TCC Saúde Mental
TCC Saúde Mental
TCC Saúde Mental
VIÇOSA-MINAS GERIAS
2019
i
VIÇOSA-MINAS GERAIS
2019
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Rosania e Antônio, por terem sido exemplos de vida, força, honestidade, amor,
e por estarem sempre ao meu lado nos momentos mais difíceis.
Ao meu companheiro Eduardo por sua presença, paciência e principalmente pelo incentivo à
minha formação profissional.
A minha Supervisora de Estágio Márcia Valéria pelos ensinamentos e dever ético perante o
agir profissional, a ser responsável a todas as situações atribuídas as ações e dever do
Assistente Social, contribuindo valiosamente para minha formação profissional e pessoal.
Enfim, agradeço a todos que estiveram ao meu lado durante toda a minha jornada acadêmica,
que de alguma forma, tornaram os momentos mais leves e felizes.
iv
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada.
RESUMO
PEREIRA, Michele Lopes. Universidade Federal de Viçosa, dezembro de 2019. Perfil dos Usuários
do Serviço de Saúde Mental de um Município de Médio Porte de Minas Gerais. Orientadora:
Cristiane Magalhães de Melo.
Objetivou descrever o perfil dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Despertar e
comparar o perfil desses usuários a achados sobre morbimortalidade por transtornos mentais e
comportamentais no município de Viçosa/MG. Trata-se de um estudo transversal, descritivo. Foram
utilizados como fontes de informação os dados registrados nos prontuários de usuários em
permanência dia-PD cadastrados no CAPS. Foram incluídos dados dos/as usuários/as residentes em
Viçosa e, também, dos não residentes. De forma complementar, foram utilizados dados secundários
provenientes do Sistema de Informação Hospitalar do SUS – SIH/SUS, e informações sobre os óbitos
registrados e do Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM. Considerou os casos ocorridos na
região de saúde de Viçosa, no período de 2004 a 2017. As variáveis analisadas foram: internações
hospitalares na região de saúde; óbitos na região de saúde; ano da internação; ano do óbito; sexo e
faixa etária dos usuários internados e, também dos óbitos; causas de internação e causas de óbito
considerando a CID-10 referentes aos transtornos mentais e comportamentais. Sobre o perfil dos
usuários do CAPS Despertar, observou-se predominância de mulheres (53%) em relação aos homens
(47%). À faixa etária no momento da admissão, verificou-se predominância de usuários adultos
(73%), seguido dos jovens (24%) e idosos (3%). Observou-se a prevalência dos diagnósticos
relacionados à esquizofrenia, (F20 a F29) e dos transtornos relacionados ao uso de substâncias
psicoativas (64%). Foram significativos, também, os diagnósticos relacionados aos transtornos de
humor (27%). Foi possível identificar no período de 2004 a 2017, 706 casos de internações sendo
(67%) eram homens. O transtorno de maior prevalência foi Transtornos mentais e comportamentais
devido uso álcool com (198 casos). Dados sobre a mortalidade por transtornos mentais e
comportamentais. A ocorrência de 90 óbitos por tais causas em Viçosa, no período de 2004 a 2017. O
diagnóstico de maior expressão foi o transtorno mental e comportamental devido ao uso substancias
psicoativas (49%). Com base nos perfis, é possível sugerir a realização de uma assistência focada ao
usuário. Para que haja discussões sobre a prática, repensando o já estabelecido e aplicado, se faz
necessário à união e esforço em conjunto dos profissionais de saúde, onde todos tenham como igual
proposito de acolher, tratar, auxiliar e guiar as pessoas em sofrimento mental aos seus direito, como o
direito social e indo ao encontro do modelo biopsicossocial de atendimento em saúde.
ABSTRAT
It aimed to describe the profile of users of the Psychosocial Care Center - CAPS Awakening and
comparing the profile of these users to findings on morbidity and mortality due to mental and
behavioral disorders in Viçosa / MG. It is a cross-sectional, descriptive study. We used as sources of
information the data recorded in the medical records of users in day-PD permanence registered in
CAPS. Data were included for users residing in Viçosa and also for non-residents. In addition,
secondary data from the SUS Hospital Information System - SIH / SUS, and information on registered
deaths and the Mortality Information System - SIM were used. It considered the cases that occurred in
the health region of Viçosa, from 2004 to 2017. The variables analyzed were: hospitalizations in the
health region; deaths in the health region; year of hospitalization; year of death; sex and age of
hospitalized users and also of deaths; causes of hospitalization and causes of death considering the
ICD-10 regarding mental and behavioral disorders. Regarding the profile of CAPS Awakening users,
there was a predominance of women (53%) over men (47%). At the age of admission, there was a
predominance of adult users (73%), followed by young (24%) and elderly (3%). There was a
prevalence of diagnoses related to schizophrenia (F20 to F29) and disorders related to psychoactive
substance use (64%). There were also significant diagnoses related to mood disorders (27%). It was
possible to identify in the period from 2004 to 2017, 706 cases of hospitalizations being (67%) were
men. The most prevalent disorder was Mental and Behavioral Disorders due to alcohol use with (198
cases). Mortality data for mental and behavioral disorders. The occurrence of 90 deaths from such
causes in Viçosa, from 2004 to 2017. The most significant diagnosis was mental and behavioral
disorder due to psychoactive substance use (49%). Based on the profiles, it is possible to suggest
focused user assistance. For discussions on the practice, rethinking the established and applied, it is
necessary for the union and joint effort of health professionals, where all have the same purpose of
welcoming, treating, assisting and guiding people in mental suffering to their as social law and
meeting the biopsychosocial model of health care.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 2. Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo sexo no
Viçosa-MG, NOVEMBRO/2019..........................................................................................................19
FIGURA 3. Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo faixa etária
no momento da admissão no serviço. Viçosa-MG, 2004 – 2019.........................................................20
FIGURA 4. Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo faixa etária
no momento da coleta dos dados. Viçosa-MG, novembro/2019...........................................................21
FIGURA 5. Proporção usuários CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo estado civil.
Viçosa-MG, novembro, 2019...............................................................................................................22
FIGURA 6. Proporção usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo sexo e
estado civil. Viçosa-MG, novembro, 2019...........................................................................................23
FIGURA 7. Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo bairro/região
de residência. Viçosa-MG, novembro, 2019........................................................................................24
FIGURA 8.Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo tempo de
permanência no serviço. Viçosa-MG, novembro, 2019.......................................................................26
FIGURA 9. Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo referência para
serviço de saúde mental. Viçosa-MG, novembro, 2019.......................................................................27
QUADRO 1. Códigos CID 10 utilizados para a classificação e descrição dos transtornos mentais e
comportamentais e classificação do tipo de transtorno mental e comportamental................................5
viii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Hipótese diagnóstica registrada para usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia
(PD), Viçosa-MG, novembro, 2019....................................................................................................25
TABELA 2. Mobilidade Hospitalar do SUS por transtornos mentais e comportamentais, segundo
sexo. Viçosa-MG, 2004 a 2017............................................................................................................30
TABELA 3. Mortalidade por transtornos mentais e comportamentais, segundo o sexo. Viçosa-MG,
2004 a 2017.........................................................................................................................................31
ix
TR - Técnico de Referência
PD - Permanência Dia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 1
Característica do estudo.......................................................................................................................2
Aspectos éticos....................................................................................................................................7
Objetivo Geral.....................................................................................................................................7
Objetivos Específicos..........................................................................................................................7
A Saúde mental no Sistema Único de Saúde – SUS: as Redes de Atenção Psicossocial – RASP.....10
Local do estudo.................................................................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................... 34
APÊNDICE........................................................................................................................................ 38
Lei 10.206/2001................................................................................................................................42
xi
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 garante, em seu texto, que todos devem
possuir acesso à saúde, sendo dever do poder público o desenvolvimento de políticas
públicas visando à redução dos ricos de doenças e outros agravos, bem como de ações para
minimização das consequencias e secuelas tanto no nivel individual quanto coletivo. O
Sistema Únicode Saúde (SUS), foi criado, assim, com intuito de garantir oconjunto de ações
para atender essa previsão constitucional. Fruto de lutas sociais pela reforma sanitária
brasileira e pelo acesso à saúde por todos(as) cidadãos(as), o SUS tem como princípios
doutrinários a universalidade, equidade e integralidade e como princípios organizativos,
entre outros, a descentralização das ações e a regionalização. (DIAS, 2012).
Considerando o princípio da descentralização, cabe aos municípios o
desenvolvimento da Política de Saúde Mental conforme as diretrizes do SUS e, também, de
acordo com a Lei Federal nº. 10.216 de 2001, que estabelece o papel do Estado na proteção
e direitos dos portadores de transtornos mentais. , assumindo o papel de respeitar a
regionalização, articulação assistencial, promoção e reabilitação psicossocial, proporcionar a
promoção de ações na atenção básica, entre o Programa de Saúde da Família - PSF e rede de
Saúde Mental substitutiva, tendo em vista à redução de internações psiquiátricas e viabilizar
a reinserção social. (ESCUDEIRO; SOUZA, 2009).
Para proposição/planejamento e avaliação das políticas em saúde mental é
fundamental conhecer o perfil dos usuários dessa política. No intuito de cumprir o proposto
constitucional e garantir atenção psicossocial inclusiva e substitutiva aos tratamentos até
então realizados pelos hospitais psiquiátricos e manicômios, a partir da década de 1990, o
Ministério da Saúde, propôs a implementação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos a comunidade com oferta de
atendimento diário. Os CAPS são locais de cuidados, parcialidade, emancipação, interação,
construção social de convivência, inclusão e empoderamento. Local de diversos meios e
perspectivas a intervenções terapêuticas o que fortalece as demandas individuais do
tratamento, já que oferece ao usuário um serviço com uma diversidade de procedimentos
que abrange proporções diversas do existir (PINHEIRO et al., 2007).
Os CAPS são organizados por tipo, sendo eles o tipo I, II, III, Álcool e Drogas (AD)
e infanto-juvenil (CAPSi). O critério para efetivação da rede de atenção mental nas cidades
junto à implantação dos centros é o delineamento populacional dos municípios. Quanto
maior a população do município, maior complexidade dos níveis de atendimento
2
Característica do estudo
O presente estudo passou pelo Comitê de Ética e foi aprovado para submissão da
pesquisa que consistiu em um estudo transversal descritivo, construído a partir de dados
primários e secundários provenientes de prontuários de usuários do CAPS Despertar
atendidos em cuidados intensivos diários (cadastrados para permanência dia) e de dados
referentes à morbimortalidade por transtornos mentais e comportamentais registrados no
DATASUS, conforme plano de coleta, sistematização e análise dos dados descritos a seguir.
3
Para a construção dos dados sobre o perfil dos/as usuários/as óbitos do CAPS
Despertar, foram consultados os prontuários de paciente em cuidados intensivos diários
(permanência dia - PD), priorizando as informações descritas na capa padrão dos
prontuários. Foram incluídos dados dos/as usuários/as residentes em Viçosa e, também, dos
não residentes.
Para fins de coleta e posterior análise de dados, foram consideradas as seguintes
variáveis: sexo (masculino e feminino), idade, município de residência do/a usuário/a, zona
de residência, bairro/local de residência, hipótese diagnóstica principal e secundárias
(Código Internacional de doenças – CID10ª e Hipótese Diagnostica - HD), data de admissão
no CAPS e as demais rede de saúde para referência e a contra referencia para o/a usuário/a.
Para a categoria idade, foram consideradas a idade no momento da admissão no
CAPS e a idade no momento da coleta dos dados (novembro/2019). Foram consideradas três
faixas etárias para fins de classificação. São elas: agrupamos os resultados em três
categorias: jovem (de 12 a 24 anos), adulto (de 25 a 59) e idoso (mais de 60 anos), conforme
proposto por Jacobo et al. (2013).
Para descrição do local de residência dos usuários residentes em Viçosa, utilizou-se
como referência a as regiões censitárias propostas pelo IBGE, adaptadas por Melo (2011),
conforme (QUADRO 1).
Integrada pelos bairros: Betânia, Santa Clara (parte baixa, limitada pela av. JK até
Lourdes a rua Joaquim Andrade), Lourdes e Alameda Fábio Ribeiro
Santa Clara Integrada pelos bairros: JK, Santa Clara (parte alta), Maria Eugênia e São Sebastião
Amoras Integrada pelos bairros: Barrinha, Cidade Nova, Arduino Bolívar (Amoras),
Laranjal (São José), Boa Vista, Vau- Açú, Inácio Martins e Floresta
Silvestre Integrada pelos bairros: Liberdade, Violeira Recanto da Serra, João Brás,
Inconfidência, Parque do Ipê, Silvestre e Novo Silvestre
Acamari Integrada pelos bairros: Romão dos Reis, Rua Nova, Acamari, Vila Alves, Jardim
do Vale e Quinta dos Guimarães
São José do Triunfo Distrito São José do Triunfo e bairro João Mariano
Cachoeira de Santa Cruz Distrito de Cachoeira de Santa Cruz
Zona Rural Zona Rural de Viçosa
Fonte: Melo, 2011.
1
SIH/SUS: sistema de informação em saúde que registra as internações realizadas pelo SUS em determinado
local e período de tempo
5
QUADRO 2: Códigos CID 10 utilizados para a classificação e descrição dos transtornos mentais e
comportamentais e classificação do tipo de transtorno mental e comportamental. (continua).
TIPOS DE
TRANSTORNOS CÓDIGO NA
DESCRIÇÃO
MENTAIS E CID 10
COMPORTAMENTAIS
Compreende uma série de transtornos mentais reunidos,
tendo em comum uma etiologia demonstrável tal como
doença ou lesão cerebral ou outro comportamento que
Transtornos mentais leva à disfunção cerebral. A disfunção pode ser primária,
orgânicos, inclusive os F00-F09 como em doenças, lesões e comprometimento que afetam
sintomáticos o cérebro de maneira direta e seletiva; ou secundária,
como em doenças e transtornos sistemático que atacam o
cérebro apenas como um dos múltiplos órgãos ou sistema
orgânicos envolvidos.
Transtornos mentais e
Compreende numerosos transtornos que diferem entre si
comportamentais devidos
F10-F19 pela gravidade variável e por sintomatologia diversa, mas
ao uso de substância
que têm em comum o fato de serem todos atribuídos ao
psicoativa
uso de uma ou de várias substancias psicoativas,
prescritas ou não por um médico.
Agrupamento que reúne a esquizofrenia, a categoria mais
Esquizofrenia, transtornos importante deste grupo de transtornos, o transtorno
esquizotípicos e F20-29 esquizotípico, os transtornos delirantes persistentes e um
transtornos delirantes grupo maior de transtornos psicóticos agudos e
transitórios.
Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma
alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma
depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma
Transtornos do humor
F30-F39 elação. A alteração do humor em geral se acompanha de
[afetivos]
uma modificação do nível global de atividade, e a
maioria dos outros sintomas são quer secundários a estas
alterações do humor e da atividade, quer facilmente
2
SIM: sistema de informação em saúde que registra todos os óbitos ocorridos em determinado local e período
de tempo
6
Síndromes
comportamentais Transtornos alimentares ou disfunções sexuais ou de
associadas a disfunções F50-F59 sono causados por fatores emocionais;
fisiológicas e a fatores
físicos
Aspectos éticos
O projeto foi aprovado pelo CEP/Conep no dia 18/11/2019, podendo ser consultado
o resultado pela Plataforma Brasil (APÊNDICE 2). De acordo com a Resolução nº 466/12 e
a Resolução n. 510/16, “toda pesquisa envolvendo seres humanos deve ser submetida à
apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)”.
Após aprovado o projeto de pesquisa foi obedecidos os critérios da Resolução do
Conselho Nacional Saúde 466/2012, garantindo a proteção das informações a serem
coletados nos prontuários dos usuários do CAPS Despertar.
Para acesso aos prontuários foi solicitada autorização à Coordenação do CAPS
Despertar, Viçosa, MG/Secretaria de Saúde/Prefeitura Municipal de Viçosa, que assinou o
Termo de Autorização, sendo garantido que os dados coletados seriam utilizados,
exclusivamente, para fins da pesquisa, não sendo publicados nomes de usuários ou
trabalhadores ou outras informações que permitam a identificação das pessoas.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Até meados do Séc. XX, nos países ocidentais capitalistas como Alemanha, Europa,
França e Brasil, existiram diversos tipos de “tratamento da loucura”, desde o uso de
sanguessugas, da hipnose, choques e isolamento. Os considerados "Alienados Mentais",
eram asilados em casas de misericórdia ou manicômios, sendo julgados moralmente e
recebendo tratamentos degradantes. (RODRIGUES, 2014).
No Brasil no fim da década de 1950, a situação era grave nos hospitais psiquiátricos:
superlotação; deficiência de pessoal; maus-tratos; falta de vestuário e de alimentação;
péssimas condições físicas; cuidados técnicos escassos e automatizados. Onde os médicos
assumem a gestão dos serviços psiquiátricos. Eles tinham suas ações pautadas na ampliação
do significado da doença mental, na legitimação da reclusão dos indivíduos que
9
direta dos novos dispositivos da RPB, (DOMINGOS et al , 2012). No ano de 2001, após 12
anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei Federal 10.216, mais conhecida como “Lei
Paulo Delgado” foi sancionada no país, substituindo do Projeto de Lei original, e trazendo
modificações importantes no texto normativo como dispondo teoricamente acerca da
proteção, garantias e direitos das pessoas com transtornos mentais. Porém, em
contrapartida, a Lei não extinguiu a existência de hospitais psiquiátricos. Assim, a Lei
Federal 10.216 redireciona a assistência em Saúde Mental, privilegiando o oferecimento de
tratamento em serviços de base comunitária e dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas com transtornos mentais, embora não institua mecanismos claros para a progressiva
extinção dos manicômios. Ainda assim, a promulgação da Lei Federal 10.216 impõe novo
impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da
promulgação da Lei Federal 10.216 e da realização da III Conferência Nacional de Saúde
Mental, que a Política de Saúde Mental do governo federal, alinhada com as diretrizes da
Reforma Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade
(BRASIL, 2005).
Dessa lei origina-se a Política de Saúde Mental, onde propõe em suas diretrizes
normativas a garantia do cuidado ao usuário com transtornos mentais em serviços
substitutivos aos hospitais psiquiátricos, deixando para trás os antigos moldes da internação
de longa permanecia em ambientes isolados e sem o contato com a família. Redução em
leitos psiquiátricos de longa permanência, instigando a internação quando necessária em
hospitais gerais de curta duração. A Política de Saúde Mental visa a estruturação de uma
rede de dispositivos para com o serviço que permite a atenção ao usuário portador de
sofrimento mental no seu território, a desinstitucionalização do usuário em hospitais
psiquiátricos de longa duração, desenvolvimento de mecanismos para a reabilitação
psicossocial do individuo, através do trabalho, cultura e do lazer (BRASIL, 2012).
A construção do Sistema Único de Saúde avançou de forma significativa nos últimos
anos, fortalecendo as evidências da importância da Atenção Primária à Saúde (APS) como
base do sistema de saúde (DIAS, 2012). A APS ou nível primário ou primeiro nível de
atendimento do SUS, é caracterizada por atividades realizadas em postos e centros de saúde,
com fins de promover, proteger e garantir a saúde e o diagnóstico em nível ambulatorial e é
associado a uma preocupação com o saneamento. O nível secundário abrange as atividades
assistenciais nas especialidades médicas básicas que são a clínica médica, ginecologia e
obstetrícia, pediatria e clínica cirúrgica. Além destas quatro especialidades, atua na atenção
ambulatorial, internação, urgência e reabilitação. O nível terciário caracteriza-se por tratar de
1
vivência e circulação das pessoas, com uma vinculação sistemática e interativa entre a
Atenção Básica e as equipes de saúde mental.
De acordo com Medeiros (2015) o matriciamento figura como representante de uma
nova configuração que estabelece novos padrões de interação entre equipe médica e usuários
e que maximiza o compromisso dos profissionais com as atividades de saúde, à medida que
as barreiras de comunicação são burladas.
A nova proposta integradora visa transformar a lógica tradicional dos sistemas de
saúde (CHIAVERINI, 2011). Para que esta prática seja bem-sucedida é necessário que haja
mudanças nas relações de trabalho, que sempre foram hierarquizadas; mudança no modo
fragmentado de se operar a atenção à saúde; mudança na formação em saúde – centrada na
perspectiva biomédica; mudança no modo de praticar saúde – que transcende o setor saúde.
Além disso, é necessário empenho, mudanças e disponibilidade dos profissionais envolvidos
(IGLESIAS e AVELLAR 2017).
Para Furtado (2001) o modelo de atenção proposto pelo CAPS, preconiza o
desenvolvimento de Projetos Terapêuticos Individuais (PTI), no intuito de particularizar a
atenção oferecida a cada usuário. Para garantir o acompanhamento individualizado e
personalizado dos usuários, o Ministério da Saúde propôs a criação da figura do
“profissional de referência”. Esse seria o profissional responsável pela elaboração,
acompanhamento e avaliação do PTI, em conjunto, sempre que possível, com o próprio
paciente e seus familiares (BRASIL, 2004).
É importante informar sobre a centralidade do CAPS para a implementação efetiva
da Política de Saúde Mental, uma vez que este equipamento está presente em grande parte
dos municípios brasileiros e constitui-se, em muitos deles, a porta de entrada para a RASP
das pessoas com sofrimento mental.
Atualmente, existe mais de 2.462 de no Brasil, sendo 339 em Minas Gerais,
distribuídos nas 77 microrregiões de saúde do Estado (BRASIL; 2017). Em grande parte dos
municípios de pequeno e médio porte, o CAPS é, junto a outros equipamentos da atenção
básica, o único meio de acesso a política de saúde mental.
A saúde mental é um importante campo da saúde coletiva, por ser responsável no
acompanhamento no processo saúde-doença, que em sua grande maioria trabalha com
processos biopsicossociais complexos, que demandam uma abordagem interdisciplinar e
intersetorial, com ações inseridas em uma rede de serviços e dispositivos de atenção e de
cuidado inseridos no território, sendo um deles o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS.
1
social (PUTTINI et al. 2010),passa a vê que a doença não é só unicausal como no modelo
biomédico, mas consequência da relação dos mecanismos celulares, teciduais, organismos,
interpessoais e ambientais e também da crítica de que a relação saúde-doença é um
processo, portanto sem ponto fixo, mas sim um estado. Ao contrário do senso comum, que
infere ao termo a idéia de ausência de doenças. (Fava & Sonino, 2008).
O conceito de saúde, que era visto como ausência de doença passa a ser visto como
um bem-estar subjetivo, a visão do “paradigma” saúde-doença não como um conceito
dicotômico, mas como um processo, caracterizando outro modelo de atenção à saúde, o
modelo biopsicossocial.
O modelo biopsicossocial, trás uma nova maneira do profissional de saúde ver a
doença, que implica a substituição do termo tratar pelo cuidar que abrange a contínua
renovação da interpretação do respeito a si, do outro e do mundo, envolvendo da mesma
forma significados sobre saúde, doença, qualidade de vida, autonomia, que tornando um
espaço além do saber-fazer científico/tecnológico. Permitindo um olhar além da doença,
considerando-se o conhecimento de si próprio, o adoecer e a saúde, fatores essenciais na
reconstrução conjunta de sentidos a uma vida saudável em suas diversas particularidade
(MANDÚ, 2004).
1
Local do estudo
Ivete Starling de Oliveira3. Após o evento, ocorrido em julho de 2006, o CAPS foi
credenciado pelo Ministerio da Saúde em Janeiro de 2007, passando a receber recursos do
Governo Federal. Atualmente oferece assistência especializada a pessoas adultas que
apresentam intenso sofrimento psíquico residentes em Viçosa e região segundo fluxo de
atendimento ilustrado na FIGURA 1.
A criação desse Centro foi em busca de um processo de cuidado integral, inter-
setorial dos vários segmentos que compõe este trabalho, de um espaço que visa reintegrar os
usuários não só no convívio familiar, mas também à comunidade, envolvendo-os numa
grande rede de solidariedade. Assim, busca-se incluir socialmente os usuários, por meio do
incentivo ao retorno às atividades escolares, de trabalho, lazer, etc.
Nos CAPS os usuários são assistidos em regime de atenção diária. O tratamento
acontece através de atendimentos individuais e em grupos, e oficinas terapêuticas que
buscam a inclusão social, através do desenvolvimento da cidadania.
Os usuários podem frequentar por meio período (07h às 12h) ou período integral
(07h às 16h), diariamente ou em dias alternados, de acordo com o programa combinado e
estabelecido no momento da triagem e avaliação. O CAPS oferece um lanche pela manhã,
um almoço e um lanche à tarde.
Assim sendo, a cidade de Viçosa oferece à comunidade um serviço de atendimento
psicossocial na modalidade de CAPS II, equipamento importante para município com
população com mais de 70 mil habitantes, com uma equipe multiprofissional (dois Médicos
Psiquiatras, um Psicólogo, um Assistentes Sociais, um pedagoga, um Educador Físico, um
enfermeiro Saúde Mental, um Enfermeiro clinico, um Artesão, dois Assistentes
Administrativos, um Seguranças, quatro Técnicos de Enfermagem) que trabalham a inserção
social e a reabilitação do portador de sofrimento mental. Em casos de demanda de outros
profissionais, geralmente é realizado um processo seletivo ou obedecendo ao processo
seletivo ainda vigente.
3
Ivete Starling de Oliveira – Psicóloga, efetiva da Secretaria Municipal de Saúde de Viçosa/MG, desde 1998.
1
Intensivo (diariamente): quadro clínico que necessita de um cuidado diário, por parte
de uma equipe multiprofissional. O usuário pode, inclusive, ser cuidado
intensivamente através de atendimento domiciliar. Ao dar entrada em leito crise, o
usuário demanda cuidado intensivo. Receberá semanalmente no mínimo três
atendimentos do Técnico de referência -TR e um atendimento médico.
Semi-intensivo (de duas a três vezes por semana): quadro clinico que necessita de
uma atenção frequente. Entenda-se por isso usuários que necessitam participar
algumas vezes por semana das atividades do CAPS. Receberá semanalmente no
mínimo dois atendimentos do TR e 1 atendimento médico.
Não intensivo (até três vezes por mês): atendimentos prestados mensalmente ou
quinzenalmente ao usuário que por seu quadro clínico e projeto terapêutico, necessita de um
1
47% MULHERES
53% HOMENS
FIGURA 2: Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo sexo no
Viçosa-MG, novembro/2019.
Fonte: dados da pesquisa.
50,00
45,00
40,00
35,00
30,00
25,00
%
FEMININO
20,00
MASCULINO
15,00
10,00
5,00
0,00
Jovem Adulto Idoso
FAIXA ETÁRIA
FIGURA 3: Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo faixa etária
no momento da admissão no serviço. Viçosa-MG, 2004 – 2019.
Fonte: dados da pesquisa.
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
%
20,0 FEMININO
MASCULINO
15,0
10,0
5,0
0,0
Jovem Adulto Idoso
FAIXA ETÁRIA
FIGURA 4: Proporção usuários/as CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo faixa etária
no momento da coleta dos dados. Viçosa-MG, novembro/2019.
Fonte: dados da pesquisa.
60
50
40
%
30
20
10
0
Casados ou uniao estavelDivorciados ou separados solteiros viuvos
ESTADO CÍVIL
FIGURA 5: Proporção usuários CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo estado civil.
Viçosa-MG, novembro, 2019.
Fonte: dados da pesquisa.
Avaliando a relação sexo e estado civil, observamos que a maior parte dos homens
eram solteiros (44%), seguido dos casados ou em união estável (12%) e, no caso das
mulheres, a maioria era casada (12%), seguido das solteiras (9%). (FIGURA 6).
2
50
45
40
35
30
25
%
20
15
10
Estado civil
FIGURA 6: Proporção usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo sexo e
estado civil. Viçosa-MG, novembro, 2019.
Fonte: dados da pesquisa
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
TOTAL DE USÚARIOS CAPS Despertar
FIGURA 7: Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo bairro/região
de residência. Viçosa-MG, novembro, 2019.
Fonte: dados da pesquisa.
TABELA 1: Hipótese diagnóstica registrada para usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia
(PD), Viçosa-MG, novembro, 2019.
CÓDIGO NA DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA TOTAL %
CID 10 DE CASOS
F06 Outros transtornos mentais devidos à lesão e disfunção 1 3%
cerebral e a doença física
F10 a F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso 11 32%
de substância psicoativa
F20 a F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos 11 32%
delirantes.
F30 a F39 Transtornos do humor [afetivos] 9 27%
F40 a F49 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o 1 3%
“stress” e transtornos somatoformes.
6%
18%
MENOS UM ANO
61%
FIGURA 8: Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo tempo de
permanência no serviço. Viçosa-MG, novembro, 2019.
Fonte: dados da pesquisa.
ultil para desenvolver trabalhos correlacionados com o grau de dificulades de cada um.
O usuário deve ser acompanhado pela atenção secundaria até que seu quadro
estabelize e receba alta, sendo assim encaminhado novamente ou referenciado para atenção
primaria para que o acompanhamento seja prosseguido de forma continua prestando os
devidos cuidados e atendimento a estes usuarios.
Assim sendo, e considerando a proposta da política de saúde mental (BRASIL,
2004). O método de reconstrução dos laços sociais, familiares e comunitários, é o que
possibilita a autonomia do individuo. Além disso, o CAPS deve buscar um elo diario e
direto com as equipes da rede básica de saúde em seu território.
Ao avaliar a existência de acompanhamento dos usuários do CAPS Despertar
(referência e contra referencia), na rede de saúde de Viçosa, foi possível observar que a
maior parte dos casos foram referenciados ao CAPS por profissionais das especialidades
médicas (psiquiatria e neurologia) fora da rede SUS (47%), ou seja, por médicos
particulares. Apenas 23% foram referenciados ao CAPS Despertar por médicos das ESF de
Viçosa e região. 30% não foi possível identificar a fonte que realizou o encaminhamento ou
houve demanda espontânea por parte do usuário, visto que o serviço é porta aberta, ou seja,
qualquer pessoa pode acessar o serviço quando necessário (FIGURA 9).
21%
23%
FIGURA 9: Total de usuários do CAPS Despertar em Permanência Dia (PD), segundo referência
para serviço de saúde mental. Viçosa-MG, novembro, 2019.
Fonte: dados da pesquisa.
2
Esquizofrenia, 2 100% - - 2 2%
transtornos
esquizotípicos e
delirantes.
Síndrome 1 100% - - 1 1%
comportamentais
associadas disfunção
fisiológica e fatores
físicos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste trabalho teve como Objetivou descrever o perfil dos usuários do
Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Despertar e comparar o perfil desses usuários a achados
sobre morbimortalidade por transtornos mentais e comportamentais no município de Viçosa-MG.
Foi realizada uma pesquisa, onde conta com uma breve contextualização da trajetória da
Reforma Psiquiátrica Brasileira até os dias atuais, as novas políticas de atenção em saúde
mental, o Centros de Atenção Psicossocial-CAPS, ou seja, o universo da atenção em saúde
mental no município de estudo. O CAPS Despertar de Viçosa - MG, local aonde se
conduziu o estudo, proporcionou condições para a realização da pesquisa. Os resultados
obtidos permitiram delinear o perfil dos usuários em permanecia dia- PD do CAPS II de
Viçosa-MG.
O estudo foi realizado através de uma pesquisa transversal descritiva, estando
sujeitos a limitações, que podem em maior ou menor grau, ter interferido nos resultados
alcançados. Uma das limitações foi alguns dados não preenchidos nos prontuários. O
preenchimento e o registro das informações contidas nos prontuários devem ser feitos
corretamente, para possibilitar a análise epidemiológica quando necessária outra limitação
encontrada. O curto período de tempo para coleta dos dados, fazendo com que não
pudéssemos efetuar a pesquisa com todos os prontuários do CAPS Despertar. A
impossibilidade de não coletar os dados dos outros 1.850 prontuários se deu pela demora nos
tramites e aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de ética e pesquisa da Universidade
Federal de viçosa, sendo assim optou-se em realizar o estudo somente com os usuários em
PD, (34 prontuários), adequando para cumprir os objetivos da pesquisa.
O perfil dos usuários do CAPS Despertar caracterizou por indivíduos adultos do
sexo feminino. Observou-se a prevalência dos diagnósticos relacionados à esquizofrenia
com (32%), (F20 a F29) e dos transtornos relacionados ao uso de substancias psicoativo
(32%) e os diagnósticos relacionados aos transtornos de humor (27%). Já os usuários que
contabilizados pelo o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde
(SIH-SUS) para morbimortalidade, caracterizou-se por indivíduos do sexo masculino,
adultos, os diagnósticos prevalentes foi Transtornos mentais e comportamentais devido uso
álcool. Quanto à mortalidade o transtorno de maior prevalência foi Transtornos mentais e
comportamentais devido ao uso substâncias psicoativas.
Com base nos perfis, é possível sugerir a realização de uma assistência focada ao usuário,
com discussões sobre a prática, repensando o já estabelecido e aplicado, se faz necessário à
3
união e esforços em conjunto dos profissionais de saúde, onde todos tenham como igual
propósito acolher, tratar, auxiliar e guiar as pessoas em sofrimento mental aos seus direito,
como direito social e indo ao encontro do modelo biopsicossocial de atendimento em saúde.
Sugere-se que outros estudos desta ordem sejam realizados, no sentido de possibilitar
o reconhecimento atenção em saúde mental do município, uma vez que o estudo não
contemplou a todos os prontuários dos pacientes do CAPS II, sendo assim, mesmo com
todos os resultados alcançados sobre a demanda e serviço é necessário uma analise
minuciosa, pois mesmos que com a analise de 34 prontuários foi possível o reconhecimento
de possíveis obstruções na infraestrutura e processo de trabalho da rede de saúde, que
comprometem o cuidado e o trabalho existe para aquele usuário.
Espera-se que este trabalho, contribua para o aprimoramento das ações nos CAPS II
de Viçosa/MG e a rede de atenção psicossocial, avançando com a prática em saúde mental
baseada nos preceitos da reforma psiquiátrica, expandindo as técnicas e atividades
laboratoriais e clinica, ampliando o atendimento ao usuário para o modelo biopsicossocial,
de modo a contribuir para a realocação o individuo na sociedade, estimular estes a exercer
novamente sua autonomia, suscitando o trabalho em equipe para que o usuário se sinta parte
do meio social.
Com base nos resultados colhidos na pesquisa e embasado no aporte literário neste texto
monográfico, recomenda-se para futuros trabalhos que possam envolver os temas abordados,
bem como uma análise das limitações da pesquisa realizada.
- estudos que possa se aprofundar mais a revisão teórica.
-Levantamento dos dados de todos os prontuários da CAPS Despertar.
- trazer dados e a historia da contrarreforma do Estado, o desmonte da seguridade,
Privatização dos serviços de saúde e o conservadorismo nos serviços de saúde.
- incluir dados sóciodemográficos nos objetivos do estudo.
3
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APÊNDICE
Nº PRONTUÁRIO
NOME
D.T
SEXO
D.G1
D.G2
T. ACOMP
R.RESD
N.RESD
B.RESD
M. RESD
R.CAPS
D.AD. CAPS
I.AC. APS
IDADE
Nome - Será identificada somente a primeira letra inicial de cada nome e sobre nome;
Lei 10.206/2001
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