Projeto Interdisciplinar III - 4° Semestre
Projeto Interdisciplinar III - 4° Semestre
Projeto Interdisciplinar III - 4° Semestre
Resumo
Este presente artigo trata-se dos assuntos abordados nos Projetos Interdisciplinares
dos semestres anteriores, acerca de jogos, brinquedos e brincadeiras, que por sua vez,
é muito importante na educação por proporcionar uma aprendizagem mais prazerosa e
divertida. Os autores, Kishimoto, Costa e Silva, Pereira e Sousa, explicam a grande
importância que o ato de jogar e o brincar tem na educação, sendo estes um dos
melhores recursos pedagógicos, pois é através destes que as crianças podem
aprender sobre diversos aspectos que tornam-se importantes para o desenvolvimento
do ser humano. O jogo, brinquedo e brincadeiras na educação são instrumentos
devem, ser utilizados pelos professores, é por meio deles que as crianças podem
discernir situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo. Neste artigo será
apresentado pesquisas que foram realizadas com o intuito de enfatizar o lúdico na
educação.
Palavras-chave: Jogos, brinquedos, brincadeiras, lúdico, educação
JOGOS E BRINCADEIRAS: O lúdico na Educação Infantil é o desenvolvimento
intelectual .
Os Jogos, Brinquedos e Brincadeiras é trabalhar com o lúdico, assim podendo
desenvolver na criança a imaginação, a criatividade além da socialização, a parte
motora, cognitivo, emocional e ajudando na fala também. Trazendo esse ato para as
crianças pode ajudar na resolução de problemas no mundo real e a ser independente.
Kishimoto (2010) trás conceitos do que é o jogo o brinquedo e a brincadeira, suas
características e os significados dentro da educação infantil e também as visões
segundo Piaget, Wallon, Vygotsky e Bruner nomes esses que tiveram grande
importância para o desenvolvimento da Educação Infantil.
Kishimoto mostra que o nome jogo pode ter vários significados dependendo das
circunstâncias como uma partida de xadrez, um tabuleiro com peões, uma criança que
brinca com uma boneca, entre outros. Numa partida de xadrez há regras e estratégias
ele pode ser para entreter como também em uma partida profissional usado para
competição.
Um tabuleiro com peões é um brinquedo quando usado para se divertir mas quando
usado para ensinar se torna um recurso pedagógico.
O filosofo Wittgensteein citado por Kishimoto (2010), ressalta que é preciso identificar
as características dos jogos e classificar as situações vivenciadas pela criança e a
família ou as pessoas que a cercam.
Para Kishimoto (2010), as existências de regras, o caráter fictício ou representativo, a
limitação do jogo no tempo e no espaço são características que alguns filósofos
levantam.
A criança quando brinca o faz muitas vezes de forma compenetrada fazendo com
que a brincadeira se torne séria para ela, ela trás a vida cotidiana dela para o mundo
imaginário. A criança quando brinca de boneca é como se viesse lembranças da mãe
cuidando da filha, para que isso ocorra é necessário que haja tempo, espaço, uma
sequência na brincadeira, uma ordem. Ela quando brinca não se preocupa em
assimilar conhecimento ou adquirir habilidades físicas ou mentais mas a diversão em
si. Alguns psicólogos chegam até discutir a importância do jogo na representação
mental e da realidade da criança.
Algumas características do jogo infantil apontam alguns tipos de comportamento:
1-A Não Literalidade : o sentido não é literal, o urso de pelúcia como um filho.
2-Efeito Positivo: quando a criança brinca livremente ela se satisfaz e sorri.
3-Flexibilidade : quando brinca busca várias alternativas de ação e se torna mais
flexível para as ações.
4-Prioridade do Processo de Brincar: quando a criança brinca sua atenção esta voltada
para a atividade e não para o resultado.
5-Livre Escolha : quando é de livre espontânea vontade a brincadeira, caso contrario é
trabalho ou ensino.
6-Controle Externo : quando os jogadores determinam o acontecimento do jogo, sem
ser imposto.
Kishimoto (2010) fala da maior dificuldade que é o conceito do jogo e brinquedo já
que ambos tem vários sinônimos. Brinquedo seria o objeto, suporte da brincadeira
variando de qual forma será utilizado, o jogo são vistos com regras, tabuleiros como
xadrez ou ludo, já a brincadeira é a conduta que a criança tem com determinado
brinquedo. Podemos citar um exemplo da bola, ela pode ser utilizada em vários tipos
de brincadeira, como a queimada, alerta, corre cotia e até mesmo em esportes como o
vôlei, o futebol, etc. Quem determina a brincadeira é a criança variando a
circunstâncias o espaço e o tempo, por isso é importante observarmos a atitude de
quem joga, o ambiente e o significado atribuído ao jogo.
Muitos educadores levantam algumas dúvidas se os jogos devem ser mantidos
apenas como forma lúdica ou como material pedagógico, visto que a escola é
considerada uma instituição para ensinar onde o aluno adquire habilidades e
conhecimentos. Com tal necessidade foi criado o jogo educativo onde as crianças
aprendem com espontaneidade matérias do cotidiano através de materiais lúdicos.
Froebel citado por Kishimoto 2010, teve uma grande importância para os jogos
educativos quando manipula materiais como cilindro, cubo, bola relacionando com
noções de matemática ou física.
A forma de aprender muda, o jogo vem para facilitar as tarefas de ensino auxiliando os
educadores na alfabetização dos seus alunos.
Deve haver um equilíbrio entre a função lúdica e a educativa onde a diversão e o
aprender possam a caminhar juntos para que haja um estímulo e uma vontade maior
de aprender. O educador deve estar atento com o espaço, local, o armazenamento dos
brinquedos, se há material suficiente e se há acessibilidade para as crianças. Ela deve
estar apta para explorar e aprender pois é através desta base que definira sua vida
adulta e a forma que será inserida para um futuro trabalho.
A Kishimoto (2010) aponta vários tipos de jogos na educação infantil sendo o
tradicional e o de construção. O primeiro é um tipo de jogo livre e espontâneo onde a
criança brinca pelo simples prazer: empinar pipa, amarelinha, roda, jogar pedrinhas,
jogos assim foram transmitido de geração em geração e permanece na memória infantil
podendo até sofrer algumas mudanças mas a essência é a mesma. Já o de construção
criado por Froebel ajudou muitas crianças estimularem a sua imaginação.
Foi realizada uma entrevista com uma senhora chamada Iva Lourdes Ribeiro de 89
anos, para saber um pouco mais sobre sua infância, sobre com quem ela brincava e
como eram a brincadeira naquela época. A entrevistada parecia bem emocionada
trazendo o passado a sua memória, ela diz que naquela época era difícil de brincar
pelo fato de terem que trabalhar para se sustentar, cuidar dos irmãos, mas sempre que
tinha tempo ela corria para as ruas e assim podia se ver livre e dentro da sua
imaginação. A entrevistada nasceu em Duque De Caxias RJ e vive nesta terra há um
bom tempo, ela diz que onde cresceu as ruas eram de terra e muito calma sem muita
movimentação, facilitando sua brincadeira. As brincadeiras mais comum entre eles
eram: fazer panelinhas de barro, bonecas de espiga de milho e de pano e utensílios
para as bonecas de madeira e de outros objetos de sucata.
Sua brincadeira preferida era com as panelinhas de barro, que eles mesmo faziam no
quintal de casa, ela diz que tudo para eles naquela época era um brinquedo e que tudo
que eles pudessem reaproveitar e transformar eles faziam um novo brincar.
A senhora diz que brincava com quem estivesse na rua, não importava se não
conhecia, era bom pra fazer amizades novas. Nos dias de hoje ela diz que sente muita
saudade daquele tempo e que voltaria tudo de novo, eu perguntei se ela ainda brincava
de alguma forma, mas ele disse que já era velha e não tinha tempo pra isso, mas
sempre que pode tira um tempinho para contar suas histórias para os netos e bisnetos.
Tiago Aquino da Costa e Silva. O livro escrito por Tiago Aquino da Costa e
Silva é dividido em duas partes: A primeira parte do livro introduz a
importância do jogo na vida pessoal e social do indivíduo, além de expor a
ideia de que a brincadeira tem impacto no desenvolvimento de diversas
habilidades essenciais para o ser humano. Aborda também um panorama
histórico do jogo, algumas das modificações que sofreu ao longo dos anos e
reforça em vários momentos em como é da natureza humana, segundo anos
de pesquisa, brincar. Ao longo deste primeiro texto, o autor ainda diz sobre o
funcionamento do jogo, os tipos de jogo e qual seria a interação ideal dele
com o ambiente escolar. A segunda parte consiste na apresentação e no
ensinamento de alguns jogos e brincadeiras.
O desenvolvimento é um processo construtivo que expressa duas formas de
conhecimento: o endógeno (interno) e exógeno (externo). Respectivamente,
enquanto um é responsável pela capacidade do indivíduo de viver em
sociedade sem que sua subjetividade seja deixada de lado, o outro cria uma
conexão de aprendizado entre o social e individual. O ato de brincar é uma
das ferramentas colaborativas para esse bom desenvolvimento endógeno e
exógeno. Em todo o mundo é possível encontrar crianças brincando,
independentemente da cultura que estão inseridas. Essa convergência de
comportamento mostra como é natural do ser humano brincar. Esse brincar
acaba por ser uma das mais espontâneas formas de desenvolvimento em
uma criança, sendo a principal atividade destas quando não se encontram
precisando agir para sobreviver, ou seja: brincar é essencial para o
desenvolvimento infantil. Pela sua importância no desenvolvimento. infantil,
áreas como Psicologia, Educação Física, Pedagogia e etc, vêm se
aprofundando cada vez mais nesse tema.
Na Grécia Antiga e em Roma, já se utilizavam dos jogos como forma de
aprendizado, segundo estudos realizados durante o século XVI. Mas com a
ascensão do cristianismo, houve um afastamento das atividades lúdicas, pois
a educação proporcionada pela Igreja era uma educação disciplinadora, que
não abria margem para estímulos reflexivos e nem à construção do pensar,
porque estas eram vistas como pecado. No período da Renascença o jogo
volta a ser aprovado socialmente e é utilizado por crianças e jovens como
forma de educação e diversão. No século XV e XVII, brinquedos e jogos -
antes utilizados em cultos e rituais religiosos - tornam-se objetos do mundo
infantil, havendo assim o distanciamento dos adultos dessas atividades. No
século XX, brincadeiras e jogos passaram por diversas mudanças, graças a
fatores como a redução do espaço físico, consequência do crescimento dos
espaços urbanos, aleḿ da falta de segurança; e a diminuição do tempo
disponível à estimulação lúdica. Isso fez com que a indústria de brinquedos
crescesse cada vez mais, pois passou a oferecer brinquedos que não
exigiam espaços grandes e nem muito tempo de dedicação para se interagir,
o que, vinculado ao consumismo, as propagandas e as mídias televisivas,
mudou a forma de brincar.
Querer entender o mundo da criança, é submeter-se à entender o mundo dos
jogos. A relação íntima entre crianças-jogos garante o bom desenvolvimento
psicossocial e motor do indivíduo na infância.
Uma brincadeira precisa ter cinco qualidades essenciais, segundo Macedo:
ser prazeirosas , desafiadora, criar possibilidades criativas, ter dimensão
simbólica e expressar de modo construtivo e relacional. Também é
necessário que o jogo se apresente por meio de quatro características
formais: a voluntariedade, as regras, a relação espaço e tempo, e a fuga da
vida real. Além dessas qualidades e características necessárias para um jogo
se ter, exercer a prática é algo extremamente necessário para que o jogo
passe a fluir de forma natural; é praticando que as crianças são capazes de
consolidar o que sabem acerca do mundo ao seu redor, dos outros e sobre
si. É treinando que conseguem desenvolver melhor seus pensamentos,
aprender a agir de acordo com regras, serem capazes de melhorar sua
comunicação, organizar a si mesmas, assumir papel de líder e se socializar
com outras crianças.
O jogo é um fenômeno de atividades lúdicas que envolve além dos seres
humanos, ao jogar se pode criar uma simbiose entre animais e a natureza
como um todo. Essa prática enriquece as relações das pessoas com o meio
ambiente que a cerca, se tornando mais uma forma de aprendizado para os
indivíduos imersos nessa interação.
Para Caillois, os jogos podem ser competitivos (agon), vertiginosos (ilinx),
aleatórios (alea) e representativos (mimmicry). Cada um desses tipos
desenvolvem e trabalham características diversas em crianças. Para Freire,
o jogo não serve para educar o ser humano a saber mais sobre português ou
matemática, mas sim, para educar o ser humano a ser mais humano; e por
esses tantos motivos que é importante para os educadores apoiarem a
“manifestação lúdica nas organizações pedagógicas” (MACEDO, 2005).
A escola sendo a instituição que transfere conhecimento à criança, deve
buscar maneiras de fazer esse conhecimento se consolidar nela de forma
mais efetiva, e brincadeiras e jogos é uma dessas maneiras eficazes de fazer
isso.
JOGO DA AMARELINHA
O Jogo da Amarelinha tem origem greco-romana. O jogo é tradicionalmente
brincado com um gráfico rabiscado no chão, constituído por dez casas, onde
as crianças tentam chegar ao céu com o lançamento de uma pedrinha.
A criança começa com os dois pés no número 1 (um) e joga a pedrinha. A
pedrinha caí em algum dos outros números e assim ela irá pulando por entre
os quadrados, mas sem pisar no número que a pedrinha está.
Se a criança pisar onde a pedrinha está, errar o pulo ou se a pedra cair fora
do gráfico, a criança perde a vez.
VOLENÇOL
Os jogadores são agrupados em quatro pessoas. Cada grupo terá em suas
mãos um lençol ou uma toalha, e cada jogador deve segurar uma ponta.
Uma bola será lançada por um dos grupos e ela não poderá cair, sendo que
cada tecido fará o papel das mãos no jogo de voleibol. As interações podem
ser entre o próprio grupo ou entre os grupos adjacentes.
OS 4 ELEMENTOS DA NATUREZA
“O espaço de jogo será demarcado com quatro retângulos, sendo uma área
em cada canto da quadra. Os jogadores serão divididos em quatro grupos
(Terra, Água, Ar e Fogo). No centro da quadra existirá o jogador-caçador, que
deverá chamar dois dos elementos, e assim os jogadores dos elementos
citados se movimentarão e trocarão de áreas. O jogador que for pego pelo
caçador, deverá fazer a função de pegador, e o caçador será um dos
jogadores dos elementos.
Como variação, os jogadores que forem pegos pelo caçador poderão o
ajudar na próxima rodada, sendo também caçadores.”
Para Lopes (apud Pereira e Sousa 2015, p.5) “O jogo para a criança é o
exercício, e a preparação para a vida adulta”. São estes que desenvolvem
potencialidades, incorporando valores culturais, conceitos, conteúdos, hábitos
e normas que refletem o modo de agir e pensar de um grupo social.
Uma outra proposta para a elaboração deste projeto, foi criar um brinquedo
de construção, devendo ser colorido para atrair a atenção das crianças, com
quantidade suficiente para duas crianças brincarem. O brinquedo que foi
feito, chama-se “rodinhas de encaixe”, para a realização deste, foi utilizado os
seguintes materiais: 3 rolos de papel higiênico, uma tesoura, lápis, pincéis,
tintas guaches e um suporte para colocar as tintas.
Após esperar secar a tinta, foram feitos quatro cortes em cada rodelinha,
um em cada lado, para que no momento em que a criança fosse brincar,
encaixasse as peças uma na outra, assim construindo um objeto de sua
imaginação/criatividade. Assim que o brinquedo foi feito, guardei em uma
caixa organizadora para guardar até a hora que fosse aplicar o brinquedo.
Aplicação do brinquedo foi feita na casa de uma prima, com duas crianças
sendo eles filhos da mesma, uma criança tinha quatro anos e a outra tinha
cinco. No primeiro momento da aplicação, perguntei o nome da primeira
criança, e ela me respondeu que se chamava Pedro Henrique (4
anos). Perguntei ao Pedro se ele gostava de brincar muito, e ele me
respondeu que sim (um pouco tímido), então eu perguntei a ele se queria
brincar com um brinquedo novo que não tinha na escola, e ela me respondeu
que sim, um pouco mais animado.
Assim que apresentei o brinquedo para a Alicia (5 anos), pedi para que os
dois me mostrassem o que conseguiam fazer juntos. Nesse momento percebi
que o Pedro Henrique não queria dividir as peças com sua irmã, a mãe que
estava presente no momento, interviu e explicou para eles que podiam
brincar juntos e que tinha peças suficiente para os dois, reforcei a
fala dizendo que se um ajudasse o outro, iria ser bem mais divertido. Deixei
eles por volta por 10 minutos brincando juntos, e percebi que enquanto
brincavam, começaram a interagir um com o outro, falar que objeto queriam
fazer com as peças, separando- as, falando as cores de cada peça e
empilhando uma encima da outra.
“vamos fazer uma casa?” “Tia, você que fez esse brinquedo?” “A gente vai
ficar com esse brinquedo?” “vou fazer um robô” “esse é amarelo, esse é
azul,esse é verde e esse é rosa”
Considerações finais
Referências