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Angola

Directrizes de Envolvimento para a


Sociedade Civil
Citação proposta

PNUD (2020). Directrizes de Envolvimento para a Sociedade Civil em Angola.

As opiniões expressadas nesta publicação são as do autor e não representam


necessariamente as das Nações Unidas, incluindo o PNUD, ou os Estados-Membros da
ONU.

O PNUD faz parceria com pessoas em todos os níveis da sociedade para ajudar a construir
nações que possam resistir a crises e impulsionar e sustentar o tipo de crescimento que
melhora a qualidade de vida de todos. No terreno em mais de 170 países e territórios,
oferecemos uma perspectiva global e uma visão local para ajudar a empoderar vidas e
construir nações resilientes.

Copyright © 2020

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Angola


Rua Direita da Samba, Condomínio Rosalinda
Edifício 1B, 6º Andar
Luanda, Angola

Telefono: +244 917620923


E-mail: registry.mg@undp.org
Website: registry.ao@undp.org

Desenho: Ian Mungall


Angola
Directrizes de Envolvimento para a
Sociedade Civil
Índice
Prefácio 6
Reconhecimentos 7
Acrónimos 8

Introdução e Contextualização 10

Como usar as Dircetrizes de Envolvimento 12

1 Enquadramento Jurídico 14

2 Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma


Política 18
Instituições Chave no Executivo 19
Reforma Jurídica e de Políticas relevante para o Executivo 39
Instituição Chave no legislativo: Assembleia Nacional 41
Reforma de Leis e Políticas Relevantes para o Legislativo 44
Instituições Chave no Judiciário 49
Processos de Reforma Legal e de Políticas Relevantes ao Judiciário 50
Instituições Essenciais à Justiça 51
Autoridades Tradicionais 53

3 Instituições Regionais e Processos 56


Instituições Regionais 57
Processos Regionais 59

4 Instituições Internacionais e Processos 62


Instituições Internacionais 63
Processos Internacionais 64

5 Outros Atores Influentes 68


Primeira Dama 69
Líderes da Fé 69
Televisão 69
Rádio 69
Jornais e Revistas 70
Media Social 71
Organizações da Sociedade Civil 71
Universidades, Instituições e Académicos Eminentes 71

6 Leis e Políticas Relevantes 72


Leis 73
Políticas, Programas e Estratégias 74
Instituições 74

7 Principais Desafios Legais e Potenciais Oportunidades 76


Estigma e discriminação 77
Criminalização 79
População Chave 80
Acesso a justiça 81
Igualdade de Género e Mulheres 82
Crianças 83
Trabalho 83
Refugiados, Requerentes de Asilo, Migrantes e Apátridas 84
Proteção social/ segurança 84
Educação e Informação 84

8 Cronograma 86

Apêndices 88
Anexo A: Modelo de Relatório de Sobra da Comissão Africana 88
Anexo B: Modelo de Relatório Sombra para os Mecanismos Internacionais 91
Anexo C: Modelo de Formulário de Reclamação para Órgãos Internacionais
do Tratado 93
Anexo D: Diretrizes para submeter reclamações à Comissão Africana 95
Prefácio
Os actores da Sociedade Civil são necessários e insubstituíveis na reposta nacional na
luta contra o VIH/SIDA. As nossas organizações e os seus membros somos cruciais
na formulação, implementação e monitoria da resposta do país. A sociedade civil esta
preparada como ninguém para escutar e sondar às comunidades ao mesmo tempo que
damos voz a estas e m particular aos marginalizados.
Na Declaração Política sobre HIV e AIDS: Acelerar a Resposta para lutar contra o HIV e
acabar com a epidemia de AIDS até 2030, os Estados se comprometeram a estabelecer
mecanismos operacionais efetivos de prestação de contas, transparentes e inclusivos.
Comprometeram-se a atingir estes mecanismos com o envolvimento activo de pessoas
vivendo com VIH/SIDA, pessoas afectadas pela epidemia bem como das organizações da
sociedade civil relevantes na resposta nacional com o fim de apoiar a implementação e o
monitoramento do progresso dos planos nacionais.
Os conhecimentos, experiência e abordagem das pessoas que vivem com VIH/SIDA, das
populações chaves e vulneráveis, bem como das suas organizações são imprescindíveis para
garantir que seus direitos humanos em relação ao tratamento, cuidados e apoio abrangentes
ao HIV estejam presentes em leis que protegam às pessoas efectadas pelo VIH/SIDA assim
como nas políticas, programas, estratégias e ações do pais para combater este flagelo. Na
verdade, constitui um dever do Estado garantir que a comunidade seja consultada em todas
as fases da concepção das leis e das políticas, na execução e na avaliação dos programas
sobre VIH/SIDA. Para alem, o país deve facilitar que as organizações de base comunitária
possam desempenhar as suas atividades eficazmente.
As Dircetrizes para o Envolvimento da Sociedade Civil que vos apresentamos aqui são sem
dúvida um instrumento muito importante nas mãos das Organizações da Sociedade Civil
e das pessoas afectadas pela epidemia para se envolverem nos diferentes processos que
existem no país para a elaboração de leis e formulação de políticas. As Directrizes também
são uma importante ferramenta para o envolvimento da comunidade com os mecanismos
regionais e internacionais de direitos humanos que permitira às nossas organizações e a
comunidade beneficiar de todas os benefícios que estes mecanismos oferecem aos membros
da sociedade civil em prol da melhoria dos nossos direitos humanos.

6 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Reconhecimentos
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento agradece a todas as partes
envolvidas durante a elaboração desta importante ferramenta para o envolvimento da
sociedade Civil Angolana nos diferentes processos nacionais, regionais e internacionais.
Agradecemos de forma muito especial aos membros e organizações da Sociedade Civil que
se disponibilizaram para partilhar as suas boas practicas no seu cotidiano engajamento com
as autoridades nacionais e os mecanismos regionais e internacionais de direitos humanos.
Somos gratos às altas autoridades que partilharam connosco as suas experiências e boas
praticas na elaboração de leis e políticas. Em particular o nosso agradecimento vai à 10ª
Comissão do Parlamento Angolano por ter contribuído de forma precisa na explicação do
Regulamento da Assembleia Nacional. Do mesmo modo, um agradecimento especial para
a Directora Geral do Instituto Nacional de lta contra a SIDA por nos trazer de perto os
procedimentos e practicas na elaboração de planos e estratégias sectórias.
Gostaríamos finalmente de agradecer a equipa de consultores que finalmente elaborou
esta ferramenta. O consultor nacional Dr Gervyz Domingos e seu assistente o Dr Claudio
Kitamba foram essenciais na recolha de informação e confecção destas Directrizes que aqui
apresentamos. Pelo seu turno, os consultores do PNUD, Priti Patel e o Dr Emil Sirgado pela
revisão final, e UNDP Mamisoa Mamisoa Rangers, Mesfin Getahun, Senelisiwe Ntshangase
e Ian Mungall.

Reconhecimentos 7
Acrónimos
ACNUR Alto Comissario das Nações Unidas para os Refugiados
ANASO Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDA
ASCAM Associação de Solidariedade Cristã Ajuda Mútua
Carta Africana Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
CCT Convecção Contra a Tortura
CDPP Convenção Direitos das Pessoas com Deficiência
CEDAW Convecção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres
CIERNDH Comissão Intersectorial para a Elaboração de Relatórios
Nacionais de Direitos Humanos
CILAD Comité Interministerial de Luta Anti-Drogas
Comissão Africana Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
CRA Constituição da República de Angola
DSTs Doenças Sexualmente Transmissíveis
ES Engagement Scan
INALUD Instituto Nacional de Luta Anti-Drogas
INLS Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA
MASFAMU Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher
MCP Mecanismo de Coordenação do País
MINEDU Ministério da Educação
MINFIN Ministério das Finanças
MININT Ministério do Interior
MINSA Ministério da Saúde
MIJUSDH Ministério da Justiça e Direitos Humanos
OAFLA Organisation of African First Ladies against HIV/AIDS
Organização das Primeiras Damas Africanas Contra o HIV/
SIDA
ONGs Organizações Não-Governamentais
ONUSIDA Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/ SIDA
OSCs Organizações da Sociedade Civil
PEN Plano Estratégico Nacional
PGR Procurador Geral da República
PIDCP Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Polípticos
PNUD Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
RAN Regimento da Assembleia Nacional
RNA Rádio Nacional de Angola
RPU Revisão Periódica Universal

8 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


SADC Southern African Development Community
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
SSR Saúde Sexual Reprodutiva
TPA Televisão Pública de Angola
UA União Africana
UNFPA United Nations Population Fund
Fundo das Populações das Nações Unidas
UNICEF United Nations Children’s Fund
Fundo das Nações Unidas para Infância

Acrónimos 9
Introdução e
Contextualização
Segundo o censo de 2014 do Instituto Nacional de Estatística, Angola possui 25.789.024
habitantes, dos quais 52% são do sexo feminino e 48% do sexo masculino. Segundo
ao Inquérito de Múltiplos e Indicadores de Saúde 2015-2016 do Instituto Nacional de
Estatística,1 realizado em colaboração com o Ministério da Saúde, Angola tem uma epidemia
generalizada de VIH, com uma prevalência estimada de 2,2%, inferior à dos outros países
do mundo da região subsaariana. A taxa de prevalência do VIH na população entre 15 e
49 anos é de 2% (2,6% entre as mulheres e 1,2% entre os homens). A prevalência entre
jovens de 15 a 24 anos é de 0,9%; é relativamente maior entre as mulheres (1,1%) e entre
20 e 22 anos (2,1%).
Existe conhecimento insuficiente sobre o VIH e SIDA entre as pessoas em Angola. Dados
recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) afirmam que a grande maioria dos
homens e mulheres entre os 15 e os 49 anos já ouviu falar de VIH/SIDA (82% das
mulheres e 92% dos homens), mas apenas 32% das mulheres e 35% dos homens têm
um conhecimento abrangente sobre VIH e AIDS. O conhecimento abrangente de pessoas
entre 15 e 24 anos de idade de ambos os sexos é igualmente baixo (uma em cada três
pessoas). No que diz respeito à transmissão de mãe para filho, pouco mais da metade dos
homens (57%) e das mulheres (53%) conhecem as três formas de transmissão do HIV de
mãe para filho.
As pessoas que vivem com o VIH continuam a enfrentar uma discriminação significativa.
Cerca de um terço dos homens e mulheres entre 15 e 49 anos apresentam atitudes
discriminatórias em relação às pessoas que vivem com o VIH. Cerca de 1 em cada 5 homens
entre 15 e 49 anos (18%) tiveram dois ou mais parceiros sexuais nos 12 meses anteriores
à pesquisa, dos quais apenas 30% usaram preservativo durante o último encontro sexual.
Entre os homens, o número médio de parceiros sexuais ao longo da vida é de 6,7. Com
relação ao sexo pago, 5% dos homens entre 19 e 45 anos relataram ter pago por sexo nos
12 meses anteriores à pesquisa, entre os quais 71% usaram preservativo na última relação
sexual paga. No teste, a pesquisa revelou que 30% das mulheres e 20% dos homens com
idades entre 15-49 anos fizeram e receberam resultados dos testes de VIH nos 12 meses
anteriores à pesquisa.
Quanto ao quadro jurídico, a Constituição de 2010 contem fortes disposições que garantem
as liberdades, garantias e direitos fundamentais das pessoas. Essas disposições proporcionam
aos indivíduos um amplo e favorável quadro jurídico para a realização de sua personalidade.
Elas também procuram proteger às pessoas de todas as formas de discriminação, garantindo
a igualdade. Ainda mais, a Constituição estabelece que as liberdades fundamentais devem
ser interpretadas de acordo com o direito internacional dos direitos humanos, tanto regional
quanto global. Embora o governo tenha se comprometido e continue a envidar esforços para

1 Inquérito de Indicadores múltiplos de Saúde (IIMS) 2015-2016. Instituto Nacional de Estatística, Governo de Angola.
2017. p. 215 e p.247.

10 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


garantir a realização dos direitos humanos, ainda é urgente adotar medidas para realizar
os direitos humanos, incluindo o direito à saúde, o direito à vida, o direito à associação, o
direito à educação, ao acesso à cultura, à liberdade de expressão e ao direito de dar e buscar
informações, entre outros.
As Organizações da Sociedade Civil (OSC) em Angola são comuns. Elas diferem em
termos de finalidade social, funções, tamanho, níveis de recursos, formas organizacionais,
abrangência geográfica, experiências históricas, contextos culturais, agendas, ideologias,
estratégias e abordagens. Em geral, as OSC proporcionam espaços para o engajamento
cívico e oportunidades de ação coletiva da comunidade em questões específicas,
mobilizando a sociedade para articular demandas e manifestar preocupações nos níveis
local, nacional, regional e internacional. Dependendo do seu mandato, eles assumiram
vários papéis para defender interesses específicos em todo o amplo espectro de direitos
humanos internacionais e direito humanitário. As OSCs trabalham de forma independente
e colaborativa, dependendo das circunstâncias.
Actualmente, existem vários tipos de organizações da sociedade civil em Angola. Elas
incluem organizações não-governamentais nacionais, ONGs internacionais, organizações
religiosas e redes / alianças. ONGs internacionais e nacionais se concentram em questões
nacionais e sua área geográfica de operações na maioria dos casos é nacional. Organizações
religiosas, como a Associação de Solidariedade Cristã Ajuda Mútua, direcionam seus
esforços para atender às necessidades espirituais, sociais e culturais de seus membros e da
comunidade e estão engajadas em diversos setores, incluindo os direitos humanos em geral
e o VIH em particular. Existem também redes ou alianças, que são OSCs que se juntaram
estrategicamente por trás de uma questão temática. A Rede Angolana das Organizações
de Serviços da SIDA (ANASO), uma rede de organizações que abordam o VIH, é um
exemplo de rede ou aliança. Além disso, grupos como sindicatos e grupos de interesse,
como associações profissionais, envolvem-se com instituições nacionais e internacionais
para influenciar leis e políticas.
No geral, o Governo de Angola está aberto ao envolvimento com as OSCs. Elas são
regularmente convidadas a fazer parte de comissões / grupos / comités criados para a
elaboração de planos, estratégias e até leis. No entanto, as OSCs ainda enfrentam vários
obstáculos. Por exemplo, as OSCs carecem de recursos humanos e financeiros, já que
adquirir fontes de financiamento sustentáveis é​​ um desafio. Além disso, as OSCs concentram-
se principalmente em Luanda e nas capitais provinciais, portanto, em locais remotos a
sociedade civil organizada é quase inexistente. As OSCs também enfrentam barreiras legais
para obter a legalização das autoridades.

Introdução e Contextualização 11
Como usar as Dircetrizes de
Envolvimento
O propósito da das Directrizes de Envlvimento é fornecer uma ferramenta para as OSCs
que trabalham com VIH e direitos de saúde sexual e reprodutiva (SSR) para planejar e se
envolver estrategicamente e advogar por reformas e acções jurídicas e de políticas onde
foram identificados lacunas e desafios. Ao mesmo tempo oferece oportunidades para o
fortalecimento de parcerias mutuamente benéficas com o governo e outros atores chave
relevantes do país na formulação, adoção e implementação de acções apropriadas.
Estas Directrizes destinam-se a auxiliar o plano das OSCs no seu envolvimento em
reformas jurídicas e de políticas. Proporciona uma base legal e informações sobre as várias
instituições relevantes envolvidas nas reformas jurídicas e de políticas, processos específicos
e oportunidades chaves.
Este é um documento vivo. Por um lado, o cronograma / calendário de eventos deve ser
atualizado regularmente com novas informações sobre como abordar as oportunidades de
advocacia. Por outro lado, o documento de referência descreve as principais instituições nos
processos de reforma jurídica e de políticas bem como os principais processos de reforma
jurídica e política, por tanto, deve ser revisado e atualizado a cada quatro anos, ou sempre
que necessário, para levar em conta o possível realinhamento das funções e mandatos dos
ministérios, departamentos governamentais e restantes instituições.
O documento está organizado da seguinte forma:
Seção 1: Introdução e Contextualização
Fornece um histórico sobre as estatísticas de Angola sobre o HIV e fatos relevantes sobre
direitos humanos, HIV e a lei
Seção 2: Como Usar as Directrizes de Envolvimento
Descreve como as Diretrizes de Envolvimento estão organizadas
Seção 3: Enquadramento jurídico
Fornece uma base sobre o enquadramento jurídico em Angola, incluindo as leis de Angola
e os tratados internacionais e regionais de direitos humanos aplicáveis em Angola.
Seção 4: Instituições Chave Relevantes para o Direito e Reforma Política
Discute as instituições e processos domésticos relevantes para mudar leis e políticas. Oferece
detalhes de contacto e formas pelas quais as OSCs podem se envolver com instituições
nacionais e internacionais relevantes.
Seção 5: Processos Regionais e Instituições
Discute as várias instituições regionais e processos que podem mudar leis e políticas.

12 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Seção 6: Processos Internacionais e Instituições
Discute as várias instituições e processos internacionais que podem mudar leis e políticas.
Seção 7: Outros Atores Influentes
Identifica outros atores influentes domésticos, como a Primeira Dama, a média e as próprias
OSCs.
Seção 8: Leis e Políticas Relevantes
Uma lista de leis e políticas relacionadas ao VIH/SIDA.
Seção 9: Principais Desafios Legais e Oportunidades Potenciais
Descreve sucintamente as principais questões do país em torno do VIH/ SIDA. Lista as
oportunidades potenciais de advocacia para abordar algumas das principais recomendações
identificadas na secção 8. Ela descreve várias estratégias de advocacia para abordar as
lacunas no quadro legal e de políticas.
Seção 10: Cronograma
Fornece um cronograma listando datas-chave para possíveis oportunidades de advocacia.
O cronograma precisa ser atualizado regularmente à medida que mais informações sobre
as principais datas estiverem disponíveis.

Como usar as Dircetrizes de Envolvimento 13


Acesso
de
Estado
Direito

S ocia l
Ju s t i ç a
de
Igualda

1
Enquadramento Jurídico

14 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


As principais leis em Angola incluem o seguinte:
1. A Constituição da República;2
2. Leis, tratados3 e estatutos promulgados pelo Parlamento, autoridades públicas e locais,
desde que cumpram com a Constituição; e
3. Direito Costumeiro, que é consistente com a Constituição.4
A Constituição é a lei suprema da República de Angola.5
Angola ratificou vários tratados globais e regionais de direitos humanos relevantes para o
VIH:
• Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
• Protocolo Facultativo (1) ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos
• Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais
• Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres
• Procedimento de Inquérito da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres
• Convenção sobre os Direitos da Criança
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança sobre o envolvimento
de crianças em conflitos armados
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo à venda de
crianças, prostituição infantil e pornografia infantil
• Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD)
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
• Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
• Carta Africana dos Direitos e Bem-Estar da Criança
• Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre os Direitos das
Mulheres em África
Angola assinou, mas não ratificou os seguintes tratados. Ainda assim, Angola é obrigada a
respeitar o objeto e o propósito destes tratados:

2 Constituição n.º 2010/10; Assembleia Nacional “Constituição da República de Angola, 2010” Diário da República
Iª Série n.º 23 de 5 de fevereiro de 2010. (CRA 2010)
3 Os acordos internacionais e os Tratados fazem parte do sistema jurídico de Angola após aprovação ou ratificação,
desde que vinculem internacionalmente o Estado angolano. Artigo 13 da Constituição. Angola tem uma abordagem
dualista do Direito Internacional Público https://www.constituteproject.org/constitution/Angola_2010.pdf?lang=en
4 Artigo 7 CRA 2010
5 Artigo 6 CRA 2010

1. Enquadramento Jurídico 15
• Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial6
• Segundo Protocolo Opcional ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos7
• Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes (CCT)8
• Protocolo Facultativo da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Punições
Cruéis, Desumanos ou Degradantes9
• Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento
Forçado
Infelizmente, existem vários tratados internacionais e regionais que Angola ainda não
assinou:
• Convenção sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e
Membros de Suas Famílias
• Protocolo Opcional ao Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais
• Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança sobre um Procedimento
de Comunicação
• Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre o Estabelecimento
do Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos.10
Angola expressou numa Note Verbale11 direcionada ao Presidente da Assembleia Geral as
suas promessas e compromissos voluntários para a sua candidatura ao Conselho de Direitos
Humanos 2018-2022:
(a) Ratificar a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes e o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura;
(b) Ratificar as convenções da Organização Internacional do Trabalho, incluindo as
relativas aos trabalhadores migrantes (nºs 97 e 143), liberdade de associação, direito
de organização e negociação coletiva (nºs 87 e 98), trabalhadores domésticos (nº. 189)
e agências de emprego privadas (Nº 181), e considere a procura de assistência técnica
da organização para assegurar que a legislação e as práticas angolanas estão de acordo
com estas convenções, no próximo ano;
(c) Ratificar o Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura; e
(d) Ratificar a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial;

6 De acordo com as promessas e compromissos voluntários de Angola, a CIEFDR está em processo de ratificação. Doc
A / 72/79, par. 6; 26 de abril de 2017, Assembleia Geral das Nações Unidas.
7 idem
8 idem
9 idem
10 A República de Angola assinou o Protocolo em 22 de janeiro 2007.
11 Doc A / 72/79, par. 11, 26 de abril de 2017, Assembleia Geral das Nações Unidas. Compromissos e compromissos
voluntários em conformidade com a resolução 60/251 da Assembleia Geral

16 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


No nível sub-regional, Angola é membro da Comunidade de Desenvolvimento da África
Austral (SADC). O Artigo 4(c) do Tratado da SADC estipula que “os direitos humanos, a
democracia e o estado de direito” são princípios orientadores dos atos dos seus membros.
Além disso, de acordo com o Artigo 5.1 (i) do Tratado da SADC, um dos objetivos da
SADC é combater a SIDA ou outras doenças mortais e transmissíveis.
Angola também aderiu à Estratégia Regional de 2018 para a prevenção, tratamento e
cuidados do HIV e os direitos de SSR entre as populações-chave. A maioria das definições
adotadas por esta estratégia baseia-se nas Diretrizes Consolidadas sobre Prevenção,
Diagnóstico, Tratamento e Assistência ao HIV para Populações-Chave da Organização
Mundial da Saúde.

Oportunidade Chave: Reclamacoes Aos Orgaos Internacionais


Reclamações individuais podem ser feitas aos seguintes organismos internacionais:
� Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres
por violações da CEDAW
� Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência por violações da CDPD.
� Comitê de Direitos Humanos por violações do PIDCP.
Como registrar uma reclamação é coberto na seção 6.

1. Enquadramento Jurídico 17
Género
Direitos
os
Human

ão
Protecç
e
Equidad

2
Principais Instituições
Nacionais Relevantes para
Lei e Reforma Política
18 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA
A Constituição delineia a lei e os poderes de reforma política de várias instituições
governamentais, nomeadamente no âmbito dos poderes executivo, legislativo e judiciário
do governo, ao abrigo do Título IV.12 Esses incluem:
• O Presidente da República;
• Vice-Presidente
• Órgãos Auxiliares do Presidente da República
• Assembleia Nacional (Parlamento); e
• Tribunais
Além disso, o Título V refere-se à Administração Pública. O Título VI refere-se a Estruturas
Locais como Autoridades Locais e Autoridades Tradicionais.

Instituições Chave no Executivo


Os poderes e obrigações do executivo estão descritos no Título IV, Capítulo II da Constituição
(2010). O Presidente da República exerce o poder executivo, assistido por um Vice-
Presidente, Ministros de Estado e Ministros. Os Órgãos Auxiliares do Presidente incluem
o Conselho de Ministros, o Conselho da República e o Conselho de Segurança Nacional.

Presidente
O Presidente da República é o Chefe do Estado e do Executivo. Ele também é o comandante-
em-chefe das Forças Armadas. No exercício do poder executivo, o PR é assistido pelo
Vice-Presidente, Ministros de Estado e Ministros. Os ministros de Estado e de Ministros são
assistidos pelos Secretários de Estado ou pelos vice-ministros.13
O Presidente tem cinco (5) áreas de responsabilidades:
• Ser o Chefe do Estado;
• Exercer Poder Executivo;
• Questões relacionadas com relações internacionais;
• Como comandante em chefe; e
• Questões relacionadas à segurança nacional.14
Além disso, de acordo com o Artigo 124 da Constituição da República de Angola de 2010
(CRA), o Presidente da República deverá promulgar as leis da Assembleia Nacional.
As responsabilidades relevantes do Presidente são as seguintes:

12 Art. 105 et seq. CRA 2010


13 Art. 108 CRA 2010
14 Arts. 119-123 CRA 2010

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 19


• Promover em frente ao Tribunal Constitucional, a fiscalização preventiva da
constitucionalidade15 e fiscalização abstracta sucessiva16 da constitucionalidade, bem
como as omissões inconstitucionais;17
• Nomear e exonerar os Ministros de Estado, Ministros, Secretários de Estado e Vice-
Ministros do Gabinete;
• Remoção de gabinete;
• Nomeação de quatro (4) juízes, incluindo o Juiz Presidente do Tribunal Constitucional e
o Juiz Presidente do Supremo Tribunal e os outros juízes do referido Tribunal. Outros
juízes do Tribunal Constitucional são nomeados pela Assembleia Nacional e pelo
Conselho Superior do Poder Judiciário;18
• Nomear e exonerar do cargo os Governadores Provinciais e os Vice-Governadores;
• Convocar referendos, nos termos da Constituição e da lei;
• Perdoar ofensas ou comutar sentenças;
• Promulgar e ordenar a publicação da Constituição, leis de revisão constitucional e leis
da Assembleia Nacional;
• Definir a orientação política do país;
• Direcionar a política nacional;
• Definir a estrutura organizacional e estabelecer a composição do poder executivo;
• Solicitar autorização para legislar da Assembleia Nacional, nos termos da Constituição;
• Iniciar legislação, com base em propostas de legislação apresentadas à Assembleia Nacional;
• Convocar e presidir as reuniões do Conselho de Ministros e definir as agendas;
• Dirigir e orientar o trabalho do Vice-Presidente, Ministros de Estado, Ministros e
Governadores Provinciais;
• Elaborar os regulamentos necessários para a correta execução das leis;
• Assinatura e ratificação de tratados, convenções, acordos e outros instrumentos
internacionais, conforme apropriado e depois de aprovados; e
• Nomear e exonerar do cargo o Comandante Geral da Polícia Nacional e os Vice-
Comandantes da Polícia Nacional, em consulta com o Conselho de Segurança
Nacional.19
O Presidente, no exercício de suas funções, emite Decretos Presidenciais, Decretos
Legislativos Presidenciais Provisórios, Decretos Presidenciais e Despachos Presidenciais.
Estes atos normativos serão publicados no Diário da República.20

15 Arts. 228-229 CRA 2010


16 Arts. 230-231 CRA 2010
17 Art. 232 CRA 2010; Art. 119(d), CRA 2010
18 Art. 180 (3). a) & 181 (2). (3) CRA 2010
19 Para outras competências em nomeação de Agentes de Polícia ver Art. 122 g) h).
20 Art. 125(1), CRA 2010

20 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Contacto
Palácio Presidencial
Rua 17 de Setembro, Cidade Alta, Luanda
Luanda, Angola
http://www.governo.gov.ao/Presidente.aspx

Como as OSCs podem se envolver com o Presidente?


• Estenda a mão e marque uma reunião com a Primeira Dama, que se juntou à
campanha Free To Shine da Organização das Primeiras-Damas Africanas Contra
o HIV / SIDA (OAFLA) e da União Africana (UA).

Vice-Presidente
O Vice-Presidente é um orgão auxiliar do Presidente da República no exercício da sua
função executiva. Ele ou ela assume o papel de Presidente se o Presidente estiver ausente
do país, incapaz de desempenhar suas funções e em quaisquer situações nas quais ele esteja
temporariamente impossibilitado de exercer suas funções. Se o cargo de Presidente ficar
vago, o Vice-Presidente cumpre os deveres do Presidente pelo restante do mandato eleito.21

Contacto
Palácio Vice-Presidencial
Rua 17 de Setembro, Cidade Alta, Luanda
Angola
http://www.governo.gov.ao/vicepresidente.aspx

Como as OSCs podem se envolver com o Vice-Presidente?


• Envolva-se com o Vice-Presidente, contactando a Comissão Nacional de Luta
Contra o VIH/SIDA e Grandes Endemias e solicitando uma reunião ou fornecendo-
lhes informações relevantes.

Órgãos Auxiliares do Presidente da República22


Os órgãos auxiliares do Presidente incluem o seguinte:23
• O Conselho da República;

21 Art 131, 132 CRA 2010


22 Art134, 135 e 136 CRA 2010
23 Titulo IV, Capitulo II, secção V da CRA 2010.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 21


• Conselho de Ministros;
• Conselho de Segurança Nacional 24
O Decreto Legislativo Presidencial 3/17 de 13 de outubro estabelece a organização e
funcionamento dos órgãos auxiliares do Presidente da República.25

Conselho da República26
O Conselho da República é um órgão consultivo e presta assessoria ao Presidente em
assuntos relacionados com políticas e estratégias de segurança nacional, incluindo a
organização, funcionamento e regulação das Forças Armadas, a Polícia Nacional e outros
órgãos que garantem a ordem constitucional e, em particular, os órgãos de inteligência e
segurança do Estado.
O Presidente preside ao Conselho, e é composto pelo Vice-Presidente, o Presidente da
Assembleia Nacional, o Presidente do Tribunal Constitucional, o Procurador Geral, ex-
presidentes que não foram demitidos, líderes dos partidos políticos e coalizões de partidos
políticos representados na Assembleia Nacional, e dez cidadãos nomeados pelo Presidente
por um período de tempo correspondente ao seu mandato.

Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros auxilia o Presidente na formulação e execução de políticas e na
administração pública. O Presidente preside o Conselho de Ministros, que inclui o Vice-
Presidente, Ministros de Estado e Ministros.
Conselho de Ministros é responsável por fornecer aconselhamento nas seguintes áreas
relevantes:
• Políticas governamentais e sua execução;
• Propostas legislativas a serem submetidas à Assembleia Nacional para aprovação;
• Legislação presidencial;
• Instrumentos de planeamento nacional;
• Regulamentos presidenciais exigidos para a correta execução das leis;
• Acordos internacionais que exigem a aprovação do Presidente; e
• A adoção de medidas gerais necessárias para executar o programa de governança do
Presidente.

24 Art 136 CRA 2010


25 Decreto Legislativo Presidencial 3/17, Presidente da República, Aprovação da Organização e Funcionamento dos
Órgãos Auxiliares do Presidente da República. Diário da República Iª Série 179 de 13 de outubro de 2017
26 Art. 136 CRA 2010

22 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Ministérios, Instituições e Comissões
Ministérios são uma parte essencial do Executivo. No exercício dos poderes que lhes são
delegados pelo Presidente, os Ministros de Estado e de Ministros emitem Decretos Executivos
e Despachos, que são publicados no Diário da República.27 Embora nem todos os estatutos
orgânicos que estabelecem ministérios aprofundem nesta disposição constitucional, todos
os ministérios estão vinculados a ela.
Os ministérios são compostos por Órgãos e Serviços. Embora a estrutura de cada ministério
seja baseada em seus mandatos específicos, a maioria deles segue um padrão comum. A
maioria dos ministérios tem dois tipos de órgãos: Central (Ministro e Secretários Estaduais)
e Consultivo (principalmente Conselho de Direção e Conselho Consultivo). Os Conselhos
Consultivos têm suas próprias regras internas que são aprovadas pelo Ministro. Geralmente,
os ministérios têm um conselho consultivo e de direção. Por regra, os Ministros podem,
quando necessário, convidar outras pessoas físicas ou jurídicas para participar das sessões
desses conselhos.
Em relação aos Serviços, estes podem ser de apoio, técnicos ou instrumentais ou executivos,
diretos ou locais. Serviços técnicos relevantes são Gabinete de Comunicação Institucional e
Imprensa, Gabinete de Intercâmbio e Cooperação, Gabinete Jurídico, Gabinete de Estudos
e outras atividades relacionadas. Essas atividades diferem de ministério para ministério, elas
incluem informação, planeamento, estatística, entre outras.
Além disso, os Ministérios tutelam outras instituições, como o Instituto Nacional de Luta
contra a SISA (INLS). Estes institutos têm um alto grau de autonomia, por ex. autonomia
financeira e administrativa.
Existem também comissões importantes que detêm mandatos específicos, ex. para
combater o VIH/SIDA, para a elaboração de Relatórios Nacionais de Direitos Humanos.
As comissões não estão necessariamente sob a supervisão de um ministério. É o caso da
Comissão Nacional de Luta Contra o HIV / Sida e Grandes Epidemias, cuja presidência
é, por lei, mantida pelo Presidente ou a quem ele delegar. Atualmente, a presidência desta
Comissão é ocupada pelo Vice-Presidente.28
Os Ministérios, Instituições e Comissões relevantes são os seguintes:
• Ministério da Saúde
• Comissão Nacional de Luta Contra o VIH/SIDA e Grandes Epidemias
• Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA
• Mecanismo de Coordenação Nacional do Fundo Global de luta contra a SIDA,
Tuberculose e Malária
• Ministério da Justiça e Direitos Humanos
• Comitês Provinciais de Direitos Humanos

27 Art. 137 CRA 2010


28 Despacho Presidencial 93/11 Delegando a Presidência da Comissão ao Vice-Presidente. Diário da República Iª
Série 234 de 6 de dezembro de 2011

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 23


• Comitê Interministerial de Luta Anti-Drogas
• Comissão Intersectorial para a Elaboração de Relatórios Nacionais de Direitos Humanos
• Ministério do Interior
• Ministério da Juventude e Desportos
• Ministro da Educação
• Ministério das Finanças

Como as OSCs podem se envolver com Ministérios, Instituições e


Comissões em geral
• As OSCs podem abordar Ministérios, Instituições e Comissões para fornecer
evidências sobre a necessidade de ação em suas obrigações de respeitar, proteger
e realizar os direitos humanos e as liberdades e garantias constitucionais.
• As OSCs podem apoiar os ministérios na realização de análises específicas, bem
como na apresentação de documentos de posicionamento.
• As OSCs também podem abordar Ministérios, Instituições e Comissões para
discutir e levantar preocupações em relação a lacunas, desafios e oportunidades
específicas nos quadros jurídicos e de políticas.
• As OSCs podem, de forma cooperativa, chamar a atenção de Ministérios,
Instituições e Comissões para atender suas necessidades na elaboração, aprovação
e implementação de legislação, políticas e estratégias, incluindo mecanismos de
monitoria e avaliação.
• Continuar e solidificar as boas práticas existentes na interação entre as OSCs com os
Ministérios, Instituições e Comissão, por exemplo participação na implementação
de projetos, participação na elaboração e aprovação de políticas e estratégias,
consultas para elaboração de relatórios de ministérios.

Como as OSCs podem contactar e se envolver especificamente com cada ministério e com
a comissão são abordados abaixo.

Ministério da Saúde
Decreto Presidencial 21/18 de 30 de janeiro aprova o Estatuto Orgânico do Ministério da
Saúde.29 De acordo com o artigo 1, a missão do Ministério da Saúde (MINSA) é definir e
implementar a Política Nacional de Saúde, promover a execução do programa de saúde
do Executivo e o exercício das correspondentes funções normativas e de monitoramento
visando a cobertura universal de saúde do país e contribuir para o desenvolvimento social
e econômico.
No exercício das suas competências, o Ministro pode emitir Decretos Executivos e Despachos

29 Decreto Presidencial 21/18 de 30 de janeiro, Diário da República Iª Série n.º 13 de 30 de Janeiro de 2018

24 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


que serão publicados imediatamente no Diário da República. Sempre que permitido por
lei ou regulamento, esses actos podem ser conjuntos. Em questões de caráter interno, o
Ministro emite Ordens de Serviço, Circulares e Diretrizes.30
Os Serviços Executivos Directos relevantes no Ministério da Saúde são:
• Direção Nacional de Medicamentos e Equipamentos
• Direção Nacional de Recursos Humanos
• Direção Nacional de Saúde Pública
• Direção Nacional de Hospitais
Direções Nacionais são divididas em departamentos. Um departamento muito relevante
para a reforma jurídica e de políticas relacionada ao VIH é o Departamento de Saúde
Reprodutiva, na Direção Nacional de Saúde Pública.
A Tabela de Ministério é fornecida no Anexo II do Decreto Presidencial 21/18. Aqui como
Anexo I.

Contacto
Avenida Amílcar Cabral, travessa do Banco de Urgência do Hospital Josina Machel
Maria Pia (Maianga), 1º Andar
Luanda, Angola
Tel: 222 338 843
http://www.minsa.gov.ao/

Como as OSCs podem se envolver com o Ministério da Saúde?


• As OSCs devem envolver o Conselho Consultivo e o Conselho de Direção do
Ministério e o Gabinete de Comunicação para fornecer evidências sobre as
barreiras relevantes enfrentadas pelas populações-chave; participar como parceiros
em importantes processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e
apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.31
• As OSCs podem entrar em contato com o Mecanismo de Coordenação do Fundo
do Fundo Mundial para levantar preocupações relacionadas à saúde.
• As OSCs devem aproveitar as oportunidades quando disponíveis para apresentar
projetos nos diferentes departamentos, direções e instituições.
• As OSCs podem enviar reclamações ao Ministério da Saúde.
• As OSCs podem abordar diferentes departamentos, direções e utilizar práticas
bem estabelecidas para chegar a autoridades locais, diretores nacionais e chefes
de departamentos e Secretários de Estado e Ministros.

30 Art 6 DP 21/18
31 Arts. 9.3 e 10.3, DP 21/18 O Ministro da Saúde poderá, quando necessário, convidar outras pessoas físicas ou
jurídicas para participarem das sessões dos respetivos Conselhos.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 25


Comissão Nacional de Luta Contra o VIH/ SIDA e Grandes Endemias
O Decreto 1/03 do Conselho de Ministros cria a Comissão Nacional de Luta Contra o
HIV / SIDA e Grandes Epidemias.32 A Comissão é responsável por coordenar e orientar
a resposta ao VIH/SIDA e outras grandes epidemias. É um órgão intersectorial composto
pelos Ministérios da Saúde, Interior, Finanças, Educação, entre outros.
Suas principais funções são as seguintes:
• promover o envolvimento de diferentes parceiros governamentais na resposta ao VIH/
SIDA;
• mobilizar e coordenar os recursos intersectoriais necessários para abordar o VIH/SIDA;
• garantir a implementação do Plano Estratégico Nacional (PEN), objetivos e programas
após a aprovação; e
• monitorizar e avaliar a implementação das atividades do PEN e os diferentes projetos e
planos de ação dos diferentes sectores a nível nacional.
O Despacho 14/05 do Presidente da República aprova as Regras da Comissão Nacional de
Luta Contra o HIV / SIDA e Grandes Epidemias.33

Contacto
Palácio Vice-Presidencial
Rua 17 de Setembro, Cidade Alta, Luanda
Angola
http://www.governo.gov.ao/vicepresidente.aspx

Como as OSC podem se envolver com a Comissão Nacional de Luta


Contra o HIV / SIDA e Grandes Epidemias
• As OSCs podem solicitar uma reunião com o Vice-Presidente responsável
pela Comissão ou fornecer à Comissão informação relevante sobre violações
relacionadas com o VIH e lacunas no quadro jurídico do VIH.

NOTA: Esta Comissão não funciona há muitos anos. No entanto, foi reativado no final de
2017.

Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA


O Instituto Nacional de Luta Contra a SIDA34 (INLS) foi criado pelo Decreto 7/05 do
Conselho de Ministros. O INLS é o órgão técnico que executa as políticas delineadas pelo

32 O Decreto 1/03 de 10 de janeiro de 2003, Conselho de Ministros, cria a Comissão Nacional de Luta contra VIH
/ SIDA e Grandes Endemias. Diário da República I Série N.º 2 de 10 de janeiro de 2003
33 Diário da República Iª Série N.º 119 de 5 de outubro de 2005
34 Decreto 7/05, de 9 de março de 2005, Cria o Instituto Nacional de Luta contra a SIDA, INLS. Diário da

26 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Ministério da Saúde que tratam de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), incluindo
VIH/SIDA.
Suas principais responsabilidades incluem o seguinte:
• assegurar a implementação de políticas, programas e planos nacionais de DST e VIH/
SIDA;
• produzir padrões clínicos;
• definir e coordenar ações de treinamento, informação, educação, comunicação,
aconselhamento, tratamento e acompanhamento no campo das DSTs e VIH/SIDA; e
• colaborar com organizações internacionais que trabalham em DSTs e VIH/SIDA.

Contacto
Av. do 1º Congresso do MPLA 67, Ingombota
Luanda, Angola
Tel: 222 371 713

Como as OSCs podem se envolver com o Instituto Nacional de Luta


Contra o SIDA
• As OSCs podem apresentar projetos nos diferentes Departamentos e Direção
quando solicitados a fazê-lo.
• As OSCs podem abordar os Departamentos e Direções para fornecer evidências
sobre as barreiras relevantes enfrentadas pelas populações chave; participar
como parceiros em importantes processos de tomada de decisão; realizar análises
específicas; e apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs podem propor estudos e revisão ou atualização de políticas existentes.
• As OSCs podem apoiar o INLS na identificação de lacunas, desafios e oportunidades.
• As OSCs podem apoiar o INLS na mobilização de recursos.
• As OSCs podem solidificar as ligações estabelecidas ou criar novas ligações com
o INLS.

Instituto Nacional da Luta Anti-Drogas (INALUD)


O Instituto Nacional da Luta Anti- Drogas (INALUD) é supervisionado pelo Ministério da
Saúde.35 É encarregado de promover a implementação de uma política integrada para

República Iª Série 29 de 9 de março de 2005


35 Decreto Presidencial n.º 79/18; Presidente da República “Transfere a superintendência do Instituto Nacional de Luta
Anti-Drogas, INALUD, do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos para o Ministério da Saúde, altera o artigo
3.º do Estatuto Orgânico do INALUD, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 231/13, de 30 de Dezembro e o

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 27


prevenir, reduzir e combater o consumo de drogas lícitas e ilícitas, o uso nocivo do álcool e
a redução da dependência de drogas.

Contacto
Rua do MAT, Complexo Administrativo Clássico de Talatona, Municipio Belas,
Luanda, Angola
http://inalud.blogspot.com/

Como as OSCs podem se envolver com o INALUD?


• As OSCs podem abordar o INALUD para fornecer evidências sobre as barreiras
relevantes enfrentadas pelas populações-chave; participar como parceiros em
importantes processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e
apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs também podem enviar suas opiniões online no http://inaludnossocontacto.
blogspot.com/.

Mecanismo de Coordenação Nacional do Fundo Global (MCN)


O Fundo Global opera um Mecanismo de Coordenação Nacional em Angola. O MCN é
um comitê nacional que submete pedidos de financiamento ao Fundo Global em nome de
todo o país. É presidido pela Secretária de Estado para a Família e o Empoderamento das
Mulheres, que é assistido pelo Secretário de Estado da Saúde e pelo Diretor da ANASO
na sua capacidade como representante de uma rede OSC de pessoas vivendo com o VIH.
O MCN:
• Coordena o desenvolvimento do pedido nacional de financiamento
• Nomeia o Principal Destinatário
• Supervisiona a implementação de subvenções aprovadas
• Aprova todos os pedidos de reprogramação
• Garante ligações e consistência entre os subsídios do Fundo Global e outros programas
nacionais de saúde e desenvolvimento

artigo 3.º do Estatuto Orgânico do Ministério da Saúde, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 21/18, de 30 de
janeiro” Diário da República Iª Série n.º 36 de 15 de março de 2018

28 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Contacto
Avenida Amílcar Cabral, travessa do Banco de Urgência do Hospital Josina Machel
(casa sem número) - Maria Pia (Maianga)
Luanda, Angola

Como as OSCs podem se envolver com o MCN?


• As OSCs podem interagir com o MCN através do Secretariado do MCP ou através
da ANASO para influenciar o que é coberto nas propostas de subvenções e como
as subvenções são implementadas.
• As OSCs podem trabalhar com o MCN para aumentar a conscientização sobre
questões que afetam às populações-chave.

Ministério da Justiça e Direitos Humanos


O Decreto Presidencial 77/18, de 15 de março, aprova o Estatuto Orgânico do Ministério
da Justiça e Direitos Humanos.36 De acordo com artigo 1.1, o Ministério da Justiça e
Direitos Humanos (MINJUSDH) é responsável pela formulação e condução, execução e
avaliação das políticas de justiça e pela promoção, proteção e observância dos direitos
humanos.
No exercício das suas competências, o Ministro emitirá Decretos Executivos e Despachos
que serão publicados imediatamente no Diário da República. Em questões de caráter
interno, o Ministro emite Ordens de Serviço, Circulares e Diretrizes e Despachos Internos.37
Serviços Diretos Executivos Relevantes no (MINJUSDH) são:
• Direção Nacional de Direitos Humanos
• Direção para Mecanismos Alternativos de Resolução de Disputas.38 O Centro de
Resolução Alternativa de Litígios depende organicamente desta Direção.39
Um Serviço Executivo Local de grande importância é o Comitê Provincial de Direitos
Humanos.
A Tabela de Ministério é fornecida no Anexo III dos Estatutos do MJDH. Aqui como Anexo
II.

36 Decreto Presidencial n.º 77/18, de 23 de agosto; Presidente da República, Diário da República Iª Série 36 de 15
de Março de 2018
37 Art. 6 DP 77/18
38 Art. 25 DP 77/18
39 Art. 25.3 d) DP 77/18 em conjunto com o Decreto executivo nº 230/14 de 27 de Junho, Ministério da Justiça,
Diário da República, Iª Edição “122 de 27 de Junho de 2014 “Estabelecimento do Centro de Resolução Alternativa
de Litígios (CREL)” e suas regras.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 29


Contacto
Rua 17 de Setembro, Luanda
Angola
Tel: (+244) 222 670 670
E-mail: portal.minjusdh.contactos@gmail.com
http://www.minjusdh.gov.ao

Como as OSCs podem se envolver com o MJDH?


• As OSCs devem estabelecer ligações e solicitar reuniões com as diferentes direções
e departamentos do MINJUSDH.
• As OSCs podem se envolver com o MINJUSDH através da Comissão Intersectorial
para a Elaboração de Relatórios Nacionais de Direitos Humanos e através dos
Comitês Provinciais de Direitos Humanos.
• As OSCs podem abordar a MINJUSDH para fornecer evidências sobre as barreiras
relevantes enfrentadas pelas populações-chave; participar como parceiros em
importantes processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e
apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs devem participar de workshops e seminários sobre questões de direitos
humanos facilitados pela Direção Nacional de Direitos Humanos.

Comités Provinciais dos Direitos Humanos


Os Comités Provinciais de Direitos Humanos são um Serviço Executivo Local do MJDH.
É um órgão intersectorial, mandatado para implementar as políticas do Executivo para a
promoção e proteção dos direitos humanos, bem como para a prevenção de violações
de direitos humanos a nível local. O regime jurídico dos Comitês Provinciais de Direitos
Humanos é inclui seu Regimento Interno.
Sua composição inclui representantes de diferentes ministérios, como a Justiça e os Direitos
Humanos, que atua como seu coordenador, Saúde, Interior e Educação, representantes
de associações de advogados, OSCs que trabalham com direitos humanos e autoridades
tradicionais.
O Comité tem duas Comissões: a Comissão de Promoção e a Comissão de Proteção.
O Delegado de Justiça e Direitos Humanos é o Coordenador do Comitê Provincial de
Direitos Humanos. O Secretariado do Comité Provincial é coordenado pelo Chefe do
Departamento de Direitos Humanos da delegação provincial correspondente.

Contacto
• Para cada província da Delegação Provincial de Justiça e Direitos Humanos.

30 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Como as OSC podem se envolver com os Comités Provinciais de Direitos
Humanos?
• Como as OSCs são membros dos Comités Provinciais dos Direitos Humanos, as
OSC podem procurar ser incluídas como membros se não forem membros atuais.
Como membros, as OSCs são mais legitimadas a propor ações para promover
direitos humanos da população chave e propor medidas para a proteção de seus
direitos.
• As OSC podem propor a realização de estudos específicos sobre a população
chave; fornecer provas sobre violações dos direitos humanos, especialmente em
áreas rurais e remotas e sobre práticas tradicionais nocivas.

Comité Interministerial de Luta Anti-Drogas (CILAD):


O Comité Interministerial de Luta Anti-Drogas (CILAD) foi criado por um Conselho de
Ministros através da Resolução 13/01 de 21 de setembro.40

Contacto
MJDH
Rua 17 de Setembro, Luanda
Angola
Tel: (+244) 222 670 670
E-mail: portal.minjusdh.contactos@gmail.com
http://www.minjusdh.gov.ao
INALUD
Av. do 1º Congresso do MPLA 67, Ingombota
Luanda, Angola
Tel: 222 371 713

Como as OSC podem se envolver com o CILAD?


• As OSCs podem construir e fortalecer as relações existentes com o CILAD através
do MINJUSDH e do INALUD.
• As OSCs podem abordar o MINJUSDH ou o INALUD para fornecer evidências
sobre as barreiras relevantes enfrentadas pelas populações-chave; participar
como parceiros em importantes processos de tomada de decisão; realizar análises
específicas; e apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.

40 Resolução n.º 13/01; Conselho de Ministros, Diário da República, Iª Série, n.º 43 de 21 de Setembro de 2001

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 31


Comissão Intersectorial para a Elaboração de Relatórios Nacionais de
Direitos Humanos
A Comissão Intersectorial de Elaboração de Relatórios Nacionais de Direitos Humanos
(CIERNDH) foi criada pelo Despacho Presidencial n.º 29/14, de 26 de março.41 É coordenado
pelo Ministério da Justiça e Direitos Humanos e integrado por vários Ministérios, incluindo
os Ministérios do Interior, Comunicação Social, Ação Social, Empoderamento da Família
e da Mulher, Educação, Saúde, Cultura, Instituto Nacional da Criança e Instituto Nacional
de Estatística. É responsável pela organização de todos os relatórios de direitos humanos
devidos por Angola, de acordo com as obrigações de apresentação de relatórios de Angola
ao abrigo do direito internacional e regional dos direitos humanos. Isso inclui os sistemas
globais e regionais, bem como os mecanismos baseados em tratados internacionais de
direitos humanos e mecanismos baseados n a Carta das Nações Unidas).

Contacto
Comissão Intersectorial de Elaboração de Relatórios Nacionais de Direitos Humanos
Rua 17 de Setembro, Luanda
Angola
Tel: (+244) 222 670 670
E-mail: portal.minjusdh.contactos@gmail.com
http://www.minjusdh.gov.ao

Como as OSCs podem se envolver com o CIERNDH?


As OSCs podem se envolver com a CIERNDH no estágio de consultas públicas
realizadas pela Comissão durante o processo de elaboração de um relatório nacional.

Ministério do Interior
Decreto Presidencial 31/18 de 7 de fevereiro estabelece o Estatuto Orgânico do Ministério
do Interior.42 De acordo com artigo 1, a missão do Ministério do Interior (MININT) é formular,
coordenar, executar e avaliar a política do Executivo sobre ordem interna e segurança
pública, bem como assegurar a inspeção e supervisão do desempenho e desenvolvimento
da administração de a Polícia Nacional, o Serviço de Investigação Criminal, o Serviço de
Migração e Estrangeiros, o Serviço Penitenciário e o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros,
com vista a garantir a ordem, a segurança e a tranquilidade pública.
No exercício das suas competências com eficácia externa, o Ministro emitirá Decretos
Executivos e Despachos que serão publicados imediata e prontamente no Diário da

41 Despacho Presidencial n.º 29/14, de 26 de março; Presidente da República, Diário da República Iª Série 58 de 26
de Marco de 2014
42 Decreto Presidencial n.º 32/18, de 7 de fevereiro de 2018; Presidente da República “; Diário da República Iª Série
n.º 17 de 7 de Fevereiro de 2018

32 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


República. Em questões de caráter interno, o Ministro emite Ordens de Serviço, Circulares
e Diretrizes.43
Serviços Executivos Diretos Relevantes são os seguintes:
Polícia Nacional: Com relação à Polícia Nacional, o Ministério do Interior é responsável
por definir políticas e propor medidas legislativas e regulatórias para a manutenção da
ordem pública e da tranquilidade, controlando e supervisionando a execução das políticas
dos departamentos responsáveis pela ​​ paz pública e ordenar, propor e executar políticas
destinadas a respeitar a legalidade e a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos,
através de serviços centrais e locais.
Serviços Penitenciários: Com relação aos Serviços Penitenciários, o Ministério do Interior
é responsável por propor e implementar políticas públicas, medidas legislativas e regulatórias
para a ressocialização de prisioneiros; apresentar propostas para melhorar a dignidade
humana dos prisioneiros; e promover a proteção dos direitos fundamentais dos
prisioneiros, entre outros.
Serviços Executivos Locais Relevantes são as Delegações Provinciais e Municipais.
O Quadro de Ministério é fornecido na PD 31/18 como Anexo II. Aqui como Anexo III.

Contacto
Av. 4 de Fevereiro nº 30
Luanda, Angola
Tel: (+244) 923 445 441
http://www.minint.gov.ao/

Como as OSCs podem se envolver com o MININT?


• As OSCs podem estabelecer e fortalecer as relações existentes com o MININT,
solicitando reuniões com funcionários-chave.
• As OSCs podem abordar o MININT para fornecer evidências sobre as barreiras
relevantes enfrentadas pelas populações-chave; participar como parceiros em
importantes processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e
apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs devem convidar os funcionários do MININT, especialmente os
representantes da Polícia Nacional e dos Serviços Penitenciários, para os diálogos
e outras reuniões que discutam a situação das populações-chave.

43 Art 7 DP 31/18

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 33


Ministério da Juventude e Desportos
O Decreto Presidencial 39/18 de 9 de fevereiro estabelece o Estatuto Orgânico do Ministério
da Juventude e Desportos.44 De acordo com artigo 1, o Ministério da Juventude e Desportos
é o Departamento Ministerial responsável pela elaboração, execução e supervisão de
políticas estaduais para a juventude e desporto.
As principais funções do Ministério da Juventude e Desportos são as seguintes:
• estudar e propor políticas setoriais, programas, projetos e outras iniciativas no campo
socioeconômico e cultural, visando resolver os grandes problemas, desejos e perspetivas
da juventude;
• assegurar a coordenação intersectorial na implementação de planos, programas,
projetos e iniciativas juvenis e apoiar a materialização daqueles que, por natureza, não
são de responsabilidade de nenhum órgão da administração pública; e
• propor ao Presidente da República e ao Chefe do Poder Executivo a aprovação de leis
ou a revisão de legislação que se mostre inadequada e a adoção de medidas destinadas
a promover e valorizar os direitos e deveres dos jovens.
O Ministério da Juventude e Desportos supervisiona os seguintes órgãos:
• Casa da Juventude
• Instituto da Juventude Angolana45
Despacho n.º 1488/14 do Ministério da Juventude e Desportos cria o Secretariado
responsável pela implementação do Sistema de Monitorização e Controlo do Plano Nacional
de Desenvolvimento da Juventude46
O Quadro de Ministério é apresentado no Anexo V, PD 38/18. Anexo IV.

Contacto
Largo dos Ministérios
Luanda, Angola
Tel: 222 322 070
http://www.minjud.gov.ao/

44 Decreto Presidencial n.º 39/18, de 9 de fevereiro de 2018; Presidente da República, Diário da República, Iª Série
n.º 19 de 9 de fevereiro de 2018
45 Decreto Presidencial n.º 309/14 de 21 de novembro de 2014; Presidente da República cria o Instituto Angolano
da Juventude e seu Estatuto Orgânico; Diário da República Iª Série 207 de 21 de novembro de 2014
46 Despacho n.º 1488/14, de 26 de agosto de 2014; Ministro da Juventude e Desportos, Diário da República Iª Série
157 de 26 de agosto de 2014

34 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Como as OSCs podem se envolver com o Ministério da Juventude e
Desportos
• As OSCs podem participar de projetos implementados pelo Ministério da Juventude
e Desportos.
• As OSCs podem estabelecer e fortalecer os laços existentes com o Ministério da
Juventude e Desportos, solicitando reuniões com funcionários-chave.
• As OSC podem abordar o Ministério da Juventude e Desportos para fornecer
evidências sobre as barreiras relevantes que enfrentam as populações-chave jovens;
participar como parceiros em importantes processos de tomada de decisão; realizar
análises específicas; e apresentar documentos de posicionamento sobre questões
relevantes.
• As OSCs podem convidar funcionários do Ministério da Juventude e Desportos
para diálogos e outras reuniões discutindo a situação dos jovens, especialmente
populações-chave jovens.

Ministério da Educação
O Decreto Presidencial 17/18 de 25 de janeiro estabelece o Estatuto Orgânico do Ministério
da Educação.47 De acordo com artigo 1, o Ministério da Educação (MINEDU) é responsável
por definir, propor, conduzir e controlar a política pública, publico-privada e privada referente
ao sistema de educação e ensino, incluindo escolas pré-escolares, primárias e secundárias.
As responsabilidades relevantes do MINEDU são as seguintes:
• estimular a participação da sociedade civil na implementação dos programas do
Executivo no campo da educação e do ensino;
• preparar propostas para a aprovação de instrumentos jurídicos que tornem o
desenvolvimento dos subsistemas de educação pré-escolar, educação geral, ensino
técnico-profissional secundário, educação de adultos e atendimento ao cumprimento;
• coordenar com o Departamento Ministerial responsável pela promoção da saúde das
atividades de educação em saúde, educação reprodutiva, saúde escolar e vacinação dos
estudantes.48
No exercício das suas competências, o Ministro emitirá Decretos e Despachos Executivos,
que serão publicados imediatamente no Diário da República. Sempre que permitido por
lei ou regulamento, esses actos podem ser conjuntos. Em questões de caráter interno, o
Ministro emite Ordens de Serviço, Circulares.49
A Tabela de Ministério é fornecida no Anexo IV, PD 17/18. Aqui como Anexo V.

47 Decreto Presidencial n.º 17/18, de 25 de janeiro de 2018; Presidente da República, Diário da República Iª Série
10 de 25 de Janeiro de 2018
48 Art. 2 e) h) n) DP 21/18
49 Art. 6 DP 21/18

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 35


Contacto
Largo dos Ministérios
Luanda, Angola
http://www.med.gov.ao/

Como as OSCs podem se envolver com o MINEDU?


• As OSCs podem participar em projetos implementados pelo MINEDU.
• As OSCs podem estabelecer e fortalecer os laços existentes com a MINEDU,
solicitando reuniões com funcionários-chave.
• As OSCs podem abordar o MINEDU para fornecer evidências sobre as barreiras
relevantes que enfrentam as populações-chave jovens; participar como parceiros
em importantes processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e
apresentar documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs podem convidar funcionários do MINEDU para diálogos e outras reuniões
discutindo a situação dos jovens, especialmente jovens populações-chave.
• As OSCs podem trabalhar com o MINEDU para aumentar a conscientização sobre
o VIH e a SSR entre os jovens nas escolas.

Ministério da Acão Social, Família e Promoção da Mulher


O Decreto Presidencial 19/18 de 29 de janeiro estabelece o Estatuto Orgânico do Ministério
de Ação Social, Família e Promoção da Mulher.50 De acordo com artigo 1, o Ministério
da Ação Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) é responsável por planejar e
propor políticas que atendam às necessidades dos grupos mais vulneráveis ​​da população.
Também é responsável pelo combate à pobreza, promoção do bem-estar da família e
das mulheres, desenvolvimento da comunidade e promoção da garantia dos direitos das
mulheres, igualdade e equidade de gênero.
O Quadro de Ministério é fornecido no Anexo IV PD 19/18. Aqui como Anexo VI.
Este Ministério supervisiona o Instituto Nacional da Criança.51

Contacto
Avenida Hojy Ya Henda,
Luanda, Angola
http://www.masfamu.gov.ao/

50 Decreto Presidencial 19/18 de 29 de janeiro, Presidente da República, Diário da República, Iª Série 12 de 29 de


Janeiro de 2018
51 Decreto Presidencial n.º 169/14; Presidente da República, Aprova o Estatuto Orgânico do Instituto Nacional da
Criança - INAC, Diário da República, Iª Série, n.º 135 de 23 de Julho de 2014

36 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Como as OSCs podem se envolver com o MASFAMU?
• As OSCs podem participar de projetos implementados pelo MASFAMU.
• As OSCs podem estabelecer e fortalecer os laços existentes com o MASFAMU,
solicitando reuniões com funcionários-chave.
• As OSCs podem abordar o MASFAMU para fornecer evidências sobre as barreiras
relevantes que as mulheres enfrentam; participar como parceiros em importantes
processos de tomada de decisão; realizar análises específicas; e apresentar
documentos de posicionamento sobre questões relevantes.
• As OSCs podem convidar funcionários do MASFAMU para diálogos e outras
reuniões discutindo a situação das mulheres e outros grupos vulneráveis.

Ministério das Finanças


O Decreto Presidencial 31/18 de 7 de fevereiro estabelece o Estatuto Orgânico do Ministério
das Finanças. De acordo com artigo 1, o Ministério das Finanças52 (MINFIN) é responsável
por propor, projetar, conduzir e avaliar a política financeira do Estado promovendo a gestão
racional de recursos financeiros e ativos públicos e equilíbrio interno e contas públicas.
Também é responsável pela implementação de políticas de investimento público, bem como
pela inspeção e supervisão das finanças públicas.
O Quadro de Ministério é fornecido no Anexo IV PD 31/18. Aqui como Anexo VII.

Contacto
Edifício do MINFIN, Largo da Mutamba,
Luanda, Angola
Tel: 222 338 548
https://www.minfin.gov.ao/

Como as OSCs podem se envolver com o MINFIN?


• As OSC podem participar em projetos implementados pelo MINFIN.
• As OSC podem estabelecer e fortalecer os laços existentes com o MINFIN,
solicitando reuniões com os principais funcionários.
• As OSCs podem convidar funcionários do MINFIN para diálogos e outras reuniões
discutindo a situação das pessoas que vivem com o VIH e outros grupos vulneráveis.

52 Decreto Presidencial 31/18; Presidente da República Diário da República Ita Série n.º 17 de 7 de Fevereiro de
2018

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 37


Procurador Geral53
A Procuradoria Geral da República (PGR) é o órgão estadual que representa o Estado,
especificamente, realizando ações penais, defendendo os direitos de indivíduos e entidades
coletivas, defendendo a legalidade do exercício da função judicial e fiscalizando a legalidade
na fase de instrução de procedimentos e na aplicação das penas. Goza de autonomia
administrativa e financeira.
O Ministério Público é um órgão da Procuradoria Geral. Tem autonomia e estatutos próprios.
O Ministério Público é responsável pelo seguinte:
• representar o estado
• defender a legalidade democrática e os interesses definidos por lei
• promover o processo penal e a realização de ações penais, nos termos da lei, tais como
representar o Estado perante os tribunais; fornecer assessoria jurídica para aqueles
que estão incapacitados ou ausentes e para menores; promover o processo penal e
realizar ações penais; defender interesses coletivos e “difusos”; promover a execução
de decisões judiciais; Dirigir a fase preparatória dos processos penais, sem prejuízo da
supervisão das garantias fundamentais dos cidadãos pelos juízes, nos termos da lei.

Contacto
Gabinete do Procurador Geral
Palácio da Justiça, 5º ao 10º andar
Av. do 1º Congresso do MPLA, Ingombota
Luanda, Angola

Como as OSCs podem se envolver com o Procurador Geral e com o


Ministério Público
• As OSCs podem estabelecer ou fortalecer os laços existentes com a PGR,
solicitando reuniões com funcionários-chave.
• As OSCs podem participar em workshops organizados pela PGR (por exemplo,
celebrações anuais da “Semana da Legalidade”, no Palácio de Justiça, todos os
anos em abril)
• As OSCs podem se aproximar do Ministério Público em busca de ações judiciais
contra indivíduos que cometeram violações de direitos humanos.

53 Art 185 e seg. CRA 2010

38 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Reforma Jurídica e de Políticas relevante para o
Executivo
O principal processo de reforma relevante para o Executivo é a elaboração e promulgação
de políticas e estratégias e a proposta de projetos de lei para a introdução na Assembleia
Nacional.
Além disso, o Executivo também pode se envolver no processo legislativo.54 Com efeito, o
Presidente da República, como Chefe do Poder Executivo, tem nas suas responsabilidades
o início de legislação com base em propostas de legislação apresentadas à Assembleia
Nacional.55

Elaboração e Promulgação de Políticas e estratégias relacionadas ao


VIH
As políticas e estratégias são formuladas e revistas dentro do departamento ministerial
relevante (por exemplo, Ministério da Saúde).56 Comumente, um Grupo de Trabalho que
inclui órgãos governamentais e a sociedade civil é criado pelo Ministério pertinente para
elaborar políticas para a proteção dos direitos das pessoas que vivem e são afetadas pelo VIH,
bem como para a prevenção dessa epidemia. Frequentemente, esses Grupos de Trabalho
receberam apoio técnico de agências das Nações Unidas, incluindo o Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
VIH/SIDA (ONUSIDA), Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Escritório do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O Ministério57 ou Ministérios relevantes podem organizar uma série de reuniões sobre o
projeto de política / estratégia para envolver várias partes interessadas. Com base nos
dados fornecidos nas reuniões e em qualquer contribuição por escrito, o Ministério finalizará
a política. No entanto, a medida em que o ministério procura insumos externos depende,
de uma parte, do sector para o qual a politica será desenvolvida por exemplo, saúde,
juventude, ensino, etc. De outra parte, depende também de cada Ministério em particular.
Além disso, de quem Ministério procura insumos externos também é determinado caso a
caso. No entanto, mesmo que os Ministérios não prevejam uma consulta com as OSCs, eles
estão geralmente abertos a cooperar e ouvir a opinião da sociedade civil.
Além disso, as estratégias ou planos podem ser elaboradas por institutos autônomos (por
exemplo, Instituto Nacional de Luta contra a SIDA, Plano Nacional de VIH, Estratégia Nacional
para Populações Chave e Vulneráveis); comissões (por exemplo, Comitê Interministerial
de Luta Anti-Drogas (CILAD) Plano Estratégico da CILAD); Departamentos específicos
das diferentes Direções Nacionais estabelecidas pelos respetivos Estatutos Orgânicos dos

54 Para mais informações, ver abaixo, em Processo Legislativo Comum.


55 Art 120.i) CRA 2010. Ver também Art. 167.2 CRA 2010 “O poder de iniciar a legislação pode ser exercido
pelos Membros, Grupos Parlamentares e o Presidente da República” e 167.4 CRA 2010 “Iniciativas legislativas
introduzidas pelo Presidente da República assumir a forma de propostas legislativas”
56 Departamento Ministerial significa um Ministério. Os ministérios adotam esta nomenclatura em Estátuas Orgânicas,
estabelecendo-as. Ministérios são Departamentos Ministeriais do Poder Executivo.
57 O MINSA é responsável pela elaboração de políticas relativas à saúde. No entanto, outros ministérios podem incluir
aspetos de saúde em suas respetivas políticas, por exemplo, política de juventude, política de educação, etc.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 39


Ministérios (por exemplo, Departamento de Saúde Reprodutiva; Direção Nacional de Saúde
Pública, MINSA Estratégia Nacional para a Saúde Sexual e Reprodutiva).
No caso dos Planos Nacionais, uma vez que o ministério relevante o tenha elaborado,
envia-o ao Conselho de Ministério para posterior aprovação. O Conselho de Ministros
pode aprovar ou comentar o rascunho. O Conselho de Ministros pode procurar a opinião
da sociedade civil nesta fase. No caso de comentários do Conselho de Ministros, pode
devolvê-lo ao órgão executivo competente para posterior elaboração. Uma vez incluídas
as sugestões, o Ministério competente reenvia a proposta ao Conselho de Ministros para
aprovação.

Como as OSCs podem se envolver na elaboração e alteração de


políticas?
• As OSC podem envolver e sensibilizar os funcionários ministeriais sobre questões
específicas que afetam populações chave.
• As OSC podem fornecer submissões orais e escritas ao pessoal ministerial quando
convocam reuniões para discutir políticas específicas ou revisão de políticas.
• As OSCs podem entrar em contato com agências da ONU que possam fornecer
apoio técnico e fornecer pesquisas e informações sobre as lacunas nas políticas.
• As OSCs podem solicitar reuniões com funcionários ministeriais para fornecer
informações sobre políticas ou políticas propostas.
• As OSCs podem envolver funcionários ministeriais relevantes para discutir
processos de reforma de políticas em andamento ou o potencial de elaboração de
novas políticas.
• As OSCs podem se envolver com o Instituto, Comissão, Ministério e Conselho de
Ministério relevantes.

Elaboração de propostas de lei


O Presidente da República exerce o poder executivo assistido pelos Ministros. Assim, os
Ministérios têm o direito de apresentar propostas ao Presidente para serem posteriormente
apresentadas como propostas de legislação. Durante o processo de elaboração de tais
propostas, o ministério ou ministérios relevantes podem se envolver com a sociedade civil
sempre que um departamento ministerial considerar necessário.

40 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Como as OSCs podem se envolver com o processo de elaboração de
propostas de leis
Existem várias maneiras pelas quais as OSCs podem se envolver com o processo de
elaboração de projetos de lei das seguintes maneiras:
• Envolver-se e sensibilizar o pessoal ministerial.
• Envolver-se com funcionários ministeriais relevantes para discutir os processos de
reforma legislativa em andamento ou o potencial de redigir novas leis.
• Fornecer informações para o Ministério depois da elaboração do rascunho inicial
do Projeto de Lei.

Instituição Chave no legislativo: Assembleia Nacional


O legislativo é composto pela Assembleia Nacional, que é o Parlamento da República de
Angola. Seus poderes são regulados no Título IV, Capítulo III da Constituição.
Os poderes relevantes para a Assembleia Nacional são os seguintes:
• Aprovar alterações à Constituição, nos termos da Constituição;
• Aprovar leis sobre todos os assuntos, exceto aqueles reservados pela Constituição para
o Presidente da República;
• Conceder ao Presidente da República autorização para legislar e considerar os Decretos
Legislativos Presidenciais autorizados para efeitos de determinar se devem ser alterados
ou deixam de vigorar, nos termos da lei;
• Considerar os Decretos Legislativos Presidenciais provisórios, para fins de determinar
se devem ser convertidos em leis;
• Estabelecer e alterar as divisões políticas e administrativas do país, nos termos da
Constituição e da lei;
• Concessão de anistias e perdões gerais;
• Propor ao Presidente da República que os referendos sejam realizados sobre assuntos
relevantes de interesse nacional;
• Esforçar-se para garantir que a Constituição seja implementada e as leis sejam
corretamente executadas;
• Eleger o Provedor de Justiça;
• Aprovar a ratificação e assinatura de tratados, convenções, acordos e outros instrumentos
internacionais que envolvam questões dentro de sua absoluta responsabilidade legislativa;
• Envolver organizações internacionais na retificação de fronteiras, amizade, cooperação,
defesa e assuntos militares; e

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 41


• Aprovar a retirada de tratados, convenções, acordos e outros instrumentos internacionais.
A Assembleia Nacional tem poder exclusivo para legislar sobre os seguintes assuntos, entre
outros:
• direitos fundamentais, liberdades e garantias dos cidadãos;
• restrições e limitações aos direitos fundamentais;
• definição de crimes, penas e medidas de segurança;
• elementos básicos dos procedimentos penais
• elementos básicos para as organizações e funcionamento do governo local; e
• o envolvimento dos cidadãos e das autoridades tradicionais no trabalho e nas associações,
fundações e partidos políticos.58
A menos que seja concedida autorização ao Executivo para fazê-lo, a Assembleia Nacional
tem competência relativa para legislar em diferentes assuntos, tais como os elementos
básicos do sistema nacional de educação, saúde e seguridade social.59 As leis que concedem
autorização para legislar devem definir o objeto, finalidade, extensão e duração da
autorização.60
A Assembleia Nacional é dividida em 10 Comissões Especializadas:

1st Commission constitutional and legal affairs


1ª Comissão assuntos constitucionais e jurídicos
2ª Comissão defesa, segurança, ordem interna, antigos combatentes e veteranos da
Pátria
3ª Comissão relações exteriores e cooperação internacional e comunidades angolanas
no estrangeiro
4ª Comissão administração do estado e poder local
5ª Comissão economia e finanças
6ª Comissão comitê de saúde, educação, ensino superior, ciência e tecnologia
7ª Comissão cultura, assuntos religiosos, comunicação social, juventude e desportos,
8ª Comissão família, infância e acção social,
9ª Comissão mandatos, ética e decoro parlamentar,
10ª Comissão direitos humanos, petições, reclamações e sugestões dos cidadãos

Os cidadãos têm direito a apresentar pedidos, petições e sugestões à Assembleia Nacional


NOTA: A Assembleia Nacional dá as boas-vindas a soluções sugeridas para questões levan-
tadas em uma reivindicação ou petição.

58 Art 164 CRA 2010


59 Art 165.1.i) CRA 2010
60 Art 170.1 CRA 2010

42 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Contacto
Assembleia Nacional (Parlamento)
Avenida Dr. Antonio Agostinho Neto
Praia do Bispo
Luanda, Angola
E-mail: assembleianacional@parlamento.ao
http://www.parlamento.ao/

Como as OSCs podem se envolver com a Assembleia Nacional?


• As OSCs podem enviar um pedido ao presidente da Assembleia Nacional para
uma visita guiada.
• As OSCs podem enviar uma solicitação ao presidente da Assembleia Nacional
para visitar sua biblioteca.
• As OSCs podem envolver-se diretamente com os parlamentares em Luanda e nas
províncias todos os meses durante o seu trabalho com o seu eleitorado.
• As OSCs podem apoiar os cidadãos a apresentar petições à Assembleia Nacional.
Como uma boa prática, as Comissões Parlamentares e Especializadas estão muito
abertas a receber propostas de soluções incluídas em suas petições e reivindicações.
• As OSCs podem convidar parlamentares, comissões especializadas, grupos de
mulheres parlamentares para workshops e seminários que eles organizam.
• As OSCs podem apresentar evidências sobre lacunas, desafios e oportunidades
em torno de tópicos específicos.
• As OSCs podem estabelecer e fortalecer os laços com os parlamentares, solicitando
reuniões com parlamentares-chave.
• As OSCs podem participar plenamente nas consultas promovidas pela Assembleia
Nacional sobre questões relevantes.
• As petições on-line podem ser feitas em: http://www.parlamento.ao/web/guest/
actividade-parlamentar/peticoes/formulario#http://www.parlamento.ao/glue/
AN_Navigation.jsp?

Órgãos e Organização da Assembleia Nacional


Órgãos da Assembleia Nacional são:61
• Plenário
• Presidente

61 Art 34 Regimento da Assembleia Nacional (RAN)

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 43


• Mesa
• Comissão Permanente62
A Assembleia Nacional é organizada nos seguintes grupos:63
• Comissões de trabalho64
• Grupo Interparlamentar: visa fomentar as relações internacionais e a cooperação entre
a Assembleia Nacional de Angola e outros parlamentos ou organizações parlamentares
internacionais.65
• Delegações Parlamentares: Existem dois tipos destas Delegações, a saber: Interna
(para atividades de âmbito nacional) e externa (aquelas que representam a Assembleia
Nacional em relações bilaterais, multilaterais ou internacionais).66
• Grupo de Parlamentares Residentes: Enfoca a integração e coordenação dos
parlamentares residentes em uma província.67
• Grupo de Mulheres Parlamentares, que tem como objetivo promover os direitos das
mulheres.68

Reforma de Leis e Políticas Relevantes para o


Legislativo
Os principais processos de reforma relevantes para o Legislativo são a elaboração e
promulgação de leis; referendos nacionais; e reforma constitucional.

Reforma Legal/Revisão e Promulgação de Nova Legislação


Reforma da lei e revisão e promulgação de legislação é abordada nos artigos 166 a 173,
Seção V, Capítulo III (Poder Legislativo), Título IV (Organização do Poder do Estado) CRA
2010 e Lei nº13 / 17 de 6 de julho “Lei Orgânica aprovando o Regimento da Assembleia
Nacional” (RAN).
A RAN estabelece três tipos de processos legislativos, a saber:69
• Processo Legislativo Comum

62 A Comissão Permanente funciona quando a Assembleia Nacional não está em sessão plenária, incluindo entre o
final de uma legislatura e o início de uma nova. É presidido pelo Presidente da Assembleia Nacional e inclui os Vice-
Presidentes da Assembleia Nacional; Presidentes; Presidentes dos grupos parlamentares; Presidentes das comissões
permanentes do trabalho; Presidente do Conselho Administrativo; Presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares;
e doze membros, de acordo com o número de assentos na Assembleia Nacional.
63 Art. 64 RAN.
64 Doravante Comissão Especializada. A Assembleia Nacional de Angola tem atualmente 10 Comissões especializadas,
ver secção Legislativa: Assembleia Nacional. De acordo com o Art 76 RAN, as Comissões de Trabalho podem
criar subcomissões e grupos de trabalho. Além disso, o Art. 80 e seguintes da RAN permitem o estabelecimento de
Comissões ad hoc. Art 82 et seq. da RAN permitem o estabelecimento de Comissões Parlamentares de Inquérito.
65 O Plenário em si é constituído como Grupo Interparlamentar (GIAN). Veja Art. 83 et seq. RAN.
66 Ver Art 89 et seq. RAN.
67 Ver Art. 97 t seq. RAN.
68 Ver Arts. 92 e seq. RAN.
69 Art .186 et seq. RAN.

44 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


• Processo Legislativo Especial
• Processo Legislativo Urgente
O Processo Legislativo Comum é o processo primário pelo qual um projeto de lei se torna
uma lei (é tratado a seguir).

Processo Legislativo Comum


O Processo Legislativo Comum está dividido em sete etapas, são as seguintes:
• Iniciativa
• Apreciação na Comissão Especializada
• Apresentação em Plenário
• Discussão e votação na generalidade
• Discussão e votação na especialidade
• Votação final global pelo plenário
• Promulgação e segunda deliberação
Informações sobre o processo legislativo podem ser encontradas em: http://www.
parlamento.ao/processo-legislativo/iniciativa-legislativa#http://www.parlamento.ao/glue/
AN_Navigation.jsp?

Iniciativa
De acordo com art. 167 CRA 2010, as seguintes pessoas podem iniciar a legislação:70
• Membros do Parlamento
• Grupos Parlamentares
• Presidente da República
O Regimento da Assembleia Nacional estabelece requisitos71 formais e o procedimento72
para exercer este direito.
Grupos de cidadãos e as organizações que os representam podem apresentar propostas
para a introdução de nova legislação.73 Os cidadãos organizados em grupos e organizações
representativas podem apresentar à Assembleia Nacional propostas de iniciativa legislativa.74
De acordo com o Art. 190.2 da RAN, os termos e condições para o exercício deste direito,
devem ser definidos em lei.75

70 Art. 167 CRA 2010.


71 Art. 195 RAN.
72 Art. 196 RAN.
73 Art. 167.º, n.º 5 CRA 2010. Ver também Lei 13/17 RAN, Arts. 188-197, em especial o Art. 190 (proposta de
iniciativa legislativa dos cidadãos).
74 Art. 190 RAN.
75 Parece que esta lei não existe. Se este for o caso, isso poderia estar sujeito a um processo de inconstitucionalidade
por omissão. Veja Art 232 CRA 2010.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 45


A legislação introduzida pelos membros do Parlamento e os grupos parlamentares são
chamados de projetos de lei, enquanto a legislação proposta pelo presidente é referida
como propostas legislativas.
Propostas de lei produzidas pelos membros da Assembleia Nacional, Grupos Parlamentares
ou o Governo são enviadas ao Presidente da Assembleia Nacional, juntamente com uma
motivação detalhada. O projeto de lei é admitido no gabinete do presidente da Assembleia
Nacional para um despacho de admissão ou rejeição correspondente. Eles são registrados
e numerados na ordem de sua entrada. No prazo de cinco dias, o Presidente da Assembleia
Nacional comunicará a decisão de admissão ou rejeição ao autor do projeto de lei ou do
projeto de resolução e informará o Plenário na sessão plenária que segue imediatamente.
Se admitido, o projeto é encaminhado à Secretaria da Mesa para publicação no Diário da
Assembleia Nacional e posteriormente distribuído aos Grupos Parlamentares e Comissões
Especializadas de Trabalho, conforme o assunto.

Apreciação na Comissão Especializada


Quando o projeto ou proposta for recebido pela Comissão Especializada, a Comissão
emitirá um Relatório de Opinião.
No caso de o Presidente da Assembleia Nacional enviar o projeto ou proposta a várias
Comissões Especializadas, são obrigados a realizar reuniões conjuntas emitindo finalmente
um Relatório de Parecer Conjunto.76
Dependendo da questão coberta na lei, a Comissão Especializada pode propor ao Presidente
da Assembleia Nacional a discussão pública de projetos de lei, propostas de lei ou projetos
de resolução.77
Embora o projeto esteja com uma Comissão Especializada, ele pode entrar em contato
com outras Comissões Especializadas, institutos e cidadãos para sugestões. Por exemplo,
a Comissão Especializada pode colaborar com outros parlamentares,78 representantes do
Poder Executivo,79 solicitar informações específicas aos cidadãos ou seus depoimentos,80 ou
contratar especialistas para apoiá-los em suas atividades.81
As Comissões Especializadas podem fornecer informações à comunicação social sobre o
trabalho interno efectuado ou em curso e podem disponibilizar resumos de actas que não
contenham matéria reservada.82

Apresentação no Plenário
Esta etapa trata dos aspetos formais da apresentação do projeto de lei ou rascunhos ao
Plenário.

76 Art. 199.4 RAN


77 Art. 205 RAN. Ver também Art. 106.2 RAN
78 Art. 165 RAN
79 Art. 166 RAN
80 Art. 167.1 RAN
81 Art. 167.1 g)
82 Art. 168 RAN

46 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


O Presidente da Assembleia Nacional pode, excecionalmente ou a pedido do Presidente
da República, convidar pessoas nacionais e estrangeiras para tomar lugar na sala e usar
da palavra.83 Representantes do Poder Executivo podem também fazer uso da palavra nos
termos do Art. 142 RAN.84

Discussão e Votação na Generalidade


No plenário, a Assembleia Nacional discute e vota os princípios, objetivos e linhas de força
de cada projeto ou proposta de lei.85

Discussão e Votação na Especialidade


Nesta etapa, os Comitês Especializados discutem detalhadamente cada artigo do projeto ou
proposta de lei.86 O exame e votação no Comitê Especializado serão feitos no Comitê ou
em reuniões conjuntas das Comissões Especializadas responsáveis pelo
​​ assunto específico.
O Plenário pode decidir a qualquer momento votar em qualquer projeto da especialidade se
for solicitado por pelo menos 10 Membros ou por um Grupo Parlamentar.87
Uma vez que o Relatório de Opinião seja aprovado, ele será submetido ao Presidente da
Assembleia Nacional para agendar a Votação Global Final.

Votação Final Global pelo Plenário


O votação final global concentra-se no texto resultante da discussão e votação do projeto ou
proposta de lei na especialidade, de acordo com os termos do Relatório Parecer.88 Concluida
a elaboração do texto, este é publicado no Diário da Assembleia Nacional.89 Nesta fase,
os parlamentares, bem como o Presidente da República, podem alegar imprecisões no
texto. Depois de todas as reclamações, se as houver, sobre imprecisões resolvidas, o texto
definitivo é assinado pelo Presidente da Assembleia Nacional. Posteriormente é enviado para
publicação no Diário da República, tratando-se de Resolução, ou remitido ao Presidente
da República tratando-se Lei.90

Promulgação e segunda deliberação


De acordo com o Art. 124.1 CRA 2010, o Presidente da República deverá aprovar as
leis da Assembleia Nacional dentro de trinta dias após recebê-las. No entanto, antes de
este prazo expirar, o Presidente da República pode apresentar um pedido devidamente
justificado à Assembleia Nacional para reconsiderar a legislação ou algumas das suas regras.
O procedimento para lidar com tais solicitações presidenciais é estabelecido no Art. 228 e
seguintes RAN. Estas disposições também explicam os procedimentos caso de declaração
de inconstitucionalidade de normas pelo Tribunal Constitucional, em fiscalização preventiva.

83 Arts. 124 e 135 RAN


84 Art. 142 RAN
85 Art.209 RAN
86 Arts. 214 et seq. RAN
87 Art. 220 RAN
88 Art. 223 RAN
89 Art. 225.4 RAN
90 Art. 227.3 RAN

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 47


Como as OSCs podem se envolver com processos legislativos
• As OSCs podem propor legislação específica ou emendas à legislação existente.
• As OSCs devem estabelecer e fortalecer os laços com os parlamentares, solicitando
reuniões com os principais parlamentares.
• As OSCs devem participar sempre que os Comitês Especializados solicitarem
contribuições de cidadãos ou OSCs em um projeto de lei relevante.

Referendo Nacional
As seguintes pessoas / grupos podem iniciar um referendo nacional:
• Presidente
• Um quinto dos membros do Parlamento
• Grupos Parlamentares
Iniciativas introduzidas por membros do Parlamento e grupos parlamentares são referidas
como propostas de referendo.

Reforma Constitucional
Emendas à Constituição estão descritas no Título VII, Capítulo II da Constituição. As alterações
à Constituição precisam da aprovação de dois terços dos membros da Assembleia Nacional.
O Presidente é obrigado a promulgar qualquer emenda constitucional se aprovado por dois
terços dos membros da Assembleia Nacional. No entanto, o Presidente pode solicitar uma
revisão prévia pelo Tribunal Constitucional.
Nenhuma emenda pode ser proposta a menos que tenham passado 5 anos desde a última
emenda, a menos que a maioria de dois terços dos membros da Assembleia Nacional
concordem que é necessário.
As alterações à Constituição devem respeitar uma série de conceitos, que estão totalmente
delineados no artigo 236 da Constituição. Estes incluem a dignidade da pessoa humana;
independência nacional, integridade territorial e unidade; e a natureza republicana do governo.

Como as OSCs podem se envolver na reforma constitucional


• As OSCs podem estabelecer e fortalecer ligações com os parlamentares, solicitando
reuniões com parlamentares-chave para discutir as revisões constitucionais.
• As OSCs podem propor revisões constitucionais específicas.
• As OSCs devem participar sempre que os Comitês Especializados solicitarem
contribuições de cidadãos ou OSC em um projeto de lei relevante que busque
reformar a Constituição.

48 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Instituições Chave no Judiciário
Os poderes e o papel do judiciário estão descritos no Capítulo IV do Título IV da Constituição.
O judiciário é composto pelo Tribunal Constitucional, o Supremo Tribunal e outros tribunais.

Tribunal Constitucional
O Tribunal Constitucional é o mais alto tribunal em matéria constitucional. As leis relevantes
que abrangem o Tribunal Constitucional incluem a Lei nº 2/08 de 17 de junho é a Lei
Orgânica do Tribunal Constitucional e Lei nº 3/08 de 17 de junho, que estabelece o
Processo Constitucional.
O Tribunal Constitucional será responsável, entre outros:
• Avaliar a constitucionalidade de quaisquer regras e outros atos do Estado;
• Proporcionar uma revisão prévia da constitucionalidade das leis do Parlamento;
• Exercer a jurisdição em outros assuntos legais e constitucionais, eleitorais e partidários,
nos termos da Constituição e da lei; e
• Avaliação de recursos contra a constitucionalidade das decisões dos tribunais inferiores.

Contacto
Tribunal Constitucional
Palácio da Justiça, Av. do 1º Congresso do MPLA, Ingombota
Luanda, Angola
Tel: 222 330 687
http://www.tribunalconstitucional.ao/

Tribunal Supremo
O Tribunal Supremo é o mais alto tribunal do país em todos os assuntos não-constitucionais.

Contacto
Tribunal Supremo
Palácio da Justiça, Av. do 1º Congresso do MPLA, Ingombota
Luanda, Angola
https://tribunalsupremo.ao

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 49


Outros Tribunais
Existem também vários outros tribunais em Angola. Estes incluem o Tribunal de Contas,
que supervisiona a legalidade das finanças públicas e do Supremo Tribunal Militar.91

Processos de Reforma Legal e de Políticas Relevantes


ao Judiciário
O principal processo de reforma relevante para o Judiciário é o litígio.

Litígio
Os detalhes de como apresentar litígios e o que é necessário difere do regime jurídico a
regime jurídico, por exemplo: administrativo, criminal, civil, do trabalho e depende do
tipo de desafio que está sendo apresentado. É também dependente do estágio de um
procedimento particular, e.g. primeira instância, recurso, revisão, constitucional. Assim,
consultar um advogado será necessário para se envolver em litígios.
Os processos de apresentação de litígios são estabelecidos em normas processuais.92 Estes
incluem as seguintes leis:
• Civil: Código de Processo Civil
• Administrativo: Procedimento Administrativo; Decreto-Lei 16-A / 95, de 15 de dezembro
• Criminal: Código do Processo Penal, Decreto nº 16489 de 15 de fevereiro de
1929. B. O. nº 11/931 - Suplemento, Portugal.
• Constitucional: Processo Constitucional, Lei nº 3/08 de 17 de junho
• Mecanismo de Resolução Alternativa de Litígios: Lei de Mediação e Conciliação de
Conflitos, Lei 12/16 de 12 de agosto93
A decisão do Tribunal Constitucional em matéria constitucional é final. A única outra opção
jurídica é pedir uma revisão da decisão do Tribunal Constitucional para um mecanismo
internacional de direitos humanos, como o Comitê dos Direitos Humanos. Até agora, os
Angolanos não utilizaram órgãos internacionais de tratados.

Como as OSCs podem se envolver em litígios


• Levar processos judiciais como uma organização que questiona determinadas
leis, políticas ou práticas que afetam os problemas que a organização procura
solucionar.
• Encontre indivíduos / membros que foram diretamente afetados por uma lei,
política ou prática específica que eles buscam desafiar

91 Art. 182 e 183 CRA 2010


92 De acordo com Art. 239 CRA 2010 “A lei ordinária que existia antes da entrada em vigor da Constituição será
mantida desde que não contradiga a Constituição.”
93 Lei 12/16, de 12 de agosto, Assembleia Nacional, Diário da República, Iª Série 137 de 12 de Agosto de 2016

50 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Instituições Essenciais à Justiça94
Um órgão relevante, considerado na CRA 2010 como “essencial à justiça”, é o Provedor
de Justiça.

Provedor de Justiça
O Art 192 da Constituição estabelece o Provedor de Justiça é um órgão público
independente95 cujo objetivo é defender os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
O Provedor de Justiça e o Provedor de Justiça adjunto são eleitos pela Assembleia Nacional
sobre a decisão de dois terços dos membros do Parlamento. Tanto o Provedor como seu
Adjunto foram renovados no início de 2018.
Este órgão constitucional desempenha um papel importante no escrutínio público das ações
do governo. No cumprimento do seu mandato, o Provedor de Justiça emite recomendações
para a adoção das medidas necessárias para corrigir violações cometidas por parte das
entidades visadas. As recomendações do Provedor de Justiça não são vinculativas.
O papel do Provedor de Justiça é defender os direitos fundamentais dos cidadãos, assegurando,
através de meios informais, a justiça e a legalidade da atividade administrativa.96
Deve-se notar as decisões do Provedor de Justiça sobre os casos submetidos a ele, são
recomendações e por tanto não vinculam às instituições visadas.97O Provedor de Justiça
não tem poderes para rever, anular ou modificar qualquer acto das autoridades públicas ou
decisões judiciais, nem auxiliar as partes no tribunal,98 apenas emite recomendações.99
O Provedor de Justiça tem os seguintes poderes:100
• Fornecer recomendações às entidades visadas para elas corrigirem os actos e omissões
ilegais e injustos da Administração;
• Promover e divulgar do conteúdo de cada um dos direitos e liberdades fundamentais,
bem como o propósito da instituição, os meios de ação à sua disposição e como esses
meios podem ser utilizados;
• Emitir pareceres, conforme solicitado pelo Parlamento, sobre questões relacionadas
com o seu âmbito de ação;
• Visitar e avaliar as condições humanas da detenção de reclusos e recomendar a
supressão imediata de condições desumanas que afetam a vida dos reclusos sempre
que ocorram;
• Investigar reclamações em relação a atos da administração pública; e

94 CRA 2010 Art. 192 e seg..


95 A independência do Provedor de Justiça é reforçada por força do Art. 192.5 que estabelece que a sua atividade é o
meio para decidir sobre recursos ou disputas previstas na Constituição e na lei.
96 Arte. 192 (1) da Constituição da República (CRA) e Art. 1º da Lei 4/06, de 28 de abril que regulamenta o escopo de
atuação, poderes e procedimentos operacionais do Provedor de Justiça.
97 Artigo 3 (1) Lei 4/06
98 Artigo 20 Lei 4/06
99 Artigo 4 Lei 4/06
100 Artigo 18 Lei 4/06

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 51


• Monitorar o cumprimento das recomendações emitidas pelo Provedor.

Reclamação ao Provedor de Justiça


O procedimento de reclamação para apresentar uma queixa é descrito no Capítulo IV do
Estatuto do Provedor de Justiça (Arts 22-36). Veja a seção Provedor de Justiça e Instituição
Nacional de Direitos Humanos
O Provedor pode investigar comunicações envolvendo violação de direitos, erros,
irregularidades e grave violação dos direitos fundamentais dos cidadãos pela administração
pública.
De acordo com o Art 3.1 dos Estatutos do Provedor de Justiça,101 os cidadãos, individual
e coletivamente, podem registrar uma queixa com o Provedor de Justiça em relação a atos
ou omissões da administração pública.102
Além disso, por força do artigo 3.2 dos seus Estatutos, o próprio Provedor de Justiça pode,
por iniciativa própria, iniciar os seus próprios processos (independentemente dos meios
para decidir sobre recursos ou diferendos previstos na Constituição e na lei) em casos de
flagrante violação dos direitos, liberdades e garantias fundamentais.103
Não há custo para fazer uma reclamação, e não há nenhuma forma ou requisito específico,
exceto uma identificação clara do reclamante e conhecimento dos fatos. As queixas não
devem conter termos ofensivos ao bom nome e honra das pessoas ou instituições em
questão. Não é necessária a representação por meio de um advogado.104
Se, durante o processo de Queixa, houver provas suficientes da prática de infrações penais
ou disciplinares, o Provedor de Justiça, conforme o caso, informará o Ministério Público ou
a entidade hierarquicamente competente para instaurar os procedimentos disciplinares ou
penais apropriados.105
O Provedor de Justiça pode publicar em qualquer altura Relatórios Temáticos sobre questões
de direitos humanos / liberdades, direitos e garantias constitucionais.
Todos os órgãos e agentes da administração pública, os cidadãos e outros órgãos coletivos
públicos têm o dever de cooperar com o trabalho do Provedor de Justiça.106 Este dever é
desenvolvido no Art 26 dos seus Estatutos.
O Gabinete do Provedor de Justiça não tem ainda Regras Internas de Procedimento.
Um formulário de contato está disponível em: http://www.provedor-jus.co.ao/contactos.
php

101 Lei 4/06 de 28 de abril Estatutos do Provedor de Justiça


102 De acordo com o Art 192.4 da CRA 2010 “Cidadãos e entidades coletivas podem registrar uma queixa ao Ouvidor
sobre atos ou omissões de autoridades públicas […]”
103 Art. 4 Estatutos do Provedor de Justiça
104 Art. 22 Lei 4/06
105 Art. .34 Lei 4/06
106 Art. 192.6 CRA 2010 em conjunto com o art. 26 Estatutos do Provedor de Justiça

52 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Contacto
Rua 17 de Setembro e Pinheiro Furtado, Cidade Alta, Ingombota
Luanda, Angola
E-mail: provedor@provedor-jus.co.ao
Mobile: +244 917 416 775
Tel: +244 222 371 071
Fax: +244 222 339 994
http://www.provedor-jus.co.ao/

Como as OSCs podem se envolver com o Provedor de Justiça?


• As OSCs podem apoiar as pessoas a apresentar petições com o Provedor de
Justiça. As petições on-line podem ser feitas em: http://www.provedor-jus.co.ao/
apresentar_queixa.php
• As OSCs podem estabelecer e fortalecer os vínculos com o Provedor de Justiça
estabelecendo reuniões com ele para discutir violações fundamentais dos direitos
humanos.
• As OSCs podem fornecer ao Provedor de Justiça documentação sobre violações
dos direitos humanos.

Autoridades Tradicionais
Os líderes tradicionais desempenham um papel importante na sociedade angolana. O Título
VI, Capítulo III da Constituição, reconhece o status, o papel e as funções das instituições das
autoridades tradicionais fundadas em conformidade com o direito consuetudinário, desde
que tal lei não contradiga a Constituição.107 No entanto, não existe uma lei específica
para autoridades tradicionais, nem outros atos normativos regulam substancialmente suas
atividades.
De acordo com o CRA 2010, as atribuições, responsabilidades, organização, sistema de
controlo, responsabilidade e património das instituições das autoridades tradicionais, as suas
relações institucionais com a administração local do estado e os órgãos da administração
local e os tipos de autoridades tradicionais são regulados por lei.108
A legislação sobre as autoridades tradicionais está dispersa. A legislação comum sectorial
contém referências às autoridades tradicionais, ex. Lei de Terras109

107 Artigo 223 e seg. CRA 2010


108 Art. 224 CRA 2010
109 Lei 9/04 de 9 de novembro de 2004 “Lei de Terras”. Por exemplo, Art. 37 Domínio útil consuetudinário (direitos
reais). Ver também o Decreto Executivo nº 137/14, de 28 de abril de 2014, que estabelece o Regimento Interno das
Comités Provinciais de Direitos Humanos; Art 4 p) estabelece que os Representantes das Autoridades Tradicionais
são membros desses Comitês.

2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 53


Não obstante o acima exposto, as autoridades tradicionais exercem poder, nomeadamente
nas áreas rurais. Considerando que perdem influência em centros urbanos como Luanda,110
a sua autoridade continua a ser crucial na administração de situações diárias, em particular
a administração da justiça em áreas rurais e remotas. Principalmente, a existência de
entidades governamentais, latu sensu, leva à cooperação entre tais Representantes do
Estado e Autoridades Tradicionais, ex. Governo Provincial, Tribunais Locais, Polícia. A
opinião de líderes tradicionais em áreas rurais e áreas remotas tem um tremendo impacto
nas decisões que afetam a comunidade. Assim, eles são um elemento-chave para tornar os
direitos efetivos, assim como para promovê-los.
As decisões das autoridades tradicionais não são, em muitas ocasiões, totalmente alinhadas
com os padrões de direitos humanos, ex. igualdade de género, direitos das crianças e pessoas
com deficiência, direito da família e moralidade não tradicional em geral. Frequentemente,
a lei tradicional é discriminatória, como no caso de populações-chave, como profissionais
do sexo e HSH.

Como as OSCs podem se envolver com autoridades tradicionais


• As OSCs podem obter detalhes dos contato no INLS.
• As OSCs podem obter informações no Governo Provincial, através dos Comités
Provinciais dos Direitos Humanos, através de ligações estabelecidas.
• As OSCs podem trabalhar cooperativamente com as Autoridades Tradicionais
na conscientização sobre questões de populações-chave e questões de direitos
humanos, como o princípio da igualdade, a proibição da discriminação, os direitos
das mulheres, os direitos das crianças e os direitos das pessoas com deficiência.
• As OSCs podem apoiar em campanhas de prevenção o uso de preservativos,
explicando o VIH e outras DSTs.

110 De acordo com as autoridades tradicionais de Luanda, grande parte de sua influência foi perdida para a igreja por um
lado, e a falta de interesse entre as novas gerações por outro.

54 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


2. Principais Instituições Nacionais Relevantes para Lei e Reforma Política 55
lo s
Protoco
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Direito
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Tratado

3
Instituições Regionais e
Processos

56 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Instituições Regionais
As instituições regionais relevantes são as seguintes:
• Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
• Sessões da Comissão Africana
• Fórum de ONGs
• Mecanismos Especiais

Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos


A Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (Comissão Africana), estabelecida
ao abrigo da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (Carta Africana), é composta
por onze peritos que servem a título pessoal. Eles são nomeados pelas partes da Carta
Africana. A Comissão Africana é responsável por monitorizar a conformidade do estados
membros com a Carta Africana, interpretar e aplicar os direitos e obrigações delineados na
Carta Africana, e promover e assegurar os direitos delineados na Carta Africana.

Oportunidade Chave: Obtencao do Estatuto de Oberservador


Para participar nas actividades da Comissão Africana, as organizações da sociedade
civil devem candidatar-se ao estatuto de observador perante a Comissão Africana ou
trabalhar com uma organização que já tenha estatuto de observador.
Para solicitar o status de observador, as ONGs devem fornecer informações sobre
como seus objetivos e atividades visam promover ou proteger os princípios da Carta,
seu trabalho em direitos humanos e seus recursos financeiros. As ONGs devem se
inscrever (sem custo) pelo menos três meses antes de uma sessão.
Com o estatuto de observador, as ONGs podem fazer uma declaração pública nas
sessões públicas da Comissão Africana e apresentar reclamações à Comissão Africana.

Sessões da Comissão Africana


A Comissão Africana realiza suas “sessões ordinárias” em março ou abril e em outubro ou
novembro. As sessões geralmente duram 15 dias. Uma das sessões é realizada na sede em
Banjul, na Gâmbia. O Presidente pode também decidir realizar “sessões extraordinárias”
adicionais a pedido do Presidente da UA ou da maioria dos membros da Comissão.
Para participar nas atividades da Comissão Africana, as OSCs devem candidatar-se ao
estatuto de observador perante a Comissão Africana ou trabalhar com uma OSC que já tenha
o estatuto de observador. Atualmente, 7 OSCs em Angola têm estatuto de observador:111
1. Aliança Muçulmana de Angola (ALMUA)

111 Informações sobre organizações com status de observador disponíveis aqui: http://www.achpr.org/states/angola/.

3. Instituições Regionais e Processos 57


2. Associação Justiça, Paz e Democracia
3. Associação Mãos Livres
4. Associação Omunga
5. Centro Nacional de Aconselhamento (NCC)
6. Associação Construindo Comunidades
7. Associação Angola 2000

Fórum de ONGs
Antes das sessões ordinárias, há um Fórum de ONGs. O Fórum de ONGs reúne ONGs para
compartilhar informações, reunir-se com os Comissários e adotar resoluções sobre questões
que serão discutidas pela Comissão Africana. Estas resoluções são então submetidas à
Comissão Africana, que pode usá-las quando se considera a adoção de resoluções pela
Comissão Africana.112
O Fórum de ONGs é coordenado pelo Centro Africano para a Democracia e Estudos de
Direitos Humanos, uma ONG baseada na Gâmbia.
O Ministério da Justiça e Direitos Humanos apoiou a participação de ONGs no Fórum de ONGs.113

Mecanismos Especiais
De acordo com o Artigo 23 das Regras e Procedimentos da Comissão Africana, a Comissão
Africana estabeleceu mecanismos especiais para abordar a proteção de direitos em várias
áreas temáticas. Alguns dos mecanismos relevantes para o VIH incluem:
• O Comitê para a Proteção dos Direitos das Pessoas Vivendo com VIH e Pessoas em
Risco, Vulneráveis ​​e Afetadas pelo VIH
• O Relator Especial sobre Condições Presenciais de Detenção e Policiamento em África
• O Relator Especial sobre Refugiados, Requerentes de Asilo, Migrantes e Deslocados Internos
• O Relator Especial sobre os Direitos das Mulheres
• O Relator Especial sobre Liberdade de Expressão e Acesso à Informação
• Comitê para a Prevenção da Tortura na África
• Grupo de Trabalho sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
Os mecanismos especiais podem realizar missões aos países e realizar reuniões para
promover questões em seus mandatos e investigar violações de direitos particulares, se
acordadas pelo país. Eles também podem promulgar resoluções e diretrizes sobre questões
dentro de seu mandato.114

112 Serviço Internacional para os Direitos Humanos. Fórum de ONGs disponível em http://www.ishr.ch/news/ngo-
forum.
113 Este é o caso da ASSOGE, uma ONG Angolana com foco nos direitos das mulheres.
114 Mais informações sobre os mecanismos especiais estão disponíveis em http://www.achpr.org/mechanisms/.

58 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


O que o os Mecanismos Especiais Podem Fazer
� Conduzir missões do país
� Realizar convenções e reuniões para promover questões relevantes
� Investigar violações, de direitos particulares, se acordado pelo pais.
� Emitir resoluções e diretrizes sobre questões relevantes

Processos Regionais
Os processos relevantes nos processos de nível são os seguintes:
• Monitorar a conformidade do país com os tratados regionais
• Comunicações para a Comissão Africana
• Envolver Mecanismos Especiais

Monitorando a conformidade do país com os tratados regionais


De acordo com a Carta Africana, todos os Estados partes são obrigados a apresentar
relatórios periódicos de atividade delineando a conformidade do país com os direitos e
obrigações garantidos pela Carta Africana. Uma vez que um país tenha apresentado seu
relatório, a Comissão Africana considera o relatório em uma das três sessões que realiza
no ano.
Em uma sessão pública, a Comissão Africana considera o relatório do país, incluindo discutir
questões e fazer perguntas de interesse particular e permitir que ONGs façam declarações
do plenário.
A Comissão Africana emite então uma observação final que fornece recomendações ao
país para assegurar o cumprimento da Carta Africana.

Comunicações para a Comissão Africana115


Indivíduos, ONGs, que têm status de observadores na Comissão Africana, e Estados Membro
podem apresentar comunicações à Comissão Africana nos casos em que a ação do Estado
viola a Carta Africana.
A seguir estão os requisitos para envios de comunicações. Orientações sobre como
apresentar uma queixa à Comissão Africana são fornecidas no Anexo D.
• incluir o nome do autor, mesmo que o autor queira permanecer anônimo;

115 Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Ficha de Informação N.º 2: Diretrizes para a Apresentação
da Organização das Comunicações da Unidade Africana; Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
Ficha de Informação n.º 3: Procedimento de Comunicação.

3. Instituições Regionais e Processos 59


• incluir o (s) nome (s) do reclamante ou dos reclamantes, suas nacionalidades, ocupação
ou profissão, endereços e assinaturas. Se a comunicação emana de uma ONG, deve
incluir o endereço da instituição e os nomes e assinaturas de seus representantes legais.
Se a comunicação for de um Estado Parte, serão necessários os nomes e assinatura do
representante do Estado, juntamente com o selo nacional.
• a comunicação deve ser por escrito e dirigida ao Secretário ou Presidente da Comissão
Africana;
• deve descrever a violação dos direitos humanos e / ou dos povos que ocorreram,
indicar a data, a hora (se possível) e o local onde ocorreu. Deve também identificar o
Estado em questão.
• o reclamante deve ter esgotado todos os recursos legais internos disponíveis ou indicar
as razões pelas quais não foi possível esgotar os recursos legais internos;
• a comunicação não deve ser escrita em linguagem insultuosa dirigida contra o estado
ou a União Africana;
• a comunicação não deve basear-se exclusivamente em notícias da média;
• a comunicação deve ser apresentada dentro de um prazo razoável a partir da data do
esgotamento dos recursos internos; e
• a comunicação não deve tratar de um assunto que já tenha sido resolvido por algum
outro órgão internacional de direitos humanos.
As comunicações devem ser enviadas ao Secretariado da Comissão, com sede em Banjul,
na Gâmbia. Uma vez que uma comunicação é recebida, ela é registrada sob um número
de arquivo no Registro Oficial de Comunicações da Comissão mantido no Secretariado da
Comissão Africana. O Secretariado acusará o recebimento da carta de reclamação do autor.
Se mais informações forem necessárias, o autor será informado.
Assim que a comunicação é registrada, um resumo é feito e é distribuído para todos os
comissários. Uma carta é escrita para o reclamante reconhecendo o recebimento da
comunicação. Nenhuma carta é enviada ao Estado interessado neste estágio. A Secretaria
tem que esperar por uma resposta de pelo menos sete dos onze membros para indicar que eles
receberam a comunicação e aprovaram a apreensão. Alternativamente, se o Secretariado
não receber o número mínimo de sete respostas, a comunicação será apresentada a todos
os comissários na próxima sessão da Comissão.
A Comissão Africana determina inicialmente se a comunicação é admissível. Uma vez
determinado que é, a Comissão Africana considera o fundo do assunto das comunicações,
as partes podem fazer apresentações orais ou escritas à Comissão Africana. Alguns Estados
enviam representantes às sessões da Comissão para refutar as alegações feitas contra eles.
ONGs e indivíduos também recebem audiência para fazer apresentações orais perante a
Comissão.
Após a sessão, a Comissão Africana emitirá a sua decisão e recomendações.

60 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Mecanismos Especiais /Relatores Especiais
As ONGs podem se envolver com os Mecanismos Especiais por meio de comunicações
escritas destacando preocupações relativas a violações de direitos humanos e solicitando
investigação de tais violações, visitas a países e possíveis resoluções ou diretrizes. Informações
detalhadas sobre as informações de contato e o mandato dos Mecanismos Especiais podem
ser encontradas em http://www.achpr.org/mechanisms/.

Como as OSCs podem se envolver com processos regionais


• Inserção no relatório nacional através do envolvimento com o CIERNDH
• Obtenha o status de observador.
• Relatórios de rascunho de sombra. Um modelo para um relatório sombra está
disponível em http://www.theadvocatesforhumanrights.org/uploads/app_p.pdf.
• Arquivar uma comunicação com a Comissão Africana.
• Envolva-se com o Mecanismo Especial relevante, escrevendo uma carta descrevendo
as preocupações relevantes de direitos humanos no país.

3. Instituições Regionais e Processos 61


b i l i zaç ão
Se n s i
cia
Advoca

ã o da
Aplicaç
nsabilidade Lei
Respo

4
Instituições Internacionais e
Processos

62 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Instituições Internacionais
As instituições internacionais relevantes são as seguintes:
• Orgãos de Tratado
• Procedimentos Especiais
• Conselho de Direitos Humanos

Mecanismos de Tratados116
Os mecanismos de tratados de direitos humanos são comitês de especialistas independentes
que monitoram a implementação dos principais tratados internacionais de direitos humanos.
Existem dez mecanismos de tratados de direitos humanos compostos por especialistas
independentes de reconhecida competência em direitos humanos, que são nomeados e
eleitos por períodos renováveis ​​fixos de quatro anos pelos Estados Partes. Os órgãos do
tratado relevantes para o VIH são os seguintes:
• Comitê de Direitos Humanos
• Comitê para a Eliminação da Discriminação Contra as Mulheres
• Comitê sobre os Direitos da Criança
• Comitê contra a Tortura
• Comissão dos Trabalhadores Migrantes
• Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
• Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Procedimentos Especiais117
Os procedimentos especiais do Conselho de Direitos Humanos são especialistas
independentes em direitos humanos com mandatos de relatar e aconselhar sobre direitos
humanos numa perspectiva temática ou específica de país. Em 30 de Setembro de 2016,
existiam 43 mandatos temáticos e 14 mandatos de países.
Os Procedimentos Especiais realizam visitas aos países; atuam em casos individuais e
preocupações de natureza mais ampla, estrutural, enviando comunicações para os Estados
e outros chamando-lhes a atenção sobre alegações de violações ou abusos de direitos
humanos; realizam estudos temáticos e convocam consultas de especialistas; contribuem
para o desenvolvimento de padrões internacionais de direitos humanos; envolvem-se
em defesa de direitos; aumentam a conscientização pública; e prestam assessoria para
cooperação técnica. Suas tarefas são definidas nas resoluções que criam ou estendem seus
mandatos.

116 Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas do Alto Comissariado. Monitorando os principais Tratados
Internacionais de Direitos Humanos disponíveis em http://ohchr.org/EN/HRBodies/Pages/TreatyBodies.aspx.
117 Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas do Alto Comissariado. Procedimentos especiais do Conselho de
Direitos Humanos disponível http://ohchr.org/EN/HRBodies/SP/Pages/Welcomepage.aspx.

4. Instituições Internacionais e Processos 63


Procedimentos especiais relevantes para o VIH incluem:
• Relator Especial sobre os direitos das pessoas com deficiência;
• Relator Especial sobre o direito de todos ao gozo do mais alto padrão atingível de saúde
física e mental;
• Relator Especial sobre os direitos humanos dos migrantes;
• Perito Independente na proteção contra a violência e discriminação baseada na
orientação sexual e identidade de gênero; e
• Relator Especial sobre a violência contra as mulheres, suas causas e consequências.

Conselho de Direitos Humanos118


O Conselho de Direitos Humanos é um órgão intergovernamental do sistema das Nações
Unidas responsável pelo fortalecimento da promoção e proteção dos direitos humanos
em todo o mundo e para abordar situações de violações de direitos humanos e fazer
recomendações sobre elas. Tem a capacidade de discutir todas as questões temáticas de
direitos humanos e situações que requerem a sua atenção ao longo do ano.
O Conselho é constituído por 47 Estados-Membros das Nações Unidas eleitos pela
Assembleia Geral da ONU.
A partir de 2018, Angola tem uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos. Durante o
seu tempo no Conselho de Direitos Humanos, Angola apresentou compromissos.
A Revisão Periódica Universal é um processo estabelecido pelo Conselho de Direitos
Humanos.

O Que Procedimentos Especias Podem Fazer


� Realizar visitas aos países para avaliar a situação dos direitos humanos.
� Investigar denúncias individuais de violações de direitos
� Realizar estudos temáticos
� Convocar consultas especializadas sobre questões relevantes de direitos humanos

Processos Internacionais
Os processos relevantes no nível internacional são os seguintes:
• Reclamações ao Órgão de Tratado
• Monitorar a conformidade do estado com os tratados

118 Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas do Alto Comissariado. Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas disponível em http://ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/Pages/HRCIndex.aspx.

64 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


• Revisão Periódica Universal
• Procedimentos Especiais

Reclamações aos Mecanismos de Tratados119


Vários mecanismos de tratado têm o poder de ouvir reclamações individuais. Em particular,
para Angola, a Comissão de Direitos Humanos; o Comitê para a Eliminação da Discriminação
contra a Mulher; e o Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência podem ouvir
denúncias de violações dos direitos dos respectivos tratados. Um modelo para registrar uma
reclamação junto a esses órgãos está disponível no Anexo C.
Indivíduos, países e ONGs podem apresentar queixas contra o Estado Membro. A reclamação
deve ser feita por escrito e conter as seguintes informações:
• Detalhes dos reclamantes, incluindo nome, nacionalidade, data e local de nascimento
e endereço;
• O país contra o qual as alegações estão sendo feitas;
• Os artigos do tratado que estão sendo violados;
• Se os recursos internos foram esgotados e, em caso negativo, por que os recursos
internos não foram esgotados;
• Factos da denúncia;
• Assinatura do reclamante; e
• Qualquer evidência corroboradora, como decisões judiciais internas e provas que
confirmem os fatos alegados.
Informações sobre onde as reclamações devem ser enviadas podem ser encontradas:
http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/TBPetitions/Pages/IndividualCommunications.
aspx#contact

Como as OSCs podem se envolver


As OSCs podem apresentar uma queixa ao órgão relevante do tratado.

Monitorando a conformidade do Estado com os tratados


Os países submetem relatórios periódicos aos órgãos relevantes sobre como os direitos
estão sendo implementados sob cada tratado internacional de direitos humanos. Além do
relatório do país, as OSCs podem enviar “relatórios sombra” fornecendo ao órgão do
tratado informações sobre a situação dos direitos humanos no país. O relatório-sombra é
um documento escrito descrevendo como o país está cumprindo ou violando os direitos

119 Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas do Alto Comissariado. Órgãos de Direitos Humanos - Procedimentos
de Reclamações disponíveis em http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/TBPetitions/Pages/HRTBPetitions.aspx.

4. Instituições Internacionais e Processos 65


garantidos no tratado internacional. As OSC também podem fazer apresentações orais
quando o país é questionado sobre seu relatório. Um modelo para um relatório sombra
para um corpo internacional está disponível no Anexo B.
À luz de todas as informações disponíveis, o corpo do tratado relevante examina o relatório
na presença de uma delegação do Estado Parte. Ele descreve uma lista de perguntas com
base no relatório do país e nos relatórios de sombra. Com base nesse diálogo construtivo, o
corpo do tratado publica suas preocupações e recomendações, chamadas de “observações
conclusivas”.

Como as OSCs podem se envolver com o monitoramento do estado


• Inserção no relatório nacional através do envolvimento com a CIERNDH
• Rascunho de um relatório de sombra
• Use as observações e recomendações finais dos órgãos de monitoramento dos
tratados de direitos humanos para defender mudanças internas.
• Envolva-se com os membros dos órgãos do tratado durante a pré-sessão para
levantar preocupações específicas.

Revisão Periódica Universal120


A Revisão Periódica Universal (RPU) é um processo único que envolve uma revisão dos
registros de direitos humanos de todos os Estados Membros das Nações Unidas. A RPU é um
processo impulsionado pelo Estado, sob os auspícios do Conselho de Direitos Humanos. Ele
oferece a oportunidade para cada Estado de declarar quais ações tomaram para melhorar as
situações de direitos humanos em seus países e cumprir suas obrigações de direitos humanos
estabelecidas em vários tratados internacionais. Como uma das principais características do
Conselho de Direitos Humanos, a RPU é projetada para garantir tratamento igual para todos
os países quando suas situações de direitos humanos são avaliadas. A RPU complementa
outros órgãos internacionais de direitos humanos, incluindo o Comitê de Direitos Humanos
e o Comitê de Discriminação contra as Mulheres.
Os principais prazos processuais para Angola são:121
• Acompanhamento: Relatório intermediário: 05/2017
• Consulta Nacional 05/2018
• Período de elaboração: 01/2019
• Submissão de ONGs: 21/03/2019
• Próxima RPU: 11/2019

120 Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas do Alto Comissariado. Revisão periódica Universal disponível
em http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/UPR/Pages/UPRMain.aspx.
121 https://www.upr-info.org/en/review/Angola

66 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


O 2º RPU de Angola realizou-se a 29 de outubro de 2014. Durante o diálogo interativo,
101 delegações fizeram declarações que resultaram num total de 226 recomendações,
das quais o governo angolano aceitou 192 e 34 ficaram para responder mais tarde no
Conselho de Direitos Humanos. As recomendações pendentes foram “não aceitas” e,
portanto, “anotadas”.122 As recomendações foram adotadas em 19 de março de 2015.
As recomendações podem ser encontradas aqui: https://www.ohchr.org/EN/HRBodies/
UPR/Pages/AOindex.aspx.

Como as OSCs podem se envolver com o processo RPU


• Fornecer contribuições no processo nacional de desenvolvimento do relatório do
governo para o processo de RPU.
• Elaborar relatório das partes interessadas durante o processo de RPU.
• Envolver outros governos para levantar questões nas sessões do Grupo de Trabalho.
• Familiarize-se com as recomendações do processo de RPU e monitore se elas
estão implementadas.
• Envolva-se com ministérios relevantes para implementar as recomendações do
processo RPU.

Procedimentos Especiais
Indivíduos, Estados Membros e ONGs podem se envolver em Procedimentos Especiais
por meio de comunicações por escrito descrevendo preocupações relativas a violações de
direitos humanos e solicitando a investigação de tais violações e visitas aos países.

Como as OSCs podem se envolver com Procedimentos Especiais


Escreva uma carta para o (s) Procedimento (s) Especial (is) relevante (s), descrevendo
as preocupações de direitos humanos no país e solicitando uma investigação ou uma
visita ao país.

122 De acordo com a Resolução 5/1 do Conselho de Direitos Humanos:As recomendações que contaram com o apoio do
Estado em questão serão identificadas como tal. Outras recomendações, juntamente com as observações do Estado
em questão, serão anotadas. Assim, os estados podem aceitar ou tomar nota das recomendações recebidas durante o
processo de RPU. De acordo com a Resolução 5/1 de 2006, os estados não podem rejeitar as recomendações que
recebem no processo de RPU, mas apenas aceitar ou observar essas recomendações

4. Instituições Internacionais e Processos 67


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5
Outros Atores Influentes

68 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Muitos dos principais influenciadores em Angola são legisladores ou intervêm nos processos
de elaboração e aprovação de politicas. Alguns desses principais influenciadores incluem
os Membros do Parlamento e os Ministros do Gabinete. Além disso, para mudar a opinião
pública e os costumes sociais, há pessoas influentes em outros setores também. Esses
setores são identificados abaixo.

Primeira Dama
Ana Afonso Dias Lourenço é a Primeira Dama de Angola. Antes de se tornar Primeira
Dama, Dias Lourenço desenvolveu uma carreira política muito importante, tanto em Angola
como na SADC. Sua atividade como Primeira Dama ainda é muito recente. No entanto, ela
tem se engajado em temas relativos à luta contra a epidemia de VIH/SIDA. Em 2018 Dias
Lourenço juntou à campanha Libre para Brilhar (Free To Shine). Esta campanha é liderada
pela OAFLA e pela UA. A campanha reforça o compromisso político das nações africanas
de acabar com a AIDS na infância e manter as mães saudáveis.

Líderes da Fé
O catolicismo e o protestantismo são as principais religiões em Angola. Outras religiões
como o Islã coexistem pacificamente. Tanto as igrejas Católicas quanto a igreja Protestante
são muito influentes e estão envolvidas na resposta do VIH.

Televisão
De acordo com os resultados definitivos (2016) do Censo de 2014 realizado pelo Instituto
Nacional de Estatística, 47% dos agregados familiares angolanos possuíam uma televisão.123
Enquanto nos centros urbanos como em Luanda, 83% dos agregados familiares possuem
televisão; em províncias remotas como o Cunene, apenas 3,1% possuem uma. Apesar destas
disparidades entre as províncias, a televisão ainda é considerada um meio de comunicação
fundamental para os angolanos.
Existem estações de televisão públicas e privadas. As emissoras públicas de televisão
incluem a Televisão Pública de Angola (TPA), que possui três canais, TPA 1, TPA 2 e
TPA Internacional. Estações de televisão privadas incluem TV Zimbo, TV Palanca, ZAP
News. Esses serviços são fornecidos por satélite ou cabo. Provedores de televisão incluem
DSTV, ZAP e TV Cabo.
As instituições domésticas podem colocar informações na TV através de canais de TV
oficiais, sem custos, nomeadamente através da TPA.

Rádio
O uso de rádio em Angola é muito difundido. É um meio mais acessível para os cidadãos
serem informados e para a sociedade civil compartilhar seus pontos de vista sobre os tópicos

123 Recenseamento Geral da População e Habitação, p.42; Instituto Nacional de Estatística (INE -Instituto Nacional de
Estatísticas-). Disponível em: http://ine.gov.ao/xportal/xmain?xpid=ine última visita 04. Julho 2018

5. Outros Atores Influentes 69


atuais. Também é considerado um meio eficiente para desenvolver campanhas. Atinge
todas as camadas da sociedade, incluindo mulheres, jovens e idosos. Também oferece a
oportunidade de alcançar uma maioria mais ampla com um orçamento muito menor do que
o necessário para outras médias.
A Rádio Nacional de Angola (RNA) é uma emissora pública. Sua sede está localizada em
Luanda. Opera cinco estações de rádio:
• Canal A -- atinge todo o país e camadas da sociedade e cobre notícias oficiais
• Rádio N’Gola Yetu, Rádio (em línguas nacionais)
• FM Stereo (música) - muito popular entre os jovens
• Rádio 5
• Rádio Escola tem conteúdo educacional e atinge a juventude
Em Luanda, a RNA também opera três estações cobrindo municípios específicos e bairros
como a Rádio Viana, Rádio Cazenga. Além disso, a RNA opera dezoito estações regionais
(uma por província) e uma estação (Serviço Internacional).
Há também muitos radiodifusores privados. Estas incluem estações de rádio afiliadas
religiosamente, como a Rádio Ecclesia e a Rádio Despertar. Rádio Ecclesia124 é uma das
emissoras mais influentes do país, porém muito dependente dos próprios interesses da
Igreja. A Rádio Despertar é muito popular entre os cidadãos de camadas de baixa renda.
É conhecido por lidar com tópicos que afetam os mais vulneráveis. É uma plataforma
ideal para alcançar e interagir com grupos desfavorecidos. Outras emissoras privadas com
alcance provincial são a Rádio LAC125 (Luanda), a Rádio 2000 (Lubango), a Rádio Morena
(Benguela) e a Rádio Comercial Cabinda.

Jornais e Revistas
Angola tem uma diversidade de revistas e jornais. A maioria dos jornais e revistas está
localizada principalmente em Luanda e tem um alcance limitado. O Jornal de Angola
é o jornal nacional mais importante e é distribuído em todo o país. Entre outros jornais
contam-se o Jornal O País, o Jornal Agora, o Jornal Expansão, o Jornal Folha 8, o Jornal
dos Desportos, o Jornal de Economia, o Jornal Nova Gazeta e o Novo Jornal Angola. A
maioria deles está disponível online.126
Existem editores públicos e privados. A editora pública mais conhecida é a Edições
Novembro. Publica o Jornal de Angola, a Economia e Finanças, a Cultura e o Jornal dos
Desportos. Grupos privados de media incluem o Score Media (Novo Jornal, Expansão),
o Grupo Media Nova: o Jornal do Pais, o Grupo Media Rumo: o Jornal Mercados e o
Jornal Vanguarda.

124 A Rádio Ecclesia tem um site: http://www.radioecclesia.org/


125 (Luanda Antena Comercial)
126 Jornal de Angola: http://jornaldeangola.sapo.ao/; Jornal O Pais: http://opais.co.ao/; Expansão: http://www.
expansao.co.ao/; Folha 8: https://jornalf8.net/; Jornal dos Desportos: http://jornaldosdesportos.sapo.ao/; Jornal
de Economia: http://jornaldeeconomia.sapo.ao/; Novo Jornal de Angola: http://www.novojornal.co.ao/;

70 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


A distribuição de jornais, especialmente em províncias e lugares remotos não satisfaz a
demanda.

Media Social
O Facebook é amplamente usado como uma plataforma para grupos interagirem com
o público em geral. Outros sites como o Maka Angola permitem que a diversidade de
opiniões tenha um lugar na sociedade.

Organizações da Sociedade Civil


Há uma longa história de organizações da sociedade civil em Angola, tanto nacionais como
internacionais. Especialmente no setor da saúde, as OSCs são muito ativas. As OSCs
específicas que trabalham com VIH/SIDA incluem MWENHO, OIC, Cruz Azul, OIH,
ADPP, APDES, AFRICARE, MSH, ÍRIS, H Maiúsculo e AIA. A ANASO127 é uma rede
muito influente de ONGs que abordam o VIH e a SIDA; eles são membros do MCN do
Fundo Global.

Universidades, Instituições e Académicos Eminentes


A Universidade Agostinho Neto é a principal universidade pública. A Universidade Católica
de Luanda é a principal universidade privada do país. Como principais centros acadêmicos,
eles desempenham um papel essencial no desenvolvimento social. Eles são capazes de
influenciar a sociedade angolana em todo o país e podem ajudar nos desenvolvimentos
científicos nacionais e em soluções inovadoras para políticas e legislação.
Em Angola, muitos acadêmicos trabalham no governo.
O Instituto de Formação em Administração Local128 organiza cursos de formação, seminários
e estágios para gestores, técnicos e funcionários da Administração Local e Autárquica.
A Escola Nacional de Administração129 tem como missão contribuir para o aumento da
eficiência e qualidade dos serviços públicos e privados e solidificar o crescimento econômico
e o desenvolvimento sustentável do país.

127 Rede Angolana das Organizações de Serviços de SIDA


128 Instituto Formação da Administração Local
129 Escola Nacional de Administração

5. Outros Atores Influentes 71


ção
Legisla
s
Política

Justiça
e
Equidad

6
Leis e Políticas Relevantes

72 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Esta é uma pequena lista das leis e políticas mais relevantes relacionadas ao HIV. Ele não
pretende ser abrangente e deve ser atualizado para incluir leis e políticas que não foram
incluídas.

Leis
• Lei no. 8/04; Assembleia Nacional “Sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV
e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA”.
• Lei nº 3/18; Assembleia Nacional “ Lei do Orçamento Geral do Estado 2018”
• Lei no. 10/15; Assembleia Nacional “Direito de Asilo e Estatuto do Refugiado de
Angola”
• Lei no. 2/07; Assembleia Nacional “Regime Jurídico de Estrangeiros na República de
Angola”
• Lei 7/15, Assembleia Nacional, “Lei Geral do Trabalho”
• Lei 3/99, Assembleia Nacional “Sobre o tráfico e consumo de estupefacientes,
substâncias psicotrópicas e precursores”
• Lei no. 25/11; Assembleia Nacional “Contra a Violência Doméstica” e Decreto
Presidencial nº 124/13; Presidente da República “Regulamento da Lei contra a
Violência Doméstica”
• Lei no. 5/18; Assembleia Nacional “Lei da Concorrência”
• Lei no 1/88; Assembleia do Povo “Código da Família”
• Lei no. 9/96; Assembleia Nacional “Lei do Julgado de Menores”
• Lei no. 25/12; Assembleia Nacional “Lei sobre o Desenvolvimento Integral da Criança”
• Lei n.º 8/08; Assembleia Nacional, “Lei Penitenciária”;
• Lei n.º 7/15; Assembleia Nacional “Lei Geral do Trabalho”
• Lei no. 17/16; Assembleia Nacional “Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino”
• Lei no. 1/06; Assembleia Nacional “Bases do Primeiro Emprego”
• Lei no. 7/04; Assembleia Nacional “Bases da Proteção Social”
• Lei no. 21-B / 92; Assembleia do Povo “Bases para o Sistema Nacional de Saúde”
• Decreto-Lei nº. 16-A / 95; Conselho de Ministros “Normas do Procedimento e
Atividade Administrativa”
• Decreto nº 33/91; Conselho de Ministros “Sobre o regime disciplinar dos funcionários
públicos e agentes administrativos”;
• Decreto nº 68/97; Conselho de Ministros “Ordem dos Médicos de Angola”
• Decreto nº 43/03; Conselho de Ministros “Regulamento sobre o VIH/SIDA, Emprego
e Formação Profissional”;

6. Leis e Políticas Relevantes 73


Políticas, Programas e Estratégias
• Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022
• Política Nacional de Saúde
• Plano Nacional de Desenvolvimento da Saúde 2012-2025
• Plano Estratégico Nacional de Resposta às IST / VIH-SIDA e Hepatite Viral 2015-
2018 (PEN V)
• Plano Estratégico de Saúde Reprodutiva 2009-2015
• Estratégia Nacional para a Educação dos Direitos Humanos
• Plano Estratégico da CILAD (Drogas)
• Plano Nacional de Desenvolvimento da Juventude 2014-2017
• Política Nacional sobre Igualdade e Equidade de Gênero
• Plano Executivo contra a Violência Doméstica
• Plano de Aceleração da Sobrevivência Infantil e Ações de Desenvolvimento
• Programa de Prevenção e Controle de Doenças
• Estratégia Nacional para Populações Chave e Vulneráveis 2018-2022

Instituições
• Decreto No. 1/03; Conselho de Ministros “ Cria a Comissão Nacional de Luta Contra
o HIV / SIDA e Grandes Endemias” e Despacho nº 14/05; Presidência da República
“Aprova o regulamento da Comissão Nacional de Luta contra o HIV / SIDA e as
Grandes Endemias
• Decreto No. 7/05; Conselho de Ministros “Cria Instituto Nacional da Luta Contra o
SIDA”
• Decreto Presidencial n.º 21/18; Presidente da República “Aprova o Estatuto Orgânico
do Ministério da Saúde”
• Decreto Presidencial n.º 77/18; Presidente da República “Aprova o Estatuto Orgânico
do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos”

74 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


6. Leis e Políticas Relevantes 75
ied ade
Solidar
l v i mento
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Prestaç
Voz (do Contas
)
cidadão

7
Principais Desafios Legais e
Potenciais Oportunidades

76 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Há uma série de desafios legais e em relação às políticas enfrentados pelas pessoas que
vivem com o VIH e populações chave em Angola. Estes incluem estigma e discriminação
para pessoas vivendo com HIV e pessoas afetadas pela epidemia, tais como homens que
fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo, prisioneiros, usuários de
drogas, refugiados, mulheres, crianças, pessoas com deficiências. Existem também desafios
legais em termos de implementação de leis. Além disso, há desafios no cumprimento das
obrigações de direitos humanos em relação à realização desses direitos, especialmente no
que diz respeito aos direitos das mulheres, violência baseada no gênero; acesso a serviços
de prevenção, tratamento e cuidados de VIH; e acesso limitado à justiça. Outros desafios
incluem a criminalização da transmissão do VIH.
Há uma série de oportunidades potenciais para lidar com as lacunas na legislação e na
política. Eles são discutidos abaixo nas seguintes seções:
• Estigma e discriminação
• Criminalização
• Populações Chave
• Acesso à justiça
• Igualdade de Gênero e Mulheres
• Crianças
• Refugiados
• Trabalho
• Proteção social / segurança
• Educação e informação

Estigma e discriminação
Continuam a existir estigma e discriminação significativos contra pessoas vivendo com
o VIH, mulheres, crianças, pessoas com deficiência, refugiados e populações chave. As
situações pioram para pessoas que sofrem discriminação múltipla. Além disso, não existe
legislação abrangente contra a discriminação.

Reforma jurídica
• Ratificar a Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes; a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial; e o Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos
e dos Povos sobre o Estabelecimento do Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos
Povos.
• Trabalhar com os membros da Assembleia Nacional para introduzir uma lei anti
discriminação abrangente. Isso incluiria trabalhar com a 6ª Comissão (Saúde), 7ª
Comissão (Juventude), 10ª Comissão (Direitos Humanos) e Grupo de Mulheres
Parlamentares.

7. Principais Desafios legais e Potenciais Oportunidades 77


• Trabalhar com os membros da Assembleia Nacional para aumentar a conscientização
sobre a discriminação múltipla, especialmente em casos que envolvem populações-
chave, crianças, mulheres e pessoas com deficiências.
• Faça uma petição na Assembleia Nacional

Envolvimento com ministérios relevantes


• Trabalhar com os ministérios relevantes, tais como os Ministérios da Saúde, Educação,
Juventude e Desporto, Ação Social, Família e Empoderamento das Mulheres, Justiça
e Direitos Humanos, Finanças e Trabalho, para elaborar uma lei abrangente contra a
discriminação.
• A nível local, dirigir-se à atenção do Comité Provincial dos Direitos Humanos no
Governo Provincial, Delegação de Justiça.

Envolvimento com Líderes Tradicionais


• Trabalhar com líderes tradicionais para aumentar a conscientização sobre discriminação
e estigma, especialmente em áreas rurais e remotas

Envolvimento com advogados


• Trabalhar com advogados pertencentes a grupos afetados pelo VIH, tais como
advogados que vivem com o VIH ou advogados LGBT, para lidar com a discriminação
enfrentada pelas populações afetadas.
• Aumentar a conscientização dos advogados sobre a discriminação enfrentada pelas
populações afetadas, incluindo pessoas vivendo com VIH, homens que fazem sexo
com homens, pessoas transexuais e outras populações-chave.

Envolvimento com organizações internacionais


• Envolver-se com organizações internacionais como ONUSIDA, PNUD, UNICEF,
ACNUR para aumentar a conscientização sobre o estigma e a discriminação e para
fornecer apoio técnico para um projeto de lei sobre anti discriminação.

Reclamação ao Provedor de Justiça


• Instituir uma queixa com o Provedor de Justiça em casos de discriminação, como
atitudes discriminatórias no serviço de saúde devido ao status de VIH, deficiência ou
status de refugiado.
• Instituir uma queixa com o Provedor de Justiça se o livro de reclamações não estiver
disponível em instituições sanitárias.
• Faça uma reivindicação usando o livro de reclamações, se estiver disponível em
instituições sanitárias.

78 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Criminalização

Reforma jurídica
• Ratificar o Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre o
Estabelecimento do Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos.130
• Envolva-se com a Assembleia Nacional para aumentar a conscientização sobre a
necessidade de descriminalizar a transmissão do VIH, a exposição ao VIH ou a falha
em divulgar o status de VIH, conforme recomendado pela Comissão Global sobre VIH
e o Direito 2012 e seu Suplemento (2018).
• Aumentar a conscientização entre os parlamentares sobre o impacto negativo da
criminalização do consumo de drogas na saúde pública.
• Envolver-se com o Executivo para alterar a lei, com o fim de descriminalizar a transmissão
do VIH, a exposição ao VIH ou a falha em divulgar o status de VIH no contexto da
Revisão da Lei 8/04 sobre VIH/SIDA.

Envolvimento com ministérios relevantes


• Envolver-se com o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Luta contra a SIDA, o
Instituto Nacional de Luta Anti-Drogas e o Ministério da Justiça e Direitos Humanos
para avaliar o impacto da criminalização da transmissão do VIH, exposição ao VIH ou
falha em divulgar o status do VIH. criminalização do consumo de drogas.
• Envolver-se com o Instituto Nacional de Luta Anti-Drogas para avaliar o impacto
negativo da criminalização do consumo de drogas.

Envolvimento com líderes tradicionais


• Trabalhar com os líderes tradicionais para aumentar a conscientização sobre o impacto
negativo da criminalização da transmissão do VIH, exposição ao VIH e falha em revelar
o status de VIH.

Envolvimento com juízes


• Envolver-se com os juízes para explicar os critérios sobre os padrões aplicáveis ​​de
direito penal da intenção de transmitir o VIH. A intenção de transmitir o VIH não
pode ser presumida ou derivada apenas do conhecimento por parte do acusado de ser
seropositivo e / ou da não revelação desse estado; de se envolver em sexo desprotegido;
ter um bebê sem tomar medidas para prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho;
ou compartilhando equipamentos de injeção de drogas.

130 Veja a nota de rodapé 11

7. Principais Desafios legais e Potenciais Oportunidades 79


Envolvimento com organizações internacionais
• Envolver-se com organizações internacionais, como o PNUD, para aumentar a
conscientização sobre o impacto da criminalização na saúde pública e fornecer apoio
técnico para a reforma jurídica.

População Chave

Reforma jurídica
• Decretar e monitorar a implementação de disposições que protegem contra o abuso
policial.
• Promulgar disposições disciplinares especiais sancionando o abuso policial em casos
de violência relaciondas ao status sorológico, orientação sexual ou abuso contra
profissionais do sexo.
• Garantir que a Estratégia Nacional para População Chave e Vulnerável utilize definições
apropriadas alinhadas com as Diretrizes da Organização Mundial de Saúde (2014) e a
Estratégia da SADC para Populações-Chave.
• Apresentar uma petição, reclamação ou sugestão junto da Assembleia Nacional.

Envolvimento com ministérios relevantes


• Envolver-se com o Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA, o Instituto Nacional de
Luta Anti-Drogas e o Ministério da Saúde para atender às necessidades das populações-
chave.
• Envolver-se com o Ministério do Interior, especialmente com a Polícia Nacional e os
Serviços Penitenciários, para atender às necessidades das populações-chave.
• Envolver-se com o Ministério da Juventude para incluir Populações-Chave na sua
Política Nacional da Juventude, para atender às necessidades das populações-chave
jovens.

Envolvimento com líderes tradicionais


• Sensibilizar os líderes tradicionais, especialmente a nível da comunidade, sobre os
direitos das populações chave.

Envolvimento com organizações internacionais


• Envolver-se com o ONUSIDA, PNUD, UNFPA, OMS, UNICEF para aumentar a
conscientização sobre as necessidades e os direitos das populações-chave e ajudá-los a
prestar apoio técnico em questões que afetam populações-chave.
• Recorrer aos mecanismos internacionais de direitos humanos, e.g. realize um relatório
de sombra.

80 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Envolva-se com o Provedor de Justiça e outros órgãos
• Registrar uma queixa com o Provedor de Justiça em casos de abuso policial.
• Promover com o Provedor de Justiça a elaboração de um relatório temático sobre o
abuso sistemático de polícia contra profissionais do sexo, LGTB +, violência de gênero
e violência policial em geral.
• A nível local, dirigir-se à atenção do Comité Provincial para os Direitos Humanos no
Governo Provincial, Delegação para a Justiça.

Acesso a justiça
Existe um acesso limitado à justiça para as pessoas que vivem com e são afetadas pelo VIH.
Em particular, há um acesso limitado à justiça por populações-chave, mulheres e meninas
que são vítimas de discriminação, especialmente em áreas rurais e remotas.

Envolvimento com instituições relevantes


• Trabalhar com ministérios relevantes para aumentar o acesso a serviços de assistência
jurídica, especialmente o Ministério da Justiça e Direitos Humanos.
• Realizar workshops e seminários para sensibilizar procuradores (Procuradoria Geral),
advogados (Ordem dos Advogados) e profissionais de saúde (Associação Médica) sobre
questões relacionadas ao VIH.
• Aumentar a conscientização em todo o sistema judicial, incluindo à Procuradoria Geral
da República, sobre os direitos relacionados ao VIH e sua dimensão constitucional e de
direitos humanos.
• Aumentar a conscientização dentro da polícia nacional sobre as violações de direitos
sofridas pelas pessoas que vivem e são afetadas pelo VIH.
• A nível local, dirigir-se à atenção do Comité Provincial para os Direitos Humanos no
Governo Provincial, Delegação para a Justiça.
• Faça uma petição com a Assembleia Nacional.

Envolvimento com líderes tradicionais


• Sensibilizar os líderes tradicionais de que a lei tradicional só é admitida na medida em
que não viole a lei constitucional e a dignidade humana.

Envolvimento com organizações internacionais


• Envolver-se com o PNUD e o UNICEF sobre as barreiras ao acesso à justiça.

7. Principais Desafios legais e Potenciais Oportunidades 81


Envolver-se com o Provedor de Justiça
• Trabalhar com o Provedor de Justiça para produzir um Relatório Temático sobre o
Direito a um Julgamento Justo e Igualdade perante a Lei.
• Apresentar uma queixa junto ao Provedor em casos de morosidade judicial na entrega
de resoluções judiciais.

Igualdade de Género e Mulheres


Continua havendo estereótipos tradicionais em relação aos papéis de mulheres e homens
na família e na sociedade, que têm um impacto adverso na capacidade das mulheres de
aceder aos serviços de saúde. Além disso, o direito consuetudinário continua a discriminar
as mulheres e meninas na propriedade e herança.
Mulheres e meninas continuam a enfrentar práticas prejudiciais, incluindo casamento
precoce e poligamia. Elas também são vitimas, de forma sistema, de violência doméstica e
têm acesso limitado à justiça, especialmente nas áreas rurais.

Reforma jurídica
• Trabalhar com os membros da Assembleia Nacional para alterar as leis que discriminam
as mulheres, e promulgar leis que protejam as pessoas contra a orientação sexual e
identidade de gênero, especialmente através da 10ª Comissão (Direitos Humanos e
Reclamações).

Envolvimento com os ministérios relevantes


• Envolver-se com os Ministérios da Justiça e Direitos Humanos, Ação Social, Família
e Mulheres, e Jovens e Desporto. Instituto Nacional da Criança, Instituto Nacional
da Juventude para abordar a violência baseada em gênero, bem como políticas e
programas relacionados a gênero.

Envolvimento com líderes tradicionais


• Trabalhar com líderes tradicionais para aumentar a conscientização sobre normas e
práticas culturais prejudiciais, especialmente em áreas rurais e remotas (por exemplo,
casamento precoce, herança de viúvas).

Envolvimento com organizações internacionais


• Envolver-se com organizações internacionais, como o UNFPA, PNUD, UNICEF,
ACNUR para lidar com a desigualdade de gênero.

Envolver-se com outras instituições


• Denuncie um ato de violência doméstica, incluindo o abandono familiar, numa
instituição sanitária, usando as orientações fornecidas usando o Manual de Orientação

82 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


do MINSA 2017 para notificação, cuidados e encaminhamento de casos de suspeita ou
confirmação de violência doméstica. violência sexual e outras violências.
• Registrar uma queixa com o Provedor de Justiça se o seu caso não foi resolvido.
• A nível local, dirigir-se à atenção do Comité Provincial para os Direitos Humanos no
Governo Provincial, Delegação para a Justiça.

Crianças

Reforma jurídica
• Garantir que as Políticas e Programas da Criança sejam aprovados e que incluam
provisões para prevenção, tratamento e atenção ao VIH considerando as diferentes
etapas da infância (por exemplo, adolescentes ou grupos de risco específicos, como
LGTB +, crianças sexualmente exploradas).
• Assegure-se de que todas as crianças estejam registradas.

Envolvimento com ministérios relevantes


• Envolver-se junto ao Ministério de Ação Social, Família e Empoderamento da Mulher
e para elaborar, implementar e monitorar Políticas e Programas da Criança, incluindo
a conscientização sobre a implementação do Manual de Educação Sexual desenvolvido
pelo Ministério da Educação em parceria com UNICEF.131
• Envolver-se com o Ministério da Justiça e Direitos Humanos para garantir o registro de
nascimentos de crianças.

Envolvimento com organizações internacionais


• Envolver-se com organizações internacionais, em particular com o UNICEF, para
abordar violações dos direitos das crianças, incluindo assegurar o registro das crianças.

Trabalho

Reforma jurídica
• Assinar e ratificar a Convenção sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores
Migrantes e Membros de Suas Famílias.
• Rever o Decreto nº 43/03 do Conselho de Ministros “Regras sobre HIV / SIDA,
Emprego e Formação Profissional”, tendo em mente a Recomendação 200 da
Organização Internacional do Trabalho para o HIV e recomendações da Comissão
Global para o HIV e a Lei 2012 e o seu Suplemento.

131 Manual para Educação de Pares sobre Sexualidade. Ministro da Educação. República de Angola 2014.

7. Timeline 83
Envolvimento com ministérios relevantes
• Envolver-se com o Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA e o Ministério da Saúde
em coordenação com o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Seguridade
Social para revisar as políticas relacionadas ao VIH no local de trabalho, incluindo
mecanismos de monitoramento. Atenção deve ser dada a questões como testes,
exposição, divulgação e discriminação.

Refugiados, Requerentes de Asilo, Migrantes e


Apátridas

Reforma jurídica
• Ratificar a Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados e Apátrida.
• Assegurar que a implementação da Lei sobre o Direito de Asilo e o Estatuto de Refugiados
inclua disposições para os direitos relacionados à saúde e à saúde, especialmente para
a disponibilidade e acessibilidade a medicamentos.

Envolvimento com organização internacional


• Envolver-se com organizações internacionais, em particular com o ACNUR e OIM,
para atender às necessidades dos refugiados e outros grupos de interes

Proteção social/ segurança

Reforma jurídica
• Rever a Lei que estabelece as Bases da Proteção Social e rever as disposições da
Segurança Social ao abrigo do Decreto nº 43/03; Conselho de Ministros “Regras
sobre VIH / SIDA, Emprego e Formação Profissional”.

Envolvimento com ministérios relevantes


• Envolver-se com o Instituto Nacional da Luta Contra o SIDA e o Ministério da Saúde,
em coordenação com o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Seguridade
Social, para assegurar a inclusão expressa de pessoas vivendo ou afetadas pelo VIH.

Educação e Informação

Envolvimento com ministérios relevantes


• Envolver-se com o Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA e o Ministério da Saúde,
em coordenação com o Ministério da Educação para implementar o ensino sexual e
reprodutivo nas escolas, especialmente no ensino médio.

84 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


• Envolver-se com o Instituto Nacional da Luta Contra a SIDA e com o Ministério da
Saúde, em coordenação com o Ministério da Comunicação Social e o Ministério da
Justiça e Direitos Humanos para garantir o acesso à informação.
• Envolver-se com o Ministério da Justiça e Direitos Humanos para incluir populações-
chave na sua Estratégia Nacional para a Educação dos Direitos Humanos.

Envolva-se com a Assembleia Nacional


• Faça uma petição com a Assembleia Nacional para melhorar o acesso à informação
sugerindo que os ministérios e instituições mantenham seu site atualizado.
• Apresentar uma petição à Assembleia Nacional, sugerindo que as leis podem ser melhor
acessíveis ao público

Appendices 85
Law reform
• Sign and ratify the Convention on the Protection of the Rights of All Migrant Workers
and Members of Their Families.
• Review Decree No. 43/03 Council of Ministers “Rules on HIV / AIDS, Employment
and Vocational Training” bearing in mind Recommendation 200 from the International
Labor Organization for HIV and recommendations of the Global Commission for HIV and
the Law 2012 and its Supplement.
Engagement with relevant ministries
• Engage with National Institute for Fight Against AIDS and Ministry of Health in
coordination with Ministry for Public Administration, Labor and Social Security to review
HIV-related workplace policies, including monitoring mechanisms. Attention should be paid
to issues such as testing, exposure, disclosure and discrimination.
Refugees, Asylum Seekers, Migrants and Stateless Persons
Legal reform
• Ratify Convention on Statelessness.
• Ensure that the implementation of the Law on the Right of Asylum and the Refugee
Statute includes provisions for health and health related rights, especially for the availability
and accessibility to medicines.
Engagement with international organization
• Engage with international organizations, in particular the UNHCR to address the
needs of refugees.
Social protection/security
Legal reform
• Review Law establishing the Basis of Social Protection and revise provisions of
Social Security under Decree No. 43/03; Council of Ministers “Rules on HIV / AIDS,
Employment and Vocational Training”.

8
Engagement with relevant ministries
• Engage with the National Institute for Fight Against AIDS and Ministry of Health,
in coordination with the Ministry for Public Administration, Labor and Social Security as to

Cronograma132
ensure expressed inclusion of people living or affected by HIV.
Education and information
Engagement with relevant ministries
• Engage with the National Institute for Fight Against AIDS and the Ministry of Health,

86 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Duas vezes por ano Sessões Ordinárias da Comissão Africana

Quando necessário Sessões Extraordinárias da Comissão Africana

Em progresso Revisão Periódica Universal do Conselho dos Direitos


Humanos

A qualquer momento Relatórios sombra perante aos mecanismos internacio-


nais de direitos humanos

1º trimestre do ano Discussão do Orçamento do Estado, Assembleia Nacio-


nal

Em progresso Política Nacional de Juventude

Em progresso Estratégia Nacional para Saúde Sexual e Reprodutiva

Em progresso Plano de Aceleração da Sobrevivência Infantil e Ações


de Desenvolvimento

Em progresso Revisão da Lei do VIH

Em progresso Campanha Libre para Brilhar (Free To Shine)

A qualquer momento132 Relatório Temático do Provedor de Justiça

Uma vez por ano133 Relatório Anual do Provedor de Justiça

132 Este é um cronograma de rascunho inicial. Informações adicionais devem ser incluídas quando estiverem disponíveis.
133 Último relatório apresentado para o ano de 2016.

8. Cronograma 87
Apêndices

Anexo A: Modelo de Relatório de Sobra da Comissão


Africana134
Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
[número] Sessão Ordinária
[datas da sessão]
Relatório sobre [questão] no [nome do país]
De acordo com a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
em resposta a
O [número] Relatório Periódico do Governo de [país]
apresentado em
O [número de sessão] Sessão Ordinária da Comissão [data da sessão]
preparado por
[Nome da Organização]
[descrição da organização]
e
[Nome da Organização]
[descrição da organização]
[data de entrega]

134 Este modelo de relatório sombra foi preparado pelos defensores dos direitos humanos e está disponível em http://
www.theadvocatesforhumanrights.org/uploads/app_p.pdf

88 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


SUMÁRIO EXECUTIVO
1. [Resuma as violações dos direitos humanos que o seu relatório aborda e as suas
recomendações para ação pelo Governo de a. _______.
Os compromissos internacionais, regionais e domésticos de ______ para os direitos
humanos incluem [___].
2. [Identifique os tratados relevantes que o Governo ratificou.]
3. [Identifique as disposições relevantes na constituição do governo.]
4. [Descreva quaisquer declarações recentes do Governo de ______ de que honrará seus
compromissos de direitos humanos, por exemplo, o relatório do estado, declarações
durante a Revisão Periódica Universal.]
a. governo de ______ não cumpriu suas obrigações de direitos humanos no contexto
de [___].
5. [Dê uma descrição dos tópicos que o relatório cobrirá. Observação: este modelo tem
cinco tópicos, mas seu relatório pode ter mais ou menos tópicos.]
[Tópico 1]
6. [Resuma as violações de direitos humanos abordadas no Tópico 1.]
7. [Descreva brevemente a linguagem do tratado relevante e como ela se relaciona com o
Tópico 1.]
8. [Resuma a “história processual” do Tópico 1. O que, se for o caso, o Governo disse
sobre o tópico durante a última revisão da Comissão Africana, durante a última Revisão
Periódica Universal, e durante as últimas revisões pelos órgãos relevantes da ONU?
Quais foram os resultados relevantes desses procedimentos?]
9. [Descreva a posição atual do governo sobre o tópico, conforme extraído do relatório
de estado mais recente. Se o relatório do estado estiver em silêncio sobre o assunto,
procure qualquer pronunciamento oficial recente.]
10.[Descreva a realidade, explicando por que a posição do governo é imprecisa, incompleta,
enganosa ou falsa. Incorporar contas de primeira mão e outras documentações das
condições de direitos humanos no local, se relevante.] [Nota: Esta parte provavelmente
terá vários parágrafos. É a parte mais importante e mais substantiva do relatório.]
Perguntas sugeridas para a delegação do Governo de _______:
Sugestões de recomendação para o Governo de ________:
[Topico 2]
11.[Resuma as violações dos direitos humanos abordadas no Tópico 2.]
12.[Descreva brevemente a linguagem do tratado relevante e como ela se relaciona com o
Tópico 2.]
13.[Resuma a “história processual” do Tópico 2. O que o Governo disse sobre o tópico
durante a última revisão da Comissão Africana, durante a última Revisão Periódica

Apêndices 89
Universal, e durante as últimas revisões pelos órgãos relevantes da ONU? Quais foram
os resultados relevantes desses procedimentos?]
14.[Descreva a posição atual do governo sobre o tópico, conforme extraído do relatório
de estado mais recente. Se o relatório do estado estiver em silêncio sobre o assunto,
procure qualquer pronunciamento oficial recente.]
15.[Descreva a realidade, explicando por que a posição do governo é imprecisa, incompleta,
enganosa ou falsa. Incorporar contas de primeira mão e outras documentações das
condições de direitos humanos no local, se relevante.] [Nota: Esta parte provavelmente
terá vários parágrafos. É a parte mais importante e mais substantiva do relatório.]

Perguntas sugeridas para a delegação do Governo de _______:


Sugestões de recomendação para o Governo de ________:
III. Conclusão
[Reafirme seus principais pontos e suas recomendações mais importantes.]

90 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Anexo B: Modelo de Relatório Sombra para os
Mecanismos Internacionais135
Título
Organização (s) relatora (s):
• Observe se isto é uma apresentação individual ou de coalizão.
• Liste e descreva brevemente a organização ou coalizão de organizações ou defensores
que são autores / ou que apoiam esta submissão, incluindo o escopo geográfico da (s)
organização (ões), questões de foco, localização e missão.
• Se a coalizão for grande, inclua a lista completa de organizações e signatários individuais
como nota de rodapé ou anexo.
introdução e Resumo da problemática
• Observe se esta é uma atualização de uma apresentação anterior.
• Resuma brevemente (1 a 2 parágrafos) a questão de direitos humanos que trata a
sua submissão/apresentação. Concentre-se em fornecer atualizações da apresentação
anterior (se aplicável).
• Destaque os seguintes aspectos: papéis desempenhados pelo governo federal, estadual
e local em relação ao tema; legislação que poderia remediar a situação dos direitos
humanos; dados relevantes; gráficos; e histórias de vítimas e sobreviventes.
Questão Relevante na Lista de Questões
• Se o problema foi incluído na Lista de Questões, observe qual pergunta na lista está
relacionada ao seu problema.
• Se a linguagem utilizada na pergunta não resolver o problema de maneira suficiente,
sugira uma linguagem modificado e sugira outras perguntas para serem levantadas
durante a revisão do pais.
Resposta do governo
• Se o governo relevante enviar suas respostas dentro do prazo, mencione a posição do
governo em relação ao seu problema.
• Se o governo relevante não tiver enviado seu relatório, mencione a posição do governo
com base em informações externas.
• Explique como a posição do governo está de acordo com suas obrigações sob o PIDCP,
tendo em mente as perguntas do Comitê, observações finais anteriores e (se aplicável)
comentários gerais.
Perguntas recomendadas
• 2-3 perguntas que o Comité relevante deve perguntar ao Governo durante a revisão.

135 Modelo desenvolvido pelo USHR Network, disponível em: https://www.ushrnetwork.org/sites/ushrnetwork.org/


files/shadow_report_template_final.pdf

Apêndices 91
• Realize a lista em ordem de prioridade.
Recomendações sugeridas
• 2-3 recomendações que o Comitê deve fornecer ao Governo sobre sua revisão
• Realize a lista em ordem de prioridade.
• As recomendações podem incluir mudanças na lei, política ou práticas a nível local,
estadual ou federal.
• As recomendações devem incluir políticas específicas, leis e até mesmo legislação ou
programas que você deseja que o Comitê inclua nas observações finais.

92 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Anexo C: Modelo de Formulário de Reclamação para
Órgãos Internacionais do Tratado
Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
Convenção contra a Tortura, ou
Convenção Internacional sobre a Eliminação da Discriminação Racial
Por favor, indique qual dos procedimentos acima você está invocando: ………
Encontro: ………….

I. Informação na Reclamação:
Nome: ……… Primeiro nome(s): ………….
Nacionalidade:……… Data e local de nascimento: ………….
Endereço para correspondência sobre esta queixa: ………..
Enviando a comunicação:
em seu próprio nome: ………..
em nome de outra pessoa: ………..
Se a reclamação estiver sendo enviada em nome de outra pessoa:
Por favor, forneça os seguintes dados pessoais dessa outra pessoa
Nome: ……… Primeiro nome(s): ………….
Nacionalidade:……… Data e local de nascimento: ………….
Endereço ou paradeiro atual: ……….
Se você estiver agindo com o conhecimento e o consentimento dessa pessoa, forneça a
autorização dessa pessoa para que você apresente essa reclamação …………
Ou
Se você não está autorizado, por favor, explique a natureza do seu relacionamento com
essa pessoa: ……………… e detalhe por que você considera apropriado trazer esta queixa
em seu nome: ………… ..
II. Estado em causa / artigos violados
Nome do Estado contra o qual a reclamação é dirigida:
…………
Artigos do Pacto ou Convenção alegadamente violados:
…………

III. Esgotamento dos recursos internos / Aplicação a outros


procedimentos internacionais
Pasos adoptados por ou em nome das supostas vítimas para obter reparação dentro do
Estado em questão pela suposta violação - detalhes sobre quais procedimentos foram
adotados, incluindo o recurso aos tribunais e outras autoridades públicas, que reclamações
que você fez, em que momentos, e com quais resultados: ………………… .

Apêndices 93
Se você não esgotou esses recursos com base no fato de que sua solicitação seria
prolongada indevidamente, que eles não seriam efetivos, que não estão disponíveis
para você ou por qualquer outro motivo, explique suas razões detalhadamente:
…………………………
Você submeteu a mesma questão para exame sob outro procedimento de investigação ou
acordo internacional (por exemplo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a
Corte Europeia de Direitos Humanos ou a Comissão Africana de Direitos Humanos e dos
Povos)? ……………
Em caso afirmativo, detalhe qual (is) procedimento (s) foi (foram) perseguido (s), quais
reclamações você fez, em quais momentos e com quais resultados: …………………………

IV. Fatos da denúncia


Detalhe, em ordem cronológica, os fatos e circunstâncias das violações alegadas. Inclua
todos os assuntos que possam ser relevantes para a avaliação e consideração do caso
particular. Por favor, explique como você considera que os fatos e circunstâncias descritos
violam seus direitos.
………………………….
………………………….
………………………….
Assinatura do autor: …………
[Os espaços em branco nas várias seções deste modelo de comunicação simplesmente
indicam onde suas respostas são necessárias. Você deve reservar o máximo de espaço
necessário para definir suas respostas.]
V. Lista de verificação da documentação de apoio (cópias, não originais, a anexar à sua
reclamação):
Autorização escrita para agir (se você estiver apresentando a reclamação em nome de outra
pessoa e não justificar a ausência de autorização específica): ……..
• Decisões dos tribunais e autoridades nacionais sobre a sua pretensão/acção (uma cópia
da legislação nacional relevante também é útil): …… ..
• Reclamações e decisões de qualquer outro procedimento de investigação ou resolução
internacional: …… ..
• Qualquer documentação ou outra evidência de corroboração que você possua que
substância sua descrição na Parte IV dos fatos de sua reivindicação e / ou seu argumento
de que os fatos descritos equivalem a uma violação de seus direitos:…
• Por favor, inclua, se necessário, uma indicação em um idioma da ONU (árabe, chinês,
inglês, espanhol, francês e russo) do conteúdo da documentação que o acompanha.
• Sua comunicação não deve exceder 50 páginas (excluindo anexos). Caso seu aplicativo
exceda vinte páginas, você também deve enviar um breve resumo.

94 DIRECTRIZES DE ENVOLVIMENTO PARA A SOCIEDADE CIVIL EM ANGOLA


Anexo D: Diretrizes para submeter reclamações à
Comissão Africana136
1. Reclamante (s) (indique se você está agindo em seu nome ou em nome de outra pessoa.
Também indique em sua comunicação se você é uma ONG e se deseja permanecer
anônimo).
Nome……………………………………………………………….
Idade………………………………………………………………….
Nacionalidade ………………………………………………………….
Ocupação e / ou Profissão ………………… .. ………………
Endereço ……………………………………………………………
Telefone / Fax # ……………………………………………….
2. Governo acusado da violação (por favor, certifique-se de que é um Estado Parte da
Carta Africana).
3. Fatos constituindo violação alegada (Explique o mais detalhadamente possível os
factos em relação ao que aconteceu, especificando o local, a hora e as datas da violação).
4. Urgência do caso (É um caso que pode resultar em perda de vidas ou sérios danos
corporais se não for tratado imediatamente? Afirme a natureza do caso e por que você
acha que merece ação imediata da Comissão).
5. Disposições da Carta alegadamente violadas (se você não tiver certeza dos artigos
específicos, por favor, não mencione nenhum).
6. Nomes e títulos de autoridades governamentais que cometeram a violação (se
for uma instituição governamental, por favor, informe o nome da instituição, bem como
o nome do chefe).
7. Testemunha da violação (incluir endereços e, se possível, números de telefone de
testemunhas).
8. Provas documentais da violação (anexar, por exemplo, cartas, documentos legais,
fotos, autópsias, gravações etc., para mostrar a prova da violação).
9. Casos legais internos (indicar também, por exemplo, os tribunais a que compareceu,
anexar cópias de decisões judiciais, providências de habeas corpus etc.
10.Outros caminhos internacionais (Indique se o caso já foi decidido ou está sendo
ouvido por algum outro órgão internacional de direitos humanos; especifique esse órgão
e indique o estágio que o caso tem atingido).

136 Adoptada pela Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. Folha Informativa nº 2. Directrizes para a
apresentação de Comunicações à Organização da União Africana (Information Sheet No. 2. Guidelines for the
Submission of Communications. Organisation of African Unity)

Apêndices 95
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Angola
Rua Direita da Samba, Condomínio Rosalinda
Edifício 1B, 6º Andar
Luanda, Angola

Telefono: +244 917620923


E-mail: registry.mg@undp.org
Website: registry.ao@undp.org

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