Modelo Pre Projeto Completo Enfermagem V0

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FACULDADE SEQUENCIAL

Curso de Graduação em
ENFERMAGEM

Ariane de lima soares– RA 215452


Ana Maria Balbino pereira – RA 215452
Ana Paula Lopes da silva – RA 215452
Carla Priscila de jesus melo – RA 215452
Evelyn Gonçalves de mello – RA 215452
Tatiane carvalho C. da Silva – RA 215452

TÍTULO DO TRABALHO: Magnitude entre a acessibilidade,


espaço de tempo e o diagnóstico da TUBERCULOSE

Faculdade Sequencial
2022
Ariane de lima soares – RA 215452
Ana Maria Balbino pereira – RA 215452
Ana Paula Lopes da silva – RA 215452
Carla Priscila de jesus melo – RA 215452
Evelyn Gonçalves de Mello – RA 215452
Tatiane carvalho C. da Silva – RA 215452

TÍTULO DO TRABALHO: Magnitude entre a acessibilidade,


espaço de tempo e o diagnóstico da TUBERCULOSE

Projeto Integrador apresentado ao


Curso de Enfermagem da Faculdade
Sequencial
Orientador: Prof. Alexandre de Oliveira

Faculdade Sequencial
2022
SUMÁRIO

1. O PROJETO..........................................................................................................................4
2. OBJETIVOS..........................................................................................................................5
3. MÉTODOS.............................................................................................................................5
4. RESULTADOS......................................................................................................................6
5. DISCUSSÃO.........................................................................................................................6
6.CONCLUSÃO..............................................................................................................6

REFERÊNCIAS.........................................................................................................................8
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1. O PROJETO
Objetivo
Analisar, na perspectiva dos portadores de tuberculose, a relação entre a
acessibilidade ao sistema de saúde, o espaço de tempo e a realização do
diagnóstico.

Métodos
Estudo analítico, correlacional, com delineamento transversal, realizado com
105 portadores de tuberculose atendidos na Atenção Primária à Saúde e no
Serviço de Referência Especializado de um município prioritário mineiro. A
análise de correspondência múltipla foi utilizada para identificar a associação
entre os componentes da acessibilidade ao sistema de saúde, o espaço de
tempo e a realização do diagnóstico da tuberculose.

Resultados
Observou-se associação temporal com o retardo no diagnóstico da
tuberculose, com relação direta do serviço de primeira escolha do paciente,
sendo os hospitais os locais que realizavam o diagnóstico em tempo oportuno,
revelando baixa resolutividade dos serviços de atenção primária para as ações
de controle da doença, no que se refere, principalmente, à identificação dos
sintomáticos respiratórios.

Conclusão
Os achados destacam a urgência na reorganização dos serviços de atenção à
tuberculose, fortalecendo a descentralização das ações para a Atenção
Primária à Saúde, com enfoque na identificação precoce dos sintomáticos
respiratórios e garantia de acessibilidade aos serviços de saúde, a fim de
minimizar os impactos da extensão temporal no diagnóstico precoce.

Tuberculose; Acesso aos serviços de saúde; Tempo; Diagnóstico tardio;


Avaliação de programas e projetos de saúde; Acesso aos serviços de saúde.
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2. OBJETIVOS
Analisar, na perspectiva dos portadores de tuberculose, a relação entre a
acessibilidade ao sistema de saúde, o espaço de tempo e a realização
do diagnóstico.

3. MÉTODOS

O estudo, foi realizado no estado de Minas Gerais, por apresentar maior


incidência da doença em 2018; esses dados foram coletados nas unidades
básicas de saúde e no serviço especializado em tuberculose (tisiologia).
Foram convidados, pacientes diagnosticados com tuberculose há pelo menos
um mês ou em tratamento, sendo maiores de 18 anos, de todas as classes,
credo, cor e religião.
Sendo esta determinada desde a primeira busca pelo serviço de saúde até a
obtenção do resultado laboratorial, e apresentar as correlações entre as
variáveis, foi criado indicadores que correspondem ao valor médio obtido pela
somatória das respostas, sendo estas padronizadas para conseguir indicar o
número de dias até a obtenção do diagnóstico, tendo como valor médio 23,5
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4. RESULTADOS
Participaram do estudo 105 portadores de tuberculose. Na análise do perfil
socioeconômico, observa-se que a idade média dos participantes foi de 39 anos, em
sua maioria, homens 58, adultos, jovens 59, não finalizaram o ensino fundamental 31,
solteiros 57, estavam desempregados 44, e possuíam renda inferior a três salários
mínimos 73.
Existem dados para avaliar a associação entre o serviço de saúde que diagnosticou a
tuberculose, o tempo que o paciente demorou para conseguir uma consulta e o
número de vezes que precisou procurar o serviço para descobrir a doença.
Pode-se dizer que há uma associação entre procurar o hospital privado, quando os
sintomas começam, e ser diagnosticado neste serviço de saúde, isto é, pacientes que
procuram hospital privado com sintomas de tuberculose são diagnosticados
principalmente neste hospital. A mesma associação pode ser observada para os
consultórios particulares e hospital público. No caso de o paciente buscar a Estratégia
de Saúde da Família, o diagnóstico está principalmente associado à esta unidade de
saúde, mas também ao pronto atendimento.
Considerando o tempo que o paciente leva para descobrir a doença e o número de
vezes que ele procura o serviço de saúde, podemos dizer, que os pacientes que
procuram o serviço de saúde 5 ou mais vezes caracterizam-se por um tempo de 5 ou
mais semanas para descobrir a doença. Já os que procuram a unidade de saúde apenas
1 vez estão associados a um tempo de 2 a 3 semanas para obter o diagnóstico.

5. DISCUSSÃO

O estudo demonstrou que as ações preconizadas para a garantia do itinerário


terapêutico da tuberculose não são efetivas, iniciando pelo diagnóstico da doença. A
acessibilidade aos serviços de saúde não é garantia de sucesso no controle da
tuberculose, uma vez que a porta de entrada preferencial do paciente não ocorre pela
atenção primária a saúde, caracterizando baixa resolutividade, o que faz com o mesmo
inicie sua saga em busca do atendimento assertivo por outros níveis de complexidade
tecnológica, ampliando o tempo para a realização do diagnóstico.

As características socioeconômicas dos participantes reforçam o laço da doença com o


fator social, reiterando, em sua maioria, indivíduos com pouca formação escolar,
adultos jovens e desempregados, corroborando com pesquisas
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O estudo aponta que na associação entre o local que diagnosticou a tuberculose e o


tempo da resposta, foi possível perceber que os serviços de alta complexidade
tecnológica, foram os que tiveram desempenho satisfatório na visão dos pacientes.
Embora os programas de controle da tuberculose preconizem que o diagnóstico seja
feito na APS, grande parte dos pacientes ainda são diagnosticados em hospitais. As
barreiras de acessibilidade às unidades básicas de saúde e sua baixa resolutividade
favorecem o aumento dos casos identificados em hospitais.

Os obstáculos de acessibilidade concentram-se em aspectos da população e em


características dos serviços de saúde. A busca pelo atendimento mais próximo da
moradia e as condições para deslocamento até as unidades de saúde constituem
fatores que se relacionam aos usuários. A localização das unidades de saúde, as
características estruturais dos serviços e a capacidade de atenção aos usuários são
pontos que descrevem os aspectos institucionais da acessibilidade. Em cada vertente,
essas barreiras limitam o diagnóstico precoce da tuberculose, favorecendo o aumento
da transmissibilidade e o agravamento do prognóstico do paciente.

Do ponto de vista da resolutividade, é perceptível que os serviços de atenção à


tuberculose no município não satisfazem as demandas que surgem, tendo dificuldades
para a implementação das estratégias que foram pactuadas. A resolutividade pode ser
entendida como a avaliação satisfatória dos serviços obtidos pelo atendimento aos
seus usuários. Essa análise envolve questões relacionadas à organização e
desempenho dos serviços de saúde, os níveis de complexidade tecnológica, a
acessibilidade, a destreza dos profissionais, entre outros.

As falhas nas ações de controle da tuberculose na atenção básica contribuem para o


crescente número de casos diagnosticados em hospitais que, muitas vezes, o paciente
já apresenta quadro clínico avançado, com risco aumentado para a morte. Essa
situação converge para o diagnóstico tardio da doença e a superlotação dos serviços
de alta complexidade. A rede particular obteve destaque com a suspeição e rapidez no
diagnóstico da tuberculose. Os pacientes que buscam esse serviço de saúde, o fazem
pela lógica da resolutividade e agilidade com os casos, assim como, por terem uma
condição socioeconômica mais favorável em relação aqueles que são diagnosticados
nos ambulatórios de referência e nas unidades básicas de saúde.
Observa-se com o estudo que os níveis de saúde com maior complexidade são capazes
de identificar precocemente os casos, ao passo que aqueles pacientes que buscam a
APS como primeira escolha para atendimento, o diagnóstico nem sempre ocorre neste
local, estando também associado ao pronto-atendimento. Estudos evidenciam a
relação entre o diagnóstico precoce e os serviços de saúde de primeiro contato, sendo
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as unidades de urgência e emergência as que os SR buscam com maior


frequênciaquando do início do quadro clínico da tuberculose.
Pela lógica da organização das redes de atenção à saúde, é característica da APS a
porta de entrada do SR, constituindo-se eixo estruturante e ordenador do percurso da
linha de cuidado. No entanto, essa premissa não foi notória no presente estudo, no
qual o SR busca, primeiramente, os níveis de maior complexidade tecnológica,
configurando como alcance resolutivo para suas necessidades de saúde, como o caso
das Unidades de Pronto Atendimento (UPA), que apresentam fluxo por demanda
espontânea em 24 horas, dispondo de recursos de média complexidade tecnológica,
que atendem às condições agudizadas de seus clientes.
Considerando as sucessivas visitas pelo portador de tuberculose aos serviços de saúde
para conseguir consultar e sua associação com o tempo para a descoberta da doença,
foi possível verificar que quanto mais o paciente busca os serviços de saúde para
conseguir atendimento, maior é o tempo para a suspeição da tuberculose e a
realização do diagnóstico. Sendo a tuberculose uma das doenças prioritárias no Brasil,
as ações de controle devem contar com estrutura e o desempenho mínimas das
equipes e dos serviços de saúde, por meio do estímulo para a busca ativa dos casos e a
percepção imediata dos SR, o acesso aos exames diagnóstico, o tratamento e as
medidas preventivas.
Os SR que buscam os serviços de saúde com sinais clássicos da tuberculose devem ser
investigados, pois, muitas vezes esses sintomas são subestimados como problema de
saúde pelos próprios pacientes, agravando o prognóstico e retardando a realização dos
exames diagnósticos, que também apresentam barreiras no que tange ao tempo de
retorno dos resultados. A realização precoce do diagnóstico não deve exceder três
semanas da identificação do SR, iniciando o tratamento dos baculíferos positivos em,
no máximo, 48 horas após o resultado do exame.(19) Essas condições associam-se com
os retornos sucessivos do paciente aos serviços de saúde para os devidos
encaminhamentos do caso.
O atraso na realização do diagnóstico não está relacionado apenas às condições do
paciente. Sua efetivação pode estar relacionada ao tipo de serviço de saúde procurado
pelo paciente como porta de entrada, que sugere a facilidade no acesso e a
resolutividade do caso, com a percepção de atendimento imediato, recursos
tecnológicos acessíveis e sensação de solução do problema quando a procura ocorre
preferencialmente pelos serviços de média e alta complexidade.
A acessibilidade geográfica aos serviços de saúde influencia no tempo de realização do
diagnóstico e condiciona às melhorias nos indicadores da tuberculose.(14,20) A
proximidade com a unidade de saúde satisfaz as necessidades do paciente,
assegurando-lhe acolhimento e resolutividade, reforça-se seu vínculo com as equipes
de saúde e, no controle da tuberculose, contribui para a identificação dos SR e para
que os diagnósticos sejam realizados em tempo oportuno.
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Mesmo com os avanços na estruturação das políticas de controle da tuberculose,


ainda perduram questões para viabilizar a acessibilidade aos pacientes.(14) É
necessário superar os desafios que contribuem para a ineficácia das ações, como a
baixa cobertura da APS no município do estudo (com cerca de 57,95% da população
total), a localização de algumas unidades de saúde em áreas de difícil acesso, a
estrutura organizacional dos serviços de saúde, a limitação no horário de atendimento
aos portadores de tuberculose, a infraestrutura inadequada para o acolhimento e
atenção ao paciente, a incapacidade dos profissionais de saúde na suspeita clínica e na
solicitação de exames para o diagnóstico precoce, entre outros.
Faz-se necessário uma reorganização dos serviços de atenção à tuberculose, dando
condições para efetivação da descentralização para a APS, com o intuito de fortalecer
sua capacidade organizacional para promoção da resolutividade de suas ações,
evitando o retorno constante do paciente aos serviços de saúde sem a realização do
diagnóstico ou o seu deslocamento para os níveis de maior complexidade. Ainda,
diante do cenário apresentado, sugere-se a ampliação da cobertura da APS; a
capacitação contínua das equipes de saúde da atenção básica na suspeita clínica,
priorizando as ações de prevenção na perspectiva de fortalecer a atenção básica para a
ampliação da busca ativa dos casos e detecção precoce dos sintomáticos respiratórios,
o que reduz o tempo para a realização do diagnóstico e o seguimento no itinerário
terapêutico do doente.
Limitações foram identificadas no estudo, sendo elas: demonstra a realidade de um
município; algumas unidades de saúde têm barreiras geográficas que interferem na
coleta de dados e, a dificuldade de encontrar os pacientes em sua residência.
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REFERÊNCIAS

1
World Health Organization (WHO). Global tuberculosis report 2020. Genève:
WHO; 2020 [cited 2020 Jan 20]. Available from:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/336069/9789240013131-
eng.pdf
» https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/336069/9789240013131-
eng.pdf
2
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Boletim Epidemiológico de Tuberculose. Brasília (DF): Ministério da Saúde;
2020 [citado 2020 Jan 20]. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/centrais-
de-conteudos/boletins-epidemiologicos-vertical
» http://www.aids.gov.br/pt-br/centrais-de-conteudos/boletins-epidemiologicos-
vertical
3
Macinko J, Almeida C, Oliveira E. Avaliação das características organizacionais
dos serviços de atenção básica em Petrópolis: teste de uma metodologia.
Saúde Debate. 2003;27(65):243-56.
4
Maciel EL, Golub JE, Peres RL, Hadad DJ, Fávero JL, Molino LP, et al. Delay in
diagnosis of pulmonary tuberculosis at a primary health clinic in Vitoria, Brazil.
Int J Tuberc Lung Dis. 2010;14(11):1403-10.
scielo.br/j/ape/a/vk4HnGCfKkGGLhdHZKjm7WR/?lang=pt

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