Sem - Prep.PA01 Intro SNS Julho2010 FINAL

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Disciplina Seminário Preparatório Inicial N° da Aula 01

Introdução ao Sistema Nacional de Saúde


Tópico Tipo Teórica
de Moçambique
Estrutura, Organização e Funcionamento do
Conteúdos Duração 2h
Sistema Nacional da Saúde

Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
1. Identificar os órgãos componentes do Sistema Nacional de Saúde, quanto às suas
Direcções, Departamentos, Repartições e Programas ao nível nacional, provincial e
distrital.
2. Explicar as finalidades dos órgãos da estrutura organizacional do Sistema Nacional de
Saúde.

Estrutura da Aula
Bloco Título do Bloco Método de Ensino Duração

1 Introdução à Aula

2 Origem e Fundamentos do

Sistema Nacional de Saúde

3 Organização dos Órgãos do


MISAU/ SNS: Direcções,
Departamentos e Programas

4 Pontos-chave

Equipamentos e meios audiovisuais necessários:

Trabalhos para casa (TPC), Exercícios e textos para leitura – incluir data a ser
entregue:

1
Bibliografia (referências usadas para o desenvolvimento do conteúdo):
 Cumbi A, Langa F; MISAU. Revisão das Unidades de Atendimento nível primário e
secundário. Uma avaliação da organização dos serviços, do tempo médio de
atendimento e dos indicadores de carga de trabalho. Maputo: 2010.
 Governo de Moçambique, MISAU. Diploma Ministerial 127/2002. Maputo: 28
Dezembro 2001.
 Gulube, LL. Organização da Rede Sanitária Colonial no Sul do Save (1960-1974)
Maputo: Promédia; 2003.
 King, MH. Cuidados médicos em países em desenvolvimento (Medical care in
developing countries: a primer on the medicine of poverty and a symposium from
Makerere, Nairobi). London: Oxford U.P; 1996.
 McConnell J. Descalço nunca mais (Barefoot No More). The Lancet. 1993; 341 (8855):
1275.
 Moçambique, República Popular. Constituição da República Popular de Moçambique
(1975). Principal Legislação publicada na República Popular de Moçambique. Maputo:
Ministério da Justiça; 1977.
 Morley, D. Prioridades pediatricas nos países em desenvolvimento (Paediatric
Priorities in The Developing World ). London: Butterworths; 1974.
 Noormahomed, AR, Segall, M; OMS. O setor de saúde em Moçambique: Uma
estratégia pós-guerra para a reabilitação e o desenvolvimento contínuo (Public Health
Sector in Mozambique: A post- war strategy for rehabilitation and sustained
development). Geneva: 1993.
 OMS. Constituição da OMS (World Health Organization Constitution). Geneva: 1948.
 Relatório Mundial de Saúde. Cuidado primário agora mais que nunca (Primary health
care now more than ever). Geneva: 2008.
 Toman, K; OMS. Casos de tuberculose e quimoterapia: perguntas e respostas
(Tuberculosis case-finding and chemotherapy: questions and answers). 1979.
 Walt G, Cliff J. As dinâmicas das políticas de saúde de Moçambique (The dynamics of
health policies in Mozambique). Health Policy and Planning. 1986; 1(2): 148-157,
1975–85.
 Werner, D. Onde não há medico (Where there is no doctor). Hesperian Foundation:
1977.

2
BLOCO 1: INTRODUÇÃO À AULA
1. Apresentação do tópico, conteúdos e objectivos de aprendizagem.
2. Apresentação da estrutura da aula.
3. Apresentação da bibliografia que o aluno deverá manejar para ampliar os
conhecimentos.

BLOCO 2: ORIGEM E FUNDAMENTOS DO SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE


O Sistema Nacional de Saúde (SNS) foi criado nos anos 1970 como consequência da
situação histórica criada pela Independência Nacional. Ao longo dos 35 anos que seguiram,
os objectivos estratégicos do SNS não mudaram significativamente. A estrutura original do
SNS ainda é reconhecível. O processo histórico que levou à criação do SNS permite
compreender a sua organização, funcionamento e a posição actualmente ocupada pelos
técnicos de medicina.

Factores relevantes são:


2.1. A situação antes da independência. Acesso limitado ao sistema de saúde colonial.
Cuidados de saúde modernos eram facilmente acessíveis só à população de origem
Europeia e Asiática, largamente urbanizada, e/ou à pequena minoria de população
Africana com alguma capacidade económica (assimilados). O acesso à saúde da
população indígena (Moçambicana) largamente rural, era de norma limitado aos
hospitais missionários, em número reduzido e mal distribuídos, às campanhas de
vacinação (por ex. varíola) e de controlo ou erradicação de doenças transmissíveis (por
ex. doença do sono financiadas pelo Estado Colonial, normalmente como medida de
protecção -cordon sanitaire- da população expatriada metropolitana).
2.2. A independência: Nacionalização da saúde. Logo após a independência (1975), com
a Lei das Nacionalizações dos Serviços de Saúde, Educação e Habitação e outras
medidas tomadas pelo Governo de Moçambique, a maioria dos funcionários coloniais
abandonaram o País; entre eles, muitos técnicos e funcionários com nível de educação
médio ou superior. No sector de saúde, só ficaram cerca de 60 médicos (eram menos
de 300 para 8 milhões de habitantes em 1974). Muitos quadros técnicos de outras
carreiras de saúde (farmácia, radiologia, laboratório, enfermagem) também saíram do
País. A crise deixou Moçambique quase sem pessoal de saúde, mas deu a
possibilidade aos novos líderes do País de conceber e realizar um SNS completamente
original.
2.3. O debate mundial sobre saúde. Na altura da independência, anos de experiências e
avanços na provisão de cuidados de saúde nos países em desenvolvimento estavam a
alimentar um debate rico de ideias inovadoras. Tais ideias foram consolidadas num
documento político unitário na Conferência de Alma Ata, cidade da então União
Soviética (1978). De acordo com a nova visão, o modelo enfermidade/tratamento,
baseado sobre o conceito de doença como disfunção do organismo humano foi
substituído por um modelo holístico de saúde que tinha em conta o contexto familiar e
social dos indivíduos. Atrás deste conceito estava a definição de saúde como de “um
estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente ausência de doença ou
enfermidade” e o reconhecimento das causas subjacentes de doença (pobreza e
injustiça social, que determinam as condições de acesso à educação, água, emprego e

3
terra, habitação e saneamento, assim como equidade entre géneros e participação
activa na vida pública). Alma Ata representou uma revolução da forma de prestar
cuidados de saúde no 3o mundo, implicando uma mudança radical do conceito de
saúde baseado num novo relacionamento entre profissionais de saúde (os prestadores
dos serviços) e indivíduos (as comunidades de usuários).
2.4. Declaração de Alma Ata. As estratégias de saúde aprovadas em Alma Ata resumem-
se na abordagem multi-sectorial, tecnologia apropriada, actividades de promoção de
saúde, participação comunitária, e descentralização. Todos estes aspectos são ainda
relevantes em Moçambique e os estudantes do curso de técnicos de medicina terão o
tempo de reflectir sobre eles ao longo dos dois anos e meio do curso. Nestas primeiras
aulas, importa considerar que o conceito de tecnologia apropriada refere-se não só a
equipamento, infra-estruturas ou medicamentos, mas sim também às competências
técnicas e ao perfil profissional dos trabalhadores de saúde chamados a prestar
serviços num âmbito e com uma visão inéditos.
2.5. Cuidados de saúde primários. Alma Ata identificou como prioridades programáticas a
nutrição apropriada, água e saneamento, saúde materno-infantil, planeamento familiar,
imunização, prevenção e controle das doenças endémicas, educação para saúde,
tratamento apropriado das doenças mais comuns e disponibilidade dos medicamentos
essenciais. Estes programas são agora implementados de rotina, e as suas razões de
ser parecem óbvias. Na altura, representaram uma revolução da forma de pensar sobre
a saúde. Os programas foram operacionalizados como “cuidados de saúde primários”
(CSP). A idéia era que os serviços de saúde fossem prestados de forma integrada,
como um continuum de intervenções adequadas às necessidades de saúde de cada
um. O técnico de medicina nasceu como (e ainda é) um quadro especialmente
vocacionado para os CSP.
2.6. O MISAU/SNS após a independência. Moçambique foi um dos primeiros países que
adoptou e implementou ousadamente (em certos casos até antes da própria
conferência) os princípios da política de saúde enunciados em Alma Ata e os CSP.
Com efeito, a independência, a mudança de regime político, a ausência de
organizações profissionais empenhadas em manter as suas posições de influência
(sobretudo pelo abandono em massa dos médicos coloniais), permitiram fazer tabula
rasa (recomeçar da estaca “0”) dos conceitos, valores e formas de actuação do sistema
colonial. Na prática, a situação de “crise” do sistema de saúde abriu uma oportunidade
única para uma revisão profunda da visão e missão do MISAU/SNS.
2.7. SNS gratuito e universal e centralismo democrático. O próprio regime socialista que
foi adoptado pelo primeiro Governo de Moçambique determinou as finalidades e
características organizativas do sector de saúde, em particular:
Universalismo e gratuidade na prestação dos serviços de saúde. Num sistema de saúde
gratuito e universal, todos têm direito a cuidados de saúde adequados, de acordo com a
evidência científica e com base nos recursos do país, independentemente da filiação,
raça, religião, classe social, capacidade económica e género. Um sistema de saúde
universalista é financiado através dos impostos públicos gerais e não por meio de
sistemas de seguros ou pelo pagamento directo da prestação dos serviços. Nos anos
que seguiram a independência, o sistema promoveu a equidade e aumentou o acesso à
saúde: por exemplo, através da expansão nas zonas rurais do sistema de saúde e do
programa alargado de vacinação (PAV).

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Sistema fortemente centralizado de gestão técnica e administrativa da República,
baseado nos princípios do Centralismo Democrático. O organigrama do MISAU/SNS é
tratado no segundo bloco. A estrutura do núcleo central (órgãos centrais do MISAU)
repete-se, simplificada mas não modificada, nos dois níveis inferiores de decisão
(Província e Distrito) A escolha de um sistema deste tipo foi devida não só ao regime
político, mas também à falta dramática de quadros técnicos formados.

BLOCO 3: ORGANIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DO MISAU/SNS: DIRECÇÕES,


DEPARTAMENTOS E PROGRAMAS
O MISAU, como os outros Ministérios, é constituído por Órgãos Centrais, Provinciais e
Distritais. A mesma estrutura do MISAU repete-se, de forma progressivamente mais
simplificada, a nível Provincial e Distrital.
O MISAU, encabeçado pelo Ministro da Saúde, coadjuvado por um Vice-Ministro e um
Secretário Permanente, está baseado em 5 Direcções Nacionais:
1. Planificação e Cooperação (DNPC),
2. Administração e Gestão (DNAG),
3. Assistência Médica (DNAM)
4. Saúde Pública (DNSP)
5. Recursos Humanos (DNRH),

Cada Direcção Nacional está dividida em departamentos. Por exemplo, A DNRH


compreende o Departamento de Formação e Administração do Pessoal.
Cada departamento está organizado em Repartições (por ex. no Departamento de
Formação encontram-se a Repartição de Desenvolvimento Curricular, a Repartição de
Formação Contínua e Bolsa de Estudos e a de Administração da Formação). O
organograma do MISAU está actualmente em fase de reorganização. Portanto, não se
pretende entrar em pormenores e se adverte que a informação que segue deverá ser
actualizada.

3.1. Direcção Nacional de Planificação e Cooperação (DNPC)1

Departamentos:
Objectivos:
 Produzir os planos de actividades gerais do sector de saúde.
 Monitorizar/avaliar a sua actuação e coordenar também os ciclos de planificação
dos outros sectores e subsectores do MISAU (direcções provinciais e distritais,
outras direcções nacionais) e do SNS.

Funções:
 Recolher e analisar mensalmente a informação relativa às actividades
produzidas pelo sistema de saúde, a partir de todas as Unidades Sanitárias
(US); - a informação das US é recolhida pelos Serviços Distritais de Saúde
(SDSMAS), conferida e enviada às Direcções Provinciais que, por sua vez, a
analisam, sintetizam e enviam à DNPC.
1
Na prática, a ‘N’ de nacional omite-se. Portanto fala-se de DRH, DAG, etc.

5
 Assegurar que os planos das actividades avaliadas estão em conformidade com
a política do Governo.
 Trabalhar em coordenação com a DNAG em relação aos limites orçamentais dos
planos, a DNSP e DNAM, (que respondem para o componente técnico das
actividades do MISAU e para os programas de actividades prioritários) para
assegurar que os planos são realísticos em relação aos recursos humanos de
saúde.
 Dialogar com as agências de cooperação internacional, coordenar a acção
destas e recolher a informação necessária sobre o seu desempenho.
3.2. Direcção (Nacional) de Administração e Gestão (DAG)
Departamentos: Finanças, Administração, Logística e Manutenção.
Objectivos:
 Proporcionar os recursos financeiros necessários para as actividades do
MISAU/SNS, equacionando os planos do Governo com os recursos disponíveis.
 Supervisionar aquisição e uso apropriado dos bens do MISAU e do SNS.
Funções:
 Elaborar e apresentar os planos financeiros.
 Alocar os fundos entre os diferentes utilizadores e supervisionar a execução
orçamental para o ano financeiro corrente.
 Administrar e gerir dos bens do MISAU/SNS.
 Executar a compra de bens incluindo equipamentos, através da Central de
Abastecimento e a gestão dos transportes.
 Manter a infra-estrutura do SNS e planificar a sua expansão.
 Coordenar com a DNPC e com o Ministério da Finanças e o Ministério do Plano,
a implementação do novo sistema de contabilidade administrativa (chamado e-
SISTAFE) para a descentralização do controlo das despesas.

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3.3. Direcção Nacional de Assistência Médica (DNAM)

Departamentos: De acordo com o novo organigrama (2010), a direcção está


organizada em duas áreas funcionais:
 Desenvolvimento dos Cuidados Clínicos:
o Organização e Desenvolvimento da Rede Sanitária, Cuidados de Saúde,
Meios Auxiliares de Diagnóstico (com foco nos Laboratórios Clínicos, Raios X
e Anatomia Patológica, para aquisição de equipamento, consumíveis,
reagentes, manutenção).
 Controlo de Qualidade:
o Programas e Cuidados Clínicos, Cuidados de Enfermagem
 Finalmente, faz cabo à DAM uma terceira instituição: a Junta Médica, Exames
Médicos e Incapacidades, que trata de aspectos médico-legais (incapacidades)

Objectivos
 Sobreintender à organização e ao funcionamento das Unidades Sanitárias do
País.

Funções
 Promover a integração entre os serviços de saúde.

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 Supervisionar as actividades médicas, cirúrgicas e de enfermagem e aprovar os
protocolos clínicos de tratamento.
 Propor novos modelos de organização dos serviços de acordo com as
necessidades de saúde.
 Gerir a aquisição, distribuição e uso de medicamentos e o serviço de transfusões
de sangue (através de duas instituições subordinadas: a Central de
Medicamentos e Artigos Médicos – CMAM -, que opera na área de aquisição e
distribuição de medicamentos, e o Serviço Nacional de Transfusão de Sangue -
SNTS).
 Autorizar tratamento médico no exterior com fundos públicos quando não houver
recursos apropriados no país.
3.4. Direcção (Nacional) de Saúde da Pública (DSP)
Departamentos: Epidemiologia, Grandes Endemias, Saúde Materno-infantil.
Objectivos:
 Promover o envolvimento activo dos cidadãos e das comunidades para melhoria
do seu estado de saúde.
 Promover as medidas de prevenção e controle das principais doenças
endémicas e contagiosas do país.
 Promover medidas de saúde específicas em prol dos grupos prioritários da
população (mulheres em idade fértil, crianças, outros grupos vulneráveis).
Funções:
 É responsável pelas actividades de Mobilização Comunitária, Saúde Reprodutiva
e Saúde Infantil, Doenças Transmissíveis (grandes endemias), Nutrição, Saúde
Mental, Doenças Crónicas não Infecciosas, Epidemiologia.
 Manter a vigilância epidemiológica no país, o que significa produzir e manter a
informação relativa às principais doenças epidémicas.
 Coordenar a resposta apropriada em termos de medidas de prevenção e saúde
pública (por ex. no caso de epidemias de cólera, meningite).
 Controlar doenças de particular relevância, como tuberculose, malária, doenças
de transmissão sexual (DTS), lepra e de outras doenças não contagiosas.
 Gerir algumas componentes do Programa de controlo do HIV/SIDA: prevenção
da transmissão vertical (de mãe para filho - PTV); prevenção comunitária, que
compreendem informação, educação, aconselhamento e testagem para HIV
enquadradas no Departamento de Mobilização Comunitária.
Programas Verticais. Os chamados “programas verticais” têm importância particular na
estrutura operacional do MISAU. Estes programas surgiram em relação a doenças
específicas (pela sua importância epidemiológica consideradas “prioritárias” ou se
constituíram a volta de grupos de população prioritários. Estes programas mantêm
fortes ligações com as Organizações de Saúde multilaterais das Nações Unidas
(principalmente, OMS, UNICEF, FNUAP) e, por vezes, adquirem fundos e assistência

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técnica directos da Cooperação Bilateral. Os programas verticais estão enquadrados na
Direcção de Saúde Pública (por ex., o programa de SMI, o programa nacional de
controle da tuberculose e lepra –PNCTL-, o programa nacional da malária). A excepção
mais importante é HIV/SIDA. O programa do HIV/SIDA é particularmente complexo e
beneficia de fundos avultados. As componentes deste programa são repartidas entre a
DNSP (prevenção da transmissão vertical, educação, aconselhamento e testagem em
saúde e a DNAM (tratamento anti-retroviral – TARV e IO - infecções oportunistas). Os
programas verticais tendem a manter sistemas autónomos ou semi-autónomos de
informação e de gestão de medicamentos (por exemplo em relação aos medicamentos
do TARV; à informação do PNCTL e à formação contínua do pessoal afecto nestes
programas). Entre os programas verticais, o Departamento de Saúde Materno-Infantil
assume particular relevância, porque foca em actividades historicamente centrais aos
CSP. Os programas de saúde materno-infantil têm uma organização parcialmente
autónoma dentro do MISAU e beneficiam frequentemente de fundos directos pela
cooperação bilateral.
3.5. Direcção (Nacional) de Recursos Humanos (DRH)

Departamentos: Administração do Pessoal e Formação.


Objectivos:
 Planificação, administração e formação de recursos humanos (RH) para saúde.

Funções:
 Elaborar, monitorar e supervisionar os planos de RH de saúde, sendo estes
análise das necessidades, distribuição, previsão de novos ingressos e custos,
tendo em conta as metas, finalidades e objectivos gerais do sector público de
saúde (DPC) e seus limites orçamentais (DAG).
 Responsável pela contratação, colocação, pagamento salarial e outros
benefícios, incluindo segurança social, progressão na carreira, disciplina e
reforma dos funcionários de saúde.
 Responsável pela coordenação e implementação de formações iniciais e de
formações contínuas do pessoal2.

A formação inicial dos técnicos de nível básico, médio e bacharel, planificada a partir
dos planos de RH, é cumprida em 4 Institutos de Ciências de Saúde, 6 Centros de
Formação Provinciais e 3 centros de formação subordinados. A formação contínua é
planificada, organizada e financiada, na maioria dos casos a partir dos programas
verticais do MISAU.
As universidades que graduam profissionais de saúde caem sob a responsabilidade do
MINED (Ministério da Educação). O Departamento de Formação é responsável para a
pós-formação (especialização) dos médicos e outros técnicos de saúde e pelas bolsas
de estudo no estrangeiro. No País existe um número de instituições privadas de ensino
superior.
Pode ser útil considerar 2 direcções do MISAU de área programática (técnica):
- DNAM e DNSP
e 3 de Área operacional (ou de gestão):
2
Existe também a Repartição de Administração da Formação

9
- DNPC, DNRH, DNAG
3.6. Direcções Provinciais de Saúde (DPS)
Existem 10 Direcções Provinciais de Saúde (DPS), mais a Direcção de Saúde da
Cidade de Maputo que tem estatuto de DPS. A organização do MISAU em Direcções
reflecte-se nas DPS, assim que as direcções nacionais se tornam departamentos e os
departamentos do MISAU se tornam “repartições”. Por exemplo, na Direcção Provincial
de Nampula, existem o Departamento de Planificação, o de Recursos Humanos,
Administração e Finanças, Assistência Médica e Saúde da Comunidade. Como única
excepção, o sector da Formação é elevado ao nível de Departamento Provincial:
portanto, em cada DPS existe um Departamento de Formação.
3.7. Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social
Nas Direcções Distritais de Saúde (cujo nome foi mudado recentemente em Serviços
Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social - SDSMAS), os departamentos do nível
provincial têm o nível de “repartições”.
A equipa de gestão do SDSMAS é constituída por um director, um médico chefe, um
responsável da farmácia, um para estatística e um para assistência médica. Por vezes,
devido a falta de pessoal, o mesmo funcionário toma conta de duas pastas.
No processo actual (2010) de descentralização administrativa, os SDSMAS vão
adquirindo maiores competências e responsabilidades de gestão. Por exemplo, nos
distritos onde o novo sistema de gestão financeira do Sector Público (e-SISTAFE)
estiver operacional, os SDSMAS recebem os fundos para o seu funcionamento e
prestam contas directamente à Administração Distrital e não à DPS, como acontecia
anteriormente.

BLOCO 4: PONTOS-CHAVE
 O Sistema Nacional de Saúde é baseado em particular o Universalismo e gratuidade
na prestação dos serviços de saúde e num sistema fortemente centralizado de
gestão técnica e administrativa da República, baseado nos princípios do Centralismo
Democrático.
 O MISAU está dividido em 5 Direcções Nacionais:
o Planificação e Cooperação (DNPC),
o Administração e Gestão (DNAG),
o Assistência Médica (DNAM)
o Saúde Pública (DNSP)
o Recursos Humanos (DNRH),

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