2012 Uem Edespecial Artigo Maria Da Silva Moreira
2012 Uem Edespecial Artigo Maria Da Silva Moreira
2012 Uem Edespecial Artigo Maria Da Silva Moreira
Resumo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a contribuição e a importância da literatura
infanto-juvenil no desenvolvimento e aprendizagem da oralidade, da leitura e escrita de alunos com
necessidades educacionais especiais – NEE. A metodologia é de caráter teórico-prático em que se
utilizou dos seguintes passos: pesquisa de campo para levantamentos de dados, seleção de livros de
literatura infanto-juvenil e vídeos, os quais foram utilizados pelos professores, com atividades de
contação de histórias para os alunos da Escola Marcelo Aparecido da Silva - Educação Infantil e
Ensino Fundamental na Modalidade de Educação Especial – APAE de Janiópolis/PR, com a intenção
de tornar os educandos, por meio da mediação e interação do professor, pessoas mais afetivas,
críticas e participativas em busca da sua autonomia. Resultados: Foi possível observar que os
professores, por meio da literatura infanto-juvenil utilizando-se da prática de contação de histórias,
melhoraram suas práticas pedagógicas e os alunos desenvolveram habilidades cognitiva,
psicomotora e afetivo/emocional. Constatou-se que houve melhoria na qualidade do ensino e que a
literatura deve ser utilizada na educação escolar, de forma planejada e mediada pelo professor. No
entanto, a leitura pode ser feita em vários espaços, mas é na escola que ela é desenvolvida e
aprendida, pois desempenha um papel fundamental no processo ensino-aprendizagem.
1. Introdução
1
Professora PDE 2012. Professora Especialista da Rede Pública do Estado do Paraná. Escola Marcelo Aparecido da Silva –
E.I. E.F. na modalidade de Educação Especial de Janiópolis - PR. E-mail: moreiramds@hotmail.com.
2
Professora Orientadora Professora Doutora no Departamento de Letras da Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail:
leonorpaini@gmail.com.
Com a ampliação dos meios de comunicação, a explosão de recursos
eletrônicos, a informatização, todos trazendo muita informação e diversão, o mundo
está vivendo uma época de grandes transformações. Todas essas inovações têm
influenciado em muitas áreas da sociedade e, entre elas, está o ensino e a
educação.
Nos embates sobre as mudanças educacionais, a literatura Infanto-juvenil é
uma área de destaque. Diante disso, a maior dúvida recai sobre a sobrevivência dos
livros, isto é, de todo material impresso. Ainda assim, o uso de livros diversos e de
literatura continuou tendo seu lugar garantido na educação. Como afirma Coelho
(2000, p.15) “É ao livro, à palavra escrita, que atribuímos maior responsabilidade na
formação da consciência de mundo das crianças e dos jovens.”
Apesar desta valorização dos livros e das artes literárias, a análise realizada
pela especialista Maria Antonieta da Cunha (2008) na pesquisa “Retratos da Leitura
no Brasil”, Mostra que o índice de leitura melhorou, mas os brasileiros ainda lêem
pouco. Uma grande parte da população não conhece materiais de leitura ou
conhece muito pouco.
Existe a falta de acessibilidade aos livros, e quando estes são de fácil acesso,
o desinteresse pela leitura faz com que sejam pouco procurados. Um dos motivos
para muitos se declararem não leitores, é a falta de habilidade para leitura. A
pesquisa apresenta ainda que o hábito de ler não é valorizado pela sociedade, visto
que boa parte dos leitores declara nunca ou raramente ter visto seus pais lendo
livros ou outras fontes de informação. Como as famílias não incentivam, nem
transmitem o valor da leitura, a escola deve assumir este papel, promovendo
acessibilidade às bibliotecas, permitindo assim a valorização e prazer pela leitura.
Os alunos com necessidades educacionais especiais também devem ser
mencionados, observando-se que uma das características diagnosticadas mais
relevantes é a deficiência intelectual, que de acordo com a Associação Americana
de Desenvolvimento Mental (apud Voivodic, 2007, p. 43) “é a condição na qual o
cérebro está impedido de atingir seu pleno funcionamento, prejudicando a
aprendizagem e a integração social do indivíduo”, gerando por conseqüência, um
atraso nas áreas do desenvolvimento físico e mental em maior ou menor grau.
A problemática da pesquisa visa aprofundar este tema, questionando sobre
até que ponto a literatura e a contação de histórias contribui para o desenvolvimento
e aprendizagem da criança com Deficiência Intelectual.
2. A Contação de História
Cada aluno queria desenhar mais bonito que o outro para montar o seu
livrinho. Depois do livro pronto, cada um desenhou a capa do seu livro de acordo
com a sua criatividade. Eles ficaram felizes, pois todos perceberam que são capazes
de desenvolver alguma atividade de aprendizagem.
Num quarto momento, foi trabalhada a história o “Leão e o Ratinho”, contada
com o uso de fantoches. Antes foi dialogado com os alunos sobre os conhecimentos
que tinham da história e da vida do leão e do ratinho. Como por exemplo: onde
vivem, do que alimentam se, qual o tamanho, do que é coberto o corpo deles, se são
animais domésticos, nocivos ou selvagens, etc.. Depois foi contada a história, da
qual, eles gostaram muito, conforme a figura 6.
É importante que a criança tome gosto pela literatura e crie o hábito de ler.
Para isto, ela deve estar constantemente em contato com materiais de leitura e
estes devem ser utilizados de maneira adequada, favorecendo a aprendizagem e a
construção do conhecimento de maneira prazerosa. Coelho (2000 p. 43), coloca
sobre a literatura feita para as crianças “[...] é o meio ideal não só para auxiliá-las a
desenvolver suas potencialidades naturais, como também para auxiliá-las nas várias
etapas de amadurecimento que medeiam a infância e a idade adulta”.
P. B: “Cabe ao professor, no papel de facilitador, colocar o aluno em
contato com diferentes gêneros discursivos, que despertem boas
motivações e desenvolva o gosto pelas temáticas, gosto este, que já é uma
característica natural das crianças”.
De acordo com Costa (2007), é na escola, desde o primeiro dia que a criança
precisa ser exposta ao contato com histórias e poemas, contados oralmente pelo
professor ou mostrados em livros ao alcance dos olhos e do manuseio da criança. A
criação de um ambiente favorável à leitura irá pouco a pouco construindo na mente
infantil a imagem de uma atividade enriquecedora e prazerosa. Não se trata apenas
de vocabulário, mas de estruturas poéticas e narrativas. A criança aprende a
temporalidade dos contos (o ante e o depois das ações), aprende a reconhecer o
herói, a importância da ação narrativa, as imagens de movimento, de espaços e
caráter dos personagens, bem como a presença de imagens de comparação,
metáforas e sinestesias.
P.G: “creio que este projeto pode e deve ser implantado nas Escolas da Rede
Pública, e com certeza beneficiará a todos os alunos com suas respectivas
diversidades de textos para que o aluno tenha mais facilidade em assimilar os
conteúdos propostos.”
P.J: “A literatura é uma arte, como qualquer outra, vai além da informação.
Para nos tornarmos um adulto apreciador de leitura, precisamos sermos
estimulados a ler. Por meio da leitura os estudantes trabalham uma série de
questões como: criatividade, imaginação, reflexão e argumentação, o
resultado de tudo isso são indivíduos questionadores, autoconfiantes,
observadores do mundo que o cerca e participantes da sociedade da qual
fazem parte”.
ANDERSEN, H.C. O patinho feio. In: contos de Andersen. Trad. E adapt. Moteiro
Lobato. 7ª ed. São Paulo, Basiliense, 1961.
COELHO, Maria Betty. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1. Ed. São
Paulo: Moderna, 2000.
GIMÈNEZ, Juan Ramón. Platero e eu. Trad. Athos Damasceno, Porto Alegre:
Globo, 1953.