Caderno Dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes
Caderno Dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes
Caderno Dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes
Caderno dos
Programas Nacionais
de Suplementação de
Micronutrientes
Brasília – DF
2022
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Promoção da Saúde
Caderno dos
Programas Nacionais
de Suplementação de
Micronutrientes
Brasília – DF
2022
2022 Ministério da Saúde.
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desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br.
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde.
Caderno dos programas nacionais de suplementação de micronutrientes [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção
Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.
44 p. : il.
1. Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). 2. Saúde da criança. 3. Programas e Políticas de Nutrição e Alimentação. I. Título.
CDU 612.3
Introdução................................................................................................................. 5
• Cenário epidemiológico brasileiro...............................................................................................6
• Prevenção e atenção às deficiências de micronutrientes no Brasil e a promoção da
alimentação adequada e saudável..............................................................................................8
• Programas nacionais de suplementação de micronutrientes.............................................. 10
Estratégia NutriSUS................................................................................................. 11
• Público prioritário a ser atendido na estratégia de fortificação da alimentação
infantil com micronutrientes em pó......................................................................................... 12
• Implementação da estratégia de fortificação da alimentação com micronutrientes
na APS........................................................................................................................................... 13
• Como adicionar o conteúdo do sachê nas refeições das crianças?.................................... 14
• O que não deve ser feito com o sachê?................................................................................... 16
• Quem fará a administração dos sachês nas refeições das crianças?.................................. 16
• Informações importantes sobre o uso do sachê de micronutrientes................................. 16
• Sobre a logística de distribuição, o armazenamento e o descarte dos sachês................. 17
Referências.............................................................................................................. 44
4
Apresentação
O Ministério da Saúde (MS), por meio da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (Cgan/Depros/
Saps/MS), apresenta o Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes.
Este material tem como objetivo fortalecer a promoção da saúde, a nutrição adequada de gestantes
e crianças e, assim, contribuir com o pleno desenvolvimento humano. A ação de prevenção e con-
trole dos agravos nutricionais são compromissos expressos na Política Nacional de Alimentação e
Nutrição que tem como propósito melhorar as condições de alimentação, nutrição e saúde da popu-
lação brasileira1.
São eles:
y Fortificação da alimentação infantil com micronutrientes em pó – NutriSUS.
y Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF).
y Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA).
Espera-se, por meio deste material, apoiar os gestores e os profissionais de saúde na implementação
e na operacionalização dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes no âmbito da
Atenção Primária à Saúde (APS) e reforçar a agenda de prevenção e atenção à anemia, hipovitaminose
A e outras deficiências nutricionais, de forma a fortalecer e aprimorar a ação em todo o País.
Introdução
6 Ministério da Saúde
Anemia
Nos últimos anos, o Brasil apresentou avanços singulares na redução da anemia entre as crianças me-
nores de 5 anos – observou-se recuo de 20,9% de prevalência em 2006 para 10,0% em 2019. A anemia
é mais prevalente entre as crianças na faixa etária de 6 a 23 meses (19,0%), de acordo com os dados
do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019)9. Considerando as regiões do País,
a ocorrência da anemia em menores de 2 anos é mais elevada na Região Norte (30,3%), seguida pelas
Regiões Centro-Oeste (19,2%), Nordeste (18,8%), Sudeste (17,6%) e Sul (13,8%) (Figura 1).
Com relação à magnitude da anemia em gestantes, dados do Consórcio Brasileiro de Nutrição Materno-
infantil, que incluem 12 estudos conduzidos no período de 2008 a 2019, estimam que a anemia afeta
17,3% das gestantes brasileiras10.
18,8%
19,2%
Região 17,6%
Centro-Oeste
Região Sudeste
19%
13,8%
Brasil
Região Sul
Deficiência de vitamina A
A prevalência de deficiência de vitamina A também reduziu nos últimos anos no País, passou de 17,4%
em 2006 para 6,0% em 2019 em crianças menores de 5 anos. Resultados do Enani-2019 mostraram
que essa prevalência é maior na Região Centro-Oeste (9,5%), seguida pelas Regiões Sul (8,9%), Norte
(8,3%), Nordeste (5,2%) e Sudeste (4,3%). Ao observar o recorte etário de 6 a 23 meses, segundo dados
do inquérito nacional de 2019, a prevalência de deficiência de vitamina A é de 6,4% no País, sendo
maior na Região Centro-Oeste (11,5%) e menor na Região Sudeste (5,0%).
5,5%
11,5%
Região 5,0%
Centro-Oeste
Região Sudeste
6,4%
7,7%
Brasil
Região Sul
Objetivo geral:
y Instrumentalizar gestores e profissionais de saúde para prevenir e reverter o cenário das deficiên-
cias de micronutrientes em gestantes e crianças de 6 a 59 meses de idade por meio de ações e
estratégias efetivas a serem desenvolvidas na APS.
Objetivos específicos:
y Apresentar a operacionalização dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes.
y Apresentar os grupos prioritários para suplementação profilática de micronutrientes.
y Apresentar as recomendações para organização do cuidado da suplementação de micronutrientes
a gestantes e crianças.
8 Ministério da Saúde
e SAIBA MAIS
O aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e oferecido até os 2 anos de idade ou
mais, bem como a diversidade da alimentação, são fatores determinantes para a oferta
de diferentes nutrientes e contribuem para a prevenção de deficiências nutricionais,
como a anemia e a deficiência de vitamina A. Para mais informações acesse:
A fortificação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico foi estabelecida em
2002 e atualizada por meio da RDC n.º 150, de 13 de abril de 2017, pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). A estratégia foi atualizada com vistas a garantir sua contribuição na prevenção de
anemia ferropriva e defeitos do tubo neural (DTN), bem como evitar os riscos associados a ingestão
excessiva desses nutrientes em alguns grupos.
No Brasil, a fortificação universal e mandatória do sal para o consumo humano com iodo é preconiza-
da desde a década de 50 com vistas a contribuir com a eliminação dos Distúrbios por Deficiência de
Iodo (DDI). Em 2013, foi atualizada a faixa de recomendação de iodação do sal no Brasil em virtude das
evidências de ingestão excessiva de iodo na população brasileira. Dessa forma, atualmente encontra-
-se vigente a RDC n.º 23, de 24 de abril de 2013, da Anvisa, com as recomendações para esta política.
Atualmente, o MS conta com três programas e estratégias voltados para a prevenção e atenção às de-
ficiências de micronutrientes por meio da suplementação profilática, são eles: Fortificação da alimen-
tação infantil com micronutrientes em pó – NutriSUS, Programa Nacional de Suplementação de
Ferro (PNSF) e Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA).
O atual cenário mostra importantes avanços de melhoria no que que tange às deficiências de mi-
cronutrientes no Brasil. Com isso, para algumas ações, será possível redirecionar o público-alvo do
universal para o público focalizado. A seguir são apresentadas as atualizações e recomendações para
a operacionalização dos programas.
Estratégia
NutriSUS
12 Ministério da Saúde
A estratégia consiste na adição direta da mistura de vitaminas e minerais em pó em uma das refeições
oferecidas para as crianças diariamente. Os micronutrientes em pó são embalados individualmente
na forma de sachês contendo 1 g, que devem ser acrescentados e misturados às preparações culiná-
rias, obrigatoriamente, no momento em que a criança for comer. Os alimentos podem ser facilmente
fortificados em casa ou em qualquer outro local que a criança realize a refeição.
A fortificação com micronutrientes em pó é tão efetiva quanto a suplementação com ferro na prevenção
da anemia, no entanto, possui melhor aceitação em função dos reduzidos efeitos colaterais quando
comparada à administração de suplemento de ferro isolado, além de ter como pressuposto a promoção
da alimentação adequada e saudável. O Quadro 1 a seguir apresenta a composição do produto.
Vitamina E 5 mg Ferro 10 mg
Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) são as unidades gestoras descentralizadas do SasiSUS,
responsáveis pela Atenção Primária à Saúde da população que vive em terras e territórios indígenas.
Dessa forma, a implementação da Estratégia NutriSUS, bem como o monitoramento da distribuição dos
sachês pelos Dsei ocorrerão de forma distinta, atendendo a organização e a estrutura do subsistema.
c IMPORTANTE!
A criança que recebe suplementação pelo NutriSUS não deve receber outro suplemen-
to de ferro, como o sulfato ferroso; e não necessita receber a megadose de vitamina A.
A estratégia NutriSUS propõe a dispensação dos sachês de micronutrientes pelas equipes de saúde da
APS para que as famílias levem o insumo para seus domicílios e façam a oferta para as crianças durante
as refeições. A distribuição dos sachês às famílias é semestral e, considerando a faixa etária de 6 a 24
meses, são previstos três momentos de dispensação: aos 6, 12 e 18 meses de idade da criança. Em cada
momento, 60 sachês são entregues aos responsáveis e cuidadores das crianças, e a recomendação
é que a criança receba 1 sachê diariamente até consumir todos os 60 sachês recebidos. Prevê-se um
período de 2-3 meses de suplementação, levando-se em consideração que a criança pode não receber
os sachês diariamente, sem que haja prejuízo na suplementação. O profissional deve conversar com a
família sobre a importância da continuidade da administração do suplemento no período previsto.
O momento subsequente de entrega dos sachês às famílias sempre deverá acontecer seis meses após
a última entrega na UBS. Dessa forma, será garantido um intervalo mínimo na administração do produto
entre esses momentos de dispensação (entre três e quatro meses). Para a definição dos momentos
de distribuição dos sachês do NutriSUS para a criança, sugere-se a sincronização com o calendário de
consultas de puericultura: aos 6, 12 e 18 meses de idade da criança. O fluxo de operacionalização lo-
14 Ministério da Saúde
cal da estratégia fica a critério das equipes de saúde, de acordo com a própria organização do serviço e
considerando a autonomia da gestão municipal na definição dos fluxos e rotinas de implementação da
estratégia. Contudo, é imprescindível que sejam respeitados: a quantidade de 60 sachês por dispensa-
ção, o intervalo de 6 meses entre cada dispensação e a idade estabelecida para garantir a efetividade da
estratégia (6 a 24 meses de idade). O esquema de dispensação proposto está sistematizado na Figura 3.
Nos momentos de cada marco de distribuição, o profissional de saúde deve anotar a dispensação
do NutriSUS na Caderneta da Criança, na seção “Registros da suplementação de vitamina A, ferro ou
outros micronutrientes”, e em seção específica para registros de informações sobre a consulta de
puericultura no item “Atenção e cuidados especiais nesta fase”. Caso a versão da Caderneta que a
criança possua não tenha essas seções, sugere-se registrar em espaço para anotações. A Caderneta é
um importante instrumento para o acompanhamento da estratégia.
Os sachês são de fácil administração. Cada sachê deverá ser adicionado na alimentação pronta e já ser-
vida no prato da criança, como no arroz com feijão ou na comida amassada com o garfo. Não deve ser
misturado em líquidos e em alimentos duros. O conteúdo em pó do sachê pode ser oferecido junto a
qualquer uma das refeições do dia e não requer mudança de prática/rotina de preparação das refeições.
Para abrir o sachê, orienta-se rasgar com as mãos a ponta indicada em uma das extremidades.
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 15
Considerando que algumas crianças nem sempre comem toda a comida colocada em seu prato, para
garantir que ela consuma todo o conteúdo do sachê, sugere-se que ele seja misturado em uma pe-
quena quantidade da comida, e que essa parte seja a primeira a ser oferecida à criança. Assim, a dose
de NutriSUS será totalmente consumida mesmo que a refeição não seja totalmente aceita.
Após aberto, o conteúdo do sachê deverá ser oferecido à criança no prazo máximo de uma hora, com
vistas a garantir o adequado aproveitamento dos nutrientes nele contido.
NutriSUS
Fonte: Cgan/Depros/Saps/MS.
16 Ministério da Saúde
A criança diagnosticada com anemia ou qualquer outro tipo de carência nutricional deverá interrom-
per a suplementação com o sachê e iniciar o tratamento adequado ao seu agravo, com acompanha-
mento em sua Unidade de Saúde.
A equipe de APS deve monitorar o armazenamento, realizar o controle de estoque e observar o prazo
de validade do produto. Os produtos com prazo de validade vencido devem ser encaminhados para
os procedimentos de descarte.
c IMPORTANTE!
Os produtos deverão ser encaminhados às UBS em suas embalagens originais. Não
devem ser distribuídos nem utilizados os produtos com prazo de validade vencido ou
fora da embalagem original!
Monitoramento
O registro da dispensação dos sachês de NutriSUS às famílias deverá ser feito por meio dos
sistemas e-SUS APS. Assim, sempre que houver entrega dos sachês de NutriSUS às famílias, o re-
gistro deverá ser feito por meio da Ficha de Procedimentos do e-SUS APS. Orientações referentes ao
preenchimento da Ficha de Procedimentos estão disponíveis em: https://aps.saude.gov.br/ape/esus.
A ficha impressa pode ser utilizada no dia a dia das equipes e quaisquer profissionais podem fazer o
registro das informações, porém a inserção dos dados no sistema e-SUS APS deve ser realizada por
um profissional de saúde com acesso ao sistema.
Com base na Ficha de Procedimentos, o profissional deve registrar as ações da seguinte forma:
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 19
No bloco – “Outro procedimento (se necessário, utilize estes campos para registrar procedimen-
tos realizados não constantes na listagem anterior)” é possível registrar a ação de dispensação do
NutriSUS para a criança:
A cada entrega do ciclo completo com 60 sachês por parte do profissional de saúde – preferencialmen-
te durante a consulta de puericultura – o registro deverá ser realizado na ficha de procedimentos.
F LEMBRETE
Para acompanhamento das famílias, é fundamental que o profissional de saúde tam-
bém registre a suplementação com sachês de micronutrientes em pó na Caderneta da
Criança em todos os momentos de dispensação.
20 Ministério da Saúde
ATENÇÃO BÁSICA
FICHA DE PROCEDIMENTOS CONFERIDO POR: FOLHA Nº:
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
TURNO* M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N
Nº PRONTUÁRIO
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|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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CNS DO CIDADãO |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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Dia/mês
Data de nascimento*
Ano
Local de atendimento*
Escuta inicial/orientação
Nº
Acupuntura com inserção de agulhas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Administração de vitamina A
Cateterismo vesical de alívio
Cauterização química de pequenas lesões
Código do SIGTAP
Cirurgia de unha
(registre (cantoplastia)
o código na vertical)
Cuidado de estomas
Curativo especial
Drenagem de abscesso
Eletrocardiograma
Coleta de citopatológico de colo uterino
Exame do pé diabético
de(se necessário, utilize estes campos para registrar procedimentos
auditiva e nasal
Remoção de corpo estranho subcutâneo
medicamentos realizados não constantes na listagem acima)
Retirada de cerume
cirurgias*
Retirada de pontos
Código de cirurgias
do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Sutura simples
Triagem oftalmológica
Procedimentos/Pequenas
Tamponamento de epistaxe
De gravidez
Teste rápido
Dosagem de proteinúria
Para HIV
Para hepatite
Código C
do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Para sífilis
Oral
Intramuscular
procedimento
Administração
Endovenosa
Inalação/Nebulização
Tópica
Penicilinadopara tratamento de sífilis
Outro
Código SIGTAP
(registre o código na vertical)
Subcutânea (SC)
Código do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Aferição de temperatura
eríodo
Curativo simples
Programa Nacional
de Suplementação
de Ferro
22 Ministério da Saúde
O PNSF (Portaria n,º 1.555, de 30 de julho de 2013, e Portaria de Consolidação n.º 5, de 28 de setembro
de 2017) preconiza a suplementação profilática de ferro para todas as crianças de 6 a 24* meses de
idade, gestantes ao iniciarem o pré-natal, mulheres no pós-parto e pós-aborto e na suplementação de
ácido fólico para gestantes.
A OMS recomenda a suplementação diária de ferro como uma intervenção de saúde pública para a
prevenção da deficiência de ferro e anemia em lactentes e crianças de 6 a 24 meses, que vivem em
locais onde a anemia é altamente prevalente (acima de 40%)13. A suplementação de ferro e ácido fólico
durante a gestação é recomendada como parte do cuidado no pré-natal para reduzir o risco de baixo
peso ao nascer da criança, anemia e deficiência de ferro na gestante, além da prevenção da ocorrência
de defeitos do tubo neural (DTN)14.
O PNSF atende crianças de 6 a 24 meses que não estão contempladas pela estratégia NutriSUS.
*
Destaca-se a importância da continuidade do PNSF no presente momento para a garantia da suplementação profilática de ferro em crianças
que não sejam contempladas pela estratégia NutriSUS, especialmente nas regiões de maior vulnerabilidade.
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 23
A partir de 2022, o esquema de suplementação para a criança prevê a oferta diária de sulfato ferroso
por três meses consecutivos, seguida de uma pausa de três meses no recebimento do suplemento.
No final do terceiro mês, inicia-se um novo ciclo de três meses de suplementação diária. No total,
a criança de 6 a 24 meses de idade deve receber dois ciclos de suplementação. O esquema
de suplementação proposto está sistematizado na Figura 6. Os ciclos devem ser realizados prefe-
rencialmente aos 6 e 12 meses de idade da criança, considerando a maior vulnerabilidade para a
ingestão insuficiente de ferro e a alta demanda do mineral para o crescimento e desenvolvimento
infantil, e também considerando a sincronia com o calendário de consultas de puericultura (presente
na Caderneta da Criança). O fluxo de organização fica a critério da equipe de saúde, tendo em vista
a autonomia da gestão municipal, entretanto, reforça-se que sejam respeitados: dois ciclos de suple-
mentação diária de sulfato ferroso por três meses seguida de pausa de três meses, bem como a idade
estabelecida para garantir a efetividade da estratégia (6 a 24 meses de idade).
Nos momentos de cada marco de distribuição, o profissional de saúde deverá anotar a dispensação
do sulfato ferroso na Caderneta da Criança, na seção “Registros da suplementação de vitamina A, fer-
ro ou outros micronutrientes” e em seção específica para registros de informações sobre a consulta
de puericultura no item “Atenção e cuidados especiais nesta fase”. Caso a versão da Caderneta que a
criança possua não tenha essas seções, sugere-se registrar em espaço para anotações. A Caderneta é
um importante instrumento para o acompanhamento do Programa
É fundamental que as famílias sejam orientadas quanto à importância da suplementação, bem como
sejam informadas sobre dosagem, periodicidade, efeitos colaterais, tempo de intervenção e formas
de conservação, para que a adesão seja efetiva, garantindo a continuidade e o impacto positivo na
diminuição do risco da deficiência de ferro e de anemia entre crianças.
Idade da criança:
9 meses
Idade da Idade da
criança: criança: Fim do ciclo de
6 meses 12 meses supelementação
Fonte: CGAN/Depros/Saps/MS.
24 Ministério da Saúde
Para todas as famílias que tenham crianças, deve-se aproveitar a oportunidade para re-
forçar as recomendações para uma alimentação adequada e saudável com base no Guia
Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos e no Guia Alimentar para a População
Brasileira.
y Apesar de normalmente ser o medicamento de escolha, o sulfato ferroso possui como limitantes
as intercorrências gastrointestinais (vômitos, diarreia, constipação intestinal, fezes escuras e cóli-
cas). As gestantes devem ser orientadas quanto aos possíveis efeitos e à necessidade de se manter
a suplementação até o final do esquema.
Mulheres com fatores de risco para DTN devem ser orientadas para a suplementação diária na dosa-
gem de 5 mg de ácido fólico. Essa quantidade deve ser suplementada pelo menos 30 dias antes da
data em que se planeja engravidar até a 12a semana da gestação. Mulheres que podem se beneficiar
da suplementação de ácido fólico em doses mais altas15,16:
y Um dos pais com histórico pessoal de DTN ou história prévia de gestação acometida por DTN.
y Histórico familiar com DTN em parente de segundo ou terceiro grau.
y Uso de terapia medicamentosa de anticonvulsivantes com ácido valpróico e carbamazepina.
y Condições médicas maternas associadas à diminuição de absorção de ácido fólico avaliadas pelo
profissional de saúde (doença celíaca, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, retocolite
ulcerativa, cirurgias bariátricas, ressecção ou bypass intestinal importante).
y Diabetes mellitus pré-gestacional.
As equipes de saúde da APS têm papel fundamental para melhorar significativamente a adesão de
mulheres, gestantes e crianças quanto ao uso correto dos suplementos. Assim, para apoiar esse pro-
cesso, é preciso compreender que o PNSF não se refere apenas a dispensação dos insumos.
Funcionamento do PNSF
A compra dos suplementos de ferro e ácido fólico destinados ao PNSF deve ser feita junto ao plane-
jamento do componente básico da assistência farmacêutica. Dessa forma, os municípios, o Distrito
Federal e os estados (onde couber) são responsáveis por seleção, programação, aquisição, arma-
zenamento, controle de estoque e prazos de validade, distribuição e dispensação dos suplementos
de sulfato ferroso e ácido fólico do PNSF (Portaria n.º 1.555, de 30 de julho de 2013; Portaria de
Consolidação n.º 5, de 28 de setembro de 2017).
5 mg/mL xarope
40mg comprimido
5 mg comprimido
Ácido fólico
0,2 mg/mL solução oral
Para o suplemento de ácido fólico, destaca-se a importância da sua oferta na forma de apresentação
em solução oral, com o objetivo de atender a recomendação de 0,4 mg diária de ingestão do micronu-
triente e, assim, evitar o risco de ingestão excessiva do micronutriente, exceto para os casos explicita-
dos anteriormente que indiquem o seu uso em maior dosagem.
Monitoramento
Orienta-se que para o PNSF também seja registrada a dispensação dos suplementos nos sistemas
e-SUS APS, a partir da ficha de procedimentos, conforme explicitado a seguir:
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 27
ATENÇÃO BÁSICA
FICHA DE PROCEDIMENTOS CONFERIDO POR: FOLHA Nº:
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
TURNO* M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N
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CNS DO CIDADãO |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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Dia/mês
Data de nascimento*
Ano
Local de atendimento*
Escuta inicial/orientação
Nº
Acupuntura com inserção de agulhas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Administração de vitamina A
Cateterismo vesical de alívio
Cauterização química de pequenas lesões
Código do SIGTAP
Cirurgia de unha
(registre (cantoplastia)
o código na vertical)
Cuidado de estomas
Curativo especial
Drenagem de abscesso
Eletrocardiograma
Coleta de citopatológico de colo uterino
Exame do pé diabético
de(se necessário, utilize estes campos para registrar procedimentos
auditiva e nasal
Remoção de corpo estranho subcutâneo
medicamentos realizados não constantes na listagem acima)
Retirada de cerume
cirurgias*
Retirada de pontos
Código de cirurgias
do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Sutura simples
Triagem oftalmológica
Procedimentos/Pequenas
Tamponamento de epistaxe
De gravidez
Teste rápido
Dosagem de proteinúria
Para HIV
Para hepatite
Código C
do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Para sífilis
Oral
Intramuscular
procedimento
Administração
Endovenosa
Inalação/Nebulização
Tópica
Penicilinadopara tratamento de sífilis
Outro
Código SIGTAP
(registre o código na vertical)
Subcutânea (SC)
Código do SIGTAP
(registre o código na vertical)
Fonte: Ministério
Procedimentos da Saúde.
consolidados
Aferição de PA
Aferição de temperatura
eríodo
Curativo simples
28 Ministério da Saúde
No bloco – “Outro procedimento (se necessário, utilize estes campos para registrar procedimentos
realizados não constantes na listagem anterior)” é possível registrar a ação de dispensação do sulfato
ferroso e ácido fólico:
A cada entrega dos suplementos de ferro e ácido fólico por parte do profissional de saúde o registro
deverá incluir na ficha de procedimentos:
Para gestantes e mulheres: o registro de dispensação de ferro e ácido fólico deverá ser
mensal.
F LEMBRETE
Para possibilitar o acompanhamento da suplementação pelas famílias é fundamental
que o profissional de saúde também registre a suplementação de ferro na Caderneta
da Criança na seção “Registros da suplementação de vitamina A, ferro ou outros micro-
nutrientes”; e em seção específica para registros de informações sobre a consulta de
puericultura no item “Atenção e cuidados especiais nesta fase”. Caso a versão da Cader-
neta que a criança possua não tenha essas seções, sugere-se registrar em espaço para
anotações. Para as gestantes, o registro também deve ser realizado na Caderneta da
Gestante e na ficha perinatal.
População indígena assistida pelo SasiSUS: o monitoramento da entrega dos suple-
mentos de ferro e ácido fólico pelos profissionais de saúde dos Dsei ocorrerão no Sis-
tema de Informação de atenção à Saúde Indígena (Siasi), atendendo a organização e
estrutura do subsistema.
Programa Nacional
de Suplementação
de Vitamina A
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 31
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA) foi instituído oficialmente por meio da
Portaria n.º 729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a hipovitaminose A, a mor-
talidade e a morbidade em crianças de 6 a 59 meses de idade, por meio da suplementação profilática
medicamentosa (megadoses) de vitamina A.
A OMS recomenda a suplementação de vitamina A em altas doses (megadose) para lactentes e crian-
ças de 6 a 59 meses de idade em locais onde a deficiência de vitamina A é um problema de saúde
pública (acima de 20%)17. Estudo de revisão sistemática mostrou que a suplementação de vitamina A
reduziu em 12% o risco de mortalidade por todas as causas e mortalidade por diarreia18.
As megadoses de vitamina A são adquiridas pelo Ministério da Saúde e encaminhadas aos estados,
que distribuem, conforme logística local, aos seus municípios, que são responsáveis pela operacionali-
zação do programa, no âmbito da APS (Figura 7). A megadose de vitamina A deve ser administrada na
UBS. Já os Dsei recebem as megadoses de vitamina A diretamente do Ministério da Saúde, e a distri-
buição para a população é realizada conforme a logística local.
A megadose é composta de vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de vitami-
na E. O PNSVA distribui cápsulas em duas dosagens: de 100.000 UI e de 200.000 UI, acondicionadas
em frascos, contendo, cada um, 50 cápsulas gelatinosas moles. As cápsulas apresentam cores diferen-
tes, de acordo com a concentração de vitamina A.
32 Ministério da Saúde
As crianças atendidas na APS constituem o público prioritário, porém o PNSVA apresenta critérios
específicos conforme a região do País e suas especificidades a partir de 2022, como se apresenta no
quadro a seguir:
Condutas:
A partir do 6º mês de idade, as crianças devem receber as doses de Vitamina A (exceto se contempla-
das com o NutriSUS, nesse caso não é necessário a administração de Vitamina A). Para tanto, é preciso
verificar na Caderneta da Criança a data da última administração da megadose de vitamina A.
A implementação do PNSVA ocorre por meio das UBS. Para tanto, sugere-se que a administração
da megadose de Vitamina A seja realizada durante as consultas de puericultura, a fim de otimizar a
operacionalização, bem como aproveitar o momento propício para potencializar o cuidado integral da
saúde da criança. A equipe de saúde pode definir a estratégia de distribuição de vitamina A que mais
se adequa à sua realidade, podendo ser na rotina dos serviços de saúde (demanda espontânea ou
programada, visita domiciliar e busca ativa).
Dosagem:
**
A redução da faixa etária nas Regiões Sul e Sudeste justifica-se pela menor vulnerabilidade destes locais e ao maior risco para deficiências de
micronutrientes em crianças menores de 2 anos de idade, conforme apresentado na Introdução deste material.
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 33
G ATENÇÃO!
Na falta de qualquer megadose na UBS, não se deve dobrar a dose de 100.000 UI para
200.000 UI ou então dar parcialmente a cápsula de 200.000 UI em substituição à dose
de 100.000 UI.
Monitoramento
Para o PNSVA, os dados devem ser registrados na ficha de procedimentos do e-SUS APS, na opção
“administração de vitamina A”, conforme imagem demonstrada a seguir.
34 Ministério da Saúde
ATENÇÃO BÁSICA
FICHA DE PROCEDIMENTOS CONFERIDO POR: FOLHA Nº:
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
TURNO* M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N M T N
Nº PRONTUÁRIO
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
|__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
CNS DO CIDADãO |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__| |__|
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Dia/mês
Data de nascimento*
Ano
Local de atendimento*
Escuta inicial/orientação
Acupuntura com inserção de agulhas
Administração de vitamina A
Cateterismo vesical de alívio
Cauterização química de pequenas lesões
Cirurgia de unha (cantoplastia)
Cuidado de estomas
Curativo especial
Drenagem de abscesso
Eletrocardiograma
Coleta de citopatológico de colo uterino
Exame do pé diabético
Exérese/biópsia/punção de tumores
superficiais de pele
Procedimentos/Pequenas cirurgias*
Dosagem de proteinúria
A cada entrega de megadose de vitamina A por parte do profissional de saúde, o registro deverá con-
Para HIV
Para hepatite C
ter na fichaPara
desífilis
procedimentos:
Oral
Administração de
Intramuscular
a) CNS doEndovenosa
profissional de saúde.
medicamentos
b) CNS doInalação/Nebulização
cidadão, data de nascimento e sexo da criança suplementada.
Tópica
Penicilina para tratamento de sífilis
Subcutânea (SC)
F LEMBRETE:
Para possibilitar o acompanhamento da suplementação pelas famílias, é fundamental
que o profissional de saúde também registre a suplementação de ferro na Caderneta
da Criança na seção “Registros da suplementação de vitamina A, ferro ou outros micro-
nutrientes”; e em seção específica para registros de informações sobre a consulta de
puericultura no item “Atenção e cuidados especiais nesta fase”. Caso a versão da Cader-
neta que a criança possua não tenha essas seções, sugere-se registrar em espaço para
anotações.
Ressalta-se que as crianças que recebem os sachês da estratégia NutriSUS não devem receber outro
suplemento contendo ferro e não necessitam receber vitamina A. Para aquelas que não recebem
o NutriSUS, os profissionais de saúde devem orientar sobre a suplementação profilática de ferro pelo
PNSF e vitamina A pelo PNSVA, quando indicado.
FERRO
A suplementação ATUALIZACÃO
Dos 6 aos 24 meses de idade
NÃO de ferro pelo Ciclos de
a crianca deve receber 2
Programa Nacional suplementação:
ciclos de suplementação:
de Suplementação de 3 meses diariamente
priorize aos 6 e 12 meses
Ferro está disponível seguido de 3 meses
de idade da criança.
em todos os municípios de pausa.
brasileiros.
Oriente sobre os
programas de VITAMINA A
suplementação de
Se o seu município ATENÇÃO!
micronutrientes.
está aderido ao
Confira as
Programa Nacional
recomendações
de Suplementação
especificas para
de Vitamina, realize
a sua região!
a administração
da megadose*.
ORIENTAÇÕES GERAIS
• Promova o aleitamento materno e a alimentação adequada
e saudável de acordo com o Guia Alimentar.
• Continue a rotina de acompanhamento da criança na APS.
• No caso de diagnóstico de anemia, as orientações deverão ser diferenciadas para o tratamento.
• Realize o monitoramento da dispensação de suplementos no
sistema apropriado e também na Caderneta da Criança.
Fonte: CGAN/Depros/Saps/MS.
Integralidade
do Cuidado e
Organização da
Atenção Nutricional
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 39
A gestão e a organização das ações que são desenvolvidas no âmbito dos Programas Nacionais de
Suplementação de Micronutrientes devem, prioritariamente, iniciar pelo diagnóstico da situação ali-
mentar e nutricional da população adscrita a cada uma das equipes de Atenção Primária à Saúde.
Esse processo permitirá a identificação de grupos de maior vulnerabilidade no território, a presença
de possíveis determinantes e condicionantes da situação alimentar e nutricional, para que, assim,
possam ser definidas as prioridades de ação. Cabe destacar que o diagnóstico também contribui para
visualização das potencialidades e possíveis parceiros presentes no território que podem apoiar o
desenvolvimento das ações19.
40 Ministério da Saúde
BITO COLETIVO
ÂM
de odu rma
Co ad ão dões
pr nfo
ÂMBITO
le os e
d ç ç
i
Avaliação
ta e
VID L
INDI UAColeta
de dados e
Avaliação produção de
informações
Análise
Ação e Decisão
Análise
Ação e Decisão
Fonte: CGAN/Depros/Saps/MS.
Finalizado o processo de diagnóstico, as equipes devem construir seus planos de ação para prevenção e
atenção às deficiências de micronutrientes, estruturando os objetivos, as metas, as estratégias para alcan-
ce das metas, os indicadores e a periodicidade para o monitoramento, a fonte de recursos financeiros para
ações, prazos e responsáveis. Cabe destacar que, de acordo com a PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO N.º 5,
DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 “art. 114, para a implantação do PNSF, o Distrito Federal e os municípios de-
verão observar, em seus territórios, as seguintes condições: II – planejar, programar, adquirir, armazenar,
controlar os estoques, os prazos de validade, distribuir e dispensar os suplementos de sulfato ferroso e
ácido fólico, previstos no Componente Básico da Assistência Farmacêutica, sendo este ponto fundamental
para que a gestão evite interrupção do programa. É importante que a gestão apresente o resultado do
diagnóstico para o Conselho Municipal de Saúde e do DF e pactue a inclusão das metas e ações relaciona-
das aos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes (PNSM) no Plano Municipal de Saúde
e na Programação Anual de Saúde, promovendo, dessa forma, a transparência e visibilidade para as ações
de saúde, alimentação e nutrição da população (Portaria de Consolidação n.º 1/GM/MS, de 28 de setembro
de 2017). Pode ainda ser oportuna a articulação com as Câmaras Intersetoriais de Segurança Alimentar
e Nutricional (Caisan), o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, o Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Conselho de Alimentação Escolar, entre outras instâncias de
controle social. O Quadro 2 apresenta alguns exemplos de ações que podem contar com a parceria de
profissionais de outros setores além da saúde.
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 41
A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição estão entre os princípios
da Pnan. Nesse sentido, a articulação entre diferentes setores é tida como pressuposto para o alcance da integra-
lidade na atenção nutricional e para responder aos agravos decorrentes da má nutrição19. A seguir, descrevemos
alguns exemplos de ações que podem ser desenvolvidas em parceria com outros setores sociais, com intuito de
fortalecer e qualificar a agenda de prevenção e controle das deficiências de micronutrientes. Ressalta-se que a
articulação deve ser feita em todas as etapas do ciclo de gestão do cuidado (coleta de dados e informações da
população, análise e decisão, ação, monitoramento e avaliação).
Eixo de
Ações Setores Parceiros Materiais de Apoio
Atuação
Conclusão
Eixo de
Ações Setores Parceiros Materiais de Apoio
Atuação
Fonte: CGAN/Depros/Saps/MS
Caderno dos Programas Nacionais de Suplementação de Micronutrientes 43
A Matriz para organização de cuidados em alimentação e nutrição na Atenção Primária à Saúde foi desenvolvida para
subsidiar a estruturação desses cuidados nos diversos territórios cobertos pela APS. A Matriz apresenta um conjunto
de elementos essenciais e mobilizadores para organizar e garantir melhor oferta de cuidados em alimentação e
nutrição para a população, enquanto parte da atenção integral à saúde, e contribuindo para a garantia dos Atri-
butos da APS.
G ATENÇÃO GESTORES(AS):
O Incentivo Financeiro das Ações de Alimentação e Nutrição (FAN) é uma importante
fonte de recursos para apoiar a implementação das ações de alimentação e nutrição
nos estados e municípios. O incentivo é repassado na modalidade fundo a fundo para
estados, Distrito Federal e municípios brasileiros com população acima de 30 mil habi-
tantes (Portaria GM/MS n.º 1.127, de 2 de junho de 2021). Trata-se de recurso de cus-
teio e sua execução deve acontecer de acordo com as necessidades e o planejamento
local. O FAN pode ser utilizado para o financiamento de ações para apoiar o diagnóstico
situacional, as ações de educação permanente, de vigilância alimentar e nutricional, a
promoção da alimentação adequada e saudável e as ações relacionadas à prevenção e
atenção às deficiências nutricionais, entre outras.
44 Ministério da Saúde
Referências
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Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://189.28.128.100/nutricao/docs/
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Nutrition, v. 71, n. 5, p. 1280S–1284S, 2000. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ajcn/71.5.1280s. Acesso em: 01
abr. 2022.
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5 Beard JL. Why iron deficiency is important in infant development. The Journal of Nutrition, v. 138, n. 12, p. 2534-
2536, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1093/jn/138.12.2534. Acesso em: 01 abr. 2022.
6 LOZOFF, B. et al. Long-lasting neural and behavioral effects of iron deficiency in infancy. Nutrition Reviews,
Washington, D.C., v. 64, n. 5, p. S34-S91, 2006. Part 2. DOI: 10.1301/nr.2006.may.s34-s43.
7 BRABIN, B. J.; PREMJI, Z.; VERHOEFF, F. An analysis of anemia and child mortality. The Journal of Nutrition, v. 131, n.
2, p. 636S-648S, 2001.
8 SCOTT, S. P. et al. The impact of anemia on child mortality: an updated review. Nutrients, v. 6, n. 12, p. 5915-5932,
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9 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Biomarcadores do estado de micronutrientes: prevalências de
deficiências e curvas de distribuição de micronutrientes em crianças brasileiras menores de 5 anos: ENANI 2019. Rio de
Janeiro, RJ: UFRJ, 2021. Disponível em: https://enani.nutricao.ufrj.br/index.php/relatorios/. Acesso em 03/01/2022
10 CONSÓRCIO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL. Perfil epidemiológico da anemia em gestantes:
dados do Consórcio Brasileiro de Nutrição Materno-infantil. 2021
11 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO guideline: Use of multiple micronutrient powders for point-of-use
fortification of foods consumed by infants and young children aged 6–23 months and children aged 2–12 years. Geneva:
WHO, 2016
12 HOME FORTIFICATION-TECHNICAL ADVISORY GROUP. Programatic Guidance Brief on use of Micronutrient
Powder (MNP) for Home Fortification. Geneva: HF-TAG, 2011.
13 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO guideline: Daily iron supplementation in infants and children. Geneva:
WHO, 2016.
14 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO guideline: WHO recommendations on antenatal care for a positive
pregnancy experience. Geneva: WHO, 2016.
15 WILSON, R. D. et al. Pre-conception Folic Acid and Multivitamin Supplementation for the Primary and Secondary
Prevention of Neural Tube Defects and Other Folic Acid- Sensitive Congenital Anomalies. J Obstet Gynaecol Can. v.
37, n. 6, p. 534-552, 2015.
16 AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). ACOG’s Committee on Practice Bulletins –
Obstetrics. ACOG Practice Bulletin No. 201: Pregestational Diabetes Mellitus. Obstet Gynecol. v. 132, n. 6, p.
e228-e248, 2018.
17 WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Guideline: Vitamin A supplementation in infants and children 6–59
months of age. Geneva: WHO, 2011.
18 IMDAD, A. et al. Vitamin A supplementation for preventing morbidity and mortality in children from six months to five
years of age. Cochrane Database Syst Rev. v. 3, n. 3, 2017. DOI: 0.1002/14651858.CD008524.pub3.
19 BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf. Acesso em: 05
jul. 2022.
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