIWARA et al.,
2004).
Com a utilização do instrumento é possível quantificar o
comprometimento do tronco através de 7 itens. Os itens de força
muscular abdominal e verticalidade foram baseados na Stroke Im-
pairment Assessment Set (SIAS) criada por Chino et al. em 1996 e
validada em 2002 por Liu et al. Os outros 5 itens foram desenvolvi-
dos para a ECT, consistindo na percepção de verticalidade do tron-
77
< > ≡
co, força de rotação dos músculos do tronco para os lados afetado
e não-afetado, além das reações de endireitamento de ambos os
lados.
A escala é indicada para a prática clínica ambulatorial do
fisioterapeuta, auxiliando o planejamento do programa de reabilita-
ção do paciente após AVE.
• Outras versões
Em 2008, Lima et al. traduziram e adaptaram a ECT para
a língua portuguesa, e aplicaram a versão traduzida em pacientes
acometidos por AVE provenientes do Ambulatório de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional do Hospital de Clínicas da Unicamp - Universi-
dade Estadual de Campinas para verificar sua confiabilidade intra e
interobservador, consistência interna e validade construtiva.
• Público alvo
A ECT pode ser aplicada em pacientes hemiplégicos ou hemi-
paréticos acometidos por AVE.
• Aplicação (cuidados)
Entre as vantagens da ECT encontra-se o tempo curto de
aplicação (10 minutos), conferindo à escala fácil aplicabilidade.
Além disso, a ECT não requer uso de equipamentos especiais ou de
alto custo.
78
< > ≡
• Confiabilidade e validade
A confiabilidade intraexaminador foi excelente para o item 7,
moderada para os itens 2, 3, 4 e fraca para os itens 5 e 6. Ao consi-
derar a pontuação total, os examinadores apresentaram moderada
estabilidade do escore. Considerando a primeira e segunda aplica-
ções da ECT, a confiabilidade interexaminador foi excelente para os
itens 2, 3 e 7 e moderada para os itens 4, 5 e 6. A replicabilidade
da pontuação total da ECT mostrou-se excelente. Quanto à con-
sistência interna da ECT, foi obtido o valor de alfa de Cronbach de
0,45 com base na sua pontuação total, considerado um valor baixo
de consistência interna. A correlação item-total da ECT com valores
mais satisfatórios foram os itens 5 e 6 (LIMA et al., 2008).
• Limitações
A limitação da ECT é sua baixa consistência interna. Reco-
menda-se, por isso, o uso da ECT associado à aplicação da Escala
de Equilíbrio de Berg, visando a avaliação quantitativa e qualitativa
do tronco, respectivamente.
• Descrição do instrumento
A Escala de AVE do Instituto Nacional de Saúde dos EUA
(NIHSS) é uma escala de avaliação do estado neurológico de pa-
cientes nesta condição. Ela permite uma avaliação quantitativa dos
déficits neurológicos dos portadores de doenças cerebrovasculares.
Pode ser adotada pela equipe multidisciplinar para determi-
nação e acompanhamento das condutas do tratamento.
• Outras versões
A primeira versão da escala foi criada por Brott et al. e pu-
blicada em 1989, e constava inicialmente de 15 itens de avaliação.
Em 2004, Rauph Guimarães e Rangel Guimarães traduziram e va-
lidaram escalas de avaliação funcional para portadores de doenças
cerebrovasculares, dentre elas a NIHSS.
79
< > ≡
• Público alvo
A escala é destinada a pacientes que sofreram acidente vas-
cular encefálico.
• Aplicação (cuidados)
A NIHSS4 é mais utilizada na fase aguda pós AVE, utilizada
para determinar o tratamento mais apropriado e previsão do prog-
nóstico.
• Confiabilidade e validade
A tradução e adaptação para o português apresentou concor-
dância similar à de sua versão em inglês, inclusive em suas debili-
dades, sendo uma escala de avaliação com evidências de confiabili-
dade aceitável e de boa aplicabilidade (BROTT et al., 1989; CANEDA
et al., 2006).
80
< > ≡
uniforme para avaliar os sinais da doença (HELY et al., 1993). Essa
escala avalia os sinais, sintomas e determinadas atividades dos pa-
cientes por meio do autorrelato e da observação clínica.
A UPDRS, apesar de não ter sido desenvolvida para aplicação
em fisioterapia, é mundialmente conhecida, confiável, validada e
pode ser útil ao fisioterapeuta, haja vista a escassez de instrumen-
tos específicos na área.
• Outras versões
Os 14 itens da seção de exploração motora (cuja numeração
vai de 18 a 31) foram baseados na versão original da escala Colum-
bia (HELY et al., 1993; HORTA, 1996).
• Público alvo
Escala destinada a pacientes com doença de Parkinson ou
síndrome parkinsoniana.
• Confiabilidade e validade
A UPDRS5 é uma escala confiável (r=0,96) e válida (valida-
de convergente e critério-relacionada), o que a qualifica como um
método adequado para a avaliação da DP (FAHN; ELTON, 1987;
MARTINEZ-MARTIN et al., 1994).
81
< > ≡
• Limitações
Apesar da alta confiabilidade, tem a desvantagem de ser ex-
tensa, exigindo um tempo maior para sua aplicação. Entretanto,
permite documentar também algumas habilidades funcionais nos
itens de exploração motora e AVDs, monitorando o paciente ao lon-
go do curso da doença.
• Descrição do instrumento
A escala de Hoehn & Yahr (HY - Degree of Disability Scale) é
uma ferramenta de classificação simples utilizada de forma ampla
desde a década de 1960 e oferece alguns pontos de referência para
ajudar o profissional a determinar o estágio da doença de Parkinson
(DP), tendo como base os sintomas motores. Abrange, essencial-
mente, medidas globais de sinais e sintomas que permitem classi-
ficar o indivíduo quanto ao nível de incapacidade. Os sinais e sin-
tomas incluem instabilidade postural, rigidez, tremor e bradicinesia
(HENDERSON et al., 1991).
Por ser uma escala rápida e prática para indicar o estado
geral do paciente, esta ferramenta de avaliação é a mais utilizada
pelos médicos, sendo adotada também pela equipe de reabilitação
como instrumento de acompanhamento na evolução clínica do pa-
ciente.
• Outras versões
A HY foi originalmente desenvolvida em 1967 e posterior-
mente modificada para incluir estágios intermediários, como pode
ser visto no Quadro 1 (GOETZ et al., 2004; HOEHN; YAHR, 1967;
HORTA, 1996).
• Público alvo
Escala destinada a pacientes com doença de Parkinson.
82
< > ≡
• Aplicação (cuidados)
O tempo gasto em cada estágio de evolução da doença varia
de paciente para paciente. O salto de estágios, do primeiro para o
terceiro, por exemplo, não é incomum.
Para avaliar a instabilidade postural, empurra-se bruscamen-
te o paciente para trás a partir dos ombros (teste do empurrão).
O paciente com resposta normal recupera o equilíbrio dando três
passos para trás ou menos. O paciente que se recupera na prova
do empurrão dando mais do que três passos, mas recuperando o
equilíbrio sem ajuda está no estágio 2. Pacientes com instabilidade
podem cair se não forem amparados pelo examinador.
83
< > ≡
- Estágio 4 – Instabilidade postural grave: fase acompanhada de sin-
tomas severos. O paciente ainda pode andar, mas muitas vezes de
forma limitada, e os sintomas de rigidez e bradicinesia são visíveis
com frequência. A maioria dos pacientes nessa fase são incapazes de
executar as tarefas do dia a dia, e via de regra não podem viver por
conta própria. Os tremores presentes nos primeiros estágios podem
diminuir ou tornar-se inexistentes por um período indeterminado.
• Confiabilidade e validade
Frequentemente usada como referência em trabalhos para
testar outras escalas, necessita ainda de um trabalho que avalie
criteriosamente sua construção e validade (RAMAKER et al., 2002).
84
< > ≡
Escala de Sydney
• Descrição do instrumento
A Escala Sydney é utilizada na doença de Parkinson (DP) e
enfatiza principalmente o nível da estrutura e função corporal. É
composta por 11 categorias que compreendem itens como expres-
são facial, seborreia, sialorreia, fala, levantar-se de uma cadeira,
postura, estabilidade postural, marcha, tremor e tremor postural,
destreza digital e rigidez (GOULART et al., 2002).
É um instrumento utilizado por médicos e adotado pela
equipe de reabilitação que acompanha o paciente com DP, uma vez
que não há escalas específicas para a fisioterapia na evolução da DP.
• Outras versões
A Escala Sydney é uma versão modificada da escala Colum-
bia que, em sua essência, contém 14 itens e um escore máximo de
100 (HELY et al., 1993). Ao propor essa modificação, Hely e colabo-
radores visaram: eliminar ambiguidades (a Columbia não apresenta
escores separados para amplitude e duração do tremor); reduzir o
número de graus possíveis de severidade onde pareciam excessi-
vos; adicionar sinais úteis na avaliação do déficit neurológico, tais
como movimento de tocar piano e tremor postural; eliminar testes
que não permitem medidas sensíveis da disfunção parkinsoniana;
e definir mais rigorosamente métodos de avaliação nos testes de
equilíbrio e marcha.
• Público alvo
Escala destinada à avaliação de pacientes com doença de
Parkinson.
85
< > ≡
• Confiabilidade e validade
Embora a Sydney possua valores definidos de confiabilida-
de interexaminadores (r=0,7) e intraexaminadores (r=0,86), assim
como validade convergente (r=0,85), tais valores não diferem dos
da escala original ou Columbia. Para ambas, a confiabilidade in-
traexaminadores é substancialmente maior do que o teste interexa-
minadores (HELY et al., 1993).
• Limitações
A escala de Sydney apresenta limitações quanto a suas ca-
racterísticas psicométricas, por essa escala ter sensibilidade desco-
nhecida.
86
< > ≡
• Público alvo
O PDQ-39 é utilizado frequentemente e tem muita importân-
cia na pesquisa para avaliar a eficácia da fisioterapia na qualidade
de vida em grupos de DP (CAPATO; DOMINGOS; ALMEIDA, 2016).
• Confiabilidade e validade
O PDQ-396 tem boa confiabilidade interna (r=0,69 a 0,94)
e validade de constructo e de face (FITZPATRICK et al., 1997;
JENKINSON et al., 1997; PETO et al., 1995). Tem alta confiabilidade
(r=0,89) e validade (JENKINSON et al., 1997). Ressalta-se que a
análise estatística e interpretação dos dados foram apontadas como
um problema, por sua complexidade potencial. Contudo, esse ins-
trumento não pode ser aplicado a pacientes com déficits cognitivos
significativos (DE BOER et al., 1996).
• Descrição do instrumento
A escala de avaliação funcional da Esclerose Lateral Amiotrófica
(Amyotrophic Lateral Sclerosis Functional Rating Scale – ALSFRS) foi
criada por Stambler em 1996 para monitorar a progressão da incapa-
cidade em pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ALS, 1996). Os
87
< > ≡
componentes da escala abordam quatro domínios que englobam tare-
fas motoras grossas, tarefas motoras finas, funções bulbares e função
respiratória.
• Outras versões
Após a aplicação da ALSFRS em estudos clínicos, notou-se
que os componentes da escala não eram bem ponderados. En-
quanto as habilidades motoras recebiam três perguntas para cada
domínio, a função respiratória recebia apenas uma. Frente a isso,
Cedarbaum e colaboradores validaram em 1999 a versão revisada
da escala, a ALSFRS-R, com avaliações adicionais de dispneia, or-
topneia e a necessidade de suporte ventilatório (CEDARBAUM et al.,
1999). Guedes e colaboradores publicaram em 2010 a adaptação
transcultural e validação da versão em língua portuguesa da escala
(GUEDES et al., 2010).
• Público alvo
A escala destina-se à avaliação da função motora de extre-
midades superiores e inferiores durante as atividades de vida diária,
bem como a fala e deglutição, de pacientes com ELA.
• Confiabilidade e validade
O ALSFRS-R7 retém as propriedades da escala original e mostra forte
consistência interna e validade de constructo (CEDARBAUM et al., 1999). Os
escores do ALSFRS-R têm correlação considerável com a qualidade de vida me-
dida pelo Perfil de Impacto da Doença, indicando que a qualidade da função é
um forte indicativo de qualidade de vida na ELA.
88
< > ≡
A fidedignidade e a consistência interna da versão traduzida,
mensuradas pela correlação de Pearson e alfa de Cronbach, foram
significativas, alcançando r=0,975 e α=0,934, respectivamente. A
confiabilidade evidenciada pelo coeficiente de correlação intraclasse
foi forte, com ICC=0,975 (GUEDES et al., 2010).
• Descrição do instrumento
O desenvolvimento e validação do Amyotrophic Lateral
Sclerosis Assessment Questionnaire (ALSAQ-40) foram feitos por
Jenkinson et al. na Inglaterra e nos Estados Unidos, em um estudo
composto por 75 pacientes com ELA, para acompanhar a qualidade
de vida desses pacientes (JENKINSON et al., 1999). Trata-se de um
questionário específico, autoaplicável e validado, que avalia a quali-
dade de vida de indivíduos com ELA.
• Outras versões
Green e colaboradores observaram que o ALSAQ-40 foi de-
senvolvido especificamente para ser usado em pacientes com ELA/
doenças neuromotoras e provou ser um instrumento válido para a
avaliação da qualidade de vida entre os pacientes (GREEN et al.,
2003). A escala original continha 78 itens, porém, posteriormente,
estudos indicaram que 40 itens avaliavam as principais queixas des-
ses pacientes (JENKINSON et al., 2000).
A adaptação transcultural e validação do instrumento para a
língua brasileira (ALSAQ-40/BR), descrita por Pavan e colaborado-
res em 2007, revelou que este permaneceu equivalente ao original
quanto aos conceitos culturais (PAVAN et al., 2007; PAVAN et al.,
2010).
89
< > ≡
• Público alvo
Trata-se de um instrumento específico para avaliar a qualida-
de de vida de pacientes com ELA.
c) comida (3 itens);
d) comunicação (7 itens);
• Confiabilidade e validade
A homogeneidade dos itens do instrumento, ou sua acurá-
cia demonstrada pelos valores de confiabilidade, é estatisticamente
alta (p = 0,903), valor semelhante ao encontrado por Jenkinson
e colaboradores em 1999 e 2000, o que sugere que os valores do
Alfa de Cronbach acima de 0,9 significam que a medida apropriada
para análise individual (JENKINSON et al., 1999; JENKINSON et al.,
2000).
90
< > ≡
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96
< > ≡
97
< > ≡
condições clínicas do paciente e busque a melhor evolução em cada
caso, visando sempre o melhor prognóstico, alta em menor tempo e
com as melhores condições possíveis.
Este capítulo se divide em duas partes, sendo que a primeira
parte aborda as principais avaliações utilizadas com pacientes hos-
pitalizados, e a segunda parte abrange a avaliação de pacientes em
atendimento ambulatorial, lembrando que algumas avaliações são
amplamente utilizadas e importantes em ambas as situações, hos-
pitalar e ambulatorial.
98
< > ≡
Quadro 1 - Exames de laboratório coletados frequentemente
Exame Finalidade
99
< > ≡
Atualmente Brennan, Murray e Teasdale (2018), incluíram a
reatividade pupilar na escala de coma de Glasgow (ECG) (Quadro 2),
de uso muito difundido. Esta alteração ocorreu pela necessidade de
resultados mais precisos em relação ao prognóstico neurológico do
paciente, principalmente para vítimas de traumatismo cranioence-
fálico (TCE). A ECG também avalia resposta ocular, melhor resposta
verbal e melhor resposta motora. A pontuação gerada por essas três
avaliações são somadas e posteriormente subtraídas da reatividade
pupilar - lembrando que a pontuação máxima dessa escala é de 15
pontos e a pontuação mínima de 3 pontos, em que a pontuação
mais baixa representa prognóstico e situação clínica mais desfavo-
rável do ponto de vista neurológico, como, por exemplo, no caso de
morte encefálica. A aplicação desta escala é indicada para pacientes
que estão sem a administração de sedativos e internados nos se-
tores de Emergência, Enfermarias e unidades de terapia intensiva
(UTI).
A avaliação pupilar (Quadro 2) em UTI deverá acontecer a
cada 2 horas, principalmente nos pacientes que têm diagnóstico de
lesão cerebral ou que passaram por cirurgia cerebral recente. Nesta
avaliação, devemos observar a situação pupilar (tamanho das pu-
pilas) e a reação pupilar perante a luz (fotorreação): se não houver
reação pupilar e as pupilas se encontrarem de formatos e tamanhos
diferentes, pior é o prognóstico do paciente, e como consequência
serão descontados pontos da escala de Glasgow (IMAI, 2002).
100
< > ≡
Quadro 2 - Escala de coma de Glasgow - ECG
Espontâneo 4
Ao som 3
À pressão 2
ABERTURA OCULAR (AO)
Ausente 1
Não testável NT
Paciente orientado 5
Paciente confuso 4
Palavras 3
Sons 2
RESPOSTA VERBAL (RV) 1
Ausente
Não testável NT
Obedece a comandos 6
Localiza estímulo 5
Flexão normal 4
Flexão anormal 3
RESPOSTA MOTORA (RM) 2
Extensão
Nenhuma 1
Não testável NT
Avaliação Pupilar
Inexistente Nenhuma pupila reage ao -2
estímulo de luz
101
< > ≡
Os diversos estágios entre consciência e coma são classifica-
dos em (CASER, 2004; MODERNO; MODERNO; SEERI, 2011):
- Confusão: o paciente se encontra desorientado em tempo, espa-
ço e pessoa. Apresenta certa dificuldade para atender a comandos
verbais simples.
102
< > ≡
- Torpor: paciente desperta somente com estímulos dolorosos vi-
gorosos, porém, após o término da estimulação, retorna ao sono
profundo.
Hipóxia severa
Hipercapnia severa
103
< > ≡
Figura 1 - Escala CAM-ICU – Método de avaliação da confusão men-
tal na UTI
104
< > ≡
grave. A justificativa para a administração dessas medicações na
maioria dos casos é para dar conforto ao paciente, controlar a an-
siedade e desequilíbrios do sono e minimizar o delirium (SESSLER;
WILHELM, 2008).
As sedações auxiliam na obtenção de melhores condições
neurológicas que podem variar desde um estado de cooperação e
vigília, ou seja, os pacientes são mantidos mais despertos e orienta-
dos em relação a tempo e espaço, e/ou estado de coma, com ausên-
cia de qualquer tipo de respostas aos comandos verbais e motores.
No quadro 4 estão listadas as principais medicações utilizadas na
UTI (GOMMERS; BAKKER, 2008):
105
< > ≡
A dor é uma das piores experiências e infelizmente a mais vi-
venciada pelos pacientes críticos: cerca de 50% dos pacientes inter-
nados em UTI relataram sentir dor durante o período de internação,
e nós todos sabemos o quanto é desagradável essa experiência. A
dor é complexa e subjetiva, sua causa pode ser emocional e/ou sen-
sorial, e pode ou não se relacionar com lesão tecidual. Na maioria
das vezes a dor é subtratada, subdiagnosticada e, dependendo da
situação, até mesmo negligenciada por médicos e outros profissio-
nais da área da saúde que ficam em contato com os pacientes em
todos os níveis de atenção. Para minimizar e até mesmo evitar a
dor, a equipe médica possui uma variedade de analgésicos/opiói-
des para serem prescritos e administrados aos pacientes na UTI.
Os principais seguem descritos no Quadro 5 (GUEDES et al., 2012;
RIBEIRO et al., 2012; WILHELM; KREUER, 2008).
106
< > ≡
Para os pacientes que precisam ser mantidos sedados, tam-
bém é necessário realizar com frequência a avaliação do nível de
consciência. Existem escalas que podem ser utilizadas, porém as
mais aplicadas no ambiente de UTI são: escala de Ramsey (Quadro
6), que quanto maior for a pontuação mais profunda é a dose da
sedação, e a escala de RASS (Escala de agitação-sedação de Rich-
mond) (Quadro 7), que quanto mais negativa for a pontuação maior
é o grau da dose de sedação, e quanto mais positiva for a pontuação
mais superficial é o grau da dose de sedação ofertada ao paciente.
Ambas escalas levam em consideração a perda progressiva de res-
postas com estímulos auditivos e dolorosos vigorosos (ELY et al.,
2003; RAMSEY et al., 1974).
Escore Descrição
1 Paciente acordado, agitado, ansioso ou inquieto
107
< > ≡
Quadro 7 - Escala de RASS - Escala Sedação-Agitação de Richmond
Escore Descrição
+4 Combativo, violento, agressivo.
+3 Muito agitado, com risco de perda de dispositivos invasi-
vos (cateteres, tubo orotraqueal).
+2 Agitado, ansioso, mas sem agressividade
+1 Inquieto e ansioso.
0 Alerta e calmo.
-1 Torporoso, desperta ao estímulo verbal e mantém contato
ocular por mais de 10 segundos.
-2 Sedado leve, acorda ao estímulo verbal e mantém contato
ocular por menos de 10 segundos.
-3 Sedado moderadamente. Paciente realiza abertura ocular
ao estímulo verbal, mas não interage com o examinador.
-4 Sedado profundamente, sem resposta ao estímulo verbal.
Só desperta com estímulos táteis
-5 Coma. Sem resposta ao estímulo verbal ou exame físico
108
< > ≡
Esses dispositivos possuem um balonete em sua extremi-
dade chamado cuff. Este mecanismo tem dois objetivos principais
quando insuflado de forma correta: 1 – evitar escape aéreo, ga-
rantindo a ventilação e as pressões adequadas nas vias aéreas; 2
– proteção contra broncoaspirações de secreções contidas na cavi-
dade oral, como saliva, vômito e outros fluidos, além de minimizar
possíveis infecções respiratórias (ARANHA et al., 2003; JULIANO et
al., 2007).
É muito comum a incidência de alteração na mucosa traqueal
nos pacientes que necessitam de períodos longos de intubação e
VMI (ARANHA et al., 2003; JULIANO et al., 2007; PENITENTI et al.,
2010).
A medida ideal do balonete é de 25 a 30cmH20 e/ou 25-
35mmHg. Pressões superiores a 34cmH20 podem lesionar a traqueia
do paciente e, como consequência, ocorrem alterações estruturais
do tecido, como estenose traqueal, isquemia, necrose tecidual e tra-
queomalácia. O cuff pode perder pressão ao longo do dia. Isso se dá
pela alteração do tônus da musculatura da traqueia, mudanças de
decúbito do paciente e manipulação da via aérea artificial, por isso
a mensuração da pressão do interior do cuff, com o equipamento
cuffometro, deve ser feita 4 vezes ao dia pela equipe multidiscipli-
nar, antes do procedimento de higiene bucal para evitar a broncoas-
piração, além de fazer parte de protocolos e bundles (conjunto de
ações) para prevenção de PAV (GODOY; VIEIRA; CAPITANI, 2008;
DBVM, 2013).
109
< > ≡
Figura 2 - Medidor de Pressão de Cuff - Cuffometro Manual
110
< > ≡
Quadro 8 - Condições para considerar o desmame da VM - Check list
111
< > ≡
Quadro 9 - Métodos e tempo de execução do TRE
112
< > ≡
Estudos mostraram que a execução dos protocolos para des-
mame conduzidos por profissionais de saúde não-médicos, ou seja,
fisioterapeutas, reduzem o tempo de desmame e a incidência de
traqueostomia, são mais seguros e eficazes, além de oferecerem
outros benefícios, como redução das complicações e dos custos hos-
pitalares (ELY et al., 1996; MACLNTYRE, 2001).
Os pacientes sob ventilação mecânica devem ter a sedação
guiada por protocolos, além de realizar a interrupção diária da in-
fusão dessas medicações e dos opióides, com o intuito de realizar
o TRE o mais rápido possível com progressão para a extubação. O
despertar diário e a DSV possuem grau de evidência A no sucesso
do desfecho clínico e na extubação destes doentes (KRESS et al.,
2000).
Para os pacientes que foram vítimas de trauma com rela-
to médico em prontuário de intubação difícil e/ou via aérea difícil
(VAD), mais de 10 dias de VMI, sexo feminino, idosos acima de 80
anos e ter utilizado um TOT de grande calibre, recomenda-se a reali-
zação da avaliação das vias aéreas por meio do teste de permeabili-
dade das vias aéreas (cuff-leak test em inglês), pois existe um risco
aumentado de ocorrer estridor e/ou edema laríngeo pós-extubação,
e consequentemente falha de extubação (SCHMIDT et al., 2017).
É necessário que se aspire a cavidade oral do paciente antes
de realizar o teste, pois a principal etapa é o esvaziamento do cuff,
e o maior risco é a broncoaspiração. O paciente deve estar conec-
tado ao ventilador mecânico na modalidade de Volume Corrente as-
sisto-controlado (VCV). O fisioterapeuta deverá registrar o volume
corrente inspiratório (VCi) e expiratório (VCe) antes de desinsuflar
o cuff, logo em seguida é realizado o esvaziamento do balonete e a
observação de 5 a 6 ciclos respiratórios. O VCe deverá cair em torno
de 100 a 120 ml do VCi ajustado no ventilador mecânico; caso isso
ocorra, o teste será positivo para ausência de obstrução e estridor
laríngeo nas vias aéreas (ZHOU et al., 2011).
O Colégio Americano de Medicina Torácica (CHEST) e a So-
ciedade Americana Torácica (ATS) sugeriram algumas ações clínicas
de impacto moderado a forte para o desmame ventilatório invasivo
113
< > ≡
dos pacientes, baseadas no último guideline. Uma recomendação
condicional de evidência moderada foi para a execução do TRE em
PSV com aumento da pressão inspiratória (5 a 8 cmH20), em vez
da modalidade CPAP e/ou peça Tubo T nos pacientes com mais de
24 horas de VMI; Recomendação forte com evidência moderada de
colocação de VNI imediata de forma preventiva nos pacientes com
alto risco de falha pós-extubação; recomendação condicional de evi-
dência moderada para administração de corticóide sistêmico 4 horas
antes da extubação para pacientes que falharam no teste de per-
meabilidade das vias aéreas (cuff-leak test) por alto risco de edema
laríngeo. A modalidade de SIMV deve ser evitada como método de
desmame ventilatório por apresentar maior índice de falha, aumen-
to significativo do tempo de ventilação mecânica, além de gerar
mais assincronia ventilador/paciente (BROCHARD et al., 1994; SCH-
MIDT et al., 2017).
Durante a execução do TRE, o paciente deverá ser moni-
torado em relação ao nível de consciência, sistema hemodinâmico
(FC e PAM) e sistema respiratório (fr, SpO2 e sinais de desconforto
respiratório) para que, caso surjam sinais de insucesso, o fisiote-
rapeuta consiga identificá-los. Pacientes que não passarem no TRE
deverão ter o teste interrompido e permanecer numa modalidade
e parâmetros que tragam conforto respiratório por 24 horas para a
recuperação funcional do sistema respiratório. Além disso, a equipe
multidisciplinar deverá discutir o caso para identificar o motivo do
insucesso e tratar as causas da intolerância. Nova tentativa de TRE
deverá ser feita no dia seguinte à falha. O TRE executado de forma
diária abrevia o tempo de VMI e dias de internação na UTI (GOL-
DWASSER et al., 2007; BROCHARD et al., 1994; ESTEBAN et al.,
1999; BLACKWOOD et al., 2011).
- Critérios de sucesso de TRE: manutenção do padrão ventilató-
rio, boa troca gasosa, estabilidade hemodinâmica e conforto res-
piratório adequado. O sucesso do desmame se dá com o paciente
ainda conectado ao ventilador mecânico (BROCHARD et al., 1994;
ELY et al., 1996).
114
< > ≡
- Critério de interrupção/falha de TRE: fr > 35 rpm, FC > 140
bpm, SaO2 < 90%, pressão arterial sistólica (PAS) > 180 ou < 90
mmHg, sinais e sintomas como: agitação, sudorese e alteração
do nível de consciência (BROCHARD et al., 1994; ELY et al.,1996).
Após realizar o checklist diário e o TRE no tempo adequado
com resultado positivo, o fisioterapeuta poderá seguir com o pro-
cedimento de extubação, ou seja, retirada da via aérea artificial do
paciente. Antes de proceder com a extubação, é necessário que a
cabeceira do paciente esteja elevada (30 a 45 graus) e que seja
realizado o procedimento de aspiração das vias aéreas (SCHMIDT et
al., 2017).
Critérios de sucesso e falha de desmame ventilatório segun-
do DBVM, 2013:
- Sucesso de extubação: paciente que é retirado da prótese res-
piratória (TOT) e consegue permanecer por mais de 48 horas sem
a necessidade de reintubação;
115
< > ≡
Índices preditivos no desmame ventilatório
Existem mais de 50 índices preditivos de sucesso no desma-
me descritos na literatura, mas apenas alguns auxiliam na tomada
de decisões clínicas pela equipe de iniciar ou não os períodos de
respiração espontânea. No entanto, as análises individuais desses
índices não são sensíveis e específicas o suficiente para predizer o
sucesso da DSV. Além desses índices, faz-se necessária a avaliação
clínica do doente, a aplicação do checklist diário e a execução do
TRE. (AZEREDO et al., 2011; HAYASHI, 2011).
O mais utilizado no dia a dia da terapia intensiva e de maior
acurácia clínica quando realizado da forma tradicional (ventilometria)
é o índice de Tobin (índice de respiração rápida e superficial - IRRS).
Esse índice leva em consideração duas variáveis: a frequência res-
piratória e o volume corrente. Para realizar o teste utilizando a
ventilometria, o paciente deverá ser desconectado do ventilador me-
cânico para que o fisioterapeuta consiga acoplar ao tubo orotraqueal
um ventilômetro para mensurar o volume minuto (VM). O avaliador
deverá contar a frequência respiratória (f) e registrar o valor do VM
durante 1 minuto. Para realizar o cálculo é necessário primeiramen-
te transformar o VM em volume corrente (VC), portanto para isso
basta dividir o volume minuto pela frequência respiratória (VM/f), o
resultado desta divisão trará para o avaliador o VC. Para finalizar o
cálculo do IRRS basta dividir a frequência respiratória pelo volume
corrente (f/VC). Este teste também pode ser realizado na VMI, para
isso é necessário que o paciente esteja na modalidade de PSV, e a
fórmula utilizada será a mesma (f/VC), porem o valor de corte para
predizer possível sucesso de desmame difere do teste feito por meio
da ventilometria. Segue os valores de referência abaixo (SOUZA;
LUGON, 2015; YANG; TOBIN, 1991):
- IRRS em ventilometria: valor < 105 respirações/min/L é con-
siderado preditor de sucesso de desmame ventilatório, e valor >
105 respirações/min/L é considerado falha de desmame;
116
< > ≡
Também são levados em consideração outros índices pre-
ditores de sucesso de desmame, como auxiliares nas tomadas de
decisão clínica para prosseguir o processo de extubação segundo as
Recomendações Brasileiras de Ventilação Mecânica (VALENTE et al.,
2014):
117
< > ≡
Outro índice integrador, o CROP (complacência, frequência,
oxigenação e pressão) (HAYASHI, 2011) foi criado para auxiliar na
predição de sucesso do desmame ventilatório:
118
< > ≡
Portanto, indicações inadequadas de desmame ventilatório
podem acarretar uma falha no processo de extubação, sendo neces-
sária a reintubação do doente, o que ocasiona um estresse severo
sobre os sistemas respiratório e cardiovascular. Já o prolongamento
desnecessário da VM pode causar atrofia e remodelamento das fi-
bras do diafragma devido à inatividade, gerando fraqueza muscu-
lar respiratória e desequilíbrio da bomba ventilatória, representada
pela diminuição da PImáx. Em geral devem ser consideradas a de-
manda respiratória, a carga imposta na musculatura respiratória e a
mecânica respiratória no insucesso do desmame. A hiperinsuflação
pulmonar dinâmica (PEEPi) também gera desvantagem, aumentan-
do o trabalho mecânico respiratório e a diminuição da eficiência da
contração do diafragma (AZEREDO et al., 2011; HAYASHI, 2011;
NEMER; VALENTE, 2011).
119
< > ≡
Os principais fatores de risco envolvidos que contribuem
para o desenvolvimento da Síndrome Pós Terapia Intensiva são:
idade, sedação, uso prolongado de ventilação mecânica invasiva,
desequilíbrio metabólico, corticoides, tempo prolongado de interna-
ção na UTI, comorbidades associadas, delirium, sepse, imobilismo,
fraqueza muscular adquirida na UTI, status-funcional do paciente
pré internação na UTI, inflamação e fragilidade. Portanto o trabalho
da equipe multidisciplinar, principalmente a fase da reabilitação não
se encerra após a alta da UTI e do hospital (FLAATEN; WALDMANN,
2020).
Um dos maiores motivos de internação nas UTIs se dá pelo
diagnóstico de sepse. Cinquenta por cento desses pacientes apre-
sentaram alterações neuromusculares com necessidade de VMI e,
como consequência, evoluíram com falha de desmame e diagnóstico
de fraqueza muscular durante o período de internação. Pacientes
que permaneceram internados por mais de 7 dias por descompen-
sação de asma e após transplante hepático, além dos pacientes que
receberam o diagnóstico de SDRA, também evoluíram com altera-
ção de fraqueza muscular periférica e respiratória (PATI et al., 2008;
CALLAHAN; SUPINSKI, 2009; HERMANS et al., 2008; HERMANS;
VAN DEN BERGHE, 2015).
A polineuropatia do doente crítico, descrita em 1984 por Bol-
ton et al., evidenciou que esses pacientes possuíam membros fláci-
dos, perda de reflexos, dificuldade de desmame e tempo prolongado
de ventilação mecânica, além de apresentarem achados eletrofi-
siológicos de polineuropatia axonal primária, com preservação do
sistema nervoso central.
Como definição, a Fraqueza Muscular Adquirida na UTI (FAU-
TI, ou ICU-AW, em inglês) é uma fraqueza muscular generalizada
desenvolvida por pacientes críticos durante o período da internação
na UTI, e nenhuma outra causa pôde ser identificada além da pró-
pria doença crítica ou seu tratamento (HERMANS; VAN DEN BER-
GHE, 2015).
120
< > ≡
A FAUTI é um termo clínico que descreve a síndrome da
fraqueza muscular. Este termo abrange 4 outros aspectos que são
observados e distinguidos em modelos animais, já que na prática
clínica nem sempre é possível diagnosticar no doente crítico (FRIE-
DRICH et al., 2015; BAILEY et al., 2007; BATT et al., 2013):
- Polineuropatia do doente crítico à se desenvolve com uso de VMI,
imobilismo e atrofia muscular;
- Miopatia do doente crítico à se desenvolve com uso de VMI, imo-
bilismo, presença de atrofia muscular severa e desorganização de
sarcômeros;
- Miopatia induzida pela sepse à a atrofia e a perda de massa mus-
cular ocorrem por uma inflamação (sepse) que acarreta a diminui-
ção da síntese proteica muscular e o aumento da degradação dos
componentes musculares, além da inexcitabilidade da membrana
por alteração do cálcio, tornando a contração menos eficaz por al-
teração do potencial de ação, e na mitocôndria ocorre a alteração
da função enzimática e bioenergética;
- Miopatia na denervação por esteroides à ocorre uma lesão micro-
vascular com déficit de oxigênio e hipoperfusão local, hipercalemia
endoneural com aumento dos metabólitos ácidos que levam a uma
alteração na despolarização da membrana, causando disfunção do
nervo, atrofia e danos no axônio, com perda de conexão distal do
nervo com o músculo, chamada de denervação.
As características clínicas dos pacientes que desenvolvem a
FAUTI são:
- fraqueza simétrica e flácida dos membros superiores e inferiores,
com maior comprometimento dos grupos musculares proximais,
podendo cursar desde paresia até tetraplegia;
- preservação de força somente dos músculos faciais e oculares;
- hiporreflexia;
- perda de massa muscular por aumento do metabolismo catabólico;
- atrofia muscular por degradação das fibras de miosina;
- morte de fibras musculares e de axônios e dependência da VMI
(HERMANS; VAN DEN BERGHE, 2015; BAILEY et al., 2007).
121
< > ≡
A fisiopatologia é dividida em 2 fases (FRIEDRICH et al.,
2015):
- 10 fase à chamada de fase precoce. Seu início se dá nas pri-
meiras 24 horas da internação. As alterações que vão levar à fra-
queza muscular são: hipoexcitabilidade da membrana muscular
pelo imobilismo, ausência de carga muscular, uso de VMI, além do
uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares. As mudanças
ocorrem pela alteração da homeostase do cálcio, disfunção das
proteínas motoras, como a atrofia da actina e da miosina, e falên-
cia da produção bioenergética;
122
< > ≡
O imobilismo é um dos principais fatores de risco para o de-
senvolvimento da FAUTI, além de ser o grande causador das desor-
dens e alterações que acontecem nos sistemas musculoesquelético,
respiratório, cardiovascular, endócrino e metabólico (TRUONG et al.,
2009):
Quadro 12 - Fatores de risco para desenvolvimento da FAUTI
Encurtamento do Diminuição da
tecido conjuntivo complacência
venosa
Contraturas mus- Diminuição da
culares resposta cardíaca
à estimulação do
seio carotídeo
Formação de úlce-
ras por pressão
123
< > ≡
Cada dia de internação desses pacientes na UTI representa
uma perda de aproximadamente 1,8% de massa muscular perifé-
rica; numa média de 10 dias de internação, essa equivalência de
perda resulta em 18% de massa magra, uma redução drástica e
impactante para o desfecho clínico. Nos pacientes que apresentam
disfunção de múltiplos órgãos e sepse, essa perda de força muscular
é ainda mais expressiva, chegando a uma redução de mais de 2%
ao dia. Essa comprovação foi obtida pela medida de área de secção
transversa na musculatura do reto femoral por meio do exame de
ultrassom (PUTHUCHEARY et al., 2013).
Para realizar o diagnóstico, é necessário primeiramente ex-
cluir qualquer doença que pode ocasionar a fraqueza muscular,
como esclerose lateral amiotrófica (ELA), Miastenia Gravis, Sd. Gui-
llain-Barre, Sd. Lambert Eaton, doenças da medula espinhal e con-
dições induzidas por drogas. Os exames padrão ouro utilizados para
confirmar o diagnóstico por imagem são: eletromiografia, testes
eletrofisiológicos e estudos de condução nervosa, além das biópsias
musculares, que são exames invasivos. Esses exames conseguem
diferenciar a polineuropatia da miopatia do doente crítico, porém
são caros, demorados e de utilização limitada por não estarem pre-
sentes em muitos centros de terapia intensiva. O diagnóstico clínico
muitas vezes é realizado pelo fisioterapeuta através da avaliação
de força muscular por meio da escala MRC Sun Score e/ou pela
força de preensão palmar (LATRONICO; SHEHU; SEGHELIN, 2005;
KRESS; HALL, 2014).
124
< > ≡
- 3 grupos musculares dos membros inferiores à flexores de quadril,
flexores de joelho e dorsiflexores de tornozelo.
A força muscular é graduada de 0 a 5 (Figura 3), realiza-se
a soma dos 4 membros avaliados, sendo a pontuação para cada
membro de 15 pontos. A pontuação mínima é de 0, e a pontuação
máxima de 60 pontos. É considerado FAUTI quando o paciente per-
de 80% da força muscular total desse score, ou seja, MRC abaixo de
48 pontos (DE JONGUE et al., 2007; CIESLA et al., 2011; VANPEE et
al., 2014).
Movimentos avaliados
Abdução do ombro
Flexão do cotovelo
Extensão do punho
Flexão do quadril
Extensão do joelho
Dorsiflexão do tornozelo
Grau de força muscular
0 - Nenhuma contração visível
1 - Contração visível sem movimento do segmento
2 = Movimento ativo com eliminação da gravidade
3 = Movimento ativo contra a gravidade
4 = Movimento ativo contra a gravidade e resistência
5 - Força normal
125
< > ≡
Este teste de avaliação de força muscular deverá, quando
possível, ser realizado com o paciente sentado, com apoio de tronco
e flexão de 900 de joelhos e quadril, mas no ambiente de UTI po-
demos realizar com os pacientes com a cabeceira elevada a 450 e
em decúbito dorsal, com um coxim na região posterior dos joelhos
para que o quadril fique a 900. É necessário avaliar pelo menos duas
vezes no período de internação. Avaliar no primeiro momento em
que o paciente estiver acordado, colaborativo, cooperativo, e conse-
guir obedecer pelo menos 3 dos 5 comandos rápidos descritos por
De Jongue et al. (2002), e novamente no momento da alta da UTI:
Sexo Valor
Feminino ≤ 7kgf
Masculino ≤ 11kgf
126
< > ≡
Figura 4 - HANDGRIP - Dinamômetro para avalia-
ção da força muscular através da preensão manual
4 – Realizar mobilização
8 – Estratégia nutricional adequada
precoce
127
< > ≡
ciente ao convívio social, o retorno ao trabalho e até mesmo depen-
dência nas atividades de vida diária, como tomar banho, por exem-
plo (GRIFFITH et al., 2016; HERMANS; VAN DEN BERGHE, 2015).
Com tudo que foi explanado acima podemos concluir que a
FAUTI é causada por uma cascata de alterações, onde o start é a
instalação de uma doença crítica que leva ao aumento das espécies
reativas de oxigênio (desequilíbrio entre oferta e consumo de oxi-
gênio) e imobilismo no leito. Como reação, é desencadeada uma
cascata de liberação de agentes inflamatórios mediados pela citoci-
na, gerando desnutrição e anormalidades neuromusculares nesses
pacientes. O resultado é a instalação da famosa vilã, a “Fraqueza
Muscular Adquirida na UTI”. Todos esses desequilíbrios geram im-
pacto negativo e como reflexo ocorrem maior tempo de internação
na UTI e no hospital, maior índice de falência de desmame e tempo
prolongado de VMI, altas taxas de mortalidade hospitalar, aumento
de 30% nos custos hospitalares, redução da qualidade de vida e
diminuição da funcionalidade (HERMANS; VAN DEN BERGHE, 2015;
TRUONG et al., 2009).
128
< > ≡
Não existe uma escala padronizada que auxilie de forma con-
creta a equipe multidisciplinar na avaliação do grau de mobilidade
desses pacientes no ambiente de terapia intensiva (THRUSH et al.,
2012; MONTAGNANI et al., 2011).
Abaixo vamos descrever três escalas utilizadas dentro da
UTI, validadas e traduzidas para a língua portuguesa com permis-
são dos autores originais. Ambas são práticas, fáceis e de elevada
correlação de confiabilidade e concordância de execução interexa-
minador.
129
< > ≡
Quadro 14 - Tradução da escala de mobilidade em UTI (ICU_MS)
Classificação Definição
130
< > ≡
3.1.10 Perme intensive care unit mobility score ou Escore perme de
mobilidade em UTI
Alguns fatores importantes podem interferir na mobilização
precoce destes pacientes e muitas vezes são considerados como
fortes barreiras nas UTIs, como os dispositivos invasivos, por exem-
plo presença de drenos, acessos e tubos que ficam conectados ao
paciente.
O Escore Perme cursa com uma avaliação mais criteriosa
e direcionada para esses impedidores, além da quantificação mais
específica e objetiva do grau de mobilidade dos doentes críticos.
A abrangência dos domínios testados por essa escala parte desde
uma simples avaliação do estado mental com respostas a comandos
verbais, transferências posturais e mobilidade no leito, utilização
de dispositivos auxiliares para marcha, avaliação de força de MMSS
e MMII, até aplicação de um teste de endurance, como o teste de
caminhada de 2 minutos. A pontuação dessa escala varia de 0 a 32
pontos, sendo que quanto maior for a pontuação maior é o grau
de mobilidade e independência funcional do paciente, e o quanto
menor for a pontuação menor é o grau de mobilidade e maior é a
dependência funcional do mesmo. Seguem nos quadros 15 e 16 o
Escore de Mobilidade em UTI de Perme validado e traduzido para
a língua portuguesa com a permissão de Perme et al. (2014 apud
KAWAGUCHI et al., 2016, p. 2-4).
131
< > ≡
Quadro 15 - Tradução da Escala de Mobilidade em UTI
132
< > ≡
Quadro 16 - Tradução das instruções para uso do Escore de Mobili-
dade em UTI de Perme
133
< > ≡
Quadro 17 - Tradução do Escore de Mobilidade em UTI de Perme
Continua
134
< > ≡
Quadro 17 - Tradução do Escore de Mobilidade em UTI de Perme
Conclusão
3.1.11 Functional status score for the ICU - Escala de estado funcio-
nal em UTI - FSS/ICU
Essa escala avalia a função física e a mobilidade dos pacien-
tes internados em UTI por meio de 5 tarefas funcionais (Quadro
17). Essas tarefas são avaliadas com o uso de outra escala (Quadro
18) para graduar a mobilidade do paciente de zero (incapacidade
de realização da atividade) até 7 pontos (independência completa).
Silva et al. (2017), realizou a tradução e validação para a língua
portuguesa, após a permissão de Zanni et al. (2010). As descrições
completas e detalhes para estratificar a pontuação de cada tarefa
funcional se encontram disponíveis de forma gratuita no site8.
A pontuação da escala FSS varia de zero a 35, quanto mais
alta for a pontuação do paciente, mais funcional e independente é
esse indivíduo (ZANNI et al., 2010).
135
< > ≡
Quadro 18 - Tarefas funcionais
Tarefa Valor
1 - Rolar
2 – Transferência da posição supina para
posição sentada
3 - Transferência da posição sentada para
posição de pé
4 – Sentar na beira da cama
5 - Andar
Valor total (soma dos valores)
Escore Definição
0 Incapaz de tentar ou concluir a tarefa completa em razão
de fraqueza
1 Dependência total
2 Assistência máxima (o paciente realiza ≤ 25% do trabalho)
3 Assistência moderada (o paciente realiza de 26%-74% do
trabalho)
4 Assistência mínima (o paciente realiza ≥ 75% do trabalho)
5 Apenas supervisão
6 Independência modificada
7 Independência total
Fonte: SILVA, V. Z. M. et al. Brazilian version of the Functional Status Sco re for the
ICU: translation and cross-cultural adaptation. Rev. Bras. Ter. Intensiva,
29, 1, 34-38, Jan., 2017.
136
< > ≡
evidentes, e como consequência as complicações pós alta hospita-
lar têm menor incidência. Se faz necessário que os fisioterapeutas
atuantes em ambiente hospitalar tenham a consciência da impor-
tância da prática clínica baseada e fundamentada em evidências
comprovadas em literatura de alta relevância e não no “achismo e/
ou experiência clínica”. É de suma importância a quebra de “barrei-
ras” impostas pela cultura da própria equipe que trabalha dentro
das unidades de terapia intensiva, para que tenhamos desfechos
cada vez mais positivos e favoráveis para estes pacientes críticos.
137
< > ≡
monares e de cirurgias torácicas e abdominais, além de classificação
da gravidade funcional para diversas doenças respiratórias. Portan-
to, é amplamente utilizada para avaliação diagnóstica de sintomas
respiratórios gerais ou limitação aos esforços, avaliação longitudinal
dos pacientes, classificação da gravidade e também como índice
prognóstico de diversas doenças respiratórias, além de fazer parte
do manejo pré-operatório e avaliação de doenças respiratórias ocu-
pacionais (MILLER et al., 2005b; SBPT, 2002; TRINDADE; SOUSA;
ALBUQUERQUE, 2015).
O teste de função pulmonar é realizado por meio de um es-
pirômetro, que pode ser de dois tipos: os que medem diretamente
o volume de gás ou os que medem o fluxo de gás, sendo o último
mais utilizado hoje em dia. Esse teste deve ser realizado por um
profissional capacitado, o técnico em espirometria, que pode ou não
ser um fisioterapeuta (SBPT, 2002).
A espirometria oferece várias informações e pode ser de dois
tipos, simples ou completa. A espirometria completa permite a me-
dida do volume residual (VR), da capacidade residual funcional e da
capacidade pulmonar total (CPT), além dos volumes e capacidades
que a espirometria simples mede; trata-se, portanto, de um exa-
me mais complexo e menos disponível (SBPT, 2002). Devido à sua
complexidade e menor utilização na prática clínica diária, não será
abordado nesse capítulo.
O fisioterapeuta atuante na área de fisioterapia respiratória
precisa saber interpretar pelo menos as informações básicas de uma
espirometria simples, as quais serão abordadas a seguir, uma vez
que a maioria dos pacientes realiza esse exame com frequência, já
que ele auxilia o profissional fisioterapeuta no diagnóstico, plano de
tratamento e acompanhamento da evolução do paciente frente ao
tratamento.
138
< > ≡
Os principais parâmetros apresentados em uma espirometria
simples são:
- Capacidade Vital (CV) - representa o maior volume de ar que pode
ser mobilizado por um esforço inspiratório máximo seguido por um
esforço expiratório máximo. Pode ser obtida através de manobras
forçadas (CVF) ou lentas (CVL);
139
< > ≡
va prevista, que é desenhada de acordo com as características do
indivíduo (sexo, idade, peso, altura, raça). Essa comparação visual
da curva realizada com a prevista, assim como as comparações dos
valores de volumes e fluxos medidos durante a manobra do indi-
víduo com aqueles valores previstos segundo as características do
indivíduo, facilita a identificação do padrão ventilatório e a avaliação
da resposta ao broncodilatador (MILLER et al., 2005b; SBPT, 2002).
140
< > ≡
expiratório em relação ao volume pulmonar expirado. O estreita-
mento das vias aéreas resulta em uma redução maior do VEF1 em
relação à CVF, com consequente redução da relação VEF1/CVF (abai-
xo do Limite Inferior da Normalidade – LIN). Nesses casos, a curva
fluxo-volume apresenta uma concavidade característica na curva
expiratória (Figura 5) (PELLEGRINO et al., 2005; SBPT, 2002).
O distúrbio ventilatório restritivo (DVR) é caracterizado por
uma redução da capacidade pulmonar total (CPT), redução da CVL
e redução, geralmente proporcional, do VEF1 e da CVF, com manu-
tenção da relação VEF1/CVF normal. O padrão restritivo pode ser en-
contrado em indivíduos com fibrose pulmonar, doenças neuromus-
culares, deformidades da caixa torácica entre outras (PELLEGRINO
et al., 2005; SBPT, 2002).
141
< > ≡
A avaliação da resposta ao broncodilatador (Bd) ou teste de
reversibilidade da obstrução ao fluxo aéreo consiste na comparação
de valores, principalmente VEF1 e CVF, e comparação visual da curva
fluxo-volume, antes (pré Bd) e 15 a 20 minutos após (pós Bd) a ina-
lação de um broncodilatador de ação rápida (em geral o salbutamol
400 μg). Propõe-se diversas variações no VEF1 e na CVF, expressas
de maneira absoluta ou relativa, para caracterizar resposta positiva
ou significativa ao broncodilatador. Uma resposta positiva ao bron-
codilatador é uma das principais características espirométricas dos
pacientes asmáticos, mas pode ser encontrada também em outras
patologias (SBPT, 2002).
A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT,
2002) considera que incrementos de 200 ml ou mais para o VEF1 e
350 ml ou mais para a CVF em valores absolutos, além de um au-
mento de 7% ou mais do VEF1 caracterizam uma resposta positiva,
ou seja, o paciente apresenta prova broncodilatadora positiva. Já
a Sociedade Torácica Americana (ATS) e a Sociedade Respiratória
Europeia (ERS) consideram uma resposta broncodilatadora positiva
quando ocorre aumento maior ou igual a 12% e maior ou igual a
200 ml do VEF1 ou da CVF (PELLEGRINO et al., 2005).
A classificação da gravidade dos distúrbios ventilatórios deve
ser feita, preferencialmente, de maneira específica para cada doen-
ça. Doenças como asma e DPOC, por exemplo, possuem parâme-
tros já bem estabelecidos para a classificação de sua gravidade.
Porém, é possível fazer uma quantificação simplista e generalista
dos distúrbios ventilatórios pela espirometria, classificando-os em
leve, moderado e grave de acordo com os valores pré Bd de VEF1,
CVF e da relação VEF1/CVF, conforme mostrado no Quadro 20. Para
os distúrbios obstrutivos consideramos principalmente o valor do
VEF1 seguido pelo valor do índice de Tiffeneau e para os distúrbios
restritivos, observa-se primeiramente o valor da CVF (PELLEGRINO
et al., 2005; SBPT, 2002).
142
< > ≡
Quadro 20 - Quantificação dos distúrbios ventilatórios pela espirometria
Leve 60 - LI* 60 - LI 60 - LI
Moderado 41-59 51-59 41-59
Grave ≤ 40 ≤ 50 ≤ 40
*LI – limite inferior.
Fonte: PEREIRA, C. A. C. Diretrizes para Testes de Função Pulmonar - SBPT, 2002.
Espirometria. J. Pneumol, v. 28, n. 3, 2002.
Ventilometria
A ventilometria é uma técnica utilizada para mensurar volu-
mes pulmonares de maneira simples e não invasiva, utilizando um
equipamento denominado ventilômetro.
Os volumes pulmonares que podem ser mensurados pela
ventilometria são:
- Volume Corrente (VC) – volume de ar inspirado e expirado em cada ci-
clo respiratório normal, ou seja, não forçado. Corresponde em adultos
a cerca de 5 a 8 ml/Kg, ou em torno de 500ml.;
143
< > ≡
piratórias e neuromusculares com comprometimento respiratório,
auxilia no diagnóstico precoce de alterações na função pulmonar e
possibilita uma avaliação rápida e objetiva das condutas terapêuti-
cas (ALCÂNTARA; SILVA, 2012; CHEVROLET; DELEAMOND, 1991;
FIORE JR. et al., 2004; GIBSON; WHITELAW; SIAFAKAS, 2002).
A ventilometria é amplamente indicada para determinar a
gravidade e a progressão de diversas disfunções neuromusculares;
para avaliação pré e pós-operatória daqueles que serão submeti-
dos à cirurgia abdominal alta ou torácica; para controle da ventila-
ção mecânica (VM); e para o desmame da VM (ALCÂNTARA; SIL-
VA, 2012; CHEVROLET; DELEAMOND, 1991; FIORE JR. et al., 2004;
GIBSON; WHITELAW; SIAFAKAS, 2002; GONÇALVES et al., 2012;
SANTOS et al., 2007; SOUZA; LUGON, 2015)
Para a realização da ventilometria deve-se, primeiramente,
explicar para o paciente como será realizado o exame, pois ele de-
pende da colaboração do paciente. O paciente deve estar na posição
sentada, com as costas e os pés apoiados, ou em decúbito dorsal
elevado (˃ 45°) em caso de medida na beira do leito. Um clipe na-
sal deve ser utilizado para que não ocorra escape de ar pelo nariz,
assim como é necessário posicionar do modo correto o bocal do
ventilômetro na boca do paciente - entre os dentes e com os lábios
bem fechados - também para que não ocorra escape de ar durante o
teste. O ventilômetro deve ser zerado antes de se iniciar a medida.
Comumente, opta-se por realizar a medida do volume minu-
to e por meio dela é calculado o volume corrente. Sendo assim, o
paciente é orientado a respirar normalmente com o aparelho já des-
travado acoplado à boca, respiração tranquila, durante um minuto.
Enquanto o paciente respira no aparelho, o examinador deve, tam-
bém, contar sua frequência respiratória pelos movimentos da caixa
torácica durante os ciclos respiratórios realizados em um minuto.
Ao final de um minuto, o aparelho é travado e retirado da boca do
paciente. O valor aferido corresponde ao volume minuto e dividindo
o valor do volume minuto pela frequência respiratória, medida du-
rante o teste, obtém-se o valor do volume corrente (VC = VM/FR).
Para a medida da capacidade vital, o paciente é orientado a
inspirar profundamente até a CPT, realizar uma pausa de 3 segun-
144
< > ≡
dos, durante a qual o aparelho é destravado, e logo após solicita-se
que o paciente expire de maneira normal e não forçada o máximo
de ar que conseguir, até chegar ao VR, então o aparelho é travado
e verifica-se o valor obtido no seu visor. A medida da CV pode ser
realizada por três vezes, sendo considerado o maior valor obtido.
A capacidade vital também pode ser medida de outra ma-
neira, menos utilizada: pedindo para o paciente expirar o máximo
de ar até atingir o VR, seguido de pausa e, ao destravar o aparelho,
pede-se para o paciente inspirar o máximo de ar possível, até a CPT,
quando o aparelho é travado e verifica-se o valor obtido (ALCÂNTA-
RA; SILVA, 2012; CHEVROLET; DELEAMOND, 1991; FIORE JR. et al.,
2004; FRANCO et al., 2011; GIBSON; WHITELAW; SIAFAKAS, 2002;
GONÇALVES et al., 2012; SANTOS et al., 2007; SOUZA; LUGON,
2015).
O ventilômetro, apresentado na Figura 7, tem dois ramos ou
válvulas, um inspiratório e outro expiratório. Para fazer a medida do
VM e VC, não faz diferença qual ramo for utilizado. Já para a medida
da capacidade vital, deve-se utilizar o ramo expiratório quando a
medida for feita por meio de uma expiração máxima, a mais utiliza-
da, e o ramo inspiratório quando for realizada a medida pela inspi-
ração máxima.
Figura 7 - Ventilômetro
145
< > ≡
Atualmente, o uso do ventilômetro na beira do leito tem di-
minuído. A medida do volume minuto e da frequência respiratória
é feita da forma convencional descrita acima, utilizando-se o venti-
lômetro, porém com seu ramo expiratório acoplado ao tubo orotra-
queal do paciente Por meio dessas medidas, a obtenção do VC para
cálculo do índice de respiração rápida e superficial (IRRS) ou Índice
de Tobin, equivale ao cálculo desse índice utilizando-se as medidas
de FR e VC exibidas na tela do ventilador mecânico, sendo essa ma-
neira muito mais simples e rápida (SOUZA; LUGON, 2015).
A ventilometria é utilizada na prática clínica principalmente
para comparações da função pulmonar antes e depois de um proce-
dimento ou um período de intervenção terapêutica; sendo assim, é
de extrema importância a padronização de sua forma de execução,
para que possa ser comparável.
Manovacuometria
A força dos músculos respiratórios pode ser avaliada direta-
mente por meio de medidas estáticas como as pressões respirató-
rias máximas, ou seja, a pressão inspiratória máxima (PImax) e a
pressão expiratória máxima (PEmax). PImax e PEmax são, respec-
tivamente, a maior pressão que pode ser gerada durante uma inspi-
ração e expiração máximas contra uma via aérea ocluída. A PImax
é um índice de força da musculatura inspiratória, principalmente do
músculo diafragma e dos músculos intercostais externos, enquanto
a PEmax reflete a força dos músculos expiratórios, ou seja, múscu-
los abdominais e intercostais internos (BLACK; HYATT, 1969; CAME-
LO JR.; TERRA; MANÇO, 1985; CARUSO et al., 2015; FERNÀNDEZ et
al., 2004; GREEN et al., 2002a; GREEN et al., 2002b; HAMNEGARD
et al., 1994; MCCONNEL; COPESTAKE, 1999; MCELVANEY et al.,
1989; NEDER et al., 1999; PARREIRA et al., 2007; SOUZA, 2002;
ZANCHET; VIEGAS; LIMA, 2005).
A técnica utilizada para medir essas pressões é denominada
manovacuometria e o instrumento utilizado é o manovacuômetro,
que pode ser analógico ou digital (Figura 8), sendo este último mais
utilizado hoje em dia.
146
< > ≡
Figura 8 - Manovacuômetro digital
147
< > ≡
Para a realização da manovacuometria deve-se, em primeiro
lugar, explicar ao paciente como será realizado o exame. O paciente
deve estar na posição sentada, com as costas e os pés apoiados,
ou em decúbito dorsal elevado (˃ 45°) em caso de medida na beira
do leito. Um clipe nasal deve ser utilizado para que não ocorra es-
cape de ar pelo nariz, assim como é necessário posicionar da forma
correta o bocal do manovacuômetro na boca do paciente, entre os
dentes e com os lábios firmemente fechados, para que não ocorra
escape de ar pela boca durante o teste (Figura 9)9 (BLACK; HYATT,
1969; CARUSO et al., 2015; FERNÀNDEZ et al., 2004; GREEN et al.,
2002a; GREEN et al., 2002b; HAMNGARD et al., 1994; MCCONNEL;
COPESTAKE, 1999; MCELVANEY et al., 1989; NEDER et al., 1999;
PARREIRA et al., 2007; SOUZA, 2002; ZANCHET; VIEGAS; LIMA,
2005).
Figura 9 - Manovacuometria
148
< > ≡
Tanto para medida da PImax quanto da PEmax são necessárias
no mínimo três repetições, sendo que a avaliação é considerada ade-
quada quanto há três medidas aceitáveis, sem vazamentos e mantidas
por pelo menos 2 segundos, e entre elas haja no mínimo duas repro-
dutíveis, ou seja, com variação igual ou inferior a 10% (BLACK; HYATT,
1969; CAMELO JR.; TERRA; MANÇO, 1985; FERNÀNDEZ et al., 2004;
GREEN et al., 2002a; GREEN et al., 2002b; HAMNGARD et al., 1994;
MCCONNEL; COPESTAKE, 1999; MCELVANEY et al., 1989; NEDER et al.,
1999; PARREIRA et al., 2007; SOUZA, 2002; ZANCHET; VIEGAS; LIMA,
2005).
Os valores obtidos da PImax e da PEmax podem ser compa-
rados com valores tidos como de normalidade, ou seja, obtidos por
meio de equações desenvolvidas com base em estudos populacio-
nais. Vários autores descreveram valores e/ou fórmulas para cálculo
de valores preditos, porém a mais utilizada ainda são as equações
desenvolvidas por Neder et al. Esses autores avaliaram 100 indiví-
duos saudáveis de ambos os sexos, com idade entre 20 e 80 anos,
no estado de São Paulo, e por meio da análise de regressão múl-
tipla, foram os primeiros a desenvolver equações preditivas sexo e
idade dependentes para PImax e PEmax a partir de uma amostra da
população brasileira (NEDER et al., 1999). Seguem as equações:
149
< > ≡
Tomadas de decisão quanto ao treinamento dos músculos
respiratórios também se baseiam nos resultados da manovacuo-
metria. Por exemplo, para pacientes que iniciam o treinamento dos
músculos inspiratórios, geralmente é indicada uma carga inicial no
incentivador respiratório de carga pressórica linear de 30% do va-
lor da Pimax, sendo essa carga aumentada aos poucos de acordo
com as condições do paciente (BORJA et al., 2012; DALL’AGO et al.,
2006; TREVISAN; PORTO; PINHEIRO, 2010).
Peak flow
O Pico do Fluxo Expiratório (PFE) pode ser definido como o
fluxo máximo obtido durante uma expiração forçada realizada de
forma curta e explosiva a partir de uma inspiração completa ao nível
da capacidade pulmonar total (CPT), sendo uma medida útil para
quantificar a obstrução das vias aéreas.
As medidas do PFE podem ser obtidas por meio de um es-
pirômetro (unidade, L/s), como já mencionado anteriormente na
parte de espirometria, ou utilizando-se um sistema manual portátil
chamado mais comumente de Peak Flow (Figura 10), que faz a me-
dida em litros por minuto (L/min) e é utilizado com frequência no
acompanhamento de pacientes com asma brônquica.
O Peak Flow é um instrumento de baixo custo, confiável,
simples, de fácil compreensão, manejo e execução, além de ser
pequeno, leve e de fácil transporte. Devido a essas características
e por fornecer uma medida importante da função pulmonar, o PFE,
considerado um indicador da obstrução das vias aéreas, o Peak Flow
vem ganhando espaço na avaliação da função pulmonar em âmbito
ambulatorial, domiciliar e até mesmo hospitalar (CRUZ, 2006; FRI-
TSCHER, 1996; GODFREY; KAMBUROFF; NAIRN, 1970; KUTCHAT et
al., 2015; GREGG; NUNN, 1973; LEINER et al., 1963; MENEZES et
al., 1995; QUANJER et al., 1997).
150
< > ≡
Figura 10 - Peak Flow
151
< > ≡
do, problemas neuromusculares e dor abdominal ou torácica podem
resultar em redução de PFE na ausência de obstrução das vias aé-
reas inferiores (CRUZ, 2006; FRITSCHER, 1996; GODFREY; KAM-
BUROFF; NAIRN, 1970; GREGG; NUNN, 1973; LEINER et al., 1963;
MENEZES et al., 1995; QUANJER et al., 1997).
Portanto, para que a medida seja feita de forma correta e
fidedigna, é necessário existir total compreensão e colaboração do
indivíduo para a realização de um esforço realmente máximo.
A obtenção dos valores de PFE pode ser realizada com o in-
divíduo em posição ortostática ou, de preferência, em postura sen-
tada com as costas e os pés apoiados. Em primeiro lugar, ajusta-
-se a agulha indicadora na posição L/min (posição zero, inicial); ao
segurar o aparelho, deve-se tomar cuidado para que os dedos não
cubram a escala medidora e impeçam o movimento do cursor. O in-
divíduo deve inspirar profundamente, até a CPT, levar o aparelho em
movimento horizontal à boca com os lábios bem acoplados ao redor
do bocal, colocar um clipe nasal e realizar uma expiração forçada e
curta. Anotar o valor indicado pela agulha na escala, voltar a agulha
à posição inicial e repetir o processo por mais duas vezes. Se os três
valores medidos não diferirem mais do que 40L/min, considerar o
maior valor. Caso contrário, a medição deve ser repetida após um
tempo.
É muito importante a padronização das medidas para que
sejam comparáveis. Além de comparações entre medidas realizadas
em diferentes situações, outra forma de avaliação do PFE é a com-
paração dos valores obtidos de PFE dos indivíduos com valores de
referência. Alguns estudos foram realizados com o objetivo de en-
contrar valores preditivos do PFE, sendo os mais utilizados os valo-
res propostos por Leiner et al., em 1963, para adultos (tabelas 1 e
2) e os propostos por Godfrey et al. (1970), para crianças (tabela 3).
Os valores preditos para adultos levam em consideração o gênero, a
idade e a estatura; já para crianças, consideram apenas a estatura.
Apesar de alguns autores acreditarem que os valores preditos sejam
obsoletos por não considerarem a diversidade étnica populacional,
comparações dos valores de PFE obtidos com valores preditos ainda
152
< > ≡
são bastante utilizadas (CRUZ, 2006; FRITSCHER, 1996; GODFREY;
KAMBUROFF; NAIRN, 1970; GREGG; NUNN, 1973; LEINER et al.,
1963; MENEZES et al., 1995; PAES et al., 2009; QUANJER et al.,
1997).
Tabela 1 – Valores PFE para Homens
Fonte: LEINER, G. C. et al. Expiratory peak flow rate. Standard values for normal
subjects. Use as a clinical test of ventilatory function. The American Re-
view of Respiratory Disease, New York, v. 88, p. 644-51, 1963.
Fonte: LEINER, G. C. et al. Expiratory peak flow rate. Standard values for normal
subjects. Use as a clinical test of ventilatory function. The American Re-
view of Respiratory Disease, New York, v. 88, p. 644-51, 1963.
153
< > ≡
Tabela 3 – Valores PFE para Crianças
Estatura (cm) Valor Estatura (cm) Valor
(l /min) (l /min)
Fonte: GODFREY, S.; KAMBUROFF, P. L.; NAIRN, J. R. Spirometry, lung volumes and
airway resistance in normal children aged 5 to 18 years. British Journal of
Diseases of the Chest, Philadelphia, v. 64, p. 15-24, 1970.
154
< > ≡
O PFT e o PFE são variáveis dependentes do volume pulmo-
nar; a diferença entre eles está no fechamento da glote, que acon-
tece durante a mensuração do PFT e não ocorre no PFE (BACH et
al., 2006; EVANS; JAEGER, 1975; FREITAS; PARREIRA; IBIAPINA,
2010; LEINER et al., 1966; SUÀREZ et al., 2002).
Alguns autores compararam as medidas do PFT e do PFE em
indivíduos normais a partir de vários volumes pulmonares, e não
observaram diferença significativa entre essas variáveis, e também
mostraram que ambas decresceram de forma idêntica com a redu-
ção do volume (BACH et al., 2006; EVANS; JAEGER, 1975; LEINER
et al., 1966).
Já em indivíduos com alteração da função pulmonar, foi de-
monstrado que o PFT é significativamente menor que o PFE, sendo
que a diferença entre essas medidas naqueles com doença obstru-
tiva é muito maior do que nos pacientes com distúrbio restritivo.
Também foi demonstrado que tanto o PFT quanto o PFE aumentam
após a utilização do broncodilatador (LEINER et al., 1966).
Alguns estudos mostram que o PFT também está relacionado
com o sucesso no desmame da ventilação mecânica e na extubação
(BACH, 2002; KUTCHAK et al., 2015; SALAM et al., 2004; SMINA et
al., 2003). Segundo Bach (2002), valores de PFT assistido abaixo de
160 L/min indicam uma capacidade diminuída de manter a via aérea
limpa. Em seu estudo, pacientes com doença de origem neuromus-
cular que apresentaram PFT acima de 160L/min tiveram sucesso na
extubação ou na retirada da traqueostomia.
Salam et al. (2004) e Smina et al. (2003) também encontra-
ram uma relação entre PFT e sucesso na extubação, sendo que PFT
< 60 L/min estava relacionado com um risco cinco vezes maior de
falência na extubação.
A medida PFT é realiza da mesma maneira que a medida do
PFE, descrita anteriormente, porém após realizar a inspiração máxi-
ma, até a CPT, é pedido para o indivíduo tossir com o aparelho bem
acoplado à boca.
155
< > ≡
Para a medida em pacientes em uso de intubação orotra-
queal (IOT), o Peak Flow deve ser conectado ao tubo orotraqueal
por meio de uma peça em forma de T com válvula unidirecional
para permitir a inspiração livre e a expiração pelo interior do ins-
trumento. Para desencadear o reflexo de tosse, deve ser realizado
um estímulo mecânico por meio da introdução por via nasal de uma
sonda de aspiração ou, quando esse estímulo não é suficiente para
provocar a tosse, o estímulo deve ser realizado com introdução da
sonda no tubo orotraqueal através do orifício frontal da peça em
forma de T, a fim de estimular os receptores traqueais (BACH, 2002;
KUTCHAK et al., 2015; SALAM et al., 2004; SMINA et al., 2003).
Cirtometria
A cirtometria ou perimetria toracoabdominal consiste em um
conjunto de medidas das circunferências do tórax e do abdômen du-
rante os movimentos respiratórios, tendo como objetivo quantificar
a mobilidade toracoabdominal e, assim, a expansibilidade torácica
e, indiretamente, a expansibilidade pulmonar. Por meio da cirtome-
tria é possível também identificar o tipo respiratório do paciente,
ou seja, se o indivíduo apresenta uma respiração mais superficial
(apical), uma respiração toracoabdominal, ou uma respiração mais
inferior, também chamada de diafragmática (CALDEIRA et al., 2007;
KAKIZAKI et al., 1999; MALAGUTI et al., 2009; PAULIN; BRUNETTO;
CARVALHO, 2003; PEDRINI et al., 2013; RICIERI; ROSARIO; 2009;
YAMAGUTI et al., 2012).
A mensuração da mobilidade toracoabdominal tem sido con-
siderada um importante parâmetro para a avaliação de disfunções
respiratórias e o monitoramento de programas de treinamento em
diferentes populações. Na prática clínica, tal medida é utilizada com
o objetivo de avaliar parâmetros como amplitude torácica, compla-
cência pulmonar, mecânica toracoabdominal, função diafragmática
e trabalho muscular, além de fornecer informações sobre a existên-
cia ou não de rigidez toracopulmonar, que comumente se relaciona
a doenças respiratórias.
156
< > ≡
A cirtometria, juntamente a outros métodos de avaliação da
função pulmonar, é considerada um parâmetro importante para o
diagnóstico, o acompanhamento da progressão de doenças e a ava-
liação da eficácia do tratamento proposto em diversas condições
clínicas, as quais cursam com comprometimento respiratório, e tem
sido amplamente utilizada em avaliações pré e pós-operatórias e pré
e pós-intervenções terapêuticas (CALDEIRA et al., 2007; CARDOSO;
PEREIRA, 2002; CHIAVEGATO et al., 2000; KAKIZAKI et al., 1999;
MACIEL et al., 1997; MALAGUTI et al., 2009; PAULIN; BRUNETTO;
CARVALHO, 2003; PEDRINI et al., 2013; RICIERI; ROSARIO, 2009;
YAMAGUTI et al., 2012).
Apesar de existirem outros instrumentos para avaliar a mo-
bilidade toracoabdominal, a cirtometria é o mais utilizado por ser
um método simples, de baixo custo e amplamente acessível, sendo
necessária apenas uma fita métrica para a sua realização.
Já foi demonstrado que a cirtometria é um método confiá-
vel e reprodutível, podendo ser realizada com o indivíduo em posi-
ção ortostática ou em decúbito dorsal, sendo essa última a maneira
mais utilizada (CALDEIRA et al., 2007; CARDOSO; PEREIRA, 2002;
KAKIZAKI et al., 1999; MALAGUTI et al., 2009; SILVA et al., 2006).
Um estudo comparando a realização da cirtometria em am-
bas as posições, ortostatismo e decúbito dorsal, demostrou que os
valores da cirtometria torácica (regiões axilar e xifóide) foram se-
melhantes nas duas posturas investigadas. Já em relação à cirtome-
tria abdominal, foi observada uma redução significativa na mobilida-
de obtida em ortostatismo em relação à obtida em decúbito dorsal
(PEDRINI et al., 2013).
Para realização da cirtometria, consideram-se três pontos
anatômicos de referência (Figura 11):
• linha axilar, com a fita métrica passando pelos cavos axilares ao
nível da terceira costela;
• processo xifoide, com a fita métrica passando sobre o apêndice
xifoide ao nível da sétima cartilagem costal;
• cicatriz umbilical, com a fita métrica passando sobre a cicatriz
umbilical.
157
< > ≡
Figura 11 - Cirtometria
158
< > ≡
Apesar de haver divergências na literatura, geralmente con-
sidera-se para adultos que variações iguais ou maiores do que 3 cm
representam uma boa expansibilidade ou mobilidade torácica (SIL-
VA et al., 2006; JAMANI et al., 1999).
Oximetria de pulso
A oximetria de pulso pode ser definida como uma maneira
de medir quanto oxigênio seu sangue está transportando. É um mé-
todo não invasivo de mensuração do nível de saturação de oxigênio
(SaO2) e da pulsação cardíaca, ou seja, da frequência cardíaca (FC).
A SaO2 é a porcentagem de oxigênio que o sangue está
transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de
transporte. Idealmente, mais de 89% das células vermelhas de um
indivíduo devem estar transportando oxigênio (JUBRAN, 1999; SI-
NEX, 1999; WOODROW, 1999).
A oximetria de pulso é realizada por meio de um aparelho
pequeno e simples chamado oxímetro de pulso, sendo amplamen-
te utilizada em diversos locais, tais como: unidades de internação,
pronto atendimento, unidades de terapia intensiva, centros cirúrgi-
cos, ambulatório de teste da função pulmonar, de reabilitação pul-
monar e reabilitação cardíaca e atendimentos domiciliares (SINEX,
1999; WOODROW, 1999).
Trata-se de um método não invasivo, seguro, de baixo custo,
que não necessita de pessoal especializado e apresenta resposta em
curto período de tempo.
A medida da SaO2 pelo oxímetro de pulso é realizada uti-
lizando os princípios da espectrofotometria, ou seja, que a oxie-
moglobina e dioxiemoglobina diferem na absorção da luz vermelha
e infravermelha e da pletismografia, em que o volume de sangue
arterial nos tecidos e a absorção de luz por esse sangue se alteram
durante a pulsação. O oxímetro de pulso determina a saturação pe-
riférica de oxigênio pela hemoglobina (SaO2) emitindo luz verme-
lha e infravermelha pelo leito arteriolar e medindo as mudanças na
absorção de luz durante o ciclo pulsátil (CARLSON; JAHR, 1993;
SINEX, 1999; WOODROW, 1999).
159
< > ≡
Considera-se valores normais de SaO2 entre 95% e 100%;
no entanto, a maioria das pessoas precisa de um nível de satura-
ção de no mínimo 90% para manter suas células saudáveis. Sendo
assim, considera-se hipoxemia quando os valores da SaO2 estão
abaixo de 90%.
A SaO2 deve ser considerada em cada caso individualmente,
pois vários fatores podem alterar essa medida. Para pacientes com
doenças neurológicas, cardíaca e/ou respiratórias, valores de SaO2
acima de 90% já são considerados ideais, assim como para indiví-
duos com mais idade - principalmente aqueles com mais de 80 anos
-, visto que a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial tem
um decréscimo linear com a idade devido ao aumento da diferença
entre a perfusão e a ventilação (BRAZ, 1996; JENSEN; ONYSKIW;
PRASAD, 1998; SINEX, 1999; WOODROW, 1999).
Fatores como cor de pele, esmaltes escuros nas unhas, mo-
vimentação dos dedos durante a medição, diminuição de perfusão
no local da medição, entre outros, atrapalham a medição, diminuin-
do sua acurácia (COTÉ et al., 1988; KATARIA; LAMPKINS, 1986;
MIYAKE; DICCINI; BETTENCOURT, 2003; RALSTON; WEBB; RUNCI-
MAN, 1991).
Para obter melhores leituras pelo oxímetro de pulso, é neces-
sário que esteja fluindo uma quantidade suficiente de sangue para
a mão ou para o dedo ao qual o dispositivo está acoplado. Sendo
assim, a melhor leitura é alcançada quando a mão está aquecida,
relaxada, e mantida abaixo do nível do coração (BRAZ, 1996; JEN-
SEN; ONYSKIW; PRASAD, 1998; SINEX, 1999; WOODROW, 1999).
A oximetria de pulso é indicada para monitoramento hemo-
dinâmico de pacientes hospitalizados ou não, acompanhamento de
doenças respiratórias e cardiovasculares, indicação e dosagem de
oxigenoterapia, verificação da SaO2 durante exercícios ou em si-
tuações de altas altitudes (COTÉ et al., 1988; JENSEN; ONYSKIW;
PRASAD, 1998; KATARIA; LAMPKINS, 1986; MIYAKE; DICCINI; BE-
TTENCOURT, 2003; RALSTON; WEBB; RUNCIMAN, 1991; SINEX,
1999; MENDES et al., 2010).
160
< > ≡
Teste de caminhada de seis minutos
O teste de caminhada de seis minutos (TC6) é um teste de
exercício submáximo cronometrado, amplamente usado para ava-
liar a resposta de um indivíduo ao exercício, que propicia uma aná-
lise global dos sistemas respiratório, cardíaco e metabólico.
A American Thoracic Society (ATS, 2002) define o TC6 como
um teste em que o paciente deve caminhar a maior distância que
lhe for possível durante seis minutos em um corredor plano, sendo
a velocidade da caminhada definida pelo próprio paciente. O TC6 é
considerado um teste de campo que avalia o nível submáximo de
capacidade funcional e que melhor reflete a capacidade de exercí-
cio para a realização de atividades de vida diária (BRITTO; SOUSA,
2006; ENRIGHT; SHERRIL, 1998; MORALES-BLANHIR et al., 2011;
SOARES; PEREIRA, 2011).
No TC6, a distância percorrida (DTC6) reflete adequadamen-
te a capacidade física dos pacientes para executar tarefas rotineiras.
O consumo de oxigênio (VO2) durante o TC6 corresponde a um exer-
cício submáximo, no qual o VO2 atinge um platô, mas não chega ao
valor máximo (ZUGCK et al., 2000).
Trata-se de um teste simples, bem tolerado, reprodutível,
de ampla aplicabilidade e que requer equipamentos de baixo custo
para sua execução, sendo, portanto, muito utilizado (CAMARRI et
al., 2006; GIBBONS et al., 2001; HAMILTON; HAENNEL, 2000; KER-
VIO; CARRE; VILLE, 2003).
Na literatura, já foi amplamente descrita a importância do
TC6 para a avaliação do estado funcional de pacientes, dos efeitos
de intervenções terapêuticas, avaliação pré-operatória e predição
de morbidade e mortalidade em diversas doenças cardiopulmonares
(MIYAMOTO et al., 2000; MORANTE; GUELL; MAYOS, 2005; PINTO-
-PLATA et al., 2004; RASEKABA et al., 2009; ZANCHET; VIEGAS;
LIMA, 2005).
Entre as contraindicações absolutas para a realização do TC6
destacam-se: presença de angina instável; infarto agudo do mio-
cárdio recente (3 a 5 dias); tromboembolismo pulmonar; trombose
161
< > ≡
de membros inferiores; insuficiência cardíaca não controlada; insu-
ficiência respiratória aguda, estenose aórtica grave; asma não con-
trolada; suspeita de aneurisma dissecante (ATS, 2002).
Como contraindicações relativas podemos citar: frequência
cardíaca de repouso maior que 120 bpm; pressão arterial sistólica
maior que 180 mmHg e pressão arterial diastólica maior que 100
mmHg; hipertensão pulmonar importante; gestação avançada ou
complicada; bradi ou taquiarritmias; bloqueio atrioventricular de
terceiro grau (ATS, 2002).
Os equipamentos necessários para a realização do TC6 são:
cronômetro, cones para delimitação do circuito, efigmomanômetro,
estetoscópio e oxímetro de pulso adequado para realização de ati-
vidade física. O teste deve ser realizado em um corredor plano e
rígido com 30 metros ou mais, delimitado de maneira visível para
o paciente e com marcações a cada três metros, pelo menos, para
facilitar o registro da distância percorrida.
Existem na literatura vários protocolos disponíveis para a
padronização do TC6, sendo o mais utilizado aquele proposto pela
American Thoracic Society (ATS, 2002), apresentado a seguir:
- O teste deverá ser realizado pelo menos duas horas após as re-
feições;
162
< > ≡
carregar fonte de oxigênio ou dar maior segurança em caso de
déficits de equilíbrio (principalmente com idosos). Nesses casos, o
avaliador deverá caminhar sempre atrás do sujeito;
163
< > ≡
O teste deverá ser interrompido imediatamente caso durante
sua realização o paciente apresente dor torácica, dispneia intole-
rável, sudorese, palidez, tontura e/ou câimbras e queda da SaO2
para valores abaixo de 80% - nesse caso, o teste deve ser inter-
rompido e realizado novamente com uso de oxigênio suplementar
(RASEKABA et al., 2009).
Os resultados obtidos devem ser comparados a valores de
referência adequados. Enright e Sherrill (1998) relataram DTC6 mé-
dia de 576 metros para os homens e de 494 metros para as mulhe-
res. Esses autores propuseram equações para o cálculo de valores
preditos do TC6 que levam em consideração o sexo, a idade, o peso
e a altura do indivíduo, e ainda são as mais utilizadas:
- Homens: DP = (7.57 x altura cm) - (5.02 x idade) - (1.76 x peso
Kg) – 309 m. Subtrair 153 m para obter o limite inferior de nor-
malidade.
Avaliação da dispneia
Escala de Borg modificada
A escala de Borg é uma das mais utilizadas atualmente
para avaliação da dispneia, sendo útil em diferentes condições, tais
como: durante a avaliação inicial do paciente para quantificar sua
dispneia em repouso; durante avaliação do paciente em situação de
exacerbação ou crise; durante a realização de testes de exercício;
ou quando se avalia a efetividade imediata de uma medicação bron-
164
< > ≡
codilatadora (ATS, 2002; BORG, 1962; 1970; 1982; 1998; BURNE-
TO, 1989; CABRAL et al., 2017; CAVALLAZZI et al., 2005; CHEN;
FAN; MOE, 2002; MADOR, 1995).
Apesar de seu uso atual em diferentes situações, em sua
origem a escala de Borg foi desenvolvida para avaliar a percepção
do grau de esforço durante o exercício.
Inicialmente descrita com uma pontuação variando entre 6
e 20, chamada Escala de Borg, hoje em dia é utilizada na forma
modificada com escores entre 0 e 10, denominada Escala de Borg
Modificada (BORG, 1962; 1970; 1982).
Essa escala permite uma correlação entre a intensidade dos
sintomas classificados em categorias e uma graduação numérica,
projetada para guardar proporcionalidade com a intensidade do es-
forço (BORG, 1982) (Figura 12).
0 Nenhuma
0,5 Muito, muito leve
1 Muito leve
2 Leve
3 Moderada
4 Pouco intensa
5 Intensa
6
7 Muito intensa
8
9 Muito, muito intensa
10 Máxima
165
< > ≡
gorias diferentes: incapacidade funcional, magnitude da tarefa ne-
cessária para provocar dispneia e magnitude do esforço necessário
para provocar dispneia.
A condição do paciente é avaliada de 0 (grave) a 4 (não pre-
judicial) para cada uma das três categorias.
As pontuações das três categorias são somadas para formar
o índice de dispneia basal (0-12), sendo que quanto menor a pon-
tuação total, pior a gravidade da dispneia.
Quadro 21 - Índice de dispneia basal de Mahler
166
< > ≡
3.1.13 Avaliação da qualidade de vida
Questionário do hospital Saint George na doença respiratória - QRSG
O Saint George’s Respiratory Questionnaire é um questioná-
rio de qualidade de vida específico para doenças respiratórias e já
foi traduzido e validado no Brasil (SOUSA; JARDIM; JONES, 2000).
Os questionários doença-específicos foram desenvolvidos
para avaliar uma doença específica e quantificar ganhos de saúde
após o tratamento. Suas vantagens são: a obtenção de resultados
detectando pequenas mudanças no curso da doença e facilidade de
interpretação e de aplicação.
O QRSG aborda os aspectos relacionados a três domínios:
sintomas, atividades e impactos psicossociais que a doença respira-
tória inflige ao paciente.
Cada domínio tem uma pontuação máxima possível, os pon-
tos de cada resposta são somados e o total é referido como um
percentual desse máximo. Valores acima de 10% refletem uma
qualidade de vida alterada naquele domínio. Alterações iguais ou
maiores que 4% após uma intervenção, em qualquer domínio ou na
soma total dos pontos, indicam uma mudança significativa na qua-
lidade de vida dos pacientes (SOUSA; JARDIM; JONES, 2000).
Nesse questionário escores menores refletem melhor quali-
dade de vida.
167
< > ≡
c) limitações das atividades diárias devido a problemas de saúde
física;
d) dor corporal;
168
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SOBRE OS AUTORES
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Mateus Francisco Rossi - Aluno regular do programa de mestrado em Educação
(UNISO). Professor de fisioterapia esportiva no curso de Fisioterapia (UNISO). Re-
sidência em fisioterapia esportiva na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Graduação em Fisioterapia pela UNIMEP. Membro dos Grupos de pesquisa: Educação
Superior, Tecnologia e Inovação Superior (GPESTI); Grupo de Estudos e Pesquisas
em Fisioterapia (GEPEF) - CNPq.
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