Sociedade II Mize 2023

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Primeiro Trabalho de História das Sociedades II


Contexto do Surgimento do Renascimento

Virgínia Fernando Beve Mizé Código: 708224528


Docente: Dr. Manuel Ossifo Monipa

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Disciplina: História das Sociedades II
2º Ano

Maputo, Maio de 2023


ÍNDICE

Conteúdo
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 1
1.1. Contextualização ......................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos .................................................................................................................................... 1
1.2.1. Objectivo geral .................................................................................................................... 1
1.2.2. Objectivos específicos: ........................................................................................................ 1
1.3. Metodologia ................................................................................................................................. 1
2. RENASCIMENTO ............................................................................................................................. 2
2.1. Conceito do Renascimento. ........................................................................................................ 2
2.2. Origem do Renascimento. .......................................................................................................... 3
2.3. Características do Renascimento .............................................................................................. 3
2.3.1. Humanismo ......................................................................................................................... 3
2.3.2. Racionalismo ....................................................................................................................... 4
2.3.3. Individualismo..................................................................................................................... 4
2.3.4. Antropocentrismo ............................................................................................................... 4
2.3.5. Cientificismo ........................................................................................................................ 5
2.3.6. Universalismo ...................................................................................................................... 5
2.3.7. Antiguidade Clássica .......................................................................................................... 5
2.4. Factores do Renascimento.......................................................................................................... 6
2.5. As fases do Renascimento........................................................................................................... 8
2.5.1. Trecentro (século XIV) ....................................................................................................... 8
2.5.2. Quatrocenttro (século XV) ............................................................................................... 10
2.5.3. Cinquecento (século XVI) ................................................................................................ 11
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 13
4. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 14
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: O enfraquecimento da igreja católica medieval. ............................................................. 3


Figura 2: Mona Lisa do Leonardo da Vinci .................................................................................... 7
Figura 3: Beijo de Judas, obra de Giotto di Bondone ..................................................................... 9
Figura 4: O nascimento de Vênus, obra de Sandro Botticelli. ...................................................... 10
Figure 5: Pietá e Leda, obra de Michelangelo............................................................................... 12
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1. INTRODUÇÃO
1.1.Contextualização

Na opinião de Gombrich (1999, p.37) Renascimento ou Renascença é o nome dado ao


movimento de reforma artística, literária e científica que teve origem no século XIV na Itália e se
espalhou para o resto da Europa, estando em vigor até o século XVI. Esta palavra também
significa o ato de renascer e pode ser sinónimo de reformulação.

Burke (2006, p.52) aponta que as fases do Renascimento representam a divisão desse movimento
artístico em três períodos: Trecento, Quattrocento e Cinquecento. Elas marcaram a transição da
Idade Média para a Idade Moderna nos séculos XIV, XV e XVI. Será dentro deste contexto que
a presente pesquisa ira desenvolver o tema: Contexto do Surgimento do Renascimento.

1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
 Analisar o contexto do surgimento do Renascimento.
1.2.2. Objectivos específicos:
 Conceituar o Renascimento.
 Caracterizar o Renascimento
 Explicar os factores do Renascimento.
 Descrever as fases do Renascimento
1.3. Metodologia

Para a elaboração desta pesquisa, recorreu-se a revisão bibliográfica das principais obras que
versam sobre esta temática, fez-se o levantamento, leitura, analise, interpretação das obras e
artigos científicos e de fichas de leitura e resumos.

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2. RENASCIMENTO
2.1. Conceito do Renascimento.

Na visão de Baxandall (2001, p.63) o termo Renascimento, ou renascença, faz referência a um


movimento intelectual e artístico surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI, e daí difundido
por toda a Europa. À concepção medieval do mundo se contrapõe uma nova visão, empírica e
científica, do homem e da natureza.

Segundo Burke (2006, p.37) a ideia de um 'renascimento' ocorrido nas artes e na cultura
relaciona-se à revalorização do pensamento e da arte da Antiguidade clássica e à formação de
uma cultura humanista. A obra do pintor, arquitecto e teórico Giorgio Vasari (1511-1574)
constitui a principal fonte de informação acerca da arte renascentista italiana.

Conforme Elias (2004, p.99) a renovação das artes ocorrida na Itália, segundo o seu célebre Vida
dos mais excelentes pintores, escultores e arquitectos (1550; 2ª edição 1568), tem como ponto de
apoio a recusa do antinaturalismo da tradição bizantina e, paralelamente, a redescoberta da
escultura clássica operada por Nicola Pisano no sarcófago de Pisa.

Na opinião de Gombrich (1999, p.37) Renascimento ou Renascença é o nome dado ao


movimento de reforma artística, literária e científica que teve origem no século XIV na Itália e se
espalhou para o resto da Europa, estando em vigor até o século XVI. Esta palavra também
significa o ato de renascer e pode ser sinónimo de reformulação.

De acordo com alguns autores, o Renascimento foi um movimento de ruptura, que surgiu em
oposição à "escuridão cultural e intelectual" verificada na Idade Média. Enquanto alguns autores
defendiam que o Renascimento foi um movimento de separação de muitas filosofias da época
medieval, outros indicam que foi um movimento de continuidade e que por isso está
inevitavelmente relacionado com a Idade Média.

Conforme Sevcenko (2002, p.38) o Renascimento abriu caminho para o desenvolvimento de


vários estilos artísticos e correntes filosóficas. Alguns se desenvolveram em concordância com o
Renascimento, enquanto outros se definiram pela distanciação. Este é o exemplo do Barroco, um
estilo oposto ao Renascimento (valorizava a simplicidade), caracterizado pelo exagero de
enfeites e grandiosidade.
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2.2. Origem do Renascimento.

Segundo Baxandall (2001, p.66) as transformações económicas, políticas e sociais, ocorridas no


final da Idade Média, tiveram influência na origem do Renascimento. Entre essas
transformações, podemos citar: origem da burguesia (com o declínio da nobreza feudal),
renascimento urbano e comercial, êxodo rural e a transição do feudalismo para o capitalismo.

Na percepção de Burke (2006, p.48) do ponto de vista político, o principal aspecto ligado ao
surgimento do Renascimento é a formação das monarquias nacionais.

E no campo religioso, para Elias (2004, p.57) foi o momento do enfraquecimento da Igreja
Católica, com o crescimento da razão em superação a fé. O racionalismo (conhecimento ligado à
experimentação científica), em ascensão no século XV, está relacionado a esse contexto.

Figura 1: O enfraquecimento da igreja católica medieval.

Fonte: Elias (2004)

2.3. Características do Renascimento


2.3.1. Humanismo

De acordo com Burke (2006, p.51) o movimento humanista surge como mote para a valorização
do ser humano e da natureza humana, onde o antropocentrismo (homem no centro do mundo) foi
sua principal característica.

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O humanismo foi uma corrente intelectual que se destacou na filosofia e nas artes e que
desenvolveu o espírito crítico do ser humano.

2.3.2. Racionalismo

Na percepção de Baxandall (2001, p.93) ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi
importante para desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé
medieval.

Com ele, de acordo com Sevcenko (2002, p.38) o empirismo ou a valorização da experiência,
foram essenciais para a mudança de mentalidade no período do renascimento. Esta corrente
afirmava que os fenómenos humanos e da natureza deveriam ser comprovados diante de
experiências racionais.

2.3.3. Individualismo

Na concepção de Elias (2004, p.71) representou uma das importantes características dos
renascimentos associados ao movimento humanista.

Neste contexto, de acordo com Gombrich (1999, p.85) o homem é colocado em posição central e
passa a ser regido, não somente pela igreja, mas também por suas emoções e escolhas. Assim, ele
torna-se um ser crítico e responsável por suas acções no mundo.

2.3.4. Antropocentrismo

Conforme Burke (2006, p.67) em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus
estava no centro do mundo, o antropocentrismo (homem como centro do mundo) surge para
valorizar diversos aspectos do ser humano.

Na concepção de Elias (2004, p.44) a razão torna-se o instrumento pelo qual o ser humano deve
pautar suas acções. Ainda que a religião continue a ter muita importância, a inteligência humana
foi exaltada diante das diversas descobertas científicas da época.

Percebe-se que desta maneira, reforçado pelo individualismo, o homem passa a ter uma posição
centralizada e isso o impulsiona a ousar no aprendizado e em descobertas científicas ou de novas
terras.

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2.3.5. Cientificismo

De acordo com Baxandall (2001, p.62) numa época de efervescência, o conceito do cientificismo
foi de suma importância para mudar a mentalidade do homem e trazer à tona questões sobre o
conhecimento do mundo. Destacam-se como grandes pensadores e cientistas desse período:

 Nicolau Copérnico: astrónomo e matemático


 Galileu Galilei: astrónomo e físico
 Johannes Kepler: astrónomo e matemático
 Andreas Vesalius: médico, “pai da anatomia”
 Francis Bacon: filósofo e cientista
 René Descartes : filósofo e matemático
 Leonardo da Vinci: artista, cientista, matemático, inventor
 Isaac Newton: astrónomo e cientista

2.3.6. Universalismo

Na percepção de Burke (2006, p.44) foi desenvolvida sobretudo, na educação renascentista


corroborada pelo desenvolvimento do conhecimento humano em diversas áreas do saber.

Segundo Elias (2004, p.74) o homem renascentista busca ser um "polímata", ou seja, aquele que
se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura polímata do renascimento foi sem
dúvida, Leonardo da Vinci.

Vale ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e
universidades, bem como a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades (línguas,
literatura, filosofia, dentre outras.)

2.3.7. Antiguidade Clássica

Conforme Baxandall (2001, p.90) a retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo
dos humanistas. Um dos fatos que facilitou muito o estudo dos clássicos foi a invenção da
imprensa, uma vez que a rápida reprodução das obras auxiliou na divulgação do conhecimento.

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Para Burke (2006, p.39) segundo os estudiosos da época, a filosofia e as artes desenvolvidas
durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande valor estético e cultural, em detrimento
daquelas da Idade Média.

Percebe-se que no renascimento algumas características foram fundamentais para compor a


cultura da época. Os artistas da época valorizavam bastante a cultura greco-romana. Eles
pensavam que gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, diferente
dos homens medievais.

E por conta disso, que segundo Elias (2004, p.37) as qualidades mais valorizadas no ser humano
na época eram a inteligência, o conhecimento e os dons artísticos. Entretanto, as maiores
características do renascimento se pautavam em quatro pontos principais:

 No Racionalismo: onde os renascentistas eram convictos que a razão era o único


caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela
razão e pela ciência;
 No Experimentalismo: onde para eles todo conhecimento deveria ser
demonstrado através da experiência científica;
 No Individualismo: que parte do princípio do homem conhecer a si próprio,
buscando afirmar sua própria personalidade, talentos e satisfazer suas ambições.
Esta concepção se baseia no princípio que o direito individual estaria acima do
direito colectivo;
 No Antropocentrismo: que colocava o homem como a suprema criação de Deus
e como o centro do universo.
2.4. Factores do Renascimento

Para Baxandall (2001, p.73) as conquistas marítimas e o contacto mercantil com a Ásia
ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século
XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus
fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras
para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitectos, escritores, etc.

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Segundo Burke (2006, p.66) os governantes europeus e o clero passaram a dar protecção e ajuda
financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por
objectivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares
entre as populações das regiões onde actuavam. Neste período, era muito comum as famílias
nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

De acordo com Elias (2004, p.67) foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu,
neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades
como, por exemplo, Veneza, Florença e Génova tiveram um expressivo movimento artístico e
intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.

 Itália foi o berço do Renascimento devido aos seguintes factores:


 Protecção dos mecenas: papas, bispos, reis, príncipes, banqueiros, que reuniam
obras clássicas, amparavam os estudiosos da Literatura grega e latina, fundavam
bibliotecas, embelezavam seus palácios e igrejas;
 Fuga dos sábios bizantinos para as cidades italianas. Profundos conhecedores da
cultura clássica, muito influenciaram os italianos. Destacaram-se: Miguel Crisólaras
e Basílio Besarion;
 Tradição clássica. A Itália, como centro do Império Romano, guardava o mais
importante conjunto de monumentos, representando a tradição da cultura latina;
 Progresso económico das cidades.

Figura 2: Mona Lisa do Leonardo da Vinci

Fonte: Gombrich (1999)

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2.5. As fases do Renascimento

Burke (2006, p.52) aponta que as fases do Renascimento representam a divisão desse movimento
artístico em três períodos: Trecento, Quattrocento e Cinquecento. Elas marcaram a transição da
Idade Média para a Idade Moderna nos séculos XIV, XV e XVI. Os artistas dessa época
buscavam expressar em suas obras as reacções humanas (humanismo) misturado ao naturalismo,
outro aspecto fundamental desse movimento, que reproduzia com semelhança traços e
comportamentos humanos.

Com isso, Elias (2004, p.30) as fases do Renascimento ressaltavam a importância dessas
características nos campos da literatura, pintura e escultura, criando princípios, métodos e
características originais em suas obras.

Percebe-se que diante disso, as cidades italianas serviam como porta de entrada para diversas
mercadorias, pois recebiam turistas de diversos lugares, o que possibilitava a circulação de novos
conhecimentos e valores.

2.5.1. Trecentro (século XIV)

Segundo Baxandall (2001, p.50) o Trecentro é uma das fases que dividiu o Renascimento. Ela
marcou o início dessa época que teve origem na cidade de Florença, Itália. A economia da cidade
era aquecida pela produção e comercialização de tecidos.

Na visão de Burke (2006, p.67) a cidade era reconhecida por ser um importante centro político,
económico e cultural. Naquela época, já era possível perceber o crescimento e autonomia
financeira da classe média. Pois, as produções eram divididas por corporações de ofícios, onde
os materiais de maior valor, produzidos por essa classe, se destacavam entre as igrejas e capelas
da cidade.

Percebe-se que devido a isso, a “Artes Maiores”, como era classificada a produção de artifícios
prestigiados, tornou-se poderosa, ocupando posição de destaque na decisão de assuntos públicos
(conselhos cívicos e magistraturas). Essa produção recebia o nome de guildas. As Artes Maiores
contemplavam a fabricação de tecidos estrangeiros, câmbio, lã, seda, entre outros, já as Artes
Menores compreendiam os artefactos produzidos pela classe menos prestigiada, como a de
pescadores, taverneiros, sapateiros, padeiros, armeiros, ferreiros e outros.
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Segundo Elias (2004, p.84) a religião e a igreja católica predominavam a cultura durante as fases
do Renascimento, por isso era cultuada a crença de que a salvação e o perdão dos pecados
poderiam ser alcançados com o embelezamento das igrejas, prestação de serviços públicos e
construção de obras de artes.

Dessa forma, para Burke (2006, p.55) ficar de fora dessas atitudes sociais prejudicava o sucesso
do profissional em sua carreira, já que que a igreja tinha total controlo sobre os mercados e
ofertas de mão-de-obra. Nesse período, alguns artistas do Renascimento se destacaram com suas
obras. Entre eles:

 Dante Alighieri (1265-1321): o artista inovou o contexto da literatura do


Renascimento, transformando-se em um poeta conhecido mundialmente por
suas obras.
 Giotto di Bondone (1266- 1337): o artista é considerado um dos percursores do
Renascimento. Em suas obras, o pintor tentou romper os padrões medievais da
época, trazendo mais perspectiva para as pinturas. Entre elas, vale destacar: O
beijo de Judas, uma obra bastante conhecida do autor.
 Giovanni Boccaccio (1313-1375): considerado um importante percursor do
humanismo, Boccaccio foi um importante poeta do Renascimento italiano. A
obra mais conhecida do autor é Decameron, um conjunto de histórias curtas
(contos).

Figura 3: Beijo de Judas, obra de Giotto di Bondone

Fonte: Elias (2004)

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2.5.2. Quatrocenttro (século XV)

Conforme Baxandall (2001, p.57) o Quatrocenttro foi uma das fases do Renascimento em que o
Humanismo ganhou destaque, espalhando-se por todos os países da Europa. Com isso, ela
atingiu o auge da literatura, arquitectura e artes plásticas na Itália. Nesse período, muitos artistas
foram contratados para pintar obras e construir projectos arquitectónicos, o que caracterizou uma
consolidação de diferentes artes.

Segundo Burke (2006, p.66) nas obras, os autores buscavam transmitir o realismo (aspectos que
envolviam o humanismo renascentista). Além disso, houve uma forte influência do paganismo
(mitologia) e outros aspectos marcantes da cultura greco-romana com o uso de elementos
culturais e estéticos, que romperam com as principais características da literatura e artes plásticas
naquela época. Entre os artistas que marcaram essa fase do Renascimento, merecem destaque:

 Sandro Botticelli (1445-1510): considerado um grande pintor renascentista


italiano. Entre as suas principais obras estão: A Primavera, Nascimento de
Vênus, e A tentação de Cristo.
 Leonardo da Vinci (1452-1519): considerado um dos artistas mais
completos, Da Vinci se aventurou por todo o universo artístico. Ele
desenvolveu obras na pintura, escultura, filosofia, entre outros. Suas
principais obras são: Mona Lisa (Gioconda), Leda, Madona das Rochas e a
representação da Santa Ceia.

Figura 4: O nascimento de Vênus, obra de Sandro Botticelli.

Fonte: Baxandall (2001)

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2.5.3. Cinquecento (século XVI)

Segundo Baxandall (2001, p.50) entre as fases do Renascimento, o Cinquecento foi o período
que o estilo renascentista se firmou em outros países do continente europeu, como Portugal,
Alemanha e França. Nessa fase, os artistas inovaram em suas obras, distanciando-se dos temas
religiosos e misturando-se com aspectos profanos.

De acordo com Elias (2004, p.28) as primeiras Academias de Artes foram fundadas nessa época.
As estruturas (Academia das Artes do desenho e Academia de São Lucas), localizadas na Itália e
Roma, queriam inovar o conceito de Academismo no país ao instituí-lo como um sistema de
ensino superior e movimento cultural.

Com isso, para Burke (2006, p.52) houve uma normatização do aprendizado e estímulo de
debates teóricos, que serviram como instrumentos do governo para divulgação e consagração de
ideologias políticas e sociais. Entre as fases do Renascimento, o Cinquecento também reuniu
atores importantes no âmbito da literatura, arquitectura e pintura. Entre os principais artistas, vale
destacar:

 Nicolau Maquiavel (1469-1527): autor da famosa obra “O Príncipe”, onde o


artista criou um parâmetro entre as questões políticas e os valores morais.
 Erasmo de Rotterdam (1466-1536): escrito holandês que ficou conhecido por
criar uma analogia entre questões políticas e religiosas do século XVI. Entre as
suas principais obras, está o “Elogio da Loucura”.
 Rafael Sanzio (1483-1520): pintor italiano, autor de Madona com o menino, A
Anunciação e Ressurreição de Cristo.
 Michelangelo (1475-1564): arquitecto, escultor e pintor italiano do
Renascimento. O artista criou as famosas esculturas Davi, Pietá e Leda. Entre as
suas pinturas, vale destacar o conjunto de afrescos da Capela Sistina. Além disso,
ele ainda se arriscou na literatura, dedicou-se à poesia e escreveu o livro
"Rimas".

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Figure 5: Pietá e Leda, obra de Michelangelo

Fonte: Burke (2006)

Na percepção de Baxandall (2001, p.88) ainda em relação ao Cinquecento, esse foi o período em
que houve um enfraquecimento do movimento renascentista no final do século XVIII,
principalmente, na cidade da Itália.

Portanto, isto ocorreu devido às grandes descobertas marítimas, do movimento de Contra-


reforma e actuação da Inquisição. Com isso, outros estilos artísticos começaram a surgir como o
Maneirismo e o Barroco.

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3. CONCLUSÃO

Feita a pesquisa bibliográfica sobre Contexto do Surgimento do Renascimento, pode-se concluir


que Renascimento ou Renascença é o nome dado ao movimento de reforma artística, literária e
científica que teve origem no século XIV na Itália e se espalhou para o resto da Europa, estando
em vigor até o século XVI. Esta palavra também significa o ato de renascer e pode ser sinónimo
de reformulação.

As transformações económicas, políticas e sociais, ocorridas no final da Idade Média, tiveram


influência na origem do Renascimento. Entre essas transformações, podemos citar: origem da
burguesia (com o declínio da nobreza feudal), renascimento urbano e comercial, êxodo rural e a
transição do feudalismo para o capitalismo.

As conquistas marítimas e o contacto mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a


diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do
comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e
acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na
produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitectos, escritores, etc

As fases do Renascimento representam a divisão desse movimento artístico em três períodos:


Trecento, Quattrocento e Cinquecento. Elas marcaram a transição da Idade Média para a Idade
Moderna nos séculos XIV, XV e XVI. Os artistas dessa época buscavam expressar em suas obras
as reacções humanas (humanismo) misturado ao naturalismo, outro aspecto fundamental desse
movimento, que reproduzia com semelhança traços e comportamentos humanos.

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4. BIBLIOGRAFIA

BAXANDALL, Michael (2001) O Olhar Renascente: pintura e experiência na Itália da


Renascença. Rio de Janeiro: Paz e Terra

BURKE, Peter (2006) Cultura erudita e cultura popular na Itália renascentista. Porto. 2ª Ed.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pp.194

ELIAS, Nobert (2004) A Civilização como Transformação do Comportamento Humano. O


processo civilizador: uma história dos costumes. V. 1. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. pp.108

GOMBRICH, Ernst H. (1999) A História da Arte. 16ed. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC

SEVCENKO, Nicolau (2002) O Renascimento. São Paulo: Actual

SHAKESPEARE, William. & JULIETA, Otelo. O mouro de Veneza. São Paulo: Nova Cultural,
2003.

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