Bariatrica Tese Sobre
Bariatrica Tese Sobre
Bariatrica Tese Sobre
CURITIBA
2014
GISELE FARIAS
CURITIBA
2014
Farias, Gisele
Redução de peso após cirurgia bariátrica: diferenças clínicas e nutricionais entre bons
e maus respondedores / Gisele Farias - Curitiba, 2014.
123 f.: il.; 30 cm.
NLM: WO 500
Dedico este trabalho:
Aos meus pais, meus primeiros e eternos professores, que me ensinaram a lutar
pelos meus objetivos.
À Dra. Solange Cravo Bettini, exemplo de profissional, mulher, amiga e conselheira
que tanto me estimula ao aprofundamento dos meus estudos.
“Se consegui enxergar mais longe, foi por estar
apoiado sobre os ombros de gigantes”
(Isaac Newton)
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, minhas irmãs e meus cunhados pela paciência e força durante todo
este período. Aos meus sobrinhos, Pedro e Felipe, por proporcionarem momentos
de descontração. Vocês são meu alicerce. Amo vocês.
À banca examinadora Prof. Dra. Maria Emília Daudt Von der Heyde e Dra. Adriane
Maria Rodrigues, profissionais que tanto admiro, pela orientação, conselhos e
contribuição com o trabalho.
À nutricionista Bárbara Dal Molin Netto, pela amizade, carinho, apoio e conselhos no
final deste projeto.
Ao Prof. Dr. Raul Von der Heyde pelo direcionamento na parte estatística.
Às secretárias da equipe Gastro & Cor: Cecília e Micheli pela amizade, carinho,
apoio, tolerância e ajuda com o contato dos pacientes durante a fase inicial da
pesquisa.
À minha amiga, companheira do AMOC, Marília Zaparolli, por tanto me apoiar e com
muito carinho e otimismo me estimular na fase final dessa caminhada.
À todos que caminharam ao meu lado nessa jornada, seja desde o início ou próximo
a conclusão, meu sincero agradecimento pela paciência, dedicação, força, estímulo,
atenção nos momentos decisivos, e, por, junto comigo contornarem os tantos
obstáculos.
“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que
o melhor fosse feito.
Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus,
não sou o que era antes”.
Fernando Pessoa
RESUMO
A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade, mas uma das
principais questões atualmente discutidas é a recuperação do peso pós cirúrgico.
Objetivo: Comparar as características demográficas e os perfis clínico e nutricional
de obesos submetidos à cirurgia bariátrica que obtiveram perda de excesso de peso
sustentada com aqueles que falharam. Método: Estudo clínico observacional com
pacientes submetidos ao bypass gástrico em Y-de-Roux em hospital público
brasileiro. Considerando o percentual de perda de excesso de peso (PEP) de 50,0%,
após no mínimo, 2 anos de pós-operatório (PO), a amostra foi dividida em bons
respondedores (BR) e maus respondedores (MR). Além do peso, foram comparadas
as presenças de comorbidades, o padrão alimentar, a qualidade de vida e os hábitos
e estilo de vida entre os grupos. Os dados foram coletados do prontuário médico, e o
peso, comorbidades, padrão alimentar, qualidade de vida e hábitos e estilo de vida
avaliados em consulta clínica. A análise estatística foi feita com software SPSS 22.0.
Resultados: Foram avaliados 204 indivíduos (87,7% mulheres), com idade média
de 50,15±11,08 anos e 67,38±30,76 meses de PO. Após 2 anos de PO, 71,1%
foram considerados BR e 28,9% MR, com PEP médio de 72,33±13,86% e
35,06±12,10%, respectivamente (p=0,000). Os BR perderam maior excesso de peso
nos diferentes tempos de PO analisados (p=0,000). Os MR atingiram o platô da
perda de peso antes e apresentaram maior recuperação de peso (p=0,000). Houve
melhora ou remissão de diabete melito (86,9%), dislipidemia (80,8%) e hipertensão
arterial (62,8%), dentre outras comorbidades avaliadas, em ambos os grupos, sendo
mais significativos nos BR. As médias de consumo calórico e de ingestão protéica
PO foram de 1151,53±33,39Kcal e 49,50±1,84g, respectivamente. Observou-se
baixo consumo de carnes e consumo frequente de lanches, frituras, doces, gorduras,
embutidos e bebidas artificiais. A prevalência de síndrome de dumping foi de 42,2%
e de intolerâncias alimentares, 52,0% Os alimentos menos tolerados foram doces
(25,5%), arroz (18,6%), carnes (16,7%), leite e derivados (12,3%) e vegetais
folhosos (8,8%). Não houve diferença entre os grupos, com relação ao padrão
alimentar. No PO, 8,3% eram tabagistas, 20,1% eram etilistas sociais e 14,7%
praticavam atividade física regularmente, sem diferença entre os grupos. O uso
regular de suplementação multivitamínica foi semelhante entre os grupos, com
exceção para vitamina B12, com uso regular mais frequente nos BR. Houve melhora
da qualidade de vida em 79,5% do grupo total, com melhor avaliação nos BR
(p=0,00). Conclusão: Quanto maior a perda de peso, maior o índice de remissão de
comorbidades e melhor a qualidade de vida. Porém, no estudo atual não se
observou diferença em relação às características demográficas, padrão alimentar e
hábitos e estilo de vida entre os grupos. Mais estudos são necessários para
distinguir os pacientes que precisarão de conduta mais adequada para um resultado
eficaz.
Bariatric surgery is one of the main treatments for obesity, but one of the main issues
currently discussed is weight regain after surgery. Objective: To compare the
demographic characteristics and clinical and nutritional profile of obese patients who
underwent bariatric surgery had sustained loss of excess weight with those who
failed. Method: An observational clinical study with patients undergoing roux-en-Y
gastric bypass in a brazilian public hospital. According to the percentage of excess
weight loss (EWL) of 50,0% after at least 2 years postoperatively, the sample was
divided into good responders (GR) and poor responders (PR). Besides the weight,
we compared the presence of comorbidities, dietary pattern, quality of life and habits
and lifestyle between groups. Data were collected from medical records, and weight,
comorbidities, dietary pattern, quality of life and habits and lifestyle evaluated in
clinical consultation. Statistical analysis was performed with SPSS 22.0 software.
Results: 204 individuals (87,7% women) with a mean age of 50,15±11,08 years and
67,38±30,76 months postoperatively were evaluated. After 2 years postoperatively,
71,1% were considered GR and 28,9% PR, with a mean EWL of 72,33±13,86% and
35,06±12,10%, respectively (p=0,000). GR lost most of the excess weight in different
times analyzed postoperatively (p=0,000). The PR reached a plateau of weight loss
before and had higher weight regain (p=0,000). There was improvement or remission
of diabetes mellitus (86,9%), dyslipidemia (80,8%) and hypertension (62,8%), among
other comorbidities evaluated in both groups, being more significant in GR. Mean
caloric and protein intake postoperatively were 1151,53±33,39 Kcal and 49,50±1,84
g, respectively. We found a low intake of meat and frequent consumption of snacks,
fried foods, sweets, fats, and embedded artificial drinks. The prevalence of dumping
syndrome was 42,2% and food intolerances, 52,0%. Less tolerated foods were sweet
(25,5%), rice (18,6%), meat (16,7%), milk and dairy products (12,3%) and leafy
vegetables (8,8%). There was no difference between groups in relation to food intake.
Postoperatively, 8,3% were smokers, 20,1% were social drinkers and 14,7%
practiced physical activity, with no difference between groups. Regular use of
multivitamin supplementation was similar between groups, except for vitamin B12
with regular frequent use in GR. Improved quality of life in 79,5% of the total group,
with better evaluation in GR (p=0,000). Conclusion: The higher the loss of weight,
the higher the rat of remission comorbidities and better quality of life. However, in the
present study no difference was observed regarding demographic characteristics,
dietary pattern and habits and lifestyle between groups. More studies are needed to
identify patients who need more appropriate approach for an effective result.
® - Marca registrada
χ2 – qui quadrado
ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica
AMOC – Atendimento Multidisciplinar ao Obeso Cirúrgico
ASMBS – American Society for Metabolic and Bariatric Surgery
AT – Amostra Total
BAROS – Bariatric Analysis and Reporting Outcome System
BGYR – Bypass Gástrico em Y-de-Roux
BR – Bom Respondedor
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
CEP – Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos
CFM – Conselho Federal de Medicina
DCNT – Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
DM 2 – Diabetes melito tipo 2
DRGE – Doença do Refluxo Gastroesofágico
Dumper – Síndrome de dumping positivo
GLP-1 – Peptídeo semelhante ao Glucagon tipo 1
GVB – Gastroplastia Vertical com Bandagem
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
HC-UFPR – Hospital de Clínicas - Universidade Federal do Paraná
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC – Índice de Massa Corporal
Kcal – Quilocaloria
Kg – Quilograma
Kg/m2 – Quilograma por metro ao quadrado
mL – mililitro
MR – Mau Respondedor
NA – Não se Aplica
NIH – National Institute of Health
OMS – Organização Mundial de Saúde
p-valor – Probabilidade
PEP – Perda de Excesso de Peso
POF – Pesquisa de Orçamentos Familiares
QFA – Questionário de Frequência Alimentar
R24h – Recordatório 24 horas
SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
SBCM – Sociedade Brasileira de Clínica Médica
SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
SIH – Sistema de Informação Hospitalar
UFPR – Universidade Federal do Paraná
vs. – versus
TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos
VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico
WHO – World Health Organization
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO…………………………..…………………………………………...…...15
2 OBJETIVOS…………………………..………………………………………….....……16
2.1 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………………....16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………...............16
3 REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………….................17
3.1 OBESIDADE…………………………………………………………………………....17
3.2 CIRURGIA BARIÁTRICA……..……………………………………………...............20
3.2.1 Resultados da cirurgia bariátrica…..………………………………………...........23
3.2.1.1 Parâmetros antropométricos……………………………………………………..24
3.2.1.2 Melhora ou remissão das comorbidades pré-operatórias..............................25
3.2.1.3 Qualidade de Vida..........................................................................................26
3.2.2 Recuperação de Peso.......................................................................................26
3.2.3 Acompanhamento nutricional e consumo alimentar após a cirurgia
bariátrica.....................................................................................................................28
3.2.4 Intolerâncias alimentares após cirurgia bariátrica.............................................29
3.2.5 Síndrome de dumping.......................................................................................30
3.2.6 Suplementação nutricional após cirurgia bariátrica...........................................31
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS....................................................................................33
4.1 CASUÍSTICA........................................................................................................33
4.1.1 Delineamento do estudo...................................................................................33
4.1.2 Aprovação comitê de ética................................................................................33
4.1.3 Termo de Consentimento Informado.................................................................33
4.1.4 Critérios de Inclusão..........................................................................................33
4.1.5 Critérios de Exclusão........................................................................................34
4.2 MÉTODOS...........................................................................................................34
4.2.1 Captação da amostra........................................................................................34
4.2.2 Informações do prontuário e SIH......................................................................34
4.2.3 Consulta clínica.................................................................................................34
4.2.4 Avaliação dos dados antropométricos..............................................................35
4.2.5 Avaliação da melhora ou remissão das comorbidades.....................................37
4.2.6 Avaliação do consumo alimentar......................................................................38
4.2.7 Avaliação das intolerâncias alimentares e síndrome de dumping....................39
4.2.8 Avaliação da qualidade de vida.........................................................................39
4.2.9 Avaliação dos hábitos e estilo de vida..............................................................40
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA......................................................................................40
5 RESULTADOS........................................................................................................42
5.1CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E PERFIS CLÍNICO E
ANTROPOMÉTRICO NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO......................................42
5.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS NO PÓS OPERATÓRIO.....................................44
5.3 MELHORA OU REMISSÃO DAS COMORBIDADES..........................................44
5.4 EVOLUÇÃO DA PERDA DE PESO.....................................................................47
5.5 PADRÃO ALIMENTAR.........................................................................................49
5.5.1 Consumo alimentar...........................................................................................49
5.5.2 Intolerâncias alimentares e síndrome de dumping............................................52
5.6 QUALIDADE DE VIDA.........................................................................................53
5.7 HÁBITOS E ESTILO DE VIDA.............................................................................54
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................55
7 CONCLUSÕES.......................................................................................................65
REFERÊNCIAS..........................................................................................................66
APÊNDICES..............................................................................................................77
ANEXOS..................................................................................................................110
15
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 OBESIDADE
kg/m2 com comorbidades graves associadas, por no mínimo dois anos e com
tratamentos convencionais prévios mal sucedidos ou recuperação de peso. Além
disso, também é obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade”
por um(a) endocrinologista (GELONEZE; PAREJA, 2006; SBCBM, 2006;
MECHANICK et al., 2008; CFM, 2010; MECHANICK et al., 2013).
Em casos de pacientes com IMC maior que 50 Kg/m2 e para pacientes com
IMC entre 35 a 50 Kg/m2 com doenças de evolução progressiva ou risco elevado, a
intervenção cirúrgica é indicada até mesmo sem início de tratamento convencional
devido ao risco elevado de morte (SBCBM, 2006; CFM, 2010).
Deve-se considerar para todas as faixas etárias o grau de risco cirúrgico,
presença de condição fisiopatológica ou psiquiátrica grave, expectativa de vida,
benefícios do emagrecimento, escolha do procedimento e o uso crônico de álcool e
drogas. Contudo, atenção especial deve ser dada aos extremos de faixas etárias,
menores de 16 anos e indivíduos acima de 65 anos (SBCBM, 2006; CFM, 2010).
pesquisa, mais estudos devem ser feitos afim de encontrar um melhor definição de
resultado cirúrgico.
Os pesquisadores participantes do estudo longitudinal Swedish Obese
Subjects (SOS) que acompanham 2010 indivíduos submetidos às diferentes
técnicas cirúrgicas desde 1987, e comparam com 2037 obesos que não receberam
intervenção cirúrgica para avaliar os efeitos da cirurgia bariátrica em diversos
momentos de pós-operatório, utilizam como indicador da perda de peso o cálculo do
percentual da perda de peso absoluta, a qual considera a diferença entre o peso
inicial e o peso atual (SJOSTROM, 2013).
Porém o mais utilizado considera como resultado satisfatório quando o
paciente atinge e mantém uma perda de excesso de peso (PEP) > 50%,
considerando como peso ideal o valor de IMC = 25 Kg/m2 (DEITEL, 1998).
Os resultados após cirurgia bariátrica são excelentes, porém após dois anos
pode ocorrer a recuperação de peso, o que reforça que a obesidade é uma doença
crônica e os cuidados devem ser para vida toda (FARIA et al., 2010).
Estima-se que entre 10% e 20% dos pacientes recuperam um peso
significativo após longo tempo de pós-operatório (KARMALI et al., 2013).
Vale ressaltar que existe o reganho de peso esperado e o inesperado. Ainda
não existe ponto de corte padrão estabelecido para definição de recuperação de
peso inesperado. Karmali et al. (2013) em sua metanálise que revisaram 16 estudos
verificaram que existem diferentes modos de considerar a recidiva de peso: peso
total em Kg, percentual de perda de excesso de peso, IMC, percentual de perda de
peso absoluto e percentual de peso total considerando o menor peso pós cirúrgico.
Telo (2012) define como recuperação de peso esperado como o ganho de
aproximadamente 20% do peso mínimo a partir do segundo ano pós cirúrgico.
Langer et al. (2013) classificaram em diferentes graus a recidiva de peso,
sendo grau I o ganho entre 6 e 10 Kg do menor peso pós-cirurgia, grau II entre 11 e
20 Kg e grau III maior que 21 Kg.
Ao passar do tempo o corpo sofre adaptações fisiológicas e anatômicas.
Pode ocorrer dilatação do estômago, o que inibe a sensação saciedade precoce
desencada pela diminuição deste e a capacidade de absorção do intestino também
aumenta, possivelmente também pela dilatação da anastomose jejunogástrica. Além
disto, ingestão de alimentos com alta densidade calórica, sedentarismo, compulsão
alimentar, alterações metabólicas e hormonais colaboram com a recuperação do
peso (BARHOUCH et al., 2010; FARIA et al., 2010).
Algumas pesquisas sugerem que pacientes com intolerância às carnes
possuem maior predisposição à recuperação ponderal, visto que o baixo consumo
protéico relaciona-se com baixa saciedade e redução da taxa metabólica basal
devido a perda de massa magra corpórea (BARHOUCH et al., 2010).
Para manutenção a longo prazo do peso perdido é de extrema importância a
adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática regular de atividade física (FARIA
et al., 2010).
28
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
4.1 CASUÍSTICA
4.2 MÉTODOS
A qualidade de vida foi avaliada por meio do Bariatric Analysis and Reporting
Outcome System (BAROS) proposto por Oria e Moorehead (1998) e validado por
Moorehead et al. (2003) que é utilizado como método padrão para avaliar a
qualidade de vida em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Este questionário
se baseia na atribuição de pontos à cinco principais aspectos: perda de excesso de
peso, resolução das comorbidades, complicações, reoperações e questões de
qualidade de vida que abordam autoestima, bem estar físico, relações sociais,
capacidade para trabalho e interesse sexual.
A pontuação de cada item está descrita no Anexo 5, sendo a pontuação total
classificada em:
< 1: Insuficiente
> 1 e < 3: Aceitável
> 3 e < 5: Bom
> 5 e < 7: Muito bom
> 7 e < 9: Excelente
40
Os dados foram analisados nos programas Excel e SPSS 22.0 (IBM, 2013).
Considerou-se como variável dependente a classificação de bom ou mau
respondedor. As variáveis independentes foram as relativas às características
demográficas, dados antropométricos pré e pós-operatório, tempo de cirurgia,
comorbidades pré e pós-operatórias, consumo alimentar, intolerâncias alimentares,
síndrome de dumping, qualidade de vida e hábitos e estilo de vida.
A estatística descritiva foi apresentada pela média, desvio padrão e valores
mínimos e máximos quando a variável apresentou distribuição normal. Para as
variáveis que não apresentaram distribuição simétrica utilizou-se a mediana, erro
padrão da média e valores mínimo e máximo. As variáveis categóricas foram
expressas em porcentagem.
Para comparação das variáveis quantitativas aplicou-se o teste para avaliar
a normalidade da distribuição, Shapiro-Wilk. As variáveis que não apresentaram a
distribuição simétrica corrigiu-se a distribuição pela padronização em escore-Z e
então aplicou-se o teste paramétrico de t-student para comparação de médias de
duas amostras independentes (AGRESTI, 2002; SOARES; SIQUEIRA, 2002).
41
5 RESULTADOS
p-valor = 0,012
χ2 = 6,288
p-valor = 0,001
p-valor = 0,008
χ2 = 6,936
Em 6,1% (n=11) dos pacientes o PEP atual era o menor peso pós cirúrgico,
em 36,3% (n=74) houve recidiva ponderal de até 10%, a mesma prevalência entre
10,1% e 20,0% e em 21,3% (n=45), houve recuperação de mais que 20% do menor
peso após a cirurgia.
Os MR apresentaram maior grau de recuperação de peso que os BR
(p=0,000). Entre os MR observou-se em 49,2% (n=29) recuperação poderal superior
a 20,0% do menor peso pós-cirúrgico (FIGURA 7).
p = 0,000
médio foi de 0,76±0,04 (0,09-2,56) g/Kg de peso ideal e nos MR de 0,83±0,07 (0,31-
1,94) g/Kg de peso ideal (p=0,309).
A análise quantitativa do R24h está descrita na tabela 4.
DISCUSSÃO
operatório. Após 24 meses de cirurgia, a incidência de DM2 era de 1%, HAS 24% e
dislipidemia 27%. A remissão de DM2 neste período foi de 72%. Houve aumento
significativo da incidência de todas as comorbidades quando nova avaliação aos 10
anos de seguimento: 7%, 41% e 30%, respectivamente. Quando da avaliação do
DM 2 aos 15 anos de pós-operatório, os autores verificaram que dos 207 pacientes
avaliados, houve incidência em 6 casos (2,9%) quando comparado à avalição após
10 anos de cirurgia. Não encontraram relação com IMC, e sim com níveis de glicose
e dieta de alto índice glicêmico (CARLSSON et al., 2012).
Pesquisadores do SOS compararam os níveis séricos das enzimas
hepáticas aos 2 e 10 anos de pós-operatório e evidenciaram que a cirurgia bariátrica
mostrou-se benéfica em relação à manutenção dos marcadores de função hepática
dentro do padrão de normalidade e não encontraram relação entre a recuperação de
peso e incidência desta doença. No presente estudo, apesar de não avaliar os níveis
séricos das enzimas hepáticas, pode-se verificar pelo laudo da ecografia de
abdômen total, que não houve diferença entre bons e maus respondedores em
relação ao diagnóstico de esteatose hepática (BURZA et al., 2013).
Para avaliação da remissão de apnéia do sono, Kardassis et al. (2013)
avaliaram 19 pacientes submetidos à cirurgia bariátrica há 10 anos, e 20 obesos do
grupo controle, ambos participantes do estudo SOS, por meio do questionário de
sinais clínicos de apnéia do sono, perfil inflamatório pelos exames laboratoriais e
polissonografia no pós-operatório. Concluíram que a cirurgia bariátrica foi efetiva
para melhora desta doença em longo prazo quando comparada ao grupo controle
(KARDASSIS et al., 2013). No presente estudo os pacientes com maior perda de
peso apresentaram maior remissão da apnéia do sono.
Freire et al. (2012) caracterizaram o perfil tardio de 100 pacientes
submetidos ao BGYR e avaliaram a proporção e efeito da recuperação de peso
sobre consumo alimentar, comorbidades e hábitos e estilo de vida. Antes da cirurgia
97,0% dos pacientes possuíam no mínimo uma comorbidade associada à obesidade,
e após a cirurgia, 64,0%. Resultados próximos foram encontrados no presente
estudo, antes da cirurgia 98,0% dos indivíduos possuíam pelo menos uma doença
associada à obesidade e no pós-operatório esse percentual reduziu para 76,0%.
A diminuição significativa encontrada na prevalência de comorbidades tanto
nos bons quanto nos maus respondedores é justificada, porém com melhores
resultados nos bons respondedores, posto que quanto maior a perda de peso maior
58
após 1 ano de cirurgia, com declínio gradual após 6 anos, coincidindo com o
momento em que se observa a recuperação de peso. Sugerem que a perda de 10%
é suficiente para efeitos positivos em longo prazo sobre a qualidade de vida
(NASLUND, 2005; KARLSSON et al., 2007).
O questionário BAROS é considerado o melhor instrumento para avaliar a
qualidade de vida dos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, uma vez que a
pontuação final considera qualidade de vida, perda de excesso de peso,
complicações, reoperações e melhora e/ou remissão das comorbidades.
Awad et al. (2007) acompanharam 1000 pacientes durante 10 anos e
observaram que 84% dos avaliados foram classificados como muito bom ou
excelente no questionário BAROS. No presente estudo encontrou-se a classificação
muito bom ou excelente em 43,6% da amostra total, destes 57,4% dos bons
respondedores e 12,5% dos maus respondedores obtiveram a mesma classificação,
porém nenhum mau respondedor obteve a classificação excelente. As prováveis
causas do alto índice insuficiente em nosso estudo (5,8%) devem-se às
complicações pós-operatórias e recuperação de peso.
A cirurgia bariátrica não resolve os maus hábitos alimentares, estilo de vida
e sedentarismo. A atividade física é essencial para manutenção do peso, estudos
sugerem que pacientes que praticam regularmente possuem melhor perda de peso
(SHAH; SIMHA; GARG, 2006; FARIA et al., 2010; NOVAIS et al., 2011; WELCH et
al., 2011).
Egberts et al. (2012) em sua revisão sistemática encontraram associação
positiva entre a prática de atividade física regular e perda de peso, porém afirmaram
que a comparação fica difícil visto que a forma de investigação dos estudos não são
padronizados.
Freire et al. (2012) observaram que 20% dos indivíduos avaliados
praticavam exercício físico regularmente. Welch et al. (2008) concluíram que a
prática regular de atividade física é fator preditivo para manutenção da perda de
peso após a cirurgia. No presente estudo 14,9% (n=30) praticavam atividade física
regularmente. Não houve associação com a perda de peso.
Tendo em vista a alteração metabólica causada pelo procedimento cirúrgico
e os estudos recentes que sugerem que a cirurgia bariátrica pode aumentar o risco
de uso de substâncias, nas diretrizes para a prática clínica nutricional e metabólica
no pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório de 2013 recomenda-se que
63
atenção maior seja dispensada aos pacientes com história de abuso de substâncias,
etilistas sociais e fumantes (MECHANICK et al., 2013).
Semelhante ao presente estudo, King et al. (2012) e Lent et al. (2013) não
encontraram relação entre uso de álcool e perda de peso. Lent et al. (2013)
observaram que após a cirurgia, não houve alteração nas taxas de tabagismo em
relação ao pré-operatório, e ainda, não observaram associação entre o hábito de
fumar e redução ponderal, o que corrobora com os achados do presente estudo. Os
autores concluíram que os pacientes mais jovens, com maior IMC e história de uso
de álcool no pré-operatório eram mais propensos a fumar e ingerir álcool no pós-
operatório. Odom et al. (2010) observaram que a ingestão alcóolica foi um dos
preditores de recuperação de peso após a cirurgia.
O uso de suplementação multivitamínica regular foi de 69,1%, Freire et al.
(2012) observaram maior frequência de regularidade (89,0%) e Weltch et al. (2011)
menor frequência (57,6%). Encontramos diferença em relação à regularidade do uso
de vitamina B12 intramuscular entre bons e maus respondedores, fato que pode
estar associado à adesão do paciente às orientações, bem como seu
comprometimento com o tratamento (ELFHAG; ROSSNER, 2005; SHAH; SIMHA;
GARG, 2006; LOPEZ; PATEL; KOCHE, 2007; ODOM et al., 2010).
Apesar de alguns indivíduos não atingirem perda de excesso de peso
satisfatória ou apresentarem recuperação ponderal, a cirurgia bariátrica mostrou-se
um tratamento eficiente com relação à melhora ou remissão das comorbidades pré-
operatórias e melhora na qualidade de vida.
Semelhante à outros estudos, não se observou associação entre idade, sexo,
padrão alimentar e hábitos e estilo de vida com a perda de peso após a cirurgia
(HUDSON; DIXON; O’BRIEN, 2002; SUTER et al., 2006; PAJECKI et al, 2007).
De acordo com os dados referentes ao padrão alimentar e hábitos e estilo
de vida observou-se que tanto os bons respondedores como os maus
respondedores precisam melhorar a qualidade da alimentação, bem como incorporar
a prática regular da atividade física e utilizar regularmente a suplementação
multivitamínica prescrita pela equipe médica. A equipe multidisciplinar em nosso
serviço foi estruturada há aproximadamente 7 anos, portanto, 60,8% (n=124) dos
pacientes que compõem a amostra não realizaram acompanhamento multidisciplinar
antes da cirurgia, o que é uma limitação do presente estudo. Devido esse dado, e
também pela dificuldade em conseguir as informações nos prontuários, não
64
7 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ADAMS, T. D. et al. Health benefits of gastric bypass surgery after 6 years. JAMA:
the journal of the American Medical Association, v. 308, n. 11, p.1122–1131,
2012.
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77
APÊNDICES
Data: ___/___/____
Nome: __________________________________________________________________________
Endereço:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Telefones:
__________________________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) - Menopausa ( )
Dados Antropométricos
Exames Bioquímicos:
Esteatose
Biópsia Hepática
Nova oportunidade: _ Esteatose ( ) Esteato hepatite ( ) Score de Kleiner ___ Data ___/___/___
Complicações
Colelitíase
Litíase renal
Seroma
Infecção de parede
Fístula gástrica
Fístula da entero-entero
Estenose da gastro-entero
Pancreatite
TVP
Embolia pulmonar
Obstrução intestinal
Enterorragia
Esplenectomia
Pneumonia
85
Nome: ___________________________________________________________________________
Endereço:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Telefones:
__________________________________________________________________________
Dados Antropométricos
PA (mmHg)
Altura (m)
Peso atual (Kg)
Circunferência abdominal (cm)
Alimento Sempre Difícil, mas Não come Quando come sente.... dor, pressão, vontade
continuo de vomitar ... vomita....
comendo
Arroz
Carne
Leite
Folhosos
Doce
Outros
Recordatório 24 horas:
Horário Alimento/Quantidade
APÊNDICE 13 – MELHORA OU REMISSÃO DE DIABETE MELITO TIPO 2, HIPERTENSÃO ARTERIAL E DISLIPIDEMIA APÓS A CIRURGIA, NA AMOSTRA
TOTAL E NOS BONS E MAUS RESPONDEDORES, DIVIDIDOS CONFORME DURAÇÃO DE PÓS-OPERATÓRIO E GÊNERO
AT BR MR
REMISSÃO MELHORA MANTÉM REMISSÃO MELHORA MANTÉM REMISSÃO MELHORA MANTÉM p-valor χ2
Hipertensão
Arterial
Amostra Total 66 (40,2%) 37 (22,6%) 61 (37,2%) 50 (42,7%) 31 (26,5%) 36 (30,8%) 16 (34,0%) 6 (12,8%) 25 (53,2%) 0,012 6,288
24 a 59 meses
de PO 34 (44,7%) 19 (25,0%) 23 (30,3%) 28 (46,6%) 16 (26,7%) 16 (26,7%) 6 (37,6%) 3 (18,8%) 7 (43,6%) 0,309 1,031
A partir de 60
meses de PO 32 (36,4%) 18 (20,4%) 38 (43,2%) 22 (38,6%) 15 (26,3%) 20 (35,1%) 10 (32,2%) 3 (9,7%) 18 (58,1%) 0,063 3,435
Sexo Feminino 59 (40,7%) 32 (22,1%) 55 (37,2%) 45 (43,7%) 27 (26,2%) 31 (30,1%) 14 (33,3%) 5 (11,9%) 23 (54,8%) 0,009 6,746
Sexo Masculino 7 (36,8%) 5 (26,4%) 7 (36,8%) 5 (35,7%) 4 (28,6%) 5 (35,7%) 2 (40,0%) 1 (20,0%) 2 (40,0%) 1,000 *
Diabete melito
Amostra Total 55 (79,7%) 5 (7,2%) 9 (13,1%) 44 (89,8%) 3 (6,1%) 2 (4,1%) 11 (55,0%) 2 (10,0%) 7 (35,0%) 0,001 *
24 a 59 meses
de PO 30 (81,1%) 4 (10,8%) 3 (8,1%) 25 (86,2%) 3 (10,4%) 1 (3,4%) 5 (62,5%) 1 (12,5%) 2 (25,0%) 0,111 *
A partir de 60
meses de PO 25 (78,1%) 1 (3,1%) 6 (18,8%) 19 (95,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 6 (50,0%) 1 (8,3%) 5 (41,7%) 0,018 *
Sexo Feminino 47 (78,3%) 4 (6,7%) 9 (15,0%) 39 (90,8%) 2 (4,6%) 2 (4,6%) 8 (47,0%) 2 (11,8%) 7 (41,2%) 0,001 *
Sexo Masculino 8 (88,9%) 1 (11,1%) 0 (0,0%) 5 (83,3%) 1 (16,7%) 0 (0,0%) 3 (100,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1,000 *
Dislipidemia
Amostra Total 68 (68,7%) 12 (12,1%) 19 (19,2%) 52 (75,4%) 9 (13,0%) 8 (11,6%) 16 (53,3%) 3 (10,0%) 11 (36,7%) 0,008 6,936
24 a 59 meses
de PO 38 (77,5%) 3 (6,1%) 8 (16,3%) 32 (84,2%) 3 (7,9%) 3 (7,9%) 6 (54,5%) 0 (0,0%) 5 (45,5%) 0,009 *
A partir de 60
meses de PO 30 (60,0%) 9 (18,0%) 11 (22,0%) 20 (64,5%) 6 (19,3%) 5 (16,2%) 10 (52,6%) 3 (15,8%) 6 (31,6%) 0,353 0,862
Sexo Feminino 56 (65,1%) 12 (13,9%) 18 (20,9%) 44 (73,3%) 9 (15,0%) 7 (11,7%) 12 (46,1%) 3 (11,5%) 11 (42,4%) 0,003 8,523
Sexo Masculino 12 (92,3%) 0 (0,0%) 1 (7,7%) 8 (88,9%) 0 (0,0%) 1 (11,1%) 4 (100,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1,000 *
FONTE: O autor (2014)
NOTA: AT= Amostra Total; BR= Bons Respondedores; MR= Maus Respondedores; PO= Pós-operatório
* - Teste exato de fisher
99
APÊNDICE 14 – REMISSÃO DE APNÉIA DO SONO, ESTEATOSE HEPÁTICA E DRGE APÓS A CIRURGIA, NA AMOSTRA TOTAL E NOS
BONS E MAUS RESPONDEDORES, DIVIDIDOS CONFORME DURAÇÃO DE PÓS-OPERATÓRIO E GÊNERO
AT BR MR
REMISSÃO MANTÉM REMISSÃO MANTÉM REMISSÃO MANTÉM p-valor χ2
Apnéia do Sono
Amostra Total 87 (89,7%) 10 (10,3%) 69 (95,8%) 3 (4,2%) 18 (72,0%) 7 (28,0%) 0,002 *
24 a 59 meses de PO 40 (95,2%) 2 (4,8%) 35 (97,2%) 1 (2,8%) 5 (83,3%) 1 (16,7%) 0,268 *
A partir de 60 meses
de PO 47 (85,4%) 8 (14,5%) 34 (94,4%) 2 (5,5%) 13 (68,4%) 6 (31,6%) 0,015 *
Sexo Feminino 76 (90,5%) 8 (9,5%) 59 (95,2%) 3 (4,8%) 17 (77,3%) 5 (22,7%) 0,026 *
Sexo Masculino 11 (84,6%) 2 (15,4%) 10 (100,0%) 0 (0,0%) 1 (33,3%) 2 (66,7%) 0,038 *
Esteatose Hepática
Amostra Total 42 (75,0%) 14 (25,0%) 32 (76,2%) 12 (23,8%) 10 (83,3%) 2 (16,7%) 0,709 *
24 a 59 meses de PO 28 (75,7%) 9 (24,3%) 20 (74,1%) 7 (25,9%) 8 (80,0%) 2 (20,0%) 1,000 *
A partir de 60 meses
de PO 14 (73,7%) 5 (26,3%) 12 (70,6%) 5 (29,4%) 2 (100,0%) 0 (0,0%) 1,000 *
Sexo Feminino 35 (75,4%) 12 (25,5%) 27 (73,0%) 10 (27,0%) 8 (80,0%) 2 (20,0%) 1,000 *
Sexo Masculino 7 (77,8%) 2 (22,2%) 5 (71,4%) 2 (28,6%) 2 (100,0%) 0 (0,0%) 1,000 *
DRGE
Amostra Total 33 (58,9%) 23 (41,1%) 26 (61,9%) 16 (38,1%) 7 (50,0%) 7 (50,0%) 0,638 0,221
24 a 59 meses de PO 20 (66,7%) 10 (33,3%) 19 (73,1%) 7 (26,9%) 1 (25,0%) 3 (75,0%) 0,095 *
A partir de 60 meses
de PO 13 (50,0%) 13 (50,0%) 7 (43,7%) 9 (56,2%) 6 (60,0%) 4 (40,0%) 0,688 *
Sexo Feminino 30 (62,5%) 18 (37,5%) 24 (68,6%) 11 (31,4%) 6 (46,2%) 7 (53,8%) 0,276 1,189
Sexo Masculino 3 (37,5%) 5 (62,5%) 2 (28,6%) 5 (71,4%) 1 (100,0%) 0 (0,0%) 0,375 *
FONTE: O autor (2014)
NOTA: AT= Amostra Total; BR= Bons Respondedores; MR= Maus Respondedores; PO= Pós-operatório
* - Teste exato de fisher
100
ANEXOS
(150g)
Batata, batata doce, 2 un. pequenas
mandioca ou ou 3 colheres de
mandioquinha cozida, sopa (150g)
salada de batata
Batata frita, batata doce 1 porção pequena
frita, mandioca frita, palha (100g)
ou rufles
Purê de batata ou 1 colher de sopa
mandioca (45g)
Maionese de Legumes 1,5 colher sopa
(40g)
OVOS QUANTAS VEZES VOCE COME UNIDAD PORÇÃO MÉDIA PORÇÃO
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E (M) P M G EG
D S M
Ovo cozido/mexido 1 unidade (50gr)
Omelete/frito 1,5 unidade
(75gr)
LEITE, DERIVADOS, QUANTAS VEZES VOCE COME UNIDAD PORÇÃO MÉDIA PORÇÃO
FRIOS E CEREAIS N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E (M) P M G EG
D S M
Café 1 copo pequeno
(50ml)
Vitamina de frutas 2 copos de
requeijão (500ml)
Vitamina de leite ( ) 2 copos de
integral requeijão (500ml)
( ) desnatado
Leite tipo: ( ) integral 1 xícara (200ml)
( ) desnatado
Achocolatado 1 copo requeijão
(250ml)
Queijo Fresco/ricota 1,5 fatia
grande (60g)
Queijo ralado 2 colheres de
sobremesa (14g)
Queijo Edam, cheddar, 1 colher de sopa
gorgonzola (30g)
3 fatias médias
Queijo Mussarela (60g)
Requeijão tipo: 1 colher de sopa
( ) normal ( ) light (30g)
Iogurte Natural tipo: 1 un. média
( ) integral () (200g)
desnatado
Iogurte com frutas tipo: 1 un. média
( ) integral ( ) desnatado (200g)
Margarina tipo: 1 colher de sopa
115
requeijão(250ml)
Suco de laranja natural 1 copo de
requeijão(250ml)
Uva/limão/morango/pêsse 1 cacho pequeno,
go 1 xícara ou 3
unidades grandes
(180g)
DIVERSOS QUANTAS VEZES VOCE COME UNIDAD PORÇÃO MÉDIA PORÇÃO
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E (M) P M G EG
D S M
Patê 2 colheres de
sopa (40g)
Azeitona 10 un. (30g)
Pipoca 1 saco grande
(25g) ou 1 tigela
média
Amendoim 2 punhados (60g)
Tempero para salada: ( ) 1 colher de
óleo sobremesa (5g)
( )
azeite
PÃES, BOLOS E QUANTAS VEZES VOCE COME UNIDAD PORÇÃO MÉDIA PORÇÃO
BISCOITOS N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E (M) P M G EG
D S M
Biscoito amanteigado, ½ pacote ou 14
doce, recheado, wafer, un. (60g)
maria, maisena
Bolacha salgada, torrada 6 un. (40g)
Bolinho, sonho, churros 5 bolinhos ou 1
sonho pequeno
75g
Bolo, tortas doces, pavê, 1,5 fatia média
rocambole, bombas (80g)
Pão caseiro, francês, de 1unidade, ou 2
forma fatias (50g)
Pão de queijo 2 un. média ou 1
grande(45g)
BEBIDAS DIVERSAS QUANTAS VEZES VOCE COME UNIDAD PORÇÃO MÉDIA PORÇÃO
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 E (M) P M G EG
D S M
Cerveja 1 lata (350ml)
Refrigerante ( ) normal ( ) 2 copos (500ml)
diet
Vinho/licor 1 copo pequeno
ou 3 cálices
(165ml)
Pinga/uísque/ conhaque 1 e ½ dose
(80ml)
117
Comer enlatados 0 1 2
Comer embutidos 0 1 2
Comer sanduíches 0 1 2
50. Liste outros alimentos ou preparações importantes que você costuma comer ou beber pelo menos
uma vez por semana que não foram mencionados.
118
MOIZÉ, V. L. et al. Nutritional pyramid for post-gastric bypass patients. Obesity surgery, v. 20, n. 8, p. 1133–1141, 2010.
120
Pré-choque ou choque +5
Perda da consciência, desmaio +4
Vontade de deitar ou sentar +4
Dispnéia +3
Cansaço físico, exaustão +3
Sono, apatia, visão turva +3
Palpitação +3
Inquietação, agitação +2
Tonteira,vertigem +2
Cefaléia +1
Sensação de calor, sudorese,
palidez, pele pegajosa +1
Náusea +1
Distensão abdominal, meteorismo +1
Borborigmo +1
Eructação -1
Vômitos -4
LOSS, A.B., et al. Avaliação da síndrome de dumping em pacientes obesos mórbidos submetidos à
operação de bypass gástrico com reconstrução em Y de Roux. Rev. Col. Bras. Cir., v. 36, n. 5,
p.413-419, 2009.
121