A Pesquisa Como Ferramenta de Desvelamento Da Realidade
A Pesquisa Como Ferramenta de Desvelamento Da Realidade
A Pesquisa Como Ferramenta de Desvelamento Da Realidade
Abstract: Research in Social Work is intrinsic to the historical process of the profession in its
formulation process, practice and social construction and ideology harnessed to the dominant
ethos and research practices that were nothing more than a way to organize and maintain the
status quo. From changes within the profession research achieves political and social
legitimacy, perceived as work becomes constitutive and constituent of the ethos of the
profession. The Social Service seeks his knowledge in social relations and certain built in
history, in fact, work object - proactive and investigative practice and its process occurs from
the interaction of social subjects partakers of the same process. Research as primary point of
discovery of reality allows those involved to build from the social relations of production and
reproduction praxis in the work process of the social worker.
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Assim, a cada transformação social posta ao Serviço Social, este se fez presente,
moldando-se, articulando e reconstruindo seu objeto de ação profissional, abarcando sua
formação e ação profissional na intenção de responder a esta realidade. O reconhecimento
deste processo teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo construído
historicamente no Serviço Social está presente na sua produção científica, pois o
conhecimento construído pelos profissionais expressa a realidade de cada momento, de toda a
conjuntura, tanto profissional como também cultural, econômica, política e social do país, e a
inserção do assistente social neste contexto.
Neste momento, a Revista Serviço Social publica trabalhos (após a formação das
primeiras turmas), discursos e métodos de intervenção realizados por assistentes sociais. Tais
publicações refletiam as imposições e a forma segmentada de atuação dos profissionais. Este
material era resultado de pesquisas realizadas pelos profissionais como forma de identificar os
conflitos a serem trabalhados, pois não apresentava, no plano metodológico e técnico, um
trabalho de teorização e adaptação à realidade brasileira. Divulgava materiais com o mero
intuito de sensibilizar instituições particulares e Estado à adoção de novas técnicas de
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Segundo Netto (1999, p. 102), o Serviço Social “não dispõe de uma teoria própria,
nem é uma ciência; isto não impede, entretanto, que seus profissionais realizem pesquisas,
investigações etc., e produzam conhecimentos de natureza teórica, inseridos no âmbito das
ciências sociais e humanas.” Esta citação elucida que, através da pesquisa, o assistente social
pode (re)conhecer na realidade apresentada, suas metamorfoses e contradições. Os materiais
produzidos pelo mestrado e doutorado demonstram a inserção do assistente social na
realidade, e, a partir do resultado deste material, parte-se para uma nova reflexão, uma nova
forma de identificar as transformações societárias, e isso aponta para uma nova leitura dos
processos sociais.
Nobuco Kameyama (1998, p. 48) traz um balanço realizado entre os anos de 1975
a 1997 sobre a produção de conhecimento em Serviço Social, a partir das pesquisas realizadas
para os cursos de pós-graduação; assim, foram produzidas 958 dissertações de mestrado e 70
teses de doutorado, abrangendo vários temas e áreas, como:
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categoria mediação, pois é com base nessa categoria ontológica que a pesquisa em Serviço
Social pode se apoiar e apontar um novo formato de pesquisa, trabalho e construção de
conhecimento. Para esclarecermos esta fala, vamos analisar este fragmento do texto de
Bourguignon (2007):
Setúbal (2005, p. 65) nos diz que “Marx apreende a mediação a partir do seu
significado histórico, social, coletivo e da sua natureza, que transcende às ações imediatas
existentes entre o sujeito e o objeto”. Este mesmo autor nos aponta que a pesquisa como
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instrumento de mediação entre sujeito e objeto deve ser analisada como uma forma de práxis
social.
O sujeito pesquisado, que anteriormente era visto como objeto, agora é um ser
social, ou seja, um sujeito histórico-social. Elucidamos a mudança da fundamentação teórico-
metodológica do positivismo para o materialismo histórico e, ainda, das mudanças que
ocorreram nos processos sociais, nos temas pesquisados pelos profissionais e como todo este
aparato serviu e ainda se faz presente para a produção de conhecimento.
Assim, frente a todo este contexto, acredita-se que, para um trabalho social
compromissado com o Projeto Ético-político, o assistente social deve construir como ação
contínua de seu trabalho, a pesquisa. A partir da pesquisa, o assistente social tem condições de
reconhecer na sociedade as inflexões determinadas pelo sistema capitalista, as transformações
nas relações de trabalho, a efetivação de direitos e políticas sociais na distribuição dos bens e
recursos socialmente produzidos. Ressalta-se que o conhecimento produzido não esgota a
realidade nem a necessidade de pesquisar e produzir novos conhecimentos.
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5- REFERÊNCIAS
AMMANN, Safira Bezerra. A produção científica do Serviço Social no Brasil. Serviço Social
e Sociedade. São Paulo, v. 14, p. 144-176, 1984.
______. Diretrizes Curriculares para os Cursos de Serviço Social. In: Coletânea de Leis. 4.
ed. Belo Horizonte: CRESS, 2006b, p. 43-47.
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NETTO, Jose Paulo. Transformações societárias e Serviço Social. Notas para uma análise
prospectiva da profissão no Brasil. Serviço Social e Sociedade. São Paulo, v. 50, n. 1, p. 87 –
132, abr. 1996.
______. Ditadura e Serviço Social: uma análise do SS no Brasil pós-64. 8. ed. São Paulo:
Cortez, 2005.
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