Aula Portugues
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Definições
Em sentido amplo, a palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou
breve, antigo ou moderno.
(...)
São textos, portanto, uma frase, um fragmento de um diálogo, um provérbio, um verso, uma
estrofe, um poema, um romance, e até mesmo uma palavra-frase, ou seja, a chamada frase de
situação ou frase inarticulada, como a que se apresenta em expressões como “Fogo!”,
“Silêncio”, situadas em contextos específicos. (GUIMARÃES, 2007, p. 14)
Texto é um tecido verbal estruturado de tal modo que as idéias formam um todo coeso, uno,
coerente. Todas as partes devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim,
um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser considerado um texto. Da mesma
forma, se lhe falta coerência, se as idéias são contraditórias, também não se constitui um texto.
Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma idéia para outra não estabelecem
coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura um texto.
(...)
Um texto só se configura texto quando veicula uma informação que não era do conhecimento do
leitor, ou que não o era da forma como será exposta, o que implica, naturalmente, matizes novos
e, conseqüentemente, uma nova maneira de ver os fatos. (MEDEIROS, 2006, p. 39-40)
O cinema, que antes de ganhar imagens existe enquanto palavras num roteiro,
nos serve de exemplo em várias situações, como as estórias intercambiáveis de Pulp
fiction – tempo de violência, de Quentin Tarantino; a aparente desconexão dos
fatos em The wall, de Alan Parker; a narração contra o fluxo temporal de Amnésia,
de Christopher Nolan e as três possibilidades para as mesmas personagens em
Corra Lola, corra, de Tom Tykwer.
No entanto, nem só de mensagens verbais vive o ser humano. A linguagem participa de aspectos
mais amplos que apenas o verbo.
O corpo fala, a fotografia flagra, a arquitetura recorta espaços, a pintura imprime, o teatro encena
o verbal, o visual, o sonoro, a poesia – forma especialmente inédita de linguagem – surpreende, a
música irradia sons, a escultura tateia, o cinema movimenta etc. (CHALHUB, 2004, p. 6)
Obviamente cada gênero terá seu uso específico, o descritivo para relatar
detalhes, o narrativo para contar uma história real ou uma estória ficcional e o
dissertativo para expressar nossa opinião sobre determinado assunto.
Organização
Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência de palavras, o texto não é uma
simples sucessão de frases.
São elos transfrásicos, relações entre as frases no nível do sentido que fazem do texto um
conjunto limitado de informações que se seguem sobre um eixo de sucessividade.
(...)
Duas principais espécies de relações mantêm interligados os elementos constitutivos da
significação do texto, ou seja, os elementos temáticos: as relações lógicas e as relações de
redundância.
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Encadeamento
Da colocação das unidades em relação sistemática nasce este objeto ao mesmo tempo coerente e
complexo, - o texto, cujo sentido, porém, não é um dado prévio, ele depende das relações que as
unidades textuais entretêm umas com as outras e constitui, de qualquer modo, uma matriz de
funcionamento, que adquire determinada estrutura a partir do instante em que passa a integrar a
mensagem. (GUIMARÃES, 2007, p. 25)
Coesão
A coesão estabelece relações de sentido, por meio das quais uma sentença se
liga com a anterior numa sequência linear, seja através de palavras ou de frases, tendo
como propósito criar textos. São os chamados laços ou elos coesivos.
Os urubus e sabiás
(1) Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... (2) Os urubus,
aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a
natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. (3) E para isto fundaram escolas e
importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram
competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de
mandar nos outros. (4) Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e
o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu
titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. (5) Tudo ia muito bem até que a doce
tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. (6) A floresta foi invadida por bandos de
pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... (7) Os
velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos,
sabiás e canários para um inquérito. (8) “- Onde estão os documentos dos seus concursos?” (9) E
as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas
houvessem. (10) Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas.
(11) E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam,
simplesmente... (12) “– Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito
à ordem.” (13) E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam
sem alvarás... (14) MORAL: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá.
(ALVES, 1984, p. 61-62)
em (4); e, em (7)); localização temporal (até que, em (5); explicação ou justificativa (porque,
em (9) e (10)); adição de argumentos ou idéias (e, em (11)).
É por meio de mecanismos como estes que se vai tecendo o “tecido” (tessitura) do texto. A esse
fenômeno é que se denomina coesão textual. (KOCH, 2008, p. 15)
Coerência
(MOTTA, 2008)
Redação comentada
Faltou o título
Creio que todas as pessoas com as quais tomamos contato, ainda que não diretamente,
contribuem de alguma forma para nossa formação. Alguns/Algumas de forma positiva,
sendo verdadeiros exemplos a serem seguidos. Outros/Outras, mostrando-nos o que
não ser e o que não fazer.
Começando pelos piores exemplos, a maioria dos políticos do Brasil são anti-modelos
para nossa formação, ensinam-nos tudo o que devemos evitar em nossa vida. É Claro
que existem políticos que nos transmitem coisas positivas, mas, num ambiente com
tanta sujeira, fica difícil separar o joio do trigo. Muitos líderes de outras áreas também
contribuem para nossa formação, mas a lição mais forte a ser aprendida, ainda que
negativa, vem dos nossos políticos.
Em se tratando da educação formal, os maiores responsáveis por nossa formação são os
professores, que, infelizmente, em nosso país, não têm o respeito devido. Ganham mal,
são mal treinados e, por isso, são incapazes de nos transmitir muitos conhecimentos.
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Fazem o possível que podem, mas suas capacidades são limitadas. A maioria não
ensina aos alunos o prazer de aprender, somente os obriga a estudar.
Terminando com quem deve nos dar os melhores exemplos, vem os nossos pais e
familiares, decisivos em nossa formação moral. São eles que estão mais próximos de
nós e por mais tempo, e que podem melhor nos transmitir os valores e ideais que
devemos seguir. Valores e ideais que vão nortear nossa vida para sempre.
Ainda que de forma muito diferente, todas essas pessoas nos ensinam algo para nossa
vida.
Pena termos que aprender muitas vezes através de maus exemplos, mas isso serve
para nos ensinar o que temos que mudar. (CAMARGO, 2008, p. 26)
• início e fim: um elemento tem muito em comum com o outro, fatos anunciados
no início agrupam-se em direção ao fim, recapitulando aquilo proposto no
começo e discutido ao longo do texto.
Ainda que distinguíveis (a coesão diz respeito aos modos de interconexão dos
componentes textuais; a coerência refere-se aos modos como os elementos subjacentes
à superfície textual tecem a rede de sentido), trata-se de dois aspectos de um mesmo
fenômeno – a coesão funcionando como efeito da coerência, ambas cúmplices no
processo da articulação do texto. (GUIMARÃES, 2007, p. 42)
Referências
ALVES, Rubem. Estórias de quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez Editora, 1984.
CAMARGO, Thaís Nicoleti de. Redação linha a linha. São Paulo: Publifolha, 2008.