Questões CETREDE
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https://www.tecconcursos.com.br/s/Q3AauV
Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
www.tecconcursos.com.br/questoes/2408509
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944212
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944229
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149471
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1579205
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/831006
O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
A palavra “mal”, que aparece na expressão “mal amanhecia” , está INCORRETAMENTE empregada em:
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/831010
O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/2408510
Gabarito: D
www.tecconcursos.com.br/questoes/2141656
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/2141660
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149164
Ao considerar as definições e regras presentes no conteúdo de acentuação gráfica, podemos afirmar que
Gabarito: C
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I. Acentuam-se os ______________-éu, -éi e -ói das oxítonas e dos monossílabos tônicos (seguidos ou não de -s). Ex: céu, dói, chapéu, pincéis.
II. Acentuam-se o -i e o -u tônicos dos(das)____________ (seguidos ou não de s). Ex: faísca, baú, ciúme, moída. Exceção: baiuca e feiura).
IV. Acentuam-se as(os) _____________quando terminadas em -a, -e e -o, (seguidos ou não de s). Ex: pavê, jiló, guaraná, picolé. Ou quando terminadas em -
em e -ens (palavras de duas ou mais sílabas). Ex: parabéns, reféns.
Marque a alternativa que contém as palavras que completam CORRETA e respectivamente as lacunas.
a) ditongos abertos / hiatos / ditongos / tritongos
b) hiatos / oxítonas / monossílabas / dissílabas
c) ditongos abertos / hiatos / monossílabas / dissílabas
d) monossílabas / dissílabas / ditongos abertos / hiatos
e) ditongos abertos / hiatos / proparoxítonas / oxítonas
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/1919887
Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Marque a alternativa correta em relação ao uso do hífen, seguindo a mesma regra adotada na escrita do vocábulo “malintencionado”.
a) Mal-humorado.
b) Mal-visto.
c) Mal-criado.
d) Mal-formado.
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912608
II. As se formam pela junção das letras iniciais de um conjunto de palavras. Exemplos: Enem (de Exame Nacional do Ensino Médio).
III. Chama-se uma nova palavra criada geralmente em situação informal e na modalidade falada, que expressa a identidade de um grupo de falantes.
IV. O é um vocabulário técnico ligado a um ramo de atividade. Exemplo: o uso das palavras goleada e bicicleta no futebol.
Gabarito: D
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944074
I. As representações de sons ou ruídos são _______________. Exemplos: atchim, blá-blá-blá, snif, buá.
II. As ____________ se formam pela junção das letras iniciais de um conjunto de palavras. Exemplos: Enem (de Exame Nacional do Ensino Médio).
III. Chama-se _________ uma nova palavra criada geralmente em situação informal e na modalidade falada, que expressa a identidade de um grupo de falantes.
IV. O __________ é um vocabulário técnico ligado a um ramo de atividade. Exemplo: o uso das palavras goleada e bicicleta no futebol.
Gabarito: D
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Gabarito: D
www.tecconcursos.com.br/questoes/2141657
a) Ca aco.
b) Apra ível.
c) Be ouro.
d) Quero ene.
e) Fregue ia.
Gabarito: B
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a) Sobral e Itapajé.
b) Itapajé e Uruburetama.
c) Paracuru e Tururu.
d) Umirim e Itapipoca.
e) Irauçuba e Sobral.
Gabarito: B
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Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/2151136
a) chuva.
b) galinha.
c) grau.
d) pássaro.
e) pesquisas.
Gabarito: C
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Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/2151143
a) Gim-nos-per-ma.
b) Gi-m-nos-per-ma.
c) G-im-nos-per-ma.
d) Gim-no-sper-ma.
e) Gi-mnos-per-ma.
Gabarito: A
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a) orgulhoso.
b) capitalismo.
c) brasileiro.
d) advocacia.
e) livraria.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1919909
Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
a) Derivação parassintética.
b) Derivação sufixal.
c) Derivação prefixal e sufixal.
d) Derivação prefixal.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912596
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944070
a) A composição e a derivação.
b) A sufixação e a prefixação.
c) A prosopopeia e a personificação.
d) A vocalização e a oralização.
e) A lexicalização e a sonorização.
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944072
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1376994
a) Brasil.
b) Paris.
c) Rio de Janeiro.
d) Itália.
e) Alemanha.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1945656
Marília Mendonça
Compositores: Juliano Tchula / Vinícius Poeta / Benício Neto
a) Casa – casarão.
b) Fogo – fogaréu.
c) Voz – vozeirão.
d) Nariz – narigão.
e) Porta – portal.
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149458
a) paixão – paixãos.
b) visão – visãos.
c) limão – limãos.
d) órgão – órgãos.
e) estação – estaçãos.
Gabarito: D
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149469
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149474
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/2151135
a) Vices-perfeitos.
b) Vice-Prefeitos.
c) Os vices prefeitos.
d) Vice-prefeito.
e) Vices-prefeito.
Gabarito: B
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944214
a) comparativo de superioridade.
b) superlativo relativo de superioridade.
c) superlativo absoluto analítico.
d) superlativo absoluto sintético.
e) superlativo relativo de inferioridade.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149473
a) Substantivo.
b) Verbo.
c) Pronome.
d) Adjetivo.
e) Advérbio.
Gabarito: D
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a) Ótimo.
b) Bom.
c) Melhor.
d) Menor.
e) Inferior.
Gabarito: A
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: B
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Quando tu __________ ao meu escritório, ___________à esquerda, assim que __________ uma igrejinha azul.
Gabarito: C
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a) Concordamos que era assim, mas alegamos que a doença estava agora no domínio da compreensão.
b) Chamei-lhe a atenção porque seria para seu bem.
c) Eu respondia a todos que tudo seria conforme combinado.
d) Se ficarmos esperando, não obteremos resposta.
e) Compramos bons livros, mas eles não leem.
Gabarito: A
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Gabarito: A
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a) perseguíeis.
b) persigais.
c) perseguísseis.
d) persiguirais.
e) persiguis.
Gabarito: B
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Bolo simples
Ingredientes
• 2 xícaras (chá) de açúcar.
• 3 xícaras (chá) de farinha de trigo.
• 4 colheres (sopa) de margarina.
• 3 ovos.
• 1 e 1/2 xícara (chá) de leite.
• 1 colher (sopa) bem cheia de fermento em pó.
Modo de Preparo
1. Bata as claras em neve e reserve-as.
2. Misture as gemas, a margarina e o açúcar até obter uma massa homogênea.
3. Acrescente o leite e a farinha de trigo aos poucos, sem parar de bater.
4. Por último, adicione as claras em neve e o fermento.
5. Despeje a massa em uma forma grande de furo central untada e enfarinhada.
6. Asse em forno médio 180 °C, preaquecido, por aproximadamente 40 minutos ou ao furar o bolo com um garfo, este saia limpo.
(Fonte: https://www.tudogostoso.com.br/receita/29124-bolo-simples.html)
a) adjetivo.
b) verbo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) vocativo.
Gabarito: B
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Gabarito: A
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a) Se eu a vir, te aviso.
b) Requeri a minha pensão.
c) Tu crias que ela te amava?
d) Tu não fizestes o trabalho.
e) Não pudeste resolver a questão!
Gabarito: D
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Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944215
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/837621
a) mim / eu / mim
b) eu / eu / eu
c) mim / eu / eu
d) mim / mim / mim
e) eu / eu / mim
Gabarito: C
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a) rainhas.
b) duquesas.
c) reis.
d) sacerdotes.
e) princesas.
Gabarito: D
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a) interrogativo.
b) demonstrativo.
c) pessoal do caso reto.
d) indefinido.
e) possessivo.
Gabarito: E
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Gabarito: C
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a) cujas
b) a cujas
c) cujas as
d) para cujas
e) de cujas
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1141200
Não é, não. Só para comparar, 100 gramas da fruta têm em média 65 calorias. É o mesmo que 100 gramas de manga ou de maçã, e bem menos que 100 gramas de
banana (105 calorias), de abacate (162 calorias) ou do supercalórico tamarindo (230 calorias). Mas de onde vem a má fama do açaí? “O que torna o açaí consumido nas
lanchonetes bastante calórico é a adição de outros ingredientes no preparo da polpa, como açúcar e xarope de guaraná”, explica o químico Hervé Rogez, da Universidade
Federal do Pará (UFPA) e autor do livro Sabor Açaí.
O famoso açaí “na tigela”, popular na Região Sudeste, é preparado justamente com essa polpa turbinada. E com uma agravante: muitas vezes, o açaí vem acompanhado
de outras delícias, como banana e granola, que aumentam muito o total de calorias [...]. Mas não entre na neura de ficar contando calorias que nem louco. Vale a pena
comer açaí de vez em quando, porque ele é supernutritivo. “Primeiro, o açaí tem ação antioxidante – ele é tão bom quanto o vinho para retardar o envelhecimento.
Segundo, sua gordura é saudável, semelhante à do azeite de oliva, e faz bem ao sistema cardiovascular”, afirma a nutricionista Cynthia Antonaccio [...]. Sem contar que a
fruta é rica em fibras, manganês, cobre, cálcio, magnésio, proteínas e potássio.
Uma última curiosidade sobre a fruta é que seu modo de consumo no Norte e Nordeste do país é bem diferente. Nessas regiões, suco de açaí é misturado à farinha de
mandioca ou tapioca. O produto final é um mingau meio doce, que os nortistas adoram comer com peixe frito.
Disponível em http://mundoestranho
a) demonstrativo e indefinido.
b) indefinido e indefinido.
c) possessivo e demonstrativo.
d) relativo e relativo.
e) demonstrativo e demonstrativo.
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/829736
Contaram-me que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia
jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro
para dar um jeito nos filhos do sueco.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que
realmente ele era. Obedecendo à ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado
tinha a dizer-lhe o seguinte:
— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS?
Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este?
Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro:
duralex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a
mulher do sueco interveio:
— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o
general, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de
um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
Fernando Sabino
...compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. Sobre o termo destacado, indique a opção correta.
a) É artigo definido.
b) É pronome indefinido.
c) Funciona como complemento nominal.
d) É artigo masculino, singular.
e) É pronome demonstrativo.
Gabarito: E
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Gabarito: A
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O é uma palavra invariável que, fundamentalmente, modifica o verbo exprimindo uma circunstância de tempo, lugar, modo etc.
a) adjetivo
b) adjunto adnominal
c) advérbio
d) aposto
e) numeral
Gabarito: C
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COLUNA A
COLUNA B
( ) inexoravelmente
( ) sutilmente
( ) sofregamente
( ) radicalmente
( ) prolixamente
a) IV – V – II – III – I
b) V – IV – II – III – I
c) II – III – IV – V – I
d) III – II – V – I – IV
e) IV – V – III – II – I.
Gabarito: A
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Gabarito: A
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a) Lustro – 50 anos.
b) Quinquênio – 50 anos.
e) Quadriênio – 40 anos.
Gabarito: C
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Gabarito: C
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Marque a alternativa que contém apenas preposições que possam completar, CORRETA e respectivamente, as lacunas é a
a) dos, para, a, a.
b) de, de, com, a.
c) por, de, a, assim.
d) por, de, com, logo.
e) de, de, conforme, nem.
Gabarito: B
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Marque a alternativa que contém apenas preposições que possam completar, CORRETA e respectivamente, as lacunas é a
a) dos, para, a, a.
b) de, de, com, a.
c) por, de, a, assim.
d) por, de, com, logo.
e) de, de, conforme, nem.
Gabarito: B
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Gabarito: D
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Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/1141196
Não é, não. Só para comparar, 100 gramas da fruta têm em média 65 calorias. É o mesmo que 100 gramas de manga ou de maçã, e bem menos que 100 gramas de
banana (105 calorias), de abacate (162 calorias) ou do supercalórico tamarindo (230 calorias). Mas de onde vem a má fama do açaí? “O que torna o açaí consumido nas
lanchonetes bastante calórico é a adição de outros ingredientes no preparo da polpa, como açúcar e xarope de guaraná”, explica o químico Hervé Rogez, da Universidade
Federal do Pará (UFPA) e autor do livro Sabor Açaí.
O famoso açaí “na tigela”, popular na Região Sudeste, é preparado justamente com essa polpa turbinada. E com uma agravante: muitas vezes, o açaí vem acompanhado
de outras delícias, como banana e granola, que aumentam muito o total de calorias [...]. Mas não entre na neura de ficar contando calorias que nem louco. Vale a pena
comer açaí de vez em quando, porque ele é supernutritivo. “Primeiro, o açaí tem ação antioxidante – ele é tão bom quanto o vinho para retardar o envelhecimento.
Segundo, sua gordura é saudável, semelhante à do azeite de oliva, e faz bem ao sistema cardiovascular”, afirma a nutricionista Cynthia Antonaccio [...]. Sem contar que a
fruta é rica em fibras, manganês, cobre, cálcio, magnésio, proteínas e potássio.
Uma última curiosidade sobre a fruta é que seu modo de consumo no Norte e Nordeste do país é bem diferente. Nessas regiões, suco de açaí é misturado à farinha de
mandioca ou tapioca. O produto final é um mingau meio doce, que os nortistas adoram comer com peixe frito.
Disponível em http://mundoestranho
a) explicação.
b) comparação.
c) causa.
d) oposição.
e) tempo.
Gabarito: C
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O maior benefício destes materiais é a decomposição completa e bem mais rápida. Os produtos biodegradáveis contribuem para o não acúmulo de lixo no planeta. Porém,
se por um lado eles contribuem para a redução de resíduos sólidos, por outro, os produtos biodegradáveis contribuem para o efeito estufa, pois, ao se degradarem, eles
liberam gás metano proporcional à velocidade de degradação, ou seja, quanto mais rápido o produto se decompõe mais gás ele libera no ar.
Apesar das desvantagens, os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais. Estudos mostram que produtos com
agentes biodegradáveis mais lentos podem ser acondicionados em aterros sanitários e o gás proveniente da decomposição pode ser utilizado para gerar calor e energia,
impactando menos o meio ambiente.
Os produtos biodegradáveis não são a melhor solução, mas, os avanços nas pesquisas podem contribuir para aprimorar as embalagens dos produtos biodegradáveis que
utilizamos. Lembrando que, antes do descarte, é muito mais importante reduzir o consumo, dar preferência aos produtos com embalagens reutilizáveis e separar o “lixo
que não é lixo” para reciclagem.
Disponível em http://www.pensamentoverde.com.br
O maior benefício destes materiais é a decomposição completa e bem mais rápida. Os produtos biodegradáveis contribuem para o não acúmulo de lixo no planeta. Porém,
se por um lado eles contribuem para a redução de resíduos sólidos, por outro, os produtos biodegradáveis contribuem para o efeito estufa, pois, ao se degradarem, eles
liberam gás metano proporcional à velocidade de degradação, ou seja, quanto mais rápido o produto se decompõe mais gás ele libera no ar.
Apesar das desvantagens, os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais. Estudos mostram que produtos com
agentes biodegradáveis mais lentos podem ser acondicionados em aterros sanitários e o gás proveniente da decomposição pode ser utilizado para gerar calor e energia,
impactando menos o meio ambiente.
Os produtos biodegradáveis não são a melhor solução, mas, os avanços nas pesquisas podem contribuir para aprimorar as embalagens dos produtos biodegradáveis que
utilizamos. Lembrando que, antes do descarte, é muito mais importante reduzir o consumo, dar preferência aos produtos com embalagens reutilizáveis e separar o “lixo
que não é lixo” para reciclagem.
Disponível em http://www.pensamentoverde.com.br
“...os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais.” Que circunstância pode-se perceber nesse período?
a) Comparação.
b) Concessão.
c) Conformidade.
d) Causa.
e) Consequência
Gabarito: A
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O maior benefício destes materiais é a decomposição completa e bem mais rápida. Os produtos biodegradáveis contribuem para o não acúmulo de lixo no planeta. Porém,
se por um lado eles contribuem para a redução de resíduos sólidos, por outro, os produtos biodegradáveis contribuem para o efeito estufa, pois, ao se degradarem, eles
liberam gás metano proporcional à velocidade de degradação, ou seja, quanto mais rápido o produto se decompõe mais gás ele libera no ar.
Apesar das desvantagens, os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais. Estudos mostram que produtos com
agentes biodegradáveis mais lentos podem ser acondicionados em aterros sanitários e o gás proveniente da decomposição pode ser utilizado para gerar calor e energia,
impactando menos o meio ambiente.
Os produtos biodegradáveis não são a melhor solução, mas, os avanços nas pesquisas podem contribuir para aprimorar as embalagens dos produtos biodegradáveis que
utilizamos. Lembrando que, antes do descarte, é muito mais importante reduzir o consumo, dar preferência aos produtos com embalagens reutilizáveis e separar o “lixo
que não é lixo” para reciclagem.
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“Porém, se por um lado eles contribuem para a redução de resíduos sólidos,...” Esse período estabelece com o período anterior uma relação de
a) adição.
b) explicação.
c) adversidade.
d) conclusão
e) alternância.
Gabarito: C
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Apesar das desvantagens, os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais. Estudos mostram que produtos com
agentes biodegradáveis mais lentos podem ser acondicionados em aterros sanitários e o gás proveniente da decomposição pode ser utilizado para gerar calor e energia,
impactando menos o meio ambiente.
Os produtos biodegradáveis não são a melhor solução, mas, os avanços nas pesquisas podem contribuir para aprimorar as embalagens dos produtos biodegradáveis que
utilizamos. Lembrando que, antes do descarte, é muito mais importante reduzir o consumo, dar preferência aos produtos com embalagens reutilizáveis e separar o “lixo
que não é lixo” para reciclagem.
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Apesar das desvantagens, os produtos biodegradáveis ainda representam vantagens ambientais sobre os produtos convencionais.
a) Afora as
b) A despeito das
c) Não obstante as
d) Fora as
e) Sem as
Gabarito: E
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– Ó Maria! Ó Maria!
Compadre Cazuza vem almoçar
Amanhã aqui em casa...
Que é que tu preparaste pra ele?!
– Oxente, mulher!
Tu estás pensando que
compadre é pinto?!
Manda matar um boi.
Ascenso Ferreira.
a) bando.
b) flora.
c) corja.
d) nuvem.
e) junta.
Gabarito: A
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a) há dois advérbios.
b) não há preposição.
d) há ausência de adjetivos.
Gabarito: D
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Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser
superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. Sempre me fascinaram as mudanças – às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam
incrivelmente rápidas, atingindo nossos usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de
mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa!
Como tudo mudou!”.
Nos usos e costumes, a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas, por
teorias abstrusas e mal aplicadas. Se antes namorar era difícil, o primeiro batom rosa-claro aos 15 anos, e não havia pílula anticoncepcional, hoje talvez amar ande
descomplicado demais. (...) Casamentos (isto é, uniões ditas estáveis, morar juntos) estão sendo atropelados pela incapacidade de fortalecer laços, construir juntos com
alguma paciência. Não sou de sermos infelizes juntos pelo resto da vida, mas de tentarmos um pouco mais. (...)
Na saúde, acho que muito melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia
do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré-adolescente gordinha, não
podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
Em breve, estaremos menos doentes: células-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de
vida a mais que nos será concedido. Nada de aposentadoria precoce, chinelo e pijama (isso ainda se usa?). Mas aprender sempre. Interrogar o mundo, curtir a natureza,
saborear a arte, viajar para Marte e outras rimas exóticas. Passear, criar, divertir-se, viajar (talvez por teletransporte, feito o pó de pirlimpimpim da boneca Emília do nosso
Monteiro Lobato que querem castrar).
Quem sabe, nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos
guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos.
Leremos unicamente livros eletrônicos ou algo ainda mais moderno. As vastas bibliotecas de papel serão museus, guardando o cheiro da minha infância, quando – se eu
aborrecia minha mãe com mil perguntas – meu pai me sentava em uma dessas poltronas de couro e botava no meu colo alguma enciclopédia com figuras de flores,
frutas, bichos, protegida por papel de seda amarelado. Inesquecível e delicioso, sobretudo quando chovia.
As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades – mas as emoções humanas, estas eu penso que
vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados,
biônicos, quânticos, incríveis, não poderemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e
sem graça.
Lya Luft
“...hoje talvez amar ande descomplicado demais. ” Sobre as classes de palavras presentes nessa oração, marque a opção CORRETA.
a) Há apenas um substantivo.
b) Demais é pronome.
c) Há dois advérbios.
e) Há um adjetivo.
Gabarito: E
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“...não a fizeram...”
Gabarito: A
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As posições ocupadas pelos pronomes oblíquos átonos podem ser: quando estão antes do verbo; quando estão entre o radical e as
desinências do verbo e quando estão após o verbo.
Gabarito: C
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Gabarito: B
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As posições ocupadas pelos pronomes oblíquos átonos podem ser: __________ quando estão antes do verbo; _____________ quando estão entre o radical e as
desinências do verbo e ___________ quando estão após o verbo.
Gabarito: C
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Clementina, a gata
Clementina era uma gata de telhado, dessas gatas listradas. Vivia namorando, miando e tendo gatinhos. Mas era mais pra namoradeira do que pra mamadeira, quer
dizer: não cuidava muito bem dos filhotes. Vivia esquecendo de dar de mamar.
Ainda bem que Boby também era bassê, da mesma raça de sua avó. Se você não leu a história de sua avó, bem feito, vai pensar que estou falando de uma pessoa de
sua família, Deus que me livre! É que sua avó era o nome de um cachorro que tive, quando era menina, da mesma raça de Boby, que foi um cachorro que tive quando
meus filhos eram bebês. Boby cuidava dos gatinhos de Clementina. Só não dava de mamar, pois Boby era macho. Porém, mãe como Boby nunca vi igual.
Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar os gatinhos. Clementina, muito namoradeira, não queria vir, ficava requebrando em
frente do portão, esquecida de que era uma senhora gata com obrigações familiares.
No trecho “(..) para a desalmada vir alimentar os gatinhos”. Qual das expressões a seguir pode ser usada como antônimo da palavra “desalmada” sem perda de sentido
no contexto da frase.
a) Elegante gata.
b) Gata com alma.
c) Bondosa gata.
d) Respeitosa gata.
e) Malvada gata.
Gabarito: C
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a) Louvar e censurar.
b) Oposição e antíntese.
c) Translúcido e diáfano.
d) Semicírculo e hemiciclo.
e) Colóquio e diálogo.
Gabarito: A
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a) animação.
b) satisfação.
c) prazer.
d) júbilo.
e) tristeza.
Gabarito: E
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a) Amigo – inimigo.
b) Feio – bonito.
c) Esperto – amoroso.
d) Ajudar – colaborar.
e) Jovem – carinhoso.
Gabarito: D
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a) Fino – grosso.
b) Bastardo – natural.
c) Rico – pobre.
d) Amainar – acalmar.
e) Alto – baixo.
Gabarito: D
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
O vocábulo “feitos” (substantivo), no período “Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto.”, empregado no texto com o sentido de
acontecimentos, eventos, estabelece com o vocábulo “feitos”, com sentido de “realizados”, “executados”, uma relação de:
a) sinonímia.
b) homonímia.
c) hiperonímia.
d) antonímia.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912569
I. A Semântica é a parte da gramática que trata da significação das palavras que podem estar isoladas ou contextualizadas.
II. A Paronímia é a área da Semântica que estuda as palavras que possuem significado parecido ou sentido semelhante.
III. A Sinonímia é a área da Semântica que estuda as palavras que se assemelham na escrita e na pronúncia, mas que possuem significados distintos.
IV. A Antonímia é a área da Semântica responsável por estudar as palavras que são antônimas. Essas palavras possuem significados exatamente contrários uma
da outra.
a) I – II – III.
b) II – III – IV.
c) I – IV.
d) I – III – IV.
e) I – II – IV.
Gabarito: C
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I. A Semântica é a parte da gramática que trata da significação das palavras que podem estar isoladas ou contextualizadas.
II. A Paronímia é a área da Semântica que estuda as palavras que possuem significado parecido ou sentido semelhante.
III. A Sinonímia é a área da Semântica que estuda as palavras que se assemelham na escrita e na pronúncia, mas que possuem significados distintos.
IV. A Antonímia é a área da Semântica responsável por estudar as palavras que são antônimas. Essas palavras possuem significados exatamente contrários uma
da outra.
a) I – II – III.
b) II – III – IV.
c) I – IV.
d) I – III – IV.
e) I – II – IV.
Gabarito: C
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a) Roma / romã.
b) Viagem / viajem.
c) Seção / sessão.
d) Fases / fazes.
e) Inflação / infração.
Gabarito: E
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associaçãod.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humorb. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpáticae. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas.c E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliza. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: C
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
(Fonte:Jornal O Estado de S. Paulo, 31 de dezembro de 2020 - 03h00)
No período “Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo.”, o trecho
“passar o passado a limpo” deve ser interpretado em seu sentido:
a) denotativo.
b) referencial.
c) literal.
d) conotativo.
Gabarito: D
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MACUNAÍMA
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói
saiu do banho estava branco loiro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos
Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito
maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
(...)
– Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a
palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na
água santa.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter - Vila Rica, 1992).
Alegoria é a exposição de um pensamento sob forma figurada. O texto lido é uma representação alegórica do(da)
Gabarito: C
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Gabarito: E
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
a) dificuldade.
b) identidade.
c) desgosto.
d) desafio.
e) disciplina
Gabarito: B
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Soneto da Saudade
Guimarães Rosa
Aponte a alternativa que menos representa, para o poeta, o significado de “retroar”, verso 1, no contexto do soneto.
a) Estrugir.
b) Rimbombar.
c) Aturdir.
d) Retumbar.
e) Chamar.
Gabarito: E
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(Calvin e Haroldo: Felino selvagem psicopata homicida. São Paulo: Best News,1996, p.53.)
Calvin usou o verbo “verbificar”. Apesar de ter a intenção de tumultuar a Língua com suas invenções, ele usou elementos mórficos perfeitamente adequados. Qual o
significado dessa palavra no texto?
Gabarito: B
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a) desordem.
b) amizade.
c) solidariedade.
d) alegria.
e) paz.
Gabarito: A
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Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
- Fugimos da maldade do rei Herodes – respondeu ela. Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo,
tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que
ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia. Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.
a) procissão.
b) multidão.
c) agrupamento.
d) tumulto.
e) auditório.
Gabarito: D
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Medo da Eternidade
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se
tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do
longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para
fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca,
eu já perdi vários.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava,
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem
diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a
gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.
Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
Clarice Lispector
Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. A expressão destacada traduz, no texto, ideia de
a) expectativa.
b) tristeza.
c) certeza.
d) decepção.
e) contradição.
Gabarito: A
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b) consequência.
c) causa.
d) condição.
e) concessão.
Gabarito: D
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Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser
superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. Sempre me fascinaram as mudanças – às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam
incrivelmente rápidas, atingindo nossos usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de
mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa!
Como tudo mudou!”.
Nos usos e costumes, a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas, por
teorias abstrusas e mal aplicadas. Se antes namorar era difícil, o primeiro batom rosa-claro aos 15 anos, e não havia pílula anticoncepcional, hoje talvez amar ande
descomplicado demais. (...) Casamentos (isto é, uniões ditas estáveis, morar juntos) estão sendo atropelados pela incapacidade de fortalecer laços, construir juntos com
alguma paciência. Não sou de sermos infelizes juntos pelo resto da vida, mas de tentarmos um pouco mais. (...)
Na saúde, acho que muito melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia
do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré-adolescente gordinha, não
podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
Em breve, estaremos menos doentes: células-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de
vida a mais que nos será concedido. Nada de aposentadoria precoce, chinelo e pijama (isso ainda se usa?). Mas aprender sempre. Interrogar o mundo, curtir a natureza,
saborear a arte, viajar para Marte e outras rimas exóticas. Passear, criar, divertir-se, viajar (talvez por teletransporte, feito o pó de pirlimpimpim da boneca Emília do nosso
Monteiro Lobato que querem castrar).
Quem sabe, nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos
guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos.
Leremos unicamente livros eletrônicos ou algo ainda mais moderno. As vastas bibliotecas de papel serão museus, guardando o cheiro da minha infância, quando – se eu
aborrecia minha mãe com mil perguntas – meu pai me sentava em uma dessas poltronas de couro e botava no meu colo alguma enciclopédia com figuras de flores,
frutas, bichos, protegida por papel de seda amarelado. Inesquecível e delicioso, sobretudo quando chovia.
As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades – mas as emoções humanas, estas eu penso que
vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados,
biônicos, quânticos, incríveis, não poderemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e
sem graça.
Lya Luft
“Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta.” Qual a circunstância expressa nesse período?
a) Tempo.
b) Causa.
c) Consequência.
d) Condição.
e) Concessão.
Gabarito: D
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Aquelas pessoas vieram para ficar, trouxeram roupas e comidas, já que sabiam da longa espera.
Gabarito: D
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Marília Mendonça
Compositores: Juliano Tchula / Vinícius Poeta / Benício Neto
Gabarito: D
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Fonte: pobremilinario.blogspot.com
Gabarito: E
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TEXTO I
Manguezal em risco
Entenda a importância desse ecossistema e saiba por que
ele deve ser preservado
Você já viu um manguezal? Encontrado em regiões costeiras tropicais do Brasil e do mundo, esse ecossistema abriga diversas espécies e, infelizmente, sua existência está
ameaçada por conta das mudanças climáticas. Para conhecê-lo melhor e tentar preservá-lo, uma equipe de pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) estuda, desde 1994, o manguezal de Guaratiba, que fica a 70 quilômetros do centro da capital carioca.
Desde então, os pesquisadores descobriram que o manguezal vem sofrendo bruscamente com os impactos da inconstância climática, que ora traz épocas de muita chuva,
ora traz longos períodos de seca(I). Durante os períodos úmidos, a vegetação do mangue tende a crescer, mas, nas épocas de seca, acontece o contrário(II) e o mangue
acaba se retraindo.
O problema é que, apesar de a maioria dos manguezais ficar na beira da água, também existem aqueles que não ficam nas margens de mares ou rios e sofrem menos
inundação pelas marés. Nesse caso, em tempos de seca, a situação é ainda mais grave, pois eles dependem totalmente da água da chuva(III) e, se ela não vem durante
um longo período, o mangue pode até morrer(IV).
Outro fator que preocupa os pesquisadores é o aumento do nível do mar. Considerado um ecossistema de transição, o manguezal fica localizado na divisão entre o
ambiente terrestre e marinho e, caso o nível do mar aumente muito, a vegetação pode sufocar e ser obrigada a migrar continente adentro.
“O manguezal precisa ir se adaptando conforme a subida do nível das águas”, diz o oceanógrafo Mário Soares, que coordena o Núcleo de Estudos em Manguezais (Nema)
da UERJ. “O manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se expandiu cerca de 100 metros terra adentro desde 1998.”
O grande problema é que nem todos os manguezais têm para onde fugir. Alguns ficam perto de regiões urbanas, enquanto outros acabam invadindo a área de outros
ecossistemas. Como o cenário não é muito otimista, a tendência é que os manguezais tenham que se deslocar terra adentro cada vez mais para sobreviver. [...]
I. ...ora traz épocas de muita chuva, ora traz longos períodos de seca. (Período composto por subordinação)
II. Durante os períodos úmidos, a vegetação do mangue tende a crescer, mas, nas épocas de seca, acontece o contrário. (Período composto por coordenação)
III. Nesse caso, em tempos de seca, a situação é ainda mais grave, pois eles dependem totalmente da água da chuva. (A oração destacada classifica-se como
sindética explicativa.)
IV. ...se ela não vem durante um longo período, o mangue pode até morrer. (Está destacada a oração principal.)
a) I – II.
b) II – III.
c) III – IV.
d) II – IV.
e) I – II – III.
Gabarito: B
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Gabarito: A
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Enquanto é maio
Durante quatro ou cinco meses por ano, o Rio é uma cidade desesperadamente infernal, com o seu calor. E eis que de repente os termômetros se comportam e o céu
azula e o ar se limpa e se purifica, o mar lava as suas ondas, as árvores pintam de luz o verde das suas folhas e tudo se adoça dentro e fora dos seres humanos.
E me inquieto e quisera ser ubíqua e onipresente, pois não posso sair daqui, nem um minuto, e perder o Rio, nos seus dias de maio. E Petrópolis, ali, junto, está um
delírio de beleza. Teresópolis, Friburgo, Penedo, Itatiaia, São Paulo, Caraguatatuba, Parati e Vila Bela hão de estar igualmente esplendorosas. E que diremos de Salvador e
Recife, quem sabe se até Brasília? Pois é maio em todas elas. O que sobremaneira nos inquieta, pois já não será possível festejar o acontecimento em todas essas
latitudes.
E vos escrevo, vigiando a paisagem pelas janelas abertas, pois não sei se ficará muito tempo assim à minha espera. E tenho remorsos de ir ao cinema e teatro, pois é um
privilégio assistir a tais espetáculos em maio, mas uma tristeza perder um minuto que seja de maio, do lado de fora deles.
E é mister reunir os amigos e amar mais do que nunca os bem-amados e agradecer – ah, não vos esqueçais – aos vossos deuses, não importa quais sejam, o breve, o
precário, o maravilhoso privilégio de estardes vivos e sãos e alegres, em maio.
Elsie Lessa
Gabarito: E
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Gabarito: D
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Medo da Eternidade
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se
tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do
longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para
fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
— E agora que é que eu faço? — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca,
eu já perdi vários.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava,
mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem
diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
— Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
— Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a
gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.
Clarice Lispector
Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! Esse trecho apresenta três orações. Quanto à classificação do sujeito de cada
oração, respectivamente, marque a opção CORRETA.
Gabarito: B
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Marque a alternativa que contém a classificação correta, quanto à predicação, dos verbos “anotou” e “disse”, no trecho: (...) quando um viajante no deserto anotou no
seu caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
Gabarito: B
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Gabarito: B
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Gabarito: C
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Gabarito: C
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No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Marque a alternativa correta em relação à função sintática do elemento sublinhado, no período: “É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos,
esperando sua inclusão na retrospectiva.”
a) Objeto direto.
b) Objeto indireto.
c) Sujeito.
d) Predicativo do objeto.
Gabarito: A
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Gabarito: E
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b) Não vi Maria.
Gabarito: D
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Gabarito: C
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(Raquel de Queiroz)
No texto, a expressão “a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento”, sintaticamente é um
a) adjunto adnominal.
b) complemento nominal.
c) sujeito oracional.
d) aposto.
e) vocativo.
Gabarito: D
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a) vocativo.
b) adjunto adnominal.
c) adjunto adverbial.
d) sujeito.
e) aposto
Gabarito: E
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– Ó Maria! Ó Maria!
Compadre Cazuza vem almoçar
Amanhã aqui em casa...
Que é que tu preparaste pra ele?!
– Oxente, mulher!
Tu estás pensando que
compadre é pinto?!
Manda matar um boi.
Ascenso Ferreira.
a) sujeito.
b) vocativo.
c) objeto direto.
d) aposto.
e) objeto indireto.
Gabarito: B
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Gabarito: B
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CETREDE - ASF (Pref Caucaia)/Pref Caucaia/2016
Língua Portuguesa (Português) - Adjunto adnominal x Complemento Nominal
118) Indique a opção em que a circunstância NÃO condiz com o adjunto adverbial.
Gabarito: C
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Gabarito: D
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Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/2154257
a) Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato. Coordenada sindética explicativa.
b) Vem, que eu te quero sorrindo. Coordenada sindética conclusiva.
c) Não só provocaram graves problemas, mas abandonaram os projetos antes de terminar. Coordenada sindética aditiva.
d) A situação é delicada, devemos, pois, agir cuidadosamente. Coordenada sindética explicativa.
e) Ela se mudou, pois seu apartamento está vazio. Coordenada sindética conclusiva.
Gabarito: C
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Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Cecília Meireles
No verso “Não sou alegre nem sou triste” o termo sublinhado introduz uma oração
a) aditiva.
b) adversativa.
c) conclusiva.
d) explicativa.
e) concessiva.
Gabarito: A
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a) Substantiva subjetiva.
c) Substantiva predicativa.
d) Adjetiva restritiva.
e) Adverbial comparativa.
Gabarito: A
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LIBERDADE
Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado
estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é
preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à
fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade!"; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos
pais pediam: "Liberdade! Liberdade! / abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em
certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para
encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado, é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que
seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir.
(Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!) não acreditavam que se pudesse chegar, tão simplesmente, com um fio de linha e um
pouco de vento!
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos
preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas,
de raios fúlgidos, linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...
Cecília Meireles
“Diz-se que o homem nasceu livre...” Sobre esse período, marque a opção CORRETA.
Gabarito: D
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Gabarito: C
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Em “Eu não estou aproveitando minha vida, que continua um tanto monótona” temos uma oração
a) adjetiva restritiva.
b) adjetiva explicativa.
c) substantiva subjetiva.
d) substantiva predicativa.
e) substantiva apositiva.
Gabarito: B
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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta quinta-feira (19) que o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, em Mariana (MG), há
duas semanas, é a maior tragédia ambiental da história do Brasil.
“É a maior catástrofe ambiental do país, isso é inegável. Eu vi o acidente. É impressionante o impacto na flora e nas atividades econômicas”, disse a ministra. "No trecho
do Rio Doce em Minas, a ictiofauna [espécies de peixe em uma região] na calha do rio principal acabou".
Segundo Izabella, o governo está trabalhando para reduzir os impactos no Rio Doce e no oceano. “Nós estamos desde sábado trabalhando em parceria com o Espírito
Santo e com a prefeitura de Linhares. Abrimos um canal na foz do rio, que está assoreado, para facilitar a dispersão da lama”, informou. "Os peixes de superfície
conseguiram migrar para alguns rios tributários, mas estão morrendo, e a fauna ribeirinha também foi impactada".
A ministra informou que a onda de lama deve se espalhar por uma extensão de 9 quilômetros (km) quando chegar ao mar, após desaguar na costa do Espírito Santo, na
cidade de Linhares. “Os dados de dispersão disponíveis indicam que a dispersão máxima para o sul é 6 km e a dispersão máxima para o norte é 3 km, porque as
correntes marinhas ali seguem para o sul”, afirmou.
O rompimento da barragem de Fundão destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou mais de 900 pessoas desabrigadas. A onda de lama que se formou chegou ao Rio
Doce, provocando a mortandade de peixes e impedindo o abastecimento de água em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. Sete mortos durante a tragédia foram
identificados, cinco corpos aguardam identificação e 11 pessoas permanecem desaparecidas.
(Disponível em Últimosegundo.ig.com.br)
Gabarito: A
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Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: D
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
“Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos pratos de um bom jantar.”
a) coordenada.
b) adverbial temporal.
c) adverbial final.
d) adjetiva explicativa.
e) substantiva predicativa.
Gabarito: B
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Soneto da Saudade
Guimarães Rosa
I. No 1º verso, “Quando sentires a saudade retroar”, sintaticamente, é uma oração subordinada adverbial.
II. No verso 4º, “O nosso amor a cada instante está mais vivo!”, sintaticamente, é um período simples.
III. “Quem sabe”, no 5º verso, e “Quiçá”, no 9º verso, aparecem como sinônimos e são adjuntos adverbiais.
Gabarito: E
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Gabarito: A
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a) subordinada causal.
b) subordinada temporal.
Gabarito: E
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Marque a alternativa correta quanto à classificação das orações sublinhadas, que se encontram nos dois trechos seguintes:
“Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra... e “Elas podem muito bem
ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em poucos anos...”
Gabarito: D
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Gabarito: D
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Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
- Fugimos da maldade do rei Herodes – respondeu ela. Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo,
tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que
ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia. Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
- Vi sim – respondeu o pequenino pássaro. Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.
[...] que se tornou presa fácil para qualquer caçador inexperiente, encerra uma circunstância de
a) causa.
b) condição.
c) consequência.
d) concessão.
e) comparação.
Gabarito: C
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Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
- Fugimos da maldade do rei Herodes – respondeu ela. Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo,
tratou de fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia que, assim que soube do perigo que assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que
ali existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido pelos fugitivos.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia. Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e de Jesus os seus malvados perseguidores.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que desponta.
Gabarito: E
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: E
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Quando passar a pandemia os jovens e os idosos isolados pelo risco da doença retomarão os relacionamentos sociais e familiares .
a) vírgula – vírgula – ´
∅ – exclamação
b) ´
∅ – dois pontos – vírgula – interrogação
c) vírgula – ´
∅ – ponto e vírgula – ponto final
d) vírgula – ´
∅ – ´
∅ – interrogação
e) ´
∅ – vírgula – ´
∅ – reticências
Gabarito: D
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A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço,
uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e
mar. Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?
(Raquel de Queiroz)
Em “anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.”
Gabarito: C
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Gabarito: D
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Gabarito: E
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Gabarito: A
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a) I – II.
b) II – IV.
c) III – IV – V.
d) IV – V.
e) II – V.
Gabarito: B
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Gabarito: B
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Gabarito: C
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No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
No período “Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos.”, ocorre crase em “à ficção”.
Gabarito: B
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Gabarito: D
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O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
– Rama verde de onde?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
Gabarito: D
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Gabarito: A
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Gabarito: D
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Gabarito: B
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Gabarito: C
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Gabarito: B
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Gabarito: B
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Marque a opção que indica como seria essa oração na voz passiva. O silencia da noite
a) foi cortado pelo barulho do bonde.
Gabarito: E
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Gabarito: E
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a) O homem feriu-se.
d) Precisa-se de empregados.
Gabarito: C
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Profissionais de Israel observaram regeneração dos telômeros e queda nas células ligadas ao envelhecimento
“Em um estudo inovador, cientistas da Universidade de Tel Aviv relataram ter revertido o processo de envelhecimento. O método escolhido pelos pesquisadores foi a
terapia de oxigênio.
Os pesquisadores utilizaram câmaras hiperbáricas para observar seu efeito em células e material genético de vida útil curta. A ideia era analisar se (I) a terapia, baseada
na respiração de oxigênio na cabine pressurizada, poderia reverter efeitos conhecidos do envelhecimento em idosos. Os participantes eram 35 pessoas de 64 anos de
idade.
Assim (II), os idosos foram colocados na câmara hiperbárica por 90 minutos diários, cinco dias por semana ao longo de três meses. Ao longo da pesquisa, os cientistas
investigaram o funcionamento de células associadas à deterioração de tecidos e órgãos no organismo, além de (III) medir os telômeros (molécula cujo
encurtamento está relacionado ao envelhecimento celular precoce) (IV) de cada participante.
Como resultado, os israelenses constataram um aumento em 20% no comprimento dos telômeros dos idosos e uma queda de 37% nas células estudadas. De acordo com
os estudiosos, isso seria equivalente a 25 anos de rejuvenescimento.
O estudo é inovador por apontar cientificamente para a possibilidade da reversão do processo de envelhecimento em nível celular. No entanto, é claro que muitas outras
pesquisas precisam ser feitas acerca do assunto,
https://veja.abril.com.br/ciencia/estudo-rejuvenesce-celulas-de-idosos-em-25-anos/
I. O conectivo "se", no segundo parágrafo, estabelece relação de condição com "poderia reverter efeitos conhecidos do envelhecimento precoce".
II. O termo “Assim” estabelece a coesão com o parágrafo anterior e prepara a explicação detalhada sobre como foi realizado o estudo.
III. A expressão “Além de” indica o acréscimo a “medir os telômeros (...) de cada paciente”.
Gabarito: D
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Gabarito: B
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Contaram-me(B) que, na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército, morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o
dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do
bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fábrica de papel (ou coisa parecida), que
realmente ele era. Obedecendo à ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado
tinha a dizer-lhe o seguinte:
— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS?
Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este?
Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro:
duralex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a
mulher do sueco interveio:
— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não é gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o
general, ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de
um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?
Fernando Sabino
Gabarito: A
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Não é, não. Só para comparar, 100 gramas da fruta têm em média 65 calorias. É o mesmo que 100 gramas de manga ou de maçã, e bem menos que 100 gramas de
banana (105 calorias), de abacate (162 calorias) ou do supercalórico tamarindo (230 calorias). Mas de onde vem a má fama do açaí? “O que torna o açaí consumido nas
lanchonetes bastante calórico é a adição de outros ingredientes no preparo da polpa, como açúcar e xarope de guaraná”, explica o químico Hervé Rogez, da Universidade
Federal do Pará (UFPA) e autor do livro Sabor Açaí.
O famoso açaí “na tigela”, popular na Região Sudeste, é preparado justamente com essa polpa turbinada. E com uma agravante: muitas vezes, o açaí vem acompanhado
de outras delícias, como banana e granola, que aumentam muito o total de calorias [...]. Mas não entre na neura de ficar contando calorias que nem louco. Vale a pena
comer açaí de vez em quando, porque ele é supernutritivo. “Primeiro, o açaí tem ação antioxidante – ele é tão bom quanto o vinho para retardar o envelhecimento.
Segundo, sua gordura é saudável, semelhante à do azeite de oliva, e faz bem ao sistema cardiovascular”, afirma a nutricionista Cynthia Antonaccio [...]. Sem contar que a
fruta é rica em fibras, manganês, cobre, cálcio, magnésio, proteínas e potássio.
Uma última curiosidade sobre a fruta é que seu modo de consumo no Norte e Nordeste do país é bem diferente. Nessas regiões, suco de açaí é misturado à farinha de
mandioca ou tapioca. O produto final é um mingau meio doce, que os nortistas adoram comer com peixe frito.
Disponível em http://mundoestranho
Analise os períodos a seguir. Qual dos períodos tem linguagem informal, popular?
I. O produto final é um mingau meio doce, que os nortistas adoram comer com peixe frito.
II. Uma última curiosidade sobre a fruta é que seu modo de consumo no Norte e Nordeste...
III. ... sua gordura é saudável, semelhante à do azeite de oliva, e faz bem ao sistema cardiovascular...
V. Mas não entre na neura de ficar contando calorias que nem louco.
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
Gabarito: E
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– Ó Maria! Ó Maria!
Compadre Cazuza vem almoçar
Amanhã aqui em casa...
Que é que tu preparaste pra ele?!
– Oxente, mulher!
Tu estás pensando que
compadre é pinto?!
Manda matar um boi.
Ascenso Ferreira.
A expressão “pra ele “, estrofe 1, e o vocábulo “oxente” estrofe 3, indicam que o autor
a) colocou a gramática num plano secundário.
b) empregou uma linguagem popular.
c) demonstrou desconhecimento da língua.
d) mostrou desprezo pela correção gramatical.
e) quis mostrar originalidade.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1561850
Soneto da Saudade
Guimarães Rosa
Considerando as figuras de linguagem ou de estilo presentes no poema de Guimarães Rosa, os termos “lábios”, verso 9; “pluma”, verso 10; “gota de orvalho”, no verso 11
e “chama”, no verso 14, estão colocados, respectivamente, como
a) anáfora, comparação, metáfora e metáfora.
b) metonímia, metáfora, comparação e metáfora.
c) metonímia, comparação, comparação, metáfora.
d) metáfora, comparação, metáfora e comparação
e) anáfora, comparação, comparação e metáfora.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912568
(Estrofe retirada do poema “Soneto de maior amor”, grifo nosso. In: Nova antologia poética de Vinícius de Moraes. Editora Schwarcz, 2008, p.64)
Com base nos seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, marque a opção CORRETA.
a) A figura de linguagem que aparece na estrofe é chamada de paradoxo, pois as palavras em negrito, embora opostas quanto ao sentido, fundem-se em um
enunciado constituindo informações contraditórias, aparentemente sem lógica.
b) A figura de linguagem que aparece na estrofe é a antítese, que consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido, tal como ocorre com as
palavras em negrito na estrofe acima.
c) Temos no verso um exemplo de prosopopeia, que consiste em atribuir sentimentos e ações de seres humanos a seres inanimados ou irracionais.
d) A figura de linguagem utilizada é a ironia, pois o autor quer afirmar o contrário do que quer dizer.
e) Temos um caso de eufemismo. O autor utiliza uma palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944053
(Estrofe retirada do poema “Soneto de maior amor”, grifo nosso. In: Nova antologia poética de Vinícius de Moraes. Editora Schwarcz, 2008, p.64)
Com base nos seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, marque a opção CORRETA.
a) A figura de linguagem que aparece na estrofe é chamada de paradoxo, pois as palavras em negrito, embora opostas quanto ao sentido, fundem-se em um
enunciado constituindo informações contraditórias, aparentemente sem lógica.
b) A figura de linguagem que aparece na estrofe é a antítese, que consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido, tal como ocorre com as
palavras em negrito na estrofe acima.
c) Temos no verso um exemplo de prosopopeia, que consiste em atribuir sentimentos e ações de seres humanos a seres inanimados ou irracionais.
d) A figura de linguagem utilizada é a ironia, pois o autor quer afirmar o contrário do que quer dizer.
e) Temos um caso de eufemismo. O autor utiliza uma palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante.
Gabarito: B
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149167
No trecho “Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como um inválido. Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia”.
a) metonímia.
b) eufemismo.
c) prosopopeia.
d) ironia.
e) metáfora.
Gabarito: D
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912570
Gabarito: C
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Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1912614
COLUNA A
I. Conativa
II. Emotiva.
III. Fática.
IV. Metalinguística.
COLUNA B
( ) Centrada no receptor predomina nos textos que privilegiam a persuasão ou o convencimento do receptor a uma mudança de comportamento.
( ) Centrada no canal predomina nos textos que privilegiam o favorecimento ou a manutenção do contato comunicativo.
( ) Centrada no emissor predomina nos textos que privilegiam a expressão das emoções e dos sentimentos do emissor.
( ) Centrada no código predomina nos textos que privilegiam as referências à própria linguagem utilizada.
a) II – IV – III – I.
b) I – III – IV – II.
c) III – II – IV – I.
d) IV – I – II – III.
e) I – III – II – IV.
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944078
COLUNA A
I. Conativa
II. Emotiva.
III. Fática.
IV. Metalinguística
COLUNA B
( ) Centrada no receptor predomina nos textos que privilegiam a persuasão ou o convencimento do receptor a uma mudança de comportamento.
( ) Centrada no canal predomina nos textos que privilegiam o favorecimento ou a manutenção do contato comunicativo.
( ) Centrada no emissor predomina nos textos que privilegiam a expressão das emoções e dos sentimentos do emissor.
( ) Centrada no código predomina nos textos que privilegiam as referências à própria linguagem utilizada.
a) II – IV – III – I.
b) I – III – IV – II.
c) III – II – IV – I.
d) IV – I – II – III.
e) I – III – II – IV.
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/1944203
A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço,
uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e
mar. Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?
(Raquel de Queiroz)
Quanto à função da linguagem e ao tipo de texto, é correto afirmar que o texto de Raquel de Queiroz é predominantemente
a) expressivo e narrativo.
b) conativo e narrativo.
c) referencial e dissertativo.
d) Fático e descritivo.
e) Poético e injuntivo.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/2149166
Em relação às funções da linguagem, podemos afirmar que predomina nesse texto a função
a) fática, centrada no canal, predomina nos textos que privilegiam o favorecimento ou a manutenção do contato comunicativo.
b) conativa, centrada no receptor, predomina nos textos que privilegiam a persuasão ou o convencimento do receptor.
c) referencial, centrada no referente, predomina nos textos que privilegiam a exposição objetiva de informações.
d) poética, centrada na mensagem, predomina nos textos que privilegiam o modo de dizer, buscando a produção de um efeito estético.
e) metalinguística, centrada no código, predomina nos textos que privilegiam as referências à própria linguagem utilizada.
Gabarito: C
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
“Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional [...].”
a) conjunção condicional.
b) pronome.
c) partícula de realce.
d) índice de indeterminação do sujeito.
e) palavra de realce.
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/920815
Gabarito: E
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
Marque a alternativa correta, quanto à classificação dos vocábulos sublinhados, no período: “O retrospectivista mais desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da
Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”.
a) Pronome pessoal; pronome possessivo, pronome demonstrativo, pronome indefinido.
b) Pronome relativo; pronome pessoal, pronome demonstrativo, pronome indefinido.
c) Pronome relativo; pronome possessivo, pronome indefinido, pronome indefinido.
d) Pronome interrogativo; pronome pessoal, pronome indefinido, pronome demonstrativo.
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/844967
Gabarito: E
www.tecconcursos.com.br/questoes/920814
Gabarito: A
www.tecconcursos.com.br/questoes/831000
O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
No trecho acima transcrito, o vocábulo “que”, usado na oração sublinhada, exerce a função sintática de:
a) Objeto direto
b) Predicativo do sujeito
c) Objeto indireto
d) Sujeito
e) Adjunto adnominal
Gabarito: A
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
O propósito do texto é
a) destacar a importância do tempo.
Gabarito: A
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos.(I) É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020.(II) Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco
e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.(III)
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.(IV)
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.(V)
Em sua crônica de 31 de dezembro de 2020, Veríssimo afirma que “No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e
feitos que se destacaram durante o ano, e pronto.”.
Analise as afirmativas de I a V e marque a alternativa que traz uma interpretação autorizada pelo texto, relativamente aos “fatos e feitos” que, segundo o autor, se
destacaram em 2020, ou quanto à natureza da retrospectiva referente à esse ano.
(I) “O ano de 2020, que termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos.”.
(II) “Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros quanto 2020.”
(III) “Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira
inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.”
(IV) “Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.”
(V) “(...) jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção,
sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados ou de suicidas.”
Gabarito: C
www.tecconcursos.com.br/questoes/1919894
Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
O trecho “A tradição de recapitular os principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, ... faz referência a um sistema de datação do tempo. Considerando as
indicações fornecidas pelo texto, é correto inferir que o autor refere-se a um dos calendários criados para organizar o tempo histórico.
Gabarito: A
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MACUNAÍMA
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói
saiu do banho estava branco loiro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos
Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito
maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
(...)
– Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a
palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na
água santa.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter - Vila Rica, 1992).
Gabarito: B
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MACUNAÍMA
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói
saiu do banho estava branco loiro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos
Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito
maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
(...)
– Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a
palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na
água santa.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter - Vila Rica, 1992).
Os três irmãos se diferenciam. Macunaíma é branco, Maanape é índio e Jiquê é negro. A frase que ressume a lição que podemos tirar disso é:
a) Todos os homens são irmãos, independentemente da raça, credo ou religião.
b) Devemos amar uns aos outros.
c) Cada um por si.
d) Ninguém está feliz com o que é.
e) Podemos ser felizes com muito pouco.
Gabarito: A
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora.
Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega depois, chora. Há restaurantes que
seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados, a gente passa horas no aeroporto e
fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: B
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Clementina, a gata
Clementina era uma gata de telhado, dessas gatas listradas. Vivia namorando, miando e tendo gatinhos. Mas era mais pra namoradeira do que pra mamadeira, quer
dizer: não cuidava muito bem dos filhotes. Vivia esquecendo de dar de mamar.
Ainda bem que Boby também era bassê, da mesma raça de sua avó. Se você não leu a história de sua avó, bem feito, vai pensar que estou falando de uma pessoa de
sua família, Deus que me livre! É que sua avó era o nome de um cachorro que tive, quando era menina, da mesma raça de Boby, que foi um cachorro que tive quando
meus filhos eram bebês. Boby cuidava dos gatinhos de Clementina. Só não dava de mamar, pois Boby era macho. Porém, mãe como Boby nunca vi igual.
Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar os gatinhos. Clementina, muito namoradeira, não queria vir, ficava requebrando em
frente do portão, esquecida de que era uma senhora gata com obrigações familiares.
No trecho “Deus me livre!”, o ponto de exclamação indica que se trata de uma frase
Gabarito: D
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Mia Couto
Um macaco passeava à beira de um rio, quando viu um peixe dentro da água. Como não conhecia aquele animal, pensou que estava a afogar-se. Conseguiu apanhá-lo e
ficou muito contente quando o viu aos pulos, preso nos seus dedos, achando que aqueles saltos eram sinais de uma grande alegria por ter sido salvo. Pouco depois,
quando o peixe parou de se mexer e o macaco percebeu que estava morto, comentou:
Gabarito: E
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A RAPOSA E AS UVAS
O texto pode ser dividido em três partes relacionadas na coluna B. Relacione a Coluna A, possíveis títulos, a Coluna B.
Coluna A
Coluna B
( ) Introdução.
( ) Desenvolvimento.
( ) Conclusão.
a) I – III – II.
b) II – III – I.
c) I – II – III.
d) II – I – III.
e) III – II – I.
Gabarito: D
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A RAPOSA E AS UVAS
a) Poema.
b) Melodia.
c) Crônica.
d) Fábula.
e) Conto.
Gabarito: D
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
“[...] por que não dar mais um tempinho na esperança de, enfim, resolver?”
Gabarito: D
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: E
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Retrospectivas de fim de ano servem para passar o passado a limpo e organizar nossas lembranças que, sem elas, seriam histórias sem nexo. O retrospectivista mais
desatento da História foi Luís XVI que, na véspera da Revolução Francesa, escreveu no seu diário: “Tudo calmo, nenhuma novidade no reino”. A tradição de recapitular os
principais acontecimentos do ano teria começado no ano 1, quando um viajante no deserto anotou no caderno de viagem a presença daquela estranha estrela no céu da
Judeia, brilhando mais do que as outras, como que mostrando um caminho, e disse “Epa”.
No jornalismo, uma retrospectiva de fim de ano é obrigatória, e fácil de fazer. Basta juntar fatos e feitos que se destacaram durante o ano, e pronto. O ano de 2020, que
termina hoje, por exemplo, esteve cheio de notícias destacáveis, como todos os anos. É só reuni-las e teremos um típico ano com seus altos e baixos, esperando sua
inclusão na retrospectiva. Como todos os anos. Certo?
Você deve estar brincando com os pobres autores de retrospectivas e com a humanidade em geral. Nenhum outro ano na nossa história foi tão diferente dos outros
quanto 2020. Nenhuma outra retrospectiva foi – e continua sendo – tão inverossímil. Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e,
mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.
Retrospectivas por vir terão que recorrer à ficção ou ao delírio para contar como foi 2020 e seus desdobramentos. Elas podem muito bem ser sobre a guerra da vacina
que fatalmente acontecerá em poucos anos, ricos contra pobres lutando pela sobrevivência.
Prevê-se que retrospectivas do futuro se ocuparão do comportamento de jovens, em 2020 e depois, que desafiaram as recomendações de como enfrentar o vírus
assassino e continuaram fazendo festas sem qualquer proteção, sugerindo que o vírus, além de todos os seus crimes, criara uma geração de desinformados, de alienados
ou de suicidas.
No período: “Um vírus mal-intencionado surgiu não se sabe de onde decidido a acabar conosco e, mesmo se não conseguir, alterar a vida sobre a Terra e a relação entre
as pessoas de maneira inédita, com efeitos imprevisíveis no futuro de cada um.”, marque a alternativa em que os sinônimos podem substituir as palavras sublinhadas,
sem alterar o sentido do texto.
a) Maligno, insólita, fortuitos.
b) Compassivo, vulgar, repentinos.
c) Indulgente, rara, abrupta.
d) Inclemente, banal, estimável.
Gabarito: A
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“E o homem flutua no espaço”. Flexionando o verbo no futuro do presente do indicativo, mantendo o mesmo número e pessoa, a CORRETA reescrita da frase é
a) E o homem flutuou no espaço.
b) E o homem flutuara no espaço.
c) E o homem flutuaria no espaço.
d) E o homem flutuará no espaço.
e) E o homem flutuava no espaço.
Gabarito: D
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A palavra “Balbuciou”, linha, pode ser substituída, sem alteração do sentido, por
a) gaguejou.
b) gritou.
c) chorou.
d) soluçou.
e) suplicou.
Gabarito: D
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b) a / por / no / a
c) à / por / no / à
d) na / com / ao / a
e) à / com / do / a
Gabarito: A
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O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
Leia o texto abaixo e, em seguida, assinale a opção que preenche as lacunas de uma forma coesa e coerente.
“Não é o primeiro livro, decerto, que trata do assunto; existe quase uma literatura inteira sobre este flagelo brasileiro. __________, em nenhum outro encontrei tão
pungente e amarga tristeza. Trata-se de um romance __________ a autora realça como uma criatura simples, grave e forte, para __________ a vida existe.” (Adaptado
de “Uma revelação – O Quinze”, de Augusto Frederico Schmidt)
a) Contudo – o qual – que
Gabarito: C
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O que desolava Vicente, o que enchia seu coração enérgico de um infinito desânimo, era a triste certeza da inutilidade do seu esforço.
Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo
partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecia, as reses caídas de fraqueza e de sede.
Parecia, entretanto, que o sol trazia dissolvido na sua luz algum veneno misterioso que vencia os cuidados mais pacientes, ressequia a frescura das irrigações, esterilizava
o poder nutritivo do caroço, com tanto custo obtido.
As reses secavam como se um parasita interior lhes absorvesse o sangue e lhes devorasse os músculos, deixando apenas a dura armação dos ossos sob o disfarce
miserável do couro puído e sujo.
Apenas um desejo as animava: beber sem interrupção a água salobra das cacimbas, como se aqueles goles salgados, mornos, densos, lhes restituíssem saúde e vida.
As ovelhas se reduziam agora a dez cabeças lamentáveis que marravam e gemiam, sacudindo a lã imunda pela aspereza dos caminhos, roendo famintamente alguma
dura casca de marmeleiro que as cabras desprezavam.
Morria tudo.
Em vão se desdobrava o moço em cuidados, em trabalhos que só ele, na sua tenacidade de maníaco, empreendia e suportava...
Já o couro da Fidalga, seco e dobrado, estava a um canto do armazém; e junto dele o da Mimosa, o da Asa Branca, o da Andorinha, quantos mais, quantos mais!
Agora mesmo, já outra vez caíra a novilha raceada que fora de Chico Bento.
Lembrando-se dela, de um pulo, Vicente levantou-se da rede do alpendre, onde se deitara, fumando um cigarro pensativo.
João Marreca, sentado no seu eterno banco, o cachimbo no queixo, um dos pés na borda do assento, voltou-se admirado, com o brusco movimento do moço.
– Foi? Admira, eu não vi. Botaram uma raminha verde pra ela?
E o João Marreca abanava o pescoço esguio – onde o pomo-de-adão escorregava e subia – a sua grande cabeça de pele amarela, de olhos agudos, de cabelinhos ásperos
semeados ao acaso na face e no queixo:
– Tem o quê! Vazante, só pra verão curto... Aquilo carece do salzinho da chuva mode dar alguma coisa... Nem que agoe como aguar...
– É esperar... Ter fé nos poderes de Deus e esperar. Pode ser que Nossa Senhora ajude...
[Extraído de “O Quinze”, de Rachel de Queiroz – Obra Reunida – José Olympio Editora, Rio de Janeiro / 1989]
Observando aspectos da ortografia, nas três frases abaixo, assinale a opção correta:
Gabarito: E
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Eu sou um chato, do tipo que faz questão de chegar na hora certa. Há países em que o horário é um rito religioso. Ninguém se atrasa. Uma vez, na Holanda, demorei
cinco minutos extras para descer de elevador e fui recebido de cara feia. Mas aqui entre nós, brasileiros, é muito diferente. Certa vez, pertencia a uma associação.
Marcou-se uma reunião às 19 horas no Rio de Janeiro. Cheguei dez minutos antes. Meia hora depois, ninguém. O primeiro membro só apareceu às 20h30. O diretor, às
21. A reunião começou às 22, quando eu, exausto, só queria ir embora. Todos os outros ostentavam sorrisos, bom humor. Óbvio, nunca mais fui a encontro algum dessa
associação.
Hoje, trabalho com pessoas muito pontuais, e as reuniões on-line nos tornaram mais pontuais ainda. Horário é horário, ninguém suportaria permanecer 45 minutos
olhando a tela em branco, aguardando o ingresso na reunião. Somos exceção. Tenho um amigo, por exemplo, capaz de marcar algo às 10 da manhã, um novo
compromisso às 10h15, outro às 10h30. Dá errado, sempre. Ou certo, porque as pessoas com quem ele marca também se atrasam, e ele teria de ficar esperando. É uma
pessoa agradável e simpática. Não é nem por má vontade. Parece que há uma inabilidade de calcular o tempo. Sempre na última hora, surge algo para fazer e ele corre
para dar conta de tudo. Quem o conhece costuma marcar meia hora antes, porque aí ele chega a tempo.
Quinze minutos é o máximo que se deve esperar, segundo aprendi. Mas, se a gente quer muito o encontro, seja por motivo pessoal ou profissional, por que não dar mais
um tempinho na esperança de, enfim, resolver? O pior é ter de continuar simpático, sorridente, após um chá de cadeira. Mas se é para ficar de cara feia, melhor nem
esperar. Tenho um amigo que conta cada instante. E diz: “Você chegou quinze segundos atrasado”. Também é um exagero. Gasta-se meia hora apenas para acalmá-lo. Aí,
a alegria do encontro já foi embora. Perder o timing pode mudar uma vida inteira. O horário do Enem ou da prova de vestibular, por exemplo, é rígido. Quem chega
depois, chora. Há restaurantes que seguram a reserva só quinze minutos. Em compensação, nada mais injusto que os horários de voos. Aviões atrasam, são cancelados,
a gente passa horas no aeroporto e fica por isso mesmo. Eu nunca posso me atrasar, mas eles sim.
Formigas e abelhas têm estruturas organizacionais sólidas. E nenhuma usa relógio. Assim como os pássaros que sabem a hora de migrar. Nós, humanos, é que nos
atrapalhamos. Confesso: já fui à festa no dia seguinte ao marcado. Um desastre. Há noivos que esperam horas no altar, e noivas que aguardam anos para o pedido de
casamento. Em Minas há uma cidade, no interior, chamada Espera Feliz. Mas é possível existir felicidade em uma espera? Só fico feliz quando aguardo o vaivém dos
pratos de um bom jantar. A gula estimula a paciência. Já quando se está com fome e o menu demora é o fim do mundo.
Horário também é questão de empatia. O que se tem de mais precioso é o tempo. Por que alguém se acha no direito de deixar o outro esperando?
Gabarito: E
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Tendo nascido para trabalhar, seria uma contradição abusarem do descanso. A melhor máquina é sempre a mais capaz de trabalho contínuo, lubrificada que baste para
não emperrar, alimentada sem excesso, e se possível no limite econômico da simples manutenção, mas sobretudo de substituição fácil. Se avariada está, velha ou
defeituosa, os depósitos desta sucata chamam-se cemitérios. Ou então, senta-se a máquina nos portais, toda ela ferrujosa e gemente, a ver passar coisa nenhuma,
olhando apenas as mãos tristíssimas, quem me viu e quem me vê.
(Saramago, José. Adaptado,Levantado do Chão, 18. ed. Caminho. p. 327.)
Gabarito: A
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A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço,
uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e
mar. Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?
(Raquel de Queiroz)
Sobre a linguagem do texto de Raquel de Queiroz, analise as afirmativas e assinale (V) para as Verdadeiras e (F) para as Falsas.
( ) A palavra “espelho” tem sentido conotativo. É uma metonímia que subentende a palavra memória e recupera a ideia central do texto.
( ) “Afinal” é um advérbio que denota ordenamento e conclusão, fazendo o encadeamento dos segmentos textuais.
( ) A repetição da oração “é o tempo” é um recurso que busca dar ênfase e intensificar o enunciado.
( ) Na oração, “onde se possa ir e vir”, o pronome “onde” introduz uma oração adjetiva e retoma o termo “espaço”, intensificando a coesão textual.
Gabarito: B
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MACUNAÍMA
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói
saiu do banho estava branco loiro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos
Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito
maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.
(...)
– Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a
palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na
água santa.
(ANDRADE, Mário de. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter - Vila Rica, 1992).
Gabarito: C