Trabalho de Campo de GRH - 014621

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

Universidade Católica de Moçambique

Centro de Ensino à Distância

O CICLO HIDROLÓGICO

Nome da Estudante: Jéssica Alderto Melo João

Quelimane, Maio de 2024


Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância

O CICLO HIDROLÓGICO

Trabalho de Campo da cadeira de Gestão de Recursos Hídricos,


Submetido ao Centro de Ensino à Distância da UCM, como requisito
parcial para obtenção do grau de licenciatura em Gestão Ambiental.

O Tutor: Mestre Charama Cipriano Bacar

Quelimane, Maio de 2024

2
Índice
0. Introdução .................................................................................................................... 4
1. Fundamentação Teórica ............................................................................................... 5
1.1. Considerações gerais ................................................................................................ 5
2. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA ....................................................................................... 5
2.1. CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA .......................................................................... 7
3. O CICLO HIDROLÓGICO ........................................................................................ 7
3.1. Estrutura do ciclo hidrológico.................................................................................. 8
3.2. Os fenómenos naturais que constituem o ciclo hidrológico são: ........................... 10
3.3. Processos e factores do ciclo hidrológico .............................................................. 10
3.3.1. Processos termodinâmicos ................................................................................. 10
3.3.2. Evapotranspiração .............................................................................................. 10
3.3.3. Condensação....................................................................................................... 10
3.4. Processos hidrodinâmicos ...................................................................................... 11
3.4.1. Precipitação ........................................................................................................ 11
3.4.2. Advecção ............................................................................................................ 11
3.4.3. Escorrência ......................................................................................................... 11
Conclusão.......................................................................................................................... 12
Referencias bibliográficas................................................................................................. 13

3
0. Introdução

O presente trabalho de campo da cadeira gestão de recursos hídricos, intitulado “O Ciclo


Hidrológico” tem como principal objectivo descrever o ciclo hidrológico, visto que,
Hidrologia é a ciência que estuda as águas da Terra, a sua ocorrência, circulação e
distribuição, as suas propriedades físicas e químicas e as suas interações com o meio,
incluindo a relação com os seres vivos. Assim, a hidrologia abrange o estudo da água dos
continentes, atmosfera e oceanos, no entanto, é usual a hidrologia referir-se apenas ao estudo
do ramo terrestre.
O objeto de estudo da hidrologia é o ciclo hidrológico que pode ser definido como uma
sequência fechada de fenómenos naturais pelos quais a água passa da atmosfera ao globo
terrestre, na fase líquida ou sólida, e volta novamente a ela, na fase de vapor. A energia
necessária para que o ciclo hidrológico se mantenha provém da energia solar.

4
1. Fundamentação Teórica
1.1. Considerações gerais

A Hidrologia pode ser entendida como a ciência que estuda a água, como a própria origem
da palavra indica (do grego): hidrologia = hydor (“água”) + logos (“ciência” ou “estudo”).
Entretanto, uma boa definição adotada por vários autores é a seguinte:

“Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência,


circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua
reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas
vivas” (Definição do U.S. Federal Council of Service and Technology,
citada por Chow, 1959, apud Tucci, 2000).

Como se pode perceber pela definição acima, a hidrologia é uma ciência consideravelmente
ampla, cujo escopo de trabalho abrange diversas sub-áreas mais específicas, como por
exemplo:

➢ Hidrometeorologia: trata da água na atmosfera;


➢ Limnologia: estuda os lagos e reservatórios;
➢ Potamologia: estuda os rios;
➢ Oceanografia: estuda os oceanos;
➢ Hidrogeologia: estudas as águas subterrâneas;
➢ Glaciologia: trata da ocorrência de neve/gelo na natureza.

Entretanto, cabe salientar que a maioria dos estudos envolve mais de uma das sub-áreas, já
que os fenômenos e processos envolvendo a água na natureza (ocorrência, distribuição,
propriedades físico-químicas, etc.) estão interrelacionados de tal forma que a explicação e o
entendimento dos mesmos só são alcançados mediante a reunião dos conhecimentos das
diversas sub-áreas.

2. IMPORTÂNCIA DA ÁGUA

A importância da água na história da humanidade é identificada quando se observa que os


povos e civilizações se desenvolveram às margens de corpos d’água, como rios e lagos. A
água na Terra é, a um só tempo, vulgar e vital, rara e ubíqua, útil e destrutiva. Suas
propriedades químicas e físicas conferem-lhe características importantes como:
5
➢ Material básico para as células vivas;
➢ Agente de limpeza e de nutrição;
➢ Solvente universal;
➢ Mobilidade excepcional;
➢ Meio de transporte;
➢ Reguladora das trocas de energia na biosfera;
➢ Moderadora do clima;
➢ Agente erosivo e destruidor.

A história do desenvolvimento da civilização poderia ser escrita em termos da preocupação


épica do homem para com a água. Os problemas relativos à água sempre mereceram a atenção
e imaginação criativa do homem para a sua solução, como atestam várias obras de
engenharia, projetos de recursos hídricos, poços, aquedutos e barragens construídas no
passado (FRANK, 1955). A mais antiga represa do mundo foi construída no Egito, há mais
de 5.000 anos. O poço de Jacó (Velho Testamento) foi escavado atravessando uma camada
de rocha de cerca de 30 metros, e se encontra em uso até hoje.

Também os costumes e as formas de organização social do homem foram influenciadas mais


pela associação com a água do que com a terra de onde conseguiram o sustento, associação
esta refletida em costumes, crenças, regulamentos e leis e na religião: "Uma boa terra, terra
com ribeiros de água, com nascentes que emanam de vales e montanha... " (Deuteronômio,
8:7).

Da mesma forma como o ar, a água está intimamente associada à evolução do homem em
inúmeras maneiras. Uma das condições básicas para a existência de vida na terra é a presença
de água na forma líquida. Cada processo orgânico só pode ocorrer em meio aquoso. A água
é o constituinte fundamental do protoplasma e o seu papel no metabolismo, no processo
regulatório da temperatura do corpo e na nutrição dos tecidos é vital.

A água, além disto, é o lar dos organismos vivos. Cerca de 90% de todos os organismos da
Terra estão imersos em água, e o restante, que permanece num "oceano" de vapor d’água,
utiliza a água líquida.

6
2.1. CARACTERÍSTICAS DA ÁGUA

A água é uma substância muito difundida na natureza, sendo encontrada principalmente em


sua forma líquida. Nas formas líquida e sólida a água cobre mais de 2/3 do planeta, e na
forma gasosa é constituinte da atmosfera, estando presente em toda parte (Walton, 1970).

Mais de 3/4 do volume de água doce do planeta encontra-se na forma sólida, estando a maior
parte deste total nas regiões polares e em altas altitudes. Em regiões de clima temperado, por
outro lado, uma quantidade adicional de água permanece no estado sólido durante alguns
meses de cada ano.

A capacidade que o ar atmosférico tem de reter vapor d’água é função de sua temperatura.
Esta capacidade é máxima no verão, quando o ar se encontra mais quente, e é nesta época
que podem ocorrer chuvas pesadas. Esta capacidade varia ainda com a elevação, de forma
que mais da metade da umidade presente em uma coluna saturada de ar se encontra nos
primeiros dois quilômetros de altura (Mckay, 1970).

3. O CICLO HIDROLÓGICO

O ciclo, obviamente, não tem começo nem fim. A água é evaporada dos oceanos e da
superfície continental e se torna parte da atmosfera. A umidade atmosférica precipita-se tanto
nos oceanos como nos continentes. Nestes a água precipitada pode ser interceptada pela
vegetação, pode escoar pela superfície dos terrenos, ou pode infiltrar-se no solo, de onde
pode ser absorvida pelas plantas. Assim, o ciclo da água envolve vários e complicados
processos hidrológicos: evaporação, precipitação, interceptação, transpiração, infiltração,
percolação, escoamento superficial, etc.

O ciclo hidrológico é o conceito fundamental da Hidrologia. Pode ser definido como a parte
do sistema climático relativa às propriedades hídricas dos diversos componentes: atmosfera,
hidrosfera, criosfera, litosfera e biosfera, quando relacionados pelos processos de
evaporação, condensação, precipitação, advecção e escoamento.

O termo “ciclo” encerra os conceitos de repetitividade e conectividade dos processos


envolvidos e o termo “hidrológico” delimita o campo de intervenção ao estudo da água nas
mais diversas formas (sólida, líquida ou gasosa), propriedades (físicas, químicas e por vezes
biológicas) e situações de ocorrência (água superficial e água subterrânea).
7
O ciclo hidrológico é originado e mantido pela radiação solar e modulado pela energia
potencial gravítica. O processo segundo o qual a evapotranspiração é seguida pela
condensação, precipitação e escoamento, assegura o abastecimento continuo de água, que
assim constitui um recurso renovável.

3.1. Estrutura do ciclo hidrológico

Figura 1 – Ciclo hidrológico (fonte: adaptado de EPA, 1998).

De maneira simplificada, o ciclo hidrológico pode ser descrito da seguinte forma:

➢ Ocorre evaporação da água dos oceanos e formação do vapor de água;


➢ Sob determinadas condições, o vapor precipita na forma de chuva, neve, granizo, etc
(precipitação);
➢ Parte da precipitação não chega nem a atingir a superfície terrestre, sendo evaporada;
➢ Boa parte da precipitação atinge diretamente a superfície de lagos e oceanos, daí
evaporando parcela;

8
➢ Da precipitação que atinge a superfície terrestre, uma parte é interceptada pela
cobertura vegetal (interceptação), de onde parte evapora e parte acaba escorrendo até
o solo;
➢ Da precipitação que chega ao solo, parcela infiltra sub-superficialmente (infiltração),
e desta uma parte escoa até corpos d’água próximos, como rios e lagos (escoamento
sub-superficial);
➢ Uma parte infiltrada percola atingindo os aqüíferos (percolação), que escoam
lentamente até rios e lagos (escoamento subterrâneo);
➢ ainda quanto à parte da precipitação que atinge o solo, esta vai escoar
superficialmente (escoamento superficial), sendo retida em depressões do solo,
sofrendo infiltração, evaporação ou sendo absorvida pela vegetação. O “restante” do
escoamento superficial segue para rios, lagos e oceanos, governada pela gravidade;
➢ A vegetação, que retém água das depressões do solo e infiltrações, elimina vapor
d’água para a atmosfera (transpiração), através do processo de fotossíntese;
➢ A água que alcança os rios, seja por escoamento superficial, sub-superficial ou
subterrâneo, ou mesmo precipitação direta, segue para lagos e oceanos, governada
pela gravidade.

Cabe ressaltar que o ciclo hidrológico não apresenta um “começo” nem um “fim”, já que a
água está em movimento contínuo, sendo o início da descrição do ciclo realizado a partir da
evaporação dos oceanos apenas por questões didáticas.

Outro fato a ser ressaltado é que a evaporação está presente em quase todas as etapas do ciclo.

Apesar de haver algumas divergências quantos aos valores estimados de autor para autor,
convém comentar que cerca de 383.000 km3 de água evaporam por ano dos oceanos (Wundt,
1953, apud Esteves, 1988). Isso equivaleria à retirada de uma camada de 106 cm de espessura
dos oceanos por ano. Desse total evaporado, estima-se que 75% retornem diretamente aos
oceanos sob a forma de precipitação, enquanto os 25% restantes precipitam sobre os
continentes.

A princípio, as etapas de precipitação e evaporação são consideradas as mais importantes


dentro do ciclo hidrológico, pensando em termos de volume de água movimentado.
Entretanto, à medida que se diminui a escala de análise, as demais fases do ciclo se tornam

9
muito importantes. Por exemplo, analisando uma determinada área de dezenas de hectares, a
interceptação, infiltração, percolação e escoamento superficial são bastante relevantes para
entendimento dos processos hidrológicos.

3.2. Os fenómenos naturais que constituem o ciclo hidrológico são:


➢ Transferência de água, no estado vapor, da superfície do Globo para a atmosfera, por
evapotranspiração;
➢ Transporte de água (líquida, sólida e gasosa) em resultado das circulações locais e/ou
gerais da atmosfera;
➢ Condensação parcial do vapor de água da atmosfera em pequenas partículas líquidas
e sólidas, formando as nuvens e nevoeiros;
➢ Transferência de água (líquida, sólida e gasosa) da atmosfera para o Globo por
precipitação e deposição de hidrometeoros;
➢ Escoamento e retenção na superfície ou infiltração no subsolo da água e consequente
formação de cursos de água e lagos, ou lençóis freáticos.

3.3. Processos e factores do ciclo hidrológico


Os processos mais directamente relacionados com o ciclo hidrológico podem ser objecto de
agrupamento em dois grandes grupos: fundamentalmente termodinâmicos, quando
relacionados com a evapotranspiração, a condensação, e a advecção, e processos
predominantemente hidrodinâmicos, quando relacionados com a precipitação e com a
escorrência.

3.3.1. Processos termodinâmicos


3.3.2. Evapotranspiração

O termo evapotranspiração aglutina o conceito de evaporação, compreendendo as trocas de


fase líquido-vapor, e o conceito de transpiração como resultado da actividade biológica das
plantas e animais.

3.3.3. Condensação
A condensação é o processo oposto á evaporação e consiste na passagem ao estado líquido
do vapor de água com a consequente libertação de calor em resultado da mudança de estado.

10
A ocorrência de condensação é uma condição necessária, mas não suficiente, para que ocorra
precipitação.

3.4. Processos hidrodinâmicos


3.4.1. Precipitação
Entende-se por precipitação, o processo pelo qual a água, sob a forma liquida ou sólida,
atinge a superfície do Globo. Em termos globais o seu valor iguala o da evaporação.

3.4.2. Advecção
A advecção é o processo que condiciona o movimento horizontal das massas de ar. A
advecção é responsável pela transferência do excesso da água evaporada sobre a precipitada
dos oceanos para os continentes.

3.4.3. Escorrência
A água em excesso, nos continentes, em resultado da precipitação e que não é aí utilizada
para evaporação ou transpiração, é devolvida aos oceanos por escorrência superficial,
subsuperficial e subterrânea.

11
Conclusão
É um facto que a água é um recurso renovável por virtude do ciclo hidrológico. Mas trata-se
também de um recurso limitado a necessitar de uma criteriosa gestão. Uma vez que em
termos globais o volume de água disponível para participar no ciclo hidrológico não varia
(excluindo, por ser insignificante, a obtenção de água doce por dessalinização da água dos
mares), a intervenção do homem no ciclo hidrológico é tanto mais significativa quanto mais
eficiente for a sua acção no sentido de diminuir o tempo necessário à realização de cada ciclo
e evitar perdas desnecessárias aumentando, assim, a eficiência do seu uso.

Observando a descrição do ciclo hidrológico, é fácil perceber o quanto ele é condicionado


pelas características locais, como clima, relevo, tipo de solo, uso e ocupação do solo,
geologia, tipo de cobertura vegetal, rede hidrográfica (rios), etc.

O homem vem modificando o meio em que vive, de modo à “adequá-lo” às suas


necessidades, o que repercute em sensíveis alterações do ciclo hidrológico.

12
Referencias bibliográficas
Brandão, C. C. (1995) – Análise de precipitações intensas, Tese de Mestrado em Hidráulica
e Recursos Hídricos, IST, Universidade Técnica de Lisboa.

CEDEX (1992) – Curso Internacional sobre Hidrologia Geral e Aplicada (apontamentos).


MOPT, Madrid.

D.N.A.E.E.,1970. Normas e Recomendações Hidrológicas - Fluviometria. Ministério de


Minas e Energia. 94 p.

REICHARDT.K., 1975. Processos de Transferência no Sistema Solo-Planta-Atmosfera.


Fundação Cargil. 286 p.

Pinto, N.; Holtz, A.; Martins, J.; Gomide, F., 1976. Hidrologia Básica. Ed. Edgard Blücher
Ltda, MEC.

Rosman, P., 1989. Modelos de Circulação em Corpos d’Água Rasos. In: Silva, R (ed.).

Métodos Numéricos em Recursos Hídricos, vol. 1, ABRH. Santos, I. et al., 2001. Hidrometria
Aplicada. Lactec, Curitiba.

Schwarzbold, A., 2000. O que é um rio? Revista Ciência e Ambiente, n. 21, Universidade
Federal de Santa Maria (RS).

Tucci, C., 1998. Modelos Hidrológicos. Editora da Universidade, ABRH, Porto Alegre.

13

Você também pode gostar