Sociedade II Mize 2023
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Conteúdo
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 1
1.1. Contextualização ......................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos .................................................................................................................................... 1
1.2.1. Objectivo geral .................................................................................................................... 1
1.2.2. Objectivos específicos: ........................................................................................................ 1
1.3. Metodologia ................................................................................................................................. 1
2. RENASCIMENTO ............................................................................................................................. 2
2.1. Conceito do Renascimento. ........................................................................................................ 2
2.2. Origem do Renascimento. .......................................................................................................... 3
2.3. Características do Renascimento .............................................................................................. 3
2.3.1. Humanismo ......................................................................................................................... 3
2.3.2. Racionalismo ....................................................................................................................... 4
2.3.3. Individualismo..................................................................................................................... 4
2.3.4. Antropocentrismo ............................................................................................................... 4
2.3.5. Cientificismo ........................................................................................................................ 5
2.3.6. Universalismo ...................................................................................................................... 5
2.3.7. Antiguidade Clássica .......................................................................................................... 5
2.4. Factores do Renascimento.......................................................................................................... 6
2.5. As fases do Renascimento........................................................................................................... 8
2.5.1. Trecentro (século XIV) ....................................................................................................... 8
2.5.2. Quatrocenttro (século XV) ............................................................................................... 10
2.5.3. Cinquecento (século XVI) ................................................................................................ 11
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 13
4. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 14
ÍNDICE DE FIGURAS
Burke (2006, p.52) aponta que as fases do Renascimento representam a divisão desse movimento
artístico em três períodos: Trecento, Quattrocento e Cinquecento. Elas marcaram a transição da
Idade Média para a Idade Moderna nos séculos XIV, XV e XVI. Será dentro deste contexto que
a presente pesquisa ira desenvolver o tema: Contexto do Surgimento do Renascimento.
1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo geral
Analisar o contexto do surgimento do Renascimento.
1.2.2. Objectivos específicos:
Conceituar o Renascimento.
Caracterizar o Renascimento
Explicar os factores do Renascimento.
Descrever as fases do Renascimento
1.3. Metodologia
Para a elaboração desta pesquisa, recorreu-se a revisão bibliográfica das principais obras que
versam sobre esta temática, fez-se o levantamento, leitura, analise, interpretação das obras e
artigos científicos e de fichas de leitura e resumos.
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2. RENASCIMENTO
2.1. Conceito do Renascimento.
Segundo Burke (2006, p.37) a ideia de um 'renascimento' ocorrido nas artes e na cultura
relaciona-se à revalorização do pensamento e da arte da Antiguidade clássica e à formação de
uma cultura humanista. A obra do pintor, arquitecto e teórico Giorgio Vasari (1511-1574)
constitui a principal fonte de informação acerca da arte renascentista italiana.
Conforme Elias (2004, p.99) a renovação das artes ocorrida na Itália, segundo o seu célebre Vida
dos mais excelentes pintores, escultores e arquitectos (1550; 2ª edição 1568), tem como ponto de
apoio a recusa do antinaturalismo da tradição bizantina e, paralelamente, a redescoberta da
escultura clássica operada por Nicola Pisano no sarcófago de Pisa.
De acordo com alguns autores, o Renascimento foi um movimento de ruptura, que surgiu em
oposição à "escuridão cultural e intelectual" verificada na Idade Média. Enquanto alguns autores
defendiam que o Renascimento foi um movimento de separação de muitas filosofias da época
medieval, outros indicam que foi um movimento de continuidade e que por isso está
inevitavelmente relacionado com a Idade Média.
Na percepção de Burke (2006, p.48) do ponto de vista político, o principal aspecto ligado ao
surgimento do Renascimento é a formação das monarquias nacionais.
E no campo religioso, para Elias (2004, p.57) foi o momento do enfraquecimento da Igreja
Católica, com o crescimento da razão em superação a fé. O racionalismo (conhecimento ligado à
experimentação científica), em ascensão no século XV, está relacionado a esse contexto.
De acordo com Burke (2006, p.51) o movimento humanista surge como mote para a valorização
do ser humano e da natureza humana, onde o antropocentrismo (homem no centro do mundo) foi
sua principal característica.
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O humanismo foi uma corrente intelectual que se destacou na filosofia e nas artes e que
desenvolveu o espírito crítico do ser humano.
2.3.2. Racionalismo
Na percepção de Baxandall (2001, p.93) ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi
importante para desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé
medieval.
Com ele, de acordo com Sevcenko (2002, p.38) o empirismo ou a valorização da experiência,
foram essenciais para a mudança de mentalidade no período do renascimento. Esta corrente
afirmava que os fenómenos humanos e da natureza deveriam ser comprovados diante de
experiências racionais.
2.3.3. Individualismo
Na concepção de Elias (2004, p.71) representou uma das importantes características dos
renascimentos associados ao movimento humanista.
Neste contexto, de acordo com Gombrich (1999, p.85) o homem é colocado em posição central e
passa a ser regido, não somente pela igreja, mas também por suas emoções e escolhas. Assim, ele
torna-se um ser crítico e responsável por suas acções no mundo.
2.3.4. Antropocentrismo
Conforme Burke (2006, p.67) em detrimento do pensamento teocêntrico medieval, onde Deus
estava no centro do mundo, o antropocentrismo (homem como centro do mundo) surge para
valorizar diversos aspectos do ser humano.
Na concepção de Elias (2004, p.44) a razão torna-se o instrumento pelo qual o ser humano deve
pautar suas acções. Ainda que a religião continue a ter muita importância, a inteligência humana
foi exaltada diante das diversas descobertas científicas da época.
Percebe-se que desta maneira, reforçado pelo individualismo, o homem passa a ter uma posição
centralizada e isso o impulsiona a ousar no aprendizado e em descobertas científicas ou de novas
terras.
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2.3.5. Cientificismo
De acordo com Baxandall (2001, p.62) numa época de efervescência, o conceito do cientificismo
foi de suma importância para mudar a mentalidade do homem e trazer à tona questões sobre o
conhecimento do mundo. Destacam-se como grandes pensadores e cientistas desse período:
2.3.6. Universalismo
Segundo Elias (2004, p.74) o homem renascentista busca ser um "polímata", ou seja, aquele que
se especializa em diversas áreas. O maior exemplo de figura polímata do renascimento foi sem
dúvida, Leonardo da Vinci.
Vale ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e
universidades, bem como a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades (línguas,
literatura, filosofia, dentre outras.)
Conforme Baxandall (2001, p.90) a retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo
dos humanistas. Um dos fatos que facilitou muito o estudo dos clássicos foi a invenção da
imprensa, uma vez que a rápida reprodução das obras auxiliou na divulgação do conhecimento.
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Para Burke (2006, p.39) segundo os estudiosos da época, a filosofia e as artes desenvolvidas
durante a Grécia e a Roma antiga possuíam grande valor estético e cultural, em detrimento
daquelas da Idade Média.
E por conta disso, que segundo Elias (2004, p.37) as qualidades mais valorizadas no ser humano
na época eram a inteligência, o conhecimento e os dons artísticos. Entretanto, as maiores
características do renascimento se pautavam em quatro pontos principais:
Para Baxandall (2001, p.73) as conquistas marítimas e o contacto mercantil com a Ásia
ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século
XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus
fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras
para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitectos, escritores, etc.
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Segundo Burke (2006, p.66) os governantes europeus e o clero passaram a dar protecção e ajuda
financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por
objectivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares
entre as populações das regiões onde actuavam. Neste período, era muito comum as famílias
nobres encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
De acordo com Elias (2004, p.67) foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu,
neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades
como, por exemplo, Veneza, Florença e Génova tiveram um expressivo movimento artístico e
intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.
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2.5. As fases do Renascimento
Burke (2006, p.52) aponta que as fases do Renascimento representam a divisão desse movimento
artístico em três períodos: Trecento, Quattrocento e Cinquecento. Elas marcaram a transição da
Idade Média para a Idade Moderna nos séculos XIV, XV e XVI. Os artistas dessa época
buscavam expressar em suas obras as reacções humanas (humanismo) misturado ao naturalismo,
outro aspecto fundamental desse movimento, que reproduzia com semelhança traços e
comportamentos humanos.
Com isso, Elias (2004, p.30) as fases do Renascimento ressaltavam a importância dessas
características nos campos da literatura, pintura e escultura, criando princípios, métodos e
características originais em suas obras.
Percebe-se que diante disso, as cidades italianas serviam como porta de entrada para diversas
mercadorias, pois recebiam turistas de diversos lugares, o que possibilitava a circulação de novos
conhecimentos e valores.
Segundo Baxandall (2001, p.50) o Trecentro é uma das fases que dividiu o Renascimento. Ela
marcou o início dessa época que teve origem na cidade de Florença, Itália. A economia da cidade
era aquecida pela produção e comercialização de tecidos.
Na visão de Burke (2006, p.67) a cidade era reconhecida por ser um importante centro político,
económico e cultural. Naquela época, já era possível perceber o crescimento e autonomia
financeira da classe média. Pois, as produções eram divididas por corporações de ofícios, onde
os materiais de maior valor, produzidos por essa classe, se destacavam entre as igrejas e capelas
da cidade.
Percebe-se que devido a isso, a “Artes Maiores”, como era classificada a produção de artifícios
prestigiados, tornou-se poderosa, ocupando posição de destaque na decisão de assuntos públicos
(conselhos cívicos e magistraturas). Essa produção recebia o nome de guildas. As Artes Maiores
contemplavam a fabricação de tecidos estrangeiros, câmbio, lã, seda, entre outros, já as Artes
Menores compreendiam os artefactos produzidos pela classe menos prestigiada, como a de
pescadores, taverneiros, sapateiros, padeiros, armeiros, ferreiros e outros.
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Segundo Elias (2004, p.84) a religião e a igreja católica predominavam a cultura durante as fases
do Renascimento, por isso era cultuada a crença de que a salvação e o perdão dos pecados
poderiam ser alcançados com o embelezamento das igrejas, prestação de serviços públicos e
construção de obras de artes.
Dessa forma, para Burke (2006, p.55) ficar de fora dessas atitudes sociais prejudicava o sucesso
do profissional em sua carreira, já que que a igreja tinha total controlo sobre os mercados e
ofertas de mão-de-obra. Nesse período, alguns artistas do Renascimento se destacaram com suas
obras. Entre eles:
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2.5.2. Quatrocenttro (século XV)
Conforme Baxandall (2001, p.57) o Quatrocenttro foi uma das fases do Renascimento em que o
Humanismo ganhou destaque, espalhando-se por todos os países da Europa. Com isso, ela
atingiu o auge da literatura, arquitectura e artes plásticas na Itália. Nesse período, muitos artistas
foram contratados para pintar obras e construir projectos arquitectónicos, o que caracterizou uma
consolidação de diferentes artes.
Segundo Burke (2006, p.66) nas obras, os autores buscavam transmitir o realismo (aspectos que
envolviam o humanismo renascentista). Além disso, houve uma forte influência do paganismo
(mitologia) e outros aspectos marcantes da cultura greco-romana com o uso de elementos
culturais e estéticos, que romperam com as principais características da literatura e artes plásticas
naquela época. Entre os artistas que marcaram essa fase do Renascimento, merecem destaque:
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2.5.3. Cinquecento (século XVI)
Segundo Baxandall (2001, p.50) entre as fases do Renascimento, o Cinquecento foi o período
que o estilo renascentista se firmou em outros países do continente europeu, como Portugal,
Alemanha e França. Nessa fase, os artistas inovaram em suas obras, distanciando-se dos temas
religiosos e misturando-se com aspectos profanos.
De acordo com Elias (2004, p.28) as primeiras Academias de Artes foram fundadas nessa época.
As estruturas (Academia das Artes do desenho e Academia de São Lucas), localizadas na Itália e
Roma, queriam inovar o conceito de Academismo no país ao instituí-lo como um sistema de
ensino superior e movimento cultural.
Com isso, para Burke (2006, p.52) houve uma normatização do aprendizado e estímulo de
debates teóricos, que serviram como instrumentos do governo para divulgação e consagração de
ideologias políticas e sociais. Entre as fases do Renascimento, o Cinquecento também reuniu
atores importantes no âmbito da literatura, arquitectura e pintura. Entre os principais artistas, vale
destacar:
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Figure 5: Pietá e Leda, obra de Michelangelo
Na percepção de Baxandall (2001, p.88) ainda em relação ao Cinquecento, esse foi o período em
que houve um enfraquecimento do movimento renascentista no final do século XVIII,
principalmente, na cidade da Itália.
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3. CONCLUSÃO
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4. BIBLIOGRAFIA
BURKE, Peter (2006) Cultura erudita e cultura popular na Itália renascentista. Porto. 2ª Ed.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pp.194
GOMBRICH, Ernst H. (1999) A História da Arte. 16ed. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC
SHAKESPEARE, William. & JULIETA, Otelo. O mouro de Veneza. São Paulo: Nova Cultural,
2003.
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