Psicologiado Desenvolvimento 2022
Psicologiado Desenvolvimento 2022
Psicologiado Desenvolvimento 2022
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO........................................................... 2
A DIFÍCIL DELIMITAÇÃO DO CAMPO ............................................................................. 2
CARACTERÍSTICAS DO CAMPO ...................................................................................3
MÉTODOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO ......................................3
FASES TRADICIONAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO .................................................3
CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO..............................................................................3
PIAGET ....................................................................................................................6
VYGOTSKY ............................................................................................................. 12
WALLON ................................................................................................................ 15
COMPARAÇÃO ENTRE PIAGET, VYGOTSKY E WALLON.................................................. 18
ERIKSON ................................................................................................................ 19
A TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORAL DE KOHLBERG..............................................24
27
URIE BRONFENBRENNER ..........................................................................................24
3:
:3
BOWLBY ................................................................................................................29
15
CUIDADOS MATERNOS E SAÚDE MENTAL – JOHN BOWLBY .......................................... 31
2
02
SPITZ .................................................................................................................... 37
/2
08
O ESTÁGIO NÃO OBJETAL........................................................................................ 37
3/
A FASE DO PRECURSOR DO OBJETO ........................................................................ 38
-0
SOBRE O SORRISO................................................................................................. 39
om
SIGMUND FREUD.................................................................................................... 40
ai
m
M. KLEIN .............................................................................................................. 45
ril
-g
D. WINNICOTT....................................................................................................... 48
1
-0
........................................................................................................................... 56
92
-2
FREUD ........................................................................................................... 62
ril
G
PERSONALIDADE)................................................................................................... 64
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL FREUDIANAS.................................... 66
PULSÃO ................................................................................................................. 67
INSTINTOS ............................................................................................................ 68
SOBRE O NARCISISMO ........................................................................................... 69
MECANISMOS DE DEFESA ....................................................................................... 69
ROGERS ........................................................................................................ 70
SKINNER E WATSON. .................................................................................... 75
A ABORDAGEM S=R ................................................................................................ 75
QUESTÕES SOBRE DESENVOLVIMENTO....................................................... 81
QUESTÕES COMENTADAS E GABARITADAS ............................................. 108
SIMULADO ...................................................................................................165
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Psicologia do Desenvolvimento
GABARITO E COMENTÁRIOS.......................................................................170
Psicologia do desenvolvimento.
27
educação é formar mentes que estejam em condições de
3:
:3
criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.
15
Jean Piaget
2
02
/2
08
Essa é a área da psicologia que estuda... O desenvolvimento. Temos sempre um roteiro
3/
básico para estudarmos essa disciplina: a definição de desenvolvimento e as teorias de
-0
desenvolvimento de acordo com as grandes correntes do pensamento psicológico. De posse desse
om
conhecimento você conseguirá aprofundar mais no conteúdo.
l.c
2. traz uma compreensão sobre as transformações psicológicas que ocorrem no decorrer do tempo
ai
3. cria modelos para explicar mudanças que ocorrem na vida do sujeito e de que modo podem ser
m
li.
4. busca definir cientificamente padrões de mudanças progressivas psicológicas que ocorrem nos
seres humanos com a idade. Para isso, examina as mudanças através de uma ampla variedade de
1
-0
discute a difícil tarefa de conceituá-lo. A controvérsia emana sem dúvida do vasto campo de estudo
M
2
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Psicologia do Desenvolvimento
Características do Campo
Área próxima da psicologia da aprendizagem
Temos vários autores
Articulação com diversos saberes
Campo teórico e empírico
Tende a ser mais estudado individualmente que socialmente ou a partir de grandes grupos.
27
Experimentação
3:
:3
Estudos longitudinais: acompanham os mesmos indivíduos com o passar do tempo
15
Modelos transversais: estudam simultaneamente diferentes grupos etários
2
Instrospecção
02
Observação
/2
08
Clínica/Laboratórios
3/
Entrevistas
-0
Estudos Transculturais, Transgeracionais e multimetodológicos.
om
l.c
1. Período pré-natal
@
2. Período do recém-nascido
ra
ai
3. Primeira infância
m
4. Segunda infância
li.
ril
5. Meninice
-g
6. Adolescência
1
-0
8. Senilidade ou velhice
.5
20
.8
Conceito de Desenvolvimento
92
-2
li
dúvida é a sua definição e seu campo de atuação. Para encurtar um século de história, podemos dizer
ra
até a idade adulta, isto é, a idade em que todos estes aspectos atingem o seu mais completo grau de
maturidade e estabilidade.
Apenas a título de curiosidade, identifico na história da psicologia três grandes fases sobre
como o desenvolvimento era estudado. São fases que se distinguem tanto pelo seu método de
estudo quanto pelo escopo estudado. A primeira fase ocorreu entre as décadas de 1920 e 1930 e foi
caracterizada pelo seu método descritivo. Era uma fase preocupada com a observação e o registro
das ocorrências em situação natural ou provocada, utilizando conteúdos concretos. A segunda fase
ocorreu entre as décadas de 1940 e 1950 e foi marcada pela metodologia correlacional. Ou seja, além
da descrição dos fenômenos, buscava-se entender estatisticamente a relação entre as variáveis
associadas ao desenvolvimento. Um exemplo eram os estudos de crianças autistas e mães-geladeira.
Confesso que eles não levaram esse método estatístico ao pé da letra (rs). A terceira fase começou a
se estabelecer a partir de 1960 e perdura até hoje. Ela é caracterizada pelo método experimental,
onde os sujeitos são estudados em condições provocadas, sendo necessária à percepção de
variáveis envolvidas na questão. Essa evolução entre as abordagens não mostra uma superação
3
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Psicologia do Desenvolvimento
entre os métodos, mas a agregação de novas tendências metodológicas. Desse modo, usamos
atualmente tanto a descrição quanto os estudos correlacionais e o experimentalismo na positivação
de hipóteses acerca do desenvolvimento.
É preciso diferenciarmos sempre:
Variáveis internas: ligadas à maturação orgânica do indivíduo, as bases genéticas
do desenvolvimento. Recentemente, os processos inatos que promovem o
desenvolvimento humano voltam a ser discutidos por teóricos do desenvolvimento
humano.
Variáveis externas: ligadas à influência do ambiente no desenvolvimento. As
abordagens sistêmicas de investigação do desenvolvimento humano há muito
chamam atenção para a importância de se entender as diversas interações que
ocorrem nos múltiplos contextos em que o desenvolvimento se dá. Incluindo-se
nesta discussão uma análise do momento histórico em que o indivíduo se
27
desenvolve.
3:
O conceito de desenvolvimento tem dois aspectos mais gerais: o aspecto das estruturas
:3
mentais e o crescimento orgânico. As estruturas psíquicas possuem uma construção contínua e se
15
caracterizam pelo aparecimento gradativo na relação com o ambiente. Como exemplo de estruturas
2
02
mentais, temos o surgimento do Eu, o aspecto moral, a consciência do outro, o pensamento, o afeto,
/2
a vinculação, a motivação, a linguagem etc. Apesar das enormes diferenças entre os autores sobre o
08
3/
exato surgimento e as condições mínimas para esse desenvolvimento, todos concordam que a
-0
natureza humana possui condições biológicas para o desenvolvimento mental. O crescimento
om
orgânico, por outro lado, é orientado para as estruturas biológicas que se desenvolvem
l.c
naturalmente sem a dependência do ambiente social para o seu surgimento. Isso não quer dizer que
ai
Mas, quais os fatores que influenciam no desenvolvimento humano? Felizmente ainda são
li.
ril
Mas Alyson, esses conceitos não estão repetidos ou se cruzam? É verdade, em muitos casos
78
esses verbetes são usados indistintamente, mas precisamos definir precisamente para o correto
.5
domínio dessa matéria. Para não ficarmos com o meio de campo enrolado, vou colocar aqui algumas
20
.8
distinções conceituais que se cruzam com frequência. Chamaremos de Fatores que influenciam o
92
desenvolvimento humano:
-2
que se encontra.
ra
Mas Alyson, eu confundo tudo. Confundo as escolas, confundo meu nome, confundo tudo!
Calma, a natureza não dá saltos. Eu quero que você guarde agora somente um pouco de informação,
depois vamos fazer uma distinção mais adequada. Temos 3 escolas gerais na psicologia do
desenvolvimento.
4
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Psicologia do Desenvolvimento
27
entendido como o espaço físico, fisiológico, psicológico e afetivo enquanto que o ambiente externo
3:
é toda a realidade objetiva na qual a pessoa está inserida. Nessa relação entre o interno e o externo
:3
estão o corpo do sujeito e o seu papel social.
15
Para melhor entendermos isso, devemos diferenciar os seguintes aspectos do
2
02
desenvolvimento humano:
/2
Aspecto físico-motor - refere-se ao crescimento orgânico, à maturação
08
3/
neurofisiológica. Ex.: A criança que leva a chupeta à boca.
-0
Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio. Ex.: A criança de
om
2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo
l.c
de um móvel.
ai
experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto. Ex.: A vergonha que sentimos
@
em algumas situações.
ra
ai
Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que
m
permanece sozinha.
-g
1
-0
As mudanças proporcionadas por essa relação entre interno e externo podem tanto
78
fenômenos na vida do indivíduo e são marcados por mudanças biológicas e/ou psicológicas. Como
20
.8
a entrada na escola, etc. As mudanças quantitativas, por sua vez, são aquelas que refletem apenas
-2
Antes de adentrarmos nas teorias que nos cabem é preciso considerar alguns axiomas
ra
5
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Psicologia do Desenvolvimento
Piaget
Nasceu em 1896 na Suíça e, reza a lenda, publicou seu primeiro artigo sobre um pardal
albino aos 11 anos de idade! Felizmente esse artigo não cairá em seu concurso. Entre suas principais
obras destacam-se os livros "Biologia e Conhecimento" e "A Formação do Símbolo na Criança".
Alguns pontos de sua biografia são “curiosos” e merecem destaque:
- Estudou Biologia e Filosofia. Recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos
de idade.
27
- Trabalhou como psicólogo experimental, em Zurich. Assistiu às aulas de Jung e trabalhou
3:
:3
como psiquiatra em uma clínica.
15
- Na França foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet (o dos testes de
2
02
inteligência infantis). Jean Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam
/2
erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente.
08
Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como
3/
-0
sendo uma evolução gradativa.
- As teorias de Jean Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações
om
de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa.
l.c
ai
o processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada pela ação e
ai
m
interação do organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia. Essa visão é uma síntese
li.
do empirismo e do racionalismo.
ril
-g
1
Dica de Concurso: Piaget põe de lado as ideias de que o conhecimento nasce com o indivíduo ou é
-0
78
dado pelo meio social. Ele afirma que o sujeito constrói o conhecimento na interação com o meio
.5
físico e social, e essa construção vai depender tanto das condições do indivíduo como das condições
20
do meio.
.8
92
-2
desenvolveu um modelo que se baseia na ideia de que a criança, no seu desenvolvimento, constrói
ril
G
estruturas cognitivas sofisticadas - que vão dos poucos e primitivos reflexos do recém-nascido até às
ra
mais complexas atividades mentais do jovem adulto. Para ele, a estrutura cognitiva é um "mapa"
ai
mental interno, um "esquema" ou uma "rede" de conceitos construídos pelo indivíduo para
M
6
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O primeiro livro que li de Piaget foi “Epistemologia Genética” anos antes de entrar na
faculdade. Achei interessante como um homem que dedicou parte de sua vida ao estudo de
moluscos, conseguiu produzir tantos experimentos e teorias acerca da aprendizagem e do
desenvolvimento humano. É certo que não entendi metade dos conteúdos que li, mas restou a
admiração. Ainda tenho o livro comigo e é dele que trago a maior parte das transcrições. Piaget
estudou o modo como o pensamento se desenvolve e criou a teoria conhecida como Epistemologia
Genética (ou teoria psicogenética), que pode ser considerado uma oposição ao apriorismo e ao
empirismo. O apriorismo é uma escola de pensamento que parte do pressuposto que os
conhecimentos existem por si e são inerentes ao indivíduo. Para o empirismo o conhecimento
ocorre na relação do organismo com o ambiente.
Um dos métodos mais conhecidos de Piaget figurava a observação naturalista que
consistia em observar naturalmente as pessoas no seu meio para tentar reproduzir os fenômenos de
aquisição do conhecimento em seu laboratório. Ele desenhou uma teoria maturacionista, ou seja, o
27
homem amadurece na relação definida de suas predisposições genéticas com o ambiente. Desse
3:
modo, existem estruturas existentes no sujeito, como as estruturas cognitivas, que irão determinar
:3
a sua capacidade de produzir conhecimentos sobre a realidade. Ele, a despeito de todos os teóricos
15
que veremos, foi o mais profícuo experimentalista do campo relacional da
2
02
aprendizagem/desenvolvimento. No entanto, mesmo com a notável produtividade, seus estudos
/2
não foram feitos para aplicação em sala de aula. Mesmo assim, suas teorias inspiraram as obras
08
3/
importantes na área da aprendizagem e educação (Paulo Freire, Yves de la Taille, Emilia Ferreiro e
-0
Ana Teberosky, etc.). om
Durante algumas aulas percebi que alguns alunos defendiam com afinco a ideia errônea
l.c
de que Vygotsky era o pai do construtivismo. Isso é um erro, o termo foi criado, no contexto da
ai
aquisição do conhecimento, por Piaget. Sua abordagem é construtivista principalmente porque nos
gm
aprende. Não podemos confundir com o “método construtivista” malgrado em moda das escolas
ra
ai
atuais (tecnicamente todo método é construtivista). Outro ponto que gera bastante confusão para
m
leigos é que atribuem a Piaget uma teoria inatista. Piaget não é inatista, é maturacionista-
li.
ril
interacionista, construtivista, pesquisador de moluscos, etc. Tudo, menos inatista. Não confunda.
-g
relação à idade cronológica descrita nos estágios de Piaget, podemos esperar desvios (algumas
92
crianças atingem determinados estágios antes ou depois do que outra). Modos de pensamento
-2
característicos de estágios anteriores estão presentes nos estágios seguintes e a criança pode ainda
li
voltar a ter formas anteriores de pensamentos. Não existe uma divisão rígida e algumas crianças
ril
G
de deficiência.
ai
M
Estágio Idade
Estágio sensório-motor de 0 a aproximadamente 2 anos
Estágio objetivo-simbólico (pré-operatório) aproximadamente de 2 a 6 ou 7 anos
Estágio operacional-concreto aproximadamente de 7 a 11 ou 12 anos
Estágio operacional-abstrato de 11 ou 12 anos a 14 ou 15 anos
7
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Atenção: Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que, de melhor o indivíduo
consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou
períodos, nessa sequência, porém o início e o término de cada uma delas dependem das
características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. Portanto, a divisão nessas
faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.
27
egocêntrico (egocentrismo inconsciente e integral). O bebê recebe sensações do interior do próprio
3:
organismo e do ambiente externo imediato e possui padrões inatos, como sugar e agarrar.
:3
No tocante ao desenvolvimento dessa fase, vão ocorrendo mudanças nas funções sensório-
15
motoras, como por exemplo: a visão passa de uma reação reflexa à luz para focalizar objetos
2
02
específicos e depois segui-los quando em movimento.
/2
Distinguem-se três estágios entre o nascimento e o fim deste período:
08
3/
• O dos reflexos
-0
• O da organização das percepções e hábitos (sugar o polegar, seguir ruídos
om
com a cabeça, etc.)
l.c
• E o da inteligência sensório-motora
ai
Piaget situa nesta fase a origem do pensamento inteligente, uma inteligência prática que
gm
inteligência prática e a criança é capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada
m
vez mais complexas. Essa fase estende-se até o aparecimento da linguagem (não existe linguagem
li.
ril
nessa fase). Destaca-se que para Piaget, os quatro processos que caracterizam a revolução
-g
c) Construção da causalidade
92
d) Construção do tempo
-2
É importante destacar, ainda, que a criança não nasce, segundo Piaget, dotada de
li
ril
linguagem e noção de tempo/espaço. Esses conceitos só vão aparecer, e ainda assim de maneira
G
Dica para Concurso: Segundo Piaget, a ausência da permanência do objeto é uma das
características de que a criança ainda se encontra no estágio sensório-motor (primeiro estágio de
desenvolvimento cognitivo).
Dica para Concurso: o que marca a passagem da fase sensório motora para a fase pré-
operatória é o aparecimento da função simbólica (linguagem). Assim, para Piaget, a inteligência é
anterior ao surgimento da linguagem (a inteligência já existe no período sensório motor).
8
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27
É o primeiro dos estágios formais, a criança começa a construir conceitos, através de
3:
estruturas lógicas, consolida os princípios da conservação da quantidade e da reversibilidade.
:3
Realiza as primeiras operações lógicas e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de
15
lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda abstrações. Além disso, começa
2
02
a considerar pontos de vista diferentes.
/2
O nível de pensamento da criança já permite que ela estabeleça corretamente as relações
08
3/
de causa e efeito e de meio e fim, sequencie ideias ou eventos, trabalhe com ideias sob dois pontos
-0
de vista simultaneamente e forme o conceito de número (no início do período, sua noção de número
om
está vinculada a uma correspondência com o objeto concreto).
l.c
Porém, a criança ainda não consegue trabalhar com proposições, ou seja, com enunciados
ai
independente da ação. As ações empreendidas pela criança são no sentido de organizar o que está
@
do indivíduo, ele parte da simples intuição e do pensamento concreto para uma capacidade mais
78
possíveis (cria hipóteses e organiza pensamentos abstratos). Ele distingue o real e o possível. A
20
.8
estratégia cognitiva utilizada tem caráter hipotético-dedutivo, não depende mais de dados
92
concretos, mas de enunciados ou proposições que contenham esses dados. A criança adquire a
-2
capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta (padrão moral).
li
Esquematicamente temos:
ril
G
ra
ai
M
9
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Abstratas (11-
3:
:3
15 anos)
15
2
02
/2
08
3/
-0
Dica para Concurso: Se no período pré-operatório a criança ainda não adquiriu a capacidade mental
da reversibilidade, irá adquirir nos períodos das operações concretas ou formais.
om
l.c
ai
Como você já sabe, para Piaget, o desenvolvimento humano obedece a certos estágios
gm
hierárquicos, que decorrem do nascimento até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem
@
destes estádios é invariável e inevitável a todos os indivíduos. A passagem de um estágio para outro
ra
é de maneira contínua, os estágios não se caracterizam por momentos estanques. Cada estágio
ai
m
apresenta uma estrutura mental dotada de esquemas, que poderiam ser descritos como
li.
ril
ambiente em forma de conhecimento. A aprendizagem, nesse contexto, pode tanto ser um rearranjo
1
de esquemas como a aquisição de novos. É importante destacar que, para a concepção piagetiana,
-0
78
instrumento para compreender o processo de transição dos estados de conhecimento. Sua teoria é
li
significados transformando sua relação com o real. Sujeito e objeto interagem numa busca
ra
presente e a acomodação é o “ajustamento” dessa experiência para o presente. Além disso, Piaget
acredita, ainda, que o desenvolvimento intelectual ocorre por meio de dois atributos inatos aos quais
chama de Organização e Adaptação. A adaptação é o processo pelo qual a inteligência se relaciona
externamente com o ambiente, enquanto que a organização é o processo pelo qual a inteligência
como um todo se relaciona internamente com suas partes. A adaptação é o equilíbrio
entre assimilação e acomodação, que equivale ao equilíbrio da interação entre sujeito e objeto.
Conceitos-chave de Piaget
Organização À medida que aumenta a maturação da criança, elas organizam
padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais complexos.
Adaptação Capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento
para se adaptar às exigências do meio.
Assimilação Capacidade de moldar novas informações para encaixar (integrar) nos
esquemas existentes.
10
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27
perspectiva”. “O egocentrismo constitui uma espécie de centralização do pensamento, uma inocência
3:
do espírito no sentido de uma ausência de toda relatividade intelectual e de todo sistema racional de
:3
15
referência”. Por fim, para Piaget, o desenvolvimento cognitivo não é a mera soma de itens, mas exige
uma reformulação de pontos de vista prévios, num processo contínuo de correção. Portanto, sair
2
02
do egocentrismo quer dizer descentralizar e o termo egocentrismo designa a inabilidade inicial para
/2
08
descentralizar.
3/
Piaget também enfatiza em seu estudo, o entendimento da moral à luz da inteligência. A
-0
própria moral humana pressupõe o desenvolvimento anterior da inteligência, pois as relações entre
om
moral e inteligência têm a mesma lógica atribuída às relações entre inteligência e linguagem. Quer
l.c
dizer, a inteligência é uma condição necessária, porém não suficiente ao desenvolvimento da moral.
ai
por exemplo);
ra
ai
b) princípios: que representam o espírito das regras (amai-vos uns aos outros, por
m
exemplo);
li.
ril
c) valores: que dão respostas aos deveres e aos sentidos da vida, permitindo entender de
-g
(a) anomia (crianças até 5 anos), em que a moral não se coloca, ou seja, as regras são
.5
20
seguidas, porém o indivíduo ainda não está mobilizado pelas relações bem x mal e sim pelo sentido
.8
de hábito, de dever;
92
(b) heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade), em que a moral é ditada pela
-2
autoridade (pais, professores, etc.). Ou seja, as regras não correspondem a um acordo mútuo
li
ril
firmado entre os jogadores, mas sim como algo imposto pela tradição e, portanto, imutável. A
G
legitimação das regras e a criança pensa a moral pela reciprocidade, quer seja o respeito a regras é
entendido como decorrente de acordos mútuos entre os jogadores, sendo que cada um deles
consegue conceber a si próprio como possível 'legislador' em regime de cooperação entre todos os
membros do grupo.
Obviamente que existem críticas à teoria de Piaget, especialmente metodológicas, como:
a ênfase de preocupação metodológica nas pesquisas; a complexidade das tarefas empregadas em
suas pesquisas; a natureza subjetiva das entrevistas clínicas; a dificuldade em explicar mudanças
qualitativas e as influências culturais (prevalecendo a cultura de Piaget, claro); a dificuldade em
considerar o nível social e educacional no desempenho de suas tarefas; e, por fim a afirmação de que
o pensamento formal é universal (sabemos hoje em dia que não é).
Uma crítica que é feita (de modo ingênuo, em minha opinião) à teoria de Piaget é a sua
ausência de caráter social no desenvolvimento humano. Porém, destaco que Piaget concebe o
homem como um ser essencialmente social e não poderia ser pensado fora do contexto da
sociedade, o homem jamais existiria fora da sociedade. Sua teoria é importante por considerar que
11
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Vygotsky
Dando prosseguimento à crítica e a defesa à teoria de Piaget, não é desse tipo de “cunho
social” que Vygotsky e outros autores, advindos das teorias marxistas e do materialismo histórico, se
referiam quando falavam em fator social no desenvolvimento. Para Vygotsky, em especial, o
conhecimento depende da experiência social e o desenvolvimento não pode ser separado desse
27
contexto. Assim, a cultura afeta a forma como pensamos e o que pensamos e cada cultura tem o seu
3:
:3
próprio impacto.
15
Para este russo, o papel do agente externo é primordial, pois sem a intervenção do outro
2
02
não há desenvolvimento. Através da mediação (presença do outro), o sujeito internaliza conceitos
/2
externos, num processo de formação das funções psíquicas superiores. Aprendizagem e
08
desenvolvimento estão inter-relacionados, e a aprendizagem antecede o desenvolvimento, ou
3/
-0
melhor, o objetivo da aprendizagem é prever o desenvolvimento potencial, e interferir na zona de
desenvolvimento proximal, promovendo o desenvolvimento do sujeito. A trajetória do
om
desenvolvimento humano é de “fora para dentro”, por meio da internalização de processos
l.c
ai
interpsicológicos que se tornam intrapsicológicos. É importante salientar ainda que Vygotsky leva
gm
sempre em consideração a sociedade específica em que vive o sujeito, bem como sua cultura e a
@
utilização de signos.
ra
Segundo Vigotsky, ocorrem duas mudanças qualitativas no uso dos signos: o processo de
ai
m
repetição onde a criança apropria-se da fala do outro, tornando-a sua. Os sistemas simbólicos
ril
-g
organizam os signos em estruturas, estas são complexas e articuladas. Essas duas mudanças são
1
essenciais e evidenciam o quanto são importantes as relações sociais entre os sujeitos na construção
-0
78
desenvolvimento da criança, duas vezes: primeiro, no nível social e, depois, no nível. Sendo assim, o
-2
ou seja, é no significado da palavra que a fala e o pensamento se unem em pensamento verbal. Para
ra
ele, o pensamento e a linguagem iniciam-se pela fala social, passando pela fala egocêntrica,
ai
Os estudos de Vygotsky postulam uma dialética das interações com o outro e com o meio,
como desencadeador do desenvolvimento. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desenvolvimento
é impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja
correta, porém diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. Enquanto Piaget defende que a
estruturação do organismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de
aprender que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais superiores.
Para Vigotsky, a relação entre pensamento e linguagem é estreita. A linguagem (verbal,
gestual e escrita) é nosso instrumento de relação com os outros e, por isso, é importantíssima na
nossa constituição como sujeitos. Além disso, é através da linguagem que aprendemos a pensar.
Para Vigotsky, a aquisição da linguagem passa por três fases: a linguagem social, que seria
esta que tem por função denominar e comunicar, e seria a primeira linguagem que surge. Depois
teríamos a linguagem egocêntrica e a linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento.
Linguagem social é aquela que é encontrada na vida em sociedade. A linguagem interior
é, por sua vez, a linguagem que o sujeito usa consigo mesmo em sua mente. E a linguagem
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transição, surge a chamada fala egocêntrica. Trata-se da fala que a criança emite para si mesmo, em
3:
voz baixa, enquanto está concentrado em alguma atividade. Esta fala, além de acompanhar a
:3
atividade infantil, é um instrumento para pensar em sentido estrito, isto é, planejar uma resolução
15
para a tarefa durante a atividade na qual a criança está entretida. A fala egocêntrica constitui uma
2
02
linguagem para a pessoa mesma, e não uma linguagem social, com funções de comunicação e
/2
interação. Esse “falar sozinho” é essencial porque ajuda a organizar melhor as ideias e planejar
08
3/
melhor as ações. É como se a criança precisasse falar para resolver um problema que, nós adultos,
-0
resolveríamos apenas no plano do pensamento / raciocínio. Neste momento, a criança faz a maior
om
descoberta de sua vida: todas as coisas têm um nome.
l.c
ai
A fala interior, ou discurso interior, é a forma de linguagem interna, que é dirigida ao sujeito
m
e não a um interlocutor externo. Esta fala interior, se desenvolve mediante um lento acúmulo de
li.
ril
mudanças estruturais, fazendo com que as estruturas de fala que a criança já domina, tornem-se
-g
estruturas básicas de seu próprio pensamento. A fala interior não tem a finalidade de comunicação
1
-0
com outros, portanto, constitui-se como uma espécie de “dialeto pessoal”, sendo fragmentada,
78
abreviada.
.5
Por volta dos dois anos de idade, o desenvolvimento do pensamento e da linguagem – que
20
.8
até então eram estudados em separado – se fundem, criando uma nova forma de comportamento.
92
Este momento crucial, quando a linguagem começa a servir o intelecto e os pensamentos começam
-2
a oralizar-se – a fase da fala egocêntrica – é marcado pela curiosidade da criança pelas palavras, por
li
perguntas acerca de todas as coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário.
ril
G
som, adquirindo capacidade de “pensar as palavras”, sem precisar dizê-las. Aí estamos entrando na
ai
M
fase do discurso interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de
elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o isolamento da criança,
iremos perceber que seu discurso egocêntrico aumentará subitamente. Isso é importante para o
cotidiano dos educadores, em que eles podem detectar possíveis deficiências no processo de
socialização da criança.
Vygotsky não buscava a elaboração de uma teoria do desenvolvimento infantil, mas a
compreensão dos processos de transformação do desenvolvimento humano (a forma como o
processo de pensar se desenvolve). Ele abordou esse processo de desenvolvimento a partir de
quatro perspectivas: a perspectiva filogenética (desenvolvimento da espécie humana),
sociogenética (história dos grupos sociais), ontogenética (desenvolvimento do indivíduo) e
microgenética (desenvolvimento de aspectos específicos do repertório psicológico dos sujeitos). O
que você precisa saber é que a base de seu trabalho é o materialismo histórico, assim: “o ser
humano constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social. A cultura torna-se parte da
13
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Psicologia do Desenvolvimento
natureza humana num processo histórico que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo,
molda o funcionamento psicológico do homem”.
Apesar de ser um forte defensor da influência do ambiente no processo de
desenvolvimento humano, admitiu que existem alguns “displays” que possuímos já ao nascer, como
enxergar tridimensionalmente. Porém, as funções psicológicas superiores (consciência, intenção,
planejamento, ações voluntárias) dependem da aprendizagem, pois pertencem somente à espécie
humana.
Para Vigotsky, a linguagem e pensamento surgem separados e vão se encontrando no
decorrer do percurso. Observe que o pensamento e a linguagem associam-se devido à necessidade
de intercâmbio durante a realização do trabalho. Porém, antes dessa associação, a criança tem a
capacidade de resolver problemas práticos (inteligência prática), de fazer uso de determinados
instrumentos para alcançar determinados objetivos. Vygotsky chama isto de fase pré-verbal do
desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem.
27
Por volta dos 2 anos de idade, a fala da criança torna-se intelectual, generalizante, com
3:
função simbólica, e o pensamento torna-se verbal, sempre mediado por significados fornecidos pela
:3
linguagem. Esse impulso é dado pela inserção da criança no meio cultural, ou seja, na interação com
15
adultos mais capazes da cultura que já dispõe da linguagem estruturada. Vygotsky destaca a
2
02
importância da cultura; para ele, o grupo cultural fornece ao indivíduo um ambiente estruturado
/2
onde os elementos são carregados de significado cultural.
08
3/
Um ponto central da teoria Vigotskyana é o conceito de desenvolvimento por zonas: a
-0
aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Para
om
Vigotsky, o aprendizado e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de
l.c
desenvolvimento que já está completo (é um nível já alcançado). Seguindo essa premissa, existe a
gm
zona de desenvolvimento potencial ou proximal (ZDP) que é o próximo passo possível para a
@
expansão da área real. Exemplos: você está estudando essa aula com muito afinco e já possui um
ra
ai
conhecimento sobre aprendizagem (ZDR) e daqui a pouco, com uma condução apropriada, você irá
m
familiarizar-se com a teoria de Wallon (essa nova aquisição faz parte da sua ZDP caso não tenha
li.
ril
passa a ser o conhecimento real e a ZDP redefinida a partir do que seria o novo potencial.
1
-0
Segundo Vigotsky:
78
adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (...) A zona de desenvolvimento proximal
-2
define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão presentes em estado
li
O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e
uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão
sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de
pensamento mais elevada. O conceito de mediação demonstra exatamente a maneira como o ser
humano tem acesso ao conhecimento por meio do outro. É através de adultos e crianças mais velhas
e dos recortes operados pelos sistemas simbólicos de uma determinada cultura que a criança
internaliza o conhecimento.
Além da mediação, o concursando deve saber identificar o conceito de internalização.
Esse conceito representa a transformação de um processo interpessoal (externo) em um processo
intrapessoal (interior). Assim, uma atividade externa é reconstruída internamente.
“Chamamos de internalização a reconstrução interna de uma operação
externa. (...) Entretanto elas (funções) somente adquirem o caráter de processos internos como
resultado de um desenvolvimento prolongado. (...) A internalização de formas culturais de
comportamento envolve a reconstrução da atividade psicológica tendo como base as operações com
14
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Psicologia do Desenvolvimento
Teorias de Aprendizagem
Piaget Vigotsky
Fatores internos versus Só passaria a haver O desenvolvimento humano
fatores externos no desenvolvimento humano depende do ambiente social onde
27
desenvolvimento quando houvesse maturidade o ser convive (teoria interacionista
3:
biológica no ser (teoria de desenvolvimento)
:3
15
maturacionista de
desenvolvimento).
2
02
Papel da aprendizagem A aprendizagem é função do A aprendizagem e
/2
08
desenvolvimento, assim, desenvolvimento se influenciam
3/
quanto mais desenvolvido, mais reciprocamente. Há um ciclo
-0
o homem aprende (a
om estreito entre esses dois fatores.
aprendizagem subordina-se ao
l.c
desenvolvimento).
ai
pensamento. O pensamento
m
li.
Wallon
li
ril
G
ra
Se colocássemos Piaget em uma mesa de Bar para conversar com Vigotsky, seria Wallon
ai
M
que faria o papel do “deixa disso” para os dois. Apesar de apresentar conceitos próprios, sua teoria
é, em muitos sentidos, um meio termo entre os dois primeiros autores. Wallon, reconhece que o fator
orgânico é a primeira condição para o desenvolvimento do pensamento; ressalta, porém, a
importância das influências do meio. O homem, para Wallon, seria o resultado de influências sociais
e fisiológicas, de modo que o estudo do psiquismo não pode desconsiderar nem um nem outro
aspecto do desenvolvimento humano. As potencialidades psicológicas dependem especialmente do
contexto sociocultural. O desenvolvimento do sistema nervoso, então, não seria suficiente para o
pleno desenvolvimento das habilidades cognitivas.
O autor estudou a criança contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto
de seus comportamentos, suas condições de existência. A construção do eu na teoria de Wallon
depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Curiosamente,
para Wallon, o desenvolvimento pressupõe “opor-se ao mundo”. Ele chega a essa conclusão ao
postular que o desenvolvimento é um processo pelo qual o indivíduo emerge de um estado de
15
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Psicologia do Desenvolvimento
completa imersão social em que não distingue-se do meio para um estado em que pode distinguir
seus próprios motivos dos motivos oriundos do ambiente.
Mas, qual a ideia central desse autor? Fácil: a afetividade. A criança é essencialmente
emocional e gradualmente vai constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. Para Wallon, a afetividade,
dentro deste contexto, tem papel imprescindível no processo de desenvolvimento da personalidade
e este, por sua vez, se constitui sob a alternância dos domínios funcionais. A afetividade é o termo
utilizado para referir-se a um domínio funcional abrangente que pode ser identificada através de
diferentes manifestações, como as manifestações orgânicas (são as primeiras a surgirem no
desenvolvimento humano) e as emoções, os sentimentos e as paixões.
O desenvolvimento adequado da afetividade depende da interação de dois fatores: o
orgânico e o social. Para Wallon, entre esses dois fatores existe uma relação estreita onde a condição
precária em um pode ser compensada pela outra área. Sobre esse posicionamento de interpelação,
por exemplo, podemos confirmar que a perspectiva de que a constituição biológica da criança ao
27
nascer não selará seu destino.
3:
:3
Dica de Concurso: Segundo Wallon:
15
Emoções: fenômenos psico-fisiológicos oriundos do sistema nervoso central caracterizados
2
02
pela reação postural de exteriorização da afetividade.
/2
Afetividade: conjunto de processos psíquicos exteriorizados através das emoções.
08
3/
-0
Em outras palavras, enquanto emoções seriam processos internos, a afetividade seria o
om
estado psicológico que viabiliza a comunicação das emoções. Wallon nos ensina que a afetividade
l.c
originais. A sua teoria das emoções mostra como elas são fonte e causa de progresso no
gm
desenvolvimento para fins específicos. O aprendizado que separa as palavras dos seus significados
m
é um fracasso.
li.
ril
Piaget, mas através de um processo assistemático e contínuo, em que a criança oscila entre a
1
-0
de Piaget, Wallon acreditava que o processo não é tão bem delimitado, mas constante, podendo
20
.8
haver, inclusive, regressão (observe que as aquisições de um estágio são irreversíveis, mas o
92
indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio). Ele deixa claro que é natural que, no
-2
Wallon considera as emoções como a primeira ferramenta de interação com o meio que
ra
uma criança possuirá. Por exemplo, um bebê não tem condições de satisfazer suas necessidades
ai
M
sozinho, tampouco possui competência sobre a linguagem para comunicar do que precisa. Por isto,
bebês choram: é a única maneira que a criança tem de comunicar que está necessitando de algo. Por
outro lado, quando o bebê chora, espera-se que alguém vá ajudá-lo e satisfazer, talvez, sua
necessidade. Wallon considera este o primeiro passo do estabelecimento gradual, pela criança, de
relações entre seus atos e seu meio.
Ainda sobre a afetividade, e adentrando na pedagogia em si, é interessante a seguinte
referência:
A afetividade que inicialmente é determinada basicamente pelo fator orgânico passa a ser
fortemente influenciada pela ação do meio social. Tanto que Wallon defende uma evolução
progressiva da afetividade, cujas manifestações vão se distanciando da base orgânica, tornando-se
cada vez mais relacionadas ao social.
Enquanto as primitivas manifestações de tonalidade afetiva são reações generalizadas,
mal diferenciadas, as emoções, por sua vez, constituem-se em reações instantâneas e efêmeras que
16
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Psicologia do Desenvolvimento
27
uma etapa em que a afetividade é de base orgânica – a chamada afetividade orgânica. Quando os
3:
motivos que provocam os estados de bem-estar e mal-estar já não são limitados às sensibilidades
:3
íntero, próprio e extero, mas já envolvem a chamada sensibilidade ao outro, a afetividade passa para
15
um outro patamar, já que de base fortemente social – a chamada afetividade moral, na terminologia
2
02
usada por Wallon em 1941. Assim, a afetividade evolui para uma ordem moral e seus motivos são
/2
originados das relações indivíduo-outrem, sejam relações pessoais ou sociais.
08
3/
...
-0
A pedagogia walloniana defende uma educação que não exclui em nenhuma hipótese as
om
crianças com dificuldades escolares ou com comportamentos inadequados. Para Wallon, as crianças
l.c
com comportamentos inadequados (desatenção, agitação, indisciplina) não podem conviver num
ai
modo a poder conviver com a coletividade. Lidar com esses comportamentos inadequados tem
@
como grande saída o domínio da afetividade, pois eles, geralmente, são decorrentes de uma vida
ra
ai
afetiva desequilibrada. Para reverter o sentido das reações inadequadas, por exemplo, a fanfarrice
m
na escola, é preciso provocar atos louváveis, mostrando ao indivíduo do que ele é capaz. Essa
li.
ril
princípio walloniano de que todo sentimento contém o seu contrário, ou seja, é ambivalente.
1
-0
de Henri Wallon. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ. UFG, 33 (2): 343-357, jul./dez. 2008
.5
20
.8
importância do papel da escola. Ele defende que a escola seja oficialmente responsável pela
-2
personalidade infantil, devendo se interessar por tudo o que concerne à criança, seja do ponto de
li
ril
vista biopsicológico, seja das condições materiais e sociais de sua existência, para então poder
G
promover um ambiente apropriado ao desabrochar de suas habilidades. Desse modo, este autor
ra
considera que o professor precisa ter conhecimento dos problemas sociais de sua época, assumindo
ai
M
uma postura ativa e consciente diante deles. Somente conhecendo os valores morais de seu tempo
e as relações sociais vigentes, poderá orientar seus alunos diante da realidade de seu país.
Wallon afirma que os estágios se sucedem de maneira que momentos
predominantemente afetivos sejam sucedidos por momentos predominantemente cognitivos.
Usualmente, períodos predominantemente afetivos ocorrem em períodos focados na construção do
eu, enquanto estágios com predominância cognitiva estão mais direcionados à construção do real e
compreensão do mundo físico. Este ciclo não é encerrado, mas perdura pela vida toda, uma vez que
a emoção sobrepõe-se à razão quando o indivíduo se depara com o desconhecido. Deste modo,
afetividade e cognição não são estanques e se revezam na dominância dos estágios.
As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas
em um "sincretismo subjetivo", por pelo menos três anos. Durante esse período, de completa
indiferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos
outros, que darão às suas ações e movimentos formato e expressão.
17
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Psicologia do Desenvolvimento
27
adquire maior força. Assim como Vigotsky, Wallon acredita que o social é imprescindível. A cultura e
3:
a linguagem fornecem ao pensamento os elementos para evoluir, sofisticar. A parte cognitiva social
:3
é muito flexível, não existindo linearidade no desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso,
15
sofre crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao crescimento.
2
02
No primeiro ano de vida, a criança interage com o meio regida pela afetividade, isto é, o
/2
estágio impulsivo-emocional, definido pela simbiose afetiva da criança em seu meio social. A criança
08
3/
começa a negociar, com seu mundo sócio-afetivo, os significados próprios, via expressões tônicas.
-0
As emoções intermediam sua relação com o mundo. om
Do estágio sensório-motor ao projetivo (1 a 3 anos), predominam as atividades de
l.c
permanece a subordinação a um sincretismo subjetivo (a lógica da criança ainda não está presente).
gm
Neste estágio predominam as relações cognitivas da criança com o meio. Wallon identifica o
@
emocional, as ações da criança não mais precisarão ter origem na ação do outro, ela vai “desprender-
-g
se” do outro, podendo voltar-se para a imitação de cenas e acontecimentos, tornando-se habilitada
1
-0
representação é chamado de simulacro. No simulacro, que é a imitação em ato, forma-se uma ponte
.5
forma pela qual a criança se desloca da inteligência prática ou das situações para a inteligência
92
verbal ou representativa.
-2
constrói os significados diferenciados que a criança dá para a própria ação. Nessa fase, a criança está
ril
G
voltada novamente para si própria. Para isso, a criança coloca-se em oposição ao outro num
ra
mecanismo de diferenciar-se. A criança, mediada pela fala e pelo domínio do “meu/minha”, faz com
ai
M
que as ideias atinjam o sentimento de propriedade das coisas. A tarefa central é o processo de
formação da personalidade. Aos 6 anos a criança passa ao estágio categorial trazendo avanços na
inteligência. No estágio da adolescência, a criança volta-se a questões pessoais, morais,
predominando a afetividade. É nesse estágio que se intensifica a realização das diferenciações
necessárias à redução do sincretismo do pensamento. Esta redução do sincretismo e o
estabelecimento da função categorial dependem do meio cultural no qual está inserida a criança.
18
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Psicologia do Desenvolvimento
dialético dialético
ZDR e ZDP Afetividade
Equilibração
Mediação simbólica Dialética emoção-
Principais conceitos Adaptação
internalização cognição
Assimilação
Campo funcional
Desenvolvimento Mediatizado através do Alternância das fases
cognitivo é Individual e social. afetivas e cognitivas.
Desenvolvimento cognitivo
espontâneo; Privilegia Processo de apropriação Pontuado por conflitos.
maturação biológica dinâmica e dialética Privilegia o social
Aprendizagem Desenvolvimento e Desenvolvimento e
Desenvolvimento
subordina-se ao aprendizagem são aprendizagem são
Aprendizagem
desenvolvimento recíprocos recíprocos
Pensamento organiza a Linguagem organiza o Linguagem organiza o
27
Linguagem/pensamento
linguagem pensamento Pensamento
3:
:3
Psicogênese da Inteligência como habilidade Atividade intelectual é
15
inteligência para aprender e resolver antagônica às emoções.
2
02
Inteligência tem base biológica. problemas. A partir do social Depende do coletivo.
/2
Explicada em termos de
08
re-equilibração
3/
-0
Escolarização tem Escolarização tem forte Desenvolvimento
om
impacto reduzido no impacto no intelectual não é meta
Escolarização
desenvolvimento desenvolvimento intelectual máxima e exclusiva da
l.c
ai
intelectual educação
gm
Erikson
li
ril
G
ra
19
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27
b) Modo inadaptativo - inadequado.
3:
:3
Essas crises anteriores mal resolvidas são as raízes dos problemas neuróticos. Todos os
15
aspectos da personalidade podem ser explicados em termos de dessas crises (ou momentos
2
02
críticos). É importante entender que as crises se constituem por confrontos com o ambiente,
/2
envolvendo uma mudança de perspectiva, ou seja, exigindo a reconcentração da energia instintiva
08
3/
de acordo com as necessidades de cada estágio do ciclo vital, quando o nosso ambiente requer
-0
determinadas adaptações. É com a resolução dos conflitos próprios de cada fase que se torna
om
possível a progressão normal do desenvolvimento.
l.c
Apesar de Erikson ser considerado um psicanalista, não é difícil encontrar diferenças entre
ai
as suas concepções e as concepções freudianas. Freud e Anna Freud, por exemplo, conceberam um
gm
conceito de ego defensivo (escravo do ID) enquanto Erikson concebeu um ego que se desenvolve em
@
direção ao mundo social e que busca ativamente por adaptação. Esse ego possui quatro aspectos da
ra
ai
Erikson atribuiu ao ego valores tais como confiança, esperança, autonomia, vontade,
-g
integridade. Esses conceitos são incoerentes com a teoria psicanalítica de Freud, que identificava o
78
ego como um servidor submisso de três senhores ao mesmo tempo: ao id, ao superego e ao mundo
.5
exterior. Para Erikson, o homem tem a capacidade para atingir forças básicas, solucionar cada
20
.8
conflito de maneira positiva e dirigir conscientemente seu crescimento, apresentando assim uma
92
O que diferença básica é que Freud descreveu apenas os primeiros anos de vida dos
li
humanos, enquanto Erikson dedicou-se a toda a ontologia do ser. Ele gerou uma concepção mais
ril
G
de vida. Além disso, para Erikson, o meio social, os grupos e os aprendizados tem papel
ai
M
20
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Porém, suas fases são mais conhecidas pelas formas positivas e negativas de agir em cada
etapa que pelo nome atribuído por Erikson:
Estágios e modos psicossociais Formas Positivas x Formas negativas de reagir
(Estágios para Erikson)
I – Período de bebê Confiança versus desconfiança
II – Infância Inicial Autonomia versus dúvida, vergonha
III – Idade de brincar Iniciativa versus culpa
IV – Idade Escolar (Latência) Diligência versus inferioridade
V – Adolescência Coesão da identidade versus confusão de papéis
VI - Idade jovem adulta Intimidade versus isolamento
VII – Adulto Generatividade versus estagnação
VIII - Maturidade e velhice Integridade versus desespero
27
Veja uma comparação entre as fases freudianas e as de Erikson:
3:
:3
IDADE Fases
15
ERIKSON (psicossocial) FREUD (psicossexual)
2
02
0 à 18 meses Confiança vs. Desconfiança. Oral
/2
08
18 meses aos 3 anos Autonomia vs. Vergonha Anal
3/
-0
3 aos 6 anos Iniciativa vs. Culpa om Fálica
6 anos até à puberdade Diligência vs. Inferioridade Latência
l.c
estágios, no quinto é negociada e nos outros é expressa com maior consistência. Vamos nos dedicar
li.
ao estudo pormenorizado de cada uma das fases de desenvolvimento descritas por Erikson.
ril
-g
1
Aspecto Positivo: Relação bebê-mãe. Bebê aceita que mãe pode ausentar-se e na certeza
.5
Nessa fase a criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em
-2
relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Se a mãe não lhe der amor e
li
não responde às suas necessidades, a criança pode desenvolver medos, receios, sentimentos de
ril
G
desconfiança que poderão vir a refletir-se nas relações futuras. Se a relação é de segurança, a criança
ra
recebe amor e as suas necessidades são satisfeitas, a criança vai ter melhor capacidade de adaptação
ai
às situações futuras, às pessoas e aos papéis socialmente requeridos, ganhando assim confiança.
M
21
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27
uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a essas metas.
3:
Neste estágio a criança experimenta maior mobilidade e curiosidade intelectual,
:3
significativo desenvolvimento da linguagem de imaginação, e um sentido crescente de domínio e
15
responsabilidade.
2
02
/2
08
3/
4ª Idade: Diligência Versus Inferioridade
-0
Aspecto Positivo: Diligência om
Aspecto Negativo: Inferioridade
l.c
Nesta fase ela sente-se pronta para conhecer e utilizar os instrumentos e máquinas e
ai
métodos para desempenhar o trabalho adulto, trabalho esse que implica responsabilidades como ir
gm
inferioridade. Nesta fase a criança necessita controlar a sua imaginação exuberante e dedicar a sua
ra
ai
atenção à educação formal. Ela não só desenvolve um senso de aplicação como aprende as
m
são gradualmente desviados para interesses por algo mais produtivo utilizando outro tipo de
-g
instrumentos para os seus trabalhos que não são os seus brinquedos. Também neste estágio existe
1
-0
incapacidade de dominância das tarefas que lhe são propostas pelos pais ou professor. Ao longo
.5
deste estágio da diligência desponta a virtude de competência, isto porque os estágios anteriores
20
.8
proporcionaram uma visão, embora que não muito nítida, mas futura em relação a algumas tarefas.
92
Para Erikson, um dos principais fatores determinantes da autoestima é a visão das crianças acerca
-2
A criança começa a ter uma vida fora da família. Este período corresponde à fase de latência
ril
G
de Freud
ra
ai
M
22
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Psicologia do Desenvolvimento
identidade: o jovem vê refletido no seu grupo de amigos parte da sua identidade e preocupa-se muito
com a opinião dos mesmos. Por vezes, procura amigos com “maneiras de estar” divergentes daquela
em que cresceu, de forma a poder pôr em causa os valores dos pais, testando possibilidades para
construir a sua própria “maneira”. O grupo permite um jogo de identificações e a partilha de segredos
e experiências essenciais para o desenvolvimento da personalidade.
Segundo Erikson, o adolescente que adquire a sua identidade é aquele que se torna fiel a
uma coerente interação com a sociedade, a uma ideologia ou profissão, que é também uma tarefa
deste estágio. A fidelidade permite ao indivíduo a devoção a uma causa – compromisso com certos
valores. Também permite confiar em si próprio e nas outras pessoas, como tal, a interação social é
fundamental. A formação de identidade envolve a criação de um sentido de unicidade: a unidade da
personalidade é sentida por si e reconhecida pelos outros, como tendo uma certa consistência ao
longo do tempo. Ressalta-se, ainda, que um grande número de adolescentes tem uma evolução
incompleta por terem entrado excessivamente rápido na vida adulta, sem um amadurecimento
27
interior, que só poderia ter sido facultado por uma boa vivência neste estágio e nos seus diferentes
3:
aspectos.
:3
15
6ª Idade: Intimidade Versus Isolamento
2
02
Aspecto Positivo: Intimidade
/2
Aspecto Negativo: Isolamento
08
3/
Questão Chave: Devo buscar alguém para viver?
-0
Essa idade ocorre dos 18/20 aos 30, e na qual o jovem almeja estabelecer relações de
om
intimidade com os outros e adquirir a capacidade necessária para o amor íntimo. Para Erikson, nesse
l.c
estágio o indivíduo pode desfrutar de uma genitalidade sexual verdadeira, mutuamente com o alvo
ai
do seu amor. É então a idade de jovem adulto que, com uma identidade assumida, possibilita o
gm
universo. A força do ego depende do parceiro com que está preparado para compartilhar situações
ra
ai
tão peculiares como a criação de um filho, a título exemplificativo. Os indivíduos encaram a tarefa
m
amor e nas relações de amizade. A vertente negativa traduz-se no isolamento de quem não consegue
-g
partilhar afetos com intimidade nas relações privilegiadas. O perigo do estágio da intimidade é o
1
-0
isolamento, a evitação dos relacionamentos, quando a pessoa não está disposta a comprometer-se
78
com a intimidade. Ainda na ótica destes autores um senso temporário de isolamento é uma
.5
vantagem para a realização de escolhas, todavia, isso pode culminar em graves problemas de
20
.8
personalidade.
92
Este estágio geralmente ocorre no início deidade adulta. É a época de adquirir um senso de
-2
23
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Psicologia do Desenvolvimento
Lembro a você que somente quando resolvemos o conflito da fase em que estamos é que
temos forças para passar para outro estágio. Mesmo assim, se não resolvermos adequadamente na
etapa certa, podemos resolver, segundo Erikson, em uma etapa ulterior (posterior). Há esperança
para Erikson, pois pode-se buscar a força básica ou virtude, resolver de forma positiva a crise e fazer
tudo de forma consciente - diferentemente do que Freud acreditava.
27
Além disso, os que alcançam um forte sentido de identidade conseguem enfrentar
3:
problemas da vida adulta, já os que não conseguem passam a ter crise de identidade.
:3
Resumidamente podemos alinhar as fases eriksonianas às forças básicas e patologias
15
centrais desse modo:
2
02
Formas Positivas x Formas negativas Forças Básicas Patologia central
/2
de reagir (Estágios para Erikson)
08
3/
Confiança versus desconfiança Esperança Retraimento
-0
Autonomia versus dúvida, vergonha Vontade om Compulsão
Iniciativa versus culpa Objetivo Inibição
l.c
de papéis
@
ra
Essa teoria é simples e curta (e cheia de críticas). Lawrence Kohlberg, baseado em Piaget,
-2
desenvolveu um trabalho sobre os Três Estágios do Raciocínio Moral. Para esse autor, existe uma
li
ril
Urie Bronfenbrenner
Urie Bronfenbrenner nasceu em 29 de abril de 1917, em Moscou, no começo da ascensão
comunista. Possui uma teoria pautada na abordagem do Curso de Vida, que também é um modelo
de terapia familiar. Para ele o desenvolvimento é contextual e sistêmico. Para esse autor, a Psicologia
24
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Psicologia do Desenvolvimento
27
eventos históricos que podem alterar o curso do desenvolvimento humano e inclui o cronossistema,
3:
o microtempo, o mesotempo e o macrotempo.
:3
15
TOME NOTA:
2
02
Pessoa: refere-se ao fenômeno de constâncias e mudanças na vida do ser humano em
/2
08
desenvolvimento, no decorrer de sua existência. Leva em conta características do indivíduo,
3/
convicções, nível de atividade, temperamento, além de suas metas e motivações. Nenhuma
-0
característica da pessoa pode existir ou exercer influência sobre o desenvolvimento isoladamente.
om
Aqui existem três tipos de características da pessoa que influenciam e moldam o
l.c
desenvolvimento.
li.
ril
Contexto: meio ambiente global em que o indivíduo está inserido e onde se desenrolam os
92
processos desenvolvimentais. Variam desde os mais imediatos até os mais distais. Esses ambientes
-2
qualquer direção, não só para indivíduos, mas para segmentos grandes da população. Estuda-se
ra
tanto pequenos episódios da vida familiar, como a entrada da criança na escola, o nascimento de
ai
M
um irmão ou a mudança de trabalho dos pais, quanto o período histórico em que a criança vive (ex.
Século XX ou XXI).
25
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Psicologia do Desenvolvimento
Transição ecológica: passeio por diferentes microssistemas. A transição ecológica, que é uma
socialização, promove seu desenvolvimento. Quanto mais ela se sentir apoiada nessa transição entre
sistemas, melhor é o seu desenvolvimento.
27
escola, etc...) cria o mesossistema. O exossistema compreende sistemas sociais que talvez uma
3:
pessoa não experimente em primeira mão, mas que, mesmo assim, influenciam o seu
:3
desenvolvimento. (trabalho da mãe, por exemplo).
15
O mais amplo contexto ambiental é o macrossistema, as subculturas em que o
2
02
microssistema, o mesossistema e o exossistema estão inseridos.
/2
Em uma perspectiva de microssistema, é possível detectar os papéis exercidos pelos
08
3/
membros da família, assim como responsabilidades e direitos do grupo, e não dos indivíduos, pois
-0
o foco geral impede a visão singular de cada indivíduo. As interações familiares compreendem as
om
relações firmadas entre os membros de toda a família e as relações da família com outros grupos
l.c
dentro de uma família e pode ser um dos fatores mantenedores da violência familiar, especialmente
li.
ril
da violência conjugal.
-g
Existem diversas formas de se contar a história da terapia de família, aqui esta será
.5
20
o processo, a pessoa, o contexto e o tempo (Bronfenbrenner & Morris, 1998). Reforça a importância
-2
pessoa com o meio ambiente. O que é percebido, desejado, temido, pensado ou adquirido como
ai
M
26
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Psicologia do Desenvolvimento
27
de atividades, sejam com outros significativos ou em processos de interação com símbolos ou
3:
objetos (no caso da terapia de família, com as teorias e as famílias que buscam atendimento). Através
:3
de interações recíprocas e progressivamente mais complexas, o ser humano torna-se cada vez mais
15
agente de seu próprio desenvolvimento. Porém, é preciso ressaltar que ele nunca é totalmente
2
02
responsável por esse desenvolvimento o qual é influenciado fortemente por outros aspectos do
/2
contexto no qual ele se insere.
08
3/
De acordo com Bronfenbrenner (1979/1996), “os aspectos do meio-ambiente mais
-0
importantes na formação do curso de crescimento psicológico são, de forma esmagadora, aqueles
om
que têm significado para a pessoa numa dada situação” (p.19). No microssistema ocorrem interações
l.c
formação como terapeutas de família desenvolvem potencialidades que alteram sua forma de
1
-0
compreender e agir. Através do estudo de teorias e escolas, constroem ferramentas para lidar com a
78
diversidade das famílias que vêm à terapia. Precisam, portanto, experimentar papéis e explorar
.5
recursos pessoais que, articulados com conhecimentos teóricos, servirão de base para suas
20
.8
intervenções clínicas. Contudo, é importante estar atento ao fato de que todas as intervenções foram
92
construídas dentro de um determinado contexto, através das experiências vividas pelos terapeutas
-2
e da forma como eles se apropriaram dos conhecimentos com que foram tendo contato.
li
27
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Psicologia do Desenvolvimento
27
Os modelos tradicionais de psicologia do desenvolvimento que seguem o modelo clínico
3:
estudam o desenvolvimento através da diádica (relação paciente/terapeuta) e as propostas
:3
15
científicas de psicologia do desenvolvimento adotam estudos laboratoriais e psicodiagnósticos.
2
02
Mas, Bronfenbrenner vai utilizar qual método finalmente? Todos, mas principalmente os
/2
08
estudos de coorte. O termo coorte é utilizado para designar um grupo de indivíduos que têm em
3/
comum um conjunto de características e que são observados durante um período de tempo com o
-0
intuito de analisar a sua evolução. Para fins de concurso, Bronfenbrenner privilegia estudos
om
longitudinais.
l.c
- orientação teórica que propõe a identificação dos estágios de vida (infância, adolescência, fase
ril
adulta e velhice), nos seus aspectos temporais, contextuais e processuais, como uma das formas de
-g
níveis: macro (da sociedade e da ordem social), das estruturas intermediárias (comunidades e
.8
- cada trajetória não está restrita a histórias individuais, mas envolvida na dinâmica de caminhos
-2
- cada geração pode tomar decisões e promover eventos no curso de vida das outras, havendo uma
G
interdependência entre vidas, e também, entre níveis, como por exemplo, entre trabalho e família,
ra
ai
Fonte: SENNA, Sylvia Regina Carmo Magalhães and DESSEN, Maria Auxiliadora. Contribuições das
teorias do desenvolvimento humano para a concepção contemporânea da adolescência. Psic.: Teor.
e Pesq. [online]. 2012, vol.28, n.1 [cited 2014-09-06], pp. 101-108 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
37722012000100013&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0102-3772. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-
37722012000100013.
28
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Psicologia do Desenvolvimento
Bowlby
Bowlby ficou conhecido pela sua Teoria do Apego aplicada ao processo de
desenvolvimento humano. Mas antes de entrarmos nessa teoria, vamos fofocar um pouco conhecer
um pouco de sua vida. Nasceu em 1907 e faleceu em 1990 (ô povo para viver muito!). Era psicólogo,
psicanalista e psiquiatra. Assim como Winnicott, tinha problemas de vinculação emocional com a
própria mãe, também trabalhou em um grande organismo internacional e atendeu crianças
evacuadas (será um padrão?).
O cuidado inadequado na primeira infância e o desconforto e a ansiedade de crianças
pequenas relativos à separação dos pais são o foco central da obra de Bowlby que estudou os efeitos
do cuidado materno sobre as crianças, em seus primeiros anos de vida e as consequências do
rompimento na interação com a figura materna, na primeira infância.
O interesse e as pesquisas de John Bowlby, psiquiatra e psicanalista inglês, sobre os
27
3:
efeitos da privação da figura materna para a saúde mental em crianças, começaram a partir de sua
:3
experiência como assessor da Organização Mundial de Saúde na área de saúde mental. Bowlby,
15
juntamente com James Robertson (1948), estudou os efeitos da privação materna em crianças com
2
02
idades entre 2 e 4 anos. Estas crianças foram observadas antes, durante e depois da separação de
/2
suas mães (Bowlby, 1990).
08
Bowlby iniciou o desenvolvimento de sua teoria do apego, a partir de bases psicanalíticas
3/
-0
e etológicas. Porém ao contrário da teoria da psicanálise, tentou estabelecer prospectivamente os
om
efeitos da privação da figura materna em idades sensíveis para o desenvolvimento, conceito extraído
da etologia (Bowlby, 1990).
l.c
ai
A conduta humana pôde ser melhor entendida a partir da aplicação das Teorias Etológicas,
gm
Quando John Bowlby estudou o vínculo entre mãe e filho, concluiu que essa ligação era
ra
parte de um sistema de comportamento que servia à proteção da espécie, já que os bebês humanos
ai
m
são indefesos e incapazes de sobreviver sozinhos por um longo período de tempo. Deste modo, o
li.
ril
apego dos bebês às suas mães ou cuidadores é o que possibilitaria a sobrevivência da espécie
-g
parceiro que, pela sua significância, deseja-se que esteja próximo e que não pode ser substituído por
.8
92
nenhum outro. A presença dessa pessoa por quem se tem apego gera segurança e podemos dizer
-2
que “o outro” é visto como a base segura a partir da qual o indivíduo pode explorar o mundo e
li
Essa capacidade de “apegar-se” é inata , assim como dezenas de outros dispositivos inatos
ra
(como o imprinting, o ato de sugar, de seguir uma luz com os olhos, etc.). A partir da primeira
ai
M
29
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Psicologia do Desenvolvimento
que o que une o bebê à mãe é o sentimento de segurança. O sentimento de segurança teria a função
biológica de proteção. Nascia ai a base da Teoria do Apego.
Um suporte de força para esse passo veio logo depois com a descoberta de Harlow de que,
em outra espécie primata – macaco Rhesus – os jovens mostram preferência marcante por uma mãe-
boneca macia, apesar de ela não os alimentar, ao invés de uma mãe-boneca dura (de arame) que os
alimenta.
27
3:
:3
15
2
02
/2
08
3/
-0
om
l.c
ai
Fonte: http://www.institutodafelicidade.org.br/?pg=hug-port
gm
@
Dentro de sua teoria Bowlby enfatiza sete características da função do apego (leis):
ra
ai
meses de idade de vida dos bebês humanos. Quanto mais experiências de interação social um bebê
.8
tiver com uma pessoa, maior são as probabilidades de que ele se apegue a essa pessoa. Por essa
92
razão, torna-se a principal figura de apego de um bebê aquela pessoa que lhe dispensar a
-2
maior parte dos cuidados maternos. O comportamento de apego mantém-se ativado até
li
ril
o final do terceiro ano de vida; no desenvolvimento saudável, torna-se, daí por diante, cada vez
G
menos ativado.
ra
ai
secundário. De fato, o apego pode desenvolver-se apesar de repetidas punições por uma figura de
apego.
6. Organização – O comportamento de apego é organizado segundo linhas bastante
simples. Mediado por sistemas comportamentais cada vez mais complexos, os quais são
organizados ciberneticamente. Esses sistemas são ativados por certas condições e terminados por
outras. Entre as condições ativadoras estão o estranhamento, a fome, o cansaço e qualquer coisa
assustadora. As condições terminais incluem a visão ou som da figura materna e a interação com ela.
Quando o comportamento de apego é fortemente despertado, o término poderá requerer o contato
físico ou o agarramento à figura materna e (ou) ser acariciado por ela.
7. Função biológica – O comportamento de apego ocorre nos jovens de quase todas as
espécies de mamíferos e, em certas espécies, persiste durante toda a vida adulta. A manutenção da
proximidade com um adulto preferido por um animal imaturo é a regra geral, o que sugere que tal
comportamento possui valor de sobrevivência. Assim, a função do comportamento de apego é a
proteção, principalmente contra predadores.
30
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Psicologia do Desenvolvimento
Fonte: http://www.pet.vet.br/puc/oapego.pdf
E, por fim:
Os Modelos de Funcionamento Interno de uma criança, tendem a se repetir durante toda
sua vida, com comportamentos que indicam maior ou menor segurança em si própria e no ambiente.
Nos pré-escolares, crianças entre 3 e 4 anos, esses comportamentos só se manifestam em situações
estressantes, quando a busca por uma base segura pode ser visivelmente percebida. É comum
observarmos uma criança dessa idade brincando, tranquilamente, longe de sua mãe, porém quando
se machuca e chora corre para a mãe em busca de conforto e segurança.
...
Na adolescência, os comportamentos de apego de uma criança a seus pais, sofre uma
grande mudança, tornando-se ainda menos visíveis. Ao mesmo tempo, o vínculo com outros adultos
e pessoas da mesma idade adquire maior importância.
27
Alguns adolescentes desligam-se inteiramente de seus pais, outros permanecem
3:
intensamente apegados e, entre os dois extremos situam-se aqueles que mantém o apego a seus
:3
15
pais sendo capazes também de estabelecer fortes vínculos afetivos com outras pessoas.
...
2
02
No caso dos adolescentes, a maioria dos autores consultados parece concordar com a tese
/2
08
de que um padrão de apego seguro na infância, parece favorecer os processos de escolhas próprias
3/
desta fase, como a escolha profissional, do grupo de amigos e aquelas relacionadas a
-0
comportamentos pró sociais. Por outro lado atos de pequena delinquência, e o experimentar drogas
om
estão ligados a um padrão de apego inseguro.
l.c
Bowlby, e quase todos os teóricos que vieram depois dele e de Winnicott, acredita ser
-g
essencial à saúde mental que o bebê e a criança pequena tenham a vivência de uma relação calorosa,
1
-0
íntima e contínua com a mãe. Nessa relação, ambos devem encontrar satisfação e prazer. É esta
78
relação complexa, rica e compensadora com a mãe, nos primeiros anos, enriquecida de inúmeras
.5
maneiras pelas relações com o pai com os irmãos e irmãs, que os psiquiatras infantis e muitos outros
20
um pouco menos restritivo que Winnicott nesse sentido e acredita que essa relação pode ser com a
-2
mãe ou com a mãe substituta permanente – uma pessoa que desempenha, regular e
li
constantemente, o papel de mãe para o bebê ou a criança. Não cabe aqui a mãe temporária! Fique
ril
G
atento. Além disso, ele acreditava que na definição da personalidade, fatores biológicos interagiam
ra
Vamos a base do livro. Chama-se de “privação da mãe” a situação na qual uma criança
não encontra este tipo de relação. O problema é que essa expressão é demasiadamente ampla e
abrange um grande número de situações diferentes. Assim, uma criança sofre privação quando,
vivendo em sua casa, a mãe (ou mãe substituta permanente) é incapaz de proporcionar-lhe os
cuidados amorosos de que as crianças pequenas precisam. Esta privação será relativamente suave
se a criança passar a ser cuidada por alguém em quem ela já aprendeu a confiar e a quem ela já
conhece, mas pode ser acentuada se a mãe substituta em questão, embora amorosa, for uma
estranha.
Contudo, estas situações ainda dão à criança alguma satisfação e representam, portanto,
exemplos de “privação quase parcial”. Opõem-se à “privação total”, ainda bastante comum nas
instituições, nas creches residenciais e nos hospitais, onde frequentemente uma criança não dispõe
de uma determinada pessoa que cuide dela de forma pessoal e com quem ela possa sentir-se segura.
Os casos descritos no livro refletem a privação total e não privações parciais. São casos de
crianças que foram privadas de carícias, brincadeiras, da intimidade da amamentação, dos rituais de
banho.
31
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27
primeiros anos. O amor e o prazer que a mãe tem com ele representam seu alimento espiritual. É a
3:
mãe que alimenta e limpa a criança, quem mantém aquecida e quem a conforta. É a ela que a criança
:3
recorre quando se sente aflita. Aos olhos da criança pequena, o pai desempenha um papel
15
secundário e seu valor cresce apenas à medida que a criança se torna mais capaz de arranjar-se
2
02
sozinha.
/2
Para Bowlby, o pai tem “apenas” um valor econômico e emocional para a mãe. O pai aqui
08
3/
tem um papel suplementar no cuidado da criança, assim como os avós, irmãos, tios, etc. Esse papel
-0
é importante como figura substituta da mãe e que será fundamental para a separação da mãe
om
quando essa separação for prevista.
l.c
Bowlby acredita que durante os três primeiros anos de vida, a mãe deve dar cuidados
ai
contínuos aos bebês. Só a partir dessa idade a mãe poderá, sem perigo, tirar férias um pouco mais
gm
longas.
@
(c) Estudos que acompanham grupos de crianças que sofreram privação em seus
78
primeiros anos de vida, com o objetivo de determinar ser estado de saúde mental; a estes chamamos
.5
de estudos de acompanhamento.
20
.8
Bowlby é um cientista bastante rigoroso e, mesmo com a sua teoria, admite que existam
92
lacunas pouco claras. Uma delas é a falta de conhecimento do por que algumas crianças, diante da
-2
privação parcial, ficam prejudicadas e outras não. Ou o porquê algumas reagem de forma menos
li
grave à privação total em relação a outras. Mesmo assim, assume que um caminho para isso é
ril
G
entender três variáveis relacionadas ao fenômeno da privação: a idade em que a criança perde os
ra
cuidados maternos, o tempo que ela ficou privada destes cuidados e o grau em que eles lhe faltaram.
ai
M
Outro ponto que ele retoma ao final do livro é a definição do termo “privação” nas
pesquisas realizadas. Esse termo abarca um conjunto de situações diferentes que não devem ser
entendidos da mesma forma, mas que, infelizmente, foram assim tratados nas pesquisas realizadas
até então. O termo pode referir-se a:
(a) Insuficiência da interação implícita na noção de privação;
(b) Relações distorcidas, sem referência a quantidade de interação presente.
(c) Descontinuidade das relações provocada pela separação.
Ele lista uma enorme variedade de reações de crianças privadas de suas mães e também
lista inúmeras provas de mudanças, ditas “espetaculares”, no estado da criança após recuperar a
mãe. Um dos autores citados no livro diz:
“É surpreendente a rapidez com que começam a desaparecer os sintomas de
hospitalismo, quando um bebê angustiado é colocado em um bom lar. O bebê
imediatamente fica mais animado e ativo; se apresentava febre no hospital, esta
32
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desaparece num período de vinte e quatro a setenta e duas horas; o peso aumenta e a cor
melhora.”
Um ponto importante do livro, repetido inúmeras vezes, é a idade da privação. Quando a
separação ocorre excessivamente cedo, também ocorrem distúrbios do desenvolvimento, porém,
de forma menos trágica que com bebês mais velhos. Parece que as crianças que mais sofrem são as
que tiveram uma relação mais íntima e satisfatória com suas mães.
É preciso salientar que estas consequências tão adversas podem ser parcialmente
evitadas durante o primeiro ano de vida da criança, se lhe é proporcionada uma mãe substituta.
Atente para o detalhe que “parte” dos problemas é solucionado.
Sobre os casos de separação acompanhados, Anna Freud diz:
“ao lidar com novos casos desse tipo, tentamos elaborar um processo de
“separação por etapas lentas” de forma que suas consequências fossem minimizadas para
a criança. Embora isso se tenha mostrado benéfico com crianças de três ou quatro anos
27
para cima, descobrimos que muito pouco pode ser feito para evitar a regressão (isto é, o
3:
retorno a comportamentos mais infantis) quando se trata de crianças entre um ano e meio
:3
e dois anos e meio. As crianças dessa idade podem suportar mudanças e separações
15
repentinas por um dia, sem nenhum efeito visível. Mas, sempre que o período é maior, elas
2
02
tendem a perder seus vínculos emocionais e retornar a comportamentos instintivos mais
/2
infantis e regressivos”.
08
3/
Bolwby fala: existem, de fato, fortes razões para acreditar-se que a separação prolongada
-0
de uma criança de sua mãe (ou mãe substituta) nos primeiros cinco anos de vida ocupa o primeiro
om
lugar entre as causas de desenvolvimento de uma personalidade delinquente.
l.c
O cerne de seu trabalho é a privação emocional, como você percebeu. Porém, um termo
ai
bastante trabalhado no livro não está explicitado: o hospitalismo. Deixo que a superinteressante faça
gm
estão privadas do afeto materno. Foi descrito, em 1946, pelo psiquiatra René Spitz, o qual estudou o
li.
ril
desenvolvimento psico-afetivo de cem crianças que viviam num orfanato perto de Nova Iorque,
-g
durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de serem bem tratados, os meninos entravam num
1
-0
estado de letargia e estupor que podia conduzi-los à morte. Curiosamente, voltavam ao seu estado
78
normal quando viam as mães. Por isso, atualmente, os médicos têm muito em conta o contato das
.5
20
crianças com os seus mais próximos. Na foto, recém-nascidos no hospital de Nazareth (Israel).
.8
92
-2
li
ril
G
ra
ai
M
Fonte: http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1557:o-
que-e-o-hospitalismo&catid=3:artigos&Itemid=77
33
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27
criança que sofrem privações emocionais têm déficits de inteligência, de raciocínio abstrato e de
3:
linguagem. Além de terem dificuldade de dar e receber afeto. Não contemplamos aqui as feridas
:3
emocionais, psíquicas ou físicas, mas temos um correlato com o desenvolvimento.
15
Existem inúmeras provas que a privação pode ter efeitos negativos sobre o
2
02
desenvolvimento das crianças (a) durante o período da separação; (b) no período imediatamente
/2
após a recuperação dos cuidados maternos; e (c) permanentemente, pelo menos numa pequena
08
3/
proporção dos casos.
-0
As provas sugerem que três tipos de experiências ligeiramente diferentes podem produzir
om
uma personalidade “incapaz de afeição” e delinquente em algumas crianças:
l.c
(a) Falta de qualquer oportunidade para estabelecer ligação com uma figura materna
ai
(b) Privação por um período limitado – mínimo de três e provavelmente mais de seis
@
(c) Mudanças de uma figura materna para outra durante o mesmo período.
m
Um ponto importante no livro é o fato de Bowlby considerar, assim como Winnicott, que o
li.
ril
tratamento adequado para a privação não é a psicanálise ou a psiquiatria, mas colocar a criança
-g
morando por muito tempo com um adulto que tenha um insight do problema, que seja competente
1
-0
para lidar com ele e que tenha tempo ilimitado para dedicar-se à criança.
78
desenvolve, ficamos cada vez menos à mercê do meio e das formas pelas quais ele nos pode afetar,
20
.8
tornando-nos cada vez mais aptos a escolher e criar nosso ambiente e a planejar, às vezes com
92
grande antecedência, para conseguir o que queremos. Isto significa, entre outras coisas, que temos
-2
coisas que não apenas nossas sensações e desejos imediatos. Só depois de ter atingido este estágio
ril
G
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Lembro a você que a privação pode ser causada tanto pelo hospitalismo quanto por
conjunturas familiares. Sobre este último ponto, Bowlby listou as causas do fracasso do grupo
familiar natural em cuidar de uma criança:
As causas podem ser agrupadas em três categorias, de acordo com a situação do grupo
familiar natural:
(1) Grupo familiar natural não estabelecido:
Ilegitimidade
(2) Grupo familiar intacto, mas sem funcionar eficazmente:
Condições econômicas que levam ao desemprego do arrimo de família,
resultando em situação de miséria.
Doença crônica ou incapacidade de um dos pais.
Instabilidade ou desequilíbrio mental de um dos pais.
27
(3) Grupo familiar natural dissolvido e, portanto, não funcionando:
3:
Calamidade Social: guerra, fome.
:3
15
Morte de um dos pais.
Enfermidade de um dos pais, com necessidade de hospitalização.
2
02
Prisão de um dos pais.
/2
08
Abandono por um ou ambos os pais.
3/
Separação ou divórcio.
-0
Pai trabalhando em outra localidade. om
Mãe trabalhando em horário integral.
l.c
ai
Além disso, é citada no livro uma interessante classificação de fases de Robertson que
1
-0
descreve as reações das crianças quando da separação da mãe. É uma ótima classificação para cair
78
(a) Protesto: caracterizada pelo choro e por uma tristeza aguda, ante a perda da mãe,
.8
e pelos esforços para recuperá-la através dos limitados recursos à disposição da criança;
92
decréscimo nos esforços para recuperar a mãe, pela qual a criança agora está em luto.
li
ril
com uma redução acentuada nas atitudes afetivas para com a mãe quando de seu retorno.
M
35
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27
outros aspectos do funcionamento intelectual e da personalidade antes de estudá-los mais
3:
detalhadamente.
:3
(c) Uma privação prolongada e extrema, iniciada muito cedo no primeiro ano de vida
15
e chegando até os três anos, geralmente tem efeitos muito negativos sobre o funcionamento
2
02
intelectual e sobre a personalidade, e também muito resistentes a uma recuperação.
/2
(d) Uma privação prolongada e extrema, iniciada no segundo ano de vida, resulta em
08
3/
sérios danos à personalidade, também resistente à recuperação. Nesta idade, no entanto, os efeitos
-0
sobre a inteligência geral parecem quase totalmente reversíveis. As observações de Robertson
om
sugerem que, numa separação com privação, se a criança fica muito tempo na fase de desligamento,
l.c
após voltar a se reunir ela não ficará agarrada aos pais nem recuperará o grau normal de ligação com
ai
eles. Numa pequena amostra de crianças, que foram acompanhadas por cerca de quinze anos,
gm
observou-se que tendia a persistir um certa dificuldade em estabelecer e manter vínculos afetivos
@
indubitavelmente, um fato importante que influencia na recuperação, mas ainda não se conhecem
li.
ril
bastante os seus efeitos para que se possam estabelecer limites precisos para um “período crítico”
-g
do desenvolvimento de um processo. Contudo, existem provas de que o período que vai dos sete
1
-0
meses de idade até, talvez dez ou onze meses é aquele no qual o bebê é especialmente vulnerável ao
78
rompimento de vínculos recém-formados. Spitz descobriu que os efeitos de uma separação com
.5
privação, iniciada nesse período e estendendo-se por cinco ou seis meses ou mais, tendem a ser
20
.8
difíceis de apagar, mesmo quando avaliados grosseiramente por meio do QI; ao mesmo tempo que
92
outros estudos mostram a reversão de seus efeitos – mesmo após longos períodos – quando a
-2
privação se inicia mais cedo, no primeiro ano de vida, ou, então, só depois do primeiro aniversário.
li
Parece que o período de sete a onze meses é uma época particularmente delicada do
ril
G
(f) Se a privação for suspensa durante o primeiro ano de vida, quanto mais nova a
criança (portanto menos prolongada a privação), mais normal será seu desenvolvimento posterior.
Após o primeiro ano, os efeitos de privação (com uma determinada duração) terão uma possibilidade
de reversão tanto mais rápida e completa quanto mais velha a criança ao ser iniciada a privação.
(g) Certos tipos de danos parecem ter reversibilidade menos completa e menos rápida
que outros; entre eles, incluem-se os da linguagem, abstração e capacidade para estabelecer
vínculos pessoais fortes e duradouros.
(h) Esforços terapêuticos intensos, especialmente quando a criança ainda é bem
pequena, podem reduzir bastante alguns dos efeitos mais graves, ou seja, os menos reversíveis após
a suspensão da privação.
(i) Experiências subsequentes de insuficiência, distorção ou descontinuidade na
interação pessoal podem manter ou aumentar os danos que, de outra forma, poderiam ser
recuperadas quase que totalmente.
36
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Psicologia do Desenvolvimento
Spitz
René Spitz foi um psicanalista austríaco-alemão que legou importantes conceitos à
compreensão de desenvolvimento humano e das patologias objetais. Boa parte de sua teoria está
no livro descrito em nossa bibliografia (O Primeiro Ano de Vida). Ele, com seus métodos de estudos
científicos (estudos quantitativos, fotografias, testes, entrevistas, filmagens, etc.) fez uma descrição
cuidadosa e minuciosa das inter-relações emocionais entre mãe e filho e o desenvolvimento das
relações objetais. Além disso, apesar de ter traçado um caminho próprio dentro da psicanálise, ele
27
usa os conceitos freudianos de topologia psíquica e a teoria da libido.
3:
:3
15
No livro em questão é possível ver que ele divide o desenvolvimento humano em fases:
2
02
1. O estágio pré-objetal (não objetal)
/2
2. O estágio precursor do objeto
08
3. O estágio do próprio objeto libidinal
3/
-0
Obviamente, como todo bom psicanalista de seu tempo, que essas fases estão circunscritas
om
aos primeiros anos de vida. Aqui é importante ressaltar que essa divisão foi feita em função do que
ele concebeu como etapas da gênese da relação objetal e da comunicação humana. Além disso, logo
l.c
ai
fica claro que, através de seus estudos, descartou o conceito de uma relação objetal com a mãe,
gm
desde o nascimento, o que é defendido por algumas escolas psicanalíticas. Para ele, as relações
@
objetais existem, mas são aprendidas através da interação de maturação e de desenvolvimento junto
ra
à mãe.
ai
m
Este estágio coincide mais ou menos com o estágio do narcisismo primário freudiano (fase
.8
92
em que o sujeito toma o próprio corpo como sendo ao mesmo tempo fonte e objeto). É um estágio
-2
de não-diferenciação onde o recém-nascido não consegue distinguir uma coisa da outra; uma coisa
li
externa de seu próprio corpo e não experimenta o meio que o cerca como sendo separado dele
ril
G
mesmo. Portanto, ele também não percebe o seio materno, que satisfaz suas necessidades e lhe
ra
fornece alimento, como parte de si mesmo – se é que ele percebe o seio materno. Aqui o psíquico e
ai
37
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Psicologia do Desenvolvimento
gradualmente, durante muitos meses, em relação direta com a capacidade de maturação da criança
para a ação voluntária. Um segundo fator está implícito no anterior: isto é, como resultado dessa
filtragem, o processo de dotar os estímulos com significado é também extremamente gradual. Spitz
prossegue listando fatores que estão agrupados, a meu ver, no último fator: “sem dúvida, o fator
mais importante para tornar a criança capaz de construir gradualmente uma imagem coerente de
seu mundo advém da reciprocidade entre mãe e filho”.
E o que fazer quando essa barreira de proteção natural aos estímulos falha? Segundo Spitz,
ocorre o que ele denominou de “Princípio de Nirvana”: quando os estímulos ultrapassam certo
limiar, o bebê reage a esta excitação negativa, da forma do desprazer, por um processo de descarga
(choro) para encontrar a quietude.
A criança, ao nascer, não possui ego, apenas núcleos de ego que, se tudo ocorrer bem, se
organizam e se integraram durante os dois primeiros anos de vida. Para que isso aconteça se faz
necessário que as relações objetais sejam estáveis, ou seja, um bom vinculo mãe-filho, através do
27
qual essa mãe tentará ao máximo suprir todas as necessidades do bebê, que inicialmente é
3:
totalmente dependente dela; não somente as necessidades físicas (o amamentar) e as de higiene
:3
(limpá-lo e dar banho), mas também as psíquicas e emocionais, já presentes nesses cuidados físicos.
15
É nessa fase, ainda, que ocorre a evolução no nível de processamento das informações. O
2
02
processamento apenas pelos sentidos começa a ser entendido pelas instâncias nervosas superiores
/2
(fato possível pela relação com sua mãe). Ocorre, assim, o que ele chamou de evolução da Recepção
08
3/
Cenestésica (faculdade de captar no sentido visceral do termo) para a Percepção Diacrítica (início
-0
da interpretação consciente). Didaticamente posso separar esses conceitos da seguinte forma:
om
Organização Cenestésica Organização Diacrítica
l.c
Destaco que esse começo de integração dos núcleos do ego ocorre pela relação da Cavidade
m
Oral (boca) com a Mãe. Nas palavras de Spitz: “A criança sente o mamilo na sua boca e vê a face de
li.
ril
sua mãe”. Estas duas percepções permitem a passagem progressiva da "orientação pelo toque para
-g
o sentido da orientação pela percepção à distância". É assim que começa a constância objetal e a
1
-0
formação do objeto.
78
.5
20
.8
Fase caracterizada pela mãe como ego externo da criança e a paulatina organização do ego
ril
G
da criança. A maturação física é inata, a não ser que a criança possua alguma deficiência física ou
ra
mental, ela alcançará facilmente a maturação adequada. Aqui existem três princípios organizativos
ai
M
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Psicologia do Desenvolvimento
Sobre o Sorriso
Segundo Spitz: “aos três meses ocorre um importante passo de integração, que reúne os
diversos núcleos do ego numa estrutura de maior complexidade, formando o ego rudimentar”. Esse
passo de integração rumo ao ego rudimentar é a organização resultante do sorriso.
A aparição da resposta do sorriso é a base para todas as relações humanas desenvolvidas
depois. Sobre esse princípio organizador, espera-se que 98% das crianças entre 2 e 6 meses de idade
sejam capazes de sorrir. O sorriso, apesar de ser uma reação natural, principalmente à face humana,
é um sinal e não uma percepção do objeto libidinal em si. Sendo assim, ainda não podemos falar de
objeto, mas de pré-objetos (por isso estamos na fase precursora do objeto).
O que acontece aqui é que o bebê aprende a usar a sua reação de sorriso como uma reação
ao meio. Apesar desta reação ser inata, ele aprende que ela possui efeitos no meio em que vive. Isso
27
ocorre pela integração entre o princípio de realidade e a capacidade apropriada de reconhecer o
3:
:3
rosto humano.
15
2
02
Sobre a Ansiedade
/2
08
A primeira ansiedade ocorre como reação ao parto, as outras ansiedades decorrem da
3/
relação com o meio. A aparição da ansiedade dá-se pela recusa de contato da criança, de maior ou
-0
menor intensidade, frente a um desconhecido. É uma ansiedade de perda de objeto (a mãe). Esse
om
enfrentamento leva à criança a integrar ainda mais suas estruturas psíquicas em favor de uma
l.c
setores como o biológico (percepção, área motora e afetiva), a melhora da capacidade de discriminar
ra
coisas inanimadas, o desenvolvimento de emoções (ciúme, cólera, possessão, afeição, alegria, etc.)
ai
Sobre o “Não”
1
-0
Aqui a criança aprende o significado do “não”. Esta é uma interdição que ocorre e leva ao
78
amadurecimento psíquico – esse é o terceiro e último organizador. Segundo Spitz, a criança entende
.5
progressivamente o significado do “não”. A criança luta pela autonomia e consegue sair do alcance
20
.8
da mãe. Por isso, a forma e o conteúdo da comunicação mudam significativamente nessa fase –
92
quando a mãe fala a palavra "não", balança a cabeça, enquanto impede a criança de fazer o que
-2
estava pretendendo. Isso ajuda a criança a integrar semanticamente o seu mundo com a linguagem.
li
ril
o conceito de negação, de recusa, no sentido estrito do termo. Não é apenas um sinal, mas também
ai
M
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27
hospitalismo, que é comum em criança que excederam cinco meses de privação. Nesse caso,
3:
apresentarão sintomas de progressiva deterioração emocional e cognitiva, que parecem ser pelo
:3
15
menos em parte, irreversíveis. Assim, temos:
2
Relações Insuficientes
02
Comportamento da mãe Consequência
/2
08
Privação emocional parcial depressão anaclítica
3/
Privação emocional completa marasmo ou hospitalismo
-0
om
Recapitulando o conceito de hospitalismo:
l.c
maternas. Na ausência da mãe, as reações da separação, podem provocar uma depressão, devido à
@
Quando crianças de idades muito precoces são sujeitas a uma privação de contato com os
ai
m
seus entes mais próximos, seja em situação de um abandono materno ou a uma temporada passada
li.
num hospital, vão sofrer de problemas tanto físicos como psicológicos que podem afetar o seu
ril
-g
desenvolvimento normal, tais como, o atraso no desenvolvimento corporal, insónias, queda de peso,
1
alteração do seu estado geral, incapacidade de adaptação ao meio, fragilidade e menor imunidade
-0
78
a doenças infecciosas.
.5
Nos casos de total carência afetiva, ligada à falta de qualquer vínculo maternal, os distúrbios
20
Fonte: http://psicob.blogspot.com.br/2008/06/hospitalismo.html
-2
li
ril
G
ra
ai
M
Sigmund Freud
Passar pelo curso de psicologia e não estudar Freud é como fazer um curso de direito sem
conhecer as constituições federais anteriores à atual. Sua fluência verbal, repassada aos nossos
tempos através de suas obras, era tamanha que chegou a ser indicado ao Nobel de Literatura e foi
vencedor do Prêmio Goethe (aos 74 anos de idade). Apesar das inúmeras críticas atuais ao seu
método e à sua aplicabilidade, Freud é o autor que maior impacto teve no estudo da personalidade
até então. Esse chairman da psicanálise desenvolveu o método da livre associação para estudar os
fenômenos de suas tópicas. A livre associação é um método onde os pacientes são convidados a
relatarem continuamente qualquer coisa que lhes ocorrer à mente, sem levar em consideração quão
sem importância ou possivelmente embaraçadora esta situação possa parecer.
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Esse método seria o mais adequado para o contexto clínico para acessar conteúdos
conscientes e inconscientes. Na esfera do inconsciente, seu conteúdo não pode ser acessado de
forma objetiva através de uma ordinária introspecção. Mas pode ser acessado, segundo Freud,
somente através da livre associação, da análise dos sonhos e da análise dos atos falhos. Freud
descreveu em sua obra, posteriormente, a análise de chistes como sendo também uma forma de
evidenciar conteúdos inconscientes. Assim:
Métodos de Acesso ao inconsciente:
a) Livre associação
b) Análise sonhos
c) Análise dos Atos falhos
d) Análise dos chistes
Os chistes são “gracejos” pelos quais sentimos prazer. São situações aparentemente tolas
que geram prazer, como as brincadeiras e piadas. A palavra tem origem no alemão e significa
27
literalmente “gracejo”, e para Freud o chiste é uma espécie de válvula de escape de nosso
3:
inconsciente, que o utiliza para dizer, em tom de brincadeira, aquilo que verdadeiramente pensa.
:3
15
Freud acreditava que utilizar o humor e a ironia no dia-a-dia deixava o cotidiano mais leve e a
2
realidade mais tolerável. E é isto que o chiste possibilita quando conecta arbitrariamente, através de
02
uma associação verbal, duas ideias contrárias ou sem sentido aparente.
/2
08
Apesar de parte do mundo inconsciente não ser acessível de forma alguma, um conceito é
3/
básico na teoria freudiana de personalidade: o passado é determinante para o presente. Esse
-0
conceito é chamado de Determinismo Psíquico e parte do pressuposto que existe uma continuidade
om
nos eventos mentais e que esses são historicamente desenvolvidos. Assim, para compreender
l.c
Freud descreveu sua teoria ao longo de 24 obras. Essas obras apresentam a evolução do
@
ra
pensamento freudiano e a ampliação dos conceitos. O caso mais exemplar é a descrição da Pulsão
ai
A motivação é vista, para esse autor, como uma busca hedonista de dar vazão a energia
ril
psíquica acumulada. Essa energia psíquica é limitada e, via de regra, não consegue suprir
-g
simultaneamente as necessidades humanas de forma satisfatória. Essa energia provém das pulsões,
1
-0
a sexual e a agressiva, e motivam para a constante busca de prazer. As pulsões, às vezes chamadas
78
incorretamente de instintos, opõem-se ao ideal de sociedade e, por isso, devem ser doutrinadas para
.5
20
uma expressão adequada. Porém, se essa energia psíquica não encontra vazão, um estado de tensão
.8
interna começa a se desenvolver. Isso pode cadenciar desde fixações até patologias mais sérias.
92
Lembro uma vez, em um breve curso de psicanálise, que uma professora me falou: Alyson,
-2
você precisa de anos de estudos de psicanálise, anos submissão à análise e anos sendo analista para
li
ril
entender a personalidade humana de acordo com Freud. Felizmente nosso objetivo aqui é passar no
G
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inconsciente, que diz respeito aos fenômenos e conteúdos que não são conscientes e somente sob
circunstâncias muito especiais podem tornar-se. Assim, para Freud, apenas uma pequena parte de
nossos pensamentos e emoções são perceptíveis o tempo todo, alguns estão no nível pré-consciente
e a maioria dos nossos fenômenos intrapsíquicos é inconsciente. Essa função, de deposito de
pensamentos, emoções e desejos, é necessária, pois esses conteúdos causariam medo e ansiedade
ao indivíduo caso fossem conscientes.
É necessária uma atenção especial ao conceito freudiano de inconsciente. Essa parte do
aparelho psíquico humano é caracterizada por não ter nenhuma formatação lógica ou pensamento
racional (processo primário) e desenvolve-se como sendo um depósito para ideias sociais
inaceitáveis, memórias traumáticas e emoções dolorosas colocadas fora da mente pelo mecanismo
da repressão psicológica. O inconsciente é alógico (aberto a contradições), atemporal e aespacial
(conteúdos de épocas ou espaços diferentes podem se conectar). Essa instância é governada pelo
principio do prazer (a busca do prazer e evitação estímulos aversivos).
27
3:
SEGUNDA TÓPICA: modelo estrutural da personalidade
:3
Nessa segunda tópica, desenvolvida décadas depois da primeira, Freud diferencia
15
instâncias da personalidade em três estruturas: o ID, o EGO e o SUPEREGO. O Id é todo inconsciente,
2
02
o Ego e o Super-ego são parcialmente inconscientes.
/2
a) Id: O id é a fonte da energia psíquica (libido). O id é formado pelas pulsões -
08
3/
instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer,
-0
ou seja busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo, e somente segundo ele. Não faz
om
planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não
l.c
conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade e uma satisfação na fantasia pode ter o
ai
mesmo efeito de uma atingida través de uma ação. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou
gm
moral, sendo exigente, impulsivo, cego irracional, anti-social, egoísta e dirigido ao prazer. O id é
@
está armazenada no id. Essa energia é de natureza sexual (libido) e não tem objeto. De acordo com a
m
teoria psicanalítica, o id é a parte mais antiga do aparelho psíquico. Do ponto de vista topológico, o
li.
ril
id é o reservatório de toda energia psíquica. Ele ignora a realidade, os princípios lógicos e racionais
-g
tais como o tempo e a causalidade entre eventos. Dessa forma, diz-se que o id trabalha através do
1
-0
princípio primário.
78
impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da
20
.8
humano: a satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-
-2
las com um máximo de prazer e um mínimo de conseqüências negativas. A principal função do ego
li
O superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer
impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (2) forçar o ego a se comportar de maneira moral
(mesmo que irracional) e (3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras.
O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos
pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante
primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos;
outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada; certo ou errado, sem meio-termo).
O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem ser procurado, e a
consciência, que determina o mal a ser evitado.
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os processos desencadeados em uma fase nunca estão plenamente completos e continuam agindo
durante toda a vida da pessoa.
I - A fase oral (0-1)
A primeira fase do desenvolvimento é a fase oral, que se estende desde o nascimento até
aproximadamente um ano de vida. Nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação
(ou frustação) de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação
da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao
prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a
desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações. Esses mecanismos são a base da futura
personalidade da pessoa. A fixação nessa fase causa a depressão
O principal processo na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho.
II - A fase anal (1-3)
A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do primeiro ao terceiro ano
27
de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. Nessa
3:
fase a criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com
:3
a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente. Como na fase oral, também
15
os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. A fixação
2
02
nessa fase ocasiona a neurose obsessivo-compulsiva (anancástica)
/2
III - A fase fálica (3-5) Complexo de Édipo
08
3/
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo Freud pela
-0
importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis; nessa fase prazer e
om
desprazer estão, assim, centrados na região genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao
l.c
resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com
gm
socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução
m
de compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por o menino
li.
ril
poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se identifica) sejam parcialmente
-g
satisfeitos.
1
-0
O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, mas menos intenso. A menina deseja o
78
próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis (al. Penisneid); ela sente-se
.5
castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma
20
.8
vez que uma castração não é possível. Devido a essa situação diferente, a identificação da menina
92
com a própria mãe é menos forte do que a do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma
-2
consciência menos desenvolvida - afirmação esta que foi rejeitada pela pesquisa empírica. Freud
li
usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da
ril
G
instaurada a lei da proibição gerando a interdição paterna. Para as meninas é justamente a castração
que faz iniciar Complexo de Édipo.
A resolução do Complexo: a ansiedade de castração nos meninos fará com que eles
abandonem seus desejos incestuosos pela mãe e superem o complexo identificando-se ao pai. As
meninas também passam a identificar-se com a mãe e assumem uma identidade feminina. Passa a
buscar nos homens similaridades do pai.
IV - O período de latência (5 – puberdade)
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que se
estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se
secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a
atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego.
V- A fase genital (puberdade)
A última fase do desenvolvimento psicossexual é a fase genital, que se dá durante a
adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as
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mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa do sexo
oposto. Como se depreende da explanação anterior, a escolha do parceiro não se dá independente
dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores.
Além disso, apesar de continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos
típicos das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a
uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
Em resumo:
Estágio Idade Zona Erógena Conflito Consequências
Estágio Oral 0 – 18 meses Boca Desmame Dependência,
agressividade verbal,
gosto pela discussão e
tendência exagerada
pela satisfação oral
27
Estágio Anal 18 meses – 3 Ânus Aprendizagem do Tendência para a
3:
anos controle da crueldade, violência e
:3
15
defecção rebeldia
2
Estágio Fálico 3 – 6 anos Órgãos Complexo de Personalidade bipolar
02
genitais Édipo e Electra e falta de maturidade
/2
08
no plano afetivo
3/
Estágio de 6 – 11 anos Centra-se no Não existe Não há fixação alguma
-0
Latência mundo físico e nenhum conflito
om
não no seu
l.c
corpo
ai
sexualidade auto-
m
li.
erótica
ril
-g
Caráter
1
-0
A fixação nas fases de desenvolvimento freudianas identifica o tipo de caráter que a pessoa
78
possui (caráter oral, anal, fálico ou genital). O caráter oral é caracterizado pelo otimismo, a
.5
20
na fase oral. O caráter anal é caracterizado por três traços que são: ordem, parcimônia (econômico)
92
e teimosia. O caráter fálico, por sua vez, gera dificuldades na formação do superego (regras sociais),
-2
promiscuidade sexual e homossexualismo. Não há fixação alguma na fase da latência. E, por fim, o
G
caráter genital é descrito como o ideal freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na
ra
ai
ausência de fixações ou depois da sua resolução por meio de uma psicanálise. Contudo, o indivíduo
M
Os mecanismos de Defesa
O ego muitas vezes não consegue lidar com as demandas do Id e com as cobranças do
superego. Assim, surgem os Mecanismos de Defesa, que são defesa bem sucedida contra a
ansiedade, pois ele diminui a tensão. Destaca-se que os mecanismos de defesa contra a ansiedade
podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, porém quando estão fortemente associados e
trazem dificuldades sociais caracterizam-se enquanto neuroses.
A seguir apresento os mecanismos de defesa mais comuns:
• Repressão é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações
demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os e recalcando-
os para o inconsciente; o que é desagradável é, assim, esquecido;
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27
• Identificação é o processo pelo qual um indivíduo assimila um aspecto, uma
3:
característica de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor.
:3
15
• Deslocamento é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos indesejáveis,
não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem, são direcionados a terceiros.
2
02
• Negação é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego.
/2
08
• Racionalização é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para
3/
pensamentos e ações inaceitáveis.
-0
• Isolamento: Uma ideia ou ato sofre o rompimento de suas conexões com outras
om
idéias e pensamentos.
l.c
Para finalizar essa descrição dos mecanismos de defesa, faço uma didática diferenciação
ai
Recalcamento/Recalque Repressão
@
ra
pré-conscientes”. É um mecanismo
1
-0
M. Klein
-2
li
ril
G
parte, nós temos a tarefa de entender a lógica de raciocínio desta teórica e seus principais conceitos
ai
M
acerca da personalidade humana. Para isso, temos de partir da sua teoria de desenvolvimento, pois,
como pressuposto fundamental de quase todos os psicanalistas, existe um determinismo psíquico
inerente à condição humana.
Melanie Klein foi uma famosa psicanalista e ganhou notoriedade na sua teorização sobre
a infância, foi uma das pioneiras em análise infantil junto com Anne Freud. É importante salientar
que muitos de seus estudos eram críticas a vertente da herdeira de Freud. Klein, por exemplo, excluiu
os pais do tratamento porque acreditava que o problema fundamental das crianças era
intrapsíquico.
Ela desenvolveu uma teoria sobre a relação mãe-filho que ficou conhecida como teoria
das relações objetais e a riqueza de sua teoria está, na opinião de muitos estudiosos da linha, na
demonstração da função do superego no desenvolvimento psíquico, na sua descrição das defesas
primitivas características do transtorno de personalidade limítrofe e psicose e no seu uso do
brinquedo com crianças como um meio para a interpretação. Pra Klein, objetos são estruturas
mentais que se desenvolvem através da experiência do sujeito com o mundo externo. Esses objetos
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são representações e é a partir destas que o eu se desenvolve. A representação psíquica dos objetos
introjetados pela criança é enviesada pelas fantasias. A criação de uma relação objetal ocorre
quando o impulso instintivo liga um afeto (incorporado ao ego) a um objeto externo, dando-lhe
sentido de vida ou de morte. Melanie Klein distingue dois momentos no primeiro ano de vida do
bebê: posição esquizo-paranoide (até os 6 meses) e posição depressiva (de 6 meses até 1 ano de
idade). Essas duas posições estão dentro da fase oral freudiana.
O conceito de posições é muito importante na escola kleiniana, pois o psiquismo funciona
a partir delas, e todos os demais desenvolvimentos são invariavelmente baseados em seu
funcionamento. Nesse sentido, o desenvolvimento em fases, proposto por Freud (fase oral, fase
anal e fase genital), é aqui substituído por um elemento mais dinâmico que estático, pois as três
fases estão presentes no bebê desde os três primeiros meses de vida. Klein não nega essa divisão,
muito pelo contrário, mas dá a elas uma dinâmica até então ainda não vista em psicanálise.
27
Para Klein, o psiquismo tem um funcionamento dinâmico entre as posições
3:
esquizoparanóide e depressiva, que se inicia como o nascimento e termina com a morte. Todos os
:3
15
problemas emocionais, como neuroses, esquizofrenias e depressão são analisados a partir dessas
duas posições. Por isso, em uma análise kleiniana, não basta trabalhar os conteúdos reprimidos, é
2
02
preciso “equacionar” as ansiedades depressivas e persecutórias. É necessário que o paciente
/2
08
perceba que o mundo não funciona em preto e branco, e que é possível amar e odiar o mesmo objeto,
3/
sem medo de destruí-lo. Em outras palavras, não adianta trabalhar o sintoma (neurose) se não
-0
trabalhar os processos que levaram seus surgimentos (ansiedades persecutória e depressiva).
om
Vamos aprofundar um pouco mais o estudo das posições kleinianas. O conceito de
l.c
presentes ao longo de toda a vida, e não somente durante uma fase ou período do desenvolvimento.
gm
nascimento. Observe que o ego está presente na teoria kleiniana desde o nascimento. Ele já sente
m
realidade. Porém, esse ego é amplamente desorganizado e, quando confrontado com a ansiedade,
-g
O seio da mãe é o primeiro objeto internalizado pelo bebê (Objeto Primal). É importante
78
destacar que esse primeiro objeto possui, inicialmente, uma posição ambivalente para a criança,
.5
sendo considerado ou “seio bom”, quando amamenta, ou “seio mau”, quando não alimenta a
20
.8
criança na hora em que a mesma deseja. Aqui, os bebês sentem, logo quando nascem, dois
92
sentimentos básicos: amor e ódio. É fácil, portanto, perceber que a criança ama o “seio bom” e odeia
-2
o “seio mau”. O problema é que na fantasia da criança, o “seio mau”, esse objeto interno, vai se vingar
li
ril
dela pelo ódio e destrutividade direcionados a ele. Esse medo de vingança é chamado de ansiedade
G
chamados por Klein de “posição esquizoparanóide”. Por conta dessa visão fragmentada, o bebê
ai
M
não reconhece “pessoas”, mas apenas partes delas. Aqui existe a ansiedade que se expressa pelo
temor de que os objetos maus entrarem no ego e dominem tanto o objeto ideal quanto o self.
Os mecanismos de introjeção da representação do seio materno e a clivagem do objeto
devem ser entendidos à luz do conceito de pulsão de morte e pulsão de vida freudianos.
Concomitante ao nascimento, já se inicia o embate permanente entre o instinto de vida e o de morte,
representando uma pressão sobre o ego no sentido deste se organizar para responder ao paradoxo:
ou se organiza para satisfazer suas próprias necessidades (pulsão de vida) ou para negar suas
próprias necessidades (pulsão de morte). A pulsão de morte se expressa por meio de ataques
invejosos (inveja primária) e sádico-destrutivos contra o seio materno. Essas pulsões provocam
internamente a “angústia de aniquilamento” ou “ansiedade de morte”. É neste contexto que o ego
rudimentar do recém-nascido assume a posição de defesa contra a angústia através de mecanismos
primitivos, como a negação onipotente, a dissociação, a identificação projetiva, a introjeção e a
idealização.
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O contato com o seio mau produz ansiedade, advinda da pulsão de morte. O ego deflete
essa ansiedade em parte, pela projeção, e, em parte, pela conversão desta em agressividade. O ego
se divide e projeta a parte que contém a pulsão de morte no objeto externo original, o seio materno,
que passa a ser sentido como mau e ameaçador para o ego. Assim, o temor de aniquilamento
transforma-se em sentimento de perseguição – ansiedade persecutória ou paranóide. Destaco,
novamente, que nesse período o bebê se relaciona de forma parcial com o objeto. O mesmo processo
ocorre com a libido, que, em parte, é projetada no objeto externo original, o seio, a fim de criar um
objeto capaz de satisfazer o esforço egóico pela preservação da vida, e, em parte, permanece, sendo
usada para estabelecer uma relação libidinal com este objeto ideal. Com objetivo de superar a essa
ansiedade persecutória, o bebê desenvolve um processo esquizóide de forma que o objeto mau é
internalizado como sendo diferente do objeto bom. Essa cisão do objeto resulta também em uma
clivagem do eu do bebê (eu bom e eu mau).
Na passagem da posição esquizoparanóide para a posição depressiva ocorre uma síntese
27
entre a imagem do objeto do seio materno com a representação da mãe. Com a superação da
3:
posição esquizoparanóide, o bebê passa a reconhecer a mãe como um objeto total (bom e mau).
:3
Essa é a característica da posição depressiva. Ele percebe que o mesmo objeto que odeia (seio mau)
15
é o mesmo que ama (seio bom) e ambos os registros fazem parte de uma mesma pessoa. Tal processo
2
02
de síntese desencadeia mudanças no desenvolvimento: surgem a ansiedade depressiva e a culpa, a
/2
agressão é mitigada pela libido, o que diminui a ansiedade persecutória, o temor pelo destino dos
08
3/
objetos, externo e interno, ameaçados leva a uma identificação mais forte com ele; o ego, portanto,
-0
se esforça para fazer reparações e, além disto, inibe os impulsos agressivos sentidos como perigosos
om
para o objeto amado. Agora o bebê teme perder o seio bom, pois teme que seus ataques de ódio e
l.c
voracidade o tenham danificado ou morto. Esse temor da perda do objeto bom é chamado por Klein
ai
A posição depressiva tem início com o reconhecimento da mãe como uma pessoa ou
ra
ai
objeto total e caracteriza-se pela relação com objetos totais e pelo predomínio da integração,
m
ambivalência, ansiedade depressiva e culpa. O principal temor é o de que seus próprios impulsos
li.
ril
agressivos tenham destruído, ou destruam o objeto que ele ama e do qual depende. Como
-g
decorrência desta experiência depressiva, o temor de ter perdido o objeto bom pela sua própria
1
-0
e “seio mau”.
li
ril
A teoria de Melanie Klein parte de alguns pressupostos comuns à teoria Freudiana, como,
por exemplo:
a) a agressão e a libido são os dois instintos básicos.
b) o instinto agressivo é uma extensão do instinto de morte
c) a libido uma extensão do instinto de vida.
Como divergências a Teoria Freudiana podemos destacar:
a) Klein divergiu de Freud na suposição de que o ego existe ao nascimento. Ela
acreditava que o instinto de morte é traduzido após o nascimento em sadismo oral, o qual, projetado
para fora, dá lugar às fantasias de um seio mau, destrutivo, devorador. Tanto agressão como libido
são expressas desde o nascimento em diante por fantasias inconscientes.
b) Klein diferenciou inveja, ganância e ciúme como manifestações do instinto
agressivo.
Melanie Klein enfatizou o papel do superego, que assim como na teoria freudiana, ele
coloca valor sobre o comportamento e ele pune ou proíbe o comportamento que ele considera ser
47
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Psicologia do Desenvolvimento
27
podemos ter parte de nossas vidas vividas em identificação com aspectos da vida de outrem. Esse
3:
mecanismo é denominado por Klein de introjeção projetiva, um de seus mais importantes legados
:3
conceituais. Assim, o que é projetado para fora, isto é, para dentro de um objeto, não só é perdido
15
como também confere nova identidade a esse objeto. Da razão entre objetos introjetados bons e
2
02
maus resultará o equilíbrio e a ansiedade do indivíduo. Objetos bons neutralizam os objetos internos
/2
maus, mas mesmo sob circunstâncias ideais predominantemente bons objetos de superego são
08
3/
contaminados pelos objetos maus.
-0
Os últimos pontos convenientes a serem destacados é que embora Klein concordasse que
om
fatores ambientais podem desempenhar um papel em estimular a agressão excessiva, ela enfatizou
l.c
como a causa de distúrbio emocional a força inata da agressão, aliada à formação de ansiedade
ai
excessiva do ego e baixa tolerância de ansiedade. Por fim, à título de recapitulação, para Melanie
gm
Klein, existe uma diferença entre a ansiedade: paranóide e a ansiedade depressiva. Nesta, existe o
@
medo da perda do amor enquanto que naquela existe a ameaça à integridade do ego.
ra
ai
m
li.
ril
D. Winnicott
-g
1
-0
78
.5
Para Freud, justamente, vivemos em permanente conflito entre nossas pulsões (sexual/de
ai
M
morte) e algo que nos impede de fazer o que gostaríamos: de um lado, o sexo, de outro, a lei, o pai
(assujeitado, ou o Nome-do-Pai, como colocou Lacan). Por conseguinte, o sujeito é desamparado,
sentindo-se muitas vezes joguete de certas forças, tanto internas quanto externas. Vive-se uma
cultura plena de interdições, sendo fácil sentir-nos reféns de valores que nos são estranhos: nosso
destino é a insatisfação, o mal-estar, sendo impossível encontrar uma saída. Winnicott vai se insurgir
contra isso. Para ele, posso aceitar perfeitamente a clínica de Freud sem me subordinar a todos os
seus pressupostos. Ele propõe uma clínica um pouco mais otimista que a existente na psicanálise
ortodoxa sem, no entanto, rebelar-se contra seus pressupostos básicos. Ele enfatiza a experiência
cultural, e, também, abre perspectivas para uma vida em que não só haja ausência de sintomas, mas
em que a criatividade possa ser compreendida como sinônimo de saúde.
Outro conceito muito presente na obra de Winnicott é o "brincar". Através dessa atividade
pode-se observar o grupo interagindo e consequentemente os mecanismos presentes no universo
psíquico da família, que são expressos através de uma atividade relacional.
48
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Psicologia do Desenvolvimento
Para Winnicott, a mãe deve ter três aspectos (passíveis de análise): holding (nutrição física
e psicológica), handling e apresentação de objetos. Do mesmo modo, o terapeuta deve administrar
esses três aspectos para uma efetiva análise. Esses três quesitos servem para a satisfação das
necessidades ligadas ao desenvolvimento psíquico.
a) Apresentação do objeto: começa com a primeira refeição do bebê e é a qualidade
da mãe demonstrar-se como passível de ser substituída, e apresentar novos modos da criança agir
no ambiente, por conta do seu próprio esforço e criatividade.
b) Holding: Através dos cuidados cotidianos, com seqüências repetitivas, a mãe
segura o bebê não somente física, mas psiquicamente, dando apoio ao eu do bebê em seu
desenvolvimento. Refere-se à relação da dupla mãe-bebê no desenvolvimento de uma
personalidade e determina as interações sociais e patogenias que o sujeito desenvolverá
futuramente. A sustentação compreende, em especial, o fato físico de sustentar a criança nos braços,
e que constitui uma forma de amar. A mãe funciona como um ego auxiliar. Winnicott propõe que,
27
durante os últimos meses de gestação e primeiras semanas posteriores ao parto, produz-se na mãe
3:
um estado psicológico especial, ao qual chamou de “preocupação materna primaria”. A mãe adquire
:3
graças a esta sensibilização, uma capacidade particular para se identificar com as necessidades do
15
bebê.
2
02
c) Handling: é a manipulação do bebê enquanto ele é cuidado, necessária ao seu
/2
bem-estar físico, e assim aos poucos ele se experimenta como vivendo dentro de um corpo, unindo-
08
3/
o à sua vida psíquica. Faz referência à manipulação do bebê pelas mãos cuidadosas da mãe, e
-0
contato físico da dupla, que construirá as noções corporais ainda frágeis do bebê
om
A fase inicial da vida, que compreende o nascimento aos seis meses, caracteriza-se pela
l.c
condição de dependência absoluta do bebê em relação ao meio, aos cuidados maternos. Mas ainda
ai
que dependa inteiramente do que lhe é oferecido pela mãe, é importante considerar o
gm
desconhecimento do bebê em relação ao seu estado de dependência, já que em sua mente ele e o
@
meio são uma coisa só. Idealmente, é pela perfeita adaptação às necessidades do bebê que a mãe
ra
ai
integrando, até alcançar uma imagem unificada de si e do mundo externo. Quando a mãe não
1
-0
fornece a proteção necessária ao frágil ego do recém-nascido; a criança perceberá esta falha
78
ambiental como uma ameaça à sua continuidade existencial, a qual, por sua vez, provocará nela a
.5
vivência subjetiva de que todas as suas percepções e atividades motoras são apenas uma resposta
20
.8
diante do perigo a que se vê exposta. Pouco a pouco, procura substituir a proteção que lhe falta por
92
uma “fabricada” por ela. O sujeito vai se envolvendo em uma casca, às custas da qual cresce e se
-2
desenvolve o self. O individuo vai se desenvolvendo como uma extensão da casca, como uma
li
Winnicott diz que a “mãe boa” é a que responde a onipotência do lactante e, de certo
ra
modo, dá-lhe sentido. O self verdadeiro começa a adquirir vida, através da força que a mãe, ao
ai
M
cumprir as expressões da onipotência infantil, dá ao ego débil da criança. A mãe que “não é
suficientemente boa” é incapaz de cumprir a onipotência da criança, pelo que repentinamente deixa
de responder ao gesto da mesma, em seu lugar coloca o seu próprio gesto, cujo sentido depende da
submissão ou acatamento do mesmo por parte da criança. Esta submissão constitui a primeira fase
do self falso e é própria da incapacidade materna para interpretar as necessidades da criança.
Nos casos mais próximos da saúde, o self falso age como uma defesa do verdadeiro, a
quem protege sem substituir. Nos casos mais graves, o self falso substitui o real e o indivíduo.
Winnicott diz que na saúde o self falso se encontra representado por toda a organização da atitude
social cortês e bem educada. Produziu-se um aumento da capacidade do individuo para renunciar a
onipotência e ao processo primário, em geral, ganhando assim um lugar na sociedade que jamais se
pode conseguir manter mediante unicamente o self verdadeiro. O falso self, especialmente quando
se encontra no extremo mais patológico da escala, é acompanhado geralmente por uma sensação
subjetiva de vazio, futilidade e irrealidade.
49
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simplicidade que seria desejável.
3:
Na segunda fase do desenvolvimento da criança, que se estende do sexto mês aos dois
:3
anos, ela se encontra num estado de dependência relativa em relação ao meio. Neste momento, a
15
criança se conscientiza de sua sujeição, e consequentemente tolera melhor as falhas de adaptação
2
02
da mãe, e dessa forma se torna capaz de tirar proveito delas para se desenvolver. A criança já é capaz
/2
de se situar no tempo e no espaço, o que permite reconhecer as pessoas e objetos como parte da
08
3/
realidade externa e perceber a mãe como separada dela, como também realizar uma união entre sua
-0
vida psíquica e seu corpo. Por parte da mãe, passa a haver uma identificação com o filho menos
om
intensa, reintroduzindo então “falhas de adaptação” moderadas.
l.c
ai
Por conseguinte, após a desilusão por perceber que a fantasia não corresponde à
m
realidade, a criança desenvolve atividades que permitem uma sustentação, um apoio frente à
li.
ril
angústia, como levar à boca algum objeto externo (travesseiro, pano, etc.), segurar, se acariciar ou
-g
chupar um pedaço de tecido, balbucios, etc. Tais atividades foram denominadas fenômenos
1
-0
O termo ―transicional indica que essa atitude da criança ocupa um lugar intermediário
.5
entre as realidades externa e interna, numa tentativa de amortecer o choque provocado pela
20
.8
conscientização da tensão entre ambos os aspectos de sua vida. Este espaço existente entre o
92
mundo interior e mundo externo é chamado de espaço transicional, que persiste ao longo de toda a
-2
vida, sendo ocupado por atividades lúdicas e criativas diversificadas através das quais o ser humano
li
busca aliviar a permanente tensão. Antes de tudo, o surgimento dessa dimensão transicional no
ril
G
desenvolvimento da criança é sinal de que a mãe da primeira fase foi suficientemente boa.
ra
“Do terapeuta suficientemente bom não se espera outras qualidades, que não aquelas que
a atitude sensível de um ser humano comum possa reunir. Entre elas a capacidade de "ouvir o outro,
voz que enuncia, do fundo e de dentro da precariedade de seu existir, os seus desejos e as suas
necessidades". Mas, tal lugar, só e possível a partir de um lugar onde também o terapeuta possa
reconhecer, de fato, o quão frágil e precária é a sua própria existência, e que neste aspecto
fundamental, a distância entre ele e seus pacientes é praticamente inexistente.”
Fonte: http://www.winnicott.com.br/texto_detalhe.asp?txi_ID=43
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27
(b) Fase da Dependência Relativa (dos 6 meses aos 2 anos).
3:
:3
O bebê começa a reconhecer objetos fora da relação mãe-bebé. Ele começa ainda
15
considera a mãe como um objeto unificado com o ambiente, mas começa a perceber que seu self é
2
02
diferente do ambiente. Aqui cabe a discussão entre a mãe suficiente boa e a que não é
/2
suficientemente boa (que faremos posteriormente).
08
(c) Fase de independência relativa
3/
-0
Vai dos dois anos até o final da vida. Aqui a criança busca a construção da identidade e a
formação de regras sociais
om
Sobre estas fases é digno de nota:
l.c
ai
Inicialmente o bebê se encontra num estágio de dependência absoluta, que vai passando
gm
para uma dependência relativa, seguindo seu rumo a uma independência relativa.
@
não distingue o eu do não-eu. Nesta fase a mãe-ambiente propicia os cuidados necessários para a
ai
m
construção do self aliada com a capacidade de incorporar um meio ambiente interno cuidador,
li.
ril
fazendo a separação entre eu e não-eu, passando a perceber o que é ambiente e o que é self.
-0
78
Entramos agora no estágio da dependência relativa, aonde o bebê vai tomando consciência dessa
.5
Fonte: http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista26.php
ril
G
ra
51
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Psicologia do Desenvolvimento
Nessa fase, a criança tem um ego relativamente integrado e a consciência que seu corpo
forma uma unidade psicológica e somática distinta do ambiente e da mãe. É digno de destaque
mencionar que essa unidade psicológica habita a unidade corporal. Ela agora passa a buscar a
adaptação da realidade em que vive através da introjeção de conceitos e mudanças em suas
fantasias. Nessa fase, que se estende do sexto mês aos dois anos, ela se encontra num estado de
dependência relativa ao meio e se conscientiza de sua dependência. Aqui ele tolera melhor as falhas
de adaptação da mãe, e dessa forma se torna capaz de tirar proveito delas para se desenvolver. Ela
também já é capaz de se situar no tempo e no espaço, o que permite reconhecer as pessoas e objetos
como parte da realidade externa e perceber a mãe como separada dela, como também realizar uma
união entre sua vida psíquica e seu corpo. Por parte da mãe, passa a haver uma identificação com o
filho menos intensa, reintroduzindo então “falhas de adaptação” moderadas. Essa adaptação é
importante para que ele lide com a agressividade e com a integração das diferentes imagens que tem
de sua mãe e do mundo.
27
(c) Crueldade primitiva (fase de pré-inquietude)
3:
Para Winnicott, a agressividade é um atributo normal da natureza humana, e a criança
:3
pequena tem uma cota inata de agressividade – expressa em determinadas condutas hetero e
15
autodestrutivas. Aqui, a visão da mãe má e da mãe boa (parecido com a concepção kleiniana) se
2
02
fundem e é mais fácil entender o papel da própria agressão sobre a mãe. O bebê adquire a noção de
/2
que suas próprias pulsões não são tão danosas e pode, pouco a pouco, aceitar a responsabilidade
08
3/
que possui sobre elas.
-0
om
l.c
Como você já deve ter percebido, Winnicott retira do Pai a importância dada por
ai
Freud/Lacan/Klein e outros. Essa triangulação (bebê, pai e mãe) não existe aqui com tanta ênfase.
gm
Posteriormente, no livro Deprivation and Deliquency, ele descreve que a relação do pai com a criança
@
está no mesmo nível suplementar que a relação dos avós, tios e irmãos com a criança. Que fique bem
ra
ai
claro: o que importa é a criança e a mãe. Outro problema que surge é que ele, apesar de ter
m
identificado fases do desenvolvimento, pouco faz referência a elas de forma explícita. Em verdade,
li.
ril
até é jocoso ao afirmar que não tem problema algum nas fases variarem em meses. Sua ênfase maior
-g
acaba sendo o desenvolvimento visto através da relação mãe-bebê. Destaco que o desenvolvimento
1
-0
de crianças e adolescentes é um processo biológico e natural. Apenas condições externas podem nos
78
materna primária. Ela adquire graças a esta sensibilização, uma capacidade particular para se
92
desempenho do papel de uma mãe suficientemente boa (sinônimo de mãe dedicada). Com o passar
li
ril
ambiente da mãe e da criança, começa a ocorrer uma jornada para a dependência relativa.
ra
Segundo Winnicott:
ai
M
52
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27
suficientemente boa, não sobrevive na mente da criança. Ao contrário, a mãe suficientemente boa
3:
sobrevive. A esse fenômeno de permanência na mente da criança chamamos de “sobrevivência do
:3
objeto”. Caso esse objeto não sobreviva na mente da criança, a mesma terá de desenvolver um falso
15
self referido anteriormente.
2
02
/2
Atenção: O falso self é o traço principal da reação do bebê às falhas de adaptação da mãe.
08
3/
A criança se submete às pressões de uma mãe que lhe impõe uma maneira inadequada de exprimir
-0
suas tendências inatas e que, consequentemente, obriga-o a adotar um modo de ser falso e artificial
om
(coloca o seu próprio gesto). Esse ego-auxiliar fabricado pelo bebê vai fazer com que o self da criança
l.c
É digno de nota ressaltar que nos casos menos graves, o self falso age como uma defesa
-g
do verdadeiro self, a quem protege sem substituir. Nos casos mais graves, o self falso substitui o real
1
-0
e o indivíduo. O falso self, especialmente quando se encontra no extremo mais patológico da escala,
78
é acompanhado geralmente por uma sensação subjetiva de vazio, futilidade e irrealidade. Saliento
.5
também que em proporções variadas, todos os seres humanos apresentam os dois tipos de self!
20
.8
Mas Alyson, o falso self só existe em função da mãe que não é suficientemente boa? Não!
92
Como veremos adiante, o falso self pode ser criado, também, em função da ausência da mãe e de um
-2
ambiente que não seja capaz de sustentar os cuidados necessários ao desenvolvimento saudável.
li
ril
Winnicott descreve que a criança ao se deparar com as falhas de suas fantasias (por não
G
corresponderem a realidade), desenvolve atividades que permitem uma sustentação diante das
ra
angústias da vida. Essas atividades são chamadas de fenômenos transicionais e são expressas por
ai
M
objetos transicionais. Enquanto que para a criança um objeto transicional pode ser, por exemplo,
um travesseiro, pano ou uma chupeta, para um adolescente pode ser um grupo de convívio, uma
música ou até o computador. Essa dimensão transicional surge no segundo semestre de vida.
O objeto transicional é algo que não está definitivamente nem dentro nem fora da criança,
está entre essas duas instâncias e servirá para que o sujeito possa reduzir suas tensões e aumentar a
confiança em si. Além disso, esses objetos servem para demarcar os limites mentais da relação entre
o ambiente externo e o interno. Ao contrario do seio, que não está disponível constantemente, o
objeto transicional é conservado pela criança, e é ela mesma quem decide a distância entre ela e tal
objeto, pois a ilusão é sua. E Winnicott dá uma orientação: como os fenômenos transacionais
“representam” a mãe é essencial que ela seja vivenciado como um objeto bom.
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
:3
15
A adolescência para Winnicott
2
02
/2
08
3/
A adolescência é um fator psicossocial que varia de cultura para cultura e que, segundo o
-0
om
próprio Winnicott, só é curada com o decurso do tempo. Ela é caracterizada por mudanças puberais,
l.c
ai
gm
pessoal passada - e isso inclui um padrão pessoal de organização de defesas contra a ansiedade de
ai
m
li.
vários tipos.
ril
-g
1
ambiente em que o adolescente vive que propicia muitas das dificuldades. Curiosamente, este autor
.5
afirma que a cura para a adolescência pertence à natural passagem do tempo e aos processos
20
resultam no final, no surgimento de uma pessoa adulta. Novamente vemos o mesmo princípio de
-2
Winnicott foi profícuo na produção teórica acerca dos limites do adolescente diante do
ril
G
mundo. O jovem que sabe respeitar esses limites é aquele que vivenciou adequadamente a relação
ra
amorosa com os pais e que, necessariamente, recebeu um “não” quando precisou e um “sim”
ai
quando foi necessário. Essa limitação para alguns aspectos da vida e direcionamento para outros
M
leva o adolescente a não desafiar ingenuamente o mundo através da sexualidade, das drogas, da
velocidade e da agressividade.
É interessante entender as antíteses que ocorrem na adolescência. Essas podem ocorrer
isoladamente ou concomitantemente:
a) Quadros de independência desafiadora e dependência regressiva.
b) Necessidade de liberdade ao mesmo tempo em que se sente abandonado com a
falta de controle familiar.
c) O jovem se sente onipotente e ao mesmo tempo inexperiente para resolver os
próprios problemas.
d) A família fala muito, mas comunica pouco.
O adolescente normal apresenta características que são observadas em diversos tipos de
pessoas enfermas (porém, em grau menor). A necessidade de desafiar, por exemplo, é característica
da tendência antissocial. A ambivalência entre sentir-se real e não sentir-se nada é característica da
depressão psicótica com despersonalização. A necessidade de evitar situações falsas é própria do
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psicótico (este não aceita a fórmula da transação). Outro ponto interessante da teoria de Winnicott
sobre a adolescência é o fenômeno da não aceitação de soluções falsas. Os jovens adotam uma feroz
moralidade diante do mundo que os cerca. Isso não significa que sejam congruentes ou morais, mas
tendem mais a se opor ao evidenciarem situações injustas do que adultos.
É possível esperar nessa fase o que Winnicott chamou de “depressão típica do
adolescente”. Sobre isso, fala: “a sociedade precisa incluir isto como um fato permanente e tolerá-
lo, reagir ativamente a eles até mesmo chegar a enfrentá-lo, mas não a curá-lo. A questão é: nossa
sociedade é saudável o suficiente para fazer isto?”. Aqui a depressão deve ser compreendida como
um estado de ânimo e depende daquilo que ocorreu entre a mãe e o bebê, particularmente no
período do desmame – fase em que o bebê diferencia o Eu e Não-Eu. Devemos diferenciar esse tipo
de depressão da Depressão Psicótica. A depressão psicótica surge em função de um desmame
precoce. Esse desmame precoce impede que o bebê complete o seu self (fragmentado junto com a
perda do seio materno) e pode ter várias causas: depressão materna, traumas, etc.
27
Suas ideias sobre a dinâmica do grupo de adolescentes abordam também as questões
3:
relacionadas à depressão e ao suicídio. Dando continuidade ao tema anterior ele comenta:
:3
15
A tentativa de suicídio de um dos membros é muito importante para todos os outros. Ou
acontece que um do grupo não consegue levantar-se; ele está paralisado pela depressão, e tem uma
2
02
eletrola e toca músicas dolentes; tranca-se no quarto e ninguém pode chegar perto. Os outros todos
/2
08
sabem que isto está acontecendo e de vez em quando ele sai para uma festa ou para qualquer outra
3/
coisa, e isto pode continuar toda noite ou por dois ou três dias. Tais acontecimentos pertencem ao
-0
grupo inteiro, e o grupo é inconstante e os indivíduos trocam de grupos; mas, às vezes, os indivíduos
om
membros de grupo usam os extremistas para ajudá-los a sentirem-se reais, em sua luta para
l.c
Só existe uma real cura para a adolescência: a maturação. A passagem do tempo resultará,
ai
isolamento que ele se lança para caminhos que podem resultar em relacionamentos. Esses
ril
ocorre na infância. Esse, por sua vez, só é rompido quando consegue estabelecer uma relação com
1
-0
objetos que estão fora de sua capacidade de controle. A criança percebe que existem objetos
78
se agrupar com outras pessoas que compartilhem de suas ideais, ideias e preocupações. Os jovens
-2
repudiam o que é diferente de si e de seu grupo (o não-eu) e se aproximam de quem tem interesses
li
ril
comuns. Inserem-se em grupos pela identificação. Aqui o grupo é um espaço transicional onde o
G
Winnicott lembra que liberdade demais, em nome do progresso, pode ocasionar o senso
M
de deprivação. Limites são tão importantes quanto um espaço de vida adequado. Por outro lado,
muitos limites podem levar a um sufocamento enquanto que muito espaço pode levar à solidão e
desamparo.
Por fim, o autor chama a atenção para a dificuldade dos profissionais que trabalham com
os jovens, por se verem desafiados, e, ao mesmo tempo colocados no lugar de figuras primárias,
necessitando de acolhê-los como se acolhe a um bebê, que se encontra em um padrão de
dependência muito primitiva.
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27
estreitamente ligadas à maturação biológica do sistema nervoso central na infância. Esses
3:
:3
transtornos são de evolução contínua, ou seja sem intervalos entre os sintomas e afetam várias
15
áreas.
2
Dentro dos Transtornos do Desenvolvimento, temos os Transtornos Globais do
02
Desenvolvimento (TGD), que são transtornos que provocam graves alterações nas interações
/2
08
sociais recíprocas, comunicação e no repertório comportamental (comportamentos estereotipados
3/
e repetitivos). Nas interações sociais costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida.
-0
Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo
om
estreitamento nos interesses e nas atividades. Como exemplo de TGD temos diferentes transtornos
l.c
de Rett.
@
dificuldades sociais significativas, como iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato
ai
visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato
m
li.
movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção,
1
-0
aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus
.5
20
interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar
.8
determinados objetos, por exemplo. Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem
92
repetir as falas dos outros (ecolalia) ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma
-2
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correspondentes às perdas do corpo infantil, da identidade da infância e da figura protetora dos pais
e, a maior ou menor anormalidade desta síndrome normal dever-se-á, em grande parte, aos
processos de identificação e de luto que tenha podido realizar o adolescente. Na medida em que
tenha elaborado os lutos o adolescente verá seu mundo interno mais fortificado e, então, essa fase
de “normal anormalidade” será menos conflitiva e, consequentemente, menos perturbadora.
Sintetizando as características da adolescência pode-se descrever a seguinte sintomatologia que
integraria esta síndrome:
1) busca de si mesmo e da identidade;
2) tendência grupal;
3) necessidade de intelectualizar e fantasiar;
4) crises religiosas;
5) deslocalização temporal;
6) evolução sexual manifesta;
27
7) atitude social;
3:
8) contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta;
:3
9) separação progressiva dos pais; e
15
10) constantes flutuações do humor e do estado de ânimo.
2
02
1. BUSCA DE SI MESMO E DA IDENTIDADE
/2
Os períodos infância e adolescência não devem ser vistos como preparação para a maturidade, mas
08
3/
é necessário compreendê-los com um critério do momento atual do desenvolvimento e do
-0
comportamento do adolescente. A criança entra na adolescência com dificuldades, conflitos e
om
incertezas que se acentuam nesse momento vital, para evoluir em direção à maturidade estabilizada
l.c
conhecimento de si mesmo como entidade biológica no mundo. Ao conceito do self como entidade
gm
puberdade ocorrem mudanças físicas responsáveis pelo aumento do tamanho, do peso, das
ra
ai
intrapsíquica da realidade do sujeito, ou seja, é a representação mental que o sujeito tem de seu
li.
ril
próprio corpo. Aqui são de fundamental importância os processos de luto com relação ao corpo
-g
infantil perdido, que obrigam a uma modificação do esquema corporal e do conhecimento físico de
1
-0
si mesmo, uma forma muito característica para este período. Concomitantemente, vai se formando
78
momento. Uma delas é a da uniformidade, que proporciona segurança e estima pessoal. Em certas
92
ocasiões, a única solução pode ser a de procurar "uma identidade negativa", baseada em
-2
identificações com figuras negativas, mas reais. É preferível ser alguém perverso, indesejável, a não
li
ser nada. Isto constitui uma das bases do problema das turmas de delinquentes, dos adeptos aos
ril
G
comportamentos radicais e às drogas, por exemplo. Tudo o que foi dito anteriormente pode levar o
ra
certo tempo, como, por exemplo, o período de machismo no rapaz ou da precoce sedução na moça,
do adolescente bebê ou do adolescente muito sério, muito adulto; as identidades ocasionais são as
que se dão frente a situações novas, como, por exemplo, no primeiro encontro com um parceiro, o
primeiro baile, etc., e as identidades circunstanciais são as que conduzem a identificações parciais
transitórias que costumam confundir o adulto, surpreendido, às vezes, ante às mudanças na conduta
de um mesmo adolescente que recorre a esse tipo de identidade, como, por exemplo, quando o pai
vê seu filho adolescente, conforme é visto no colégio, no clube, etc., e não como ele habitualmente
o vê no seu lar e na sua relação com ele mesmo. Estes tipos de identidade são adotados sucessiva ou
simultaneamente pelos adolescentes conforme as circunstâncias. São aspectos da identidade
adolescente e que surgem como uma de suas características fundamentais, relacionadas com o
processo de separação das figuras parentais, com aceitação de uma identidade independente. Na
adolescência tudo isso acontece com uma intensidade muito marcada. A situação mutável que
significa a adolescência obriga a reestruturações permanentes externas e internas que são vividas
como intrusões dentro do equilíbrio conquistado na infância e que obrigam o adolescente, no
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processo de conquistar a sua identidade, a tentar refugiar-se em seu passado enquanto tenta
também projetar-se no futuro. Realiza um verdadeiro processo de luto pelo qual, no início, nega a
perda de suas condições infantis e tem dificuldades em aceitar as realidades mais adultas que vão
sendo impostas, entre as quais se encontram as modificações biológicas e morfológicas do seu
próprio corpo. A descoordenação muscular, devido ao desigual crescimento osteomuscular, o
aspecto desajeitado, a falta de semelhança com os que o rodeiam no meio familiar despertam, no
adolescente, sentimentos de estranheza e insatisfação. Isso contribui para criar um sentimento de
despersonalização unido à elaboração psicológica da identidade. Os processos de identificação que
foram se desenvolvendo na infância, mediante a incorporação de imagens parentais boas e más, são
os que permitirão melhor elaboração das situações mutáveis que se tornam difíceis durante o
período adolescente da vida. A busca incessante de saber qual a identidade adulta que se vai
constituir é angustiante. Sobre essa base é lógico assinalar que a identidade adolescente é a que se
caracteriza pela mudança de relação do indivíduo, basicamente com seus pais. Logicamente, a
27
separação destes começa desde o nascimento, mas é durante a adolescência que os seres humanos
3:
"querem desesperadamente ser eles mesmos". Dentro de sua identidade os elementos biológicos
:3
introduzem uma modificação irreversível. Já não terá novamente o corpo infantil. A presença
15
externa, concreta, dos pais começa a ser desnecessária. Portanto, a separação destes não só é
2
02
possível, como necessária.
/2
2. A TENDÊNCIA GRUPAL
08
3/
Na busca da identidade adolescente, o indivíduo, nessa etapa da vida, recorre como
-0
comportamento defensivo à busca de uniformidade, que pode proporcionar segurança e estima
om
pessoal. Aí surge o espírito de grupo pelo qual o adolescente mostra-se tão inclinado. Há um
l.c
processo de superidentificação em massa, onde todos se identificam com cada um. Às vezes, o
ai
processo é tão intenso que a separação do grupo parece quase impossível e o indivíduo pertence
gm
mais ao grupo de semelhantes do que ao grupo familiar. Não pode se separar da turma nem de suas
@
atividades ou ações. Por isso, inclina-se às regras do grupo, em relação a modas, vestimenta,
ra
ai
costumes, preferências de todos os tipos, etc. Em outro nível, as atuações do grupo e dos seus
m
integrantes representam a oposição às figuras parentais e uma maneira ativa de determinar uma
li.
ril
necessário para os aspectos mutáveis de seu ego que se produzem nesse período da vida. Dessa
1
-0
maneira, o fenômeno grupal adquire importância transcendental já que se transfere ao grupo grande
78
parte da dependência que anteriormente se mantinha com a estrutura familiar e com os pais,
.5
especialmente. O grupo constitui assim a transição necessária no mundo externo para alcançar a
20
.8
individualização adulta. Depois de passar pela experiência grupal, o indivíduo poderá começar a
92
separar-se da turma e assumir a sua identidade adulta. Vê-se também que uma das lutas mais
-2
desempenham ainda um papel muito ativo na vida do indivíduo. É por isso que no fenômeno grupal
ril
G
o adolescente procura um líder ao qual submeter-se, ou então, elege-se ele mesmo em líder para
ra
exercer o poder do pai ou da mãe. O fenômeno grupal facilita a conduta “psicopática normal no
ai
M
adolescente”, como se enfatizará em outros capítulos deste texto. O descontrole frente à perda do
corpo infantil une-se ao descontrole pelo papel infantil que se está perdendo. Aparecem, então,
condutas de desafeto, de crueldade com o objeto, de indiferença, falta de responsabilidade, que são
típicas da psicopatia, mas que podem ser encontradas na adolescência normal. Evidentemente, a
diferença fundamental é que no psicopata essa conduta é permanente e cristalizada, enquanto que
no adolescente normal é um momento circunstancial e transitório.
3. NECESSIDADE DE INTELECTUALIZAR E FANTASIAR
A necessidade de intelectualizar e fantasiar acontece como uma das formas típicas do
pensamento do adolescente. A necessidade que a realidade impõe de renunciar ao corpo, ao papel
e aos pais da infância, assim como à bissexualidade que acompanha a identidade infantil, apresenta-
se como uma vivência de fracasso ou de impotência frente à realidade externa. Isso obriga também
o adolescente a recorrer ao pensamento para compensar as perdas que ocorrem dentro de si mesmo
e que não pode evitar. O fantasiar e o intelectualizar servem como mecanismos defensivos frente a
essas situações de perdas dolorosas. A incessante flutuação da identidade adolescente, que se
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projeta como identidade adulta num futuro bem próximo, adquire características que costumam ser
angustiantes e que obrigam a um refúgio interior que é muito característico. Tal fuga no mundo
interior permite uma espécie de reajuste emocional no qual se dá um incremento da
intelectualização que leva à preocupação por princípios éticos, filosóficos, sociais, que muitas vezes
implicam formular um plano de vida muito diferente do que se tinha até esse momento. Surgem,
então, as grandes teorias filosóficas, os movimentos políticos, as ideias de salvar a humanidade, etc.
É também aí que o adolescente começa a escrever versos, novelas, contos e dedica-se a atividades
literárias, artísticas, etc. É preciso destacar que esta é uma explicação de certas manifestações
culturais e políticas que acontecem muito habitualmente na grande maioria dos adolescentes.
4. AS CRISES RELIGIOSAS
Quanto à religiosidade observa-se que o adolescente pode se manifestar como um ateu
exacerbado ou como um místico muito fervoroso, como situações extremas. Logicamente, entre elas
há uma grande variedade de posicionamentos religiosos e mudanças muito frequentes. É comum
27
observar que um mesmo adolescente passa, inclusive, por períodos místicos ou de ateísmo absoluto.
3:
Isso está de acordo com toda a situação mutável e flutuante do seu mundo interno. A preocupação
:3
metafísica emerge então com grande intensidade e as tão frequentes crises religiosas são tentativas
15
de soluções da angústia que vive o ego na sua busca de identificações positivas e do confronto com
2
02
o fenômeno da morte definitiva de uma parte do seu ego corporal. Além disso, começa a enfrentar a
/2
separação definitiva dos pais e também a aceitação da possível morte dos mesmos. Isso explica
08
3/
como o adolescente pode chegar a ter tanta necessidade de fazer identificações projetivas com
-0
imagens muito idealizadas, que lhe garantam a continuidade da existência de si mesmo e de seus
om
pais infantis. A figura de uma divindade, de qualquer tipo de religião, pode representar para ele uma
l.c
5. A DESLOCALIZAÇÃO TEMPORAL
gm
características muito especiais. É possível dizer que o adolescente vive com uma “deslocalização”
ra
ai
temporal, convertendo o tempo em presente e ativo numa tentativa de manejá-lo. As urgências são
m
enormes e, às vezes, as postergações são aparentemente irracionais. O pai que recrimina o filho para
li.
ril
que estude porque tem um exame imediato fica desconcertado frente à resposta do adolescente:
-g
"Eu tenho tempo, o exame é somente amanhã”. É o caso, igualmente desconcertante para os
1
-0
adultos, da jovem adolescente que chora angustiada frente a seu pai, queixando-se da atitude
78
desconsiderada da mãe que não contempla as suas necessidades imediatas de ter esse vestido novo
.5
para seu próximo baile. Nessas circunstâncias o pai tenta solidarizar se com a urgência da filha e
20
.8
compreende a necessidade do vestido novo para essa reunião social tão importante para ela;
92
quando interroga a mãe a respeito da sua negativa, fica surpreso com a resposta de que esse baile
-2
genital, que tem características especiais nessa fase do desenvolvimento, na qual há mais um
contato genital de caráter exploratório e preparatório do que a verdadeira genitalidade procriativa,
que só acontece com a correspondente capacidade de assumir o papel paternal no início da vida
adulta. Ao ir aceitando sua genitalidade o adolescente inicia a busca do parceiro de maneira tímida,
mas intensa. É o período em que começam os contatos superficiais, os carinhos - cada vez mais
profundos e mais íntimos - que enchem a vida sexual do adolescente. O amor apaixonado é também
um fenômeno que adquire características singulares nessa fase e que apresenta todo o aspecto dos
vínculos intensos, porém frágeis, da relação interpessoal adolescente. O primeiro episódio de amor
ocorre na adolescência precoce e costuma ser de grande intensidade. Aparece aí o chamado "amor
à primeira vista", que pode ser não correspondido ou, inclusive, totalmente ignorado pela pessoa
amada, como ocorre quando o ser amado é uma figura idealizada, como um ator de cinema, uma
estrela do esporte, etc., que tem na realidade as características de um claro substituto parental ao
qual o adolescente se vincula com fantasias edípicas. A relação genital heterossexual completa que
ocorre na adolescência tardia é um fenômeno muito mais frequente do que se considera
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habitualmente no mundo dos adultos de diferentes classes sociais. Esses tentam negar a
genitalidade do adolescente e não só minimizam sua capacidade de relação genital heterossexual,
mas também a dificultam. Ocorre aqui também o problema da curiosidade sexual, expressa no
interesse pelas revistas e filmes pornográficos. O exibicionismo e o voyerismo se manifestam nas
vestimentas, no cabelo, no tipo de danças, etc. Nesse período evolutivo a importância das figuras
parentais reais é enorme. A cena primária é positiva ou negativa conforme as primeiras experiências
e a imagem psicológica que os pais reais externos proporcionam. As mudanças biológicas que
ocorrem na adolescência produzem grande ansiedade e preocupação porque o adolescente deve
assisti-las passiva e impotentemente A tentativa de negar a perda do corpo e do papel infantil
provoca modificações no esquema corporal que se tenta negar na elaboração dos processos de luto
normais da adolescência. É normal que apareçam períodos de predomínio de aspectos femininos no
rapaz e masculinos na moça. É preciso ter sempre presente o conceito de bissexualidade e aceitar
que a posição heterossexual adulta exige um processo de flutuações e aprendizagem em ambos os
27
papéis. Não devem ser estranhadas as situações fugazes de homossexualidade que o adolescente
3:
apresente, sobretudo, aquelas que aparecem mascaradas através de contatos entre adolescentes do
:3
mesmo sexo. A homossexualidade costuma ocorrer transitoriamente como uma manifestação típica
15
da adolescência.
2
02
7. ATITUDE SOCIAL REIVINDICATÓRIA
/2
Nem todo o processo da adolescência depende do próprio adolescente como pessoa
08
3/
isolada. Não há dúvidas de que a família é a primeira expressão social que influi e determina grande
-0
parte da conduta dos adolescentes. Sabe-se que muitos pais se angustiam frente ao crescimento de
om
seus filhos, revivendo suas próprias situações conflitivas. Os pais não são alheios às ansiedades que
l.c
desperta a genitalidade dos filhos, o desprendimento dos mesmos e os ciúmes que isso implica. Se
ai
a isso forem somados os mecanismos típicos do adolescente e a reação da sociedade na qual ele está
gm
inserido, pode-se verificar que toda a sociedade intervém ativamente na situação conflitiva do
@
adolescente. As primeiras identificações são as que se fazem com as figuras parentais, mas também
ra
ai
econômicas que não são possíveis de serem minimizadas. Na tentativa vital que apresenta o
-g
indivíduo para identificar-se com suas figuras parentais, e tentar depois superá-las na realidade da
1
-0
sua existência, o adolescente apresenta uma conduta que é o resultado final de uma estabilidade
78
recebida predominantemente de maneira hostil pelo mundo dos adultos criando-se estereótipos
92
com os quais se tenta definir, caracterizar, assinalar e isolar os adolescentes do mundo dos adultos.
-2
Não é uma simples casualidade que a entrada na puberdade seja tão destacada em quase todas as
li
culturas. Os chamados ritos de iniciação são muito diversos, mas têm fundamentalmente sempre a
ril
G
mesma base: a rivalidade que os pais do mesmo sexo sentem ao ter que aceitar como iguais - e
ra
posteriormente admitir a possibilidade de serem substituídos pelos mesmos - a seus filhos, que
ai
M
assim se identificam com eles. É muito conhecida a rigidez de alguns pais, as formalidades que
exigem da conduta de seus filhos adolescentes, as limitações brutais que costumam impor, a
ocultação maliciosa que fazem do aparecimento da sexualidade, o tabu da menarca, as negações de
tipo moralista que contribuem para reforçar as ansiedades paranoicas dos adolescentes. Também
são conhecidas a contradições da sociedade contemporânea onde possibilidades materiais para o
ser humano são enormes. Entretanto, quando muitas se tornam praticamente impossíveis para o
adolescente, sua atitude social reivindicatória torna-se praticamente imprescindível. A sociedade,
mesmo manejada de diferentes maneiras e com diversos critérios socioeconômicos, impõe
restrições. O adolescente tenta modificar a sociedade que, por outra parte, está vivendo
constantemente modificações intensas. O adulto projeta no jovem a sua própria incapacidade em
controlar o que está acontecendo ao seu redor e tenta, então, deslocalizar o adolescente. Muitas
vezes as oportunidades para os adolescentes capazes estão muito restringidas e, em várias
oportunidades, o adolescente tem que se adaptar, submetendo-se às necessidades que o mundo
adulto lhe impõe. Na medida em que o adolescente não encontre o caminho adequado para a sua
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expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá ser um adulto
satisfeito. As demandas sociais e o domínio de um mundo adulto incompreensível e exigente acabam
por instigar as atitudes reivindicatórias e de reforma social do adolescente, que podem ser a ação do
que já ocorreu no seu pensamento. Frente ao adolescente individual é preciso não esquecer que
grande parte da oposição que se vive por parte dos pais é transferida ao campo social. Além disso,
parte da frustração que significa fazer o luto pelos pais da infância projeta-se no mundo externo.
Dessa maneira, o adolescente sente que não é ele quem muda, quem abandona o seu corpo e o seu
papel infantil, mas que são os seus pais e a sociedade que se negam a seguir funcionando como pais
infantis que têm com ele atitudes de cuidado e proteção ilimitados. Descarrega então contra eles o
seu ódio e a sua inveja e desenvolve atitudes destrutivas.
8. CONTRADIÇÕES SUCESSIVAS EM TODAS AS MANIFESTAÇÕES DA CONDUTA
A conduta do adolescente está dominada pela ação que constitui o modo de expressão mais
típico nesses momentos da vida, em que até o pensamento precisa tornar-se ação para poder ser
27
controlado. O adolescente não pode manter uma linha de conduta rígida, permanente e absoluta,
3:
pois tem uma personalidade permeável, que recebe tudo e que também projeta enormemente, ou
:3
seja, é uma personalidade na qual os processos de projeção e introjeção são intensos, variáveis e
15
frequentes. Isso faz com que não possa ter uma linha de conduta determinada. No adolescente, um
2
02
indício de normalidade se observa na fragilidade da sua organização defensiva. É o mundo adulto
/2
quem não suporta as mudanças de conduta do adolescente, quem não aceita que o adolescente
08
3/
possa ter identidades ocasionais, transitórias e circunstanciais, e exige dele uma identidade adulta.
-0
Essas contradições, com a variada utilização de defesas, facilitam a elaboração dos lutos típicos
om
desse período da vida e caracterizam a identidade adolescente.
l.c
dos pais, o que está favorecido pelo determinismo que as mudanças biológicas impõem nesse
@
momento cronológico do indivíduo. Muitas vezes os pais negam o crescimento dos filhos e os filhos
ra
ai
boas imagens parentais, com papéis bem definidos, e uma cena primária amorosa e criativa,
li.
ril
permitirá uma boa separação dos pais e facilitará ao adolescente a passagem à maturidade. Por
-g
outro lado, figuras parentais não muito estáveis nem bem definidas em seus papéis podem aparecer
1
-0
mais consistentes e firmes, pelo menos num sentido compensatório ou idealizado. Nesses
.5
muito frequente. Em certas ocasiões podem acontecer identificações de caráter psicopático, onde
92
por meio da identificação introjetiva começa a viver os papéis que atribui ao personagem com o qual
-2
se identificou. Grande parte da relação com os pais está dissociada e estes são vistos então como
li
figuras muito más ou muito boas, o que logicamente depende fundamentalmente de como foram
ril
G
introjetadas essas figuras. As identificações se fazem, então, com substitutos parentais como
ra
professores, heróis reais e imaginários, companheiros mais velhos, que adquirem características
ai
M
parentais, e podem começar a estabelecer relações que nesse momento satisfazem mais.
10. CONSTANTES FLUTUAÇÕES DO HUMOR E DO ESTADO DE ÂNIMO
Um sentimento básico de ansiedade e depressão acompanhará permanentemente o
adolescente. A quantidade e a qualidade da elaboração dos lutos da adolescência determinarão a
maior ou menor intensidade desta expressão e desses sentimentos. No processo de flutuações
dolorosas permanentes, a realidade nem sempre satisfaz as aspirações do indivíduo. O ego realiza
tentativas de conexão prazerosa com o mundo, que nem sempre se consegue, e a sensação de
fracasso frente a esta busca de satisfações pode ser muito intensa e obrigar o indivíduo a se refugiar
em si mesmo. Eis ai o retorno a si mesmo, que é tão singular no adolescente, e que pode dar origem
a esse sentimento de solidão característico da típica situação de frustração e desalento e desse
aborrecimento que "costuma ser uma característica distintiva do adolescente", que se refugia em si
mesmo e no mundo interno que se foi formando durante sua infância. A intensidade e a frequência
dos processos de introjeção e projeção podem obrigar o adolescente a realizar rápidas modificações
no seu estado de ânimo, já que se vê, de repente, submerso nas desesperanças mais profundas ou,
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quando elabora e supera os lutos, pode projetar-se numa presunção que muitas vezes costuma ser
desmedida. As mudanças de humor são típicas da adolescência e é preciso entendê-las sobre a base
dos mecanismos de projeção e de luto pela perda de objetos. Ao falharem essas tentativas de
elaboração tais mudanças de humor podem aparecer como pequenas crises maníaco-depressivas.
Fonte:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5049697/mod_resource/content/2/SindAdolNormal5%C
2%BAano.pdf
Por fim:
Os três grandes lutos da adolescência
Para vivenciar todas essas mudanças, o adolescente passa por momentos de
experimentações e perdas, de modo a reformular os conceitos que tem a respeito de si
mesmo e do mundo. Segundo Erikson, a busca da identidade adulta é a principal tarefa da
27
adolescência e, para que isto aconteça, é necessário que o jovem vivencie três grandes
3:
perdas:
:3
15
Luto pela perda do corpo infantil
2
O corpo se modifica, independente de sua vontade, o que causa grande
02
desconforto, mais facilmente percebido nas fases iniciais da adolescência.
/2
08
Luto pela perda da identidade infantil
3/
A sociedade e o próprio indivíduo passam a exigir um comportamento diferente
-0
daquele mostrado até o momento, com responsabilidades e deveres.
om
Luto pela perda dos pais da infância
l.c
Os pais deixam de ser vistos como ídolos infalíveis e passam a ser vistos como
ai
Fonte: http://www.adolesc.com.br/os-tres-grandes-lutos-e-a-sindrome-da-adolescencia-normal/
@
ra
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m
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ril
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1
-0
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.5
20
.8
92
-2
li
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G
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M
Freud
Passar pelo curso de psicologia e não estudar Freud é como fazer um curso de direito sem
conhecer as constituições federais anteriores à atual. Sua fluência verbal, repassada aos nossos
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tempos através de suas obras, era tamanha que chegou a ser indicado ao Nobel de Literatura e foi
vencedor do Prêmio Goethe (aos 74 anos de idade). Apesar das inúmeras críticas atuais ao seu
método e à sua aplicabilidade, Freud é o autor que maior impacto teve no estudo da personalidade
até então. Esse chairman da psicanálise desenvolveu o método da livre associação para estudar os
fenômenos de suas tópicas. A livre associação é um método onde os pacientes são convidados a
relatarem continuamente qualquer coisa que lhes ocorrer à mente, sem levar em consideração quão
sem importância ou possivelmente embaraçadora esta situação possa parecer.
Esse método seria o mais adequado para o contexto clínico para acessar conteúdos
conscientes e inconscientes. Na esfera do inconsciente, seu conteúdo não pode ser acessado de
forma objetiva através de uma ordinária introspecção. Mas pode ser acessado, segundo Freud,
somente através da livre associação, da análise dos sonhos e da análise dos atos falhos. Freud
descreveu em sua obra, posteriormente, a análise de chistes como sendo também uma forma de
evidenciar conteúdos inconscientes. Assim:
27
3:
Métodos de Acesso ao inconsciente:
:3
15
e) Livre associação
f) Análise sonhos
2
02
g) Análise dos Atos falhos
/2
08
h) Análise dos chistes
3/
-0
Os chistes são “gracejos” pelos quais sentimos prazer. São situações aparentemente tolas
om
que geram prazer, como as brincadeiras e piadas. A palavra tem origem no alemão e significa
l.c
literalmente “gracejo”, e para Freud o chiste é uma espécie de válvula de escape de nosso
ai
inconsciente, que o utiliza para dizer, em tom de brincadeira, aquilo que verdadeiramente pensa.
gm
Freud acreditava que utilizar o humor e a ironia no dia-a-dia deixava o cotidiano mais leve e a
@
ra
realidade mais tolerável. E é isto que o chiste possibilita quando conecta arbitrariamente, através de
ai
uma associação verbal, duas ideias contrárias ou sem sentido aparente. E lembre-se que para quase
m
li.
Apesar de parte do mundo inconsciente não ser acessível de forma alguma, um conceito é
-g
continuidade nos eventos mentais e que esses são historicamente desenvolvidos. Assim, para
.5
20
psíquica do sujeito para entender as causas passadas dos problemas e a dinâmica psíquica atual.
92
Freud descreveu sua teoria ao longo de 24 obras. Essas obras apresentam a evolução do
-2
pensamento freudiano e a ampliação dos conceitos. O caso mais exemplar é a descrição da Pulsão
li
ril
A motivação é vista, para esse autor, como uma busca hedonista de dar vazão a energia
ra
ai
psíquica acumulada. Essa energia psíquica é limitada e, via de regra, não consegue suprir
M
simultaneamente as necessidades humanas de forma satisfatória. Essa energia provém das pulsões,
a sexual e a agressiva, e motivam para a constante busca de prazer. As pulsões, às vezes chamadas
incorretamente de instintos, opõem-se ao ideal de sociedade e, por isso, devem ser doutrinadas para
uma expressão adequada. Porém, se essa energia psíquica não encontra vazão, um estado de tensão
interna começa a se desenvolver. Isso pode cadenciar desde fixações até patologias mais sérias.
Lembro uma vez, em um breve curso de psicanálise, que uma professora me falou: Alyson,
você precisa de anos de estudos de psicanálise, anos submissão à análise e anos sendo analista para
entender a personalidade humana de acordo com Freud. Felizmente nosso objetivo aqui é passar no
concurso e não, necessariamente, entender a magnitude das ideias psicanalíticas. Compreender a
teoria de personalidade de Freud pressupõe o conhecimento de sua Primeira e Segunda Tópicas, as
fases de desenvolvimento psicossexual e a organização dos mecanismos de defesa. Obviamente que
muitas coisas ficam de fora nessa compreensão simplificada da teoria freudiana, meu objetivo aqui
é: te ensinar a marcar a alternativa certa.
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27
percebidos de maneira conscientes pelo indivíduo, está ligado ao inconsciente, opostamente, pois
3:
:3
não guarda informações, sensações e representações, apenas registra e processa as percepções.
15
O pré-consciente refere-se aos fenômenos que não estão conscientes em determinado
2
momento, mas pode tornar-se se o indivíduo desejar se ocupar com eles (o pré-consciente é um filtro
02
de intermédio entre o consciente e o inconsciente). É um pequeno arquivo que contém, além de
/2
08
outras coisas, a representação de palavras - a consciência precisa das lembranças desse arquivo para
3/
funcionar.
-0
O inconsciente, por sua vez, diz respeito aos fenômenos e conteúdos que não são
om
conscientes e abriga elos escondidos dos arranjos psíquicos. Estão os elementos instintivos, total
l.c
desconhecidos da consciência. Também possui também aquilo que foi excluído, censurado ou
ai
gm
Assim, para Freud, apenas uma pequena parte de nossos pensamentos e emoções são
ai
perceptíveis o tempo todo, alguns estão no nível pré-consciente e a maioria dos nossos fenômenos
m
li.
necessária pois esses conteúdos causariam medo e ansiedade ao indivíduo caso fossem conscientes.
É necessária uma atenção especial ao conceito freudiano de inconsciente. Essa parte do
1
-0
aparelho psíquico humano é caracterizada por não ter nenhuma formatação lógica ou pensamento
78
racional (processo primário) e desenvolve-se como sendo um depósito para ideias sociais
.5
20
inaceitáveis, memórias traumáticas e emoções dolorosas colocadas fora da mente pelo mecanismo
.8
(conteúdos de épocas ou espaços diferentes podem se conectar). Essa instância é governada pelo
-2
(Instâncias da Personalidade)
Nessa segunda tópica, desenvolvida décadas depois da primeira, Freud diferencia
instâncias da personalidade em três estruturas: o ID, o EGO e o SUPEREGO. O Id é todo inconsciente,
o Ego e o Superego são parcialmente inconscientes.
d) Id: O id é a fonte da energia psíquica (libido). O id é formado pelas pulsões -
instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Ele funciona segundo o princípio do prazer,
ou seja busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo, e somente segundo ele. Não faz
planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não
conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade e uma satisfação na fantasia pode ter o
mesmo efeito de uma atingida través de uma ação. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou
moral, sendo exigente, impulsivo, cego irracional, antissocial, egoísta e dirigido ao prazer. O id é
completamente inconsciente. De acordo com Freud, a energia psíquica é de natureza inconsciente e
está armazenada no id. Essa energia é de natureza sexual (libido) e não tem objeto. De acordo com a
teoria psicanalítica, o id é a parte mais antiga do aparelho psíquico. Do ponto de vista topológico, o
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id é o reservatório de toda energia psíquica. Ele ignora a realidade, os princípios lógicos e racionais
tais como o tempo e a causalidade entre eventos. Dessa forma, diz-se que o id trabalha através do
princípio primário.
e) Ego: O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que seus
impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da
realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera ao comportamento
humano: a satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-
las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas. A principal função do ego
é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente,
entre esses e as exigências do superego.
f) Superego: É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade.
O superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer
impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (2) forçar o ego a se comportar de maneira moral
27
(mesmo que irracional) e (3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras.
3:
O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos
:3
pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante
15
primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos;
2
02
outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada; certo ou errado, sem meio-termo).
/2
O superego divide-se em dois subsistemas: o ego ideal, que dita o bem ser procurado, e a
08
3/
consciência, que determina o mal a ser evitado.
-0
Freud distingue dois tipos de energia nervosa de acordo com o nível de liberdade dessa
om
energia (esses processos oscilam entre um estado livre de energia e um estado ligado/associado). O
l.c
representação para outra e procurando a descarga de maneira mais rápida e direta possível, o que
li.
ril
longo de uma via associativa, encandeando diversas representações, o que leva a fazer figurar uma
.5
20
representação no lugar de outra. Possui uma função mais ou menos defensiva, no sonho, por
.8
exemplo, permite aceitar pela censura, representações atenuadas; é o caso também do sintoma
92
fóbico.
-2
li
ril
cadeias associativas de representações, e é sobre ela que se investem suas energias: esta fica, pois,
ra
ai
65
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Psicologia do Desenvolvimento
27
uma excessiva satisfação (anterior a frustração na fase atual).
3:
:3
Qual a importância de entendermos essas fases? A fixação nas fases de desenvolvimento
15
freudianas identifica o tipo de caráter que a pessoa possui (caráter oral, anal, fálico ou genital). O
2
02
caráter oral é caracterizado pelo otimismo, a passividade e a dependência. Para Freud, os
/2
transtornos alimentares poderiam se dar às dificuldades na fase oral. O caráter anal é caracterizado
08
pro três traços que são: ordem, parcimônia (econômico) e teimosia. O caráter fálico, por sua vez, gera
3/
-0
dificuldades na formação do superego (regras sociais), na identidade do papel sexual e até mesmo
na sexualidade, envolvendo inibição sexual, promiscuidade sexual e homossexualismo. E, por fim, o
om
caráter genital é descrito como o ideal freudiano do desenvolvimento pleno, que se desenvolve na
l.c
ai
ausência de fixações ou depois da sua resolução por meio de uma psicanálise. Contudo, o indivíduo
gm
Assim sua energia psíquica sublimada fica disponível para o trabalho, que é prazeroso.
ai
m
fala regressiva ou enurese noturna em etapas que já superaram tais tipos de comportamentos.
1
Veremos adiante que tais comportamentos são fortes indicativos de deprivação e/ou privação.
-0
78
criança vivencia prazer e dor através da satisfação (ou frustação) de pulsões orais, ou seja, pela boca.
li
Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Assim, para a criança sugar, mastigar,
ril
G
comer, morder, cuspir etc. têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. Ao ser
ra
confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais
ai
frustrações. Esses mecanismos são a base da futura personalidade da pessoa. O principal processo
M
na fase oral é a criação da ligação entre mãe e filho. A pulsão básica é fome e a sede. A fixação nessa
fase causa a depressão e/ou a dependência dos outros. Ela é entendida como patológica quando a
pessoa for excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. É nessa fase que o
ego se forma.
66
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mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa
3:
situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a do menino
:3
com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos desenvolvida. Destaco que Freud
15
usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da
2
02
expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo "complexo de Electra".
/2
08
3/
IV - O período de latência (5 – puberdade)
-0
Vai dos 5 anos até o início da puberdade (não tem como dar uma idade certa para esse
om
fim). É uma fase mais tranquila que se estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos
l.c
do ego e do superego. Os desejos sexuais não resolvidos e não são atendidos pelo ego serão cobrados
@
adolescência. Nessa fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as
1
-0
mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez se dirigem a uma pessoa, geralmente,
78
do sexo oposto. Há um retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. A escolha do parceiro não se
.5
nossas escolhas até o final de nossa vida). Os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem
92
aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite
-2
Preciso fazer ainda algumas ponderações sobre o Complexo de Édipo (Fase Fálica). Como
ra
vocês notaram, a mãe mantém em ambos os sexos um papel primordial, permanecendo sempre o
ai
M
principal objeto da libido. Para os meninos é a castração que os faz superar o complexo de Édipo,
quando é instaurada a lei da proibição gerando a interdição paterna. Para as meninas é justamente
a castração que faz iniciar Complexo de Édipo. E como ocorre a resolução desse complexo? É a
ansiedade de castração nos meninos fará com que eles abandonem seus desejos incestuosos pela
mãe e superem o complexo identificando-se ao pai. As meninas também passam a identificar-se com
a mãe e assumem uma identidade feminina (passam a buscar nos homens similaridades do pai).
Assim, o complexo é sempre reprimido, e é tarefa do superego impedi-lo e evitá-lo. Uma curiosidade
danada de boa para cair em prova é que nas meninas, o inicio do complexo está na castração
enquanto que nos meninos a castração representa o fim do complexo!
Pulsão
Falemos um pouco sobre as Pulsões. Inicialmente é importante fazer uma distinção: o
conceito de pulsão não pode se confundir com o conceito de instinto. Apesar de polêmico e alguns
psicanalistas não identificarem diferenças plausíveis entre pulsão e instinto, Laplanche afirma que
67
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“instinto seria um comportamento pré-formado, cujo esquema é hereditário. A pulsão seria uma
derivação do instinto. É a contingência do objeto que define a pulsão”.
Como acredito que essa diferenciação é ininteligível, transcrevo um trecho bem elucidativo:
Freud utiliza o conceito de pulsão, e não a noção de instinto, para se referir aos processos
de constituição psicossexuais. As diferenças entre esses dois termos acarretam em visões muito
distintas quanto ao caráter que a sexualidade pode assumir. A pulsão, diferentemente do instinto,
apresenta-se como indeterminada, não tendo um esquema prefixado. O objeto de satisfação da
pulsão, bem como os modos pelos quais busca satisfação, é indeterminado, ou seja, estão abertos a
um fazer-se. Longe de encontrar sua significação última na condição natural da procriação, a
sexualidade, considerada a partir da noção de pulsionalidade, apresenta-se como não
predeterminada, o que quer dizer, como uma abertura ao devir.
27
dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o
3:
organismo tender para a busca de objetivos. Essas pulsões são de dois tipos: as pulsões de vida
:3
15
(responsáveis pela sobrevivência do indivíduo e da espécie) e as pulsões de morte (responsáveis
2
pela energia agressiva e destrutiva). A pulsão de vida (Eros) seria representada pelas ligações
02
amorosas que estabelecemos com o mundo, com as outras pessoas e com nós mesmos, enquanto a
/2
08
pulsão de morte (Thânatos) seria manifestada pela agressividade que poderá estar voltada para si
3/
mesmo e para o outro. O princípio do prazer e as pulsões eróticas são outras características da pulsão
-0
de vida. Já a pulsão de morte, além de ser caracterizada pela agressividade traz a marca da
om
compulsão à repetição, do movimento de retorno à inércia pela morte também.
l.c
Instintos
1
-0
78
E os instintos, o que são finalmente? Freud considerava que o instinto era um esquema
.5
herdado e que seguia uma sequencia temporal e inflexível. É a suprema causa de toda atividade
20
(incita a ação). Conceitualmente podemos entender que os instintos são pressões que dirigem um
.8
92
organismo para determinados fins particulares (diferentemente das pulsões). Os instintos são as
-2
forças propulsoras que incitam as pessoas à ação. Esses instintos não são replicações animalescas,
li
mas equivalentes humanos. Todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade,
ril
G
uma pressão e um objeto. A fonte é quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou
ra
todo corpo. A finalidade é reduzir essa necessidade até que nenhuma ação seja mais necessária, é
ai
M
dar ao organismo a satisfação que ele deseja no momento. A pressão é a quantidade de energia ou
força que é usada para satisfazer o instinto e é determinada pela intensidade ou urgência da
necessidade subjacente. O objeto de um instinto é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a
satisfação da finalidade original. No entanto, vários pensamentos e comportamentos parecem não
reduzir esta tensão. De fato, eles aparecem para criar mais tensão ou ansiedade. Estes
comportamentos podem indicar que a expressão direta de um instinto pode ter sido bloqueada.
Embora seja possível catalogar uma série ampla de instintos, Freud tentou reduzir esta diversidade
a alguns instintos que chamou de básicos.
Num primeiro momento Freud descreveu duas forças instintivas opostas, a sexual (erótica
ou fisicamente gratificante) e a agressiva ou destrutiva. Suas últimas descrições, mais globais,
encararam essas forças ou como mantenedoras da vida ou como incitadoras da morte. Tal
antagonismo básico não costuma ser visível ou consciente, e a maioria de nossos pensamentos e
ações é evocada por estas ambas as forças instintivas em combinação. Os instintos seriam então,
canais através dos quais a energia pudesse fluir. E a pulsão seria essa energia (ou libido).
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Sobre o Narcisismo
Para Freud existem dois tipos de narcisismo:
1. Narcisismo primário - na primeira tópica era o autoerotismo do bebê (chupar o dedo, o pé),
que quando não era, mas passível de ser direcionado para si, o amor era direcionado para o externo,
levando ao amor objetal. Termina com o fim do desenvolvimento psicossexual.
2. Narcisismo secundário - duas formas de escolha: anaclítica (na busca do objeto de amor
renuncia o próprio narcisismo); narcisista (busca a sua imagem no amor objetal).
Mecanismos de Defesa
Pergunta: Qual a função dos mecanismos de defesa?
Resposta: Reduzir a ansiedade (pressão do ID sobre o Ego).
27
O ego muitas vezes não consegue lidar com as demandas do Id e com as cobranças do
3:
:3
superego. Assim, surgem os Mecanismos de Defesa, que são defesa bem sucedida contra a
15
ansiedade, pois ele diminui a tensão. Destaca-se que os mecanismos de defesa contra a ansiedade
2
podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, porém quando estão fortemente associados e
02
trazem dificuldades sociais caracterizam-se enquanto neuroses.
/2
08
A seguir apresento os mecanismos de defesa mais comuns:
3/
• Repressão é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e frustrações
-0
demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou lembrados, reprimindo-os e recalcando-
om
os para o inconsciente; o que é desagradável é, assim, esquecido;
l.c
Uma parte da libido permanece ligada a um determinado estágio do desenvolvimento e não permite
-0
que a criança passe completamente para o próximo estádio. A fixação está relacionada com a
78
.5
não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem, são direcionados a terceiros.
M
• Negação é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego.
• Racionalização é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para
pensamentos e ações inaceitáveis.
• Isolamento: Uma ideia ou ato sofre o rompimento de suas conexões com outras
ideias e pensamentos.
Para finalizar essa descrição dos mecanismos de defesa, faço uma didática diferenciação
entre recalque e repressão.
Recalcamento/Recalque Repressão
“Operação pela qual o sujeito procura “Operação psíquica que tende a fazer desaparecer da
repelir ou manter no inconsciente consciência um conteúdo desagradável ou
representações (pensamentos, imagens, inoportuno: ideia, afeto, etc. Os conteúdos tornam-se
recordações) ligadas a uma pulsão. pré-conscientes”. É um mecanismo consciente, que
atua como censura. A moral do sujeito está ligada a
este mecanismo.
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Psicologia do Desenvolvimento
Por fim, com relação ao funcionamento psíquico, segundo Freud, é correto afirmar que:
1. Há processos orgânicos paralelos aos processos psíquicos conscientes, a eles
relacionados de uma maneira difícil de explicar, que atuam como intermediários nas relações
recíprocas entre corpo e mente.
2. A consciência só nos pode oferecer uma cadeia incompleta e rompida de
fenômenos psíquicos.
3. Não se pode afirmar que a qualidade de ser consciente de um processo mental seja
menos importante. Ela permanece a única luz que ilumina nosso caminho e nos conduz através das
trevas da vida mental.
Mas Alyson, e quanto à educação? O que preciso saber? Sinceramente, temos muito pouco
a contribuir para a educação e aprendizagem nesse referencial. Mesmo com os escritos de Lacan
sobre os significantes, a psicanálise não se apropria satisfatoriamente do campo da educação.
Mesmo no Brasil, poucos são os estudos qualificados para tratar de problemas de aprendizagem a
27
partir desse viés (Freitas e Oliveira, 2009).
3:
:3
15
2
02
/2
08
3/
Rogers -0
om
l.c
ai
A teoria rogeriana surgiu como uma terceira via entre os dois campos predominantes da
gm
corrente de Rogers ficou conhecida como humanista, porque, em acentuado contraste com a teoria
ra
freudiana, ela se baseia numa visão otimista do homem. Rogers criou a Psicologia do Self e,
ai
m
decorrente da evolução de sua obra, legou grandes conceitos para o estudo da personalidade
li.
ril
humana. Ele defendeu existir uma força inata para a auto realização, e essa força confere ao self o
-g
controle na regulação dessa busca. Assim, para Rogers, somos autônomos e capazes de buscar essa
1
auto realização, pois toda e qualquer motivação humana está sempre relacionada ao desejo de
-0
78
crescimento. Essa motivação para o crescimento busca substituir aspectos falsos de nossa
.5
personalidade por características reais do nosso verdadeiro eu (self real). Os indivíduos têm a
20
que reside em nós é associada a uma tendência subjacente à modificação do autoconceito (Self), no
-2
sentido de estar realmente de acordo com a realidade. Desconheço algum grande teórico da
li
personalidade que seja tão otimista com a natureza humana quanto Rogers. As forças positivas em
ril
G
direção à saúde e ao crescimento são naturais e inerentes ao organismo. Rogers postula, portanto,
ra
um movimento natural para a resolução e distante do conflito. Assim, ele pressupõe que o
ai
M
ajustamento não é um estado estático, mas um processo onde novas aprendizagens e novas
experiências são cuidadosamente assimiladas.
Ele, assim como Maslow, apresenta o conceito de tendência à auto atualização (ou auto
realização). A motivação da conduta é sempre atual e emana da percepção de tensões e
necessidades do organismo. Essa tendência à auto atualização é, sinteticamente, um impulso que
nos motiva e é o postulado fundamental da teoria rogeriana. Há um aspecto básico da natureza
humana que leva uma pessoa em direção à resolução de suas necessidades e a uma maior
congruência e a um funcionamento realista. É importante observar que, para Rogers, não é
importante discutir se essa necessidade é inata ou adquirida. Mas observe que em cada um de nós
há um impulso inerente em direção a sermos competentes e capazes quanto o que estamos aptos a
ser biologicamente.
Apesar dessa tendência para realização ou atualização de nossas potencialidades em
níveis cada vez maiores de integração e complexidade, isto não significa que esse conceito implique
uma busca do que é moralmente correto. Em verdade, busca-se algo que apenas pressupõe um
70
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Psicologia do Desenvolvimento
aumento de consciência. Porém, esta tendência da busca pelo moralmente correto pode ser
favorecida ou não pelo meio e/ou pela consciência.
As pessoas usam sua experiência para se definirem e existe um campo de experiência
único para cada indivíduo. Este campo de experiência (campo fenomenal) contém tudo o que se
passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente disponível à consciência.
Incluem eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas
poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode
ou não corresponder à realidade objetiva.
Rogers não descarta a influência da infância na vida adulta e sugere que os obstáculos ao
crescimento de uma personalidade consciente aparecem na infância, constituindo aspectos normais
do desenvolvimento. O que a criança aprende em um estágio como benéfico pode (e deve) ser
reavaliado nos estágios posteriores para a formação de um self consciente. Mas, atente para o
detalhe que mesmo quando uma conduta refira-se a um evento do passado, esta só ocorre se este
27
evento passado estiver presente como tensão e necessidade do organismo.
3:
Em sua teoria da personalidade, Rogers postulou a existência de duas estruturas que
:3
compõem a personalidade do sujeito: o organismo e o self. O organismo é o local da experiência
15
vivida pelo sujeito, também denominado de campo fenomenal enquanto que o self é um organizador
2
02
da personalidade e envolve diversos processos conscientes e inconscientes.
/2
O conceito de Self é vital na obra rogeriana. Esse self pode ser subdividido em self real e o
08
3/
self ideal. A incongruência entre o self ideal e o self real gera conflitos que podem ser evitados por
-0
mecanismos de defesa. Dessa forma, a redução da distância entre o self ideal e o self real, através da
om
aceitação do self real, reduz a ocorrência de conflito e gera saúde mental. O self é a consciência de
l.c
ser e de agir e não se confunde com o organismo. Além disso, o self tem mais relação com o controle
ai
O Self é um ente organizado, consistente e mutável. Os valores que constituem o self são
@
de duas fontes:
ra
ai
superior que organiza a personalidade, é a visão que uma pessoa tem de si própria, baseada em
1
-0
experiências passadas, estimulações presentes e expectativas futuras. O Self está cercado pelos
78
personalidade que funciona plenamente é uma personalidade em contínuo estado de fluxo, uma
20
.8
O Self real está relacionado com as qualidades reais da pessoa no que se refere às suas
-2
potencialidades e tendências de realizações. O Self Ideal, por sua vez, é o conjunto das descrições
li
que o indivíduo mais gostaria de ter. Assim como o Self, ele é uma estrutura móvel e variável, que
ril
G
passa por redefinição constante. A extensão da diferença entre o Self e o Self Ideal é um indicador de
ra
desconforto, insatisfação e dificuldades neuróticas. Essa incongruência entre self e self ideal é um
ai
M
71
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Psicologia do Desenvolvimento
27
perceber com precisão a realidade e de comunicar a mesma. Um ponto importante a ser destacado
3:
é que quando a Incongruência está entre a tomada de consciência e a experiência, é chamada de
:3
repressão. Tornar-se consciente da própria realidade, e dos próprios atos, é o primeiro passo para a
15
mudança pessoal.
2
02
Para Rogers, a consideração positiva incondicional produz efeitos benéficos no
/2
desenvolvimento da personalidade da pessoa. Essa necessidade de consideração positiva é de
08
3/
natureza aprendida e consiste em uma avaliação positiva que ela recebe de outra pessoa. Partindo
-0
dessa concepção Rogers postulou que aceitar-se a si mesmo é um pré-requisito para uma aceitação
om
mais fácil e genuína dos outros.
l.c
Por fim, Rogers chegou à elaboração da técnica da reflexão, que propiciava uma
ai
apenas no discurso de seu cliente, não opondo a ele nenhuma interpretação ou conselho,
@
favorecendo assim cada vez mais sua riqueza e complexidade. Uma das principais características
ra
ai
dessa técnica consistia no psicólogo devolver ao cliente a maneira como compreendia sua fala,
m
favorecendo com que ele percebesse que estava sendo compreendido e continuasse a desenvolver
li.
ril
sua fala. Essa técnica, aliada a não-diretividade da clínica rogeriana, geraram muitas críticas (e,
-g
E quanto à educação, o que devemos saber sobre Rogers? Primeiramente que os conceitos
78
trabalhados por ele no contexto clínico são todos aplicáveis à educação. Assim, deve haver um
.5
Além disso, a tarefa de professor é liberar o caminho para que o estudante aprenda o que
li
quiser. Aqui vale ressaltar que para esse autor, a aprendizagem é um processo de afirmação de
ril
G
curiosidade) a partir de si mesmo. Aqui a aprendizagem é contínua durante toda a vida do sujeito e
ai
M
deve ser orientada sempre para a realidade. Assim, formalmente, não existe aquele que sabe e
aquele que ensina, todos sabem alguma coisa e todos aprendem alguma coisa com alguém. O
professor passa a ser considerado um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que transmite
conhecimento, e sim aquele que auxilia os educandos a aprender a viver como indivíduos em
processo de transformação. O educando é provocado a buscar o seu próprio conhecimento,
consciente de sua constante transformação.
Além desses pontos, existiram pontos importantes que Rogers combateu em sua obra. O
primeiro deles foi a aprendizagem através de “tarefas”. As tarefas são aquelas que só utilizam as
operações mentais e não consideram o indivíduo como um todo. Para ele, esse tipo de aprendizado
seria pouco útil para a vida real por ser esquecido com o tempo por ser meramente intelectual. Além
disso, não tem relevância com os sentimentos, as emoções e sensações do educando e não
provocam uma curiosidade que leve o indivíduo a aprofundar mais e mais. É preciso um
aprendizado emocional e voltado à realidade. Um indivíduo, por exemplo, que apresenta problemas
emocionais não consegue reter um bom aprendizado.
72
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Psicologia do Desenvolvimento
Dois pontos de sua teoria adaptada à educação são a confiança e a aceitação. O educador
deve conquistar a confiança do educando e deve aceitá-lo. Assim, se por um lado é preciso se
mostrar como facilitador que também é humano (com defeitos e qualidades, sentimentos e desejos,
alegrias e tristezas), por outro é preciso ter carinho pelo estudante e considerar/aceitar suas ações
e reações. Além desses dois pontos, é preciso ter a compreensão empática, que ocorre quando o
facilitador deixa o julgamento de lado e compreende o educando, tornando a aprendizagem
significativa. Quem possui esta habilidade não classifica o aluno, antes, integra-o ao grupo.
Sua escola de pensamento pedagógico é chamada de “tendência liberal renovada não-
diretiva”. Vejamos um trecho de um artigo de Luckesi:
O termo liberal não tem o sentido de "avançado", "democrático", "aberto", como costuma
ser usado. A doutrina liberal apareceu como justificação do sistema capitalista que, ao defender a
predominância da liberdade e dos interesses individuais da sociedade, estabeleceu uma forma de
organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção, também denominada
27
sociedade de classes. A pedagogia liberal, portanto, é uma manifestação própria desse tipo de
3:
sociedade.
:3
15
A educação brasileira, pelo menos nos últimos cinqüenta anos, tem sido marcada pelas
tendências liberais, nas suas formas ora conservadora, ora renovada. Evidentemente tais tendências
2
02
se manifestam, concretamente, nas práticas escolares e no ideário pedagógico de muitos
/2
08
professores, ainda que estes não se dêem conta dessa influência.
3/
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos
-0
para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso os indivíduos
om
precisam aprender a se adaptar aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes através do
l.c
diferenças de classes, pois, embora difunda a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em
gm
renovada (também denominada escola nova ou ativa), o que não significou a substituição de uma
m
humanístico, de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena
1
-0
têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. É a
.5
20
desenvolvimento das aptidões individuais. Mas a educação é um processo interno, não externo; ela
-2
parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. A educação é
li
ril
a vida presente, é a parte da própria experiência humana. A escola renovada propõe um ensino que
G
valorize a auto-educação (o aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio
ra
pela atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo. A tendência liberal renovada apresenta-se,
ai
M
73
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Psicologia do Desenvolvimento
27
competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem muito pouca importância, face ao propósito de
3:
favorecer à pessoa um clima de autodesenvolvimento e realização pessoal, o que implica estar bem
:3
15
consigo próprio e com seus semelhantes. O resultado de uma boa educação é muito semelhante ao
2
de uma boa terapia.
02
Conteúdos de ensino - A ênfase que esta tendência põe nos processos de desenvolvimento
/2
08
das relações e da comunicação torna secundária a transmissão de conteúdos. Os processos de
3/
ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para buscarem por si mesmos os conhecimentos
-0
que, no entanto, são dispensáveis.
om
Métodos de ensino - Os métodos usuais são dispensados, prevalecendo quase que
l.c
aprendizagem dos alunos. Rogers explicita algumas das características do professor "facilitador":
gm
aceitação da pessoa do aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena convicção na
@
ra
expostos, sem ameaças. Assim, o objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos de melhor
ril
no aluno, visando formar sua personalidade através da vivência de experiências significativas que
78
melhor forma de respeito e aceitação plena do aluno. Toda intervenção é ameaçadora, inibidora da
92
aprendizagem.
-2
busca da auto realização; é, portanto um ato interno. A motivação aumenta, quando o sujeito
G
desenvolve o sentimento de que é capaz de agir em termos de atingir suas metas pessoais, isto é,
ra
ai
desenvolve a valorização do "eu". Aprender, portanto, é modificar suas próprias percepções; daí que
M
apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. Resulta que
a retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao "eu", ou seja, o que não está envolvido
com o "eu" não é retido e nem transferido. Portanto, a avaliação escolar perde inteiramente o
sentido, privilegiando-se a autoavaliação.
Manifestações na prática escolar - Entre nós, o inspirador da pedagogia não-diretiva é C.
Rogers, na verdade mais psicólogo clínico que educador. Suas ideias influenciam um número
expressivo de educadores e professores, principalmente orientadores educacionais e psicólogos
escolares que se dedicam ao aconselhamento. Menos recentemente, podem-se citar também
tendências inspiradas na escola de Summerhill do educador inglês A. Neill.
74
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Skinner e Watson.
A Abordagem S=R
Nessa abordagem, iniciada muito tempo antes de Watson, os processos de aprendizagem
eram entendidos através da forma como os estímulos eram entendidos pelo organismo. Assim, há
27
uma relação fundamental com o ambiente no processo de desenvolvimento do organismo. Para
3:
:3
alguns autores é possível entender essa relação com o ambiente de forma absoluta, assim, o homem
15
nasce como uma tábula rasa e não devemos falar em aprendizados inatos. Para outros, temos
2
presets (mecanismos inatos) que se associam ao ambiente para promovermos nossas primeiras
02
/2
aprendizagens. Se fizéssemos um breve levantamento histórico, passearíamos por nomes como
08
Pavlov, Thorndike, Tolman, Hull, Dollard e Miller. Como não podemos perder tempo com conteúdos
3/
– importantes – mas que não irão cair em seu concurso, vamos direto ao assunto.
-0
om
Watson fundamentou o Behaviorismo Clássico, também conhecido como Psicologia S-R
l.c
observáveis. Essa evidência observável era o “comportamento”, que era entendido como uma
ra
A base dessa teoria consistia no fato que todo comportamento era modelado pelo
1
condicionamento clássico e toda resposta comportamental era precedida por um estímulo. Assim,
-0
78
usava-se a díade S-R (Stimulus-Response) para compreender e explicar a natureza humana. Em sua
.5
visão metodológica e positivista, o estímulo era uma variável independente enquanto que a resposta
20
era uma variável dependente. Watson acreditava, ainda, que todo comportamento era consequência
.8
92
da influência do meio, a ponto de afirmar que, dado algumas crianças recém-nascidas arbitrárias e
-2
um ambiente totalmente controlado, seria possível determinar qual a profissão e o caráter de cada
li
uma delas. Embora não tenha executado algum experimento do tipo, por razões óbvias, Watson
ril
G
75
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reforço, e não tem nenhum status causal. Ele também não pretende negar que os sentimentos
existem, no entanto, eles e outros estados corporais são produtos colaterais das nossas histórias,
seja genética ou ambiental.
Ele propôs a lei empírica de efeito. Isto é, um estímulo reforçador é um evento que
aumenta a frequência do comportamento com o qual é emparelhado, sem nenhuma referência à
satisfação ou a qualquer outro evento interno. Comportamentos complexos podem ser aprendidos
por meio de modelagem (através de aproximações sucessivas). Inicia-se reforçando um
comportamento que é um primeiro passo rumo ao comportamento final. Para ficar mais claro,
imagine um psicólogo comportamentalista utilizando os conceitos aqui aprendidos para lidar com
um paciente tímido. Inicialmente, e bem genericamente, deve-se traçar uma linha de base das
competências sociais do paciente para planejar um conjunto de atividades que irão conduzi-lo a
estágios superiores nessas habilidades. Como ele é tímido, pode-se começar com ensaios no
consultório e depois com pequenas tarefas de casa diárias para, somente então, levar o paciente
27
para experiências in vivo. Uma vez que ele detém uma boa base, aprendida nos passos anteriores,
3:
para lidar com a ansiedade social e para encadear comportamentos, fica mais fácil reduzir a timidez
:3
e eliciar comportamentos mais assertivos.
15
Para a melhor compreensão dos processos de modelagem, é interessante entender como
2
02
ocorre o controle de Estímulos. Esse controle pode ocorrer tanto pela generalização de estímulos
/2
(responder de forma semelhante a estímulos percebidos como semelhantes) como pela
08
3/
discriminação de estímulos (é o reforçamento diferencial; processo de decompor ou controlar
-0
generalizações). om
Creio que essas simplificações não ficarão claras para aqueles que não estão acostumados
l.c
com os conceitos da Análise do Comportamento. Por isso, gosto das definições apresentadas por
ai
Bock (1999):
gm
sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estímulo similar, porém diferente.
ra
ai
de uma criança aprendendo sobre animais, chamar todo animal que mama de "mamífero",
li.
ril
quando uma resposta se mantém na presença de um ou mais determinado(s) estímulo(s), mas sofre
.5
20
certo grau de extinção na presença de outros. Isto é, um estímulo antecedente à resposta adquire a
.8
possibilidade de ser conhecido como discriminativo da situação reforçadora. Sempre que ele for
92
apresentado e a resposta emitida, haverá reforço. Exemplo: Motorista de ônibus para no semáforo,
-2
pois o sinal está vermelho, ou seja, o semáforo vermelho se tornou um estímulo discriminativo para
li
ril
76
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Psicologia do Desenvolvimento
Sd - R - Sr
27
onde:
3:
:3
15
Sd = estímulo discriminativo
2
02
/2
R = Resposta
08
3/
-0
Sr = estímulo reforçador om
l.c
ai
gm
componentes da mesma são: 1 - Nível Filogenético: que corresponde aos aspectos biológicos da
ra
ai
de vida do indivíduo; 3 - Nível Cultural: os aspectos culturais que influenciam a conduta humana.
li.
ril
Através da interação desses três níveis (onde nenhum deles possui um status superior a outro) os
-g
comportamentos são selecionados. Para Skinner, o ser humano é um ser ativo, que opera no
1
-0
ambiente, provocando modificações no mesmo, modificações essas que retroagem sobre o sujeito,
78
comportamentalismo de Skinner. Caso você consiga abstrair os conceitos do quadro abaixo sem
-2
Apresentação da Consequência
ai
resposta Consequência
M
Reduz a aparição da
Aumenta a aparição da resposta
Reforço resposta (punição
(reforço positivo)
negativa)
77
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Psicologia do Desenvolvimento
conceitos podem parecer semelhantes na teoria, mas, são bem distintos na prática. Observe que
sempre que falarmos de aumento de frequência de um operante (resposta) em função de suas
consequências, estaremos falando de reforço. Enquanto que sempre que falarmos de um operante
que reduz após a sua consequência, estaremos diante de uma punição. O termo “positivo” e
“negativo” refere-se à inserção ou a retirada de algum elemento na consequência contingente ao
comportamento. Assim, toda vez que falarmos de uma consequência de “x” positivo, estaremos
inserindo algo no ambiente, por outro lado, toda vez que falarmos em uma consequência de “x”
negativo, estaremos diante de algo que foi retirado do ambiente.
Seguem alguns exemplos para a compreensão dos conceitos do behaviorismo
metodológico. Imagine uma criança que está chorando e se jogando no chão de tanto espernear na
sua frente (na presença de seus amigos) assim que o pai dela (seu chefe) saiu da sala. Vamos supor
que ela esteja chorando depois de ter percebido que ninguém deu atenção quando ela começou a
brincar entre os adultos. A percepção da falta de atenção (S) gera uma resposta (R) que é a birra. Até
27
aqui temos a teoria S-R clássica. A questão colocada por Skinner é a seguinte: o que fazer para que
3:
essa bendita criança pare de querer chamar atenção? Vamos partir do pressuposto que os reforços
:3
e punições aqui apresentados sejam contingentes. Esquematicamente teríamos as seguintes
15
soluções viáveis para aumentar a frequência do comportamento estudado (birra): os adultos
2
02
parariam de conversar para dar atenção para a criança (reforço positivo do comportamento de fazer
/2
birra) ou manteriam o pai da criança longe (reforço negativo). Observe que no caso do reforço
08
3/
positivo, inserimos a atenção no nosso modelo estudado enquanto que no reforço negativo
-0
utilizamos a retirada do estímulo aversivo (o pai). Mas, certamente, você não tem a intenção de
om
estimular esse comportamento de birra que, em tese, é aversivo para você. Assim, você deve, para
l.c
reduzir a freqüência de exibição do comportamento, optar pela punição: mostre a foto de Skinner
ai
(punição positiva) ou saia do cômodo onde você está junto com seus amigos e deixe a criança lá
gm
(punição negativa). Nos dois casos o comportamento parará de ser exibido, tanto pela inserção de
@
um elemento aversivo (punição positiva) como pela retirada de um elemento motivador da birra
ra
ai
(punição negativa).
m
O papel do reforço tem importância primal na teoria de Skinner. Para finalizarmos essa
li.
ril
parte do conteúdo, algumas definições devem ser feitas. A primeira distinção que devemos ter em
-g
(dinheiro, atenção, reconhecimento,...). Logo, como você deve ter percebido, esses reforçadores
20
.8
as respostas são reforçadas. Este é o esquema de reforço mais adequado para que um determinado
ril
G
comportamento seja modelado. No Esquema de reforço intermitente nem todas as respostas são
ra
78
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
Existe, ainda, o reforço por Imitação, que não cairá em seu concurso, mas deve ser
:3
explicado para não gerar confusão. Esse reforço ocorre quando se observa alguém ser reforçado por
15
causa de algum comportamento emitido, a tendência é imitar aquele comportamento. Esse conceito
2
02
é central para Bandura.
/2
Por fim, existe o enfraquecimento e extinção de uma resposta que ocorre com a
08
3/
diminuição da frequência de uma resposta ou a supressão desta resposta, ainda que temporária,
-0
pela não aplicação do reforço incompatível ou punição. om
l.c
ai
gm
Papel da escola - Num sistema social harmônico, orgânico e funcional, a escola funciona
ril
úteis e necessários para que os indivíduos se integrem na máquina do sistema social global. Tal
78
sistema social é regido por leis naturais (há na sociedade a mesma regularidade e as mesmas
.5
20
Basta aplicá-las. A atividade da "descoberta" é função da educação, mas deve ser restrita aos
92
79
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Psicologia do Desenvolvimento
27
didáticos)6.
3:
Relacionamento professor-aluno - São relações estruturadas e objetivas, com papéis bem
:3
definidos: o professor administra as condições de transmissão da matéria, conforme um sistema
15
instrucional eficiente e efetivo em termos de resultados da aprendizagem; o aluno recebe, aprende
2
02
e fixa as informações. O professor é apenas um elo de ligação entre a verdade científica e o aluno,
/2
cabendo-lhe empregar o sistema instrucional previsto. O aluno é um indivíduo responsivo, não
08
3/
participa da elaboração do programa educacional. Ambos são espectadores frente à verdade
-0
objetiva. A comunicação professor-aluno tem um sentido exclusivamente técnico, que é o de garantir
om
a eficácia da transmissão do conhecimento. Debates, discussões, questionamentos são
l.c
desnecessários, assim como pouco importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos envolvidos
ai
no processo ensinoaprendizagem.
gm
tecnicista dizem que aprender é uma questão de modificação do desempenho: o bom ensino
ra
ai
condicionamento através do uso de reforçamento das respostas que se quer obter. Assim, os
-g
que cercam o organismo que se comporta. O objetivo da ciência pedagógica, a partir da psicologia,
.5
é o estudo científico do comportamento: descobrir as leis naturais que presidem as reações físicas
20
.8
do organismo que aprende, a fim de aumentar o controle das variáveis que o afetam. Os
92
estímulos externos, controlados por meio de reforços que ocorrem com a resposta ou após a mesma:
ril
G
80
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Psicologia do Desenvolvimento
27
E do registro do real.
3:
:3
15
2. CONSULPLAN - Prefeitura de Venda Nova do Imigrante - ES - Psicólogo
2
02
- 2016
/2
08
A teoria psicossocial de Erikson avança em oito estágios de desenvolvimento. Os
3/
-0
primeiros quatro estágios ocorrem durante o período de bebê e de infância, e os três
om
últimos durante os anos adultos e a velhice. Nos textos de Erikson, é dada uma
l.c
infância para a vida adulta. O que ocorre durante esse estágio é da maior
@
afirmar que a principal importância dos estudos de Erikson são formulados a partir
ai
m
de:
li.
ril
A Adolescência, somente.
-g
que
G
ra
utilizado é a denegação.
B nessa fase, ocorre o luto do corpo e do papel infantil, assim como da idealização
dos pais.
C a identidade se constitui até os 7 (sete) anos, portanto, na adolescência, não
ocorrem processos identificatórios.
D um momento linear, equilibrado e estável.
E é incomum a adesão a grupos na tentativa de experimentar novos papéis.
81
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Psicologia do Desenvolvimento
27
se dando conta, ao longo das semanas, que já não é parte da mãe, isso justifica a
3:
:3
importância de se ter uma boa qualidade no vínculo entre os dois.
15
2
02
5. Instituto AOCP – Prefeitura de Angra dos Reis – Psicólogo – 2015
/2
A “Síndrome da Adolescência Normal” abrange a premissa de que seria anormal
08
3/
a presença de um equilíbrio estável durante essa fase do desenvolvimento. A
-0
respeito das características da identidade adolescente, assinale a alternativa
om
INCORRETA.
l.c
ai
(B) Ocorre uma busca por identificação e alguns adolescentes podem procurar uma
m
li.
semelhança familiar.
li
ril
(E) Nessa fase é necessária a elaboração dos lutos dos pais da infância, do corpo
G
82
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27
Identidade na adolescência, assinale a alternativa correta.
3:
:3
a) O agente interno ativador na formação da identidade é o ego.
15
b) O agente interno ativador na formação da identidade é o superego.
2
02
c) O agente interno ativador na formação da Identidade é o Id.
/2
08
d) Durante a confusão de Identidade, o adolescente é incapaz de sentir-se
3/
regredindo.
-0
e) Durante o estágio da formação da identidade o adolescente é incapaz de sofrer
om
profundamente em virtude da confusão de papéis ou de confusão de identidade.
l.c
ai
gm
5. iniciativa x culpa;
.8
92
6. generatividade x estagnação;
-2
8. intimidade x isolamento.
G
ra
83
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Psicologia do Desenvolvimento
27
organismo da criança, por meio de mudança nas estruturas cognitivas.
3:
:3
15
10. PUC/PR – TJ-PR – Psicólogo – 2017
2
02
Com base no modelo bioecológico do desenvolvimento humano, analise as
/2
alternativas a seguir.
08
3/
I. O ambiente/contexto ecológico é constituído por um conjunto de sistemas
-0
interdependentes vistos como organização de encaixe de estruturas concêntricas.
om
II. Para Bronfenbrenner, na compreensão do desenvolvimento humano, a herança
l.c
ai
a. A) I e IV.
-2
b. B) II, III, V.
li
ril
e. E) I e V.
M
84
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27
12. IBFC – Prefeitura de Alagoa Grande/PB – Psicólogo – 2014
3:
:3
Sigmund Freud, pai da psicanálise, propôs em sua teoria, fases do
15
desenvolvimento psicossexual. As afirmações abaixo correspondem às
2
02
características das fases do desenvolvimento:
/2
08
O principal objetivo dessa fase é que a criança possa estabelecer um
3/
relacionamento com sujeitos que proporcionam nutrição e sustento, obtendo uma
expressão confortável e a gratificação de necessidades. -0
om
I. Nesta fase consolida-se a maturação fisiológica dos sistemas de funcionamento
l.c
ai
sexual.
gm
incestuosas.
li.
ril
III. Nesta fase, o pênis torna-se o principal órgão de interesse para crianças de
-g
a) II e III, apenas.
.8
92
b) I e IV, apenas.
-2
d) II, apenas.
G
ra
ai
85
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e posteriores.
E) A atenção ao indivíduo no contínuo e imutável processo de desenvolvimento
humano.
27
D) O papel central do tempo e do processo do desenvolvimento.
3:
:3
E) As vidas relacionadas ou interdependentes na matriz de relações sociais, no
15
tempo.
2
02
/2
08
15. FGV - Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo – 2010
3/
Os estudos do psicanalista francês René Spitz trouxeram importantes
-0
contribuições para a compreensão de quadros psicossomáticos desenvolvidos no
om
primeiro ano de vida e influenciaram inúmeros estudos sobre a psicossomática do
l.c
ai
adulto.
gm
(D) segundo Spitz, a cólica dos três primeiros meses seria decorrente da hiper-
.8
92
hiper-solicitude.
G
ra
ai
86
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Psicologia do Desenvolvimento
27
De acordo com a perspectiva de Jean Piaget, o egocentrismo é um aspecto central
3:
:3
do pensamento da criança entre dois e sete anos, aproximadamente. Quando a
15
criança supera esse aspecto, ela é capaz de
2
02
(A) tomar consciência do que é subjetivo em si.
/2
(B) adquirir conhecimentos relevantes.
08
3/
(C) associar o sujeito e os objetos.
-0
(D) se aprofundar na experiência pessoal.
om
(E) se adaptar às situações intencionalmente.
l.c
ai
gm
e conteúdos.
ril
-g
dos aprendizes.
.8
criatividade.
li
87
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27
situação de confiabilidade.
3:
:3
(C) evita as referências ao ambiente primário hostil, para que possa ser oferecida ao
15
paciente uma nova experiência de holding.
2
02
(D) organiza as pulsões orais, anais e genitais, que têm um papel primordial no
/2
processo de desenvolvimento do indivíduo.
08
3/
(E) aplaca as vivências de fracasso no desenvolvimento do ego, pois instaura uma
-0
nova ordem para o registro do simbólico.
om
l.c
ai
entre os sentimentos
ril
-g
agressivos e amorosos.
1
-0
(B) a pulsão exerce papel fundamental no psiquismo, mesmo quando não se dirige
78
aos objetos.
.5
20
pulsional.
92
-2
emocional.
ril
G
88
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27
personalidade, durante o primeiro ano de vida.
3:
:3
(E) é fruto de sua tendência inata ao amadurecimento que é colocada em ação pela
15
atitude da mãe suficientemente boa.
2
02
/2
25. VUNESP – Guarulhos – Psicólogo – 2019
08
3/
Um psicólogo foi encarregado de realizar um grupo terapêutico com adolescentes,
-0
para colaborar com as ações envolvidas em um programa para a prevenção de
om
bullying nas escolas. Essa estratégia para o trabalho terapêutico com adolescentes,
l.c
ai
(A) é muito favorável, uma vez que os adolescentes têm uma tendência natural para
gm
se agruparem.
@
ra
a) por ocasião do nascimento da criança, uma vez que o bebê nasce programado
M
89
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Psicologia do Desenvolvimento
27
a) um estado inicial indiferenciado e do desenvolvimento lento e contínuo dos
3:
:3
processos psicológicos.
15
b) uma vida mental complexa, na qual o conteúdo das fantasias desempenha um
2
02
papel fundamental.
/2
c) uma reconstrução de processos de desenvolvimento feita por meio dos estágios
08
3/
de desenvolvimento anteriores.
-0
d) desordens psicotóxicas ocasionadas por desordens nas relações objetais
om
primitivas com a mãe.
l.c
ai
pode-se citar:
78
a) estabilidade de humor.
.5
20
c) amor incondicional.
92
-2
d) ausência de valores.
li
e) inteligência reduzida.
ril
G
ra
ai
90
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Psicologia do Desenvolvimento
27
e) a díade mãe-filho é determinada pelos aspectos estruturais próprios do elemento
3:
:3
mais forte de sua composição, a mãe.
15
2
02
32. VUNESP - TJ-SP - Psicólogo Judiciário – 2017
/2
Na visão de René Spitz (2013), o ponto crítico da evolução do indivíduo e da espécie
08
3/
é a formação do primeiro conceito, o da negação, pela criança. Para o autor, essa
-0
conquista será possível devido
om
a) ao mecanismo de projeção.
l.c
ai
b) a manobras de deslocamento.
gm
c) à tolerância à frustração.
@
ra
e) ao exercício de oposição.
m
li.
ril
-g
A mãe de uma criança de 70 dias esteve internada em um hospital por quatro meses.
78
a) poderá ser revertido com o retorno da mãe, mas não é possível assegurar que não
.8
deixe sequelas.
92
-2
91
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c) zona oral;
d) maturação;
e) espontaneidade do bebê.
27
(B) evitante.
3:
:3
(C) resistente.
15
(D) desorganizado.
2
02
(E) funcional.
/2
08
3/
36. VUNESP – Prefeitura Municipal de São José dos Campos – Psicólogo –
2015
-0
om
John Bowlby afirma que é essencial para a saúde mental de um bebê que este
l.c
ai
vivencie uma relação calorosa, íntima e contínua com sua mãe ou figura substituta.
gm
Quando essa vivência não é possível, a criança sofre com a privação, que pode ter
@
ra
culpa e depressão.
1
-0
(B) ainda permite à criança alguma satisfação nos relacionamentos, desde que ela
78
(D) permite que a criança lide com suas emoções e impulsos, mas provoca certa
li
ril
instabilidade.
G
prazer e satisfação.
M
92
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(E) seguro.
27
3:
:3
39. VUNESP – Prefeitura Municipal de Alumínio – Psicólogo – 2016
15
A ideia de que o objetivo da criança não é buscar um objeto, mas um estado físico
2
02
alcançado pela proximidade com a mãe/objeto, caracteriza a teoria
/2
(A) do amadurecimento de Donald W. Winnicott.
08
3/
(B) das relações objetais de Melanie Klein.
(C) do vínculo de John Bowlby.
-0
om
(D) do narcisismo de Heinz Kohut.
l.c
ai
como
.5
20
93
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Psicologia do Desenvolvimento
27
Para Donald D. Winnicott, na base do transtorno de conduta encontra-se
3:
:3
(A) um conflito intrapsíquico, decorrente do constrangimento da criança ou jovem
15
por não controlar atos antissociais.
2
02
(B) um elemento orgânico associado principalmente a problemas de hiperatividade
/2
08
e déficit de atenção.
3/
(C) uma opção pela imaturidade que impede o enfrentamento das questões do
crescimento e da responsabilidade pelos próprios atos. -0
om
l.c
(E) a esperança no ambiente, do qual a criança ou jovem espera obter algo bom que
@
ra
foi perdido.
ai
m
li.
ril
(A) da falta de provisão básica inicial pelo ambiente, cuja principal consequência é
20
(D) da ausência de uma figura que possibilite a vivência do conflito edípico, o que
impede a consolidação da identidade da criança.
(E) de expectativas, por parte do ambiente, que excedem as reais possibilidades da
criança, promovendo uma cisão (splitting) insuperável entre self real e self ideal.
94
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d) simbolização.
e) simbiose.
27
direta e uso de testes projetivos.
3:
:3
(C) a depressão anaclítica surge como uma conseqüência da separação do bebê de
15
sua mãe ou de seu cuidador.
2
02
(D) segundo Spitz, a cólica dos três primeiros meses seria decorrente da hiper-
/2
solicitude ansiosa da mãe.
08
3/
(E) vômitos incoercíveis são resultantes da hostilidade materna disfarçada em
-0
hiper-solicitude.
om
l.c
ai
alcançado no primeiro ano de vida. A seguir você encontrará duas colunas contendo
78
desenvolvida.
li
ril
95
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que o adolescente deve superar inúmeras crises psicossociais, entre eles os lutos da
adolescência.
Avalie as afirmativas a seguir e assinale a correta:
(A) a afirmativa de que os adolescentes devem fazer o luto pelos pais tem a ver com
situações de perda real dos pais durante a adolescência.
(B) os lutos da adolescência seriam a perda do corpo da infância e da
bissexualidade.
(C)na atualidade, os conceitos propostos por Knobel e Aberastrury foram
superados.
(D) os lutos na adolescência seriam o luto pelos pais, pelo grupo de amigos da
infância e pela identidade infantil.
27
(E) os lutos da adolescência implicam em diferentes etapas, entre elas a negação
3:
:3
das mudanças, a ambivalência frente às perdas e ganhos, a agressividade e a
15
interiorização.
2
02
/2
49. FGV - Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo – 2010
08
3/
A contribuição de Winnicott ao desenvolvimento da criança inclui vários
-0
conceitos. Entre os conceitos abaixo relacionados, assinale aquele que se refere
om
diretamente à utilização de brinquedos prediletos das crianças, como uma forma
l.c
ai
de controlar a ansiedade.
gm
proteger-se.
( ) O estágio correspondente à meia-idade é chamado de Generatividade
versus Estagnação. O conceito de Generatividade refere-se à capacidade do
indivíduo de buscar novos desafios profissionais e amorosos para sua vida,
enquanto a estagnação está associada à manutenção do estilo de vida
habitual.
( ) As tarefas descritas por Erikson como típicas de cada um dos estágios só
ocorrem no próprio estágio, não se podendo aplicar os conceitos de uma
etapa a outros momentos ou atividades durante o ciclo vital.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(A) V–V–V.
96
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(B) V–F–V.
(C) V–F–F.
(D) F–V–V.
(E) F–F–F.
27
II- Se o sujeito se vê como outro, trata-se de uma vivência de
3:
:3
alienação.
15
III- O estádio do espelho caracteriza um processo pelo qual o sujeito
2
02
antecipa em uma imagem a maturação de sua potência.
/2
Quais estão corretas?
08
3/
(A) Apenas I.
-0
(B) Apenas I e II.
om
(C) Apenas I e III.
l.c
ai
(E) I, II e III.
@
ra
ai
(A) O adolescente ainda não se encontra suficientemente maduro, nem física nem
.5
20
psicologicamente, para lidar com as exigências que lhe são impostas pelo mundo
.8
adulto.
92
-2
(C) Apesar de ter tido tempo suficiente para assimilar os valores de sua comunidade
M
e de ter alcançado a maturação física necessária para se dedicar às tarefas que esses
valores impõem, a precariedade do trabalho e a falta de oportunidade de emprego
impedem o ingresso do adolescente na comunidade dos adultos.
(D) Apesar de ter tido tempo suficiente para assimilar os valores de sua comunidade
e de ter alcançado a maturação física necessária para se dedicar às tarefas que esses
valores impõem, o adolescente depara-se com uma moratória que lhe é imposta,
postergando seu ingresso na comunidade dos adultos.
(E) No momento em que o adolescente passa a dispor da maturação física
necessária para exercer uma ação efetiva no mundo, ele se vê lançado num vazio de
referências devido à queda dos valores morais na sociedade contemporânea.
97
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Psicologia do Desenvolvimento
27
(E) a fase fálica caracteriza-se pelo equilíbrio entre independência e autossuficiência
3:
:3
em relação à vergonha e à dúvida, mostrando-se isenta do sentimento de culpa.
15
2
02
54. FAURGS – Hospital das Clínicas – Psicólogo I – 2012
/2
A imagem da própria identidade surge após o primeiro ano de vida, à medida
08
3/
que a criança desenvolve a autoconsciência. Assim, o autoconceito adquire,
-0
progressivamente, maior definição e discriminação à medida que o indivíduo
om
incorpora capacidades cognitivas e lida com tarefas de desenvolvimento da
l.c
ai
alternativa correta.
ai
(B) Aos sete anos de idade, a declaração da criança sobre si mesma é baseada numa
1
-0
da identidade.
li
(D) Aos dez anos de idade, a criança ainda não consegue reconhecer que sua
ril
G
98
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27
alternativas abaixo está INCORRETA?
3:
:3
(A) A imagem corporal provavelmente não existe per se. Ela é parte do mundo
15
externo, é vaga e nunca é estática.
2
02
(B) Quando o indivíduo é vítima de dores, a região dolorida ganha maior
/2
erogeneidade, transformando-se em novo centro libidinal.
08
3/
(C) A imagem corporal não possui relação direta com a personalidade do indivíduo.
-0
(D) Se mudarmos de modo contínuo nosso psiquismo, também alteramos nossas
om
imagens do corpo.
l.c
ai
integração entre o ego e o id, em interjogo contínuo das tendências egoicas com as
@
ra
tendências libidinais.
ai
m
li.
(A) O envelhecimento primário é inerente ao ciclo vital, e não há nada que se possa
li
99
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Psicologia do Desenvolvimento
27
pulsões.
3:
:3
II- O desenvolvimento do pensamento simbólico permite a evolução de
15
defesas, como a intelectualização e a racionalização.
2
02
III- Os vínculos materno e paterno se intensificam, afastando o latente do
/2
grupo de amigos.
08
3/
Quais estão corretas?
-0
(A) Apenas I.
om
(B) Apenas II.
l.c
ai
(E) I, II e III
ai
m
li.
operante.
92
-2
li
ril
100
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
:3
67. CESPE - TCE-PA – Psicólogo – 2016
15
No que se refere aos estágios de desenvolvimento, a crise psicossocial de confiança
2
02
básica versus desconfiança proposta por Erikson pode ser equiparada à fase oral
/2
08
postulada por Freud.
3/
68. CESPE - TRE-BA – Psicólogo – 2017 -0
om
Para Freud, um dos elementos que permitem conceituar a pulsão é o objetivo. O
l.c
ai
B a conquista da sublimação.
ai
m
C o sucesso na autoconservação.
li.
ril
D a realização do desejo.
-g
existência própria.
ai
adaptações).
O trecho de texto apresentado descreve o conceito junguiano de
A sombra.
B anima.
C inconsciente coletivo.
D sonho.
E arquétipo.
101
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Psicologia do Desenvolvimento
27
f. A Apenas o item I está certo.
3:
:3
g. B Apenas o item II está certo.
15
h. C Apenas o item III está certo.
2
02
i. D Apenas os itens I e II estão certos.
/2
08
j. E Todos os itens estão certos.
3/
71. CESPE - CNJ -2013 -0
om
l.c
Foi comprovado que têm maiores chances de remissão e cura adolescentes com
gm
desenvolvimentais.
ai
m
li.
ril
102
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Psicologia do Desenvolvimento
27
exterior, uma vez que o objetivo é mantê-lo vinculado ao mundo originário.
3:
:3
15
78. CESPE - Concurso de Provas e Títulos –2003 - Psicologia Jurídica
2
02
Toda instituição tem tendência de fechamento, simbolizado pela barreira à
/2
relação social com o mundo externo e por proibições à saída, o que muitas vezes se
08
3/
manifesta na estrutura física da instituição — por exemplo, com portas fechadas,
-0
paredes altas, arame farpado, fossos, água, florestas e pântanos.
om
l.c
ai
clínica da saúde, que apenas a mãe pode promover a inserção do pai no cuidado da
78
criança e do adolescente.
.5
20
.8
103
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Psicologia do Desenvolvimento
27
A pesquisa científica oferece fortes evidências de que conflitos entre
3:
:3
adolescentes e seus pais terão, certamente, graves consequências nos
15
relacionamentos maritais dos adultos com seus progenitores.
2
02
/2
84. FCC - 2009 - TJ-AP - Analista Judiciário - Psicologia
08
3/
No pensamento freudiano são apresentadas algumas etapas de
-0
desenvolvimento. A que marca um intervalo na evolução da sexualidade,
om
observando-se, deste ponto de vista, uma diminuição das atividades sexuais, a
l.c
ai
corresponde
m
li.
a) à fase genital.
ril
-g
b) à fase anal.
1
-0
c) à fase fálica.
78
d) à fase oral.
.5
20
e) ao período de latência.
.8
92
-2
todo o curso de vida (desde o nascimento até a velhice), cada estágio da vida
ra
ai
104
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Psicologia do Desenvolvimento
27
b) iniciativa × culpa.
3:
:3
c) identidade × confusão de identidade.
15
d) autonomia × vergonha e dúvida.
2
02
e) confiança × desconfiança.
/2
08
3/
88. Questão Inédita Alyson Barros
-0
Dentre essas diversas áreas que incorporaram a discussão sobre a questão
om
da identidade, o campo da psicologia e o da psicanálise têm grande destaque, uma
l.c
ai
identidade.
92
-2
a) Período de bebê
ra
ai
b) Infância Inicial
M
c) Idade de brincar
d) Idade Escolar (Latência)
e) Adolescência
105
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Psicologia do Desenvolvimento
d) indústria × inferioridade.
e) identidade × confusão de papéis.
27
(C) 2 aos 7 anos.
3:
:3
(D) 7 aos 11 ou 12 anos.
15
(E) 4 a 7 anos.
2
02
/2
91. TRT 2ª Região - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado
08
3/
Especialidade Psicologia - 2014
-0
Para estudar o crescimento e as mudanças que ocorrem ao longo da vida, os
om
psicólogos do desenvolvimento empregam alguns métodos de pesquisa. Há
l.c
ai
realizando, ao mesmo tempo, testes com pessoas de diferentes faixas etárias, por
@
ra
realização de testes com um grupo formado por crianças de 6 anos de idade, outro
m
li.
(A) transversal.
78
(B) longitudinal.
.5
20
(C) biográfico.
.8
(D) diagonal.
92
-2
(E) múltiplo.
li
ril
G
106
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Psicologia do Desenvolvimento
27
e) cada situação de interação com o mundo social, em que o indivíduo traz consigo
3:
:3
determinadas possibilidades de interpretação e ressignificação do material
15
cultural.
2
02
/2
94. Questão Inédita – Alyson Barros
08
3/
Sobre as teorias de personalidade psicanalíticas, não é correto afirmar que:
-0
a) Freud, Carl Jung, Alfred Adler desenvolveram teorias psicodinâmicas
om
b) Para Freud, a simbolização é a manifestação de símbolos guardados no
l.c
ai
c) Tanto para Freud como para Jung, a mente ou psique atua no nível consciente e
@
ra
no inconsciente.
ai
personalidade psicanalíticas.
78
.5
20
consciência de si, do seu ego e de que está apto a assumir a sua verdadeira
ra
ai
identidade. Erikson postulou um conceito que apenas pode ocorrer nessa fase da
M
107
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
C do imaginário.
:3
15
D do registro do simbólico.
2
E do registro do real.
02
/2
Gabarito: C
08
Comentários: Lacan é osso. Primeiro, é uma frase copiada e colada de um livro que
3/
-0
trata de, pasme, Freud. Veja: om
l.c
ai
gm
@
ra
ai
m
li.
ril
-g
1
-0
78
.5
20
.8
92
-2
li
ril
G
ra
ai
M
108
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Psicologia do Desenvolvimento
27
D Identidade, crises de identidade e confusão de identidade.
3:
:3
Gabarito: D
15
Comentários: Conforme estudamos em aula, essa é a fase da adolescência. Nela
2
02
temos a formação da identidade e as crises de identidade (caracterizadas pela
/2
confusão).
08
3/
-0
3. INSTITUTO AOCP - 2019 - UFFS - Psicólogo
om
A respeito da síndrome normal da adolescência e psicanálise, é correto afirmar
l.c
ai
que
gm
utilizado é a denegação.
ai
B nessa fase, ocorre o luto do corpo e do papel infantil, assim como da idealização
m
li.
dos pais.
ril
-g
Gabarito: B
92
-2
Comentários: Vejamos:
li
ril
principal tarefa da adolescência e, para que isto aconteça, é necessário que o jovem
vivencie três grandes perdas:
Luto pela perda do corpo infantil
O corpo se modifica, independente de sua vontade, o que causa grande
desconforto, mais facilmente percebido nas fases iniciais da adolescência.
Luto pela perda da identidade infantil
A sociedade e o próprio indivíduo passam a exigir um comportamento diferente
daquele mostrado até o momento, com responsabilidades e deveres.
Luto pela perda dos pais da infância
Os pais deixam de ser vistos como ídolos infalíveis e passam a ser vistos como
humanos, tão frágeis e capazes de errar como qualquer outro.
109
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Psicologia do Desenvolvimento
Fonte: http://adolesc.com.br/os-tres-grandes-lutos-e-a-sindrome-da-
adolescencia-normal/
27
avaliação da relação mãe e bebê. Sobre o tema, assinale a alternativa INCORRETA.
3:
:3
(F) A importância da avaliação da relação mãe e bebê se justifica ao considerar
15
que a qualidade dessa relação implica no desenvolvimento psíquico e cognitivo
2
02
saudáveis.
/2
(G) Pesquisas já apontam que, em casos de bebê pré-termos, que necessitam de
08
3/
cuidados intensivos, a presença dos pais com o investimento de afeto no recém
-0
nascido contribui para a melhoria clínica.
om
(H) Ao avaliar a relação mãe e bebê alguns itens são contemplados como: como
l.c
ai
a mãe segura o bebê, o modo de oferecer o seio e como olha para o bebê.
gm
(I) O cuidado adequado são sinais de carinho e zelo, sendo assim é preciso
@
ra
se dando conta, ao longo das semanas, que já não é parte da mãe, isso justifica a
ril
-g
Gabarito: D
78
totalmente aprendida.
.8
92
-2
INCORRETA.
(A) A adolescência é responsável pela busca de identidade, a qual inicia e se
concretiza nesse mesmo período, havendo poucas mudanças posteriormente, uma
vez que, ao adquirir uma identidade, não é possível mudá-la.
(B) Ocorre uma busca por identificação e alguns adolescentes podem procurar uma
“identidade negativa” devido a algum transtorno na aquisição da identidade infantil
ou a uma necessidade mais imperiosa de abandonar seus aspectos infantis.
(C) Na pressa por uma identidade adulta, pode- se adquirir pseudoidentidades,
escondendo a identidade latente.
(D) Ocorre um sentimento de despersonificação do adolescente, devido à
dificuldade em se adaptar ao corpo em crescimento, às novas vivências e à falta de
110
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Psicologia do Desenvolvimento
semelhança familiar.
(E) Nessa fase é necessária a elaboração dos lutos dos pais da infância, do corpo
infantil e da própria infância.
Gabarito: A
Comentários: A identidade é buscada ao longo de toda vida. Ela é mutável e
dinâmica. Como diria Maurício Knobel:
Maurício Knobel observa que o adolescente vivencia “desequilíbrios e
instabilidades extremas” com expressões psicopatológicas de conduta, mas que
podem ser analisadas como aceitáveis para o seu momento evolutivo, pois
constituem vivências necessárias para se atingir a maturidade. Reúne sob a
denominação de “síndrome normal da adolescência” ou “normal anormalidade da
27
adolescência” ao conjunto de sinais e sintomas que caracterizam esta fase da vida
3:
:3
e que são:
15
· Busca de si e da identidade
2
02
A identidade, “consciência que o indivíduo tem de si como um ser no
/2
08
mundo”, é construída ao longo da vida e tem especial importância na adolescência.
3/
As transformações progressivas do corpo e do esquema corporal levam o
-0
adolescente a adotar sucessivos modos de conduta em diferentes situações, que
om
constituem variações circunstanciais, transitórias e ocasionais da identidade
l.c
ai
adolescente.
gm
trajetória existencial.
.8
92
identidade.
· Tendência grupal
M. Knobel assinala que a busca de uniformidade é um comportamento
defensivo que proporciona segurança e estima pessoal. O fenômeno grupal adquire
uma importância extraordinária na adolescência, porque o indivíduo transfere para
os pares parte da dependência que mantinha com a família. Assim, a dependência
do adolescente aos valores do grupo é escravizante. Precisa de aplausos, julgando-
se sempre conforme a sua aceitação exterior. Ele não pode perceber ainda que a
busca da aprovação dos outros é a busca de sua própria aprovação.
111
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Psicologia do Desenvolvimento
27
· Crises religiosas
3:
:3
Segundo Maurício Knobel, o adolescente pode se manifestar como um “ateu
15
intransigente” ou um “místico fervoroso”, vivendo uma variedade de
2
02
posicionamentos entre estes dois extremos. Isto reflete sua angústia interna, no
/2
confronto com a sua possibilidade de morte e de perda de seus pais. As figuras
08
3/
idealizadas oferecidas pela religião lhe permite a garantia de continuidade de sua
-0
própria vida e daqueles que lhe são queridos.
om
· Deslocamento temporal
l.c
ai
de manipulação dos órgãos genitais pelo lactente e, portanto, esta atividade tem
92
-2
Outras saídas tensionais para esta fase são identificadas através das atividades de
roer unhas, sugar lábios, gagueiras, resmungos, levar mãos aos lábios e torcer
cabelos. Outras vezes, os adolescentes apresentam voracidade oral, atividades
sádicas anais, expressas na linguagem suja e na indiferença pela limpeza.
Inicialmente, os meninos evitam a presença das meninas e a solução defensiva
deste momento é a tendência grupal, chamada fase homossexual da adolescência.
Gradativamente, na proporção em que se sentem mais seguros de sua
identidade sexual, os adolescentes vão se aproximando de seus pares do sexo
oposto. Às vezes, observa-se condutas femininas nos rapazes e masculinas nas
moças, que correspondem a aspectos da elaboração edípica. É importante assinalar
112
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Psicologia do Desenvolvimento
que a cordialidade nas relações com os pais facilita as relações com as pessoas do
sexo oposto.
A sensação de estar apaixonado é um dos componentes mais importantes da
vida do adolescente e, neste momento, tem características de vínculo intenso e
frágil, que tende a evoluir para o amor maduro, na medida da cristalização da
masculinidade e feminilidade.
· Atitude social reivindicatória
Grande parte da oposição que os adolescentes vivem com relação à família
é transferida para o meio social, projetando no mundo externo as suas raivas, as
suas rejeições e as suas condutas destrutivas. O adolescente pode sentir que ele não
está mudando e que são os pais e a sociedade que se negam a ter com ele uma
27
atitude provedora e protetora. Esta é a base da atitude social reivindicatória.
3:
:3
· Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta
15
Estas condutas contraditórias são expressões da identidade adolescente,
2
02
transitória ocasional e circunstancial.
/2
· Separação progressiva dos pais
08
3/
Esta é uma das tarefas básicas dos adolescente, que pode ser facilitada por
-0
figuras parentais suficientemente adequadas.
om
· Constantes flutuações do humor e do estado de ânimo
l.c
ai
Maurício Knobel deixa claro que “somente quando o mundo adulto compreende
ai
feliz”.
1
-0
113
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Psicologia do Desenvolvimento
27
b) O agente interno ativador na formação da identidade é o superego.
3:
:3
c) O agente interno ativador na formação da Identidade é o Id.
15
d) Durante a confusão de Identidade, o adolescente é incapaz de sentir-se
2
02
regredindo.
/2
e) Durante o estágio da formação da identidade o adolescente é incapaz de sofrer
08
3/
profundamente em virtude da confusão de papéis ou de confusão de identidade.
Gabarito: A
-0
om
Comentários: Para a psicanálise a identidade depende do Ego.
l.c
ai
gm
5. iniciativa x culpa;
.8
92
6. generatividade x estagnação;
-2
8. intimidade x isolamento.
G
ra
a) 1, 7, 5, 3, 4, 8, 6 e 2.
b) 1, 5, 7, 3, 8, 4, 6 e 2.
c) 1, 7, 5, 8, 4, 3, 2 e 6.
d) 1, 7, 3, 5, 8, 4, 2 e 6.
e) 7, 1, 5, 3, 4, 8, 2 e 6.
Gabarito: A
Comentários: A primeira assertiva trata da ordem correta.
114
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Psicologia do Desenvolvimento
27
vivencia.
3:
:3
E) Para a análise do comportamento, o desenvolvimento ocorre dentro do
15
organismo da criança, por meio de mudança nas estruturas cognitivas.
2
02
Gabarito: D
/2
Comentários: Vamos pensar nessa questão a partir da visão da análise do
08
3/
comportamento, uma visão empirista. O erro da primeira assertiva é falar que a
-0
continuidade das mudanças é um fator ordenado, padronizado e permanente na
om
vida. Na verdade sabemos que varia de pessoa para pessoa. O erro da segunda é
l.c
ai
alternativas a seguir.
.5
20
115
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Psicologia do Desenvolvimento
p. Gabarito: A
Comentários: Vamos ver os erros:
II. Para Bronfenbrenner, na compreensão do desenvolvimento humano, a herança
genética é fundamental, definirá o desenvolvimento e se sobrepõe ao fenótipo.
III. Para compreender o desenvolvimento humano, é necessário considerar o
ambiente ecológico, o qual é composto por oito quatro subsistemas.
V. O desenvolvimento acontece na sucessão de estágios, sendo que em cada estágio
o ego passa por uma crise. O desenvolvimento do indivíduo está relacionado ao
seu contexto social, o qual influencia as crises. [Isso é Erikson]
Vejamos um pouco mais sobre os sistemas:
Em seu livro, Bronfenbrenner apresenta uma proposta ecológica de
27
desenvolvimento, na qual existem aspectos fundamentais, diferentes dos da
3:
:3
psicologia clínica (diádica) e científica (laboratorial e psicodiagnóstica)
15
realizada até então. A Abordagem Ecológica do Desenvolvimento privilegia
2
02
os aspectos saudáveis do desenvolvimento, os estudos realizados em
/2
08
ambientes naturais e a análise da participação da pessoa focalizada no
3/
maior número possível de ambientes e em contato com diferentes pessoas -
-0
díades, tríades, etc (Bron-fenbrenner, 1996). O desenvolvimento humano é,
om
l.c
116
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Psicologia do Desenvolvimento
Tomemos como exemplo uma criança que nasce em uma família nuclear
(com pai e mãe), em situação econômica adequada3. Ao nascer, ela passa a
fazer parte deste ambiente familiar, onde receberá os cuidados básicos
necessários. Este é para ela seu primeiro sistema, o microssistema, que é
definido como sendo o ambiente onde a pessoa em desenvolvimento
focalizada estabelece relações face-a-face estáveis e significativas. Neste
sistema, é fundamental que as relações estabelecidas tenham como
características: reciprocidade (o que um indivíduo faz dentro do contexto de
relação influencia o outro, e vice-versa), equilíbrio de poder (onde quem tem
o domínio da relação passa gradualmente este poder para a pessoa em
desenvolvimento, dentro de suas capacidades e necessidades) e afeto (que
27
pontua o estabelecimento e perpetuação de sentimentos - de preferência
3:
:3
positivos - no decorrer do processo), permitindo em conjunto vivências
15
efetivas destas relações também em um sentido fenomenológico
2
02
(internalizado).
/2
A participação da criança em mais de um ambiente com as características
08
3/
descritas acima a introduz em um mesossistema, que é definido como um
-0
conjunto de microssistemas. A transição da criança de um para vários
om
microssistemas abrange o conhecimento e participação em diversos
l.c
ai
processo.
78
117
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
:3
11. IBFC – SEPLAG/MG – Psicólogo – 2014
15
No final do século XIX Freud propôs para a sociedade e comunidade científica a
2
02
teoria do desenvolvimento psicossexual da criança, que causou grande espanto e
/2
08
polêmica na sociedade conservadora da época. De acordo com tal teoria, o
3/
desenvolvimento psicossexual acontece através da passagem por diversas etapas
-0
desde o nascimento. Assinale a alternativa cujas características correspondam a
om
fase genital do desenvolvimento psicossexual:
l.c
ai
e sua ausência nas meninas é vista como castração. Nesta fase, o envolvimento e o
@
ra
sendo que os principais objetivos desta fase são a separação final da dependência
-g
incestuosas.
78
d) período que compreende por volta do terceiro e quarto ano de vida da criança, e
li
ril
Gabarito: B
M
Comentários: Cuidado! Não confunda a fase Genital com a fase Fálica! Complexo
de Édipo é na fase Fálica! A fase Genital é a última fase.
118
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sexual.
II. Os principais objetivos desta fase são a separação final da dependência e do
apego aos pais, e o estabelecimento de relações de objeto maduras e não
incestuosas.
III. Nesta fase, o pênis torna-se o principal órgão de interesse para crianças de
ambos os sexos, e sua ausência nas meninas é vista como castração.
A(s) afirmação(ções) que corresponde(m) as características da fase genital do
desenvolvimento psicossexual é (são):
a) II e III, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) II, III, e IV, apenas.
27
d) II, apenas.
3:
:3
Gabarito: A
15
Comentários: Sim minha gente. Essa questão deveria ter sido anulada. Na verdade
2
02
a I e a II estão corretas, mas não temos esse gabarito. Qual o erro da III? A III trata do
/2
08
período fálico!
3/
13. FGV – DETRAN/RN – Psicólogo – 2010 -0
om
Em pesquisas, estudos e práticas na área da ciência do desenvolvimento humano,
l.c
ai
EXCETO:
@
ra
multimetodológicos.
78
.5
cultural.
.8
92
e posteriores.
li
ril
humano.
ai
M
Gabarito: E
Comentários: O processo de desenvolvimento humano não é imutável. Tanto em
sua ontogenética quanto em sua filogenética e aspectos pessoais de cada humano.
119
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trajetórias do desenvolvimento.
D) O papel central do tempo e do processo do desenvolvimento.
E) As vidas relacionadas ou interdependentes na matriz de relações sociais, no
tempo.
Gabarito: E
Comentários: Tipo de questão que ninguém acerta, mesmo conhecendo a
mundialmente desconhecida abordagem do curso de vida. Viva a FGV!
A noção de curso de vida implica considerar as mudanças e a
interdependência das trajetórias do indivíduo vinculadas à idade que, por sua vez,
dependem das mudanças que ocorrem nas sociedades. Por exemplo, a entrada na
escola e o momento de aposentar-se variam entre as sociedades. Segundo Elder
27
(1996), para compreender o desenvolvimento, as análises deverão incluir evidências
3:
:3
do atual funcionamento do ambiente, como estrutura social e processo social, nos
15
seus diferentes níveis: desde o nível mais macro da organização social até grupos
2
02
menores como escolas e famílias, incluindo estruturas intermediárias e locais como
/2
08
comunidade e vizinhança.
3/
A abordagem do curso da vida considera quatro princípios paradigmáticos:
-0
(a) variações geográficas e históricas nas vidas humanas; (b) organização humana e
om
suas restrições sociais moldando as trajetórias do desenvolvimento; (c) o papel
l.c
ai
(Elder, 1996). Tais princípios geram, portanto, quatro temas principais a serem
ai
m
sociais, o senso de oportunidade das vidas e, por fim, as vidas em relação. Adotar
1
-0
120
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Psicologia do Desenvolvimento
27
(C) a depressão anaclítica surge como uma conseqüência da separação do bebê de
3:
:3
sua mãe ou de seu cuidador.
15
(D) segundo Spitz, a cólica dos três primeiros meses seria decorrente da hiper-
2
02
solicitude ansiosa da mãe.
/2
(E) vômitos incoercíveis são resultantes da hostilidade materna disfarçada em
08
3/
hiper-solicitude.
Gabarito: A
-0
om
Comentários: De acordo com Spitz, qual o outro nome para marasmo?
l.c
ai
Hospitalismo!
gm
@
ra
processo é a
1
-0
(D) equilibração.
92
-2
Gabarito: D
G
Conceitos-chave de Piaget
Organização À medida que aumenta a maturação da criança, elas organizam
padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais
complexos.
121
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27
A visão construtivista do psiquismo humano é compartilhada atualmente por
3:
:3
numerosas teorias do desenvolvimento, da aprendizagem e de procedimentos
15
psicológicos, que são foco da psicologia da educação. Essa visão compreende a
2
02
aprendizagem como um processo
/2
08
(A) dinâmico e determinado pelas experiências de vida.
3/
(B) complexo e alheio ao aporte daquele que aprende.
(C) ativo e de natureza essencialmente individual e interna. -0
om
(D) multifacetado e submetido à interferência mínima do ambiente.
l.c
ai
Gabarito: D
@
ra
maturação do organismo.
-g
1
-0
122
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Psicologia do Desenvolvimento
27
1923/1999, 1947/2005]); o realismo nominal ("devido à não diferenciação do
3:
:3
psíquico e do físico: os nomes estão ligados materialmente às coisas" [PIAGET;
15
INHELDER, 2006, p. 100]); o finalismo (crença de que todas as coisas existem para
2
02
cumprirem um fim antropocêntrico – sem qualquer relatividade, ou seja, centrado
/2
apenas na atividade individual da criança [PIAGET, 1947/2005, 1923/1999, p. 77]); o
08
3/
animismo (tendência em atribuir vida aos objetos [PIAGET, 1947/ 2005, 1923/1999,
-0
p. 180]. "Tudo o que está em movimento é vivo e consciente" [PIAGET; INHELDER,
om
2006, p. 100]), e o artificialismo (consideração das coisas como produto da
l.c
ai
[PIAGET, 1947/ 2005]), que são as justificações dessas ligações primitivas e cujo
@
ra
123
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
27
Comentários: Sempre que falarmos em perspectiva crítica estaremos tratando da
3:
:3
abordagem sócio histórica. Ela atribui à si mesma tudo que é de bom e libertário. A
15
educação diante desse modelo proporciona, em teoria, um estímulo à autonomia e
2
02
a criatividade.
/2
08
3/
20. VUNESP - 2019 - Prefeitura de Cerquilho - SP - Psicólogo
-0
Um dos conceitos específicos da teoria de Lev Vygotsky é o de zona de
om
desenvolvimento proximal. Essa premissa reforça a ideia de que
l.c
ai
(A) o bom ensino é aquele que não se adianta em relação aos processos da criança
gm
que já se consolidaram.
@
ra
processos interpsicológicos.
1
-0
Gabarito: E
li
ocorre. O professor é apenas um mediador dessa zona. Cabe à ele identificar esse
ra
ai
124
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
(A) substitui as experiências traumáticas vividas pelo paciente por experiências com
características favoráveis ao amadurecimento.
(B) reproduz as técnicas de maternagem precoces, convidando à regressão em uma
situação de confiabilidade.
(C) evita as referências ao ambiente primário hostil, para que possa ser oferecida ao
paciente uma nova experiência de holding.
(D) organiza as pulsões orais, anais e genitais, que têm um papel primordial no
processo de desenvolvimento do indivíduo.
(E) aplaca as vivências de fracasso no desenvolvimento do ego, pois instaura uma
nova ordem para o registro do simbólico.
Gabarito: B
27
Comentários: O enquadramento não substitui as experiências traumáticas vividas
3:
:3
pelo paciente. Ele, na verdade, reproduz as técnicas de maternagem precoces. Esse
15
tipo de vinculação não evita as referências ao ambiente primário hostil. Cuidado, o
2
02
enquadramento na análise não organiza as pulsões orais, anais e genitais, mas as
/2
torna mais acessíveis para o trabalho analítico. O enquadre não aplaca as vivências
08
3/
de fracasso no desenvolvimento do ego nem instaura uma nova ordem para o
-0
registro do simbólico.
om
l.c
ai
entre os sentimentos
ril
-g
agressivos e amorosos.
1
-0
(B) a pulsão exerce papel fundamental no psiquismo, mesmo quando não se dirige
78
aos objetos.
.5
20
pulsional.
92
-2
emocional.
ril
G
Gabarito: D
M
125
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
27
Segundo Riviere (1986b), outra seguidora de Melanie Klein, a vida de fantasia do
3:
:3
indivíduo pode ser entendida como "a forma como suas sensações e percepções
15
reais, internas e externas, são interpretadas e representadas para ele próprio, em
2
02
sua mente, sob a influência do princípio de prazer–dor" (Riviere, 1986b, pp. 52, 53).
/2
08
PEREIRA DE OLIVEIRA, Marcella. Melanie Klein e as fantasias
3/
inconscientes. Winnicott e-prints, São Paulo , v. 2, n. 2, p. 1-19, 2007 . Disponível
em -0
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
om
432X2007000200005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 14 set. 2019.
l.c
ai
gm
(C) os conflitos são inerentes às relações humanas, desde a mais tenra infância.
.5
20
(D) as figuras paternas, na infância, precisam ser protegidas dos ataques destrutivos
.8
92
do self.
-2
crianças.
G
Gabarito: A
ra
ai
126
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
Um psicólogo foi encarregado de realizar um grupo terapêutico com adolescentes,
3:
:3
para colaborar com as ações envolvidas em um programa para a prevenção de
15
bullying nas escolas. Essa estratégia para o trabalho terapêutico com adolescentes,
2
02
(A) é muito favorável, uma vez que os adolescentes têm uma tendência natural para
/2
se agruparem.
08
3/
(B) é inadequada, pois os sentimentos transferenciais nesse período de vida são
-0
mais intensos e ameaçadores.
om
(C) é desaconselhável, uma vez que nessa etapa do desenvolvimento a prioridade é
l.c
ai
Gabarito: A
1
-0
identidade individual.
92
-2
li
a) por ocasião do nascimento da criança, uma vez que o bebê nasce programado
M
127
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Psicologia do Desenvolvimento
Comentários: Esse é um dos fundamentos de Spitz. É por volta do 6º mês que a mãe
é considerada um objeto.
27
Gabarito: B
3:
:3
Comentários: Para a mãe ser interiorizada é preciso primeiro que ela seja vista
15
como um objeto. Tornar-se um objeto só ocorre após o 6º mês. Mas, interiorizar esse
2
02
objeto... Hummm... É na angústia do 8º mês.
/2
08
3/
28. VUNESP - SAP-SP - Psicólogo – 2011
-0
Ao discutir a personalidade infantil, no período pré-verbal, René Spitz defende a
om
ideia da existência de
l.c
ai
processos psicológicos.
@
ra
papel fundamental.
m
li.
de desenvolvimento anteriores.
1
-0
Gabarito: A
li
128
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
Relações Inadequadas
Comportamento da Mãe Consequência
rejeição primaria não consegue se alimentar
manifesta direito ao seio
superpermissividade cólica dos três meses
ansiosa primaria
hostilidade disfarçada em eczema infantil
ansiedade
oscilação entre mimo e distúrbio de motilidade - o
hostilidade balanço do bebê
27
oscilação cíclica de humor manipulação fecal e
3:
da mãe coprofagia
:3
15
hostilidade consciente criança hipertimica
2
02
compensada
/2
08
3/
-0
30. IBFC – EBSERH - Médico - Psiquiatria da Infância e Adolescência – 2016
om
De acordo com Spitz o riso social é um marcador importante do estabelecimento
l.c
ai
a) 3 meses
@
b) 6 meses
ra
ai
c) 9 meses
m
li.
d) 12 meses
ril
-g
e) 15 meses
1
-0
Gabarito: A
78
Comentários: Cuidado aqui! A aparição do sorriso ocorre por volta dos três meses,
.5
20
objetal.
li
ril
G
129
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
Gabarito: C
Comentários: No primeiro ano de vida, segundo Spitz, só podemos falar em um
sistema fechado.
27
d) à identificação com o agressor.
3:
:3
e) ao exercício de oposição.
15
Gabarito: D
2
02
Comentários: O “agressor” é aquele interditor que frustra o bebê e diz o “não”.
/2
08
3/
33. VUNESP - TJ-SP - Psicólogo Judiciário – 2017
-0
A mãe de uma criança de 70 dias esteve internada em um hospital por quatro meses.
om
Segundo René Spitz (2013), o efeito de tal privação sobre a criança
l.c
ai
a) poderá ser revertido com o retorno da mãe, mas não é possível assegurar que não
gm
deixe sequelas.
@
ra
no período de separação.
.5
20
desenvolvimento motor.
92
-2
Gabarito: A
li
130
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
(E) funcional.
3:
:3
Gabarito: B
15
Comentários: Essa questão remete ao livro de Bowlby chamado “Cuidados
2
02
Maternos e Saúde Mental”.
/2
08
Para o autor, temos três tipos de apego:
3/
Apego seguro: quando ameaçada, a criança busca ajuda na mãe; separa-se com
-0
facilidade; é consolada sem dificuldades pela mãe; prefere a mãe à estranha. Na
om
vida adulta o indivíduo é mais aberto à intimidade e não tem a preocupação em ser
l.c
ai
abandonado.
gm
mãe; não inicia a interação; não tem preferência nem pela mãe nem pela estranha.
ai
m
Quando adulto, o indivíduo não se sente confortável em ter intimidade, pois acha
li.
ril
adulto, acredita que não recebe afeto na mesma proporção que doa.
-2
li
ril
2015
ra
ai
John Bowlby afirma que é essencial para a saúde mental de um bebê que este
M
vivencie uma relação calorosa, íntima e contínua com sua mãe ou figura substituta.
Quando essa vivência não é possível, a criança sofre com a privação, que pode ter
efeitos variados de acordo com o grau em que ocorre. Segundo a perspectiva do
autor, a privação total
(A) provoca angústia e exagerada necessidade de amor, o que gera sentimentos de
culpa e depressão.
(B) ainda permite à criança alguma satisfação nos relacionamentos, desde que ela
não seja frustrada.
(C) pode mutilar completamente na criança a capacidade de estabelecer relações
com as outras pessoas.
(D) permite que a criança lide com suas emoções e impulsos, mas provoca certa
131
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
instabilidade.
(E) gera fortes sentimentos de vingança e retaliação que provocam reações de
prazer e satisfação.
Gabarito: C
Comentários: Essa questão remete ao livro de Bowlby chamado “Cuidados
Maternos e Saúde Mental”. A privação total, a maior privação de todas, produz os
efeitos mais graves. Ela pode mutilar completamente na criança a capacidade de
estabelecer relações com outras pessoas.
Segundo o livro:
27
3:
:3
15
2
02
/2
08
3/
-0
om
l.c
ai
gm
@
ra
ai
m
li.
ril
-g
Os estudos de John Bowlby sobre o vínculo formado entre bebê e cuidador levaram-
78
(A) ansioso.
G
(B) reparador.
ra
ai
(C) ambivalente.
M
(D) resistente.
(E) seguro.
Gabarito: E
Comentários: Essa questão remete ao livro de Bowlby chamado “Cuidados
Maternos e Saúde Mental”. Se, por um lado, podemos entender que os
comportamentos de apego se referem a um conjunto de condutas inatas exibidas
pelo bebê, que promove a manutenção ou o estabelecimento da proximidade com
sua principal figura provedora de cuidados, por outro lado podemos dizer que o
apego é o vínculo que o bebê desenvolve por seu cuidador, principalmente com a
mãe.
Para o autor, temos três tipos de apego:
132
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
Apego seguro: quando ameaçada, a criança busca ajuda na mãe; separa-se com
facilidade; é consolada sem dificuldades pela mãe; prefere a mãe à estranha. Na
vida adulta o indivíduo é mais aberto à intimidade e não tem a preocupação em ser
abandonado.
Apego ansioso-evitativo (ou inseguro-evitante): a criança evita o contato com a
mãe; não inicia a interação; não tem preferência nem pela mãe nem pela estranha.
Quando adulto, o indivíduo não se sente confortável em ter intimidade, pois acha
difícil confiar em alguém. Sente-se invadido quando alguém tenta manter um
vínculo de proximidade, além daquilo que ele está disposto a oferecer.
Apego ansioso-ambivalente (ou inseguro-ambivalente): a criança explora pouco
o ambiente; fica desconfiada da estranha; separa-se com dificuldade da mãe; não
27
se consola com facilidade; evita e busca a mãe em momentos diferentes. Quando
3:
:3
adulto, acredita que não recebe afeto na mesma proporção que doa.
15
2
02
38. VUNESP – Prefeitura de Arujá – Psicólogo – 2015
/2
John Bowlby afirma que algumas síndromes psiquiátricas e espécies de sintomas
08
3/
associados são precedidos por uma elevada incidência de vínculos afetivos
-0
desfeitos durante a infância. Essas síndromes são:
om
(A) a personalidade esquizoide e a impulsividade.
l.c
ai
Gabarito: C
ril
-g
e a depressão.
.5
20
Vejamos:
.8
133
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
27
Comentários: Esse é o fundamento da teoria da vinculação, de John Bowlby.
3:
:3
15
40. Vunesp – Prefeitura Municipal de Louveira – Psicólogo – 2007
2
02
Winnicott (1971) idealizou uma forma de comunicação com crianças e
/2
adolescentes, colocando-os frente a frente com seus terapeutas para a realização
08
3/
de um diálogo gráfico e verbal. Os dois, cliente e terapeuta, envolvem-se
-0
alternadamente na tarefa, desenhando e verbalizando. Essa técnica é conhecida
om
como
l.c
ai
Gabarito: E
1
-0
Comentários: Apesar dele apenas citar em seu livro “Tudo começa em casa” o jogo
78
corrigidas.
ra
ai
(C) na ausência de uma figura paterna que opere como “lei” e limite ao princípio do
prazer.
(D) na experiência de abandono sofrida pela criança após um período de cuidados
adequados.
(E) na ausência de modelos de identificação positivos e adequados.
Gabarito: D
Comentários: A origem da tendência antissocial está na deprivação.
134
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
e confiantes.
3:
:3
15
43. VUNESP – Prefeitura da Estância de Atibaia – Psicólogo – 2014
2
02
Para Donald D. Winnicott, na base do transtorno de conduta encontra-se
/2
08
(A) um conflito intrapsíquico, decorrente do constrangimento da criança ou jovem
3/
por não controlar atos antissociais.
-0
(B) um elemento orgânico associado principalmente a problemas de hiperatividade
om
e déficit de atenção.
l.c
ai
(C) uma opção pela imaturidade que impede o enfrentamento das questões do
gm
(E) a esperança no ambiente, do qual a criança ou jovem espera obter algo bom que
-g
foi perdido.
1
-0
Gabarito: E
78
.5
dependência absoluta, mas que foi perdido posteriormente. Assim, o ato antissocial
G
ra
boa anterior à perda. A tendência antissocial não deve ser vista como um
M
135
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Psicologia do Desenvolvimento
(D) da ausência de uma figura que possibilite a vivência do conflito edípico, o que
impede a consolidação da identidade da criança.
(E) de expectativas, por parte do ambiente, que excedem as reais possibilidades da
criança, promovendo uma cisão (splitting) insuperável entre self real e self ideal.
Gabarito: A
Comentários: A psicose é ocasionada pela privação total na fase da dependência
absoluta.
27
organizador psíquico do bebê foi designado pelo autor como sendo:
3:
:3
a) sorriso social.
15
b) ansiedade diante de estranhos.
2
02
c) aquisição da negação.
/2
d) simbolização.
08
3/
e) simbiose.
Gabarito: A
-0
om
Comentários: Vamos pensar nesses três organizadores em termos de meses de
l.c
ai
idade da criança.
gm
Sorriso à aparece próximo aos 3 meses de idade e ainda faz parte de um estágio
@
ra
pré-objetal
ai
136
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Psicologia do Desenvolvimento
Relações Insuficientes
Comportamento da mãe Consequência
Privação emocional parcial depressão anaclítica
Privação emocional marasmo ou hospitalismo
completa
Relações Inadequadas
Comportamento da Mãe Consequência
rejeição primaria não consegue se alimentar
27
3:
manifesta direito ao seio
:3
15
superpermissividade cólica dos três meses
2
ansiosa primaria
02
/2
hostilidade disfarçada em eczema infantil
08
3/
ansiedade
oscilação entre mimo e distúrbio de motilidade - o
-0
om
hostilidade balanço do bebê
l.c
ai
da mãe coprofagia
@
ra
compensada
li.
ril
-g
alcançado no primeiro ano de vida. A seguir você encontrará duas colunas contendo
G
ra
137
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Psicologia do Desenvolvimento
Gabarito: E
Comentários: Preobjetal - Propõe o conceito de não diferenciação. Precursor do
Objeto - Capacidade de deslocar os investimentos pulsionais de uma função
psíquica para outra. Objeto Libidinal - Capacidade de diferenciação perceptiva
diacrítica desenvolvida.
27
adolescência.
3:
:3
Avalie as afirmativas a seguir e assinale a correta:
15
(A) a afirmativa de que os adolescentes devem fazer o luto pelos pais tem a ver com
2
02
situações de perda real dos pais durante a adolescência.
/2
(B) os lutos da adolescência seriam a perda do corpo da infância e da
08
3/
bissexualidade.
-0
(C)na atualidade, os conceitos propostos por Knobel e Aberastrury foram
om
superados.
l.c
ai
(D) os lutos na adolescência seriam o luto pelos pais, pelo grupo de amigos da
gm
interiorização.
ril
-g
Gabarito: E
1
-0
adolescência como uma fase dentro de todo o processo evolutivo, que sucede,
-2
138
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
idéias de perdas reais e simbólicas, que são elaboradas num tempo que tem
dimensões muito pessoais. Em vista disto, fases observadas e descritas de negação,
ambivalência, agressividade, interiorização são descritas como a manifestação de
todo um conjunto de defesas necessárias para a resolução satisfatória deste
período da existência.
Assim, inicialmente, o adolescente nega as suas transformações. Em seguida, sofre
a ambivalência entre a necessidade de progredir e o desejo de se manter no estágio
infantil. Avalia os ganhos e sofre profundamente as perdas. Vive a digressão,
questiona a família e o mundo. Rompe vínculos e parte na busca de si junto com
outros que vivenciam o mesmo processo ou, se isola, se interioriza, na tentativa de
compreender este momento evolutivo. No final da adolescência, ocorre a sua
27
aceitação como pessoa, que deve continuar a sua trajetória na busca de sua própria
3:
:3
maturidade.
15
Descreve que os lutos que o adolescente precisa elaborar são: o luto pelo corpo
2
02
infantil, o luto pela identidade infantil e o luto pela bissexualidade.
/2
§ Luto pelo corpo infantil
08
3/
Com o advento da puberdade e todo o conjunto de modificações somáticas que a
-0
acompanham, o indivíduo percebe que, progressiva e inexoravelmente, vai-se
om
transformando em adulto. Todo este processo, no entanto, é vivido de forma
l.c
ai
impotente. A auto-imagem construída ao longo dos anos tem que ser, agora,
@
ra
do corpo infantil fará o adolescente atuar de forma intensa a nível mental ou através
ril
-g
transformações.
92
-2
139
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
Depender de uma pessoa significa estar em poder dela, sentindo este poder como
uma influência restritiva que deve ser superada.
§ Luto pelos pais da infância
O adolescente tem que elaborar o luto pelos pais da infância. Com a conquista do
pensamento formal, o adolescente atinge a etapa final de seu desenvolvimento
cognitivo. Isto significa que ele constrói a realidade de forma mais precisa e
preenche com hipóteses os espaços e falhas das construções infantis. O
pensamento mágico da infância também se torna passado. As figuras parentais
agora são vistas a partir de uma realidade mais concreta e podem, muitas vezes,
constituir-se em pessoas muito simples. “Os pais não poderão mais funcionar como
ídolos e líderes e torna-se difícil para o adolescente abandonar a imagem idealizada
27
dos pais que ele próprio criou”.
3:
:3
Acontece que também os pais participam do sofrimento dos filhos e têm que
15
elaborar, neste momento de crise, o luto pela perda do filho criança e da relação de
2
02
dependência infantil. Neste advento de rebelião e iconoclastia, eles são julgados
/2
pelos próprios filhos e isto se torna muito doloroso se o adulto não tem consciência
08
3/
de seus problemas junto ao adolescente. Para os pais, buscar uma relação madura
-0
com os seus filhos adolescentes significa o confronto com a sua própria realidade,
om
o enfrentamento do porvir e da morte e o repensar de todas as suas possibilidades
l.c
ai
sexualidade.
@
ra
O menino tem que renunciar de forma definitiva a seu desejo de ter um bebê e a
1
-0
o amor sincrético, porque o seu objeto de amor é ele mesmo. Será preciso um longo
92
-2
ele possa viver uma sexualidade amor que transborde na direção do outro como
ra
ai
140
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
significativas em sua trajetória existencial.
3:
:3
Na busca de sua identidade, o adolescente recorre a situações que se apresentam
15
as mais favoráveis no momento. Uma delas, é “a uniformidade”, o processo de
2
02
identificação em massa, que explica o “fenômeno grupal”. Maurício knobel enfatiza
/2
que, na proporção em que o adolescente vai aceitando simultaneamente os seus
08
3/
aspectos de criança e adulto, começa a surgir a nova identidade.
-0
§ Tendência grupal
om
M. Knobel assinala que a busca de uniformidade é um comportamento defensivo
l.c
ai
sempre conforme a sua aceitação exterior. Ele não pode perceber ainda que a busca
ril
-g
individuação adulta.
li
141
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
manipulação dos órgãos genitais pelo lactente e, portanto, esta atividade tem
3:
:3
características exploratórias, de autoconhecimento. A masturbação pode servir
15
como modalidade de descarga de tensão, negação onipotente da existência de
2
02
outro sexo e, também, através dela, o adolescente pode elaborar a necessidade de
/2
um companheiro sexual. A culpa e a ansiedade podem acompanhar este processo.
08
3/
Outras saídas tensionais para esta fase são identificadas através das atividades de
-0
roer unhas, sugar lábios, gagueiras, resmungos, levar mãos aos lábios e torcer
om
cabelos. Outras vezes, os adolescentes apresentam voracidade oral, atividades
l.c
ai
cordialidade nas relações com os pais facilita as relações com as pessoas do sexo
.5
20
oposto.
.8
masculinidade e feminilidade.
ra
ai
142
Psicologia Nova 2022
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27
49. FGV - Fundação Oswaldo Cruz – Psicólogo – 2010
3:
:3
A contribuição de Winnicott ao desenvolvimento da criança inclui vários
15
conceitos. Entre os conceitos abaixo relacionados, assinale aquele que se refere
2
02
diretamente à utilização de brinquedos prediletos das crianças, como uma forma
/2
08
de controlar a ansiedade.
3/
(A) zona intermediária.
(B) meio suficientemente bom. -0
om
(C) atenção primária
l.c
ai
Gabarito: E
ai
m
proteger-se.
ra
ai
143
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
(D) F–V–V.
(E) F–F–F.
Gabarito: A
Comentários: A primeira fase, de fato, é a de “confiança x desconfiança”. Vejamos:
Estágios e modos psicossociais Formas Positivas x Formas negativas de
reagir (Estágios para Erikson)
I – Período de bebê Confiança versus desconfiança
II – Infância Inicial Autonomia versus dúvida, vergonha
III – Idade de brincar Iniciativa versus culpa
IV – Idade Escolar (Latência) Diligência versus inferioridade
V – Adolescência Coesão da identidade versus confusão de
27
papéis
3:
:3
VI - Idade jovem adulta Intimidade versus isolamento
15
VII – Adulto Generatividade versus estagnação
2
02
VIII - Maturidade e velhice Integridade versus desespero
/2
08
3/
Na fase da confiança versus desconfiança, a criança adquire ou não uma
-0
om
segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia,
l.c
através da relação que tem com a mãe. Se a mãe não lhe der amor e não responde
ai
de se ser criativo e produtivo em diversas áreas da vida. Bem mais do que educar e
20
mundo num lugar melhor para viver. A vertente negativa leva o indivíduo
li
ril
preocupação exclusiva com o seu bem estar, posse de bens materiais e egoísmo.
ai
M
Usualmente dá-se desde os 30 aos 60 anos, não havendo porem uma idade comum
a todas as pessoas.
Mas Alyson, por qual motivo a última assertiva está correta? Vejamos:
As tarefas descritas por Erikson como típicas de cada um dos estágios
só ocorrem no próprio estágio, não se podendo aplicar os conceitos de
uma etapa a outros momentos ou atividades durante o ciclo vital.
Como professor seu, devo ser bastante direto aqui: não interprete o conceito
de tarefa de forma ampla. “Tarefa” é o núcleo de ação de cada estágio, é a forma de
funcionamento. Apesar de podermos levar problemas de um Estágio para o outro,
não levamos “formas de funcionamento” de um para o outro. Ou seja, não
acumulamos nossas tarefas entre estágios.
144
Psicologia Nova 2022
Professor Alyson Barros
Psicologia do Desenvolvimento
Apesar da prova não ter apresentado gabarito (caso você descubra, avise-
me), estou convicto que esse é o melhor entendimento da questão!
27
III- O estádio do espelho caracteriza um processo pelo qual o sujeito
3:
:3
antecipa em uma imagem a maturação de sua potência.
15
Quais estão corretas?
2
02
(A) Apenas I.
/2
(B) Apenas I e II.
08
3/
(C) Apenas I e III.
-0
(D) Apenas II e III.
om
(E) I, II e III.
l.c
ai
Gabarito: E
gm
Para Lacan, o estágio do espelho, conferindo-lhe o período que vai dos 6 aos 18
ai
mediante a percepção de uma imagem que lhe vem do exterior. Essa assunção da
.8
92
conferindo-lhe sua forma primordial: o "eu" ideal, forma que será a fonte de todas
li
ril
assumida de uma identidade alienante, que vai marcar com sua estrutura rígida
M
todo o seu desenvolvimento mental" (LACAN, 1966, p. 97). Como observa Wilden
(1968), que o eu seja um "Ideal Ich" já significa que ele seja um "outro eu". Trata-se,
segundo Lacan, de um momento constitutivo logicamente anterior tanto ao
processo de objetivação quanto de subjetivação: o júbilo manifesta exemplarmente
"[...] a matriz simbólica em que o eu se precipita numa forma primordial, antes que
ele se objetive na dialética da identificação com o outro e que a linguagem lhe
restitua, no universal, sua função de sujeito"(LACAN, 1949/1966, p. 94). Quanto a
este trecho, vale observar, seguindo um comentário de Simanke (1997), que se acha
já aí atribuída uma função ao registro simbólico, mesmo que, por ora, ela represente
apenas uma função complementar no processo formativo do sujeito.
O processo de identificação envolve uma função de antecipação que é
145
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Psicologia do Desenvolvimento
27
oposição à turbulência de movimentos com que ele experimenta
3:
:3
animá-la. (LACAN,1966, p. 95).
15
Para Lacan, as evidências que atestam o papel formativo da "Gestalt" sobre
2
02
o organismo podem ser encontradas, por um lado, nos resultados de experimentos
/2
biológicos que apontam para processos de identificação homeomórfica e, por
08
3/
outro, na teorização sobre o fenômeno do mimetismo que indica uma operação de
-0
identificação heteromórfica.
om
Fonte: SALES, Léa Silveira. Posição do estágio do espelho na teoria lacaniana do
l.c
ai
imaginário. Rev. Dep. Psicol.,UFF [online]. 2005, vol.17, n.1 [cited 2016-03-31],
gm
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
ai
m
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-80232005000100009.
-g
1
-0
(A) O adolescente ainda não se encontra suficientemente maduro, nem física nem
li
ril
psicologicamente, para lidar com as exigências que lhe são impostas pelo mundo
G
adulto.
ra
ai
146
Psicologia Nova 2022
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Psicologia do Desenvolvimento
27
53. FAURGS – Hospital das Clínicas – Psicólogo I – 2012
3:
:3
Considerando a perspectiva psicanalítica de Freud acerca do Desenvolvimento
15
Humano, é correto afirmar que
2
02
(A) a personalidade forma-se através dos conflitos inconscientes da infância, entre
/2
os impulsos inatos do id e as exigências do meio social.
08
3/
(B) a fase genital ocorre antes do período da latência, sendo abandonada
-0
posteriormente.
om
(C) os recém-nascidos são governados pelo Princípio da Realidade, o que facilita a
l.c
ai
(D) o ego opera sob o princípio do prazer, buscando sempre satisfazer os impulsos
@
ra
do id.
ai
Gabarito: A
1
-0
prazer e o Ego pelo da realidade. A fase fálica é recheada de culpa (fase do édipo,
.8
lembra?).
92
-2
li
147
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Psicologia do Desenvolvimento
27
aspectos. A criança nesta fase, por exemplo, tende a descrever-se através da
3:
:3
comparação de um traço atual versus traço anterior: agora eu já tenho Facebook.
15
Aos 10 anos a criança a criança tem reconhecimento de sua identidade real
2
02
e a identidade que é esperada dele (na verdade isso ocorre em todas as etapas).
/2
Destaco que apenas entre os 15 aos 17 é que o adolescente percebe incoerências
08
3/
entre suas identidades de forma substancial. Nas etapas anteriores isso ocorre, mas
-0
não com a ênfase dada nesta etapa que ganha o contorno da moratória
om
psicossocial.
l.c
ai
sentimentos de despersonalização.
M
148
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Psicologia do Desenvolvimento
27
(C) A imagem corporal não possui relação direta com a personalidade do indivíduo.
3:
:3
(D) Se mudarmos de modo contínuo nosso psiquismo, também alteramos nossas
15
imagens do corpo.
2
02
(E) Do ponto de vista psicanalítico, a imagem corporal é construída a partir da
/2
integração entre o ego e o id, em interjogo contínuo das tendências egoicas com as
08
3/
tendências libidinais.
-0
Gabarito: C
om
Comentários: Ótima questão sobre imagem corporal! A imagem corporal depende
l.c
ai
Quem foi o “comedor de capim” que falou que a dor gera zonas libidinais?
@
ra
Isso está no livro Psicossomática hoje, de Júlio Mello Filho: Quando o indivíduo é
ai
vítima de dores, a mão procura a região dolorida que ganha maior erogeneidade,
m
li.
149
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Psicologia do Desenvolvimento
(E) A idade funcional pode estar relacionada à idade subjetiva, isto é, a idade que as
pessoas sentem ter.
Gabarito: D
Comentários: O envelhecimento primário é aquele ditado pela maturação
biológica. Ele é inevitável. O secundário relaciona o organismo ao ambiente, assim,
lidamos com variáveis que tendem a ser melhor controladas (nutrição, esportes,
etc.). Existe uma grande relação entre envelhecimento e aumento da prevalência de
doenças crônicas. Elas são muito mais comuns na terceira idade (câncer, doenças
cardíacas e nervosas, etc.).
27
Em relação à fase pré-escolar, é INCORRETO afirmar que
3:
:3
(A) a criança encontra-se em uma faixa etária que vai dos três aos seis anos.
15
(B) a criança já é capaz de compreender conceitos abstratos.
2
02
(C) nessa fase surge o brinquedo cooperativo, construído com outras crianças e
/2
ocorre a aquisição de um senso de padrão social.
08
3/
(D) a criança adquire consciência da genitália e das diferenças entre os sexos.
-0
(E) a criança encontra-se no estágio fálico, no que se refere ao desenvolvimento
om
psicossexual.
l.c
ai
Gabarito: B
gm
pulsões.
.8
grupo de amigos.
ra
ai
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III
Gabarito: D
Comentários: Questão de lascar candidato. De fato, a I está correta, porém, em
todas as fases temos reordenação dinâmica e estrutural das pulsões. Isso irá
caracterizar justamente cada uma das fases! Faurgs, faurgs... Maltratando na
interpretação!
150
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Psicologia do Desenvolvimento
27
comportamentos aprendidos e aqueles poucos que nascem conosco.
3:
:3
15
61. CESPE - TCE-PA – Psicólogo – 2016
2
02
Winnicott propõe que as interferências na relação mãe-bebê podem provocar
/2
distúrbios de personalidade e do desenvolvimento.
08
3/
Gabarito: C
-0
Comentários: Para Winnicott, o cabra mais fofo de toda a psicanálise, a saúde
om
psíquica e a personalidade do bebê dependem diretamente do contato com a mãe.
l.c
ai
gm
instaure no indivíduo.
li.
ril
Gabarito: E
-g
Gabarito: C
G
Comentários: Digna de grifo. Além disso, as pulsões serão “regradas” pelo princípio
ra
ai
do prazer e da realidade.
M
151
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Psicologia do Desenvolvimento
Comentários: De onde Erikson fala sobre pulsões sexuais? Não, ele não fala sobre
isso.
27
quinto estágio. O segundo ponto, que não tem relação com o primeiro, é a saúde
3:
:3
mental. Ela é alcançada superando-se as crises de TODAS as etapas. Não podemos
15
falar em “se os conflitos psicossociais de base forem resolvidos até a fase da
2
02
adolescência”.
/2
08
3/
67. CESPE - TCE-PA – Psicólogo – 2016
-0
No que se refere aos estágios de desenvolvimento, a crise psicossocial de confiança
om
básica versus desconfiança proposta por Erikson pode ser equiparada à fase oral
l.c
ai
Gabarito: C
@
ra
B a conquista da sublimação.
.8
92
C o sucesso na autoconservação.
-2
D a realização do desejo.
li
ril
Gabarito: A
ra
ai
Comentários: Quando alcança seu objetivo, a pulsão reduz a tensão provocada pela
M
tensão.
152
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A sombra.
B anima.
C inconsciente coletivo.
D sonho.
E arquétipo.
Gabarito: E
Comentários: Aqui não tem o que pensar. Estamos tratando dos arquétipos
junguianos.
27
partir do qual se poderia pensar a psicologia. Considerando esse assunto, julgue os
3:
:3
itens a seguir, relativos ao pensamento de Vigotsky.
15
I As funções mentais superiores não podem ser reduzidas a processos
2
02
elementares, existindo diferentes níveis de funcionamento psicológico com
/2
08
características próprias e irredutíveis.
3/
II O pensamento e a consciência não são uma emanação de características
-0
estruturais e funcionais internas, mas são, ao contrário, fortemente
om
influenciadas por atividades externas e objetivas realizadas no ambiente
l.c
ai
social.
gm
Gabarito: E
-2
153
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27
73. CESPE - CNJ -2013
3:
:3
Na busca de desenvolvimento saudável, faz-se necessária a diferenciação entre
15
sinais e sintomas de alteração psicológica que marquem processo adaptativo
2
02
desviante e adolescer normativo.
/2
Gabarito: C
08
3/
Comentários: Assertiva correta. Sinais são alterações percebidas ou medidas por
-0
outras pessoas. Sintomas, por sua vez, são queixas que somente o paciente é capaz
om
de perceber. Ficar atento ao que o adolescente relata e ao que a família e os amigos
l.c
ai
Gabarito: C
78
Comentários: Assertiva digna de grifo! Sobre esse assunto, é válido ressaltar: “Os
.5
20
1
Santos, Ana Isabel Monteiro. A Saúde Mental em Cuidados de Saúde Primários. Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra. 2009.
154
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27
indivíduos. Estudos da sociologia clássica criticam as práticas de internação em
3:
:3
instituições totais, tais como prisões, manicômios e conventos. Acerca desse
15
assunto, julgue os itens seguintes.
2
02
Os estigmas sofridos por essa clientela, construídos a partir da experiência
/2
de institucionalização, culminam na despersonificação do ego.
08
3/
Gabarito: C
-0
Comentários: O que é a despersonificação do Ego? É um termo usado por Erving
om
Goffman em seu famoso livro: Manicômios, Prisões e Conventos. Esse sociólogo
l.c
ai
Gabarito: E
92
-2
155
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Psicologia do Desenvolvimento
27
entre Goffman e Foucault. ECOS, volume 2, número 1. 2012.
3:
:3
15
78. CESPE - Concurso de Provas e Títulos –2003 - Psicologia Jurídica
2
Toda instituição tem tendência de fechamento, simbolizado pela barreira à
02
/2
relação social com o mundo externo e por proibições à saída, o que muitas vezes se
08
manifesta na estrutura física da instituição — por exemplo, com portas fechadas,
3/
-0
paredes altas, arame farpado, fossos, água, florestas e pântanos.
om
Gabarito: C
l.c
156
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Psicologia do Desenvolvimento
27
Gabarito: E
3:
:3
Comentários: O pai tem sim um papel importante na família. E, infelizmente, tal
15
reconhecimento só ocorreu mais recentemente na história da psicologia.
2
02
/2
80. CESPE – FHCGV/PA - 2004
08
3/
Do ponto de vista legal e de organização social, o trabalho infantil
-0
caracterizado como exploração do trabalho de crianças e adolescentes tem sido
om
considerado um fator de risco para o desenvolvimento ao longo do ciclo vital. Ele
l.c
ai
Gabarito: C
ril
-g
miséria vem acompanhado das precárias condições de vida em que essas famílias
.5
20
157
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Psicologia do Desenvolvimento
27
dos diversos micro e mesossistemas ambientais em que se inserem crianças e
3:
:3
adolescentes.
15
Gabarito: C
2
02
Comentários: Já sabe o motivo do seu professor ter colocado esse autor de nome
/2
estranho em sua aula, correto? É ele que fala de microssitema, o mesossistema, o
08
3/
exossistema e o macrossistema.
-0
om
83. CESPE – FHCGV/PA - 2004
l.c
ai
Gabarito: E
m
li.
corresponde
M
a) à fase genital.
b) à fase anal.
c) à fase fálica.
d) à fase oral.
e) ao período de latência.
Gabarito: E
Comentários: Essa foi de graça e serviu apenas para aquecermos os motores. A
dessexualização ocorre apenas no período da latência.
158
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27
Comentários: Para nunca mais esquecermos:
3:
:3
Estágios e modos psicossexuais Formas Positivas x Formas negativas de
15
reagir (Estágios para Erikson)
2
02
I – Período de bebê Confiança versus desconfiança.
/2
08
II – Infância Inicial Autonomia versus dúvida, vergonha.
3/
III – Idade de brincar Iniciativa versus culpa.
IV – Idade Escolar (Latência) -0
Diligência versus inferioridade.
om
V – Adolescência Coesão da identidade versus confusão de
l.c
ai
papéis.
gm
se
li
ril
c) iniciativa × culpa.
d) indústria × inferioridade.
e) identidade × confusão de papéis.
Gabarito: A
Comentários: Outra tabela para nunca esquecermos:
IDADE Fases
ERIKSON (psicossocial) FREUD (psicossexual)
0 à 18 meses Confiança vs. Desconfiança. Oral
18 meses aos 3 anos Autonomia vs. Vergonha Anal
3 aos 6 anos Iniciativa vs. Culpa Fálica
6 anos até à puberdade Diligência vs. Inferioridade Latência
159
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Identidade vs confusões de
12 à 18 papéis Genital
18 à 30 Intimidade vs isolamento Genital
Generatividade vs auto-
30 à 60 absorção Genital
27
c) identidade × confusão de identidade.
3:
:3
d) autonomia × vergonha e dúvida.
15
e) confiança × desconfiança.
2
02
Gabarito: C
/2
08
Comentários: Ô fase chata! Rs. Essa é a adolescência! Se errou, recomendo reler
3/
essa parte da aula.
-0
om
88. Questão Inédita Alyson Barros
l.c
ai
identidade.
G
a) Período de bebê
b) Infância Inicial
c) Idade de brincar
d) Idade Escolar (Latência)
e) Adolescência
Gabarito: E
Comentários: Essa é a fase da identidade ou confusão de papéis. Fácil, fácil.
160
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27
latência propostas por Freud. As outras fases são inovações. A fase eriksonianana
3:
:3
de “autonomia versus vergonha” corresponde à fase anal freudiana.
15
2
02
/2
08
3/
90. TRT 18ª Região - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado
-0
Especialidade Psicologia – 2013
om
Estudos e pesquisas de Piaget sobre o desenvolvimento humano demonstraram
l.c
ai
(E) 4 a 7 anos.
.5
20
Gabarito: B
.8
Estágio Idade
M
Além dissoi:
A adolescência traz consigo consideradas e intensas alterações, não somente na
imagem do indivíduo e na forma de interagir consigo e com as demais pessoas,
porém estende-se uma nova forma de pensamentos. Isto é, ocorre a passagem do
pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, portanto, o adolescente
161
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Psicologia do Desenvolvimento
27
realizando, ao mesmo tempo, testes com pessoas de diferentes faixas etárias, por
3:
:3
exemplo. Podem estudar o desenvolvimento do pensamento lógico por meio da
15
realização de testes com um grupo formado por crianças de 6 anos de idade, outro
2
02
formado por crianças de 9 anos e um terceiro grupo de crianças de 12 anos, e assim
/2
buscar diferenças entre os grupos etários. Trata-se de um estudo
08
3/
(A) transversal.
-0
(B) longitudinal.
om
(C) biográfico.
l.c
ai
(D) diagonal.
gm
(E) múltiplo.
@
ra
Gabarito: A
ai
epistemologia genética.
ril
G
162
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27
e) cada situação de interação com o mundo social, em que o indivíduo traz consigo
3:
:3
determinadas possibilidades de interpretação e ressignificação do material
15
cultural.
2
02
Gabarito: E
/2
Comentários: A intervenção social possibilita a internalização do material cultural
08
3/
que, junto com sua estrutura de aprendizagens, levam a um aprendizado. Observe
-0
que isso é uma possibilidade e não uma regra (o outro social pode ser
om
deliberadamente ignorado, por exemplo)!
l.c
ai
gm
c) Tanto para Freud como para Jung, a mente ou psique atua no nível consciente e
78
no inconsciente.
.5
20
personalidade psicanalíticas.
ril
G
Gabarito: B
ra
ai
163
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27
consciência de si, do seu ego e de que está apto a assumir a sua verdadeira
3:
:3
identidade. Erikson postulou um conceito que apenas pode ocorrer nessa fase da
15
vida. Qual afirmativa abaixo descreve esse conceito?
2
02
a) a adolescência é a fase mais crítica do ciclo vital e que deve ser enfrentada com
/2
auto-realização.
08
3/
b) nessa fase ocorrem crises de identidade
-0
c) o self reprimido deve ser canalizado em uma energia produtiva
om
d) o adolescente pode necessitar de uma ou várias pausas para a integração de seu
l.c
ai
“eu”
gm
Gabarito: D
ai
164
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Simulado
Caros colegas, veremos agora 50 assertivas para você julgar a sua
veracidade. Este modelo não é o adotado pela sua banca, mas creio que assim
poderemos abarcar mais conteúdos em menor tempo.
Boa sorte!!!
Julgue as alternativas abaixo marcando C para as Certas e E para as Erradas.
27
3:
2. ( ) O modo desadaptativo de lidar com as crises, segundo Erikson, leva a um
:3
desfecho positivo da crise onde o sujeito está preparado para seguir para a próxima
15
2
fase.
02
/2
08
3. ( ) Entender que a escola deve organizar-se por uma qualidade de ensino que
3/
-0
promova a apropriação de valores humanos que contribuam para uma nova forma
om
de ver e agir no mundo refere-se à tarefa humanizadora da escola. Essas ideias estão
l.c
Quais são os nomes dos seus dois mais importantes colaboradores foram Wallon e
ai
m
Piaget.
li.
ril
-g
de culpa.
ai
M
9. ( ) A afirmação "o erro da criança passa a ser considerado como uma etapa
necessária do processo de construção do conhecimento e não como uma inaptidão
por parte do aprendiz" diz respeito aos estudos de Piaget.
165
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27
produto e produtor das relações sociais. O cérebro, para os materialistas, não era
3:
:3
somente um órgão, mas também um sistema aberto e flexível cujo funcionamento
15
era construído na própria história dos homens. O desenvolvimento biológico não
2
02
era descontextualizado, mas pensando em uma relação direta com o
/2
desenvolvimento social. Sendo assim, a cultura transformava as pessoas, seus
08
3/
valores e representações.
-0
om
13. ( ) Para Wallon, a linguagem é um complexo sistema de representações
l.c
ai
desenvolvido a partir dos gestos e dos sons, a utilização da linguagem, pela criança,
gm
constitui um dos meios mais expressivos para a formação da consciência. Esse autor
@
ra
diz que as experiências históricas dos homens se encontram tanto nas produções
ai
materiais como nas verbais e é pelo uso da linguagem e dos símbolos que a criança
m
li.
interioriza o mundo ao seu redor, e por meio dos processos de interiorização dos
ril
-g
comportamento.
78
.5
20
por meio das suas interações com outros seres humanos que o homem se constrói.
li
166
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17. ( ) Para Wallon, é somente no Estágio do Personalismo, que vai dos três aos cinco
anos, que a criança realmente se diferencia do outro, que toma consciência de sua
autonomia em relação aos demais. Ela percebe as relações e os papéis diferentes
dentro do universo familiar, ao mesmo tempo que se percebe como um elemento
fixo, como ser o filho mais velho ou o mais novo, ser filho e irmão, assim por diante.
27
19. ( ) Para Piaget, o estágio sensório-motor inicia-se ao nascimento e segue ao
3:
:3
longo dos dois primeiros anos. Nesse período as crianças terão uma inteligência
15
pratica centrada na percepção e no motor.
2
02
/2
20. ( ) Piaget era Inatista
08
3/
-0
21. ( ) Os estudos realizados através da psicologia do desenvolvimento colaboram
om
significativamente para o entendimento dos processos biológicos e culturais
l.c
ai
167
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Psicologia do Desenvolvimento
27
3:
:3
29. ( ) Em contraposição ao movimento inatista, temos a visão empirista de
15
desenvolvimento humano. Essa segunda visão, diametralmente oposta à primeira,
2
02
afirma que nascemos como “tábulas-rasas” (folhas em branco) e que nosso
/2
desenvolvimento é alcançado através das aprendizagens provenientes de nossas
08
3/
interações com o ambiente. A maior escola de desenvolvimento representante
-0
dessa visão é o comportamentalismo.
om
l.c
ai
30. ( ) A teoria psicossexual de Erikson pode ser considerada como uma teoria
gm
psicodinâmica.
@
ra
ai
primeiros quatro estágios, no quinto é negociada e nos outros é expressa com maior
ril
-g
consistência.
1
-0
78
nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência de ser “outro” que não
li
34. ( ) Apesar de parte do mundo inconsciente não ser acessível de forma alguma,
um conceito é básico na teoria freudiana de personalidade: o passado é
determinante para o presente. Esse conceito é chamado de Determinismo Psíquico
e parte do pressuposto que existe uma continuidade nos eventos mentais e que
esses são historicamente desenvolvidos.
168
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36. ( ) Para Freud, o superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou
sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados
(2) evitar a ansiedade e (3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos,
pensamentos e palavras.
27
38. ( ) O caráter genital é descrito como o ideal freudiano do desenvolvimento pleno
3:
:3
onde o sujeito não possui fixações, está livre de conflitos pré-edípicos significativos
15
e aprecia uma sexualidade satisfatória preocupando-se com a satisfação do
2
02
companheiro sexual.
/2
08
3/
39. ( ) Damos o nome de Regressão ao comportamento infantilizado exibido por
-0
crianças em etapas posteriores de desenvolvimento. Essas crianças exibem
om
comportamentos, por exemplo, de fala regressiva ou enurese noturna em etapas
l.c
ai
das funções mentais, das quais o pensamento faz parte. No caso da psicanálise
.5
20
freudiana, além da discussão sobre se é uma teoria sobre a afetividade ou não, não
.8
169
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46. ( ) Para Piaget, o estágio pré-operatório e o das operações abstratas fazem parte
do estágio das operações formais.
27
48. ( ) Para Piaget, a autenticidade é a principal ferramenta do educador que
3:
:3
conduzirá o aluno à aprendizagem significava.
15
2
02
49. ( ) Para Rogers o aprendizado por tarefas é utiliza apenas as operações mentais
/2
e não considera o indivíduo como um todo. Para ele, esse tipo de aprendizado seria
08
3/
pouco útil para a vida real por ser esquecido com o tempo por ser meramente
-0
intelectual.
om
l.c
ai
50. ( ) Com relação a teoria de desenvolvimento de Freud, não podemos afirmar que
gm
Gabarito e Comentários
1
-0
78
.5
Comentários: Apenas para relembrar: o reforço positivo é todo evento que aumenta
-2
3. (C) Entender que a escola deve organizar-se por uma qualidade de ensino que
promova a apropriação de valores humanos que contribuam para uma nova forma
de ver e agir no mundo refere-se à tarefa humanizadora da escola. Essas ideias estão
de acordo com Vygotsky, que define a escola como espaço de mediação.
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4. (E) Lev Vygotsky teve colaboradores importantes nos estudos que realizou. Quais
são os nomes dos seus dois mais importantes colaboradores foram Wallon e Piaget.
Comentários: Foram Luria e Leontiev.
27
de culpa.
3:
:3
Comentários: Certo seria se falássemos em identidade e confusão de papéis,
15
intimidade e solidariedade.
2
02
/2
7. (E) A proposição freudiana para os estudos da época sobre a personalidade
08
3/
humana baseavam-se no busca do rigor científico.
-0
Comentários: A ênfase era na identificação de processos psicológicos e não no rigor
om
científico.
l.c
ai
gm
8. (E) Das leis de Wallon, destacamos a que se refere à sucessão entre as três
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encontrei:
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-0
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3:
:3
9. (C) A afirmação "o erro da criança passa a ser considerado como uma etapa
15
necessária do processo de construção do conhecimento e não como uma inaptidão
2
02
por parte do aprendiz" diz respeito aos estudos de Piaget.
/2
08
3/
10. (C) A fase de "Generatividade versus estagnação" de Erikson corresponde a fase
"Genital" de Freud. -0
om
Gabarito: Correto.
l.c
ai
gm
interna. Assim, essa é uma fase onde ocorrem experiências para testar padrões.
-g
1
-0
produto e produtor das relações sociais. O cérebro, para os materialistas, não era
-2
valores e representações.
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15. (C) Vygotsky considerava que as formas típicas do comportamento humano não
estão prontas ao nascimento e se desenvolvem no decorrer da vida. Como formas
típicas de comportamento humano temos: a capacidade de solucionar problemas;
27
o uso da memória; a formação de conceitos e o desenvolvimento da linguagem.
3:
:3
15
16. (E) Na segunda fase de Erikson, confiança versus desconfiança, a criança adquire
2
02
ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo
/2
que a rodeia, através da relação que tem com a mãe. Se a mãe não lhe der amor e
08
3/
não responde às suas necessidades, a criança pode desenvolver medos, receios,
-0
sentimentos de desconfiança que poderão vir a refletir-se nas relações futuras.
om
Comentários: Essa é a primeira fase!
l.c
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gm
17. (C) Para Wallon, é somente no Estágio do Personalismo, que vai dos três aos
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cinco anos, que a criança realmente se diferencia do outro, que toma consciência
ai
elemento fixo, como ser o filho mais velho ou o mais novo, ser filho e irmão, assim
1
-0
por diante.
78
.5
20
matemático.
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G
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interna de uma operação externa”. Ou seja: a humanidade está sempre em
3:
:3
constante movimento de recriação e de reinterpretação de conceitos e significados.
15
2
02
23. (E) Vygotsky define o processo de formação da consciência humana através de
/2
esquemas inatos que se desenvolvem independentemente do contato com o meio,
08
3/
mas que servem de subsídio para os aparatos sociais.
-0
Comentários: Vygotsky compreende que a formação da consciência humana se
om
desenvolve a partir do contexto cultural e das relações sociais. O conhecimento é
l.c
ai
Gabarito: Correto
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.5
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25. (C) Segundo Piaget, o processo de auto regulação busca sempre o equilíbrio e é
.8
por meio deste equilíbrio que são constituídos novos conhecimentos. Porém o
92
-2
superação do mesmo.
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G
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26. (C) Vygotsky se preocupou muito com a questão clássica na Psicologia sobre a
M
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3:
:3
30. (E) A teoria psicossexual de Erikson pode ser considerada como uma teoria
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psicodinâmica.
2
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Comentários: Erikson é pai da teoria psicossocial e não a psicossexual!
/2
08
3/
31. (C) Para Erikson, a formação da personalidade (identidade) inicia-se nos
-0
primeiros quatro estágios, no quinto é negociada e nos outros é expressa com maior
om
consistência.
l.c
ai
gm
32. (C) Na terceira fase de Erikson, também apelidada por idade de brincar, é
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ra
nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência de ser “outro” que não
ril
-g
33. (E) Para Erikson, só é possível avançar nas fases de desenvolvimento quando
.5
20
34. (C) Apesar de parte do mundo inconsciente não ser acessível de forma alguma,
ra
ai
35. (C) A pedagogia não-diretiva propõe uma educação centrada no aluno, visando
formar sua personalidade através da vivência de experiências significativas que lhe
permitam desenvolver características inerentes à sua natureza. O professor é um
especialista em relações humanas, ao garantir o clima de relacionamento pessoal e
autêntico.
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36. (E) Para Freud, o superego tem três objetivos: (1) inibir (através de punição ou
sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados
(2) evitar a ansiedade e (3) conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos,
pensamentos e palavras.
Comentários: O superego não tem o papel de evitar a ansiedade, mas sim de coagir
o ego a funcionar de acordo com seus ditames.
27
38. (C) O caráter genital é descrito como o ideal freudiano do desenvolvimento
3:
:3
pleno onde o sujeito não possui fixações, está livre de conflitos pré-edípicos
15
significativos e aprecia uma sexualidade satisfatória preocupando-se com a
2
02
satisfação do companheiro sexual.
/2
08
3/
39. (C) Damos o nome de Regressão ao comportamento infantilizado exibido por
-0
crianças em etapas posteriores de desenvolvimento. Essas crianças exibem
om
comportamentos, por exemplo, de fala regressiva ou enurese noturna em etapas
l.c
ai
das funções mentais, das quais o pensamento faz parte. No caso da psicanálise
.8
freudiana, além da discussão sobre se é uma teoria sobre a afetividade ou não, não
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-2
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
M
37722011000200005&lng=pt&nrm=iso
42. (C) Para Wallon, a emoção se nutre do efeito que causa no outro.
Comentários: Sobre isso, é interessante complementar: "Vemos então que, para
Wallon, as emoções podem inicialmente criar operações cognitivas que permitirão
a construção do conhecimento, por um lado, e, por outro, podem estruturar a
'pessoa' no início da vida, sem a participação da cognição (nem mesmo a sensório-
motora). Mais adiante veremos que Piaget se oporá a esta formulação de Wallon,
preferindo pensar em relações de correspondência entre afetividade e inteligência
e não em relações de causalidade e alternância".
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Psicologia do Desenvolvimento
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
37722011000200005&lng=pt&nrm=iso
27
desenvolvimento e aprendizagem. Sobre isso é válido destacar:
3:
:3
As teorias de aprendizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem
15
que aprender é uma questão de modificação do desempenho: o bom ensino
2
02
depende de organizar eficientemente as condições estimuladoras, de modo a que o
/2
08
aluno saia da situação de aprendizagem diferente de como entrou. Ou seja, o ensino
3/
é um processo de condicionamento através do uso de reforçamento das respostas
-0
que se quer obter. Assim, os sistemas instrucionais visam o controle do
om
comportamento individual face a objetivos preestabelecidos. Trata-se de um
l.c
ai
Fonte: http://pedagogiadidatica.blogspot.com.br/2008/11/pedagogia-liberal.html
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li.
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45. (C) A política educacional é, para Skinner, uma questão de planejar o homem.
-g
Uma política educacional eficiente não pode ficar satisfeita com a réplica das
1
-0
grandes realizações históricas. Não é fácil antever o que serão os artistas, estadistas
78
exploradas.
-2
http://www.dfi.ccet.ufms.br/prrosa/Pedagogia/Capitulo_2.pdf. Leia!
G
ra
ai
46. (E) Para Piaget, o estágio pré-operatório e o das operações abstratas fazem parte
M
47. (C) Para Piaget, os esquemas são descritos como subestruturas, dinamicamente
organizadas e são responsáveis pela assimilação do ambiente em forma de
conhecimento.
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49. (C) Para Rogers o aprendizado por tarefas é utiliza apenas as operações mentais
e não considera o indivíduo como um todo. Para ele, esse tipo de aprendizado seria
pouco útil para a vida real por ser esquecido com o tempo por ser meramente
intelectual.
50. (E) Com relação a teoria de desenvolvimento de Freud, não podemos afirmar
que o id é inconsciente e desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral.
Comentários: podemos sim!
27
3:
:3
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Bons estudos, pessoal!
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02
alyson@psicologianova.com.br
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3/
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i Do Pensamento Formal à Mudança Conceitual Na Adolescencia. TrabalhosFeitos.com.
l.c
%C3%A0-Mudan%C3%A7a-Conceitual/844396.html
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1
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