Livro - Calculo Difencial e Integral II
Livro - Calculo Difencial e Integral II
Livro - Calculo Difencial e Integral II
F
iel a sua missão de interiorizar o ensino superior no estado Ceará, a UECE,
como uma instituição que participa do Sistema Universidade Aberta do
12
História
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
Química
Cálculo Diferencial
e Integral II
Luciano Moura Cavalcante
Geografia
3ª edição 12
Fortaleza - Ceará
9
História
2015
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
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e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.
Editora Filiada à
O Cálculo Diferencial e Integral tem sua origem no século XVII, quando dois
ilustres e famosos personagens Isaac Newton e Gottfried Leibniz iniciaram
estudos de seus rudimentos. Nem Newton nem Leibniz obtiveram inicialmente
grande sucesso em explicar a lógica de seus novos conceitos, mas tanto Newton
quanto Leibniz possuíam forte evidência de que seus métodos continham
alguma verdade essencial. Com a sua descoberta, Newton conseguia explicar
o movimento planetário, e Leibniz tinha expressado suas descobertas em uma
notação tão inteligente que, mesmo se ninguém entendia exatamente por que,
elas conduziam automaticamente a resultados corretos.
Do final do século XVII ao inicio do século XIX o cálculo se desenvolveu
com base na notação e conceituação de Leibniz, e inspiração e aplicação no
projeto de explicar o mundo físico iniciado por Newton.
Neste livro de Cálculo Diferencial e Integral II, destinado a alunos
que já tiveram os primeiros contatos com a conceituação de Leibniz e as
aplicações decorrentes dos estudos de Newton ao cursarem o Cálculo
Diferencial e Integral I, daremos continuidade aos estudos de derivação de
novas funções, como as funções exponenciais e logarítmicas como também
as funções trigonométricas.
Neste texto daremos muita ênfase ao estudo da integração, fortalecendo
a sua conceituação, apresentando novas e variadas formas de aplicação
como também novas técnicas de resolução de integrais.
O autor
Capítulo 1
Aplicações da Integral Definida
9
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Estudar aplicações da integral definida
l Calcular área entre duas curvas
l Determinar volume de sólidos
l Calcular comprimento de arcos de curvas.
1. Apresentação
Neste primeiro capítulo, dando continuidade ao que estudamos no Cálculo
Diferencial e Integral I, estudaremos mais algumas aplicações da integral
definida, quando trabalharemos no cálculo de área entre duas curvas, veremos
três métodos de cálculo de volumes de sólidos, e encontraremos uma integral
que nos permite determinar o comprimento do arco de uma curva plana.
Figura 1 – Área sob uma curva, para f(x) > 0 e f(x) < 0.
10
Luciano Moura Cavalcante
Lembre-se que o Teorema Fundamental do Cálculo estudado no Cálculo I diz que: Se f(x) é
uma função contínua em um intervalo fechado [a, b], então
b
∫a
f ( x)dxdx = F(x) | ba = F( b ) - F( a ) , onde F(x) é a primitiva da f(x) .
b b b
Assim, A = Ag - Af = ∫a
g ( x)dxdx - ∫
a
f ( x)dxdx = ∫ [ g ( x) − f ( x)]dxdx
a
Figura 2 – Área entre duas curvas, para g(x) > f(x) > 0
Figura 3 – Área entre duas curvas, para g(x) > 0 > f(x).
Pelo fato de f(x) estar abaixo do eixo x, temos que sua integral será
negativa, e na figura observamos que a área entre a f e a g será A = Ag +
Af , portanto,
b b b b
A = ∫a
g ( x)dx
dx + [ - ∫
a
f ( x)dx
dx ] = ∫
a
g ( x)dxdx - ∫
a
f ( x)dxdx =
b
∫ [ g ( x) − f ( x)] ddx.
a
x
2. As duas funções se encontram abaixo do eixo x, ou seja 0 > g(x) >
f(x), ∀ x ∈ [ a, b ].
Figura 4 – Área entre duas curvas, para 0 > g(x) > f(x).
12
Luciano Moura Cavalcante
Figura 6 – Área entre f(x) e g(x) com um ponto de interseção no interior do intervalo [a, b].
Exemplo 1:
Encontre a área entre as curvas f(x) = x2 + 3 e g(x) = x + 1 de
x = 0 a x = 2.
Solução:
Primeiro observe que no intervalo [ 0, 2 ], as duas funções não se
interceptam. Fazendo f(x) = g(x) ⇒ x2 + 3 = x + 1 ⇒ x2 - x + 2 = 0.
Essa equação do segundo grau tem ∆ < 0, logo não tem raízes reais,
portanto as duas funções não se igualam para nenhum x real.
Tomando um valor de x ∈ ( 0, 2 ), por Exemplo x = 1, verifica-se por
substituição nas duas funções que f(x) > g(x).
2
Daí concluímos que a área desejada é A = ∫ [ f ( x) − g ( x)] dxdx
0
⇒
2 2 2
A = ∫ [ x 2 + 3 − ( x + 1) ]dx = ∫ [ x 2 + 3 − x − 1]dx dx = ∫ [ x 2 − x + 2]dx dx =
0 0 0
x3 x2 23 2 2 03 0 2 8 8
( − + 2 x ) | 02 = − + 2.2 - ( − + 2.0 ) = − 2 + 4 =
3 2 3 2 3 2 3 3
14
+2 = .
3
14
Luciano Moura Cavalcante
Exemplo 2:
Determine a área da região do plano limitada pela reta y = x + 2 e
pela parábola f(x) = x2 - x - 1.
Solução:
Para que exista uma região limitada pela reta e a parábola, é necessário
que elas se interceptem em dois pontos, e para verificar se isso é verdade
façamos f(x) = y ⇒ x2 - x - 1 = x + 2 ⇒ x2 - 2x - 3 = 0.
Essa equação, tem duas soluções x = - 1 e x = 3 , que serão os
limites de integração.
Resta saber qual das duas funções é maior dentro desse intervalo [ - 1, 3],
e para isso você pode observar que a parábola tendo a concavidade voltada para
cima, a reta deve estar acima dela para corta-la em dois pontos. Então, y > f(x).
3 3
A área será portanto A = [ y − f ( x) ]dx = ∫ [ x + 2 − ( x − x − 1) ] dx =
∫
2
−1 −1
3 3 x2 x3 3
∫−1
[ x + 2 − x 2 + x + 1]dxdx = ∫
−1
[3 + 2 x − x 2 ]dxdx = ( 3x + 2
2
-
3
) | −1 =
3
3 (−1) 3
3.3 + 32 - - [ 3.( - 1 ) + ( - 1 ) 2 - ] = 9 + 9 - 9 + 3 - 1
3 3
1 1 32
- = 11 - = .
3 3 3
Sempre que uma parábola de concavidade para cima for cortada por uma reta, a reta
estará acima da parábola no interior do intervalo de interseção, e se a concavidade
for para baixo a reta estará abaixo da parábola.
Exemplo 3:
Encontre a área da região limitada pelas curvas f(x) = sen x g(x) = cos
x, entre dois pontos de interseção consecutivos.
Solução:
Primeiramente devemos verificar onde as duas curvas se interceptam,
e para isso fazemos f(x) = g(x) ⇒ sen x = cos x ⇒ senx = 1 ⇒ tg
x = 1. cos x
π
Dois pontos consecutivos onde tg x = 1 , podem ser em x = e x
4
= 5π , que serão os limites de integração.
4
15
Cálculo Diferencial e Integral II
Agora precisamos saber qual das duas funções é maior dentro desse
intervalo, e para isso podemos tomar como valor de teste x = π , que pertence
π 5π
ao intervalo [ , ]. Como sen π = 0 e cos π = - 1, então sen x > cos
4 4
x em todos os pontos desse intervalo.
5π
3. Volume de sólidos
A integral definida foi deduzida como a área de uma região do plano sob uma
curva, usando-se uma aproximação dessa área a partir de uma soma de
áreas de retângulos. Agora vamos estudar como calcular o volume de um
sólido usando a integral.
Primeiramente trabalharemos dois casos particulares de volume de
sólidos de revolução, que são sólidos obtidos pela rotação de uma região
plana em torno de um eixo fixo, em seguida faremos a forma geral.
lim n
b
∑
∆xi → 0 i =1
π . f ( xi ) 2 .∆xi ou V = π . ∫a
f ( x) 2 dxdx.
A área da secção de corte nesse caso é de um círculo de raio igual a f(x) , para todo
x no intervalo.
Exemplo:
Encontre o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo-x, da
região limitada pela função f(x) = x 2, o eixo-x e a reta x = 2.
17
Cálculo Diferencial e Integral II
Solução:
Veja no gráfico que, como a função passa pela origem, então a área
que será rotacionada é a área sob a função f(x), desde x = 0 , até x = 2.
2 2 x5 2
Então, V = π . ∫0
dx = π
( x 2 ) 2 dx ∫
0
dx π . [
x 4dx=
5
]0 =
5 5
2 0 32π
π .( - ) = .
5 5 5
Observe que a área da secção de corte nesse caso é de uma coroa circular cujos raios são R
= g(x) e r = f(x), por isso, a área é π ( R 2 – r 2 ) = π ( g(x) 2 – f(x) 2 ).
Exemplo 2:
Determine o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x, da
área compreendida pelas curvas f(x) = x 3 e g(x) = - x 2.
19
Cálculo Diferencial e Integral II
Solução:
Fazendo f(x) = g(x) ⇒ x 3 = - x 2 ⇒ x 3 + x 2 = 0 ⇒ x 2 ( x
+ 1) = 0
x2 = 0 x=0
⇒ ⇒ .
x + 1 = 0 x = −1
Nesse intervalo as duas funções são negativas, ambas estão portanto
abaixo do eixo x, mas – x 2 < x 3 , logo – x 2 está mais afastada do eixo de
rotação.
1 1 1 1
Veja que, f( - ) = - e g( - ) = 1 ), portanto:
2 8 2 4
0 0
V = π . ∫
−1
dx = π .
[( − x 2 ) 2 − ( x 3 ) 2 ]dx ∫
−1
[ x 4 − x 6 ]dxdx =
x5 x7 0
π .[ − ] −1 ⇒
5 7
(−1) 5 (−1) 7 1 1 2π
V = π .[0 - − ] = π .[ − ] = .
5 7 5 7 35
Exemplo:
Use o método das secções planas paralelas para mostrar que o volume
de uma pirâmide com base quadrada de lado a e altura h é V = 1 .a 2.h.
3
Solução:
Primeiro, tomemos a figura dessa pirâmide com sua altura sobre o eixo
x, tendo uma extremidade em x = 0 e outra em x = h. Assim todo corte com
um plano perpendicular ao eixo terá um quadrado como secção de corte.
cuja reta suporte passa pela origem e pelo ponto (h, a ), e tem coeficiente
a 2
a
angular m = 2 ou m = .
2h
h
Como essa reta suporte passa pela origem, sua equação é
a
y = m.x ⇒ y = .x.
2h
b h a2 2 a 2 x3 h
Se V = ∫a
A( x)dx,
dx então V = ∫ 0 h2
. x d
xdx =
h2
.
3
|0 ⇒
a 2 h3 1 2
V = . ⇒ V = .a .h.
h2 3 3
4. Comprimento de Arco
Outra aplicação para a integral definida, que estudaremos agora, é uma forma
de calcular o comprimento do arco de uma curva plana. Para isso, tomemos
uma função y = f(x) definida e contínua em um intervalo fechado [ a, b ]. Se
tomarmos uma partição de [ a, b ] de modo que a = x 0 < x 1 < x 2 < ... < x
i-1
< x i < .... < x n = b, então os elementos dessa partição determinam sobre a
curva uma seqüência de pontos, P0(x0 , f( x0 ) ) ;
P1(x1 , f( x1 ) ) ; .. ; Pi-1(xi-1 ,f( xi-1) ) ; Pi(xi, f( xi ) ) ; .. ; Pn(xn, f( xn ) ), conforme a figura.
⇒ PI −1 PI = (∆xi ) 2 + ( f ( xi ) − f ( xi −1 ) 2
.
∆xi (∆xi ) 2 + ( f ( xi ) − f ( xi −1 ) 2
= .∆xi
∆xi (∆xi ) 2
(∆xi ) 2 ( f ( xi ) − f ( xi −1 ) 2
PI −1 PI = + .
(∆xi ) 2 (∆xi ) 2
2
f ( xi ) − f ( xi −1 )
∆xi = 1 + . ∆xi
∆ x i
O Teorema do Valor Médio para derivadas diz que: Se f(x) é uma função
contínua e diferenciável em um intervalo fechado [ a, b ], então existe um c no
f (b) − f (a )
interior desse intervalo tal que f´( c ) = .
b−a
Com base nesse teorema, podemos afirmar que para todo intervalo
f ( xi ) − f ( xi −1 )
[ x i-1 , xi ] existe um xi tal que f´( xi ) = , e dessa forma
∆xi
concluímos que :
n n
L ≅ ∑ Pi −1 Pi =
i =1
∑i =1
1 + f ´( xi ) 2 . ∆xi .
lim n lim n
L = ∑
n → +∞ i =1
1 + f ´( xi ) 2 .∆xi = ∑
∆xi → 0 i =1
1 + f ´( xi ) 2 .∆xi ⇒
b
L = ∫a
1 + f ´( x) 2 dxdx.
23
Cálculo Diferencial e Integral II
Exemplo: 3
Calcule o comprimento da curva f(x) = x 2
no intervalo 0 ≤ x ≤ 2.
Solução: 3 1
3 3
Se f(x) = x , então f´( x ) = .x 2 = . x
2
⇒
9 2 2
f´( x ) 2 = .x ⇒
4
9 4 + 9x
1 + f´( x ) 2 = 1 + .x = .
4 4
b 2 4 + 9x 1 2
L = ∫
a
1 + f ´( x) 2 dxdx = ∫
0 4
dxdx = .∫ 4 + 9 x dxdx .
2 0
du
Fazendo u = 4 + 9x, temos que du = 9dx ⇒ dx = , de
modo que
9
3
1 22 du 1 22 1 u 2 1 3 1 3 2
.
2 ∫4 18 ∫4
L = . u = . u du = 18 3 | 4 = .(22 − 4 2 )
2 2
9 27
2
1
Portanto, L = .(22 22 − 8) .
27
Síntese do capítulo
Foram estudadas nesta unidade, algumas aplicações da integral definida,
onde estabelecemos integrais que nos permitem calcular:
b
1. Área entre duas curvas: A = ∫ [ g ( x) − f ( x)] dx
a
dx
b
2. Volume de sólidos pelo método do disco: V = π . ∫a
f ( x) 2 dxdx
b
3. Volume de sólidos pelo método do anel: V = π . ∫ [ g ( x)
2
− f ( x) 2 ]dxdx
a
b
4. Volume pelo método das secções planas: V = ∫
a
A( x)dxdx
b
5. Comprimento de arco: L = ∫
a
1 + f ´( x) 2 dxdx.
24
Luciano Moura Cavalcante
Atividades de avaliação
1. Encontre a medida da área da região :
a) limitada pela parábola y = x 2
- 4x, o eixo x e as retas x = 0 e
x = 2.
b) limitada pelas parábolas y = x 2 e y = 4x - x 2.
c) limitada pela parábola y = - x2 e a reta y = - 4.
d) limitada pelas curvas y = x 2 e x 2 = 18 - y.
e) limitada pelas curvas y = x2 e y = x 4.
f) limitada por y = x 3 e y = x .
g) limitada pelas curvas y = x 2 e x = y 2.
2. Encontre o volume do sólido gerado quando a região limitada pela curva y
= x 2, o eixo x e a reta x = 3 é rotacionada em torno do eixo x.
3. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x, da
região limitada pela parábola y = x 2, o eixo y e a reta y = 9.
4. A área da região limitada pela curva y 2 = x 3, a reta y = 8 e o eixo y é
rotacionada em torno do eixo x . Determine o volume do sólido obtido.
5. Encontre o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x, da
região limitada pelas:
a) y = x 2 e y = x
b) y = x 2 e y = x 3
c) y = x 2 e y = x
d) y = x 3 e y = x.
6. Um tanque esférico cujo raio interno mede 5 m contém gasolina. Determine o
volume de gasolina contida no tanque, sabendo que o nível do combustível
está a 2 m do fundo.
7. Através de um sólido de forma esférica com raio de 6 cm é feito um buraco
com raio de 2 cm e o eixo do buraco é um diâmetro da esfera. Encontre o
volume da parte restante do sólido.
8. Encontre o comprimento do arco da curva 9y 2 = 4x 3, desde a origem até
o ponto de abscissa 2.
25
Cálculo Diferencial e Integral II
x 4 + 2 x −2
9. Determine o comprimento do arco da curva y = do ponto de
abscissa 1 ao ponto de abscissa 2.
8
2 2
10. Encontre o comprimento total da hipociclóide x 3
+y 3
= 1.
Referências
ANTON, Howard; Cálculo, um novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carvalho
Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
ÁVILA, Geraldo; Cálculo; Vol. I; 6ª Ed.; LTC; 1995.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz; Um Curso de Cálculo; Vol. I; 5ª Ed.; LTC. 2001.
STEWART, James; Cálculo; Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002.
THOMAS, George; Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis; O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. I; 3ª Ed.;
Harbra; São Paulo. 1995.
Capítulo 2
Funções Exponenciais e
Funções Logaritmicas
29
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Definir as funções logaritmo e exponencial
l Estudar a derivada do logaritmo e da exponencial
l Calcular integrais envolvendo o logaritmo e a exponencial
l Usar a exponencial para estudar as leis de crescimento e decaimento.
1. Apresentação
Nessa unidade iremos definir a função logaritmo natural como a área sob uma
curva, observar as suas propriedades e estudar a sua derivada e seu gráfico.
Em seguida, definiremos a exponencial natural como a função inversa do loga-
ritmo, analisaremos suas propriedades, estudaremos sua derivada e integral.
Concluiremos essa unidade, estudando as funções logaritmo e expo-
nencial em uma base qualquer 0 < a ≠ 1 .
1 x 1
2. Para todo x > 1 , temos f(x) =
1 t ∫
dtdt que é a área sob a curva de
t
t = 1 até t = x, logo f(x) > 0 e cresce à medida que x tender para + ∞ .
x 1 1 1 1 1
Para 0 < x < 1 , f(x) =
1 1 ∫ x t
dt = -
dt
x ∫ t dt, onde ∫ t dt > 0 representa
a área sob a curva desde t = x até t = 1 . Assim,
t
f(x) < 0 e tende para - ∞ , à medida que x tender para zero, pois o valor da
11
área dada por ∫ dt tende para + ∞ .
x t
1 x
2.1 Derivada
A função f(x) = ln x da maneira como foi definida, para todo x real positivo, é
x1 1
tal que f´( x ) = Dx( ln x ) = Dx(
∫
dt ) = .
1 t x
Se u( x ) é uma função diferenciável e extritamente positiva para todo
x do seu domínio, então a composta f( u( x ) ) = ln ( u( x ) ) é diferenciável ,
1
e sua derivada de acordo com a regra da cadeia é f´( x ) = .u´ ( x) ou
u´ ( x) u ( x )
f´( x ) = .
u ( x)
31
Cálculo Diferencial e Integral II
Exemplo:
Encontre a derivada da função f(x) = ln ( x2 + 5x + 4 ) .
Solução:
1 2x + 5
f´( x ) = 2
. ( 2x + 5 ) ou f´( x ) = 2 .
x + 5x + 4 x + 5x + 4
2.2 Propriedades
Mostraremos agora que a função logaritmo natural definida dessa forma,
satisfaz a todas as propriedades do logaritmo que conhecemos na Álgebra.
1. ln 1 = 0
1 1
De fato, ln 1 = ∫ t dtdt =
1
0 , pois o limite superior da integral é igual ao
limite inferior
2. ln ( a.b ) = ln a + ln b
1
Sabemos que a derivada da função f(x) = ln x é f´( x ) = .
x
Tomemos agora a função g(x) = ln ( ax ) . A sua derivada é
1 1
g´( x ) = .a ⇒ g´( x ) = . Se g´( x ) = f´( x ) , então, por integração,
ax x
g(x) = f(x) + k ⇒ ln ( ax ) = ln x + k . como o elemento 1 pertence ao
domínio das duas funções, então ln ( a.1 ) = ln 1 + k ⇒ k = ln a.
Portanto, temos que ln ( a.x ) = ln a + ln x, em particular, se
x = b , temos que ln ( ab ) = ln a + ln b , para todo a e b positivos.
a
3. ln ( ) = ln a - ln b.
b
2.3 Gráfico
Para traçar o gráfico da função f(x) = ln x, vamos observar que :
1. O domínio dessa função é R *+ , logo ela está definida apenas para valores
de x extritamente positivo.
1
2. Como f´( x ) = > 0 , então f(x) é crescente para todo x de seu domínio.
x
1
3. Como f´´( x ) = - < 0 , então f(x) tem concavidade voltada
x2
f(x) = lnx
x+2 ; x+2 ;
fazer | y | = | | ⇒ ln | y | = In ⇒
3
x +1 ; 3 x+1 ;
1 1
ln | y | = ln x + 2 2 - ln x + 1 3 ⇒
1 1
ln | y | = .ln | x + 2 | - .ln | x + 3 | .
2 3
2.5 O número e
Vimos que a função f(x) = ln x, definida em R *+ , é estritamente crescente,
cortando o eixo x no ponto (1 , 0) e tendo R como conjunto imagem.
Assim, podemos afirmar que existe um único x ∈ R *+ , tal que ln x = 1.
O valor do x que satisfaz a essa condição é aproximadamente 2,7182818
(com sete casas decimais) e ele é representado pela letra e, em homenagem
ao matemático suíço Leonhard Euler.
34
Luciano Moura Cavalcante
Portanto, f( e ) = ln e = 1 .
lim 1 lim 1
O número e pode ser obtido como (1 + n) n = (1 + ) n .
n→0 n→∞ n
3.1 Derivada
Para determinar a derivada da função g(x) = ex tomemos a igualdade ln (ex)
= x, e derivemos com relação a x .
1
Pela regra da cadeia, temos que . D (ex) = 1 ⇒ Dx(ex) = ex.
ex x
Portanto, a derivada de ex é a própria ex .
Para uma função composta f(x) = eu( x ),onde u(x) é uma função
diferenciável qualquer, temos que f´(x) = eu( x ) . u´(x).
35
Cálculo Diferencial e Integral II
Sendo e ≅ 2,7182 > 0 , então ex > 0 , o que nos permite deduzir que a função
g(x) = ex tem seu gráfico localizado acima do eixo x .
3.2 Propriedades
1. e0 = 1
4. ( e x ) y = e x.y
x y x
Se x = e ln x , então ( e x ) y = e ln ( e ) ⇒ ( e x ) y = e y.ln e
⇒ ( e x ) y = e x.y.ln e ⇒ ( e x ) y = e x.y , pois ln e = 1 .
x
É fácil de se verificar que, se a x = e ln a então a x = e x.ln a.
36
Luciano Moura Cavalcante
4.1 Derivada
Para se calcular a derivada de uma função pertencente a essa família
f(x) = a x , devemos apenas lembrar que f(x) = a x = e x.ln a , o que pela regra
da cadeia resulta em f´( x ) = Dx( ax ) = Dx(e x.ln a ) =
e x.ln a. ln a = a x . ln a.
Consequentemente, se f(x) = a u( x ) , onde u( x ) é uma função
diferenciável , temos que f´( x ) = a u( x ) . ln a. u´( x ).
Veja, como se calcula a derivada das funções:
a) f(x) = 2 x ⇒ f´( x ) = 2 x . ln 2
b) f(x) = 5 – x ⇒ f´( x ) = 5 – x . ln 5. ( - 1 ) = - 5 – x . ln 5.
2 2
+5 x +5 x
c) f(x) = 4 x ⇒ f´( x ) = 4 x . ln 4. ( 2x + 5 ).
x
1
No item ( b ) tomamos f(x) = 5 –x
= , o que pode ser generalizado
1 5
sempre que se tenha a = , escrevendo a função na forma f(x) = a x =
x b
1
= b–x.
b
4.2 Integração
Quando tratamos da função f(x) = e x falamos de sua derivada, mas não de
sua integral . Agora que temos a família completa das funções exponenciais,
podemos verificar que:
∫ e dx = e + k
x
Dx( e x ) = e x ⇒ x
x
a
∫ a dx = ln a + k
x
Dx( a x ) = a x . ln a ⇒
∫ x.e
x2 + 4
a) dx .
du du
u = x2 + 4 ⇒ = 2x ⇒ du = 2xdx ⇒ xdx = .
dx 2
du 1
∫ x.e
x2 + 4
Então dx = ∫e
x2 +4
.xdx = ∫e . 2
u
= . ∫ e du =
u
2
1 u 1 x2 +4
.e + k = .e +k
2 2
du
u = 5 sen x ⇒ = 5 cos x ⇒ du = 5 cos x dx ⇒
du dx
cos x dx =
5
u du 1 1 e 5senx
= ∫ .e 5 senx cos xdx = ∫ e . = . ∫ e du = .e u+k =
u
∫
5 senx
cos x.e dx +k
5 5 5 5
∫6 . sec 2 xdx .
tgx
c)
du
u = tg x ⇒ = sec2 x ⇒ du = sec2 x dx
dx
6u 6tgx
∫ 6 . sec xdx = ∫ 6 du = ln 6 + k = ln 6 + k .
tgx 2 u
38
Luciano Moura Cavalcante
4.3 Gráfico
O gráfico de cada uma das funções que constituem a família das exponenciais
tem forma semelhante, visto que todas as funções dessa família tem
características comuns.
O gráfico de cada uma, será traçado com base na análise dessas
características.
Tomemos a forma geral f(x) = a x .
Se a > 0 , então a x > 0 , ∀ x ∈ R, logo, o gráfico de f(x) não corta o
eixo x, estando totalmente acima do eixo x .
Como a 0 = 1, então, toda função exponencial passa pelo ponto ( 0 , 1 ).
Como a x > 0 , ∀ x ∈ R, então não existe x ∈ R tal que f(x) = 0 , logo
essa família de funções não possui raízes.
Se f´( x ) = a x. ln a, então :
Para a > 1 , temos f´( x ) > 0 ⇒ f(x) é estritamente crescente.
Para 0 < a < 1 , temos f´( x ) < 0 ⇒ f(x) é estritamente decrescente.
f´´( x ) = a x ( ln a ) 2 ⇒ f´´( x ) > 0 , ∀ x ∈ R ⇒ f(x) é sempre
côncava para cima.
Quando x tender para + ∞ , teremos a x tendendo para + ∞ , se
a > 1 ; e tendendo para 0 , se 0 < a < 1 .
Quando x tender para - ∞ , teremos a x tendendo para 0 , se
a > 1 ; e tendendo para + ∞ , se 0 < a < 1 .
ln x r = r. ln x. ⇒ log a x r = n. log a x
5.1 Derivada
Como já sabemos calcular a derivada da função logaritmo natural, podemos
usar a fórmula da mudança de base para determinar a derivada de uma função
logarítmica qualquer na base a.
40
Luciano Moura Cavalcante
Exemplo:
Encontre a derivada da função :
2
a ) f(x) = log10 x 3+ 4 x
x −1
dy
= k . y, onde k é uma constante chamada de constante de
dt
proporcionalidade.
A equação obtida é uma equação diferencial com variáveis separáveis,
que separando as variáveis temos,
dy
= k.dx ⇒ ∫ dy = ∫ k .dx ⇒ ln | y | = k.x + c0 ⇒
y y
c0
e ln | y | = e kx + c0 ⇒ | y | = e kx . e .
c0
Como e é constante positiva, fazendo e c0 = C, temos que
y = C e kx.
Omitimos as barras do módulo porque y é positivo, visto que e kx
é
também positivo.
Exemplo:
A população de uma cidade era de 20.000 habitantes em 1960,
passando para 80.000, segundo o senso de 2000. Sabendo que o crescimento
populacional é diretamente proporcional à população, faça uma estimativa de
sua população para o ano de 2020.
Solução:
Para solucionar esse problema, construimos uma tabela com os
dados, onde a população é representada por P e o tempo, dado em anos, é
representado por t.
Nessa tabela estabelecemos a data zero como 1960, consequente-
mente o ano 2000 é t = 40 e o ano de 2020 é t = 60.
Tempo em anos ( t ) 0 40 60
População ( P ) 20000 80000 P
Síntese do Capítulo
Neste terceiro capítulo estudamos as funções logarítmica e exponencial,
começando pelas funções logaritmo natural e exponencial na base e. Definimos
essas funções, verificamos suas propriedades, e estudamos suas derivadas,
como também as integrais delas resultantes. Em seguida estudamos o logaritmo
e a exponencial definidas em uma base qualquer a > 0, onde trabalhamos as
derivadas e integrais. Concluimos a unidade com uma aplicação prática da
função exponencial nas leis de crescimento e decaimento.
Atividades de avaliação
1. Encontre a derivada das funções abaixo:
a) f(x) = ln (x + 3)
b) f(x) = ln x 2 − x
x−5
c) f(x) = ln
x+7
d) f(x) = log2(x 3 + 8)
e) f(x) = e x-9
f) f(x) = 3 4x+7
43
Cálculo Diferencial e Integral II
x2 + 6
g) f(x) = ln
x−9
h) f(x) = log5 3
x 2 + 7x
3 x −8
i) f(x) = e
j) f(x) = 7 ln x−5
1000
S(n) = . Determine a taxa segundo a qual as vendas estarão variando,
3n
no quarto e no décimo dias após o término da promoção.
5. A taxa de decaimento do elemento rádio é proporcional à quantidade
presente em qualquer momento. Se houver 100 mg de rádio hoje, e sua
meia-vida é de 1600 anos, que quantidade teremos daqui a 300 anos?
6. O crescimento do número de coelhos em uma ilha é diretamente proporcional
á quantidade presente. Se existem hoje 2000 coelhos na ilha, e sabe-se
que esse número dobra a cada 6 meses, em quanto tempo esse número
ultrapassará os 30000 ?
7. Calcule:
dx
a) ∫ x+7
xdx
b) ∫x 2
−6
(2 x − 1)dx
c)
∫ x2 − x
x2 + 3
d) ∫ dx
x +1
44
Luciano Moura Cavalcante
dx
e)
∫ x.ln x
dx
f) ∫ x .(1 + x )
5 xdx
g) ∫4 4 − x2
∫e
3 x−4
h) dx
e dx
i)
∫1 x
∫ x.e dx
2
j) x +3
l) e dx
∫1 x.(ln x) 2
∫5
nx
m) dx
∫9
5 x −3
n) dx
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, um novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carvalho
Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
ÁVILA, Geraldo. Cálculo; Vol. I; 6ª Ed.; LTC; 1995.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um Curso de Cálculo; Vol. I; 5ª Ed.; LTC. 2001 .
STEWART, James. Cálculo; Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002 .
THOMAS, George. Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
Capítulo 3
Funções Trigonométricas
47
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Conhecer as funções trigonométricas
l Estudar a derivada das funções trigonométricas
l Determinar integrais de funções trigonométricas
l Conhecer técnicas que permitem calcular integrais de potências de funções
trigonométricas
1. Apresentação
Nesta terceira unidade, admitiremos ter o conhecimento das funções básicas
seno e cosseno para definir as demais funções trigonométricas, tangente,
cotangente, secante e cossecante.
Estudaremos em seguida as suas derivadas e principalmente as suas
integrais, onde apresentaremos também algumas técnicas para cálculo de
integrais que envolvam potências de funções trigonométricas.
2. Funções Trigonométricas
No Cálculo I já estudamos as funções seno e cosseno, quando foram apresentadas
suas derivadas. Agora trataremos de definir as demais funções trigonométricas,
estudando suas derivadas e também a integração dessas funções.
Primeiramente, devemos lembrar que as funções seno e cosseno são
definidas e contínuas em todo o conjunto dos números reais, tendo como
imagem o conjunto fechado [ - 1 , 1 ].
senx
x f(x) = tg x =
cos x
π
Veja que essa função não é definida para valores de x múltiplos de ,
pois para esses valores de x, temos que cos x = 0.
2
l Função Secante
π
f: R–{x = + kπ } → R, para todo k inteiro
2
1
x f(x) = sec x =
cos x
l Função Cotangente
f : R - {x = k π } → R, para todo valor de k inteiro
cos x
x f(x) = cotg x =
senx
A função não é definida para valores de x = k π , pois sen k π = 0 para
todo valor de k inteiro.
l Função Cossecante
f : R - { x = k π } → R, para todo valor de k inteiro
1
x f(x) = cossec x = .
senx
3. Derivadas
Como já sabemos que Dx(sen x) = cos x e que Dx(cos x) = - sen x, então
podemos encontrar as derivadas das demais funções trigonométricas, pois
estas são definidas a partir do seno e cosseno.
f´( x ) = sec 2 ( x 2 - 5x ) . ( 2x – 5 ) ou
f´( x ) = ( 2x – 5 ) . sec 2 ( x 2 - 5x ) .
3. 3 Derivada da Cotangente
cos x
f(x) = cotg x ⇒ f(x) = .
senx
1 cos sec 2 x + 1
f´( x ) = - cossec 2 x + 1 . = - .
2 x +1 2 x +1
52
Luciano Moura Cavalcante
4. Integração
Para estudar a integração das funções trigonométricas, começaremos
apresentando aquelas integrais imediatas, que são obtidas diretamente das
derivadas dessas funções.
l Dx(sen x) = cos x ⇔ ∫ cos xdx = sen x + k
l D (cos x) = - sen x
x
⇔ ∫ senxdx = - cos x + k
∫ sec xdx = tg x + k
2
l D (tg x) = sec 2 x
x
⇔
l D (sec x) = sec x . tg x
x
⇔ ∫ sec x.tgxdx = sec x + k
l D (cotg x) = - cossec x
x
⇔ ∫ cos sec xdx = - cotg x + k
2 2
x ∫
l D (cossec x) = - cossec x . cotg x ⇔ cos sec x. cot gxdx =
- cossec x + k
senx 1
∫ tgxdx = ∫ cos xdx = ∫ cos x senxdx
du
Fazendo u = cos x, temos que = - sen x ⇒ du = - sen x dx
dx
53
Cálculo Diferencial e Integral II
1 1
∫
Então tgxdx = ∫ u (−du ) = - ∫ u du = - ln | u | + k = - ln | cos x | + k =
1
ln | cos x | - 1 + k = ln | | + k = ln | sec x | + k .
cos x
∫ sec xdx
Para determinar essa integral usaremos um artifício, multiplicando e
dividindo seu integrando por sec x + tg x .
ln | sec x + tg x | + k .
cos x 1
∫ cot gxdx = ∫ senx dx = ∫ senx cos xdx .
Fazendo u = sen x, temos du = cos x dx, logo
1
∫ cot gxdx = du = ln | u | + k = ln | sen x | + k =
u
1
ln | | - 1 + k = - ln | cossec x | + k .
senx
du
Portanto, ∫ cos sec xdx = ∫ u
= ln | u | + k = ln | cossec x - cotg x |+ k.
∫ (1 − sen
2
x) 2 cos xdx .
cos kx senkx
∫ senkxdx = -
k
+ C e ∫ cos kxdx =
k
+ C.
55
Cálculo Diferencial e Integral II
1 1 1
= .∫ dx - .2.∫ cos 2 xdx + .∫ cos 2 2 xdx =
4 4 4
1 1 sen2 x 1 1 + cos 4 x
= .x + C1 - . + C2 + .∫ dx =
4 2 2 4 2
1 1 sen2 x 1 1
= .x + C1 - . + C2 + .∫ dx + .∫ cos 4 xdx =
4 2 2 8 8
1 1 sen2 x 1 1 sen4 x
= .x + C1 - . + C2 + .x + C3 + . + C4 =
4 2 2 8 8 4
3 1 1
= .x - .sen2 x + .sen 4 x + C .
8 4 32
No caso de ∫
sen n x. cos m xdx , se pelo menos uma das potências for
impar, devemos usar o primeiro caso, e se as duas forem pares usamos o
segundo caso.
Caso 1:
∫ tg ∫ cot g
n
xdx ou n
xdx , onde n é um inteiro positivo.
∫ tg ∫ tgx.tg
3
xdx = ∫ tgx.(sec
2
Exemplo: xdx = 2
x − 1)dx =
Quando a potência for de cotangente, devemos observar que a relação dessa função
com a cossecante é a mesma da tangente com a secante.
∫ ∫ sec ∫ u du =
2
Portanto, sec 4 xdx = 2
xdx +
u3 1 3
tg x + + k = tg x + tg x + k
3 3
Síntese do Capítulo
Neste capítulo estudamos as funções trigonométricas, onde vimos a derivação
e a integração envolvendo essa família de funções.
Partindo das funções seno e cosseno, que já conhecíamos do Cálculo
Diferencial e Integral I, usamos o conhecimento do logaritmo para obter as
integrais da tangente, cotangente, secante e cossecante.
Concluímos o capítulo estudando técnicas de integração para potências
das funções seno e cosseno, e também para a integração de potências das
demais funções.
57
Cálculo Diferencial e Integral II
Atividades de avaliação
1. Encontre a derivada das funções abaixo:
a) f(x) = sen ( x 2 + 4x )
b) f(x) = cos ( e x-3 )
c) f(x) = sen 2 ( 3x – 8 )
d) f(x) = tg ( 2 + ln x )
e) f(x) = sec 3 ( x )
f) f(x) = ln( cotg x )
g) f(x) = e cossecx + cotg x
h) f(x) = sec 2( 2 3x )
i) f(x) = log3( 1 + tg x )
tg 3 x
j) f(x) =
cot g 3 x
l) f(x) = ln ( sec x - tg x )
m) f(x) = 5 cossec x
n) f(x) = sec ( 4 1 + 3x )
2. Calcule:
a) ∫ cos 5 xdx
∫ sen
5
b) xdx
c) ∫ tg 3xdx
∫ x. sec x
2
d) xdx
∫ sen
4
e) xdx
f)
∫ tg
4
xdx
58
Luciano Moura Cavalcante
∫
2
g) cos 3 xdx
0
π
h) ∫ 0
sen 2 xdx
∫ x. cot g
2
i) x 2 xdx
∫π
4
j) cot g 3 xdx
6
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, Um Novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carva-
lho Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um Curso de Cálculo; Vol. I; 5ª Ed.; LTC. 2001.
STEWART, James. Cálculo; Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002.
THOMAS, George. Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. I; 3ª Ed.; Harbra;
São Paulo. 1995.
Capítulo 4
Funções Trigonométricas
Inversas
61
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Apresentar as funções trigonométricas inversas
1. Apresentação
Nesta unidade estudaremos as inversas das funções trigonométricas, suas
derivadas e integrais que resultam em funções trigonométricas inversas.
Essas funções são muito importantes, principalmente no processo de técni-
cas de resolução de integrais.
1
1 = cos y . Dx( y ) ⇒ Dx( y ) = .
cos y
1
Dx( arcsen u( x ) ) = .u´( x)
1 − u ( x) 2
1 1
Solução: f(x) = arcsen x ⇒ f´( x ) = . =
2 2 x
1− x
1 1
= ⇒ f´( x ) = .
2 x. 1 − x 2. x − x 2
1
Assim, 1 = - sen y . Dx( y ) ⇒ Dx( y ) = - ⇒
seny
1 1
Dx( arcos x ) = - ⇒ Dx( arcos x ) = - e
1 − cos 2 y 1− x2
1
Dx( arcos u( x ) ) = - .u´( x) .
1 − u ( x) 2
Exemplo:
Encontre a derivada de f(x) = arccos( x 2 ) .
Solução:
1 2x
f(x) = arccos( x 2 ) ⇒ f´( x ) = - .2 x = - .
1 − (x 2 )2 1− x4
Exemplo:
Calcule a derivada de f(x) = arctg( x 2 + 3 ) .
Solução:
1
f(x) = arctg( x 2
+3) ⇒ f´( x ) = .( 2 x) =
1 + ( x 2 + 3) 2
2x 2x
⇒ f´( x ) = .
1 + x + 6x 2 + 9
4
x + 6 x 2 + 10
4
Exemplo:
Encontre a derivada da função f(x) = arcsec x +1 .
Solução:
1 1
f(x) = arcsec x +1 ⇒ f´( x ) = .
x + 1. ( x + 1) − 1 2 x + 1
2
1 1
⇒ f´( x ) = . ⇒ f´( x ) = .
2( x + 1) x + 1 − 1 2( x + 1) x
Síntese do Capítulo
Neste capítulo definimos e estudamos as funções trigonométricas inversas,
calculamos suas derivadas, e principalmente, obtivemos integrais que resultam
em funções dessa família, que têm muita aplicabilidade nas técnicas de
integração. São elas:
dx
∫ = arcsenx + k
1 − x2
dx
∫ 1+ x 2 = arctg x + k .
1
∫ x. x2 −1
dx = arcsec x + k .
Atividades de avaliação
1. Encontre a derivada de cada uma das funções abaixo :
a) f(x) = arcsen( 2x )
x
b) f(x) = arccos
2
c) f(x) = arctg x+3
d) f(x) = arcsec ( x2 – 5x )
e) f(x) = arccotg e x
f) f(x) = arcsen ( 1 + x )
g) f(x) = arccossec 3
x2 − 4
2. Calcule:
dx
a) ∫ 2
x + 36
69
Cálculo Diferencial e Integral II
dx
b)
∫ 1 − 4x2
dx
c) ∫ 4x 2
+9
xdx
d) ∫ 9 − x4
5dx
e)
∫ x. x 2 − 25
dx
f) ∫x 2
− 2x + 2
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, um novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carvalho
Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
ÁVILA, Geraldo. Cálculo; Vol. I; 6ª Ed.; LTC; 1995.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um Curso de Cálculo; Vol. I; 5ª Ed.; LTC. 2001.
STEWART, James. Cálculo; Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002.
THOMAS, George. Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. I; 3ª Ed.; Harbra;
São Paulo. 1995.
Capítulo 5
Técnicas de Integração
73
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Estudar as técnicas de integração
l Resolver integrais por partes
l Resolver integrais por substituição trigonométrica
l Resolver integrais por frações parciais.
1. Apresentação
Neste capítulo apresentaremos técnicas de integração que nos permitirão cal-
cular integrais indefinidas que não podemos determinar usando os métodos
já conhecidos.
Essas técnicas são de três formas, que chamaremos de integração por
partes, integração por substituição trigonométrica e integração por frações parciais.
2. Técnicas de integração
2.1 Integração por partes
Essa igualdade nos permite trocar uma integral, no caso ∫ u.dv , por
outra possivelmente mais simples de ser solucionada.
Exemplo 1:
∫ x.e dx .
x
Calcular
Solução:
74
Luciano Moura Cavalcante
x
Primeiramente, façamos u = x ⇒ du = dx ; e dv = e dx ⇒ v
∫ e dx = e
x x
=
∫ u.dv= u.v − ∫ v.du , então ∫ x.e dx = x.e - ∫ e dx
x x
Como x
=
= x.ex - ex + k
Vejamos agora se, na mesma integral tivéssemos feito u = ex ⇒
2
x
du = ex.dx e dv = x.dx ⇒ v = ∫ xdx = 2
.
x2 x2 x
Teríamos que ∫ x.e dx = e x .
x
2
- ∫ 2 .e dx .
Veja que a integral que obtivemos é mais complicada do que a integral
que queríamos resolver. Portanto, é muito importante essa escolha inicial do
que seja u e dv, para se chegar à solução.
Exemplo 2:
Calcule ∫ x. cos xdx .
Solução:
Tomemos u = x ⇒ du = dx e dv = cos xdx ⇒
v = ∫ cos xdx = sen x.
Então ∫ x. cos xdx = x . sen x - ∫ senxdx = x . sen x - ( - cos x ) + k .
2dt
Dessa forma, temos que ∫ arctgxdx = x . arctg x - ∫ t
=
1 dt 1
x . arctg x -
2
.
t ∫
= x . arctg x - . ln | t | + k =
2
1
x . arctg x - . ln | 1 + x 2 | + k .
2
Pode acontecer que determinada integral exija repetidas aplicações da
integração por partes, como exemplificamos em seguida.
∫ x e dx .
2 x
Calcular
Tomando u = x 2 e dv = e x dx, temos que du = 2xdx e
∫ e dx = e .
x
v = x
Assim, ∫ x e dx = x
2 x
∫e .2 xdx = x 2 . e x - 2. ∫ e x .xdx .
x
2
.ex -
Essa integral que encontramos deve também ser resolvida por partes, e
já foi resolvida no exemplo 1.
∫ x e dx = x
2 x
Portanto, 2
. e x - 2. [x.ex - ex + k ] =
= e x [ x 2 – 2x + 2 ] + k .
∫e
x
Veja um outro exemplo de como calcular cos xdx .
Seja u = e x
e dv = cos x dx, o que implica em du = e x dx e
v = sen x.
∫e ∫ senx.e dx .
x
cos xdx = e x . sen x - x
Exemplo:
2
Calcule ∫−1
ln( x + 2)dx .
Antes de começar a resolver a integral , podemos fazer uma mudança
de variável, tomando t = x + 2 ⇒ dt = dx.
2 4
Assim, temos que ∫ −1
ln( x + 2)dx =
ln tdt . ∫1
Agora aplicamos a integração por partes, com u = ln t e dv = dt,
1
implicando que du = dt e v = t .
t
4 dt
∫
4
2 4 t.
Portanto, ∫
−1
ln( x + 2)dx = ∫1
ln tdt = t.ln t | 1 - 1 t
=
4
= 4. ln 4 – 1 . ln1 - ∫
1
dt = 4. ln 4 - ln 1 - t| 14 = 4. ln 4 - ( 4 - 1)
= 4. ln 4 - 3.
Lembrete: ln 1 = 0.
2. ( - cos θ ) + k = - 2 . cos θ + k .
A integral está resolvida, mas a solução está na variável θ e devemos
apresenta-la na variável x .
Mas da mudança de variável sabemos que 4 − x 2 = 2.cos θ , por
xdx
isso temos que ∫ 4− x 2
= - 4 − x 2 + k.
= 4 π + 4. ( 0 - 0 ) = 4 π .
Caso II: Integrais envolvendo radicais da forma a2 + x2 .
Para eliminar esse tipo de radical, devemos fazer x = a. tg θ ⇒ dx
a 2 + x 2 = a 2 + a 2tg 2θ = a (1 + tg θ ) =
2 2
= a.sec 2 θ d θ e
a 2 . sec 2 θ = a. sec θ .
78
Luciano Moura Cavalcante
Exemplo:
dx
Calcular ∫ 9 + x2
.
Solução:
Temos que a 2 = 9 ⇒ a = 3.
x = 3. tg θ ⇒ dx = 3. sec 2 θ d θ e 9 + x 2 = 3. sec θ .
dx 3 sec 2 θdθ
∫ 9 + x 2 ∫ 3 sec θ
= = ∫ sec θdθ = ln | sec θ + tg θ | + k =
9 + x2 x x + 9 + x2
= ln | + | + k = ln | | + k.
3 3 3
1 xdx
Calcule ∫ 0
1+ x 2
d. Fazendo x = tg θ ⇒ dx = sec 2 θ d θ e
1+ x2 = sec θ .
π
Para x = 0, temos que tg θ = 0 ⇒ θ = 0 e tg θ = 1 ⇒ θ = .
4
π π
1 xdx π
tgθ .sec 2 θ dθ
∫0
1+ x 2
= ∫0
4
sec θ
= ∫ 0
4
tgθ .sec θ dθ = sec θ | 04 =
π
sec - sec 0 = 2 - 1.
4
Exemplo:
dx
Calcular ∫ x 2 − 25
.
dx 5.sec θ .tgθ dθ
∫ x 2 − 25
= ∫ 5.tgθ
= ∫ secθdθ = ln | sec θ + tg θ | +
x x 2 − 25 x + x 2 − 25
k = ln | + | + k = ln | | + k.
5 5 5
79
Cálculo Diferencial e Integral II
Solução:
Primeiramente tomamos o denominador Q( x ) = x 3 - x e fatoramos
obtendo Q( x ) = x.( x - 1 ).( x + 1 ) , o que implica que teremos três frações
parciais no desdobramento.
2x + 4 A B C
Então, = + + =
x − x x x −1 x +1
3
Ax 2 − A + Bx 2 + Bx + Cx 2 − Cx
x3 − x
2x + 4 −4 3 1
Portanto, = + + ⇒
3
x −x x x −1 x +1
2x + 4 −4 3 1
∫x .dx = ∫ dx + ∫ dx + ∫ dx =
3
−x x x −1 x +1
1 1 1
- 4. ∫ x dx + 3. ∫ x − 1 dx + ∫ x + 1 dx =
- 4. ln | x | + 3. ln | x – 1 | + ln | x+ 1 | + k.
x 2 − 3x + 2
Calcular ∫ x 4 − 2 x3 dx
Solução:
Q( x ) = x 4 – 2x 3 ⇒ Q( x ) = x 3 ( x – 2 ).
x 2 − 3x + 2 A B C D
= + 2 + 3+ =
4
x − 2x 3
x x x x−2
A( x3 − 2 x 2 ) + B( x 2 − 2 x) + C ( x − 2) + Dx3
x 4 − 2 x3
Duas frações iguais com mesmo denominador, implica em numeradores
iguais, logo
x2 – 3x + 2 = ( A + D ) x3 – ( 2A – B ) x2 - ( 2B – C ) x – 2C ⇒
A+ D = 0
− 2A + B = 1 A+ D = 0 A+ D = 0
⇒ − 2 A + B = 1 ⇒ − 2 A + B = 1
2B − C = 3 2B + 1 = 3 B =1
− 2C = 2 ⇒ C = −1
A+ D = 0
⇒ A = D = 0.
− 2 A + 1 = 1
x 2 − 3x + 2 1 −1
Portanto, ∫ 4
x − 2 x3
dx = ∫x 2
dx + ∫
x 3
dx = ∫ x −2 dx − ∫ x −3 dx
x −1 x −2 1 1
= − + k = - + + k.
−1 − 2 x 2x 2
x+2
Calcular ∫x3
+x
dx .
Q( x ) = x 3 + x ⇒ Q( x ) = x ( x 2 + 1 ) .
x+2 A Bx + C A( x 2 + 1) + ( Bx + C ) x
Temos então, = + = ⇒
x3 + x x x2 + 1 x3 + x
x + 2 = Ax 2 + A + Bx 2 + Cx ⇒ x + 2 = ( A + B )x 2 + Cx + A
A + B = 0
⇒ C =1 ⇒ B = -2.
A=2
x+2 2 −2 x + 1
∫ x3 + x dx = ∫ x
dx + ∫ x2 + 1
dx
1 1 1
2 ∫ x ∫ x +1
dx − 2
2 xdx + ∫ x + 1 dx .
2
82
Luciano Moura Cavalcante
ln | x | 2 - ln | u | + arctg x + k = ln x 2 - ln | x 2 + 1 | + arctg x + k =
x2
ln + arctg x + k.
x2 +1
Caso 4: Quando a fatoração de Q( x ) apresentar multiplicidades para polinômios
de grau dois, o procedimento é o mesmo do segundo caso, apresentando
como denominadores das frações parciais todas as possibilidades de divisores
para Q( x ) .
Exemplo :
x+2
Calcule ∫ x( x 2
+ 1) 2
dx .
A( x 4 + 2 x 2 + 1) + Bx 2 ( x 2 + 1) + Cx( x 2 + 1) + Dx 2 + Ex
⇒
x( x 2 + 1) 2
x + 2 = Ax 4 + 2Ax 2 + A + Bx 4+ Bx 2 + Cx 3 + Cx + Dx 2 + Ex ⇒
A+ B = 0
C=0
x + 2 = ( A + B )x + Cx + ( 2A + B + D )x + ( C + E )x + A 2 A + B + D = 0
4 3 2
C + E =1
⇒ A = 2 ; B = - 2 ; C = 0 ; D = - 2 e E = 1 . A=2
x+2 2 −2 x −2 x + 1
Então, ∫ x( x 2
+ 1) 2
dx = ∫ x dx + ∫ x
2
+1
dx + ∫ 2
( x + 1) 2
dx =
1 1 1 1
2.
∫ x dx − ∫ x 2
+1
2 xdx − ∫ 2
( x + 1) 2
2 xdx + ∫ 2
( x + 1) 2
dx .
83
Cálculo Diferencial e Integral II
x+2 1 1 sec 2 θ dθ
∫ x( x 2 + 1)2 dx = 2 . ln | x | - ∫ u du - ∫ u 2 du + = ∫ (tg 2θ + 1)2
sec 2 θdθ
∫ u du +
−2
= 2 . ln | x | - ln | u | - ∫ (sec 2 θ ) 2 =
u −1 dθ
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | -
−1
+ ∫ sec 2
θ
=
1
∫ cos θdθ =
2
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | + +
u
1 1 + cos 2θ
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | + 2
x +1
+ ∫ 2
dθ =
1 1 1
. ∫ dθ +
2 ∫
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | + + . cos 2θdθ
2
x +1 2
1 1 1 sen2θ
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | + + .θ + . + k
x +12
2 2 2
1 1 1
= 2 . ln | x | - ln | x 2 + 1 | + + arctg x + sen (2arctgx ) + k .
x +1 2
2
4
Síntese do Capítulo
Estudamos neste capítulo três técnicas, que ampliam nossos conhecimentos
na resolução de integrais.
Integração por partes, que se baseia na regra de derivação do produto
de duas funções.
Atividades de avaliação
1. Calcule as seguintes integrais, utilizando a técnica de integração por partes :
a) ∫ ln xdx
∫x
2
b) ln xdx
∫ x.e
2x
c) dx
∫ x sec
2
d) xdx
e) ∫ arctgxdx
f) ∫ xsenxdx
∫e
x
g) cos xdx
∫ sec
3
h) xdx
4 − x2
b) ∫ x2
dx
x 2 dx
c) ∫ x2 + 1
85
Cálculo Diferencial e Integral II
dx
d) ∫x x2 − 4
dx
e) ∫ (1 + x ) 2
3
2
x 2 dx
f) ∫ 9 − x2
dx
g) ∫ (9 x 2
− 4)
3
2
h) ∫ 9 + x 2 dx
dx
b)
∫x 3
− 4x
dx
c)
∫x 3
+ 3x 2
( x + 2)dx
d) ∫ 3
x + x2
dx
e) ∫ ( x − 1)3 ( x + 2)2
xdx
f) ∫ ( x + 3)3
dx
g)
∫x 3
+x
dx
h)
∫ 16 x 4
−1
86
Luciano Moura Cavalcante
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, um novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carvalho
Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
ÁVILA, Geraldo. Cálculo; Vol. I; 6ª Ed.; LTC; 1995.
STEWART, James. Cálculo; Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002.
THOMAS, George. Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. I; 3ª Ed. Harbra;
São Paulo. 1995.
Capítulo 6
Coordenadas Polares
89
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Conhecer o sistema de Coordenadas Polares.
l Aprender a fazer mudanças de coordenadas.
1. Apresentação
Neste capítulo iremos apresentar um novo sistema de coordenadas, diferente
do sistema que temos trabalhado até agora, que é o sistema cartesiano. O
sistema que trabalharemos é chamado de sistema de coordenadas polares,
por se tratar de um sistema que tem um ponto como referencial , juntamente
com uma semi-reta.
2. Coordenadas Polares
Para definir as coordenadas polares, tomemos uma semi-reta horizontal orien-
tada da esquerda para a direita, que chamaremos de eixo polar, e cuja origem
O será o polo.
π 3π
No sistema polar consideramos os eixos auxiliares , π e para
2 2
uma melhor orientação no traçado de curvas.
x
cos θ = r x = r. cos θ
Na figura, observa-se que ⇒ .
y y = r.senθ
senθ =
r
5.1 Limaçons
A família das limaçons tem equação geral r = a ± b. cos θ ou r = a ± b
sen θ , onde a e b são constantes positivas. A relação entre essas constan-
tes caracterizam três subfamílias de limaçons, que exemplificaremos a seguir:
a) a = b (cardióide)
Exemplo: r = 4 + 4 cos θ
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
⇒
5.1 Rosáceas
A família das rosáceas tem equação geral r = a.cos(nθ ) ou r = a.sen(nθ ), onde
a é uma constante real positiva e n é um número natural maior do que 1, pois para
n = 1 temos um caso de circunferência já analisado.
O número de pétalas de uma rosácea depende do valor de n, pois:
Para n par, a rosácea terá 2n pétalas.
Para n ímpar, a rosácea tem n pétalas.
Exemplo: r = 4.cos 2 θ .
0i
Ai
r= f( 0 )
0 e
n n
1
A ≅ ∑ Ai =
i =1
∑ 2 . f (θ )
i =1
i
2
.∆θ i .
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, um novo Horizonte; Vol I; Trad. Cyro de Carvalho
Parrara e Márcia Tamanaha. 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
ÁVILA, Geraldo; Cálculo. Vol. I; 6ª Ed.; LTC; 1995.
GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um Curso de Cálculo; Vol. I; 5ª Ed. ; LTC. 2001.
STEWART, James; Cálculo. Vol. I; São Paulo; Pioneira; 2002 .
THOMAS, George. Cálculo, Vol. I; Pearson; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. I; 3ª Ed. ; Har-
bra; São Paulo. 1995.
Capítulo 7
Sequências e séries
101
Cálculo Diferencial e Integral II
Objetivos
l Definir seqüências
l Estudar a convergência de seqüências
l Definir séries infinitas
l Estudar a convergência de séries infinitas.
1. Apresentação
Nesta unidade sete definiremos seqüências numéricas, onde estuda-remos
convergência com propriedades e critérios de convergência. Também
trabalharemos com séries infinitas, analisando suas diversas formas e
critérios de convergência.
2. Sequências
Podemos definir informalmente uma seqüência como uma lista ordenada
de coisas, tais como, as letras do alfabeto, os meses do ano ou os dias da
semana. Neste capítulo iremos estudar sequências numéricas infinitas, ou
seja, seqüências cujos elementos são números reais.
Uma seqüência é definida como uma função cujo domínio é o conjunto
dos naturais sem o zero, ou seja, N * = { 1 , 2 , 3 , .... , n, .. . }, e cuja imagem
é constituída por números reais a n = f( n ) . Representamos uma seqüência
por { f( n ) } ou { a n } .
Exempos de seqüências:
1 1 1 1
{an} = { } = 1, , ,..., , . .. .
n 2 3 n
n 1 2 3 4 n
{bn} = { } = , , , ....., ,...
n +1 2 3 4 5 n +1
{ c n } = { n 2 } = 1 , 4 , 9 , 16 , 25 , . . . , n 2 , . . .
102
Luciano Moura Cavalcante
3. Convergência
Uma seqüência { a n } é dita convergente para um número L se, para todo
número positivo ε existe um número inteiro positivo N tal que, para todo n
> N temos que | a n - L | < ε .
Esse número L deve ser único, e se ele não existir, dizemos que a se-
qüência é divergente.
Essa definição de convergência é equivalente à definição de limites no
infinito, e isso nos permite dizer que se { a n } é uma seqüência convergente
para L , então lim a = L .
n
n"3
1 1
•• Se = 0 , então toda sequencia da forma { a n } con-
lim n
n"3 lim 1
verge para 1 , pois n " 3 a n = a 0 = 1 .
lim
•• A seqüência { n } diverge pois n " 3 n = ∞ .
n −1
•• A seqüência { (−1) n +1 ( ) } é também divergente, pois
n
lim n +1 n − 1 lim n +1 1
n " 3 (−1) ( n ) = n " 3 (−1) (1 − n ) .
1
Esse limite não existe, pois quando n tende para ∞ , tende para 0 e
n
(−1) n +1 faz com que o sinal da seqüência fique alternando em 1 e – 1 .
4. Propriedades da convergência
Sejam { a n } e { b n } duas seqüências tais que a primeira converge para A e
a segunda para B , e k uma constante real .
1. Se { c n } é uma seqüência tal que c n = a n + b n , então { c n }
converge para A + B , pois lim c = lim ( a + b ) =
n"3 n n"3 n n
lim a + lim b = A + B .
n"3 n n"3 n
103
Cálculo Diferencial e Integral II
lim a - lim b = A - B .
n"3 n n"3 n
= lim a + lim b = A. B
n"3 n n"3 n
an a
6. Se c n = , então a seqüência { c n } = { n } converge
bn bn
para
A
, pois lim c = lim a n = A , se B ≠ 0.
B n"3 n n " 3 bn B
5. Séries Infinitas
Para definir as séries infinitas tomemos uma seqüência { a n }, e a partir
dela vamos tomar uma nova seqüência { S n } somando os sucessivos
elementos de { a n }, de modo que :
S1 = a1
S2 = a1 + a2
S3 = a1 + a2 + a3
S4 = a1 + a2 + a3 + a4
.
.
.
S n = a 1 + a 2 + a 3 + a 4 + .... + a n + .....
104
Luciano Moura Cavalcante
1 1 1 1
Tomemos como exemplo a seqüência { a n } = 1 , , , , ... , n −1
2 4 8 2
1 1 1 1 ∞
1
..... { S n } = 1 + + + + ... + n −1 + ..... =
2 4 8 2
∑2
n =1
n −1
S1 = 1 = 2 - 1
1 3 1
S2 = 1 + = = 2 -
2 2 2
1 1 3 1 7 1
S3 = 1+ + = + = = 2 -
2 4 2 4 4 4
1 1 1 7 1 15 1
S4 = 1+ + + = + = = 2 -
2 4 8 4 8 8 8
.
.
.
1 1 1
S n = S n-1 + S n = 2 - n−2
+ n −1
= 2 - .
2 2 2 n −1
1
Fazendo n → ∞ , temos que → 0 , o que implica que { S n } → 2 .
2 n −1
De modo geral, podemos afirmar que para uma série { S n }, se a se-
qüência de suas somas parciais tem um limite S quando n → ∞ , então a
série também converge para o mesmo S.
105
Cálculo Diferencial e Integral II
3 3 3 3
Vejamos se a série { S n } = + + + .... + + ...
10 100 1000 10n
converge.
3 1 1
Então S n = = . Portanto, a série converge para S = .
9 3 3
6. Séries Geométricas
Uma série é geométrica quando cada termo é obtido a partir de seu termo
precedente multiplicando-se pelo mesmo número r.
A forma geral de uma série geométrica é:
∞
{ S n } = a + a. r + a. r 2 + a. r 3 + .... + a. r n-1 = ∑ a.r
n =1
n −1
S n = a + a. r + a. r 2 + a. r 3 + .... + a. r n-1 e
r. S n = a. r + a. r 2 + a. r 3 + a. r 4 + .... + a. r n.
Exemplo 1:
∞
2
Verifique se a série { S n } = ∑ (π )
n =1
n
converge.
2 2 2 2 2 2 2
Sn = + . + .( ) 2 + ..... + .( ) n – 1 + .... é
π π π π π π π
2 2
uma série geométrica com a = e r = < 1 , logo ela converge para
π π
2 2
a 2
S = = π = π = .
1− r 2 π − 2 π − 2
1−
π π
Exemplo 2:
Expresse a dízima periódica 5,232323.... como a razão de dois
números inteiros.
23 23 23
5,232323.... = 5 + + 2 + + .... =
100 100 1003
23 1 1 1
= 5 + ( 1 + + + + ... )
100 100 100 2
100 3
Assim, a série que aparece na sua composição é geométrica com
1
a =1 e r = <1
100
23 1 23 1 23 518
Então, 5,232323.... = 5 + . =5+ . =5+ = .
100 1 100 0,9 99 9
1−
100
107
Cálculo Diferencial e Integral II
7. Propriedades da convergência
8. Testes de convergência
A grande dificuldade no estudo das séries infinitas é verificar se uma
determinada série é convergente ou divergente. Apresentamos agora alguns
testes que nos permitem dizer com segurança se uma série converge, mas
não determinam o valor de S para o qual a série converge.
Exemplo:
∞
1
Use o teste da integral para mostrar que a série ∑n p
diverge se
p ≤ 1 e converge se p > 1 . n =1
Solução:
1 lim b
Tomemos a função f(x) =
x p
, de modo que
b "3 ∫ 1
f ( x)dx =
b 1 b lim x
− p +1
lim b1− p − 1
dx = b lim
b
lim
∫ ∫
−p
"3 x dx = b " 3 =
b " 3 1− p
.
b"3 1 x p 1 − p +1 1
Exemplo:
∞
2n + 1
Aplique o teste da razão para verificar que a série ∑
n =1 3n
converge.
Solução:
2 n +1 + 1
a n +1 3 n +1 2.2 n + 1 3n 1 2.2 n + 1
= = . = . .
an 2n + 1 3.3 n 2n + 1 3 2 n + 1n
Dividindo numerador e denominador por 2 , temos que
3n
109
Cálculo Diferencial e Integral II
n
1 2.2 + 1 1
2+ n
a n +1 2n a n +1 1 2 .
= 3 . ⇒ = .
an n
2 +1 an 3 1
1+ n
2n 2
1 a n +1 2
Quando n → ∞ , então → 0 , logo → < 1 , portanto
a série converge. 2 n
an 3
Esse resultado mostra apenas que a série em questão converge, mas
não dá o valor de convergência da série. Para verificar o valor de convergên-
cia da série, façamos:
∞
2n + 1 ∞
2n 1 ∞
2 ∞
1
∑
n =1 3n
= ∑ ( n + n) =
n =1 3 3
∑ ( 3)
n =1
n
+ ∑ ( 3)
n =1
n
.
2
Essas duas séries são do tipo geométrica, a primeira com a = r = ,
3
e a segunda com a = r = 1 .
3
2 2 1 1
n
∞
2 +1 3 3 1 5
Portanto, ∑ = + = 3 + 3 = 2 + = .
3 n
2 1 1 2 2 2
n =1
1− 1−
3 3 3 3
Síntese do Capítulo
Estudamos nesse capítulo as sequencias e as séries infinitas, onde analisa-
mos propriedades de convergência para as sequências, fizemos um estudo
das séries geométricas e apresentamos o teste da integral e o teste da razão
como critérios para determinar a convergência de séries infinitas.
110
Luciano Moura Cavalcante
Atividades de avaliação
1. Encontre os cinco primeiros termos da seqüência cujo termo geral é
n −1
a) a n =
n
1
b) a n =
n!
2n
c) a n =
2 n +1
n
1
d) a n = −
2
2. Encontre o termo geral das sequencias :
a) 1 , - 1 , 1 , - 1 , .....
b) 0 , 3 , 8 , 15 , 24 , ....
c) 1 , 3 , 5 , 7 , 9 , ....
d) 2 , 6 , 10 , 14 , 18 , ....
1 1 1
e) 1 , , , , ....
2 6 24
1 2 3 4
f) 0 , - , ,- , , ....
2 3 4 5
3. Verifique quais das seqüências convergem ou divergem. Em caso de con-
vergir, determine o limite da seqüência:
a) a n = 3 + (0,1) n
(−1) n +1
b) a n =
2n − 1
1 + 2n
c) a n =
1 − 2n
n
d) a n =
2n
111
Cálculo Diferencial e Integral II
(−2) n
e) a n =
n!
n2
f) a n =
3n − 5
4. Escreva os primeiros quatro termos da série:
∞
(−1) n
a) ∑
n =0 2
n
∞
3
b) ∑5
n =1
n
∞
3 2
c) ∑ 2
n =0
n
+
3n
∞
n
d) ∑ 10
n =1
n
∞
3
b) ∑4
n =1
n
∞
3n − 1
c) ∑
n =1 9
n
∞
d) ∑
n =1
2n
6. Expresse cada uma das dízimas, como uma razão de dois inteiros:
a) 0,45454545....
b) 36,418418418....
c) 3,47474747 ...
d) 2,354444444 ...
112
Luciano Moura Cavalcante
7. Use o teste da integral para verificar quais das seguintes séries convergem:
∞
3
a) ∑n+2
n =1
∞
ln n
b) ∑
n =2 n
∞
en
c) ∑
n =1 3 + e
n
∞
1
d) ∑
n =1 n .( 1 + n )
∞
n2
a) ∑
n =1 2
n
∞
n!
b) ∑e
n =1
n
∞
n.ln n
c) ∑
n =1 3n
∞
n2
d) ∑
n =1 4
n
Referências
ANTON, Howard. Cálculo, um novo Horizonte; Vol II; Trad. Cyro de Carva-
lho Parrara e Márcia Tamanaha; 6ª Ed. Porto Alegre; Bookman. 2000.
STEWART, James. Cálculo; Vol. II; São Paulo; Pioneira; 2002.
THOMAS, George. Cálculo, Vol. II; Pearson ; São Paulo; 2003.
LEITHOLD, Louis. O Cálculo com Geometria Analítica; Vol. II; 3ª Ed.; Har-
bra; São Paulo. 1995.
113
Cálculo Diferencial e Integral II
Sobre o autor
Luciano Moura Cavalcante: Possui graduação em Bacharelado em Matemática
pela Universidade Federal do Ceará (1975) e especialização em Matemática
pela Universidade Federal do Ceará (1977). Atualmente é professor adjunto da
Universidade Estadual do Ceará e Coordenador do Curso de Licenciatura em
Matemática, atuando principalmente no seguinte tema: matemática.
A não ser que indicado ao contrário a obra Cálculo Diferencial e Integral II, disponível em: http://educapes.capes.
gov.br, está licenciada com uma licença Creative Commons Atribuição-Compartilha Igual 4.0 Internacional
(CC BY-SA 4.0). Mais informações em: <http://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.pt_BR. Qualquer
parte ou a totalidade do conteúdo desta publicação pode ser reproduzida ou compartilhada. Obra sem fins lucrati-
vos e com distribuição gratuita. O conteúdo do livro publicado é de inteira responsabilidade de seus autores, não
representando a posição oficial da EdUECE.
Química
F
iel a sua missão de interiorizar o ensino superior no estado Ceará, a UECE,
como uma instituição que participa do Sistema Universidade Aberta do
12
História
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia