Organização e Trato Pedagógico... Lutas
Organização e Trato Pedagógico... Lutas
Organização e Trato Pedagógico... Lutas
/2008
Resumo Abstract
A sistematização do tema/conteúdo The systematization of the topic/
de lutas para a disciplina de content of wrestling for the subject
Educação Física escolar é uma of Physical Education at school is a
carência desta área de estudo. deficiency of this area of study. This
Este fato é considerado por alguns fact is considered by some teachers as
professores como restritivo ao trato limited to the pedagogical treatment
pedagógico deste tema/conteúdo. of such topic/content. We understand
Entendemos ser possível contrapor that it is possible to oppose such
esta suposta restrição, considerando: alleged limitation by considering: our
nossa concepção sobre a função da understanding of the function of Phy-
Educação Física escolar; um projeto sical Education at school, a curricu-
curricular de Educação Física; os lum for the suject, the time at school,
tempos escolares e as características and the characteristics of the student
do educando em cada etapa. Assim, in every phase. Thus, this topic/
este tema/conteúdo se justifica e pode content appears justified and can be
ser organizado, edificando-se uma organized by building a grounding so
base para que futuras intervenções that future pedagogical interventions
1 Prof. Licenciado em Educação Física - UNICRUZ/Cruz Alta-RS, Mestre em Educação nas Ciências
- UNIJUI/Ijuí-RS. Prof. Curso de Educação Física - UNIJUI/Ijuí-RS e do Curso de Educação Física
- URI/Santo Ângelo-RS. Contato: paulonascimento@urisan.tche.br
Ano XX, n° 31, dezembro/2008 37
pedagógicas tornem possível a sua make its presence and study in the
vivência e estudo no âmbito escolar. educational sphere possible.
Introdução
2 Para efeito de organização consideramos neste estudo as faixas etárias que dizem respeito a cada
etapa escolar, dentro de uma regularidade, embora não desconhecemos totalmente a realidade
encontrada no Brasil, que devido à repetência ou atrasos de aprendizagem faz com que alunos
de faixas etárias avançadas permaneçam em etapas escolares que, teoricamente, já deviam ter
sido superadas. Porém, em casos como estes, acreditamos que a necessidade passa a ser de (re)
adequarmos conteúdos, ou as formas de trabalhar estes conteúdos, procurando respeitar os tempos
de vida dos educandos (ARROYO, 2004).
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Categoria Motricidade
4 Ao exemplificar neste estudo (com o auxílio da literatura), como referência, alguns possíveis
conteúdos de ensino, não houve a preocupação em esgotá-los, nem em citá-los e classificá-los nas
dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais. Cada professor, estudioso do tema, poderá
aprofundá-los e classificá-los de acordo com seus objetivos e planejamentos.
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5 Segundo Sbórquia e Galhardo (2006), é possível abordar conteúdos de Educação Física através de
vivências. Nessas situações, “o interesse pedagógico não está centrado no domínio técnico dos
conteúdos, mas no seu domínio conceitual, na perspectiva de um saber sistematizado que supere o
senso comum, inserido num espaço humano de convivência, em que possam ser vivificados aqueles
valores humanos que aumentem o grau de confiança e de respeito entre os integrantes do grupo”.
6 Não é descartada a possibilidade de vivência de outras modalidades de luta, como a esgrima,
por exemplo.
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7 Em conversa pessoal, um professor de Karatê, ao relatar como havia chegado até sua iniciação
nesta prática, explicou que inicialmente realizara uma observação duradoura, em várias academias
de Karatê, até se decidir a respeito daquela que mais lhe agradasse e combinasse com o conceito
que tinha desta luta. Tal atitude presume um conhecimento e posicionamento prévio a respeito do
Karatê por parte do professor citado, o que de certa forma lhe deu capacidade de julgamento. Se
a pessoa não tiver o mínimo de acesso e leitura crítica a respeito daquilo que se coloca para sua
apreciação, daquilo que está a praticar ou do que um dia poderá se tornar aprendiz, como no caso
de alguma prática de luta, será mais fácil de ser levada por modismos, aparências e estimulações
da mídia. Sabemos também que há certo descontrole na proliferação das chamadas “academias
de luta”, assim como uma gama enorme de atribuições de significados a estas práticas, que nem
sempre estão relacionadas a comportamentos sociais, considerados mais aceitáveis, ou a uma
relação mestre x discípulo das mais sadias. Esta estimulação do senso crítico, acreditamos, deva
fazer parte do trabalho pedagógico do professor de Educação Física.
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