IMPOSTOS MOcambique
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objectivos
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do trabalho
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domínio do discurso
académico
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Análise e
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relevantes na área de
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dados
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Conclusão 2.0
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Aspectos
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gerais
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Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
índice
3
Introdução........................................................................................................................................4
1. Classificação dos impostos: classificação e características dos impostos em Moçambique.......5
1.1. Descrição Geral.....................................................................................................................5
1.1. 1. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas (IRPC....................................6
1.1.2. Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS)........................................7
1.1.3. Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC)..............................................8
1.1.4. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)......................................................................9
1.1.5. Outros Impostos sobre a Despesa....................................................................................12
2. Quadro resumo dos principais impostos moçambicanos.......................................................13
Conclusão......................................................................................................................................15
Referências Bibliográficas.............................................................................................................16
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Introdução
A política fiscal é uma das bases fundamentais para o desenvolvimento, pois, é ela que suporta as
funções básicas de um Estado efectivo e cria condições para o crescimento económico. Muitas
vezes é também vista como catalisadora de uma governação responsável e accountable1,
responsável pela expansão da capacidade do Estado.
A política fiscal moçambicana, resulta, segundo Souto (1996) citado por Buanaissa (2013), da
herança dos mecanismos coloniais de cobrança de impostos e outras formas de arrecadação de
receitas. Este facto aliado à fragilidade do Estado resultante da sua debilidade económico-
financeira, têm grande expressão no processo de criação e consolidação do Estado moçambicano.
A debilidade económico-financeira a que Souto (1996) citado por Buanaissa (2013), se refere,
reflecte-se na vida económica do povo, em que parte da população sobrevive do sector informal,
que na maior parte, a sua contribuição no Estado, os impostos, não entra para contabilidade
nacional por diversos factores.
Posto isto, é importante referir que este trabalho inserido na cadeira de Direito Administrativo,
pretende conhecer os impostos e suas práticas associadas para a compreensão da relação entre
Estado e cidadão ou sociedade. Pretende-se, especificamente, entender a forma como a máquina
estatal se desenvolve e acresce o sentido de cidadania na medida que se consolida os
mecanismos de colecta fiscal.
Este trabalho constitui, de uma maneira geral, uma descrição sobre até que ponto a política fiscal
e o processo tributário, em especial, contribuem para a criação e estabelecimento do Estado
moçambicano, considerando que ela constitui um grande desafio para o desenvolvimento do
país, bem como, para a elevação da consciência de cidadania nacional. Para a realização deste
trabalho foi adoptado a pesquisa exploratória: Feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas e publicadas (Gil, 2002).
1 O termo accantable é usado para se referir ao Estado que presta contas aos cidadãos de maneira transparente e
legalmente regular.
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Para Idem (2015) sistema tributário Moçambicano integra os impostos nacionais e autárquicos,
tratados em dispositivos legais diferentes. O imposto nacional actua a dois níveis:
Directo (tributação dos rendimentos e riqueza), através do Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Colectivas- IRPC e do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares- IRPS;
Indirecto (tributação das despesas), através do Imposto sobre o Valor Acrescentado- IVA;
Imposto sobre Consumos Específicos- ICE e os Direitos Aduaneiros.
Para além destes, que são os principais impostos, o sistema tributário moçambicano se completa
com outros impostos, nomeadamente: imposto do selo, imposto sobre as sucessões e doações,
Sisa, imposto especial sobre o jogo, imposto de reconstrução nacional, imposto sobre veículos e
outros impostos e taxas específicas estabelecidos em legislação própria.
Devem requerer o registo nas finanças, tanto pessoas singulares como colectivas, o património
ou organização de facto ou de direito, vinculados à prestação tributária.
a) Pessoas singulares:
Considera-se, para efeitos tributários, residentes em Moçambique: quem haja nele permanecido
mais de 180 dias seguidos ou interpolados; que disponha de habitação em Moçambique, o que
faz supor a intenção de nele permanecer; desempenhe no estrangeiro funções ou comissões de
carácter público ao serviço da República de Moçambique, sejam tripulantes de navios ou
aeronaves ao serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva em Moçambique.
b) Pessoas colectivas:
A matéria colectável, determinada nos termos do IRPC, das seguintes sociedades com sede ou
direcção efectiva em território nacional, é imputada aos sócios das mesmas integrando-se na
determinação do rendimento tributável destes para efeitos de IRPS ou IRPC, consoante o que
lhes seja imputável, ainda que, não tenha havido distribuição de lucros:
Ainda Portal Governo (2015) afirma que, o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRPS) incide sobre o valor global anual dos respectivos rendimentos, expressos quer em
dinheiro quer em espécie, seja qual for o local onde se obtenham e a moeda e a forma por que
sejam auferidos, mesmo que provenientes de actos ilícitos, classificados nas seguintes categorias:
São sujeitas a IRPS as pessoas singulares que residam no território nacional, pela totalidade dos
respectivos rendimentos, incluindo os produzidos fora desse território, e as não residentes, pelos
rendimentos aqui obtidos.
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Existindo agregado familiar, o imposto é devido pelo conjunto dos rendimentos das pessoas que
o constituem.
O rendimento colectável em IRPS é o que resulta do englobamento dos rendimentos das várias
categorias auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções e os abatimentos previstos no
respectivo Código.
Não são englobados para efeito de tributação os rendimentos aos quais seja aplicado o regime de
taxa liberatória, sem prejuízo da opção pelo englobamento.
Refira-se que a tributação dos sujeitos passivos no ISPC é de carácter optativo. Para os sujeitos
passivos que optem pela tributação em ISPC, sobre as transmissões de bens e prestações de
serviços que realizem não há lugar ao IVA e, sobre os rendimentos obtidos, não incide IRPS ou
IRPC.
Os sujeitos passivos de ISPC que aufiram outros rendimentos, para além de rendimentos
classificados como da segunda categoria em sede de IRPC (rendimentos empresarias e
profissionais), são tributados em ISPC apenas relativamente aos rendimentos desta categoria,
devendo os restantes rendimento serem declarados para efeitos de tributação em IRPS.
a) Regras de Incidência:
d) Taxas Aplicáveis:
O imposto sobre o Valor Acrescentado incide sobre o valor das transmissões de bens e
prestações de serviços realizadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal, bem como sobre as importações de bens.
Salvo prova em contrário, são também considerados como tendo sido objecto de transmissão
pelo sujeito passivo os bens adquiridos, importados ou produzidos que não se encontrarem
nas existências dos estabelecimentos do sujeito passivo e bem assim os que tenham sido
consumidos em quantidades que, tendo em conta o volume de produção, devem considerar-se
excessivas.
b) Isenções:
- Prestações de serviços efectuadas no interesse colectivo dos seus associados por organismos
sem finalidade lucrativa, desde que esses organismos prossigam objectivos de natureza política,
sindical, religiosa, patriótica, filantrópica, recreativa, desportiva, cultural, cívica ou de
representação de interesses económicos e a única contraprestação seja uma quota fixada nos
termos dos respectivos estatutos;
- Prestações de serviços que tenham por objecto o ensino, bem como as transmissões de bens e
prestações de serviços conexas;
c) Valor Tributável:
O valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a imposto é, em
regra, o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um
terceiro, nele se incluindo os impostos, direitos, taxa e outras imposições, com excepção do
próprio imposto sobre o valor acrescentado.
c) Taxa do Imposto:
Segundo Moçambique (2019), o Imposto sobre Consumos Específicos tributa de forma selectiva
o consumo de determinados bens constantes de tabela anexa ao respectivo Código e incide, de
uma só vez, no produtor ou no importador, consoante o caso.
A tabela de taxas em vigor, contendo a lista dos bens tributados, é a constante da Lei nº 17/2009,
de 10 de Setembro, e encontra-se organizada segundo a classificação e a nomenclatura da pauta
aduaneira.
As taxas estabelecidas são taxas ad valorem e variam entre 5% a 75%. Para determinados bens
constantes na tabela, a aplicação das taxas ad valorem deve ser conjugada com o valor mínimo
de imposto devido por unidade específica de tributação.
Incide sobre bem específicos, de uma só vez, sobre o produtor ou importador, depositário,
operador, detentor para fins comerciais, arrematante em venda judicial, consoante o caso
(Moçambique, 2019).
b) Direitos Aduaneiros
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Imposto sobre Incide sobre algumas categorias de bens de luxo e nocivos Entre 15% e 75%
Consumos à saúde e para o meio ambiente
Específicos
(ICE)
Direitos Mercadorias importadas e exportadas Definidos na pauta aduaneira
Aduaneiros
SISA Transmissões a título oneroso do direito de propriedade 2% agravada para 10%
ou figuras parcelarem desse direito sobre imóveis quando adquirente
seja residente em paraíso
fiscal
Imposto Predial Incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos 0,4% prédios para habitação;
Autárquico situados no território da respectiva autarquia, ou na sua 0,7% no caso de prédios
falta, o valor declarado pelos proprietários desses mesmos destinados a actividade de
prédios natureza comercial, industrial
ou para o exercício de
actividades profissionais
independentes
Imposto sobre Transmissões a título gratuito do direito de propriedade Entre 2% e 10%
Sucessões e sobre bens móveis e imóveis
Doações
Imposto do Incide sobre diversas realidades, como é, designadamente, Várias taxas de imposto, com
Selo o caso de documentos, contratos, livros, papéis, acções e o máximo de 10%.
obrigações, alvará de empreitada, cartões de crédito, Os actos e documentos
cheques, garantias de obrigações, jogo, licenças, notariado relacionados com o jogo
e actos notariais, marcas e patentes, operações aduaneiras estão sujeitos a uma taxa de
e financeiras, seguros, títulos de crédito e transferências 50%
de fundos, entre outras.
Imposto de Incide sobre todos os cidadãos nacionais e Taxas definidas anualmente
Reconstrução estrangeiros residentes no território nacional
Nacional
Fonte: Caderno fiscal Moçambique (2015)
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Conclusão
Feito o trabalho foi possível constatar que os impostos nacionais classificam-se em directos, que
são os que recaem directamente sobre o rendimento, a destacar: IRPS; IRPC e Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes. E os Impostos Indirectos são os que recaem sobre a
despesa, e destacam-se: IVA; ICE e Direitos Aduaneiros, bem como, Outros Impostos
nomeadamente: O imposto do Selo; A Sisa; Imposto Especial sobre jogos; O imposto de
Reconstrução Nacional; O Imposto sobre Veículos.
Foi possível constatar também que face as características de cada tipo de imposto que,
actualmente, com o evoluir da situação social, a estrutura de tributação Político-económica em
Moçambique, e da situação é relativamente mais complexa e inspira maiores desafios para que
possa responder ao equilíbrio desejado entre as receitas e as despesas públicas, bem como as
expectativas. Pois, a tributação é assumida como de grande importância para a administração
pública, visto ser a forma usual de financiamento ou suporte das despesas governamentais para
sua existência, bem como para o crescimento do próprio Estado.
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Referências Bibliográficas
Buanaissa, Anísio F. (2013). Estado, Impostos e Cidadania em Moçambique: Algumas
Reflexões sobre as Percepções. Maputo: Dissertação apresentada no Departamento de
Ciência Política e Administração Pública da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da
Universidade Eduardo Mondlane;
Moçambique, Caderno Fiscal (2015). Sistema Tributário. Montepio. Disponível em www.
Montepio/mocambique-04-sistema-tributario-07102015/pdf
Moçambique, Boletim República (2019). Regulamento do Código do Imposto Sobre
Consumos Específicos. I SÉRIE — Número 180;
Salvador, Yara Lúcia. O Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes – Sua Inserção
no Sector Informal. Maputo: Licenciatura apresentada na UEM, Faculdade De Economia;
Souto, Amélia (1996). Guia Bibliográfico para Estudante de História de Moçambique;
UEM-CEA; 1ra. Ed; Maputo;
www.portalgoverno.gov.mz. Impostostributariodescriçãogeral/ acessado aos 02.11.2022