Aleandro Memoriais Finais Improbidade Administrativa

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO FEDERAL DA 2ª VARA DA

SUBSEÇÃO DA COMARCA DE SÃO CARLOS – ESTADO DE SÃO PAULO.

Processo nº 5001962-72.2019.403.6115

Ação Civil de Improbidade Administrativa

ALEANDRO ROGÉRIO EVARISTO, devidamente qualificado nos


autos da Ação de Improbidade Administrativa, ajuizada pelo Ministério Público
Federal, vem respeitosamente perante Vossa Excelência através de seu advogado
dativo, TEMPESTIVAMENTE, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS nos seguintes
termos:

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Trata-se de ação civil de improbidade administrativa ajuizada pelo
MINSITÉRIO PÚBLICO FEDERAL em face de ALEANDRO ROGÉRIO EVARISTO,
buscando sua condenação nas sanções previstas nos artigos 9º, 10 e 11, todos da
Lei nº 8.429/92.

O requerido devidamente notificado apresentou defesa


preliminar (id 21683496).

Pela decisão id 23442944, o Juízo afastou as preliminares arguidas


e recebeu a inicial, determinando a citação do requerido.

A partir da manifestação Id 22089573, a Fundação Universidade


Federal de São Carlos requereu sua intervenção no feito, na condição de assistente
litisconsorcial do autor.

O requerido apresentou contestação (Id 25905143). O Parquet


Federal apresentou réplica (id 27475174).

Houve a juntada nos presentes autos, da prova oral produzida na


Ação Penal nº 0000214-90.2019.403.6115 (a partir das certidões Id 39582768e Id
39583847).

Nos presentes autos, foram produzidas provas orais, com oitiva de


testemunhas indicadas pelo requerido, bem como foi colhido o depoimento do
requerido (juntada a partir do termo de audiência id 244382066).

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Vieram os autos à defesa para apresentação de alegações finais.

Em síntese, é o relatório.

Diante do conjunto probatório está demonstrado que a presente


ação deve ser julgada IMPROCEDENTE.

Consta da petição inicial, o presente feito foi instruído com cópia


dos autos nº 0000214-90.2019.4.03.6115 (Ação Penal), juntada no sistema
eletrônico.

Segundo a inicial, SUPOSTAMENTE, nos dias 08/08/2014,


15/10/2015 e 16/10/2015, na condição de técnico administrativo lotado na Divisão
de Controle Acadêmico/ProGrad, o requerido supostamente inseriu dados falsos
no sistema de Gestão Acadêmica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR),
consistentes em notas de disciplinas ministradas em curso de nível superior
ofertado pela instituição de ensino, com o fim de obter vantagem indevida para si.

Consta, ainda, que nos dias 22/09/2014 (Id 20286828, pág. 16/18),
13/01/2015 (Id 20286828, págs. 13/15), 03/08/2015 (Id 20286828, págs. 07/09),
11/01/2016 Id 20286828, págs. 04/06), e 12/07/2016 (Id 20286822, pág. 20 e Id
20286828, págs. 01/03), o requerido supostamente fez uso de documento público,
consistente em Histórico Escolar emitido pela Universidade Federal de São Carlos,
o qual continha declaração falsa, com o fim de alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante, qual seja, indicar que o requerido havia concluído
disciplinas na referida universidade pública, de modo que tais créditos pudessem
ser utilizados perante o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), em São

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Carlos, para obter a compensação de matérias no curso de Engenharia de
Produção.

Consta, outrossim, que no período compreendido entre janeiro de


2017 e novembro de 2018, o requerido supostamente obteve, para si, vantagem
ilícita, consistente em Incentivo à Qualificação, induzindo em mantendo em erro a
Universidade de São Carlos, mediante fraude consistente na apresentação de
certificado de conclusão do curso de nível superior de Bacharelado em Engenharia
de Produção, emitido pelo Centro Universitário Paulista (Unicep).

Consta, por fim, que no mês de janeiro de 2017, o requerido


supostamente fez uso de documento público, na Universidade Federal de São
Carlos, consistente em certificado de conclusão do curso de bacharelado em
Engenharia de Produção, emitido pelo Centro Universitário Central Paulista
(Unicep) em São Carlos, o qual continha declaração falsa, com o fim de alterar a
verdade sobre o fato juridicamente relevante, qual seja, indicar que o demandado
havia concluído o referido curso de nível superior, de modo a possibilitar sua
inscrição no curso de especialização lato sensu em Gestão de Produção, ofertado
pela UFSCAR.

PRELIMINARMENTE

ERROS NO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Excelência de forma preliminar nos memoriais, cabe ressaltar que


como restou provado, durante o processo administrativo houveram diversos erros,
falhas e vícios, onde Aleandro fui muito prejudicado. O mesmo demitido sem que

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o processo tivesse sido finalizado, já que na ocasião não houve quórum para o
julgamento do recurso junto ao conselho superior da universidade.

No processo houve a participação de pessoas impedidas de


participar do julgamento, que participaram da apuração e posteriormente das
decisões que acabaram culminando com a demissão de Aleandro.

Tais pessoas, mesmo sabendo que estavam impedidas


participaram, um absurdo! Mesmo sabendo de tais impedimentos fica evidente
que a UFSCAR foi conivente com tais fatos, não punindo e deixando participar.

Tais pessoas impedidas por lei de participar do julgamento votando


no conselho, tratando-se de pessoas que foram testemunhas no processo
administrativo conforme a LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Senão Vejamos :

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade


que:

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou


representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau;

Conforme prevê a Lei, em agosto de 2019, o requerido ingressou


com pedido de revisão do processo (documentos Id 22090249 – pag. 136 a 145 e
Id 22091007 – pag. 1 a 42 e Id 22091023 – pag. 1 a 48), porem por incrível que
pareça, até o momento sequer houve uma resposta da universidade. Por tratar-se

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de uma Universidade Pública, caberia no mínimo haver uma resposta do pedido de
revisão, porém simplesmente a UFSCAR deu de ombros. Vale dizer que várias
tentativas de Aleandro para obter a reposta foram feitas, porém restaram
infrutíferas (documento em anexo).

DAS CONTRADIÇÕES QUANTO AO CARGO OCUPADO PELO


REQUERIDO NA ÉPOCA DOS FATOS

Ao contrário do apurado, Aleandro Rogério Evaristo, em função da


reestruturação da Pró-Reitoria de Graduação, Resolução CoAd nº 065 de
26/09/2014, fora solicitado a realocação dos servidores da ProGrad, entre eles o
ex-servidor Aleandro Rogério Evaristo. O requerido que ocupava o cargo público
de assistente em administração, cujo ingresso ocorreu em 15/03/2012, com função
na Divisão de Controle Acadêmico/Prograd, foi alocado para o setor de
Coordenadoria de Estágio e Mobilidade/CEM, na data de 26/09/2014.

O documento que comprova a realocação de Aleandro, que


inclusive já consta dos autos (documento id. 20287640 (página 05), bem como
(documento id. 21684286), está sendo anexado novamente aos autos.

Diante dos fatos cumpre ressaltar que no departamento de


Coordenadoria de Estágio e Mobilidade, onde Aleandro fora alocado desde
26/09/2014, ANTES DOS FATOS NARRADOS NA INCIAL, não havia possibilidade de
qualquer inserção de dados por parte do requerido, pois para tanto havia
necessidade de senha especial, que só os servidores lotados no DiGra têm

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autorização e acesso para inserir e alterar dados no sistema de controle acadêmico
da UFSCar.

Para melhor compreensão de Vossa Excelência, as senhas são


liberadas automaticamente conforme o departamento de lotação do servidor.

Tais fatos são corroborados pelo depoimento da servidora Cláudia


Butarello, depoimento prestado na Ação Penal que fora juntada aos autos da Ação
Civil. A testemunha explica que “apenas funcionários da Digra tem senha especial
para inserção de dados no sistema.

Mas não é só!

Outro fato que chama atenção, e deve ser visto com outros olhos
por esse R. juízo é que a auditoria feita pela UFSCAR concluiu que as notas inserias
forma feitas em apenas uma data qual seja 15/10/2015, data posterior a
realocação do requerido, ou seja, mais uma demonstração de que Aleandro não
realizou qualquer inserção no sistema.

As testemunhas Arlei e Cláudia Alves também corroboram com as


alegações do Requerido, senão vejamos:

A testemunha Arlei relatou que a migração do sistema ProgradWeb


para o SIGA deu-se pelo fato de que o ProgradWeb estava sendo questionado na
UFSCAR por ser um sistema instável, vulnerável e também pela necessidade de
nova tecnologia houve migração para o SIGA.

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Quando perguntado se o sistema ProgradWeb apresentava alguma
vulnerabilidade a testemunha relatou “várias”, pois a testemunha Lotada no setor
SIM, chegou atender algumas vulnerabilidades do sistema, como pessoas que se
formaram e após verificar o histórico escolar estava faltando disciplina no histórico,
que o sistema não havia integralizado as disciplinas no sistema.

Relatou que quando fora contratado pela UFSCAR, já havia o intuito


de pensar um novo sistema, pois o ProgradWeb estava sendo questionado, como
vulnerabilidade, inconsistência e falhas no sistema.

Após perguntado se haviam reclamações dos próprios funcionários da


UFSCAR quanto a vulnerabilidade a testemunha relatou que “sim era uma
solicitação da DICA que hoje é DIGRA de fazer um novo sistema mais confiável,
quanto mais confiável possível.

Quando perguntado se qualquer funcionário poderia ter acesso ao


sistema para inserção de notas, a testemunha relatou que “negativo, que
basicamente eram os funcionários da antiga DICA ou DIGRA que tinha autorização
de inserção de dados via ProgradWeb.

Que disse no seu entender que a auditoria feita na época dos fatos foi
muito “débil”, diante da gravidade dos fatos, e conhecendo o sistema por ser muito
vulnerável, a auditoria deveria ter sido mais complexa, citou vazamento de senha
em um site, que deveriam ver se a senha teria sido vazada ou não, no segundo
momento pegar todas as falhas que tiveram conhecimento, ver se as falhas que no

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sistema apresentou ela apresentou um IP e um usuário para eliminar qualquer
dúvida, sendo assim a auditoria deveria ter sido mais complexa e mais profunda,
do que apenas analisar um log do banco de dados que sequer do sistema foi.

Por fim entendeu que pela gravidade dos fatos seria necessária uma
perícia computacional forense.

A testemunha CLÁUDIA ALVES, citou que teve conhecimento a


migração do sistema PROGRADWEB para o sistema SIGA, que o sistema já estava
naquele momento no limite e já estava vulnerável.

Que a vulnerabilidade principal seria “a questão de segurança”. Citou


como exemplo ataque de HACKER.

Que era comum a retificação pelos docentes.

Que fora emitido um relatório de inserção de dados quando da


auditoria.

Afirmou a testemunha que quando existe da migração, o sistema o


PROGRADWEB ficou disponível para consultas, mas o banco de dados dele estava
bloqueado para inserção de novos dados e o SIGA que estaria recebendo os dados
do novo sistema. Que é o marco existe, bloqueia todo a inserção de registro no
banco de dados antigo.

Citou que no caso do Aleandro o sistema PROGRADWEB encontrava-


se ativo, que ainda não havia sido feito a transição para o sistema SIGA, realizando
“testes”...

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Afirmou que apenas um setor específico poderia fazer inserção de
dados no sistema, no caso do PROGRADWEB, somente a DIGRA, que faria a
inserção de dados.

Afirmou que o setor CEM onde estava lotado o requerido não tinha tal
autorização para inserção e dados.

Ora Excelência diante dos depoimentos fica claro que seria impossível
Aleandro fazer inserção no sistema, sendo que estava lotada em cargo distinto do
autorizado para tal.

Outro fato que ficou evidente é que as mudanças eram apontadas para
melhora da tecnologia implementando uma tecnologia mais avançada pois o
sistema antigo não era confiável.

No depoimento das testemunhas foram apresentados falta de


confiabilidade do sistema, inclusive relatando falhas onde professores procuravam
os responsáveis pelo sistema para correção de dados.

Ao que ficou provado estamos diante de um sistema com falta de


confiabilidade, que constantemente apresentava falhas e que por isso foi
substituído por um mais moderno. Tais falhas e falta de confiabilidade não foram
observadas na auditoria feita pela UFSCAR para detectar se o requerido inseriu
dados ou não. O que se tem certeza é que não fora apurado que no momento o
sistema estava fechado, não fora verificado que no histórico do ProgradWeb não

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constavam disciplinas, ou seja, a auditoria realizada fora incompleta e eivada de
vícios que prejudicaram o requerido.

Mais uma prova que corrobora com as falhas no sistema é que, o


PROGRADWEB, mesmo desativado, permaneceu no ar para consultas, e em 26 de
junho de 2019 foram retirados dois históricos do sistema de ex-alunos que já se
formaram, estranhamente apenas um deles aparece as disciplinas no histórico,
mesmo já formado não aparece as disciplinas no histórico no PROGRADWEB, tal
fato demonstra mais uma prova da inconsistência do sistema.

O requerido retirou do Progradweb o histórico de 2 ex-alunos que


teriam se formado antes da mudança do sistema (documentos em anexo),
portanto deveriam aparecer disciplinas nos dois históricos. Como pode ser
verificado em um deles aparece disciplinas no histórico, porém no outro não.
Tendo em vista que os dois alunos já teriam se formado, portanto as disciplinas
cursadas deveriam aparecer nos dois históricos. Sendo assim existe mais uma prova
que havia falhas no sistema progradweb que não foram consideradas no momento
da auditoria que acabou por “condenar” Aleandro, lamentável!

DO SISTEMA FECHADO QUANDO DO PERÍODO APONTADO PELA AUDITORIA DA


ALTERAÇÃO DO SISTEMA

Excelência NUNCA existiu essa possibilidade, o sistema encontrava-


se fechado, senão vejamos:

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Segundo o boletim da reitoria da UFSCAR (documento id.
21684280), informa que o sistema estava fechado no período de 09/10/2015 à
09/11/2015, (documento em anexo).

Na mudança de sistema o Progradweb fechou para inserção de


dados novos a partir de 09/10/2015. Portanto a partir dessa data o sistema não
aceitaria inserção de novos dados.

O relatório da auditoria da UFSCar (documento id 20288031 pags. 1


e 2), dos autos, demonstram que as inserções foram feitas exatamente no dia
15/10/2015, período que o sistema estava fechado.

Mais um fato que corrobora com as alegações de Aleandro.

Para que Vossa Excelência tenha maiores elementos para conclusão


do presente feito, é imperioso informar que o histórico do ProgradWeb não
aparece nenhuma alteração, somente as disciplinas no sistema SIGA, onde
Aleandro nunca teve acesso.

Note-se que pelo que ficou demonstrado, foram consultados no


mesmo período os dois sistemas, onde constam os históricos dos alunos, que
deveriam aparecer as disciplinas no histórico, diga-se nos dois sistemas, já que tudo
que estava no Progradweb foi migrado para o SIGA. No sistema antigo,
Progradweb, por incrível que pareça, não aparece nenhuma disciplina, fato esse
que pode ser verificado conforme documento em anexo.

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As disciplinas só foram realmente aparecer no novo sistema, SIGA,
conforme documento em anexo.

Ora Excelência como pode a auditoria feita pela UFSCar acusar


Aleandro de inserção de dados no sistema Progradweb, sendo que tais disciplinas
não aparecem neste sistema. Caso fosse verídico, tais disciplinas deveriam constar
no histórico daquele sistema (Progradweb), tendo em vista que toda auditoria foi
realizada nele.

Aí fica a pergunta, porque não foi feita uma auditoria no sistema


SIGA, já que as disciplinas apenas aparecem neste sistema? um absurdo!

E não é só!

O sistema PROGRAWEB, todo início de período letivo, tem uma ação


chamada de Inscrições em disciplinas teste, que não foi informada nos
depoimentos, mostrando assim que os testes é uma constância na instituição, onde
a Divisão de Controle Acadêmico (DiCA), chefes de departamentos, docentes fazem
uma análise para saber as demandas e assim saber a quantidade de deferimento e
indeferimentos de discentes, e assim saber a possibilidade de oferta para alunos
regulares e alunos especiais, tamanho da sala entre outras necessidades, além de
ter a garantia que o sistema teve seu comportamento esperado, em virtude da
incerteza que o sistema colava aos seus operadores.

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A instituição através de seus depoentes afirmou que o sistema não
foi fechado e a transição de um sistema para o outro foi feito de forma imediata,
contrariando o Boletim de informe da Reitoria, que através da secretaria de
informática, unidade organizacional responsável pelos sistemas de informática da
instituição, que neste boletim informa “No dia 9 de outubro, o ProGradWeb será
fechado para a inclusão de novos dados, estando disponível apenas para consulta.

Conforme (documento id 20287650 pag. 1 a 8), desta data até 9 de


novembro, todos os dados serão migrados com segurança para o banco utilizado
pelo SIGA. O período foi escolhido em razão da baixa necessidade de inclusão de
dados no sistema, e demandará pequenas alterações no calendário acadêmico, que
já estão sendo informadas aos coordenadores de curso.

DA ENTRADA EM ATIVIDADE DO SISTEMA SIGA

O sistema SIGA entrou com atividade no dia 09/11 e mostra que as


inclusões no histórico foram feitas no dia 12/11, após toda migração de sistemas já
ter sido concluída.

Conforme se observa nos documentos dos autos, as disciplinas


aparecem no histórico na data de 12/11/2015 (documento Id 20287650 pag. 1 a
8).

O novo sistema, SIGA, entrou em atividade no dia 09/11/2015,


como pode ser observado no boletim da reitoria (documento Id. 21684280) e na

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auditoria da UFSCar (documento id 20288031 pag. 1 e 2). As disciplinas foram
inseridas após o novo sistema entrar em atividade, dia 09/11, mostrando assim
divergências na auditoria feita pela UFSCar, já que os documentos mostram que as
disciplinas foram inseridas no dia 12/11/2015. Portanto se o sistema entrou em
operação em 09/11/2015 e as disciplinas no sistema foram inseridas no dia
12/11/2015.

A auditoria realizada pela instituição informa que foi feita através


de restaurações de backups, e que foram restauradas as datas de 14/10/2015,
15/10/2015 e 16/10/2015, que nas datas de 14/10/2015 e 15/10/2015 não
encontraram disciplinas inseridas e apenas a partir do backup de 16/10/2015,
porém se assim for, fica constatado divergências com as disciplinas ditas no
relatório feito na data 08/08/2014. Tais fatos mostram mais uma vez a discrepância
do sistema.

Conforme já ventilado, é que na data 16/10/2015 o Sr. Aleandro


era servidor Lotado na Coordenadoria de Estágios e Mobilidade (CEM), desde data
29/06/2014, conforme mostra o (documento id 20287640 pag.5 – id 21684286),
conforme depoimento das testemunhas, apenas os servidores lotado na Divisão
de Controle Acadêmico (DiCA) , mostrando assim mais uma vez a inconsistência do
sistema, pois um servidor não autorizado, não poderia ter acesso ao sistema.

Como dito, fica comprovado que na data 16/10/2015 o Sr.


Aleandro não era autorizado a ter acesso ao sistema, o sistema em questão
trabalha com cargos e funções e nível de acesso, no momento que o servidor muda

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de função ele perde os níveis de acesso daquela função e adquirindo acesso da
função que assumiu, frisando que todas as testemunhas disseram que só
servidores lotados na DICA são autorizados a inserção de disciplinas e notas.

Excelência é notório que o sistema SIGA entrou em atividade no


dia 09/11, sendo que o mesmo sistema mostra que as inclusões no histórico foram
feitas no dia 12/11, após toda migração de sistemas O SISTEMA SIGA ENTROU EM
ATIVIDADE NO DIA 09/11 E O SISTEMA MOSTRA QUE AS INCLUSÕES NO HISÓRICO
FORAM FEITAS NO DIA 12/11, APÓS ter sido concluída toda migração do sistema
(documento id 20287650, pags. 01/08).

Conforme se observa dos autos, os documentos (disciplinas),


aparecem no histórico na data de 12/11/2015 (documento Id 20287650 pag. 1 a
8)., porém o sistema, SIGA, entrou em atividade no dia 09/11/2015, conforme
boletim da reitoria (documento Id. 21684280), e na auditoria realizada pela UFSCar
(documento id 20288031 pag. 1 e 2).

Tais fatos trazem a conclusão de que as disciplinas foram inseridas


após o novo sistema entrar em atividade dia 09/11, demonstrando de forma cabal
que a auditoria realizada pela UFSCar em relação ao presente caso está eivada de
vícios ou falhas, que sem sombra de dúvidas prejudicou o requerido.

Ora Excelência demonstrado que o sistema entrou em operação em


09/11/2015, e as disciplinas foram inseridas no dia 12/11/2015, fica evidente que
as inserções não foram realizadas por Aleandro, mostrando mais uma vez a não
confiabilidade do sistema.

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DA DIVERGÊNCIA DOS DIAS E HORÁRIOS DA AUDITÓRIA EM RELAÇÃO DOS
REGISTROS DE UTILIZAÇÃO DE LOGS.

Conforme relatório Auditória: (documento id 20288031 pag. 1 e 2 e


documento (Id 21684258 e 21685565), a auditoria afirma que todas inserções
foram feitas no dia 15/10/2015 no período da manhã entre 9h32 e 10h29, porém
tal afirmação diverge dos registros de utilização (logs), (documento Id 20287650
pag. 16 a 20 e documento Id 20288012), que demonstra claramente que houve
diversas datas e horários diferentes do apresentado do relatório da auditória,
corroborando mais uma vez a não confiabilidade tanto no sistema quanto da
auditória realizada.

DAS DISCIPLINAS DIGITADAS ANTERIORMENTE PELOS PROFESSORES QUE FORAM


APONTADAS NA AUDITORIA COMO INSERIDAS NOVAMENTE NO SISTEMA.

Foram retirados do sistema Progradweb do login de dois professores


(documentos em anexo), as disciplinas que foram digitadas pelos próprios no dia
17/12/2013 e 27/07/2014, onde constam o nome de Aleandro com a respectiva
nota, fato este que soa muito estranho, pois as mesmas disciplinas que foram
digitadas anteriormente pelos próprios professores aparecerem na auditória como
inseridas novamente pelo requerido. Tal fato não seria possível, pois não existe
como inserir novamente as mesmas disciplinas, já que foram inseridas
anteriormente pelos professores que ministraram as mesmas.

O relatório afirma que foram feitas pelo Sr. Aleandro três inserções
em datas diferentes em 08/08/2014, em 15/10/2015 e a última em 16/10/2015.

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Porém o que o relatório apresenta que foram as inserções datadas
em 08/08/2014, 15/10/2015, são as mesmas disciplinas

Na primeira, em 08/08/2014, , quanto às inseriu notas e frequências


relativas a disciplinas “Organização do Trabalho”, “Química 2 – geral”, “Introdução
à Engenharia De Produção”, “Desenho Técnico para Engenharia”, “Química
Tecnológica Geral”,“Física 1”, “Química Analítica Experimental”, “Física 2”,
“Mecânica Aplicada 1”,“Física 3”, “Planejamento e Controle de Produção 1”,
“Mecânica dos Sólidos 1”,“Cálculo Numérico”, “Fenômenos de Transporte 6”,
“Gestão da Cadeia de Suprimentos" e “Planejamento e Controle da Produção 2”.

Na segunda, em 15/10/2015, das seguintes salvou e consolidou a


notas e frequências matérias: “Química 2 – geral”, “Introdução à Engenharia de
Produção” e "Desenho Técnico para Engenharia”. nas disciplinas “Química
Tecnológica Fez alterações Geral", “Física 1, 2 e 3”, “Física Experimental”, “Física
Experimental B”,“Planejamento e Controle de Produção 1”, “Planejamento e
Controle da Produção 2”,“Mecânica dos Sólidos 1”, “Cálculo Numérico”,
“Fenômenos de Transporte 6”,“Gestão da Cadeia de Suprimentos” e “Organização
do Trabalho”.

Se as disciplinas tinham sido inseridas na primeira data, porque a


nova inserção das mesmas disciplinas na segunda data ? Mostrando mais uma vez,
o problema relatado por todas as testemunhas da inconsistência de dados do
sistema.

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DOS REQUERIMENTOS DE ALEANDRO QUANDO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Durante o processo administrativo o requerido solicitou pedido para


corte do incentivo a qualificação e a devolução do dinheiro recebido, pelos menos
enquanto durasse tal processo, porém tal requerimento não fora aceito pela
UFSCAR, (documento id. 21684666), chegando o requerido a protocolar o pedido
junto ao departamento de gestão de pessoas.

Tal fato Excelência demonstra a boa-fé e a idoneidade do requerido,


que achou por bem tomar tal atitude mesmo antes de qualquer resultado da
sindicância, demonstrando que nunca teve a intenção de lesar a UFSCAR.

PEDIDO DE INVESTIGAÇÃO NO SISTEMA DE VOTAÇÃO ELEITORAL PELO


PROFESSOR. QUE FOI NEGADO PELO UFSCAR. NO MESMO DOCUMENTO CONSTA
PEDIDO DE INFORMAÇÕES PELO PROFESSOR COM CONHECIMENTOS TÉCNICOS.

Durante o processo de sucessão da reitoria da UFSCar houve


rumores de vazamentos de senhas de pessoas da UFSCar, sendo que um dos
candidatos requereu a universidade uma investigação desses vazamentos,
conforme (documentos em anexo), porém foi negado pela UFSCar.

Tal fato é absurdo, pois neste documento de pedido de


investigação pelo candidato, existe um relato de que um professor do
Departamento de Computação que tem competência para averiguar, solicitou
junto ao departamento de informática da universidade alguns dados e informações

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para averiguação, e essas informações foram negadas. Lembrando que estamos
falando de uma instituição pública, que não deveria negar informações, ainda mais
em casos como esses.

Tal informação traz mais motivos para que a sindicância e o


processo administrativo tenha sido eivado de vícios que prejudicaram Aleandro.

DAS DEMAIS CONSIDERAÇÕES

Para melhor entendimento do R. juízo sobre a questão, vale frisar


que o Sistema de Gestão Acadêmica em questão era denominado pela UFSCar
como PROGRADWEB, um sistema projetado e implantado na instituição no início
dos anos 2000 quando a instituição tinha apenas 02 campus e ofertava por volta
de 16 cursos com aproximadamente 4000 alunos de graduação, com adesão da
instituição ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades (Reuni),
a instituição implanta 20 novos cursos de graduação e a expansão de 16 já
existentes a partir de 2009, ampliando cada vez mais chegando ter 04 campus e
oferecer atualmente mais de 60 cursos e aproximadamente 14000 alunos de
graduação ativos.

Essa expansão causou um problema no PROGRADWEB de


funcionamento em virtude do volume de dados inserido no sistema, sendo assim,
o sistema deixou de ter sua operação confiável que levou a instituição a
substituição do PROGRADWEB em 2015, no processo de substituição iniciado em
2010. Esses fatos corroborado com testemunhos em relação dos depoentes no
processo por si só inviabiliza qualquer culpabilidade ou dolo em relação aos dados

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emitidos pelo sistema PROGRADWEB, um sistema computacional que apresenta
falhas de inconsistências de dados em sua operação, não pode ser considerado
como elemento primordial num processo com a complexidade apresentada,
determinando o futuro de uma pessoa, sendo necessário uma investigação
criteriosa analisado por um perito forense computacional, para poder ter um
veredito próximo a realidade que aconteceu com o sistema.

Evidente que os fatos narrados na inicial não foram devidamente


esclarecidos.

A auditoria fora realizada pela própria instituição a partir dos logs do


sistema PROGRADWEB, sendo que a mesma servidora que fez auditoria foi
testemunha no processo. Disse que o sistema apresentava falhas e inconsistência
de dados, sendo assim, como uma pessoa pode ser acusada de dolo em relação a
operação do sistema se a própria instituição reconhece que o sistema não é
confiável ? Mais uma vez, mostra a importância de perito computacional forense
independente. A auditoria não pode ser feita apenas pela instituição,
principalmente sendo parte do processo, sendo assim faltou lisura no
procedimento.

Excelência Aleandro continua estudando, faz curso de Engenharia de


Produção.

Mesmo após a perda do diploma, foi atrás de uma outra instituição


de ensino e começou a fazer novamente o curso de engenharia de produção, onde
está praticamente finalizando o curso. O que pode ser conferido no documento em
anexo).

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Mesmo tendo certeza de sua inocência, Aleandro sempre esteve
disposto a devolução dos valores recebidos, porém a UFSCAR na época recusou-se.

Posteriormente o erário fora ressarcido pelo requerido nesses autos.

O requerido já foi duramente penalizado na Ação Penal, porém


acreditando que se fará justiça não se entregou ao resultado parcial, sendo que o
processo se encontra em fase recursal.

Fora demitido mesmo sem o final da apuração dos fatos, perdendo um


emprego estável que fora conquistado as duras penas.

Está evidente que o requerido é pessoa de boa índole e em nenhum


momento cometeu ilícito contra a UFSCAR, se caso Vossa Excelência entenda que
ocorreu algum ilícito no presente caso, podemos considerar que fora em desfavor
da UNICEP.

Não houve alteração do sistema por parte do requerido conforme


vasta argumentação e pela gama de provas anexadas aos autos.

Após a conclusão do curso Aleandro apresentou documentos


verdadeiros para UFSCAR. Cursou as disciplinas, fez as atividades, colou grau e
apresentou um diploma verdadeiro. Portanto enquanto possuía o diploma recebeu
o incentivo.

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O Senhor Aleandro aos 42 anos ingressou no curso de engenharia de
produção na instituição UNICEP, curso noturno, realizando um sonho que era ser
engenheiro de produção, oportunidade que não teve na juventude, pois órfão de
Pai e Mãe e com 08 irmãos não conseguiu entrar em uma universidade em virtude
de toda dificuldade enfrentada por uma família numerosa de baixa renda e ainda
sem os pais.

Como aluno especial, ele como servidor da instituição conseguiria


fazer, viu a oportunidade de abreviar o tempo da conclusão de seu sonho, além da
qualidade de ensino oferecida pela instituição. Como o relatório da instituição
mostrou, ele cursava com uma frequência disciplinas como aluno especial, para
poder usar na instituição UNICEP conseguindo assim integralizar as disciplinas em
um período menor que 5 anos.

O Sr. Aleandro afirma que fazia simulações e testes para saber o


tempo necessário que ia conseguir integralizar as disciplinas, pois o sistema
PROGRADWEB, apesar de suas anomalias, fazia o cálculo da carga horária das
disciplinas cursadas.

Um fato importante que precisa ser esclarecido pela auditoria da


instituição, é que o Sr. Aleandro teve acesso apenas ao Sistema PROGRADWEB e
nunca ao novo sistema SIGA, que todas as simulações feitas por ele às disciplinas
simuladas não eram impressas no histórico emitido pelo sistema em nenhum
momento, mostrando assim que não tinha nenhuma intenção de usar as

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simulações, descaracterizando assim qualquer dolo ao usar o sistema. Que o
sistema possuía níveis de acesso baseado em cargos e funções, e como
exaustivamente relatado, na data dos fatos Aleandro não era autorizado a
nenhuma inserção.

O histórico apresentado na instituição UNICEP foi emitido pelo novo


sistema da Instituição UFSCar, SIGA, sistema esse que o Sr. Aleandro nunca teve
acesso, a não ser de emissão de seu histórico escolar, acesso compatível com todos
os discentes da instituição. Tal fato demonstra mais uma vez que as simulações e
testes feitas por ele nunca tiveram dolo, pois como poderia saber que o novo
sistema SIGA ia emitir as simulações feitas no PROGRADWEB, período esse
informado pelo boletim da reitoria que o sistema estaria fechado para inserção
de dados, que o PROGRADWEB não emitiu as simulações logo após serem feitas e
nenhum momento a emissão do histórico pelo PROGRADWEB continha as
disciplinas simuladas, mostrando mais uma vez a inconsistência do sistema e
descaracterizando assim qualquer intenção dolosa ao usar o sistema
PROGRADWEB.

DA RETROATIVIDADE DA LEI

Diante do contexto fático, em relação ao advento da Lei nº


14.230/2021, que alterou diversos dispositivos da LIA (Lei 8.429/92), é importante
destacar desde logo, que a nova lei deve retroagir para abarcar os fatos ocorridos
nos autos, SENÃO VEJAMOS:

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“Em decisão sobre o tema3, o STJ assim consignou: "A nova lei processual se aplica
imediatamente aos processos em curso (ex vi do art. 1.046 do CPC/2015), respeitados o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito, a coisa julgada, enfim, os efeitos já produzidos ou a se
produzir sob a égide da nova lei. Considerando que o processo é constituído por inúmeros atos,
o Direito Processual Civil orienta-se pela Teoria dos Atos Processuais Isolados, segundo a qual,
cada ato deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de determinar qual a lei
que o regerá (princípio do tempus regit actum). Esse sistema está inclusive expressamente
previsto no art. 14 do CPC/2015".

O acórdão também asseverou: “Esta Corte de Justiça estabeleceu que a lei que rege o recurso
é aquela que vigente ao tempo da publicação do decisum. Assim, se a decisão recorrida for
publicada sob a égide do CPC/1973, este Código continuará a definir o recurso cabível para sua
impugnação, bem como a regular os requisitos de sua admissibilidade. A contrario sensu, se a
intimação se a intimação se deu na vigência da lei nova, será ela que vai regular integralmente
a prática do novo ato do processo, o que inclui o cabimento, a forma e o modo de contagem do
prazo”.

A estipulação de uma regra explícita sobre direito intertemporal atende a um valor caro a
qualquer ordenamento jurídico, o que é a segurança, especialmente quando se trata de uma
alteração substantiva do sistema processual pátrio, como a promovida pelo CPC. O artigo 14
do diploma, nesse sentido, deve ser interpretado à luz do artigo 5º, XXXVI da Constituição, que
consagra como direito fundamental o direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito.
Garantia esta também contemplada no artigo 6º da Lei de introdução às Normas do Direito
Brasileiro, segundo o qual “ a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. Nesse sentido, pode-se falar em direito
adquirido processual, tendo em vista que a lei processual nova não pode retroagir para
prejudicar direito processual adquirido nos termos da lei revogada.”

Dessa forma por medida de justiça a nova lei deve retroagir no


presente caso.

Por fim fica evidente que não houve nas condutas praticadas pelo
requerido infração as categorias previstas em lei.

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Não restou configurado qualquer conduta que se amolde ao
disposto no artigo 9º, 10 e 11 da lei nº 8.429/92.

Posto isto diante dos fatos e provas acostadas aos autos requer o
requerido a TOTAL IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO por medida de justiça!

Nestes termos, j. esta aos autos;

Pede deferimento.

São Carlos, 19 de maio de 2022.

DANIEL MAGALHÃES DOMINGUES FERREIRA

OAB/SP 270.069

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