Texto 08
Texto 08
Texto 08
*no citado alvará de 1º de abril de 1808, D. João revoga o alvará de 1785 que
abolia o estabelecimento de manufaturas e indústrias no Brasil.
Visconde do Cairu- Prólogo – aponta que há duas vertentes não concordantes acerca
dos subsídios aos intentos industriosos: um, no qual o mesmo se enquadra, entende
importante o seu incentivo (animação) por parte do Estado, “[...] contanto que os ditos
privilégios sejam locais, temporários, e improrrogáveis.”, e outra na qual o Estado
deveria intervir e proteger, tal como orienta João Severiano Maciel da Costa em
“Memória sobre a necessidade de abolir a introdução de escravos africanos no Brasil,
sobreo modo e condições com que esta abolição se deve fazer e sobre os meios de
remediar a falta de braços que ela pode ocasionar”.
Cairu adverte ser perigoso um extremo patriotismo, pois este pode trazer resultados
indesejados e até mesmo contrários aos esperados e ainda atenta que o Brasil nada tem
que pretender competir com outros Estados-nação há muito (tempo) industrializados e
populosos. E propõe que convém ao Brasil seguir o exemplo dos EUA e ater-se às
fabricas que atendiam suas necessidades básicas e internas, mantendo as relações de
importação e exportação com as nações já adiantadas na indústria (basicamente, no
período, a Inglaterra).
Cairu aponta que o estabelecimento das indústrias ainda não é viável ao Brasil
oitocentista, por este não ser “um corpo de nação homogêneo e compacto”, ou seja, a
população constitui-se principalmente de escravos com uma pequena parcela de homens
livres, e menor ainda a sua participação na elite dirigente, além de ser má distribuída
territorialmente.
VI – Da difusão da inteligência: Cairu atesta não ser próspero implantar indústrias sem
antes haver homens letrados e conhecedores das ciências empregadas nas máquinas
engenhosas das fábricas e de várias outras áreas, como, as ciências naturais, arquitetura,
química e física.
VIII – Dos privilégios, prêmios, e honras, aos inventores nas artes e ciências: Ao
premiar e favorecer tais inventores deve-se visar o aperfeiçoamento de tais obras e suas
respectivas aplicações na indústria, pois, premiar por premiar, de nada vale.