Calculo DEGRAU DE CONSUMO 25% ENERGISA
Calculo DEGRAU DE CONSUMO 25% ENERGISA
Calculo DEGRAU DE CONSUMO 25% ENERGISA
João Pessoa – PB
Agosto de 2019
Universidade Federal da Paraı́ba
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Programa de Pós–Graduação em Matemática em Rede
Nacional
Mestrado em Matemática
sob a orientação da
João Pessoa – PB
Agosto de 2019
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
UFPB/BC
À minha adorável esposa
Zuleide Santos Sales, pelo
amor, carinho, apoio, com-
preensão, e por tudo o que
ela significa para mim.
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus por me dar forças e perserverância durante toda
a jornada.
A Resultados Básicos 59
Referências Bibliográficas 60
viii
Lista de Figuras
ix
3.1 Comportamento do histórico de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.2 Comportamento do histórico de consumo . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.3 Histórico de Consumo do Cliente A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.4 Recuperação de Consumo do Cliente A . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
3.5 Histórico de Consumo do Cliente B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.6 Recuperação de Consumo do Cliente B . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.7 Quantidade de Inspeções e Irregularidadesl . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.8 Efetividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.9 Direcionamento para Inspeção no Estado da Paraı́ba . . . . . . . . . . 56
3.10 Direcionamento para Inspeção em Soledade/PB . . . . . . . . . . . . . 56
3.11 Indicações sem sucesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
x
Lista de Tabelas
1
Introdução
2
melhorando a assertividade das indicações e, consequentemente, recuperar à receita,
reduzindo a perda comercial.
Aferimos os resultados da nova metodologia do cálculo referente ao degrau de con-
sumo, no Grupo Energisa, sendo oferecido toda a estrutura e suporte técnico para
realização das visitas nas unidades consumidoras com indı́cios de fraude. Este traba-
lho está estruturado da seguinte forma:
No Capı́tulo 1, estudamos uma breve abordagem da origem das cargas elétricas até
os dias atuais mostrando as matrizes energéticas; a classificação de fontes de energia em
renováveis e não renováveis. Em seguida, temos uma rápida introdução de como surgiu
um dos maiores conglomelados do setor elétrico do paı́s, o Grupo Energisa, abordando
a sua missão e desafios. Ainda neste Capı́tulo, falamos do conceito de Perda, sua
divisão, passando sobre alguns artigos referente a essa abordagem que encontram no
Código Penal Brasileiro, como também a Resolução Normativa 414/2010.
No Capı́tulo 2 apresentamos a definição e conceitos utilizados em Medidas de
Tendência Central e Dispersão, bem como exemplos que utilizam tais medidas, como
forma de destacar a sua importância para o aperfeiçoamento da regra de degrau de
consumo que será posteriormente discutida.
No Capı́tulo 3, apresentamos uma comparação da regra degrau de consumo com
as metodologias empregadas utilizando média aritmética e mediana. Concluı́mos mos-
trando que este trabalho pode contribuir para ampliação dos processos de recuperação
de receitas das empresas de energia, evitando, dessa forma, onerar os consumidores
regulares e minimizar as perdas de energia elétrica aplicando os conceitos estudados
no Capı́tulo 2.
3
Capı́tulo 1
4
1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Fonte: guiaEstudo.1 .
Uma das mais importantes invenções no sentido de corpos atritados e de uso prático,
foi desenvolvida por Benjamin Franklin, o pára-raios. Benjamin, afirmou que a ele-
trização de dois corpos atritados era a falta de um dos dois tipos de eletricidade, uma
semelhante ao vidro, chamada de eletricidade vı́trea e a outra, semelhante ao plástico,
chamada de eletricidade resinosa.
Outros estudos relacionados a geração de cargas elétricas foram realizados, com o
intuito de descobrir outras formas de eletricidade, a exemplo disso o estudo de pilhas,
que é um experimento em uma série de discos de cobre e zinco alterados, separados por
pedaços de papelão embebidos por água salgada. Com essa invenção, pela primeira
vez, foi obtida uma fonte de corrente elétrica estável e, com isso, as investigações sobre
a corrente elétrica aumentaram cada vez mais.
Mais tarde, o fı́sico Michael Faraday, em seus estudos, fez uma descoberta de que
a indução de uma corrente em uma bobina, faz com que aconteça uma variação na
5
1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Fonte: Pinterest.3 .
• Energia eólica: É um tipo de energia que não ocorre a emissão de poluentes, além
6
1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Atualmente, a grande preocupação é obter novas fontes de energia que sejam me-
nos agressivas e mais eficientes, tendo em vista que, com o aumento da população é
necessário investimentos nessa área, pensando em melhorar o fornecimento do tipo de
energia mais utilizada no mundo, que é a energia elétrica, tentando sanar alguns danos
que são provocados, com o seu uso excessivo, ao meio ambiente.
Exitem outras fontes de energia que são chamadas de não-renováveis e correspon-
dem a todo recurso natural que não tem capacidade de se renovar ou refazer, ou seja,
que podem acabar, pois os recursos são finitos, e sua utilização agride o meio ambiente.
Podemos citar:
7
1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Como vimos, a Figura 1.4, está destacada os cataventos, placas fotovoltaicas, bar-
ragens e usinas, que representam, respectivamente, a energia eólica, solar, hı́drica,
nuclear e termoelétrica. É importante ressaltar que, o consumo de fontes de energia
não renováveis é maior que o de fontes renóvaveis, como podemos observar na Tabela
abaixo, em que destacamos uma comparação entre as fontes renováveis e não renováveis
utilizadas no Brasil e nas nações industrializadas.
Dessa forma é possı́vel perceber na Tabela 1.1 que, no Brasil, apesar das fontes
não-renováveis ultrapassar pouco mais de 55%, o paı́s ainda se destaca de forma mais
favorável em recursos renováveis, quando comparado com outras nações industrializa-
das, já que este supera o outro em quase o triplo de utilização desses recursos.
Um dos recursos mais utilizados como forma de obtenção de energia são as usinas
hidrelétricas. No final do século XIX foi construı́da junto às quedas d’água das Cata-
ratas do Niágara, na América do Norte, a primeira hidrelétrica. No mesmo perı́odo,
o Brasil construiu sua primeira hidrelétrica, no municı́pio de Diamantina em Minas
Gerais, utilizando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Atualmente, em nosso paı́s, há diversas usinas hidrelétricas, e as que geram mais
energia são, em ordem decrescente de capacidade: Usina Hidrelétrica de Itaipu no
Estado do Paraná, Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Estado do Pará, Usina Hi-
drelétrica de Santo Antônio no Estado do Rondônia, Usina Hidrelétrica São Luı́z do
Tapajós e Usina Hidrelétrica de Tucuruı́, ambas no Estado do Pará. As usinas hi-
drelétricas são responsáveis por um pouco mais de 65% da energia elétrica produzida
no Brasil (Figura 1.5).
Com relação ao uso de recursos através das barragens que geram energia hı́drica,
devemos citar que a maior usina hidrelétrica está localizada na China, chamada de
Três Gargantas, tendo como funções a prevenção de enchentes, a geração de energia e
facilitação do transporte fluvial.
Apesar de ser um recurso energético renovável, a energia hidráulica apresenta al-
gumas desvantagens, pois o uso dessa fonte energética causa grandes impactos socio-
ambientais, tendo em vista que, a instalação de usinas hidrelétricas modifica o meio
ambiente, altera o ciclo biológico dos rios, bem como a vida das famı́lias que moram
próximas às áreas de instalação. Além disso, há alteração dos solos e impactos na
biodiversidade aquática dos rios que são utilizados para geração de energia.
Devido a falta de planejamento e investimento por parte do governo federal em
geração de energia, o Brasil a partir de 2001 vem enfrentando uma complicada crise
energética. Várias indústrias, comércios e várias demandas sociais sentiram os prejuı́zos
provocados por essa crise. Desde então, o paı́s enfrenta necessidade de repensar e diver-
sificar investimentos para geração fontes energéticas alternativas, objetivando aliviar
os problemas adquiridos com a falta de energia, buscando soluções que gerassem es-
tabilidade no setor elétrico e ao mesmo tempo trouxessem menos impactos ao meio
ambiente.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
menos gases de efeito estufa por habitante do que a maioria das nações no mundo. De
acordo com o Ministério de Minas e Energia do Brasil, o paı́s ainda enfrenta obstáculos
de ordem econômica e operacional para a expansão do uso de fontes renováveis, mesmo
assim, o paı́s detém a maior fazenda de energia solar da América Latina (Figura 1.7)
localizada no Piauı́.
8
Fonte: Conexão Planeta (2019, p. 1)
Como podemos observar, há um intenso uso de combustı́veis fósseis, como petróleo,
carvão mineral e gás natural, o que desencadea o aumento de emissão de gases poluentes
à atmosfera, decorrentes da queima desses combustı́veis para produção de energia o
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
que tem provocado diversos problemas ao meio ambiente, como o efeito estufa, além
de mudanças nas condições climáticas do planeta, como o aquecimento global.
10
Fonte: Grupo Energisa (2019, p. 1)
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
13
1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
• Estabelecer tarifas;
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Verifique que na ilustração acima, no lado da carga o neutro passou a ser substituido
por um fio terra, que é um fio ligado a haste (barra de cobre) cravadas na terra.
Outra perda mais onerosa para concessionária são as ligações diretas, pois os fios
que chegam da rede de distribuição não passam pelo medidor e o fornecimento ocorre de
forma direta para instalação da unidade consumidora, nesse caso a energia consumida
não é registrada, fazendo com que as concessionárias tenham perda de 100% para estes
casos.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Existem fraudes mais elaboradas e sofisticadas, como por exemplo, a fraude de con-
trole remoto exibida no Programa Fantástico no dia 24/junho/2018 na Rede Globo.
Neste caso, a manipulação do consumo de energia elétrica era feita através do acio-
namento de um controle remoto, fazendo com que o medidor desabilite sua função de
registrar a energia consumida, sendo normalizado quando da presença de equipes de
inspeção da concessionária, ou mesmo na coleta de leitura pelo auxiliar comercial.
Outra forma de perdas estão nas ligações clandestinas, que são consumidores não
pertencentes ao banco cadastral da concessionária, ou seja, não existe nenhum contrato
entre o agente e a concessionária, essa prática pode causar incêndios em residências
e instalações, além disso, sobrecarrega os transformadores, provocando oscilações de
energia, danificando equipamentos e podendo causar acidentes fatais. Na Figura 1.18,
podemos observar a falta de padronização e mal dimensionamento de fios, podendo
ocasionar curto-circuito e acidentes.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Um dos fatores para que esse tipo de irregularidade ocorra é atribuı́do ao cresci-
mento desordenado das cidades, especialmente em áreas cuja ocupação vem se dando
de forma irregular, juntamente com a falta de recursos das distribuidoras de energia
para investimentos, aliados à falta de ação do poder público.
Os consumidores autorreligados são clientes que por inadimplência teve seu forne-
cimento de energia suspenso, e por revelia, religou sua unidade na rede elétrica sem
autorização da concessionária.
Os erros nos processos de leitura, faturamento e cadastro são falhas ocorridas no
cadastramento e implantação do consumidor na rota, que definimos como sendo a
seqüência em que o leiturista percorre para realizar as leituras, e essas falhas podem
acarretar perdas de difı́cil identificação. Rotas de leitura bem organizadas e leituristas
capacitados aumentam a produtividade, facilitam a identificação de erros de cadas-
tramento e agilizam a fiscalização em consumidores que se autorreligam, permitindo
atuação imediata sobre eles.
Quanto ao processo de leitura, para o combate às perdas tem sido a maior fonte
de informações sobre os clientes, que já são normalmente visitados mensalmente pelos
leituristas. A capacitação destes, associada a uma forma adequada de sinalização
de anormalidades encontradas em campo permite uma atuação corretiva imediata,
reduzindo perdas e desgastes com os clientes.
Os erros de faturamento da iluminação pública é outro item que contribui com a
perda. Para entender melhor esse processo, vejamos o que diz a Norma Regulatória
414 no Art. 24 (Da Iluminação Pública):
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Daı́, o consumo fornecido para iluminação pública, para os casos que não existe
medição, é calculado com base em cadastro de pontos de iluminação, com respecti-
vas potências de lâmpadas e equipamentos auxiliares, multiplicado por 360 horas/mês.
Esta forma de faturamento requer que o cadastro seja mantido atualizado, exigindo
vigilância constante sobre as alterações procedidas pelas prefeituras municipais, bem
como quando da energização de obras que alterem a situação anterior da iluminação
pública. Apesar de constar nos contratos de fornecimento firmados com as prefei-
turas, estas normalmente não informam às concessionárias quando da realização de
ampliações de números de pontos ou potência das lâmpadas, intervindo inclusive di-
retamente na sua rede de distribuição. Como conseqüência, o cadastro existente sofre
constante desatualização, requerendo recadastramentos periódicos e provocando per-
das na comercialização da energia. Além disso, defeitos em relés fotoelétricos que são
sensores, no qual ao detectar luminosidade, este emite comando de desligamento do
circuito de iluminação. Quando este sensor apresenta problema causa perda comercial,
pois as lâmpadas acesas 24 horas causam inconformidades entre a energia faturada e a
energia efetivamente consumida, conforme ilustra a Figura 1.19.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
ela acaba pagando mais caro pela energia fornecida. Levantamento da ANEEL aponta
que o Brasil perdeu em um perı́odo de um ano (entre maio de 2017 e abril de 2018)
31.533 gigawatts-hora (GW h) de energia, que representa algo em torno de R$ 4, 5
bilhões com furtos, desvios ou fraudes, esse valor seria suficiente para abastecer um
estado como Santa Catarina pelo mesmo perı́odo.
Na Paraı́ba, de acordo com a Energisa, o furto de energia em 2017 representou
uma perda de 128, 5 GW h de energia, quantidade suficiente para abastecer, por 11
meses, o municı́pio de Patos, localizado no Sertão da Paraı́ba. Nesse mesmo ano a
Empresa imprimiu um ritmo forte para combater a prática ilegal, sendo flagrado 12, 6
mil unidades consumidoras cometendo a fraude em todo estado.
Uma das materias das ações de combate as perdas em conjunto com a Polı́cia Cı́vil
do Estado da Paraı́ba foi veiculada no G1 Paraı́ba no dia 14/05/2019, pelo jornalista
Artur Lima, intitulada conforme segue:
Operação prende 11 pessoas em flagrante por furto de energia elétrica, no
Sertão da PB[14], vejamos a reportagem:
Nessa operação, 11 pessoas foram presas em flagrante por furto de energia elétrica
no Sertão paraibano.
A operação foi realizada nas cidades de Catolé do Rocha, São Bento e Paulista. A
perda de energia nos três municı́pios soma 14,5 MWh, o que equivale a uma perda de
faturamento de R$ 7 milhões por ano. Esta energia seria suficiente para atender 5,5
mil unidades consumidoras por um ano.
Uma vez constatadas as irregularidades, os responsáveis devem responder criminal-
mente pelo delito, já que o crime de furto de energia é previsto no Código Penal, no
Art. 155 que afirma que:
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
Como vimos acima, o fraudador poderá responder judicialmente pelo crime prati-
cado, mas também deverá ressacir a concessionária, conforme está previsto na Norma
Regulatória 414 no Art. 129 (Da Caracterização da Irregularidade e da Recuperação
da Receita), que diz:
Na ocorrência de indı́cio de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar
as providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não
faturado ou faturado a menor.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
passos acima:
O gráfico com destaque em vermelho, representa o que seria o consumo regular sem a
fraude, já o gráfico em destaque de azul claro é a energia consumida com a irregulari-
dade e, a diferença entre elas resulta na energia recuperada.
Quando um consumidor é regularizado, há uma expectativa que seu nı́vel de energia
faturada mensal aumente, de forma que corresponda ao nı́vel de energia consumida
antes do inı́cio da irregularidade. Este incremento de energia faturada é denominado
de energia agregada. Normalmente observamos o incremento da energia durante um
perı́odo de 12 meses. É possı́vel pensar na energia agregada como uma forma de
recuperação de receita, visto que, caso o consumo continuasse irregular, a empresa
iria perder a quantidade de energia aproximadamente igual à energia incrementada.
Embora não seja uma energia que a distribuidora efetivamente deixou de faturar, como
é o caso da energia recuperada, ela representa o faturamento que a concessionária
continuaria perdendo caso a unidade consumidora não fosse regularizada.
Para essa recuperação da receita observa-se que a legislação prevê parâmetros fixos
que serão selecionados de acordo com a análise do histórico de consumo da unidade
consumidora de forma a caracterizar a base de cálculo. Após isso, é analisado a iden-
tificação do perı́odo de irregularidade. Esse perı́odo é caracterizado por uma queda de
consumo evidente que demonstra o momento da intervenção de terceiros na medição,
acarretando na diminuição do consumo. Existem ainda, casos em que não há a efetiva
queda no consumo, mas com a irregularidade devidamente comprovada, a legislação
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
No Art. 131 trata da cobrança adicional em relação as despesas com a inspeção quando
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
comprovada a irregularidade:
As ações para identificação das unidades consumidoras que praticam fraude ou de-
feito na medição são facilitadas pelos apontamentos dos leituristas, denúncias ou mesmo
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
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Fonte: Abradee
REGRA EFETIVIDADE
Desligados 44%
Suspeita de Fraude 38%
Denúncia 20%
Reincidentes 17%
Degrau de Consumo 8%
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
inadimplência, tiveram suspenso o fornecimento de energia há dois ou mais meses não
regularam a situação. Para esta regra, 44% das indicações o cliente se autorreligou
gerando perda para concessionaria, pois nessa situação não é emitida a fatura do con-
sumo.
Quando a unidade apresenta indı́cios de fraude, objetos estranhos na caixa de
medição ou mesmo um consumo incompatı́vel com o porte da unidade consumidora, o
leiturista efetua um apontamento caracterizando que ali existe uma suspeita de fraude.
A regra Denúncia conta com o apoio da Sociedade que através do site da Energisa,
na opção Denuncie Furto de Energia, cadastra de forma segura e confidencial, relatos
de condutas contrárias ao código de ética e à lei. O serviço está disponı́vel 24 horas.
A denúncia também pode ser feita através dos canais de atendimento ao cliente e nas
agência de atendimento presencial.
Os clientes que já fraudaram são monitorados através do consumo de energia. Caso
ocorra, após a regularização, uma queda brusca de consumo, este são direcionados
a inspeção, e 17% dos casos estão repetindo o mesmo ato ilı́cito, daı́ chamamos de
reincidentes.
Observe que entre as principais regras utilizadas, a que tem o pior desempenho é
o degrau de consumo com 8%, isso quer dizer que a cada cem unidades consumidoras
indicadas para inspeção nesta regra, apenas oito são identificadas com alguma irregu-
laridade. Assim, o objetivo deste trabalho é aprimorar a regra de Degrau de Consumo,
que hoje é calculada através de comparação entre médias aritméticas de um determi-
nado perı́odo de meses, comparada com a média semestral atual. A proposta é utilizar
os conhecimentos de medidas de tendência central, que vamos abordar no Capı́tulo 2,
e ao fim do trabalho, verificar qual o ganho desse estudo no aumento da efetividade
e calcular quanto foi evitado de Perda não-técnica, como também o valor em reais do
ICMS arrecadado para o Estado com o fruto deste trabalho.
Para o desenvolvimento deste trabalho a distribuidora local de energia elétrica dis-
ponibilizou a base de dados para inspeções reais com o objetivo do refinamento da
regra Degrau de Consumo e para nossos experimentos utilizamos o Data Warehouse,
que agora vamos detelhar.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
com base nos fatos apresentados. O Data Warehouse serve para recolher informações
de uma empresa para que essa possa controlar melhor um determinado processo, dis-
ponibilizando uma maior flexibilidade nas pesquisas e nas informações que necessitam.
Além de manter um histórico de informações, o Data Warehouse cria padrões, melho-
rando os dados analisados de todos os sistemas, corrigindo os erros e restruturando
os dados sem afetar o sistema de operação, apresentando somente um modelo final e
organizado para análise.
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1. Breve Histórico da Energia Elétrica e o Grupo Energisa
O mapa da Paraı́ba acima, podemos perceber quatro faixas de cores, onde a ver-
melha representa a localidade de maior ı́ndice de Perda Global, seguida das regiões
alaranjas, depois amareladas e finalmente, as regiões representadas pela cor verde que
o ı́ndice de perda é menor. Ele é um grande indexador de dados, sendo fácil acessar
todos dados de formas bem padronizada, integrada e rápida, agilizando a tomada de
decisão, além da facilidade de acessar dados históricos. Porém a implementação e a
manutenção para manter em conformidade com todos os sistemas existentes, que estão
em constante mutação e novos sistemas, não é simples e é caro, além da dificuldade de
estabelecer e manter regras claras para todas as fases de operação de um DW.
Para validar as análises do DW em campo, a Energisa Paraı́ba conta com 33 equi-
pes de combate a fraude, compostas por dois eletricistas, com investimento inicial por
cada profissional em torno de R$12.500, 00, além de equipamentos e uniformes especiais
anti-chamas, além de ferramentas e veı́culos apropriados e treinamentos. Entre os anos
de 2015 e 2018 foram efetuadas aproximadamente 176.622 inspeções em unidades con-
sumidoras em todo o Estado, resultando em 29.528 autuações de irregularidades. Além
destes investimentos iniciais, as equipes precisaram ser equipadas com comparadores
de energia, sondas, boroscópio (equipamento com câmera para verificar todo o trajeto
dos fios até chegar na medição do cliente, que auxilia na identificação de derivações
dentro da alvenaria) e máquinas fotográficas. Uma visita de uma equipe a uma unidade
consumidora que resulta em normal é em média R$84, 00 (oitenta e quatro reais).
32
Capı́tulo 2
Definição 2.1. A Média Aritmética denotada por x (lemos “x barra”), é obtida so-
mando todos os dados e dividindo o resultado pelo número deles, isto é:
x1 + x2 + x3 + ... + xn
x= (2.1)
n
Exemplo 2.1. Na Figura 2.1 abaixo observamos a altura dos jogadores de um certo
time de futebol.
33
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
1, 60 + 1, 52 + 1, 66 + 1, 68 + 1, 69 + 1, 66 + 1, 64 + 1, 48 + 1, 61 + 1, 66, 1, 62
x =
11
17, 82
= = 1, 62
11
Logo, temos que a altura média dos jogadores desse time é de 1,62 metros.
O consumo médio de energia desse cliente nesse semestre pode ser calculado como:
34
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
Exemplo 2.3. Com relação ao Exemplo 2.2, por equı́voco do leiturista, no mês de
junho, se o consumo coletado fosse igual a 1.226, então qual seria a nova média?
O consumo médio de energia elétrica nos últimos 6 meses do cliente é de 384, 34KW h.
Observamos que apenas um valor atı́pico contribuiu para que a média aritmética
tenha uma elevação de 43, 54%.
x1 p1 + x2 p2 + x3 p3 + ... + xn pn
xp =
p1 + p2 + p3 + ... + pn
35
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
Definimos a frequência absoluta (fi ) como o número de vezes em que uma determi-
nada variável assume um valor e a frequência relativa fr como a razão entre a frequência
fi
absoluta fi e o número total de dados n, onde representamos como sendo fr = , com
n
distribuição xi .
4 × 7 + 5 × 8 + 6 × 6 + 8 × 4 + 10 × 3 166
xp = = = 5, 93 (2.3)
28 28
· ... · G} = Gn
x1 x2 ...xn = |G · G{z (2.4)
n vezes
Assim,
p p
G= 3
1, 05 · 1, 06 · 1, 07 = 3 1, 19091 = 1, 05996.
36
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
r r r
1102 + 2202 12.100 + 48.400 60.500
Q= = = = 173, 93V. (2.6)
2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
+ + ··· + = + + ··· + =n (2.7)
x1 x2 xn |H H {z H} H
n vezes
A média harmônica costuma ser usada como medida de tendência central para
conjuntos de dados que consistem em taxas de variação, como por exemplo velocidades.
Definição 2.6. A Mediana (Md ) definimos como sendo o valor que ocupa a posição
central do conjunto de dados ordenados de forma crescente ou decrescente, ou seja, é
uma medida de tendência central que tem como caracterı́stica a divisão de um conjunto
ao meio.
Logo, a mediana de um conjunto o separa em duas partes de modo que 50% dos
valores sejam menores que ela e 50% dos valores sejam maiores que ela. Se o conjunto
tiver um número ı́mpar de termos, a mediana é o próprio termo central. Caso o conjunto
tenha um número par de termos, a mediana será a média aritmética dos dois termos
centrais.
37
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
Exemplo 2.7. (Enem 2009) - Na tabela 2.4, são apresentados dados da cotação
mensal do ovo extra branco vendido no atacado, em Brası́lia, em reais, por caixa de 30
dúzias de ovos, em alguns meses dos anos 2007 e 2008.
De acordo com esses dados, qual o valor da mediana das cotações mensais do ovo
extra branco nesse perı́odo?
A partir dos dados apresentados, qual a mediana das quantidades de gols marcados
pelos artilheiros das Copas do Mundo?
38
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
• A mediana é uma medida resistente, ou seja, ela não se altera por grandes quan-
tidades, quando entre estes, incluı́mos alguns poucos valores extremos.
Notamos que a definição acima coincide com a definição comum de moda, onde
falamos que uma roupa está em moda quando está muito em evidência seu uso.
Quando o conjunto possui dois dados com a maior frequência, chamamos de bimo-
dal, acima de dois valores chamamos de multimodal. Quando nenhum valor se repete,
afirmamos que não há moda.
39
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
Exemplo 2.10. Os dados a seguir, são referentes ao número dos calçados vendidos
em uma loja num determinado dia: 35, 33, 36, 35, 37, 36, 39, 40, 42, 43, 35, 36, 42.
Nesse caso, existem dois números de sapatos que aparecem mais vezes, ou seja, os
números 35 e 36. Logo, temos duas modas como solução. A moda é uma das únicas
medidas de tendência central que não se aplica apenas a números. Por exemplo, se
perguntarmos o nome dos jogadores que disputam o campeonato brasileiro, ainda é
possı́vel medir a moda, basta ver quantos jogadores têm nomes iguais.
40
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
Figura 2.3: Comparação das posições das medidas de tendência central em diferentes
distribuições
5 · 0 + 8 · 1 + 12 · 2 + 16 · 3 + 5 · 4 + 4 · 5 0 + 8 + 24 + 48 + 20 + 20
x= = = 2, 4
50 50
41
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
e a mediana,
2+3
Md = = 2, 5.
2
Cada uma dessas medidas tem suas vantagens e desvantagens, dependendo do con-
junto de dados e seu propósito. É preciso entender bem estes casos para determinar o
significado de cada medida afim de não utilizá-las de forma equivocada e, consequente-
mente, distorcer os dados estatı́sticos. Para amostras grandes, é recomendado aplicar a
média aritmética, pois teremos uma melhor estimativa do valor verdadeiro de uma me-
dida fı́sica. Porém, para uma amostra reduzida contendo valores atı́picos a utilização
da média aritmética como medida central poderá acarretar problemas. Neste caso, a
mediana é uma medida mais viável e robusta para ser utilizada em contraste com a
moda, pois existem situações onde ela não está definido.
Esta medida de dispersão utiliza apenas dados mı́nimo e máximo, sendo sensı́vel a
valores extremos, o que torna essa medida pouco útil.
Exemplo 2.12.
Um certo cliente da Energisa Paraı́ba verificou que o histórico de consumo de energia
nos últimos 6 meses foram os seguintes:
Podemos determinar a amplitude para este perı́odo analisado, observando que os
valores máximo e mı́nimo, são respectivamente, 125 e 80. Desta forma, a amplitude é
42
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
determinada pela diferença entre eles, ou seja, a amplitude é a diferença entre 125 e
80, isto é 45.
Definição 2.9. O desvio médio absoluto, denotado por DMA, é a distância média dos
dados até a média e calculamos através da diferença entre o valor de uma medida e o
valor médio desse conjunto de dados, onde vamos representar por δi = (xi − x)
N
P
|xi − x|
i=1
DMA = (2.8)
N
Como o desvio médio absoluto requer a utilização de valores absolutos, logo ele usa uma
operação que não é “algébrica”3 , onde a soma das variações é nula, devido aos sinais
positivos e negativos. Por este motivo é necessário calcular o módulo dos desvios, isso
torna uma solução viável, porém, matematicamente, não teremos como utilizar esse
fato em fórmulas algébricas.
43
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
N
P N
P
(δi )2 (xi − x)2
i=1 i=1
V ar(x) = = (2.10)
N N
Logo, podemos definir a variância como sendo a soma dos quadrados dos desvios
de cada observação em relação a média e dividida por N .
Exemplo 2.14. Novamente, vamos determinar a variância para Exemplo 3.8, vamos
determinar a variância.
Do exemplo anterior já obtemos que (x) = 104, 17 e utilizando esta informação na
a relação (3.9), temos:
sP
√ (xi − x)2
s= variância = (2.11)
n−1
Exemplo 2.15. Essa medida de variabilidade é muito utilizada, pois ela mede de
forma eficaz a dispersão dos dados. E para obter essa medida, basta determinar a raiz
quadrada da variância
44
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
O desvio-padrão resolve o problema dos sinais dos desvios apresentados pelo desvio
médio, pois eleva ao quadrado cada um desses desvios, eliminando o inconveniente dos
sinais negativos.
Propriedades Importantes do desvio-padrão:
x1 ≤ H ≤ G ≤ A ≤ Q ≤ xn . (2.13)
Além disso, a igualdade em qualquer ponto das desigualdades acima é possı́vel se, e
somente se, x1 = x2 = ··· = xn e, nestas condições, temos necessariamente a igualdade
de todas as médias.
2 2 2
2 x+y x−y x+y
G = xy = − ≤ = A2 ,
2 2 2
45
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
vezes como podemos observar abaixo. Considerando x,y,z e t reais positivos, temos
que:
2 2
x+y z+t s
+
x+y+z+t 2 2 x+y z+t
= ≥
4 2 2 2
q
√ √
≥ xy zt
q
√
= xyzt
√
= 4 xyzt
x+y+z
A= .
3
Segue que,
x+y+z+A x+y+z
=A=
4 3
Logo,
x+y+z x+y+z+A p
= ≥ 4 xyzA
3 4
com a igualdade sendo válida apenas se, e somente se, x = y = z. Elevando ambos
lados da desigualdade a 4a potência temos,
4
x+y+z
= A4 ≥ xyzA
3
Como A > 0, podemos dividir ambos lados por A, obtendo a desigualdade desejada
x+y+z √
A3 ≥ xyz ⇔ ≥ 3 xyz.
3
1 1
Para provar que G ≥ H, basta calcular as médias aritmética e geométrica entre , e
x y
46
2. Medidas de Tendência Central e Dispersão
1
, e aplicar a desigualdade, A ≥ G
z
1 1 1
+ + r
x y z 1 1 1 1 1
A≥G⇔ ≥ 3 · · ⇔ ≥ ⇔ H ≤ G.
3 x y z H G
47
Capı́tulo 3
48
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
Podemos observar que até abril de 2018, o cliente acima estava com um consumo
no mesmo patamar dos meses anteriores, todavia, a partir de junho de 2018 é visı́vel a
queda de consumo. Nos meses onde aconteceram a irregularidade, destacamos por uma
área retangular avermelhada. Agora mostramos como é feito o cálculo para identificar
esses tipos de comportamento. Importante destacar que tudo isso não seria possı́vel se
não tivesse a utilização do DataWarehouse.
Convencionamos, ao gerar análises para identificar unidades consumidoras com de-
grau de consumo as seguintes informações:
49
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
Voltando para o exemplo, vamos agora observar os passos dos cálculos que identifica-
ram esses clientes. Primeiramente, vamos calcular a média aritmética semestral, que
adotamos por xS . Como o perı́odo da análise foi em novembro de 2018, usamos os
consumos de maio a outubro de 2018.
1809 + 1530 + 1576 + 1510 + 1350 + 1457 + 1695 + 1625 + 1685 + 1492 + 1617 + 1506
x12 =
12
18.852
= = 1.571
12
Com isso, chegamos a um degrau de 67, 58%. A unidade consumidora foi encaminhada
para inspeção da equipe técnica, que constatou medidor danificado, impossibilitando o
registro correto do consumo de energia. Nesse caso, o medidor foi encaminhado para
laudo técnico, afim de constatar se o defeito é de fábrica ou foi devido a intervenção
de terceiros.
50
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
51
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
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3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
Portanto, temos um degrau de consumo igual a 61, 85% e foi possı́vel recuperar
25 M W h, o que correspode a R$ 22 mil, sendo retornado para o Estado em forma de
ICMS, quase R$ 7 mil, conforme podemos observar na Figura 3.4 abaixo:
53
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
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3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
55
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
visitas, onde o ı́cone azul representa as unidades consumidoras que tiveram o resul-
tado normal da inspeção e o ı́cone vermelho representam as unidades consumidoras
que tiveram como resultado da inspeção procedimento irregular ou desvio.
Vale resaltar que todos os casos bem sucedidos, onde foi constatada a irregularidade
aplicando a metodologia Média Aritmética-Mediana, também se encaixam na metodo-
logia Média Aritmética-Média Aritmética. No entanto, podemos constatar no quadro
56
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
57
3. Aplicação das Medidas de Tendência Central na regra degrau de consumo
A tabela Indicações sem sucesso apresenta o histórico de consumo dos clientes que,
por confidencialidade, indicamos por C1 a C9. Essas unidades foram direcionadas
através do modelo 1, que já falamos anteriormente. O degrau de consumo foi maior ou
igual a 25%, que é o critério adotado para ser indicado à inspeção. Para esses mesmos
clientes, pelo critério de cálculo adotando o modelo 2, observamos que nenhum dos
casos seriam encaminhados para inspeção, pois o degrau é inferior a 25%, e com isso,
comprovamos que a mediana é uma medida resistente a valores extremos e sendo ideal
para a detecção da medida central de um perı́odo curto, em contrapartida, temos que
a média aritmética não é uma medida recomendada para o cálculo da média semestral,
pois ao ocorre valores atı́picos, percebemos o impacto consideravelmente no resultado
do degrau de consumo.
Observamos que as teorias encontradas na Matemática, especificamente nos assun-
tos de Medidas de Tendência Central e Dispersão, contribuı́ram para o aperfeiçoamento
da Regra de Degrau de Consumo e, consequentemente, no combate as perdas comer-
ciais. Desta forma, temos uma proposta daqui para frente de analisar os casos não
bem sucedidos, onde a visita resultou em normal, e com isso, compreender melhor
essa situação. Outra linha de estudo, no qual já foi iniciada, porém não houve tempo
hábil para expor, estão relacionadas as indicações de unidades consumidoras através
do desvio padrão em relação a média aritmética.
Finalizando, temos que destacar, as contribuições que este estudo proporcionou
para a minimização das perdas comerciais, utilizando os assuntos de Média, Mediana
e Moda, que são conteúdos abordados nos ensinos Fundamental e Médio, vindo a
contribuir no aprimoramento da regra Degrau de Consumo e na assertividade das
indicações.
58
Apêndice A
Resultados Básicos
59
Referências Bibliográficas
[5] EFEITO JOULE, Tudo o que você precisa saber, Definição do efeito
Joule, Publicado em abril de 2008. Acesso em 02 de junho de 2019 e disponı́vel
em https://www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html
[8] TRIOLA, Mário F., Introdução à Estatı́stica, Rio de Janeiro: LTC, 12a Ed.,
2017.
60
Referências Bibliográficas
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3143/tde−14082008−092248/publico
/DoctorPenin11.pdf, São Paulo:, 2017.
[10] VIEIRA, Sônia, Estatı́stica Básica, São Paulo: Cengage Learning 1a Ed., 2017.
[11] ROCHA, Sérgio, Estatı́stica Geral e Aplicada para Cursos de Engenharia, São
Paulo: Atlas 2a Ed., 2018.
[14] Lima, Artur, Operação prende 11 pessoas em flagrante por furto de energia
elétrica, no Sertão da Paraı́ba. G1 Paraı́ba, Paraı́ba, 14 de maio de 2019.
Publicado em 14 de maio de 2019. Acesso em 12 de julho de 2019 e disponı́vel em
https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2019/05/14/operacao−prende−pessoas
−em−flagrante−por−furto−de−energia−eletrica−no−sertao−da−pb.ghtml
[15] TRIOLA, Mário F., Introdução à Estatı́stica, Rio de Janeiro: LTC, 7a Ed.,
1999.
[18] Torres, Carlos Magno A., Fı́sica Ciências e Tecnologia, São Paulo: Moderna
2a Ed., 2010.
[19] Filho, Aurélio Gonçalves., Fı́sica, volume único ensino médio., São Paulo:
Scipione 1a Ed., 2008.
61