Amenorreia e Sop
Amenorreia e Sop
Amenorreia e Sop
AMENORREIA E SOP
FORMAÇÃO DA GENITÁLIA:
Interna: útero + trompas + 2/3 superiores da vagina
Intrauterina: genitália indefinida que pode desenvolver para masculina ou feminina
o Ductos de Muller/ ductos paramesonéfricos: Muller que faz Mulher. útero, trompas e
2/3 superiores da vagina.
Sem anti-mulleriano
o Ductos de Wolff/ ductos mesonéfricos: hormônio Anti-mulleriano impede o
crescimento do ducto de Muller Cresce Wolff
Externa: Depende de ação androgênica:
Homem: ação da di-hidrotestosterona genitália masculina
o Deficiência de 5-alfa-redutase testosterona não vira di-hidrotestosterona não tem
genitália masculina.
Mulher: sem di-hidrotestosterona genitália feminina
o Clitóris, grandes e pequenos lábios
Desenvolvimento gonadal:
Ovariano: tem que ter ausência do gene SRY e presença de WNT4
Ausência de testículo = desenvolvimento de fenótipo feminino
AMENORREIA:
Para que menstrue: Estrogênio (torna endométrio proliferativo) + progesterona (torna
endométrio secretor) + anatomia
Ausência de menstruação na menacme
Primária:
Não menstrua até os 14 anos e não apresenta desenvolvimento dos caracteres secundários.
o Alguns citam 13 anos
Se tiver caracteres secundários: espera até os 16 anos indica que tem algum
funcionamento endócrino, por mais que não seja completo
o Telarca: broto mamária
o Pubarca: pelos
o Menarca: primeira menstruação.
Secundária: Menstruava e ficou sem menstruação por 6 meses ou 3 ciclos. (alguns citam 3
meses)
Diferente de atraso menstrual aqui não se atinge o limite temporal.
Após abortamento: caso haja período sem menstruação maior que 3 meses.
Sangramento menstrual diminuído:
Hipomenorreia: redução nos dias de duração ou no fluxo
Oligomenorreia: redução na frequência das menstruações (intervalos maiores)
Criptomenorreia: sangramento não se exterioriza por alterações no trajeto de saída (agenesia
de colo, hímen imperfurado ou septo transverso
Atraso menstrual: ausência da menstruação por período inferior a 3 ciclos
Relevância clínica:
Sinal de atraso ou falha no desenvolvimento feminino ou no funcionamento do eixo H-H-O
Sintoma de várias entidades clínicas possíveis.
Classificação em etiologias anatômicas:
Herdadas:
o Agenesia mulleriana (parcial ou total)
o
Septo vaginal
o
Atresia cervical
o
Hímen imperfurado
o
Fusão labial
Adquiridas:
o Sinéquias intrauterinas (Sd de Asherman)
o Estenose do colo uterino
Classificação da amenorreia:
Compartimento IV: Hipotálamo: secreção pulsátil de GnRH
Compartimento III: Hipófise anterior: FSH e LH
Compartimento II: Ovários: E e P
Compartimento I: Uterovaginal desordem do fluxo de saída
AMENORREIA PRIMÁRIA:
Aspectos principais:
Presença ou ausência de caracteres sexuais secundários (mamas desenvolvidas)
Presença ou ausência de útero: Exame físico, US pélvia e/ou RNM.
Níveis de FSH
Roteiro investigativo:
1. Anamnese e exame físico: caracteres sexuais secundários
2. Dosagem de FSH ou Avaliação uterovaginal
3. Primeiras conclusões
4. Ausência de caracteres secundários:
Digenesia gonadal: cariótipo
Eixo HH: neuroimagem/teste do GnRH
5. Presença de caracteres secundários:
Vagina curta ou (-): cariótipo + USF/RM pelve
Vagina (+): testes diagnósticos
Anamnese:
Idade
HX patológica pregressa
Relações sexuais
Exame físico:
Altura/peso:
o Sd de Morris: altura mais alta
o Sd de turner: Baixa estatura
Hisrsutismo/acne:
Fácies
Caracteres sexuais secundários
Vulva/vagina
Colo/útero/anexos
Não tem caracteres sexuais secundários presentes:
FSH e LH elevado: digenesia gonadal pedir cariótipo (causa mais comum é Sd de Turner)
o É um hipogonadismo hipergonadotrófico
FSH e LH diminuído: Problema não é no ovário, pois ele não está sendo estimulado
o Pensar em doença do SNC (hipófise e hipotálamo)
o Fazer RM/TC ou teste de GnRH:
Negativo: Hipófise
Positivo: Hipotálamo
Tem caracteres sexuais secundários presentes:
Avaliação uterovaginal:
o Vagina ausente ou curta: avaliar cariótipo; USG da pele; RM da pelve.
Vagina curta: Agenesia mulleriana; SIAC
2
Avaliar cariótipo: 46, XX = MRKH; XY= SIAC.
o Vagina presente: observar se tem alteração na saída, como hímen imperfurado.
Ex: todo mês tem cólica + tem caracteres secundários
Aqui as etiologias devem ser as mesmas da secundária, somente ocorrendo antes.
AMENORREIA SECUNDÁRIA:
Roteiro investigativo:
1.
Anamnese + exame físico e descartar gestação (B-HCG)
2.
TSH + prolactina
3.
Primeiras conclusões + teste da progesterona (P4)
4.
Teste do estrogênio + progesterona
5.
Dosagem do FSH
6.
Neuroimagem ou teste do GnRH
Anamnese:
Idade
HPP/HF:
o Atraso menstrual
o Ciclos irregulares
o Manipulação uterina: como curetagem
o Medicamentos
o Sinais e sintomas:
Neurológicos: existem causas tumorais. Pode ter sintomas de compressão do quiasma
óptico, por exemplo.
Hipoestrogenismo: sinal clínico de falência ovariana.
Exame físico:
Altura/Peso: IMC >30 (ciclos anovulatórios) ou IMC <18
Hirsutismo/Acne
Fácies/Galactorreia
Caracteres sexuais secundários
Vulva/vagina: Atrofia ou não
Colo/útero/Anexos
Descartar gestação Beta-HCG (quantitativo)
TSH + Prolactina:
Hipotireoidismo + hiperprolactimenia: provavelmente a hiperprolactinemia é secundária
ao hipotireoidismo.
o TRH é um dos principais estimulantes da prolactina.
Hipotireoidismo: eventualmente pode ter hipertireoidismo (aumento da conversão periférica
de estrogênio = retrocontrole hipotalâmico anormal).
Hiperprolactinemia:
o Prolactinoma:
Diagnóstico: RNM;
Tratamento: é inicialmente sempre clínico Agonista dopaminérgico (dopamina inibe
prolactina) cabergolina ou bromocriptina.
Cabergolina: mais caro e tem menos efeitos colaterais. É a mesa usada para inibição da
lactação em HIV +
Tamanho não é indicação de cirurgia Mas, macroprolactinomas (>10mm) que não
respondem = cirurgia transesfenoidal.
Efeitos colaterais: Cefaleia, diplopia, distúrbio visual
o Medicamentosa: Metoclopramida (antagonista da dopamina), neurolépticos, tricíclicos,
ranitidina. ACHO
o Outras: gestação, hipotireoidismo (aumento do TRH estimula), cirrose, IR, RT, estimulação
mamária.
Teste da progesterona:
Avalia o status estrogênico e a patência do trato genital de saída
3
Paciente teve um endométrio que proliferou (estrogênio funcionando normalmente- tem que ser
>40) mas não teve progesterona para tornar o endométrio secretor
Administração: Acetato de medroxiprogesterona - 10mg/dia durante 5-10 dias e ai pode ter
dois resultados:
Se tem sangramento em até 7dias: o estrogênio estava funcionando e o trajeto não está
bloqueado
o Progesterona é dependente da ovulação = Paciente em anovulação
o Ela tinha estrogênio, o trajeto de saída estava pérvio, houve preparação do endométrio, mas
não teve formação de corpo lúteo.
o Principal causa: SOP
Ausência de sangramento: obstrução do trato genital de saída, lesão endometrial
(endométrio não está proliferando pois foi lesado), hipoestrogenismo.
o Seguir o roteiro
Teste do estrogênio:
Visa examinar a resposta endometrial e avaliar a patência do trato de saída.
Administração: de 1,25mg/dia de estrogênios conjugados ou 2mg/dia de estradiol, VO, por 21
dias + Progesterona nos 5 últimos dias:
Teve sangramento (teste positivo): Exclui causas uterovaginais (compartimento II, III ou
IV).
Sem sangramento: Alterações no compartimento I (anomalias congênitas do tto genital)
o Exame físico criterioso
Na falta de alterações ao exame físico e de dados relacionados a atrofia endometrial, exclui-se o
teste do estrogênio e segue-se com a dosagem de FSH.
Teste do FSH:
Avaliar os compartimentos II, III e IV (ovário, hipófise e hipotálamo) em pacientes em que se
evidência sangramento após teste do estrogênio.
A def. de estrogênio e de progesterona pode ser atribuída a uma causa ovariana ou a um
distúrbio do eixo hipotálamo-hipofisário.
Níveis elevados de FSH (>20): Causa ovariana (compartimento II)
o Hipogonadismo Hipergonadotrófico: Integridade do eixo Hipotálamo-hipofisário com
produção inadequada dos hormônios ovarianos
Níveis reduzidos de FSH (<5): Causa na hipófise (III) ou Hipotálamo (IV):
o Hipogonadismo (gônada não responde) Hipogonadotrófico: produção inadequada dos
hormônios ovarianos por ausência de estímulo central.
Deve-se dar um intervalo de no mínimo 2 semanas após teste com hormônio exógenos, pois
estes alteram os níveis de Gonadotrofinas.
Níveis normais ou reduzidos de gonadotrofinas exigem a investigação de tumores do
SNC, por exames de imagem:
o RNM, ou TC de crânio ou ainda RX de sela túrcica na indisponibilidade dos dois primeiros
FSH < 5UI/L: causa hipotalâmica ou hipofisária. Pré-púberes, anorexia nervosa.
FSH > 20UI/L e de LH >40UI/L: causa ovariana (tem o estímulo mas o ovário não
responde). Ou tumores produtores de gonadotrofinas (neoplasia maligna de pulmão)
Teste do GnRH:
Não adianta dosar tem secreção pulsátil.
Quando em Hipogonadismo Hipogonadotrófico, para determinar a origem da disfunção (se
hipofisária ou hipotalâmica)
Coleta-se uma amostra de sangue para avaliar os níveis basais de LH e FSH, seguida de
administração de 100mg de GnRH IV, e posterior avaliação dos níveis de LH e FSH.
Positivo: quando há aumento dos níveis de gonadotrofinas de pelo menos 200% em relação
aos níveis basais sugere defeito hipotalâmico.
Negativo: Não tem aumento de FSH e LH = causa hipofisária
4
o
Pescoço alado, tórax em escudo, baixa estatura, baixa implantação de orelha, micrognatia
(DM, tireoidite, outras autoimunes).
o Disgeneseia com Y (Sd de Swyer): retirar a gônada (pois pode levar a tumorações)
Não tem hormônio antimulleriano ou produção de testosterona = fenótipo feminino
Hipogonadismo de causa hipotalâmica (20%):
Sd de Kallman: Amenorreia primária + infantilismo sexual + anosmia (pode haver cegueira
para cores- mais comum nos homens)
o Infatilismo sexual + ovários pequenos
Estresse, anorexia, exercícios físicos.
Ausência de útero, cérvice ou vagina (15%):
Malformações Mullerianas:
o ex da Sd de MRKH: 46,XX Vagina curta (em fundo cego) e sem colo e útero
Tem caracteres sexuais secundários ovário está funcionante.
Problema no desenvolvimento nos ductos de muller: Não forma útero, trompas e
parte superior da vagina
Associação com anomalias renais e de vias urinárias é frequente.
Geralmente descoberta por queixas de dificuldade em relação sexual.
Tratamento: confecção de neovagina
o Bicorno: falha na fusão próximal dos ductos de muller
o Unicorno: agenesia do ducto de muller de um lado
o Septado: Houve a fusão, mas não reabsorveu totalmente
o Didelfo: Dois úteros
Hiperplasia adrenal congênita:
o Genitália ambígua na mulher. pseudo-hermafroditismo
o Cariótipo é feminino, mas o excesso de androgênios leva ao desenvolvimento ambíguo da
genitália
o Na prova geralmente a mulher tem diminuição enzimática da 21-Hidroxilase, com
aumento da 17-OH-progesterona e aumento de androgênios.
Diagnóstico diferencial entre Sd MRKH e SIAC (Sd da insensibilidade completa aos
androgênios- Sd de Morris):
o SIAC (Sd de Morris):
Defeito no receptor androgênico
Cariótipo: 46,XY (masculino) Defeito no receptor androgênico
Gônadas: testículos (podem aparecer na forma de hérnia inguinal) tem que retirar
Clínica: Amenorreia primária, mama hipodesenvolvida, sem útero, vagina curta, mas sem
pelos.
o Sd. MRKH:
Agenesia mulleriana
Cariótipo: 46, XX (feminino)
Gônadas: ovários normais
Clínica: Amenorreia primária, com caracteres sexuais secundários (ovário funcionante), sem
útero, vagina curta e pelo normal.
Septo vaginal ou hímen imperfurado (5%):
Pode formar um hematocolbo
Doença hipofisária (5%)
Gravidez (3-4%):
Ovarianas (40%): Comp III.
Insuficiência ovariana prematura/Falência ovariana prematura: <40 anos +
esgotamento folicular paciente com fogacho, ressecamento de vagina...
Sd de Savage: folículos com resistência às gonadotrofinas. clínica de menopausa
o Pode acontecer na amenorreia primária: folículos nunca tiveram ação das gonadotrofinas
o Diagnóstico diferencial com falência ovariana: somente com biopsia ovariana (não é
recomendada)
Disgenesia gonadal: infantilismo sexual e aumento de FSH
5
Anovulação crônica:
o
Alteração nos mecanismos de feedback do eixo HHO que culmina no incuscesso da maturação
folicular e ovulação
Hipotalâmicas (35%)- Compartimento IV:
Tumores: Craniofaringioma
Hipofisárias (19%):
Tumores: Prolactinomas agonista dopaminérgico; cirurgia para sintomas compressivos.
Sd de Sheehan: necrose hipofisária pós-parto paciente menciona que teve gestação que
complicou com hemorragia choque hipovolêmico espasmo de A. pituitárias.
o Lembrar que hipófise cresce, mas a haste não. Quando choca, pode ter uma necrose
hipofisária Paciente com amenorreia secundária que não conseguiu amamentar (agalactia)
o Ocorre de semanas a meses após o parto
o Amenorreia secundária + ausência de lactação.
Uterovaginal (5%):
Sd de Asherman:
o Presença de sinéquias uterinas por conta de uma agressão endometrial prévia
o Situação comum: caso de curetagem de repetição ou ainda uma miomectomia
microscópica.
o Histeroscopia: é diagnóstica e terapêutica
Hiperplasia adrenal congênita de manifestação tardia: simula SOP anovulação crônica
e hiperandrogenismo.
REVISÃO:
Principal causa de amenorreia primária: Disgenesia gonadal Turner mais comum
Principal causa de amenorreia secundária: Gravidez
Principal causa de disgenesia gonadal: Sd de Turner (45,X é mais comum)
Amenorreia primária + 46,XX + caracteres secundários normais: Agenesia mulleriana
Principal tumor hipofisário causador de amenorreia: Prolactinoma
Principal causa ovariana de amenorreia: SOP
Teste da progesterona:
Sangra: compartimento II
Não sangra: teste do estrogênio + Progesterona
o Sangra: Compartimento II, III e IV Dosagem de FSH, neuroimagem ou teste do GnRH
o Não sangra: Compartimento I
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Hiperandrogenismo: Acne, alopecia, hirsutismo (escala de Ferrigman >/=8)
Obesidade:
Aumenta a aromatização periférica
Inibe a síntese hepática de SHBG = aumento de fração livre de estradiol e testosterona
Aumento dos níveis de inuslina
Laboratório:
Excluir outras doenças: TSH, prolactina, 17-OH-progesterona, cortisol.
Aumento de androgênios: androstenediona, testosterons, S-DHEA (Sulfato de
dehidroepiandrosterona- produzido somente na adrenal)
Aumento de estrogênio
Aumento de prolactina (algumas)
Aumento de LH e redução de FSH
Redução de SHBG
Redução de progesterona (anovulação)
Avaliar Sd metabólica.
Diagnóstico:
Critério de Rotterdam: 2 dos 3:
o Ovários policísticos à USG: >/12 folículos de 2-9mm ou Ovário: >/= 10 cm3
o Oligo/Anovulação
o Hiperandrogenismo
Tratamento:
Mudança de estilo de vida: dieta, exercício, redução do peso
Quer engravidar?
o Não: ACHO ou progesterona (desogestrel) progesterona faz queda de LH e estrogênio
aumenta SHBG
Ciproterona é a progesterona mais antiandrogênica
+ Cosmético: depilação a laser.
o Sim:
Clomifeno (se necessário: + metformina potencializa o efeito do clomifeno)
Alguns sugerem uso de letrozol (inibidor da aromatase).
** Metformina: não engravidou com clomifeno; não melhorou perfil glicêmico.