TCC para Facu
TCC para Facu
TCC para Facu
Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde
Marcela Abreu-Rodrigues
Universidade de Brasília
Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
Agradecimentos
À minha querida orientadora, Profa. Dra. Eliane Maria Fleury Seidl pela competência e
rigor com que orientou este trabalho. Pela sua confiança em mim durante todas as etapas da
elaboração da tese e pela compreensão e carinho durante momentos de dificuldades pessoais
atravessados nesse período.
Aos meus pais por me apoiarem em todas as minhas decisões e por estarem sempre ao
meu lado, por serem excelentes modelos de responsabilidade, amor e dedicação. Obrigada por
serem pais e avós maravilhosos. Sem vocês, não conseguiria!
Ao meu filho Gabriel por ser o maior estímulo para que eu seja uma pessoa melhor a
cada dia! Por me proporcionar momentos inesquecíveis de felicidade e orgulho. A sua
compreensão e seu amor foram fundamentais para dar continuidade a esse trabalho. Amo ser
sua mãe!
Ao meu marido, companheiro e melhor amigo Raul pelo seu amor, carinho e
companheirismo! Você é meu príncipe encantado! Te amo infinitamente!
Ao meu irmão Manoel, à minha cunhada Lilian e ao meu querido afilhado Theo e
sobrinho Noah pelo amor e carinho com que sempre tiveram comigo! A torcida e o apoio de
vocês foram fundamentais!
Ao meu sogro Francisco e à sua esposa Maria Clara, minha querida sogra Bia e
cunhados Fred e Lulu pelo acolhimento, amor e carinho durante essa jornada. Tenho muito
orgulho de fazer parte dessa família.
A todos da Gastrocirurgia de Brasília pela oportunidade de trabalhar com uma equipe
tão integrada e séria. Dr Orlando Faria e Dra Silvia Leite Faria, serei eternamente grata pela
confiança depositada em meu trabalho como profissional e pesquisadora e pelo carinho que
sempre tiveram comigo!
Às minhas companheiras e grandes amigas Marina Kohlsdorf e Juciléia Souza. Tenho
muita admiração e carinho por vocês, muito obrigada por fazerem parte da minha vida!
Aos professores Aderson Costa, Kênia Mara Baiocchi de Carvalho e Lilian Borges
pelas valiosas contribuições na banca de qualificação desse trabalho.
Aos professores membros da banca de defesa: Dr Carlos Augusto Teixeira da Cruz,
Kênia Mara Baiocchi, Lilian Borges, Aderson Costa Junior e Janaina Barletta, por terem aceito
o meu convite e contribuírem com esse trabalho.
Aos colegas e professores da Universidade Paulista, em especial às professoras Maria
do Rosário Varella e Simone Garcia pelo apoio e pela compreensão de sempre.
vii
À minha avó, meus tios, primos e amigos que fazem parte da minha vida. O carinho
recebido por vocês durante os momentos mais difíceis foi fundamental para dar continuidade a
esse trabalho! Me sinto muito amada!
À Dra Vera Lúcia Favilla, ao Dr. Sergio Sampaio e à Priscila Acioli Lima por cuidarem
tão bem da minha saúde durante esses anos.
À CAPES pelo apoio financeiro.
viii
RESUMO
A obesidade acomete cerca de 12% da população mundial, sendo uma das principais causas de
internações e problemas de saúde em países desenvolvidos e no Brasil. Pesquisas na área têm
concentrado esforços para promover perda e posterior manutenção do peso dos pacientes
acometidos, sendo a cirurgia bariátrica um tratamento muito usado na atualidade. Entretanto,
sabe-se que a possibilidade de reganho de peso atinge cerca de 30% dos pacientes operados. O
apoio social tem sido diretamente relacionado com a diminuição da morbimortalidade ao
promover melhora da adesão ao tratamento dos pacientes acometidos por doenças crônicas. O
presente estudo, com delineamento quase experimental, com grupos experimental e controle,
teve como objetivo geral: implementar procedimento de intervenção e investigar seus efeitos
para o desenvolvimento do apoio social de cuidadores de pacientes bariátricos com reganho de
peso, com vistas à adesão ao tratamento e perda do excesso de peso. Os objetivos específicos
foram: identificar as características do suporte social de pacientes bariátricos antes e após a
intervenção, em integrantes do grupo experimental (GE) e do grupo controle (GC); elaborar e
implementar procedimento de intervenção com uso de técnicas comportamentais para pessoas
da rede de apoio de pacientes bariátricos,visando à adequação do suporte social disponibilizado;
verificar a adesão de cuidadores a comportamentos de suporte social compatíveis com as
necessidades dos pacientes do grupo experimental; comparar as diferenças entre as variáveis
peso e apoio social no grupo experimental e no grupo controle logo após (Momento 2 - M2) e
um mês (Momento 3 - M3) depois da intervenção. Participaram do estudo seis pacientes adultos
com mais de 18 meses de operados sendo um homem e cinco mulheres. A intervenção foi
realizada em três cuidadores do GE, pré-selecionados pelos pacientes e consistiu em cinco
sessões individuais, uma por semana, com duração de 90 minutos cada. O comportamento dos
cuidadores foi avaliado pelo número de respostas autorrelatadas de fornecimento de apoio social
em relação a quatro categorias comportamentais (alimentação, uso de suplementação, prática de
atividade física e controle do estresse). Foram utilizados questionários sociodemográficos e da
situação clínica, construídos para o estudo, e a Escala de Suporte Social, esta respondida apenas
pelos pacientes. A análise de dados incluiu técnicas estatísticas descritivas e inferenciais. Os
resultados revelaram que na linha de base todos os pacientes relataram níveis baixos de apoio
social (M=2,3 no GE; M=2,5 no GC). Ao final da intervenção, em geral, os três cuidadores
apresentaram melhora na frequência de respostas de apoio social nas categorias
comportamentais trabalhadas. Para os participantes do GE houve aumento significativo dos
escores médios do apoio social, se comparados aos resultados da linha de base com os
momentos 2 (p ≤0,05) e 3 (p ≤0,05), o que não ocorreu com o GC. Quanto aos pesos médios,
houve uma perda de peso para pessoas do GE entre a LB e o M3 (- 3,97 kg), alcançando
diferença estatística significativa (p≤0,05), sendo que no grupo controle houve aumento do peso
médio no mesmo intervalo de tempo (+1,17kg). Os resultados indicaram a pertinência da
aplicação da intervenção comportamental, dos instrumentos e das técnicas utilizadas tendo em
vista os objetivos do estudo. O reduzido número de participantes e o intervalo curto da fase de
seguimento levam à necessidade de parcimônia quanto à generalização dos resultados desse
trabalho. Os resultados do estudo, no entanto, têm implicações práticas e científicas relevantes,
podendo ser aplicadas na área de obesidade e cirurgia bariátrica.
ABSTRACT
Obesity affects about 12% of the world population, being one of the major causes of
hospitalizations and health problems in developed countries and in Brazil. Research in the area
has focused efforts to promote weight loss and maintenance among patients, being the bariatric
surgery one the most effective treatments nowdays. However, it is known that the possibility of
weight regain reaches about 30 % of the patients. Social support has been directly associated
with decreased mortality since it improves treatment adherence of patients affected by chronic
diseases.The present quasi-experimental design study, with experimental and control groups,
had as its overall aim: to implement intervention procedures and investigate their effects on the
development of social support for caregivers of bariatric patients with weight regain, aiming at
treatment adherence and loss of excess weight. Specifically, the study aims to identify the
characteristics of social support among bariatric patients, members of the experimental (EG)
and control (CG) group, before and after the intervention; develop and implement an
intervention procedure using behavioral techniques among bariatric patients’ social network,
aiming at adapting the technique to the available social support; check caregivers’ adherence to
social support behaviors consistent with the patients needs in the EG; compare the differences
between weight loss and social support variables between experiment and control group
immediately ( Moment 2 - M2 ) and one month (Moment 3 - M3 ) after the intervention . The
participants were six adult patients with more than 18 months of surgery, being one man and
five women. The intervention was conducted in three caregivers (GE), pre selected by patients
and consisted of five 90 minute individual sessions. The behavior of caregivers was assessed by
the number of self-reported responses related social support in four behavioral categories (eating
behaviors, supplement use, physical activity, and stress management).Sociodemographic and
clinical situation were constructed for the study, and a Social Support Scale was used and
answered only by patients. Data analysis included individual and group descriptive and
inferential statistical techniques. The results revealed that at baseline, all patients reported low
levels of social support (M = 2.3 in EG; M = 2.5 in CG). At the end of the intervention, in
general, the three caregivers showed improvement in the frequency social support responses in
the four behavioral categories. For participants of GE there was a significant increase of social
support mean scores between baseline, Moment 2 (p ≤ 0.05) and 3 (p ≤ 0.05), which did not
occur with GC patients. As for the average weight loss for people in the EG between the LB and
M3 (- 3.97 kg), achieving a statistically significant difference (p ≤ 0.05), whereas in the control
group there was an increase in the average weight (+1.17 kg).The results indicated the
appropriateness of the application of behavioral intervention, the instruments and techniques
responding aim of the study. The small number of participants, the short interval follow-up
phase, leads to the need for parsimony in the generalization of data from this work. The study
results have practical and scientific implications and can be applied in the field of obesity and
bariatric surgery.
Key words: obesity, bariatric surgery, social support, caregiver, behavioral intervention
x
SUMÁRIO
Dedicatória v
Agradecimentos vi
Resumo viii
Abstract ix
Apresentação 1
Capítulo 3 – Método 25
3.1 Participantes 25
3.2 Procedimentos 26
3.2.1 Local de coleta de dados 26
3.2.2 Instrumentos e materiais 26
3.2.3 Coleta de dados 28
3.2.3.1 Linha de Base com o paciente (GC e GE) 28
3.2.3.2 A intervenção com GE com cuidadores 29
3.2.3.3 (Momentos 2 e 3) 30
3.3 Análise de dados 31
Capítulo 4 – Resultados 32
4.1 Caracterização sociodemográfica e clínica dos pacientes 32
4.2 Caracterização sociodemográfica dos cuidadores 32
4.3 Linha de Base 34
4.3.1 Preocupação com o reganho de peso e adesão: visão do paciente 34
4.3.2 Preocupação com o reganho e adesão: visão do cuidador 35
4.3.3 Avaliação do suporte social na Linha de Base 37
4.4 Intervenção 38
4.4.1 Cuidador 1 38
4.4.1.1 Primeira sessão 38
4.4.1.2 Sessão 2 39
4.4.1.3 Sessões 3, 4 e 5 41
4.4.2 Cuidador 2 43
4.4.2.1 Primeira sessão 43
xi
4.4.2.2 Sessão 2 44
4.4.2.3 Sessões 3, 4 e 5 45
4.4.3 Cuidador 3 47
4.4.3.1 Primeira sessão 47
4.4.3.2 Sessão 2 48
4.4.3.3 Sessões 3, 4 e 5 49
4.5 Comparação do suporte social e do peso: linha de base, M2 e M3 52
Capítulo 5 – Discussão 57
5.1 Mudanças ocorridas no fornecimento de apoio social 57
5.2 Contribuições e limitações da pesquisa 61
Referências 65
Anexos 71
LISTA DE FIGURAS
.
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 7 - Escores da Escala de Suporte Social dos seis pacientes e escores médios do 37
GC e do GE
Tabela 8 - Teste t com amostras pareadas dos escores médios da Escala de Suporte 54
Social dos Grupos Experimental e Controle
Tabela 9 - Médias dos escores totais da Escala de Suporte social nos três momentos: 55
linha de Base (LB), Momento 2 (M2) e Momento 3 (M3) (N = 6)
Tabela 10 - Teste t pareado dos pesos médios (em kg) dos Grupos Experimental e 56
Controle, na Linha de Base e Momentos 2 e 3
1
Apresentação
A obesidade foi responsável, de forma indireta, pela morte, no ano de 2011, de cerca de 300
mil pessoas nos Estados Unidos e 100 mil pessoas no Brasil. Desde então, os avanços tecnológicos e
científicos direcionados ao atendimento dessa população fizeram com que estudiosos e profissionais
de saúde desenvolvessem pesquisas e intervenções com o objetivo de garantir uma melhora no
prognóstico e na qualidade de vida dessas pessoas.
Hoje, a obesidade é considerada epidêmica em vários países, sendo apontada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2012) como um dos dez principais problemas de saúde
pública do mundo. Segundo o Relatório Estatísticas Mundiais de Saúde 2011 (OMS, 2012), a
obesidade é causa de morte de cerca de 2,8 milhões de pessoas por ano, sendo que atualmente12% da
população mundial é considerada obesa. Os dados revelam ainda que, nos Estados Unidos, 26% dos
adultos são obesos, sendo a região com maior incidência do problema. No extremo oposto está o
sudeste asiático, com apenas 3% de obesos. Baseado em dados de 194 países, o Departamento de
Estatísticas da OMS afirma que em todas as regiões do mundo a obesidade duplicou entre 1980 e
2008. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de pessoas acima do peso
avançou de 42,7% em 2006, para 48,5% em 2011. No mesmo período o percentual de obesos subiu
de 11,4% para 15,8% (Vigitel, 2013).
Por ser considerada uma condição médica crônica de etiologia multifatorial, o seu tratamento
envolve vários tipos de abordagens (Segal & Fandiño, 2002). Nessa perspectiva, intervenções como
a prescrição de dietas de baixa caloria, programas de exercícios físicos, tratamento farmacológico e
acompanhamento psicológico tendem a favorecer a perda de peso (Fichter & Leibbrand, 2002).
Essa realidade coloca de forma contundente a necessidade de uma abordagem
interdisciplinar na atenção e cuidados aos pacientes obesos, valorizando aspectos físicos,
psicológicos e sociais das pessoas acometidas. Entretanto, a eficácia de tais intervenções tem se
mostrado limitada no que se refere à manutenção da perda de peso a longo prazo em pacientes com
obesidade severa (Ades & Kerbauy, 2002), fato que justificou o aparecimento da cirurgia bariátrica
como a tecnologia padrão ouro no tratamento da obesidade mórbida, nos últimos 30 anos. Assim,
nesse cenário, profissionais de saúde passaram a buscar não somente a sobrevivência de pacientes
egressos dessa modalidade de cirurgia mas a melhora de sua qualidade de vida e a manutenção do
peso adequado.
Atuando na área de obesidade há cerca de seis anos como psicóloga, a pesquisadora faz parte
de uma equipe multiprofissional, incluindo cirurgiões, nutricionistas, fisioterapeutas e
endocrinologista, que realizam acompanhamento sistemático pré e pós operatório da cirurgia
bariátrica. No pré-operatório o paciente é avaliado quanto à indicação da cirurgia e é envolvido em
um processo de mudança de estilo de vida. Nesta fase, os pacientes devem ser conscientizados dos
custos e benefícios da operação e da necessidade de continuidade do tratamento no pós-operatório.
2
Após a cirurgia, os pacientes são acompanhados por pelo menos dois anos para o monitoramento da
sua perda de peso e manejo de possíveis intercorrências.
Os resultados da cirurgia bariátrica compreendem a redução de peso massiva associada à
remissão ou melhora das principais comorbidades, além de efeitos positivos no humor e na qualidade
de vida. No entanto, essa técnica isoladamente tem mostrado limitações no que se refere à
manutenção da redução de peso: estudos revelam que após dois anos da cirurgia bariátrica entre 7 a
50% dos pacientes operados apresentam reganho de peso e, consequentemente, se defrontam com
prejuízos nas condições de saúde e na qualidade de vida (Herpertz, Kielmann, Wolf, Heberbrand, &
Senf, 2003). Nos últimos anos, pesquisas passaram a investigar variáveis biopsicossociais que podem
influenciar a eficácia dessa cirurgia a longo prazo (Franques & Arenales-Loli, 2006), como a adesão
ao tratamento na fase pós cirúrgica e o suporte social percebido. Tais variáveis têm sido estudadas no
contexto multifatorial do tratamento de diversas doenças crônicas, incluindo as cardiovasculares
(Abreu-Rodrigues & Seidl, 2009), diabetes (Fleury, 2006), HIV/aids (Seidl & Tróccoli, 2006) e
obesidade (Ades & Kerbauy, 2002).
Assim, a presente pesquisa teve como propósito desenvolver um procedimento de
intervenção com base na teoria comportamental para pessoas que se constituem em apoio social de
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, em situação de reganho de peso, visando a disponibilidade
de suporte social compatível com as necessidades da pessoa após a cirurgia. Pretendeu ainda
verificar os efeitos dessa intervenção na adesão ao tratamento e na perda de peso de pacientes com
reganho de peso após a cirurgia bariátrica.
Esse trabalho é composto por seis capítulos. O primeiro capítulo apresenta o referencial
teórico que trata do tema da obesidade, os fatores que contribuem para seu surgimento e sua
manutenção, formas de tratamento incluindo a cirurgia bariátrica, o reganho de peso, a adesão ao
tratamento e o apoio social no contexto da cirurgia bariátrica, bem como a intervenção em apoio
social e contribuições da Análise do Comportamento para o desenvolvimento de apoio social. No
Capítulo 2 estão apresentados os objetivos e no Capítulo 3, o método da pesquisa. O Capítulo 4
descreve os resultados obtidos e o Capítulo 5 se refere à discussão. No Capítulo 6 estão as
considerações finais da tese.
3
Capítulo 1
Revisão da literatura
Tabela 1
Classificação do estado nutricional em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC)
IMC Classificação Denominações usuais
Abaixo de 18,5 Abaixo do peso
18,5 - 24,9 Peso normal
25,0 - 29,9 Sobrepeso
30,0 - 34,9 Obesidade Grau I Obesidade leve
35,0 - 39,9 Obesidade Grau II Obesidade moderada
40,0 e acima Obesidade grave ou mórbida
Obesidade Grau III
IMC acima 50,0: Superobeso
Dados recentes da OMS (2012) indicam que, além dos efeitos sobre as taxas de mortalidade,
a obesidade contribui para o crescimento de doenças graves como a diabetes tipo II, hipertensão
arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, que, por sua vez, representam dois terços das mortes no
mundo (ABESO, 2012). Entre outras comorbidades encontram-se os distúrbios reprodutivos em
mulheres, alguns tipos de câncer, problemas respiratórios, ao lado de alterações psicológicas como a
depressão e comportamentos de evitação social, que corroboram para o afastamento do convívio
social, e, consequentemente, geram prejuízos à qualidade de vida (Ades & Kerbauy, 2002; Keher,
Souza, Vágula, Fiorese, Nardo Júnior, & Pereira, 2007). Diante desse cenário, pelos danos causados
à saúde e pelas proporções epidêmicas atingidas, a obesidade é considerada atualmente um dos
principais problemas de saúde pública do mundo.
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, (2010) revelaram
que 14,8% da população adulta brasileira estava obesa, com prevalência mais elevada na faixa etária
entre 55 e 64 anos (21,3%) e em mulheres (16,9%). Dados de 2010 (VIGITEL, 2013) mostraram um
aumento na prevalência, atingindo 15,8% da população brasileira: 15,6% de homens e 16% de
mulheres, indicando uma tendência de elevação dos casos de obesidade no país. Ressalta-se que
além dos fatores demográficos como sexo, idade, escolaridade e renda, outros fatores como
hereditariedade, genética, aspectos psicológicos e socioculturais também estão envolvidos na
etiologia da obesidade, o que a caracteriza como uma doença multifatorial.
O "ser gordo" na sociedade atual é veiculado pela mídia, na maior parte das vezes, como
uma condição não relacionada à boa saúde. O ideal é o corpo magro, sem que sejam levadas em
conta diferenças genéticas. O ser gordo pode também significar, culturalmente, falta de controle de
impulsos e preguiça. Com a difusão dessas representações, é evidente que o sobrepeso pode ser um
fator de sofrimento para aqueles que não possuem um corpo perfeito (Ades & Kerbauy, 2002). Em
suma, constata-se que há um forte preconceito na sociedade contra pessoas obesas, sendo que estas
são, em geral, responsabilizadas por sua condição. Alguns psicólogos sustentam que a discriminação
5
contra pessoas obesas é ainda maior do que a discriminação de raça e de gênero, e que ela afeta de
forma relevante aspectos da esfera do trabalho, incluindo contratações, promoções e salários
(Marchesini, 2010).
presença de transtornos alimentares e depressão sob controle não são fatores proibitivos para a
cirurgia, podendo esses pacientes apresentar melhora no quadro psiquiátrico após o tratamento
cirúrgico (Herpertz et al., 2003).
As técnicas cirúrgicas podem ser realizadas por laparotomia (cirurgia aberta) ou por
videolaparoscopia e são classificadas segundo o mecanismo de ação, podendo ser restritivas e mistas.
As cirurgias restritivas são aquelas que reduzem a capacidade do estômago, promovendo a sensação
de saciedade com quantidade menor de alimento. As mais comuns são: bandagem gástrica ajustável,
gastroplastia vertical com bandagem (GVB) e gastroplastia vertical (Slevee). As cirurgias mistas
combinam a redução do estômago com disabsorção intestinal por meio de desvio da passagem do
alimento de uma parte do intestino delgado. A técnica mista mais conhecida é a derivação
gastrojejunal em Y-de-Roux. Por fim existem técnicas desabsortivas que restrigem a absorção de
nutrientes: a derivação biliopancreática com gastrectomia distal, denominada cirurgia de Scopinaro
(Silva, 2012).
A técnica mais realizada no Brasil e no mundo é a gastroplastia redutora em Y de Roux
(GRYR). Essa técnica tem um componente restritivo e disabsortivo (Figura 1), sendo realizada a
partir da secção do estômago, que passa a ter um volume de aproximadamente 30 ml juntamente com
um desvio intestinal que proporciona uma diminuição da absorção dos alimentos (Franques &
Areneles-Loli, 2006). Além das modificações físicas da GRYR, caracterizadas pela restrição da
capacidade gástrica e redução da área absortiva, ocorrem alterações metabólicas decorrentes de
adaptações hormonais pós-cirúrgicas que também determinam os resultados do tratamento
(Buchwald & Oien, 2013).
Uma cirurgia desse porte tende a promover a perda de peso superior a qualquer método não
operatório (cerca de 61% do excesso de peso) e oferece boas chances de remissão completa das
principais comorbidades, com possíveis repercussões positivas na esfera psicossocial: melhora da
percepção de qualidade de vida, da interação social, da mobilidade e da autoestima
(AACE/TOS/ASMBS, 2008; Straub, 2014). Os resultados da cirurgia bariátrica, além da perda
ponderal massiva, compreendem a melhora do perfil metabólico e a remissão de comorbidades pré-
operatórias e de condições psicopatológicas prévias (Buchwald & Oien, 2013). Consequentemente,
esses benefícios resultam na melhora da qualidade de vida dos pacientes submetidos à cirurgia
(Ferreira, Santos, Raimundo, Pegacho, & Carvalho, 2013; Herpertz et al., 2003). Essas vantagens
potenciais levam os candidatos à cirurgia a encará-la como uma “tábua de salvação”, depositando no
cirurgião e nesse procedimento todas as esperanças e expectativas.
9
apresentam um valor calórico superior a 150 kcal por porção, incluindo ingestão excessiva de
gorduras e açúcares; outro padrão é o do ”comedor de doces” que são indivíduos que consomem
doces ou líquidos com adição de açúcar que somam mais de 150 kcal por porção, três vezes ou mais
por semana. Tais comportamentos, de acordo com os autores, podem levar ao consumo calórico
excessivo, ocasionando, por sua vez, uma perda de peso insuficiente ou o reganho de peso. Nesse
contexto, considera-se que o tratamento pós-operatório do paciente bariátrico deve envolver
intervenções que incluem a adesão à alimentação saudável, o aumento da prática de atividade física e
o ajustamento psicossocial às necessidades da cirurgia (Kalarchian & Marcus, 2003).
como um elemento importante a ser considerado, uma vez que a pessoa obesa deve constantemente
tomar decisões sobre o seguimento das instruções médicas e nutricionais.
Observa-se, entretanto, na literatura sobre adesão a tratamento da obesidade a presença de
questionamentos sobre se esta deveria ser investigada como um construto geral, ou como uma cadeia
de comportamentos distintos de autocuidado, em virtude da complexidade das condutas requeridas
(Gusmão & Mion Jr., 2006). Nessa perspectiva, a adesão ao tratamento não é uma característica do
indivídu,o ou um traço de personalidade, mas um comportamento controlado por contingências
ambientais. Assim sendo, ao invés de caracterizar o indivíduo como aderente ou não, deve-se
analisar o contexto no qual o comportamento de adesão ocorre ou deixa de ocorrer (Malerbi &
Ferreira, 2014). Por exemplo, dentre os principais comportamentos de adesão solicitados ao paciente
com necessidade de perda de peso está: seguir um planejamento alimentar, ir às consultas
regularmente, manejar o estresse e realizar atividades físicas de modo regular.
A literatura tem apontado que é mais difícil obter adesão às recomendações para mudanças
de hábitos de vida, como dietas e prática regular de atividade física (Gusmão & Mion Jr., 2006).
Apesar dos benefícios claros da adesão a tais comportamentos, estudos demonstram que é difícil a
pessoa mudar seus hábitos e manter as mudanças. Indica-se que intervenções nutricionais e
psicológicas em longo prazo (dois anos em média) podem ser necessárias para produzir estabilidade
na perda de peso. Também tem sido destacado que dietas de baixo teor energético s ajudam na perda
de peso, porém, necessitam de cuidados e supervisão em longo prazo. Além disso, o apoio social, em
especial de membros da família nuclear, tem sido considerado um forte preditor de adesão (Miller,
Hill, Kottke, & Ockene, 1997). Malerbi e Ferreira (2014) afirmam que a qualidade das interações
familiares têm sido apontadas como uma das variáveis que afetam a adesão ao tratamento em
indivíduos que precisam modificar hábitos alimentares.
Por outro lado, verifica-se que a adesão ao tratamento parece deteriorar com o passar do
tempo, havendo necessidade de se considerar idiossincrasias em cada paciente ao longo de seu curso
de vida (Ferreira, 2001). Associada à dificuldade de adesão, observa-se que é frequente a ocorrência
de abandono do tratamento por pacientes com obesidade ou sobrepeso (Ades & Kerbauy, 2002). Os
autores afirmam que variáveis relacionadas à história pregressa do paciente, características da
atenção profissional oferecida, utilização de controle aversivo para que o paciente siga as prescrições
médicas e nutricionais e privação alimentar excessiva, estão relacionadas à evasão do paciente do
programa de tratamento.
O mesmo parece ocorrer com pacientes que apresentam reganho de peso após a cirurgia
bariátrica. Estudos revelam que a maioria dos pacientes com reganho de peso apresenta dificuldades
em aderir aos padrões de comportamentos necessários para o sucesso a longo prazo, pois abandonam
o tratamento (Marchesini, 2010). A autora, em uma pesquisa qualitativa, investigou que as
motivações que levam os indivíduos a procurar a cirurgia bariátrica são calcadas nas consequências
sociais, nos padrões estéticos e na busca pela melhora da saúde e da qualidade de vida. Entretanto,
14
muitos pacientes acreditam que tais consequências irão ocorrer independentemente de modificações
comportamentais, ou seja, que a cirurgia “magicamente” trará uma melhora desses aspectos. Ao se
deparar com as exigências comportamentais do procedimento cirúrgico ao lado do custo para se
obter as consequências desejadas , o paciente, muitas vezes, acaba por abandonar o tratamento,
passando a apresentar reganho de peso. Nesse contexto, além do desenvolvimento de estratégias de
intervenção para promoção e manutenção da adesão do paciente, o preparo para o atendimento de
cônjuges e familiares exige um espaço na formação de profissionais da área do tratamento cirúrgico
da obesidade, para que a prevenção das recaídas seja foco terapêutico.
Nessa perspectiva, observa-se que a literatura na área aponta a necessidade de considerar a
adesão como um conceito multidimensional no qual não são suficientes apenas descrições de ações
de seguimento da orientação médica. Devem-se estabelecer relações entre a variedade de exigências
ou instruções feitas ao paciente, suas ações de autocuidado, a rede de apoio social e as consequências
observadas a curto, médio e longo prazos, considerando-as no contexto histórico em que ocorrem
(Malerbi & Ferreira, 2014). Assim, é necessário considerar adesão não apenas como comportamento
de seguir instruções, mas também como comportamentos relacionados à estimativa do que pode ser
alcançado e a obtenção de resultados (Ferreira, 2001).
melhora da saúde do paciente coronariano. A presença de suporte social prevê uma melhor adesão a
comportamentos de saúde (prática de atividade física, alimentação saudável, redução de estresse),
promovendo, assim, a melhora da saúde e da qualidade de vida desses pacientes.
Recentemente, os estudos sobre suporte social focalizam dois aspectos em sua definição
conceitual: estruturais ou funcionais (Seidl & Tróccoli, 2006). Os autores classificam os aspectos
estruturais como os relacionados à presença ou ausência de apoio social, sendo que o aspecto a ser
valorizado é o número de pessoas que integra a rede social. O aspecto funcional diz respeito à
disponibilidade e à qualidade de apoio recebido, assim como ao nível de satisfação daquele que
recebe o apoio, em relação a situações e contextos estressores específicos. Um paciente pode receber
apoio de muitas pessoas que provêem suporte social em geral, mostra-se insatisfeito e sem ter apoio
em relação ao problema de saúde que o acomete, por exemplo.
Na área de saúde, o interesse pelo apoio social funcional tem sido relevante, tendo em vista a
ocorrência de agravos que demandam apoio específico. Duas categorias têm predominado na
literatura no que tange ao suporte funcional: instrumental e emocional (Seidl & Tróccolli, 2006;
Thoits, 1995). O suporte instrumental se refere à percepção e satisfação do indivíduo quanto à
disponibilidade de apoio para questões operacionais, relacionadas ao seu tratamento de saúde,
atividades práticas do cotidiano, ajuda material ou financeira. O apoio emocional está relacionado à
percepção e satisfação quanto à disponibilidade de escuta, atenção, informação, estima, companhia e
apoio emocional em relação à condição de saúde e tratamento.
No que se refere à obesidade, estudos afirmam que intervenções baseadas na participação
familiar, assim como na presença de uma pessoa que fornece suporte social, dentre outras variáveis,
facilitam a redução do peso e a manutenção do peso perdido (Koholokula et al., 2011). Esses autores
realizaram um estudo em que compararam dois programas de manutenção do peso: um de base
comportamental individual e outro programa em grupo que contava também com a participação de
familiares. As intervenções individuais eram de base comportamental e os grupos foram submetidos
a intervenção psicoeducativa referenciada nos princípios da Análise do Comportamento. Os
participantes da pesquisa (N=144) foram randomicamente designados a fazerem parte de uma das
duas modalidades de intervenção, após terem completado um programa de perda de peso por três
meses. Os resultados revelaram que aqueles que participaram do grupo com o envolvimento da
família obtiveram um percentual menor de reganho de peso (≤3%) do que aqueles que participaram
da intervenção individual.
Nesse mesmo contexto, Kierman et al. (2012) investigaram a relação entre percepção do
apoio social de amigos e familiares e a adesão a comportamentos de alimentação saudável, além de
prática de atividade física em mulheres com obesidade/sobrepeso. Para isso, foi aplicada, no início
do tratamento, uma escala de percepção de apoio social, validada para tal população, em 267
mulheres em tratamento de grupo específico para perda de peso. A maioria das mulheres (≥75%)
respondeu que “nunca” ou “raramente” tinha experienciado apoio de amigos ou familiares. Ressalta-
16
se que a perda de peso foi considerada aquela superior a 5% do excesso de peso, ao longo de seis
meses. As mulheres que “nunca” tiveram suporte social (45,7%) alcançaram uma perda de peso
menor no período de seis meses de tratamento. Por outro lado, dentre aquelas que relataram a
presença de suporte (≤ 25%) de um amigo ou familiar, 71,6% apresentaram perda de peso. Esse
estudo revelou a importância do papel do apoio de amigos e familiares na adesão a comportamentos
de saúde relacionados à perda de peso.
Autores afirmaram que dentre os pacientes que submeteram-se à cirurgia bariátrica, as
diferenças na perda de peso não puderam ser atribuídas a variiáveis relacionadas ao procedimento
cirúrgico, mas a fatores psicológicos e sociais. Corroborando esses achados, autores revelaram que
uma relação social apropriada é geralmente considerada essencial como forma de minimizar atritos e
alcançar bons resultados no período pós operatório (Campos et al., 2008; Livhits, Mercado,
Yermilov, Parikh, Dutson, Mehran, Ko, & Shekelle, 2009).
Com relação ao apoio social dentro do contexto de cirurgia bariátrica, Livhits et al. (2011)
realizaram um estudo de revisão que objetivou determinar os efeitos de grupos de apoio ou de outras
formas de apoio social no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Como resultado, os autores
encontraram 934 artigos que relacionavam cirurgia bariátrica e suas consequências e perda de peso,
sendo que desses somente dez estudos apontavam para a relação entre essa modalidade de perda e
apoio social. Dos dez estudos identificados, metade era sobre o impacto de grupos de apoio (onde o
paciente participava) na perda de peso pós-operatória; a outra metade relatava o papel de outras
fontes de apoio (percepção do apoio da família e número de pessoas na rede social) e sua relação
com perda de peso. Todos os estudos sobre grupos de apoio encontraram uma relação positiva
significativa (p≤0,05) entre a participação do paciente no grupo e perda de peso. Os estudos sobre a
relação entre outras fontes de apoio e perda de peso demonstraram uma tendência positiva, porém,
estatisticamente não significativa.
Dentre os estudos analisados por Livhits et al. (2011), encontra-se a pesquisa realizada por
Lutfi, Torquati, Sekhar e Richards (2006). Os autores verificaram uma relação positiva entre estado
civil (estar solteiro) e perda de peso, argumentando que cônjuges ou parceiro(a)s, de modo geral não
forneciam suporte social funcional compatível com as necessidades do paciente. Três estudos
revelaram uma associação positiva (p≤0,05) entre a presença de outras formas de apoio e perda de
peso, sendo que um deles foi inconclusivo. A partir dos dados, os autores concluíram que a
participação do paciente em grupos de apoio está diretamente relacionada com a perda de peso após
a cirurgia bariátrica. Entretanto, pesquisas sobre o impacto de outras formas de apoio social e sua
relação com perda de peso ainda são escassas.
1
Optou-se por denominar cuidador a pessoa que provê apoio social ao paciente, ou seja aquela que está
disponível para ajudá-lo e que é percebida pelo paciente como fonte relevante de suporte, seja emocional e/ou
instrumental.
18
após 18 meses do término do tratamento, a manutenção da perda de peso foi maior entre os
pacientes que fizeram o tratamento juntamente com um apoio social, em comparação aos pacientes
que realizaram o tratamento sozinhos. Wing e Jeffery (1999) realizaram um estudo em que 166
pacientes obesos participaram de uma intervenção comportamental individual para a perda de peso,
ou em grupo, juntamente com familiares e/ou amigos. Após quatro meses de tratamento, os
participantes que recrutaram um familiar para participar da intervenção obtiveram uma perda
ponderal maior do que aqueles que realizaram o tratamento individualmente.
O fornecimento de orientação ao cuidador sobre as peculiaridades do quadro de saúde do
paciente, assim como sobre as formas de fornecer apoio social instrumental e emocional, é
fundamental para promover o desenvolvimento de suporte relevante e, consequentemente, auxiliar
no processo de reabilitação e de promoção da saúde do paciente.
eliminação da perturbação que ocasionou a busca por ajuda psicológica. O foco da abordagem
construcional é a produção de comportamentos desejáveis por meios que diretamente aumentem as
opções disponíveis ou ampliem repertórios sociais, em vez de fazer isso indiretamente como um
subproduto de um procedimento eliminador. Técnicas de psicoeducação, automonitoramento e
reforçamento diferencial são utilizadas como ferramentas para a construção de repertórios
adaptativos nesse modelo.
Um tipo de intervenção muito comum é o fornecimento de informações por parte de
profissionais de saúde como médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, segundo Helgeson
e Cohen (citado por Uchino, 2004). De acordo com os autores, a informação pode auxiliar o paciente
a ter melhor entendimento do seu quadro clínico, promover uma melhor adesão ao tratamento
proposto e, consequentemente, aumentar sua sobrevida. A utilização de materiais educativos é
prática comum no Sistema Único de Saúde (SUS). Manuais de cuidado em saúde, folhetos e cartilhas
são capazes de promover resultados expressivos para os participantes de atividades educativas
(Echer, 2005). A contribuição desses materiais à promoção da saúde, bem como para a prevenção e
tratamento de doenças, depende dos princípios e das formas de comunicação envolvidos nos seus
processos de elaboração. Os modelos de comunicação, baseados na relação dialógica e em princípios
multidirecionais, permitem a existência do diálogo entre as pessoas envolvidas no processo de
construção de uma cartilha. A interação e a troca de conhecimentos, considerando-se o estilo de vida
das pessoas, são aspectos essenciais nesse processo (Carvalho, 2007).
O automonitoramento é uma técnica básica de autocontrole muito usada no tratamento da
obesidade e no controle de peso. Rehm (1999) afirma que: “Fazer com que o paciente observe e
registre sistematicamente seu próprio comportamento é consistente com o princípio do paciente
como colaborador e agente de mudança” (p. 587). Assim, a técnica objetiva o desenvolvimento de
respostas de auto-observação, de modo que a pessoa possa aumentar sua compreensão sobre seus
comportamentos e as variáveis que interferem em sua ocorrência. Supõe-se que os efeitos reativos do
autorregistro aconteçam porque fazem com que as consequências e os motivos para a mudança
fiquem mais evidenciados. Assim, o comportamento desejado é recompensado pela oportunidade de
ser registrado e, posteriormente, relatado ao profissional/pesquisador.
Oliveira, Ferreira e Casseb (2005) enfatizam que “o treino de automonitoramento se mostra
eficaz na instalação e manutenção de comportamentos preventivos” (p. 4). Para isso, as autoras
realizaram um estudo que verificou, por meio de oitos casos, os efeitos do uso da técnica de
automonitoramento na aquisição de comportamentos preventivos por adultos com histórico familiar
de diabetes, alimentação inadequada e sedentarismo. Mais especificamente, procurou-se saber se o
treino em automonitoramento seria eficaz na instalação e manutenção de comportamentos
alimentares adequados. Para isso, os participantes foram distribuídos em duas condições: sendo
quatro na condição treino (CT) e quatro na condição não treino (CNT). Na condição treino, os
participantes eram avaliados por uma nutricionista, orientados sobre a dieta individual adequada e
21
melhora no seu quadro de saúde, no seu bem-estar e na sua qualidade de vida devido à adesão a
comportamentos de saúde, como o uso correto da medicação ou realização de atividades físicas.
Cabe ao profissional de saúde, além de chamar a atenção do paciente e do cuidador sobre a
existência dos reforçadores a longo prazo ao se engajar em determinados comportamentos, reforçá-
los em todas as ações que os levam ao estabelecimento de repertório comportamental adequado. As
contingências de reforçamento positivo são fundamentais para garantir o fortalecimento de
comportamentos e promoverem o aumento da variabilidade comportamental. Skinner (1953) afirma
que: “ser reforçado pelo sucesso de nossa ação é especialmente vantajoso na medida em que nos
fazem essencialmente seres agentes em relação ao meio, agentes controladores pelo efeito de nossa
própria ação” (p. 118).
A modificação do comportamento tem sido a principal ferramenta para profissionais de
saúde que atuam na área de obesidade e manejo do peso (Perri & Corsica, 2003). Em suma, os
princípios e técnicas da análise do comportamento são úteis, tanto no tratamento da obesidade,
quanto para promover a modificação do comportamento da pessoa que provê apoio social ao
paciente obesos.
23
Capítulo 2
Capítulo 3
Método
Trata-se de estudo com delineamento quase experimental, incluindo coleta e análise de dados
qualitativas, com avaliação antes e depois da intervenção, com grupo controle. O seguimento ocorreu
um mês após a intervenção.
3.1 Participantes
Inicialmente, o estudo contou com a participação de 18 pacientes que foram convidados em
clínica particular especializada em cirurgia bariátrica, localizada em Brasília, Distrito Federal, na
qual tinham realizado a cirurgia e faziam acompanhamento com o cirurgião. Os participantes foram
designados sequencialmente, visando randomizar a indicação para as duas condições: o primeiro,
terceiro e quinto pacientes que contataram a pesquisadora para participar do estudo foram designados
ao grupo controle (GC); o segundo, quarto e sexto pacientes foram inseridos no grupo experimental
(GE). Ao final da coleta de dados, seis pacientes permaneceram no estudo sendo que houve perda da
amostra (n=12) no decorrer da coleta. As desistências ocorreram por não se encaixarem dentro dos
critérios de inclusão, por indisponibilidade de tempo e dificuldade do cuidador em comparecer às
sessões de intervenção. Cinco casos fizeram a linha de base e/ou iniciaram a intervenção mas não
aderiram ao procedimento, sendo excluídos do estudo. Os critérios de inclusão, para todos os
pacientes, foram os seguintes: ter realizado a cirurgia de bypass em Y de Roux há mais de 18 meses,
apresentarem reganho de, no mínimo, 10% de peso em relação ao peso mínimo alcançado (Heber et
al., 2010); expressarem preocupação com o reganho e motivação para a perda de peso; terem
escolaridade equivalente ou superior a, pelo menos, cinco anos de estudo; não estarem internados;
não estarem em uso de corticóides ou outra medicação que pode levar ao ganho ponderal
significativo, não terem diagnóstico de doença congênita e/ou história de problemas psiquiátricos
(que poderiam comprometer acapacidade de compreensão e escrita); terem idade entre 18 e 65 anos e
uma fonte de apoio disponível para participar do estudo.
Os critérios de exclusão, para o GC e o GE, incluíram: pacientes que não satisfaziam as
condições listadas, que possuíam diagnóstico de neoplasias, doenças autoimunes e/ou HIV/aids, que
estivessem em acompanhamento psicoterápico/psiquiátrico (tal acompanhamento poderia estar
relacionado com a insatisfação de reganho de peso e interferir na intervenção do presente estudo).
Aos participantes do GC foi informado que poderiam se beneficiar da intervenção, juntamente com
seus cuidadores, em momento futuro após a pesquisa, se houvesse interesse.
Os participantes incluíram ainda três pessoas que exerciam o papel de apoio social dos
pacientes que estavam no grupo experimental, escolhidas por eles, ou seja, cada paciente indicou
26
uma pessoa que se constituía em fonte de apoio para participar do estudo. Estes deveriam ser adultos
(maiores de 18 anos), não terem sido submetidos à cirurgia bariátrica, residirem com o paciente,
consentirem em participar e assinarem o TCLE (Anexo 3), terem escolaridade equivalente a pelo
menos cinco anos de estudo e, não terem transtorno cognitivo e/ou psiquiátrico que comprometesse
sua capacidade de compreensão e escrita.
3.2 Procedimentos
- Roteiro de entrevista semiestruturado para cuidadores (GE) (Anexo 5). A entrevista, elaborada
pela pesquisadora, foi aplicada na linha de base e buscou obter dados sociodemográficos do
cuidador, grau de parentesco/vínculo com o paciente, nível de percepção e preocupação com o
reganho de peso do paciente, comportamentos que demonstravam tal preocupação, avaliação da
adesão ao tratamento do paciente e disponibilidade para participar do estudo.
- Escala de Suporte Social (GC e GE) (Anexo 6). A escala teve por objetivo avaliar a
disponibilidade percebida e a satisfação com o apoio social emocional e instrumental, sendo
respondida pelo paciente. Foi utilizado o instrumento validado por Seidl e Tróccoli (2006)
denominado Escala de Suporte Social para Pessoas com HIV/aids, que foi adaptada da Social
Support Inventory for People who are Positive or Have Aids (Renwick, Halpen, Rudman, &
Friedland, 1999). A escolha dessa escala para o presente estudo deveu-se à adequação de seus itens
para análise do apoio social em contextos de saúde e doença, independente da enfermidade que esteja
acometendo o paciente. Outro motivo é que não foram identificados instrumentos específicos
direcionados à mensuração do apoio social de pessoas com obesidade. Ademais, a escala foi
utilizada em pesquisas anteriores, aplicada a pessoas portadoras de outros agravos, como lesão
medular traumática (Ribeiro, 2005) e pacientes cardíacos (Moraes & Dantas, 2007; Abreu-Rodrigues
& Seidl, 2014). São mensuradas duas categorias de suporte, totalizando 22 itens: (1) suporte social
instrumental (10 itens, alpha de Cronbach igual a 0,84) - percepção da satisfação quanto à
disponibilidade de apoio no manejo ou resolução de questões operacionais do tratamento ou do
cuidado de saúde, de atividades práticas do cotidiano, de ajuda material e/ou financeira; (2) suporte
social emocional (12 itens, alpha de Cronbach igual a 0,92) - percepção e satisfação quanto à
disponibilidade de escuta, atenção, informação, estima, companhia e apoio emocional. Pode ser
usada na versão unifatorial (escore geral) ou bifatorial. No presente estudo foram feitas análises dos
dois fatores independentes e do escore geral. As respostas foram dadas em escala Likert de cinco
pontos para frequência do apoio (1=nunca; 5=sempre) e satisfação (1=muito insatisfeito; 5=muito
satisfeito). Foi feita mudança de redação para a adaptação de alguns itens da escala no intuito de
focalizar a questão da obesidade, mas sem descaracterizar seu conteúdo em relação à escala original.
Os escores foram obtidos mediante média aritmética. Escores mais elevados indicaram maior
disponibilidade percebida e/ou satisfação com o suporte social recebido.
- Avaliação do Peso (GC e GE): em uma balança convencional avaliou-se o peso corporal, em
kilogramas, do paciente em três momentos distintos: linha de base, Momento 2 que ocorreu
imediatamente após a intervenção e no Momento 3 após um mês da intervenção. O paciente foi
pesado na mesma balança nos três momentos.
28
- Folheto educativo (GE) (Anexo 8). Foi elaborado para o estudo, pela pesquisadora, com
características didáticas, contendo figuras e linguagem acessível, usado na intervenção com o
cuidador sobre o conceito de suporte social e as maneiras como pode ser disponibilizado ao paciente
bariátrico. O panfleto contém informações sobre a definição de suporte social compatível com as
necessidades do paciente bariátrico para evitar reganho de peso: alimentação adequada, adesão à
suplementação, prática de atividade física e controle do estresse (Heber et al., 2010).
Tabela 2
Etapas do procedimento
Etapas Participante Instrumentos/Procedimentos
Capítulo 4
Resultados
Tabela 3
Dados sociodemográficos e clínicos dos pacientes (N=6)
Grupo Experimental Grupo Controle
Dados P1 P2 P3 P4 P5 P6
Idade 50 20 47 45 28 48
Número de filhos 0 0 3 1 1 1
Tabela 4
Dados sociodemográficos dos cuidadores (n=3)
Dados C1 C2 C3
Sociodemográficos
Idade 41 48 39
A média de idade dos cuidadores foi igual a 43 anos, variando de 39 a 48 anos. Quanto ao
nível de escolaridade, dois cuidadores possuíam ensino superior completo e um tinha ensino médio
completo.
Tabela 5
Início de 2 P2;P5
De 1 até 2 anos
reganho após a
Entre 2 e 3 anos 3 P6;P1;P3
cirurgia
Entre 4 e 5 anos 1 P4
Beliscar 5 P1;P2;P3;P4;P6
Ócio 3 P1;P2;P4
Não fazer atividade física 2 P2;P3
Motivo de Ingestão de álcool 2 P2;P5
reganho* Ansiedade 1 P1
Problemas familiares 1 P2
Insônia 1 P6
Outro dado que a Tabela 6 revela é a adesão a consultas na fase pós-cirúrgica: dois pacientes
nunca frequentaram a clínica após a cirurgia bariátrica, três referiram ida uma vez no ano e um
frequentou a clínica entre duas a três vezes ao ano. No que tange à prática de atividade física, cinco
pacientes relataram que a realizavam.
Por fim, quanto à percepção de bem-estar, quatro participantes afirmaram que era "muito
ruim” ou “ruim”, um descreveu como “razoável” e outro como “bom”.
Tabela 6
Outra cuidadora (C2) referiu preocupação com relação à aparência e estética da filha:
“(...) quando ela tá gorda, ela veste as minhas roupas. Ela adora ir ao shopping e agora
nem vamos mais. Não quero que ela use roupa de gorda, ela é muito nova pra isso. Essa
gordura me preocupa muito e já tô vendo ela usar minhas coisas de novo”.
Ao serem questionados sobre a forma como ajudavam o familiar no seu tratamento, para
evitarem o reganho de peso, C2 (que se preocupava com aspectos estéticos da filha), relatou que
“falo para ela que ela só poderá ir ao shopping ou que eu vou dar algo a ela se ela emagrecer”.
Outro cuidador (C1), que referiu não se preocupar com reganho de peso, disse que ajudava a paciente
ao “acompanhá-la nas consultas e em suas caminhadas no parque”. Por fim, C3 relatou ter
dificuldade em falar sobre P3 sobre o reganho de peso “o meu marido não fala muito. Ele fica bravo
quando falo pra ele sobre o regnaho de peso dele, diz que não é da minha conta”.
No que tange ao que poderiam fazer para ajudar o paciente a prevenir o reganho de peso, C1
relatou não saber, C2 mencionou que poderia “dar mais atenção” e C3 disse que poderia “caminhar”
37
Tabela 7
Escores da Escala de Suporte Social dos seis pacientes e escores médios dos grupos
controle e experimental
Participantes Suporte social Suporte Suporte
escore total instrumental emocional
P1 2,5 2,4 2,7
4.4 Intervenção
Nesse tópico estão descritos aspectos das intervenções realizadas com os três cuidadores,
desde a primeira até a última sessão.
4.4.1 Cuidador 1.
4.4.1.1 Primeira sessão.
C1 é marido de uma paciente bariátrica (P1) que teve reganho de peso. A paciente foi
indicada pela equipe médica para participar do programa. O cuidador é autônomo, casado com a
paciente há mais de 15 anos e reside com a mesma. Esta o indicou por ser o único familiar com quem
convive e tem maior proximidade afetiva, se comparado com outros membros da família. O cuidador
demonstrou interesse em participar do estudo, entretanto, referiu inicialmente, dificuldades quanto
aos horários que teria que comparecer à clínica, devido ao seu trabalho. A pesquisadora sensibilizou
o cuidador sobre a importância da participação e adaptou o horário das intervenções de acordo com a
39
4.4.1.2 Sessão 2.
O cuidador fez a leitura do material disponibilizado como tarefa de casa e foram
identificadas atividades práticas que poderiam ser realizadas para aprimorar o apoio à sua esposa,
indicando boa compreensão acerca do conceito de apoio social. No entanto, C1 relatou, nessa sessão,
tanto facilidades como dificuldades para fornecer suporte social. Com relação ao padrão alimentar, o
cuidador mencionou maior dificuldade no desempenho de seu papel de cuidador, fazendo referência
aos desafios da adesão da paciente a uma alimentação balanceada. O cuidador enfatizou a ociosidade
e os beliscos frequentes da esposa:
Minha esposa fica muito sozinha em casa e tenho certeza que fica beliscando besteira, acho
que isso que faz ela engordar. Como nunca estou em casa, fica difícilsaber. Ela adora uma
bobagem como pão, rosca e biscoito. Ela sempre pede para eu levar para ela e eu, besta,
40
levo.
No que se refere ao uso de suplementos, C1 exemplificou a conduta indisciplinada da
esposa, com o seguinte relato:
Acredito que minha esposa não toma os remédios direitinho, nunca perguntei, e nunca estou
em casa para ver,mas ela não sente nada e sempre me diz que os seus exames estão ótimos.
Ela nunca pediu para eu comprar esses remédios, e sempre quando ela precisa de alguma
coisa ela pede para eu comprar. Nunca me preocupei com isso, doutora. Acho que ela que
tem que saber sobre os remédios dela.
Apontou ainda o esquecimento como uma dificuldade a mais diante do objetivo de melhorar
a conduta de adesão ao uso de suplementos da paciente: “Minha esposa e eu somos muito
esquecidos. Ela não admite isso. É difícil lidar com esse problema. Ficar no pé dela é chato”.
Outro tipo de apoio fornecido pelo cuidador à paciente como sendo de menor dificuldade, na
sua percepção, se relacionava à adesão à atividade física. O cuidador relatou que sempre caminhava
com a esposa no parque e no condomínio onde moram: “Fazer caminhada ela adora. Fazemos
caminhada todos os dias religiosamente doutora. Adoramos!”.
Os seguintes relatos ilustraram aspectos relativos ao controle do estresse, outra meta
importante da intervenção, dependendo do caso:
Minha esposa é muito ansiosa, tudo tem que acontecer no tempo previsto por ela. Além
disso, ela fica em casa o dia todo e a cabeça dela fica inventando coisas, sabe?
Principalmente depois do acontecido anos atrás (fato será relatado pelo cuidador adiante).
Acho que ela fica nervosa e vai comer”.
Referiu ainda: “Minha mulher fica chateada com a ociosidade dela. Quando fica assim,
tenho a impressão que come bobagem. Percebo que ela fica triste quando come errado”.
Diante desse cenário, foi realizada a intervenção psicoeducativa sobre a técnica de cirurgia
bariátrica (Bypass em Y de Roux) com um vídeo de animação, assim como os padrões
comportamentais exigidos pelo procedimento e os principais motivos de reganho de peso apontados
na literatura, fazendo relação com o padrão comportamental da esposa obtido na linha de base. Em
seguida, foram definidas, junto ao C1, as condutas prioritárias de cuidados em relação às
dificuldades específicas da paciente em aspectos de seu tratamento: (1) verificar adesão à
suplementação: olhar/supervisionar se comprou e ingeriu os suplementos diariamente, telefonar para
perguntar se tomou os suplementos; (2) verificar alimentação: supervisionar as compras de alimentos
realizadas; reforçar o consumo de dietas adequadas; não comprar alimentos que podem contribuir
para o reganho de peso (doces, roscas, pães, líquidos calóricos), após pactuar com P1 essa decisão;
(3) manter padrão de atividade física; e (4) auxiliar no controle do estresse: incentivar a realização
de atividades de distração e a busca de atividades voluntárias e/ou ocupacionais.
Em seguida, a pesquisadora instruiu e sensibilizou o cuidador para a tarefa de autorregistro e
monitoramento das atividades acordadas, explicando seus objetivos e instruindo sobre o modelo de
41
preenchimento, inicialmente em relação a situações fictícias. Depois, a ficha foi preenchida com as
condutas que o cuidador deveria realizar, à guisa de exemplo. Foi ressaltada a importância da adesão
a essa tarefa como forma de auto-observação e como base para propiciar a modificação de
comportamentos de apoio para dificuldades apresentadas pela paciente. O cuidador mostrou-se
interessado na realização da tarefa e demonstrou compreensão quanto à maneira de realizá-la.
4.4.1.3 Sessões 3, 4 e 5.
Nessas sessões os objetivos foram o manejo de dificuldades encontradas, treino do cuidador
na aplicação de reforço diferencial e em solução de problemas, tendo por base as condutas definidas
para C1. A Figura 2 apresenta, durante um período de três semanas (21 dias), os registros de C1
quanto ao fornecimento de apoio em relação às categorias alimentação, uso de suplementação,
atividade física e controle de estresse. Como exemplo, suplementação 1 se refere aos resultados do
autorregistro de C1 na terceira sessão, suplementação 2 indica a frequência de registros na quarta
sessão e suplementação 3 na quinta sessão.
4.4.2 Cuidador 2.
4.4.2.1 Primeira sessão.
P2 contatou a pesquisadora por email identificado na rede social Facebook, interessada em
participar do estudo. A cuidadora 2, indicada por P2, era a sua mãe. A cuidadora é funcionária
pública e reside com a paciente, o esposo e o pai. A cuidadora, em todos os momentos da pesquisa,
mostrou-se receptiva e disposta a participar das etapas do estudo, apresentando-se comunicativa e
interessada. Formou vínculo com a pesquisadora mostrando comprometimento com a tarefa de
autorregistro prescrita.
A cuidadora, ao ser questionada sobre quais comportamentos poderiam ser emitidos,
compatíveis com as necessidades atuais do tratamento da filha, referiu aspectos emocionais, tal como
exemplificado na fala:
Acho que devo ficar mais perto dela, ser mais carinhosa. Eu brigo muito com ela doutora,
não gosto de vê-la gorda de novo! Ela já sofreu demais por ser gorda. Sofria bullying na
escola, as primas gozavam dela, era um horror.
Verbalizou também:
Não sei doutora, eu não faço a comida dela, como trabalho, ela come na rua ou na casa da
minha mãe. Não quer ir mais lá na minha mãe pois diz a que a mesma fica falando que ela
está gorda. Ela só gosta de ficar com os amigos dela e aí, ela bebe, doutora. Será que
devo prender ela em casa? Esconder as comidas, é isso?
Tais relatos indicaram a necessidade de aprimorar condutas de apoio instrumental e
modificar o apoio afetivo-emocional que parecia conter elementos aversivos e punitivos. Ademais,
seus relatos indicavam que tinha dúvidas e estava insegura acerca do que fazer para ajudar a filha em
44
4.4.2.2 Sessão 2.
Inicialmente, C2 definiu suporte social, exemplificando com ações de natureza emocional e
instrumental, especificando algumas formas de apoio tais como:“Levar a pessoa que precisa ao
médico, cuidar dessa pessoa. Brigar com a pessoa doente para não fazer coisas erradas”.
A cuidadora realizou a tarefa de leitura do panfleto informativo e mostrou compreensão com
relação às informações apresentadas. Ao ser questionada sobre as facilidades e dificuldades quanto a
disponibilizar apoio à filha, C2 relatou desafios na administração dos suplementos e na adesão a
atividade física, exemplificado com as seguintes verbalizações:
Minha filha simplesmente abandonou o tratamento. Não toma mais nenhum suplemento. Ela
disse que como não está fazendo atividade física, não precisa usar suplementos, isso é
verdade, doutora? Ela disse que se tomasse sem malhar, iria engordar. Acreditei nela. Eu
tirei ela da academia porque vi que estava pagando à toa.. Ela falta mais do que vai, só
quer saber de farra. Fica cansada nos outros dias e não vai à academia. Não achei meu
dinheiro no lixo, né doutora?
No que tange à alimentação, referiu a presença de algumas contingências que poderiam
constituir risco para alimentação não compatível às necessidades da cirurgia bariátrica:
Tem dias em que ela sai para a casa dos seus amigos ou vai comer na rua, lá eu não sei o
que ela come. Ela diz que come pouco lá também, mas às vezes eu duvido. A M (paciente)
adora uma besteira. Quando ela chega de madrugada da farra, ela faz miojo, ou come
danoninho ou arroz com ovo. Ela não dorme bem e passa a noite toda comendo, fora a
bebida que ingere nas festas, que eu sei.
Quanto às facilidades nesse aspecto relatou que “em geral, vejo que ela come em pouca
quantidade, e gosta de comer tudo: frutas, verduras, integrais, leite, carnes e não é compulsiva
como antes”.
As dificuldades em fornecer suporte social a P2 se relacionavam também, à categoria
controle de estresse. Diante desse quadro, a cuidadora apontou a ociosidade e as brigas frequentes
em casa com a filha como principal motivo de estresse:
Ela era super ativa assim que começou a emagrecer. Estava na faculdade, tinha
45
namoradinhos, malhava, tinha planos. Mas agora nas férias, passa o dia sem fazer nada e
fica comendo. A farra, a falta de trabalho e de atividade eu acho que é o maior problema
dela. Fica nervosa, briga comigo e com o pai o tempo todo. Só quer saber de rua e de
bebida com os amigos. Só não largou a faculdade, doutora, porque é lá que estão os amigos
da farra. Diz que prefere os amigos do que ficar em casa.
Após apresentação do vídeo e da intervenção psicoeducativa, foram pactuadas as condutas
prioritárias de C2 em relação às dificuldades da paciente, tais como: (1) comprar e verificar o uso da
suplementação para a paciente e sensibilizá-la sobre a importância do uso contínuo da mesma:
perguntar sobre ingestão de suplementos e se há necessidade de comprar quando perceber que está
acabando; (2) participar da alimentação da paciente: observar se ingeriu alimentos adequados e
reforçar essas condutas, verificar dieta prescrita à paciente, ter em casa alimentos compatíveis com a
dieta prescrita, não comprar alimentos que possam contribuir para o reganho da paciente (doces,
pães, por exemplo), incentivar consumo de alimentos adequados, reforçar essa conduta por meio de
elogios, roupas novas, carinhos, atenção; (3) verificar e apoiar a prática de atividade física: incentivar
a prática de atividade física, negociar com a paciente a volta para a academia com uso de
reforçamento positivo; (4) controle do estresse: propor e incentivar realização de atividades
rotineiras, distrativas e prazerosas em família, para diminuir a ociosidade de P2 e melhorar a
comunicação com a paciente.
Foi feita a sensibilização e o treino de registro da ficha de automonitoramento à cuidadora
que mostrou interesse e compreensão diante das informações apresentadas.
4.4.2.3 Sessões 3, 4 e 5.
As informações da Figura 3 revelam que, no geral, houve melhora no fornecimento de apoio
social da terceira sessão para a quinta sessão. Houve aumento na frequência em todas as categorias,
exceto no que concerne à atividade física. Esse fato foi atribuído pela cuidadora, dentre outros
aspectos, à virose contraída por P2 no período da coleta de dados.
Especificamente, em relação à alimentação, houve uma melhora de nenhum apoio social
fornecido, para quatro apoios fornecidos na quinta sessão. Segundo C2, isso se deveu à melhor
comunicação entre a paciente e ela:
Depois que M veio aqui doutora, ela me questionou sobre a nossa conversa. Expliquei que
queria ajudá-la e que estava percebendo a sua infelicidade por estar engordando
novamente. Nesse mesmo dia, eu a chamei para ir ao supermercado e compramos alimentos
super saudáveis: frutas, verduras, integrais, peixe, frango. Acho que isso vai ser bom para
a casa, estou gordinha também e meu pai é diabético. Outra coisa que aconteceu, é que
passei a cozinhar e deixar comida em casa, pelo menos 3 vezes por semana. Faço o
arroz e a carne sem gordura e dá para dois dias. M tem almoçado em casa e voltou para a
minha mãe, lá é tudo bem saudável.
46
7
6
Frequencia de 7 dias
5
4
3
2
1
0
nível de estresse de P2. Tais procedimentos consistiram em estimular a paciente a fazer atividades
cotidianas como pagar contas de casa, fazer a salada do almoço, levar o avô para a hemodiálise,
consertar alguma coisa da casa, fazer compras (frutas, verduras) semanais, comprar pão, sendo
necessário, reforçar, positivamente quando aderisse a tais atividades e aplicar técnica de extinção a
eventuais comportamentos agressivos (verbais) da paciente. Com relação às saídas, foi pactuada que
poderia negociar horários e aplicar reforço (social e material) no caso de cumprimento das regras,
conversar com a paciente sobre o abuso de bebidas alcoólicas e sua relação com a cirurgia (risco de
deficiência vitamínica e reganho de peso), bem como reforçar comportamentos não compatíveis com
o uso abusivo de bebidas alcoólicas. Um relato exemplifica a melhora entre as três fases da
intervenção:
Se ocupou muito com a responsabilidade de levar o avô à hemodiálise. Passei a pagar 50
reais por semana a ela para levar o avô. Foi ótima idéia. As frutas e verduras ela não
compra não, doutora. Mas se inscreveu no CCAA para estágio e levou o currículo e duas
empresas. Reforcei ela levando ao shopping. Assim que voltou à academia, parou de beber.
Saiu com as amigas para uma festa, mas chegou cedo e vi que não bebeu. Elogiei muito
doutora, muito mesmo. Depois teve uma festa na casa da tia e ela bebeu que só. Não briguei
muito porque estava na casa da tia dela, mas conversei no outro dia. Tem que ser aos
poucos, né? Ela passou a ir para a academia quase que todos os dias, ela me buscava no
trabalho e ia direto. Mas nessa última semana, eu tive que ficar no trabalho até mais tarde
alguns dias e nem me preocupei em saber se ela estava frequentando ou não.
Na última sessão, ao ser questionada sobre sua opinião a respeito da intervenção, C2 referiu
melhora significativa no relacionamento com P2, exemplificado no seguinte relato: "Eu e M estamos
mais calmas. Vi que ela está empenhada e eu passei a ver mais coisas boas nela. Brigamos menos
esses dias”. Entretanto, enfatizou o caráter tardio em que o programa ocorreu, sugerindo que o
mesmo deveria ter sido desenvolvido durante o período pré-operatório da paciente:
Se esse programa tivesse sido feito quando a M estivesse no pré, acho que eu estaria
cuidando dela melhor. Só uma sessão com a família no pré é muito pouco, doutora.
Precisamos ser informados sobre as reais necessidades deles que vão operar.
4.4.3 Cuidador 3.
4.4.3.1 Sessão .
A cuidadora (C3) é esposa do paciente P3, selecionado pela pesquisadora para participar da
pesquisa. A cuidadora é dona de casa e reside com P3 e os três filhos do casal de 14, 11 e 5 anos. C3
apresentou-se receptiva, comunicativa e colaborativa em todos os momentos do estudo.
O suporte social inicialmente foi definido como sendo principalmente emocional: “Escutar
as reclamações da pessoa que precisa de você. Ficar do lado da pessoa que está precisando de
você”. Quanto a aspectos instrumentais, verbalizou: “Sempre acompanhar o doente para o médico e
48
lembrá-la de comprar os remédios”; “Ficar junto com a pessoa doente quando estiver internada”.
Nesse último exemplo, essa modalidade de apoio social era pouco relevante naquele momento, já
que P3 não estava internado.
Ao ser questionada sobre os comportamentos de apoio a P3, que poderia realizar, a cuidadora
referiu aspectos emocionais: “Escutar mais as reclamações dele, às vezes não tenho paciência
doutora, ele fica nervoso demais comigo. Procurar saber mais sobre os problemas dele. Acho que
assim vou entender o que ele passa”. Assinalou, também, aspectos instrumentais do apoio:
Fazer as comidas dele, ele reclama da minha comida, diz que é muito gordurosa; não
comprar bolo e doces para os nossos filhos, porque ele acaba comendo também. Tenho que
aprender a cozinhar coisas mais saudáveis. Mas com três meninos em casa, fica
complicado, tenho que encher a barriga deles: é pão, bolo, biscoito e J acaba comendo
também.
Ao final da sessão, foi entregue o panfleto informativo, feita a leitura do mesmo junto com a
cuidadora, além de solicitada a releitura em casa. C3 mostrou disponibilidade e aceitação em realizar
a tarefas.
4.4.3.2 Sessão 2.
A tarefa de casa foi realizada de forma adequada, indicando a disponibilidade de C3 quanto a
participar da intervenção. Ao ser questionada sobre facilidades e dificuldades em fornecer suporte
social a P3, a cuidadora relatou muitas barreiras e poucas facilidades, principalmente quanto ao
comportamento alimentar, adesão a atividades físicas e controle de estresse. Por outro lado, C3
referiu pouca dificuldade no uso adequado da suplementação por parte de P3: “Vejo ele tomando os
seus remédios todos os dias, principalmente o centrum e a o shake de proteína, graças a Deus eu
não tenho que me preocupar com isso, ele vai na loja comprar seus remédios, faz tudo sozinho,
doutora”.
A dificuldade em apoiar o paciente a aderir a uma alimentação saudável, segundo a
cuidadora, relacionava-se com a dificuldade do paciente de se engajar em hábitos alimentares
diversificados:
Reclama demais das minhas comidas, diz que não tem sabor e que é gordurosa demais, só
que a gordura vem da carne, eu coloco só uma colher de óleo. Ele não come nem verdura e
nem frutas, não gosta de nada, só de laranja. Ele gosta mesmo é de comer a comida dos
meninos. Tudo que compro para os nossos filhos ele come também.
Segundo C3, exercícios físicos nunca fizeram parte da rotina da família, o que dificultava o
fornecimento de apoio nessa categoria:
Ele não faz exercícios regulares porque diz que sente dores no pé e nos joelhos (...), eu
também não faço nada doutora, sou preguiçosa demais, tô ficando até gorda. Ele fez
exercícios só no primeiro ano depois da cirurgia. Fazia caminhada todos os dias. Depois
49
que atingiu sua meta, foi parando aos poucos e já tem uns quatro anos que não faz nada.
Ele trabalha muito também, doutora, não tem tempo.
A maior dificuldade de fornecimento de apoio a P3, segundo a cuidadora, se referia ao
controle de estresse e engajamento em atividades de lazer. C3 realçava a dificuldade de comunicação
entre ela e o marido, acerca do reganho de peso e de outros temas em geral, responsabilizando esse
fator pelo apoio pouco adequado:
Ele parece que está sempre emburrado, principalmente quando vê que uma roupa esta
apertada para ir ao trabalho, ou que está cansado demais por causa da gordura ou quando
não tem nada pra fazer. Outra coisa que deixa ele nervoso é a falta de dinheiro,
sempre falta dinheiro (...) tento conversar com ele, mas ele briga comigo, me xinga,
grita, é chato, assim fica difícil, né?.
Foram identificadas as condutas prioritárias de C3 em relação às dificuldades do paciente:
(1) reforçar o uso de suplementos visando a manutenção desse comportamento: olhar os suplementos
na “caixa de remédios” e reforçar o uso correto dos mesmos; (2) verificar alimentação: cozinhar com
pouca gordura e pouco sal, aumentar disponibilidade de frutas e verduras em casa e reduzir a de
doces, biscoitos etc, diminuir alimentos que possam contribuir para o reganho de peso do paciente e
que vão fazer bem para saúde de todos da casa, incentivar ingestão desses alimentos saudáveis
(frutas, verduras e legumes); (3) verificar atividade física: incentivar realização de caminhada diária
e fazer caminhadas junto com P3 com duração de 10-15 minutos diários inicialmente, aumentando o
tempo semanalmente; incentivar o aumento de prática de atividade física na rotina diária da família e
incentivar a participação dos filhos em tais atividades, em especial do mais velho; (4) controle do
estresse: propor e incentivar realização de atividades de lazer, distrativas e prazerosas, buscar
informações sobre a cirurgia feita pelo paciente e os cuidados necessários, reforçar comunicação
adequada de P2.
Procedeu-se à sensibilização e ao treino para registro na ficha de automonitoramento com a
cuidadora que mostrou dificuldade de entendimento da tarefa inicialmente, entretanto, após
exposição a algumas situações fictícias, mostrou compreensão da atividade prescrita.
4.4.3.3 Sessões 3, 4 e 5.
A Figura 4 revela, segundo os registros de C3, que houve aumento significativo no
fornecimento de apoio em todas as categorias comportamentais. Assim, o número de registros por
parte de C3 aumentou ou se manteve nas três sessões de intervenção.
No que se refere ao comportamento alimentar, C3 relatou que a dificuldade em verificar a
alimentação decorria do fato de que, em alguns dias da semana, P3 passava grande parte do tempo
fora de casa, tal como ilustra o relato:
50
Ele comeu na rua, então nem sei o que ele comeu. Só sei que à noite, ele comeu pão, e eu sei
que ele não pode comer pão de noite. Falei pra ele, mas ele disse que uma vezinha não faz
mal.
Nesse caso, a intervenção consistiu em reforçar diferencialmente os comportamentos
alimentares adequados, sensibilizar o paciente para comer em casa e sempre disponibilizar alimentos
adequados a serem ingeridos.
6
Frequencia de 7 deias
Após a intervenção, C3 passou a fazer receitas com menor teor energético e comprar
alimentos mais saudáveis, compatíveis com as necessidades do paciente e da família:
Lá em casa agora só entra pão integral, peito de frango, filé, peixe, frutas, verduras, iogurte.
Passei a comprar tudo saudável e conversei com meus filhos. Eles nestão adorando. Fiz
um bolo pequeno como a senhora sugeriu e só deu um pedaço pra cada um (risos)! Como a
doutora falou, o que os olhos não vê o coração não sente. Minha parte eu faço!
A verificação do uso da suplementação sempre foi adequado, mantendo-se em sete vezes por
semana o número em que supervisionou esse comportamento, conduta já bem estabelecida em P3:
“Com a tal da suplementação ele é chato doutora, adora aquele trem, aquela vitamina, sei lá. Não
deixa de tomar nada nenhum dia, morre de medo de ter um piripaque”. Nesse contexto, a
intervenção consistiu em reforçar diferencialmente comportamentos adequados a fim de manter o
repertório já instalado. As seguintes estratégias também foram adotadas: envolver os filhos nessa
tarefa e orientá-los sobre a importância da adesão medicamentosa para a saúde do pai; sensibilizá-los
51
para perguntar ao pai, de forma adequada, sobre adesão, principalmente nos dias em que a cuidadora
não estivesse em casa e levantar estratégias para verificação da medicação durante o fim de semana.
Quanto à atividade física, o fornecimento de apoio passou a ocorrer em três dias da semana
em que houve engajamento em tal atividade. Nesse caso, a intervenção com C3 focalizou a
sensibilização para a realização da atividade física com o paciente, de forma gradual, enfatizando os
benefícios da mesma para a saúde e bem-estar do casal. Nesse caso, a cuidadora apontou como
justificativa para o não engajamento a caminhadas diárias, o calor e o cansaço referido por P3 com
ilustra a fala: “Tá muito calor durante o dia, doutora, e à noite fica perigoso andar aqui onde moro.
Ele reclama que está com dores toda vez que estamos caminhando, fico com medo dele ter um troço
no meio de rua”. Por outro lado, a paciente referiu bem-estar e satisfação nos dias em que foi
realizada a caminhada, como exemplifica o seguinte relato:
Ele dorme à noite toda quando caminhamos, fica mais disposto e tranquilo,
impressionante como faz bem a ele. No dia em que caminhamos uns 30 minutos, ele
contou para a família toda, parecia um menino que ganhou um jogo de futebol.
O estresse de P3 teve alguma redução após a intervenção da pesquisadora com C3. Nesse
caso, foram abordadas questões de comunicação adequada entre os familiares, técnicas de distração
(conversas sobre assuntos não relacionados à obesidade, jardinagem, engajamento em brincadeiras
familiares e atividades de lazer) e reforçamento diferencial de reações emocionais adequadas. Assim,
houve aumento do número de respostas de apoio, de zero para duas vezes por semana, sendo que na
quinta sessão houve o relato de seis vezes em que emitiu comportamentos de apoio para o controle
do estresse de P3 na semana. Vale ressaltar que o engajamento em atividades de lazer teve sua
frequência aumentada da quarta para a quinta sessão e auxiliaram o controle do estresse do paciente,
como ilustra a fala de C3:
Como eu disse, o churrasco funciona bem. Ele fica muito alegre e calmo. Passa o dia
preparando e querendo agradar a todos. Ele adora esse amigo que foi lá em casa. Ele
passou a cuidar do nosso jardim e ensinar nosso filho mais velho a fazer o mesmo. Pensa em
construir uma piscina.
Durante a quinta sessão, como feedback, C3 relatou melhora no fornecimento de apoio a P3
e, principalmente, melhora na comunicação com o mesmo. Também enfatizou a importância do
programa durante o pré-operatório, como caráter preventivo:
Gostei muito de ter participado desse programa, doutora. A minha relação com P3
melhorou bastante. Acho que se tivesse aprendido tudo que aprendi aqui, quando P3
estava emagrecendo, ele não teria engordado e muitas brigas seriam evitadas. Agora sei
o que devo fazer e o que posso fazer para ajudá-lo.
52
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
LB M2 M3
GC GE
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
LB M2 M3
GC GE
Figura 6. Escores médios do fator apoio social instrumental na linha de base, Momento 2
e Momento 3 para o GE e o GC.
Figura 7. Escores médios do fator apoio social emocional na linha de base, Momento 2 e
Momento 3 para o GE e o GC.
No que se refere ao apoio emocional (Figura 7) no GC, a média dos valores de apoio social
na linha de base iniciou em 2,8, tendo um ligeiro aumento nos momentos 2 e 3, passando para 2,9. Já
no GE esse aumento passou de 2,5 na LB para 4,0 no M2 e 4,3 no M3. Os dados indicam maior
disponibilidade e satisfação com o apoio emocional, se comparado ao instrumental.
A Tabela 8 ilustra a diferença entre as médias, os valores do teste t pareado e o nível de
significância dos escores da Escala de Suporte Social nos três momentos da pesquisa para os GC e
GE. Para o GE, houve diferença estatisticamente significativa entre a linha de base e o M2
54
(p = 0,008) e entre a linha de base e um mês após a intervenção (M3) (p=0,008), o que demonstra
que a intervenção mudou, de forma relevante, os escores médios dessa variável em comparação aos
resultados do GC. Para este grupo, não houve diferença estatisticamente significativa nos três
momentos pesquisados, conforme dados da Tabela 8.
Tabela 8
Teste t com amostras pareadas dos escores médios da Escala de Suporte Social dos Grupos
Experimental e Controle
Diferença Desvio-
Grupos Momentos t p
de médias padrão
LB-M2 -1,32 0,21 -10,96 0,008*
Grupo Experimental M2-M3 -0,13 0,30 -0,77 0,523
LB-M3 -1,45 0,23 -10,96 0,008*
LB-M2 0,00 0,22 0,00 1,000
Grupo Controle M2-M3 -0,08 0,28 -0,52 0,652
LB-M3 -0,08 0,31 -0,47 0,684
* p ≤0,05
Na Tabela 9 podem ser visualizados os dados acerca do apoio social em cada um dos seis
casos, mostrando as diferenças de desempenho entre os participantes do GC e do GE. Os
participantes do Grupo Controle tiveram melhor desempenho, em geral, durante a linha de base, do
que as pessoas do Grupo Experimental. Enquanto isso, na comparação em M2, é notável uma
melhoria significativa dos escores para as pessoas do grupo experimental, em relação ao grupo
controle. Finalmente, em M3 ocorre o mesmo fenômeno, mostrando que o grupo que sofreu
intervenção (GE) teve melhores desempenhos do que aquele grupo, no qual não houve intervenção
(GC).
55
Tabela 9
Médias dos escores totais da Escala de Suporte social nos três momentos: linha de base
(LB), Momento 2 (M2) e Momento 3 (M3) (N = 6)
Participantes Escores
LB 2,55
P1 M2 4,10
M3 3,95
LB 1,65
Grupo Experimental P2 M2 2,90
M3 3,35
LB 2,85
P3 M2 4,00
M3 4,10
LB 2,00
P4 M2 1,95
M3 2,35
LB 2,40
Grupo Controle P5 M2 2,65
M3 2,55
LB 3,35
P6 M2 3,15
M3 3,10
No que se refere ao peso dos pacientes, houve um aumento do peso médio entre os pacientes
do GC, iniciando na linha de base com 88,20 kg e no M3 para 89,37 kg. Por outro lado, no GE houve
diminuição do peso médio, passando de 96,67 kg, na linha de base, para 93,63 kg no Momento 2 e
92,70 kg no Momento 3. Em termos de pesos individuais, no GC, no peso de P4, houve um aumento
de 400g passando de 88,4kg na LB para 89 kg no M3. P5 apresentou um aumento de 100g (LB=88
kg; M3=88,1kg) e P6 ganhou 2kg durante o período de coleta, passando de 88kg na linha de base
para 91kg em M3. No GE, P1 reduziu o peso durante o período de coleta, de 84kg na linha de base
para 82,2kg em M3. P2, do mesmo grupo, perdeu 4,2kg durante o período investigado (LB= 87kg;
M3=82,8kg) e P3 apresentou redução de 5,9kg (LB=119kg; M3=113,1kg).
Por fim, a Tabela 10 revela a comparação da média de peso entre os participantes do GC e
do GE. A tabela mostra que houve uma perda de peso para pessoas no GE entre M1 e M3 (- 3,97 kg)
enquanto do que para o grupo controle houve aumento de peso no mesmo intervalo (+1,17 kg).
Tabela 10
Teste t pareado dos pesos médios (em kg) dos Grupos Experimental e Controle, na linha de base e
Momentos 2 e 3
Diferença t p
Desvio-
Grupos Momento entre as
padrão
médias
LB-M2 3,03 1,05 5,00 0,04*
Grupo Experimental M2-M3 0,93 1,03 1,57 0,26
LB-M3 3,97 2,06 3,34 0,08
LB-M2 0,00 0,62 0,00 1,00
Grupo Controle M2-M3 -1,17 2,19 -0,92 0,45
LB-M3 -1,17 1,60 -1,27 0,33
* p≤0,05
A Tabela 10 mostra, ainda, os dados do teste t pareado no que se refere ao peso. Nota-se que
no grupo controle (GC) não houve resultados significativos, porém, revela que as médias entre os
momentos foi negativa (-1,17), indicando aumento de peso entre os dois momentos (LB-M2 e LB-
M3). Já para o grupo experimental, houve um resultado significativo entre a linha de base e o
Momento 2 (LB-M2; p=0,04) e diferenças de médias positivas nos dois momentos (LB-M2=0,93;
LB-M3=3,97), mostrando a redução do peso no segundo momento investigado.
57
Capítulo 5
Discussão
Provavelmente, esse conhecimento havia sido adquirido por meio de experiências, como orientações
recebidas durante atendimentos médicos, nutricionais e/ou psicossociais. Havia, no entanto,
limitações específicas na compreensão do que poderia ser realizado pelo cuidador, na medida em que
destacaram aspectos genéricos da noção de apoio social.
Os resultados obtidos na avaliação, durante a linha de base, para os seis participantes
indicaram a presença de lacunas específicas na disponibilidade e/ou satisfação com o apoio social,
tanto no componente instrumental como no emocional . Esses dados sobre o repertório de entrada
dos cuidadores corroboram os achados de Boutin-Foster (2005) e de Lufti et al., (2006) no sentido de
que suporte social disponibilizado, muitas vezes, não se adapta às reais necessidades do paciente,
podendo estar inadequado e gerando insatisfação. Assim, além do conhecimento sobre a doença que
acomete a pessoa, o cuidador deve estar atento à história individual e à forma como cada paciente
convive e se adapta ao seu quadro de saúde.
A intervenção no GE propiciou escuta profissional qualificada às dificuldades apresentadas
pelos pacientes, segundo a percepção de seus cuidadores, permitindo identificar práticas que
poderiam aumentar a vulnerabilidade dos mesmos. Por outro lado, o levantamento do padrão
comportamental inicial do cuidador foi fundamental para identificar as condutas com maior custo da
resposta e, assim, estabelecer passos para a intervenção em direção aos comportamentos-alvo. Após
terem sido expostos às condições de fornecimento de informações e intervenção comportamental,
com base nas dificuldades individuais relatadas e nas necessidades psicossociais dos pacientes, os
cuidadores modificaram o padrão de fornecimento de suporte social em quatro categorias
comportamentais (hábitos alimentares, uso de suplementação, prática de atividade física e controle
de estresse), que são priorizada na prevenção do reganho de peso em pacientes submetidos à cirurgia
bariátrica (Heber et al., 2010; Sallet et al., 2007).
Os resultados mostraram mudanças relevantes nos relatos dos cuidadores e nos escores da
escala de suporte social respondida pelos pacientes do GE em comparação ao GC. Essas mudanças
sugerem que os cuidadores aprenderam a observar as contingências que operavam no
comportamento de prover suporte, sendo que a técnica de automonitoramento e o uso de
reforçamento diferencial parece ter sido útil e eficaz, tal como observado por outros pesquisadores
(Oliveira et al., 2005).
A variabilidade encontrada nos resultados dos cuidadores do GE e as exigências da
intervenção confirmam a literatura quanto ao caráter individualizado do suporte social (Boutin-
Foster, 2005b; Cohen et al, 2000; Uchino, 2004) De fato, os três cuidadores relataram mudanças em
suas condutas de apoio, porém, cada um apresentou especificidades no processo de construção desse
repertório no que tange aos comportamentos-alvo. Ressalta-se que todas as categorias
comportamentais foram trabalhadas, entretanto, para cada cuidador foram focalizados aspectos
específicos, relativos às necessidades dos pacientes, ao longo da intervenção.
Os benefícios com a prática de uma alimentação saudável têm sido amplamente divulgados
59
pela comunidade científica e pela mídia, entretanto, observa-se que a maioria da população adota
padrões alimentares controlados pela cultura e por hábitos familiares (Straub, 2014). Assim, a
intervenção objetivou sensibilizar os três cuidadores, principalmente no que concerne à alimentação
do paciente bariátrico e aos padrões comportamentais de alimentação que podem contribuir para o
reganho de peso, tais como: beliscos frequentes, consumo excessivo de doces, ingesta de líquidos
calóricos (como a bebida alcoólica) e mastigação (Heber et al., 2010; Faria et al., 2010). Observou-se
que a adesão a um padrão alimentar inadequado, por parte do paciente, ocorria tanto em contextos
sociais como em contextos familiares, ou seja, em ambientes onde alimentos “proibidos” estavam
disponíveis. Assim, o fornecimento de instruções e o treino em solução de problemas, além do
autorregistro, focalizaram o manejo adequado de tais situações. Os resultados apontaram que, após o
treino, houve melhora no fornecimento de apoio social para os três cuidadores, sendo que C3
apresentou uma maior dificuldade devido à dificuldade de compreensão sobre o fornecimento de
suporte e consequentemente adesão, dos outros membros da família, no caso, os filhos.
Nesse estudo houve uma melhora significativa do apoio disponibilizado para a adesão à
suplementação. Durante a intervenção, informações foram dadas a respeito da importância do uso
correto da suplementação e as consequências acarretadas pela não adesão à mesma. Para os três
cuidadores, foram fornecidas orientações quanto aos horários de ingestão da suplementação para
amenizar o esquecimento, para o uso de reforçamento diferencial e formas de tornar o ambiente
favorável ao consumo dos suplementos. Tais resultados apontaram que o uso correto de suplementos
ficou sob controle de contingências tais como ambiente específico, número de suplementos a
serem ingeridos, rotina do paciente que devem ser levadas em consideração e exploradas pelos
cuidadores que acompanham os pacientes bariátricos, ao analisarem o seguimento das prescrições
médicas e nutricionais pelos pacientes.
No presente estudo, tanto C1 quanto o C2 forneceram apoio adequado no que tange à prática
de atividade física (caminhada), visando o aumento da frequência semanal de modo progressivo.
Ressalta-se que para C1 a prática de atividades físicas sempre esteve incorporada em sua rotina,
mesmo antes do reganho de peso, sendo que após a intervenção o padrão se manteve. A adesão à
atividade física regular tem sido apontada pela literatura como um dos comportamentos mais difíceis
para o paciente iniciar e manter ao longo da vida (Straub, 2014). Isso ocorre, em parte, por tomar
tempo do paciente e exigir mudanças na rotina de vida representando um alto custo para a adesão
(Ferreira, 2001). Assim, C3 foi orientado quanto à introdução gradual (aproximações sucessivas) da
atividade física na vida de P3 como forma de fornecer apoio, além da participação conjunta para
motivá-lo.
Atualmente, sabe-se que o estresse está diretamente relacionado à piora do prognóstico na
saúde do indivíduo (Abreu-Rodrigues & Seidl, 2014; Guimarães, 1999). Assim, o manejo e controle
das contingências responsáveis pelo comportamento estressante são fundamentais quando se objetiva
o fornecimento de apoio a esses pacientes. Neste estudo, assim como para todas as demais
60
com base no fato de que os pacientes também relataram a presença de apoio inadequado, deve-se
considerar que, provavelmente, ocorreram omissões nas respostas de insatisfação ou
indisponibilidade de apoio.
uma medida de ordem mais genérica sobre a disponibilidade e satisfação com o apoio social (medida
pela escala), a identificação da adoção de condutas específicas de adesão segundo relatos do próprio
paciente poderia avaliar melhor a eficácia da intervenção.
Por fim, os resultados apontam que intervenções comportamentais podem ajudar cuidadores
a fornecer suporte social mais adequado a pacientes com reganho de peso pós cirurgia bariátrica e,
assim, promover melhora da saúde e da qualidade de vida dessa população. Como apontado, a
obesidade é alvo de convergência de esforços de profissionais da área de saúde, sendo uma das
maiores preocupações da atualidade em termos de saúde pública. O aumento nas taxas de
morbimortalidade dessa população, além da luta diária em obter melhora da qualidade de vida, torna
o estudo e os cuidados com essa clientela necessários. Entretanto, de modo interdisciplinar, deve-se
ter em mente que os cuidadores são grandes aliados nessa luta e que, ao promover suporte social
compatível com suas necessidades, estaremos promovendo a saúde e a qualidade de vida dos
pacientes.
64
Capítulo 6
Considerações Finais
Os objetivos do estudo foram alcançados, mas é importante frisar que os diversos contextos
psicossociais em que as pessoas acometidas pela obesidade estão inseridas podem demandar
diferentes habilidades e estratégias de intervenção. Assim, outras pesquisas precisam ser conduzidas
para avaliar a intervenção comportamental de forma longitudinal, a longo prazo, em diferentes
contextos psicossociais e com estratégias mais sofisticadas de avaliação dos efeitos da intervenção.
Reitera-se que a relevância do presente estudo deve-se ao seu pioneirismo, na medida em
que não foi encontrado, na literatura, estudo brasileiro ou internacional publicado sobre intervenção
específica em suporte social a pacientes submetidos à cirurgia bariátrica com reganho de peso. Os
resultados encontrados são importantes para profissionais que acompanham pacientes bariátricos,
mostrando a necessidade de maior atenção aos cuidadores em todas as etapas de tratamento desses
pacientes.
A introdução da Escala de Suporte Social pode ser bastante útil no cotidiano dos serviços de
saúde como estratégia de avaliação e/ou intervenção. Ela permite a identificação de aspectos sobre a
disponibilidade e satisfação que o paciente tem com o apoio existente, servindo de base para
aprimorar o atendimento realizado.
Aprendemos com esse trabalho que o apoio social qualificado é fundamental na prevenção e
no tratamento de pacientes com reganho de peso após GBYR, sendo uma variável a ser avaliada e
acompanhada em todos os momentos do tratamento dessa população. Além disso, o investimento na
intervenção a pessoas provedoras de apoio social pode levar à manutenção de níveis satisfatórios de
adesão às recomendações médicas e, consequentemente, à melhora da saúde e qualidade de vida
dessa população.
65
Referências
Colles, S.L., Dixon, J.B., & O´Brien, P.E. (2008). Grazing and loss of control related to eating: two
high risk factors following bariatric surgery. Obesity,16, 3, 615-622.
Echer, I.C. (2005). The development of handbooks of health care guidelines. Revista Latino-
Americana de Enfermagem,13(5),754-757.
Eisenberg, D., Duffy, A. J., & Bell, R. L. (2010). Does preoperative weight change
predict postoperative weight loss after laparoscopic Roux-en Y Gastric Bypass in short term?
Journal of Obesity, 10, 1-4.
Fandiño, J., Benchimol, A. K., Coutinho W. F., & Appolinário, J. C. (2004). Cirurgia
bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Revista de Psiquiatria do Rio Grande
do Sul, 26(1), 47-51.
Faria, S. L., Kelly, E. O., Lins, R. D., & Faria, O. P. (2010). Nutritional management of weight
regain after bariatric surgery. Obesity Surgery, 20, 135-139.
Ferreira, E. A. P. (2001). Adesão ao tratamento em portadores de diabetes: efeitos de um
treino em análise de contingências sobre o comportamento de autocuidado. Tese de
Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal.
Ferreira, A., Santos, O., Raimundo, G., Pegacho, M. & Carvalho, M. (2013). Psychological
characterization of severely obese patients: pre and pot bariatric surgery. Health and Society,
10 (1), 31-42.
Fichter, M. M., & Leibbrand, R. (2002). Maintenance of weight loss after obesity treatment: is
continuous support necessary? Behavior Research and Therapy, 40(11), 1275-1289.
Fleury, M. S. (2006). Comportamentos de autocuidado em diabetes tipo I: estratégias
para a promoção da adesão. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, Distrito
Federal.
Franques, A.R.M., & Arenales-Loli, M.S (2006). Contribuições da psicologia na cirurgia da
obesidade. São Paulo: Vetor.
Goldiamond, I. (1974). Toward a construcional approach to social problems; Ethical and
constitutional issues raised by applied behavior analysis. Behaviorism, 2(1), 1-84.
Reimpresso em 2002. Behavior and Social Issues, 11, 108-197
Guimarães, S. S. (1999). Psicologia da saúde e doenças crônicas. In R.R. Kerbauy (Ed.),
Comportamento e Saúde: Explorando alternativas (pp. 22-45). São Paulo: Arbytes.
Gusmão, J. L., & Mion Jr, D. (2006). Adesão ao tratamento: conceitos. Revista Brasileira de
Hipertensão, 13(1), 23-25.
Herber, D., Greenway, F.L., Kaplan, L. M., Livingstone, E., Salvador, J., & Still, C. (2010).
Endocrine and nutritional management of the post-bariatric surgery patient: an endocrine
society clinical practice guideline: Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, 95,
4823-4843.
67
Herpertz, S., Kielmann, R., Wolf, A. M., Haberbrand, J., & Senf, W. (2003). Do psychosocial
variables predict weight loss or mental health after obesity surgery? A systematic review.
Obesity Research, 12, 1554–1569.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010). Pesquisa de orçamentos familiares (POF)
2008-2009: Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no
Brasil. Retirado de
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressão.php?id_noticia=1699
Kalarchian, M. A., & Marcus, M.D. (2003). Management of the bariatric surgery patient: Is there a
role for the cognitive behavioral therapist? Cognitive and Behavioral Practice, 10, 112-119.
Karlsson, J., Sjoostrom, L., & Sullivan, M. (1998). Sweedish Obese Subjects (SOS) - an intervention
study of obesity: two year follow-up of health – related quality of life (HRQL) and eating
behaviors after gastric surgery for severe obesity. International Journal of Obesity & Related
Metabolic Disorders, 22(2), 113-127.
Kant, A. K. (2000). Consumption of energy dense, nutrient, poor foods by adult Americans:
nutricional and health implications. The third National Health and Nutrition Examination
Survey, 1988-1994. American Journal of Clinical Nutrition, 72, 929-936.
Keher, G. M., Souza, V. F. M., Vágula, S., Fiorese, L.V., Nardo Júnior, N., & Pereira, V. R. (2007).
Prevenção e tratamento da obesidade: Indicativos do sul do Brasil. Ciências e Cuidados em
Saúde, 6(2), 427- 432.
Kierman, M, Moore, S. D., Schoffman, D. E., Lee, K., King, A. C., Taylor, C. B., Kierman, N. E., &
Perri, M.G. (2012). Social support for healthy behaviors: Scale psychometrics and prediction
of weight loss among women in a behavioral program. Obesity, 20, 756–764.
Kofman, M. D., Lent, M. R., & Swencionis, C. (2010). Maladaptive eating patterns, quality of life,
and weight outcomes following gastric bypass: results of an internet survey. Obesity,18,
1938-1943.
Koholokula, J. K., Mau, M. K., Efird, J. T., Leake, A., West, M., Palakika, D. M., Yoshimura, S.R.,
Kekawoha, B. P., Rose, C., & Gomes, H. (2011). A family and community focused lifestyle
program prevents weight regain in pacific islanders: a pilot randomized controlled trial.
Health Education & Behavior, 39(4), 386-395.
Livhits, M., Mercado, C., Yermilov, I., Parikh, J. A., Dutson, E., Mehran, A., Ko, C. Y., Shekelle, P.
G., & Gibbons, M. M. (2011). Is social support associated with greater weight loss after
bariatric surgery? A systematic review. Obesity Reviews, 12, 142-148.
Lutfi, R., Torquati, A., Sekhar, N., & Richards, W. O. (2006). Predictors of success after
laparoscopic gastric bypass: a multivariate analysis of socioeconomic factors. Surgical
Endoscopy, 20, 864-867.
Machado, C. A. (2008). Adesão ao tratamento: tema cada vez mais atual. Revista Brasileira de
Hipertensão, 15(4), 220-221.
68
Medical (AACE/TOS/ASMBS) (2008). Guidelines for clinical practice for the perioperative
nutritional, metabolic and nonsurgical support of the bariatric surgery patient. Surgery of
Obesity and Related Diseases, 4, 109-184.
Magro, D. O., Geloneze, B., Delfini, R., Pareja, B.C., Callejas, F., & Pareja, J.C. (2008). Long term
weight regain after gastric bypass: a five-year prospective study. Obesity Surgery, 18, 648-
651.
Malerbi, F. E. K., & Ferreira, E. A. P. (2014). Contribuição da psicologia para a promoção da saúde
da pessoa portadora de diabetes. In E.M.F. Seidl & M.C.O.S. Miyazaki (Eds.), Psicologia da
saúde: pesquisa e atuação profissional no contexto de enfermidades crônicas (pp. 103-126).
Curitiba: Juruá Editora.
Marchesini, J. B. (2010). Acompanhamento psicológico tardio em pacientes submetidos à cirurgia
bariátrica. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, 23(2), 113-120.
Marchesini, J. B. (2006). A história da cirurgia bariátrica e das equipes multidisciplinares: os
psicólogos. Em A. R. Marcondes-Franques & M. S. Arendes-Loli (Eds.), Contribuições da
Psicologia na Cirurgia da Obesidade (pp. 13-22). São Paulo: Vetor.
Martire, M. L., & Schulz, R. (2007). Involving family in psychosocial interventions for chronic
illness. Association for Psychological Science, 16 (2), 90-94.
Matarazzo, J. (1980). Behavioural health's challenge to academic, scientific and professional
psychology. American Psychologist, 37, 807-818.
Meyer, J.M., & Stunkard, A.J. (1994). Twin studies of human obesity. In C. Bouchard (Ed.), The
generics of obesity (pp. 63-78). Florida: CRC Press.
Miller, N. H., Hill, M, Kottke, T., & Ockene, I. S. (1997). The multilevel compliance challenge:
recommendations for a coll to action: a statement for health care professionals. Circulation
(95), 1085-1090.
Moraes, T .P. R., & Dantas, R .A. S. (2007). Avaliação do suporte social entre pacientes cardíacos
cirúrgicos: subsídio para o planejamento da assistência de enfermagem. Revista Latino-
Americana de Enfermagem,15(2),323-329.
Nezu, A. M. (2004). Problem solving and behavior therapy revisited. Behavior Therapy, 35, 1-33.
VIGITEL Brasil (2013). Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico. Retirado de:
http://www.sbpt.org.br/downloads/arquivos/vigitel_2012.pdf.
Odom, J., Zalesin, K. C., Washington, T. L., Miller, W. W., Hakmeh, B., Zaremba, D. L.,
Altattan, M., Balasubuamaniam, M., Gibbs, D.S., Krause, K.R., Chengelis, O.L., Franklin,
B.A., & McCullough, P.A. (2010). Behavioral predictors of weight regain after bariatric
surgery. Obesity Surgery, 20, 349-256.
Oliveira, C.C.L. Ferreira, P.A.E., & Casseb, S.M. (2005). Os efeitos do uso de registros de
69
Uchino, N. B, Cacioppo, T. J., & Kiecolt-Glaser, K. J. (1996). The relationship between social
support and physiological processes: A review with emphasis on underlying mechanisms
and implications for health. Psychological Bulletin,119(3), 488-531.
Vázques, I. A., Rodrigues, C.F., & Alvarez, M. P. (1998). Manual de Psicologia de la
Salud. Madri: Ediciones Pirâmide.
Wing , R. R., & Jeffery, R.W. (1999). Benefits of recruting participantes with friends
and increasing social support for weight loss and maintenance. Journal
of Counseling and Clinical Psychology, 67, 132-138.
Wolfe, W. A. (2004). A review: maximizing social support - A neglected strategy for improving
weight management with african-american women. Ethnicity & Disease, 14, 212-218.
World Health Organization (WHO) (2011). Death and daily estimates for 2011 by cause for WHO
members states. Recuperado de http://www.who.int/healthinfo/bod/en/index.html.
Ximenes, E. (2009). Cirurgia da obesidade: um enfoque psicológico. Santos, SP: Livraria Santos
Editora.
Zanella, M. T. (2005). Tratamento. In A. M. Claudino & M. T. Zanella (Eds.), Guias de
Medicina Ambulatorial e Hospitalar (pp. 235-242). São Paulo: UNIFESP/Escola Paulista de
Medicina.
71
ANEXO 1
Universidade de Brasília
Instituto de Psicologia
Brasília, de 2013.
Prezado (a) Senhor (a)
Estamos estudando como a orientação comportamental influencia no fornecimento de
suporte sócio-familiar adequado para o paciente submetido à cirurgia bariátrica com reganho de
peso. Os resultados dessa pesquisa poderão ser úteis na melhoria da assistência prestada às pessoas
submetidas a esse procedimento. A pesquisa está sendo coordenada pela psicóloga e doutoranda
Marcela Abreu Rodrigues (marcelabreu81@gmail.com) sob a orientação da professora Eliane M. F.
Seidl (seidl@unb.br), do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.
Este é um convite para que o (a) senhor (a) participe deste trabalho, respondendo a uma
entrevista e a um questionário que serão gravados em áudio. Para isto, serão necessários três
encontros, com duração de cerca de 60 a 90 minutos em três momentos distintos, no próprio serviço
onde o acompanhamento médico esta sendo realizado. Os encontros respeitarão a sua conveniência e
disponibilidade de tempo.
Vamos necessitar de informações que estão no prontuário médico: tempo de cirurgia, peso
inicial.
Os resultados da pesquisa serão divulgados no Instituto de Psicologia podendo ser
publicados posteriormente, sem qualquer menção à identificação dos pacientes. Os dados e materiais
utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda do pesquisador.
O sigilo das informações fornecidas e o anonimato dos participantes estão garantidos. A sua
participação é voluntária, sendo que o(a) senhor(a) poderá interromper ou se retirar do estudo, em
qualquer momento, se assim desejar, bastando para isso informar sua decisão de desistência. Foi
esclarecido ainda, que, por ser uma participação voluntária e sem interesse financeiro, o Sr.(a) não
terá direito a nenhuma remuneração. Esclarecemos ainda, que a sua participação na pesquisa não
incorrerá em riscos ou prejuízos de qualquer natureza.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da
Saúde da Universidade de Brasília. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do
sujeito da pesquisa podem ser obtidos através do telefone (61) 3107-1947.
Caso esteja de acordo em participar, pedimos sua assinatura em duas cópias deste
documento: uma ficará com o (a) senhor (a) e a outra com a equipe da pesquisa.
Esperando contar com a sua participação, agradecemos antecipadamente pela sua valiosa
colaboração neste trabalho.
Atenciosamente,
Universidade de Brasília
Instituto de Psicologia
Atenciosamente,
Universidade de Brasília
Instituto de Psicologia
Atenciosamente,
ANEXO 4
2. Data de Nascimento:
3. Grau de Escolaridade:
( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo
7- Data de hoje:
8- Data da cirurgia:
9- Peso pré-operatório:
10- Peso atual:
11- Menor peso obtido desde a cirurgia:
12- Ainda está perdendo peso?
13- Você tem tido reganho de peso desde a cirurgia?
14- Quantidade de reganho desde a cirurgia (em relação ao menor peso obtido):
15- Após a cirurgia, quando iniciou o reganho (dê o tempo exato em meses)?
16- A que você atribui o seu reganho de peso?
17- Você pratica atividade física? Qual a regularidade e a(s) modalidade(s)?
18- Com relação a sua dieta/alimentação, como você avalia a sua adesão?
Pobre 1 2 3 4 5 Muita Boa
Por que?_____________________________________________________
75
19- Com relação ao uso de suplementos alimentares prescritos pela nutricionista, como você
avalia a sua adesão?
Pobre 1 2 3 4 5 Muita Boa
Por que?______________________________________________________
20- Alguém tem expressado alguma preocupação com o seu reganho de peso? Quem? De que
forma?_______________________________________________________
21- De que forma você avalia seu bem estar geral no momento atual? Isso inclui bem estar
físico, psicológico, emocional, vocacional, etc (circule a resposta na escala abaixo).
Pobre 1 2 3 4 5 Muito Bom
23- Quem você indica para participar da intervenção como fonte de apoio social?
Quais os motivos levam você a indicar essa pessoa?_________________________
Você acha que ela terá oportunidade para participar
76
ANEXO 5
2. Data de Nascimento:
3. Grau de Escolaridade:
9. Como que você acha que você tem ajudado o paciente a seguir as orientações médicas e
nutricionais?
10. O que você acha que você poderia fazer para ajudar o paciente a prevenir-se contra o reganho de
peso?
9. Como você avalia a adesão ao tratamento (dieta e atividade física) do paciente após a cirurgia?
10. Qual seria a sua disponibilidade ( de preferência semanal) para participar do estudo?
77
Este questionário é sobre o apoio ou ajuda que você tem recebido de diferentes
pessoas com quem você se relaciona. Por favor, informe a frequência dos
diferentes tipos de apoio que tem recebido em relação ao tratamento da
obesidade e a sua satisfação quanto a cada um deles. Pedimos que não deixe
nenhuma questão em branco. Mais uma vez, obrigada pela sua colaboração!
1. Você tem recebido apoio de alguém em situações concretas, facilitando a realização do seu
tratamento de saúde? (Exemplo: tomar conta dos filhos quando você tem consulta, cuidar da casa
nos dias de consulta ou qualquer outra situação)
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
1.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
2. Você tem recebido apoio de alguém em questões financeiras, como divisão das despesas da
casa, dinheiro dado ou emprestado?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
2.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
3. Você tem recebido apoio de alguém em atividades práticas do seu dia-a-dia? (Exemplo:
arrumação da casa, ajuda no cuidado dos filhos, preparo de refeições ou qualquer outra coisa)
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
3.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
4. Você tem recebido apoio de alguém em relação ao seu próprio cuidado de saúde? (Exemplo:
lembrar a hora de um medicamento ou o dia de fazer um exame, comprar um remédio para você,
acompanhar em uma consulta ou qualquer outra situação)
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
4.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
78
insatisfeito(a)
5. Você tem recebido apoio de alguém com quem você pode contar em caso de necessidade?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
5.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
Com base nos tipos de apoio mencionados acima (questões 1 a 5), marque
na lista abaixo com um X a(s) pessoa(s) que tem dado esse tipo de apoio a
você.
________________________________
6 .Você tem recebido apoio de alguém que faz você se sentir valorizado(a) como pessoa?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
6.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
7. Você tem recebido apoio de alguém com quem possa desabafar ou conversar sobre assuntos
relacionados à sua obesidade?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
7.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
8. Você tem recebido apoio de alguém que lhe fornece informações, melhorando o seu nível de
conhecimento sobre o seu problema de saúde?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
79
8.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
9. Você tem recebido apoio de alguém que faz você se sentir integrado socialmente?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
9.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
10. Você tem recebido apoio de alguém que lhe ajuda a melhorar o seu humor, seu astral?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
10.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
11. Você tem recebido apoio de alguém quando precisa de companhia para se divertir ou fazer
atividades de lazer?
1 2 3 4 5
nunca Raramente às vezes freqüentemente sempre
11.1 Quão satisfeito(a) você está em relação a esse apoio que tem recebido?
1 2 3 4 5
muito insatisfeito(a) nem satisfeito(a) satisfeito(a) muito
insatisfeito(a) nem satisfeito(a)
insatisfeito(a)
Com base nos tipos de apoio mencionados nas perguntas 6 a 11, marque na
lista abaixo com um X a(s) pessoa(s) que tem dado esse tipo de apoio a você.
ANEXO 7
Ficha de automonitoramento para os cuidadores