Rafael Hidro

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Introdução Hidrologia ................................................................................................................................2


Histórico ....................................................................................................................................................4
Ciclo hidrológico........................................................................................................................................6
Fig. 1.2 - Esquema de balanço hídrico .....................................................................................................9
A seca .......................................................................................................................................................11
Evapotranspiração ....................................................................................................................................13
Transporte de Sedimentos ........................................................................................................................17
Regime dos cursos de água.......................................................................................................................18
Previsão e propagação, controlo de enchente de inundações ...................................................................19

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Introdução Hidrologia
Hidrologia é uma ciência multidisciplinar que lida com a ocorrência, circulação
e distribuiçãodas águas na Terra, suas propriedades físicas e químicas, e sua interação
com o meio ambiente. Devido à natureza complexa do ciclo hidrológico e da sua
relação com o clima, tipos de solo, topografia e geologia, a hidrologia se confunde com
outras ciências que fazem parte da geografia física, tais como: meteorologia, geologia e
oceanografia.

A atmosfera terrestre, os oceanos, as geleiras, os lagos, os rios e a crosta terrestre


contêm cerca de 1,4x1018m3 de água, distribuídos da seguinte forma (Peixoto e Oort,
1990 apud Tucci, 1993):

Oceanos 1.350 x 1015 m3


Geleiras 25 x 1015 m3
Águas subterrâneas 8,4 x 1015 m3
Rios e lagos 0,2 x 1015 m3
Biosfera 0,0006 x 1015 m3
Atmosfera 0,0130 x 1015 m3

Apesar da abundância, a distribuição espacial e temporal da água sobre a Terra


é bastante irregular causando problemas de excesso de água em alguns lugares e

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escassez em outros.

Aos problemas que ocorriam devido à aleatoriedade dos eventos hidrológicos


vieram se somar os causados pela intervenção humana sobre o meio ambiente, que, em
diversos lugares, alcançou um nível crítico, afetando o clima e as condições de vida em
escala global. Os estudos hidrológicos são utilizados para avaliar o efeito destas ações
antrópicas sobre os recursos hídricos, realizar previsões sobre o que pode ocorrer no
futuro, e que medidas podem ser adotadas para evitar ou reduzir as conseqüências
negativas para o bem-estar da humanidade.

A Hidrologia Aplicada tenta superar estes problemas através da previsão de


eventos extremos e da disponibilidade dos recursos hídricos. Como ainda não é
possível prever com segurança e com antecedência os eventos hidrológicos, por serem
aleatórios, a estatística, com base em registros passados, é uma ferramenta de suporte à
hidrologia.

O objetivo do estudo ou projeto determinará a fase do ciclo hidrológico e a


escala de interesse.Basicamente, existem dois grupos de estudo: (1) a estimativa de
disponibilidade e demandas e
(2) a previsão de eventos extremos. O primeiro grupo se aplica a: planos
diretores de bacias; estudos de impacto ambiental; projetos de abastecimento; projetos
de irrigação; projetos de geração de energia. O segundo grupo se aplica a: projetos de
proteção contra enchentes; projetos de grandes obras: barragens, pontes, estradas;
projetos de drenagem. Desta forma, pode-se resumir os principais objetos de interesse
do engenheiro hidrólogo nos seguintes itens:

1. Vazões máximas esperadas em galerias de drenagem ou bueiros;

2. Capacidade requerida de reservatórios para garantir suprimento de


água adequado para irrigação ou abastecimento urbano;

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3. Efeito de barragens sobre o controle de enchentes em bacias


hidrográficas;

4. Efeito do desenvolvimento urbano sobre o sistema de drenagem e o


escoamento de enchentes;

5. Delimitação de níveis prováveis de enchentes para garantir a proteção


de áreas urbanizadas contra alagamentos, ou para realizar o zoneamento da bacia
em relação ao risco de enchentes.

A diversidade de interesses e a consequente diversidade de estudos tornam a


Hidrologia Aplicada uma ciência complexa, impondo especialistas em diversas áreas.
O papel do hidrólogoé coordenar as atividades destes profissionais e analisar os
estudos elaborados, gerando um resultado que se aproprie aos objetivos do estudo ou
do projeto.

Histórico
Os primeiros estudos hidrológicos de que se tem registro tinham objetivos
bastante práticos. Há 4000 anos, foi instalado no rio Nilo um nilómetro (escala para
leitura do nível do rio Nilo), ao qual apenas sacerdotes tinham acesso. A taxa de
imposto a ser cobrada durante o ano dependia do nível de água do rio Nilo. A primeira
referência a medição de chuva data de cerca de 2000 anos, na Índia. Neste caso o total
precipitado no ano também servia como base para cálculo de impostos.

É interessante observar que as primeiras medições hidrológicas foram


realizadas para servir a propósitos sociais e políticos, ao invés de serem usados como
base para projetos de obras hidráulicas ou para o entendimento de fenômenos
hidrológicos.

Na história recente da hidrologia pode-se observar grandes avanços a partir de


1930, quando agências governamentais de países desenvolvidos começaram a
desenvolver seus próprios programas de pesquisas hidrológicas. Sherman (1932), o
hidrograma unitário; Horton (1933), a teoria da infiltração; Gumbel (1941) propôs a
distribuição de valores extremos para análise de freqüência de dados hidrológicos.

A introdução da computação digital na hidrologia, nas décadas de 1960 e 1970,


permitiu que problemas hidrológicos complexos fossem simulados como sistemas

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completos pela primeira vez. O primeiro modelo hidrológico completo foi


desenvolvido pela Universidade de Stanford (1966). Este modelo pode simular os
processos mais importantes do ciclo hidrológico: precipitação, evapotranspiração,
infiltração, escoamento superficial, escoamento subterrâneo e escoamento em canais.
Outros modelos foram desenvolvidos em seguida: HEC-1 (1973), Corpo de Engenheiros
do Exército Americano; ILLUDAS (1974), e outros.

No Brasil, os primeiros textos publicados em hidrologia são de Garcez (1961) e


Souza Pinto etal. (1973). Por ocasião do Decênio Hidrológico Internacional, foi
implantado no Rio Grande doSul, com a participação da UNESCO, o primeiro curso de
pós-graduação em Hidrologia, junto ao Instituto de Pesquisas Hidráulicas da
Universidade Federal do Rio Grande do sul (IPH). O IPH tem sido responsável pelo
desenvolvimento de modelos de simulação hidrológica, tais comoos modelos IPH,
determinísticos, tipo chuva-vazão, e os modelos MAG, para auxiliar na gestão de
bacias.

Hoje existem inúmeros cursos de pós-graduação no país, que mantêm uma


comunidade científica com interesse específico em hidrologia. Em 1977, foi fundada a
Associação Brasileira de Recursos Hídricos, que tem publicado trabalhos científicos
que são apresentados em simpósios, hoje internacionais, e também publica revistas
técnicas e livros de hidrologia.

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Ciclo hidrológico
Os processos físicos que controlam a distribuição e o movimento de água são
melhor compreendidos se descritos como ciclo hidrológico.

O ciclo hidrológico pode ser dividido em etapas para melhor compreensão: precipitação;
intercetação; infiltração; escoamento superficial; escoamento subterrâneo; transpiração e
evaporação.

A precipitação, escolhida como ponto inicial, é etapa do ciclo hidrológico, cuja


forma mais frequente é a chuva, que ocorre quando o vapor d’água presente na
atmosfera se aglutina formando microgotículas, que se agrupam até terem tamanho e
peso suficiente para precipitar sob a forma de chuva, neve ou granizo. A precipitação
pode ocorrer diretamente sobre um corpo d’água, ou deslocar-se sobre o solo, a partir
do ponto de impacto, até um curso d’água, ou infiltrar.

Na etapa seguinte, parte da precipitação sofre intercetação antes de tocar o


solo, ficando retida na vegetação até ser evaporada ou alcançar o solo, quando a
precipitação exceder a capacidade de retenção da vegetação, ou pela ação dos ventos.

A água retida em depressões do solo tende a infiltrar. A infiltração ocorre


enquanto a intensidade da precipitação não exceder a capacidade de infiltração do solo,
ou seja, enquanto a superfície do solo não estiver saturada.

A partir do momento em que foi excedida a capacidade de retenção da


vegetação e do solo e a superfície do solo já estiver saturada, passa a haver escoamento
superficial. A água, impulsionada pela gravidade para cotas mais baixas, forma
pequenos filetes que tendem a se unire formar cursos d’água, que continuam fluindo até
encontrar riachos que formarão rios, de porte cada vez maior, até atingir um oceano ou
um lago.

O escoamento subterrâneo acontece quando a porção de precipitação infiltrada


percola até os aquíferos subterrâneos (zona de saturação), escoando de forma bastante
lenta. Quando oescoamento da água infiltrada ocorre na zona de aeração do solo

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(camada insaturada) até aparecer como escoamento superficial é chamado de
escoamento de base. Este escoamento mantém a vazão de base dos rios em períodos de
estiagem.

Parte da água armazenada no solo será consumida pela vegetação voltando, em


seguida, à atmosfera pelas folhas das plantas, em um processo chamado transpiração.
O fenômeno de evaporação se inicia antes mesmo da chuva tocar o solo, após a
formação da precipitação. A evaporação ainda ocorre diretamente do solo desprovido
de vegetação. Nos lagos, mares e oceanos, rios e outros corpos d’água a evaporação
devolve a água à atmosfera, completando o ciclo hidrológico, estando, outra vez
disponível para ser precipitada.

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O ciclo hidrológico em uma bacia pode ser representado, em unidades de


altura (mm ou polegadas) pela equação do balanço hídrico (Equação 1.1):

P–R–G–E–T= (1.1)

Onde P = precipitação; R = escoamento superficial; G = escoamento


subterrâneo ou de base; E = evaporação; T = transpiração; S = armazenamento.

Esta representação do ciclo


hidrológico pode ser aplicada a
qualquer tamanho de bacia, como
base para o desenvolvimento de um
E modelo matemático que represente o
T escoamento em uma bacia. A
principal dificuldade neste tipo de
R modelação é que alguns dos termos da
P
G equação podem ser desconhecidos.
2 A prova que o ciclo
S hidrológico em um meio ambiente
G1 I natural não é estático, é que a própria
paisagem, está sempre em constante
transformação. Precipitações muito
intensas causam erosão da superfície
do solo. O escoamento de ondas de
cheia de eventos de grande volume
podem mudar a configuração de
leitos de rios, deslocando bancos de
areia e provocando erosão das
margens. Em períodos muito secos o
perímetro de áreas desérticas pode
crescer. Em resumo, mesmo em
ambientes naturais, a precipitação e o
escoamento superficial causam
alterações significativas às bacias

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hidrográficas.
Fig. 1.2 - Esquema de balanço hídrico

Com o crescimento da população mundial, as alterações ao meio ambiente se


tornaram mais importantes, causando maiores mudanças às características do
escoamento nas bacias hidrográficas. A derrubada da vegetação natural para o
desenvolvimento da agricultura aumenta a superfície de solo exposto, com óbvia
diminuição da proteção natural da vegetação. Esta perda de proteção diminui o
potencial de infiltração do solo, aumenta o escoamento superficial e resulta em grandes
perdas de solo. Nos últimos dois séculos, o crescimento das cidades tem modificado
drasticamente a paisagem nos arredores destes centros urbanos. A urbanização tem
interferido significativamente nos processos envolvidos no ciclo hidrológico.

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Superfícies
impermeáveis, tais como
telhados e ruas pavimentadas,
reduzem o potencial de
infiltração e consequentemente
a recarga dos aqüíferos
subterrâneos, e aumentam o
volume do escoamento
superficial.Estas superfícies
ainda apresentam uma
rugosidade
menor,aumentando a
velocidade do escoamento
superficial e a erosão. Estas
alterações do ciclo hidrológico
têm agravado as enchentes e
aumentado a sua freqüência,
trazendo transtornos e prejuízos
às populações urbanas. Uma
representação esquemática do
ciclo hidrológico no meio
ambiente urbanizado é mostrada
na Figura 1.3.

Figura 1.3 - Ciclo hidrológico em


ambiente urbanos

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1.8

A seca

...

Aproxima-se a seca.

O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se


desencadeia oflagelo.

...

Com os escassos recursos das próprias observações e das dos seus maiores,
em que ensinamentos práticos se misturam a extravagantes crendices, tem
procurado estudar o mal, para o conhecer, suportar e suplantar. Aparelha-se com
singular serenidade para a luta. Dois ou três meses antes do solstício de verão, especa
e fortalece os muros dos açudes, ou limpa as cacimbas. Faz os roçados e arregoa as
estreitas faixas de solo arável à orla dos ribeirões. Está preparado para as plantações
ligeiras à vinda das primeiras chuvas.

Procura em seguida desvendar o futuro. Volve o olhar para as alturas; atenta


longamente os quadrantes; e perquire os traços mais fugitivos das paisagens.

Os sintomas do flagelo desponta-lhe, então, encadeados em série, sucedendo-


se inflexíveis, como sinais comemorativos de uma moléstia cíclica, da sezão
assombreadora da Terra. Passam as “chuvas de caju” em outubro, rápidas, em
chuvisqueiras prestes delidos nos ares ardentes, sem deixarem traços; e “pintam” as
caatingas, aqui, ali, por toda a parte, mosqueadas de tufos pardos de árvores
marcescentes, cada vez mais numerosos e maiores, lembrando cinzeiros de uma
combustão abafada, sem chamas; e greta-se o chão; e abaixa-se vagarosamente o
nível das cacimbas... Do mesmo passo nota que os dias, estuando logo ao alvorecer,
transcorrem abrasantes, à medida que as noites se vão tornando cada vez mais frias.A
atmosfera absorve-lhe, com avidez de esponja, o suor da fronte, enquanto a
armadura de couro, sem mais a flexibilidade primitiva, se lhe endurece aos ombros,
esturrada, rígida, feito uma couraça de bronze. E ao descer das tardes, dia a dia
menores e sem crepúsculos, considera, entristecido, nos ares, em bandos, as
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primeiras aves emigrantes, transvoando a outros climas.

É o prelúdio de sua desgraça.

Vê-o acentuar-se, num crescendo, até dezembro.

Precautela-se: revista, apreensivo, as malhadas. Percorre os logradouros


longos. Procura entre as chapadas que se esterilizam várzeas mais benignas para
onde tange os rebanhos. E espera, resignado, o dia 13 daquele mês. Porque, em tal
data, usança avoenga lhe faculta sondar o futuro, interrogando a Providência.

É a experiência tradicional de Santa Luzia. No dia 12 ao anoitecer expõe ao


relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em ordem sucessiva da
esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao alvorecer de
13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu,
transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em
fevereiro; se a maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo.

Esta experiência é belíssima. Em que pese ao estigma supersticioso, tem


base positiva, e é aceitável que se considere que dela se colhe a maior ou menor
dosagem de vapor d’água nos ares, e, dedutivamente, maiores ou menores
probabilidades de depressões barométricas, capazes de atrair o afluxo das chuvas.
1.8

Entretanto, embora tradicional, esta prova deixa ainda vacilante o sertanejo.


Nem sempre desanima, ante os seus piores vaticínios. Aguarda, paciente, o
equinócio da primavera, para definitiva consulta aos elementos. Atravessa três
longos meses de expectativa ansiosa e no dia de S. José, 19 de março, procura novo
augúrio, o último.

Aquele dia é para ele o índice dos meses subsequentes. Retrata-lhe,


abreviadas em doze horas, todas as alternativas climáticas vindouras. Se durante ele
chove, será chuvoso o inverno: se, ao contrário, o Sol atravessa arrazadoramente o
firmamento claro, estão por terra as suas esperanças.

A seca é inevitável.”

Evapotranspiração

E o conjunto de fenómenos de natureza física que transforma em vapor a água da superfície


do solo, a dos cursos de água, lagos, reservatórios de acumulação e mares. Esse efeito e
devido a ação fisiológica dos vegetais. As plantas, atreveis de suas raízes, retiram do solo a
agua para sua atividades vitais. Partes dessa água cedida a atmosfera, sob a forma de vapor,
na superfície das folhas.

Dessa forma ocorrendo dois tipos de evapotranspiração:

Evapotranspiração potencial, e a máxima evapotranspiração que ocorreria se o solo


dispusesse de suprimento de agua, suficiente.

Evapotranspiração Real ou efetiva, e a perda da agua por evaporação ou transpiração, nas


condições reinantes atmosféricas e de humidade de solo, nos períodos de deficiências de
chuvas em que os solos torna-se mais secos evapotranspiração real e sempre menor de que
potencial.
1.8
1.8

1.5

Condensação é o resfriamento do ar úmido.


Condensação do vapor e formação de minúsculas gotas de água
Prendem-se a sais e partículas higroscópicas presentes na atmosfera
Formação de nuvens e outras formas de nebulosidade Choque de gotículas e precipitação
(chuva, neve, granizo ou orvalho). •
Precipitação é a descarga de água líquida ou sólida oriunda dacondensação ou choque de
gotículas de vapor de água naatmosfera. – Chuva (gotas de 0,5 a 3 mm de diâmetro), chuvisco
(gotas de 0,1 a 0,5 mm), granizo (gelo compactado), neve (cristais de gelo) ou orvalho
(sereno); – Tipos: orográfica, convectiva ou frontal.

1.6
Precipitação: – Parte sofre intercetação e retorna à atmosfera sob a forma de vapor; – Parte atinge o solo e
pode: • Infiltrar para o subsolo (infiltração);
• Escoar sobre a superfície do solo (escoamento superficial);
• Ser recolhida diretamente por cursos e corpos de água
. • Infiltração: – Movimento da água da superfície para o interior do solo:
• Parte da água retida nos poros na camada superior do solo pela tensão capilar;
• Parte forma o escoamento sub-superficial nas vertentes e camadas superficiais do solo;
• Parte percola para as camadas mais profundas (aquíferos).

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Escoamento superficial:
– Ocorre quando a capacidade máxima de infiltração do solo é excedida;
– Processo presente em sulcos, ravinas, vales e cursos de água, os quais desaguam nos mares e oceanos;
– Parte sofre perdas por infiltração e evaporação.
1.8
1.8
Transporte de Sedimentos

Os sedimentos são encontrados em dois tipos coesivos e não-coesivos. Os sedimentos


Coesivos são partículas de pequenas dimensões que apresentam características de
Agregação devido a forças físico-químicas de atracação entre as partículas. Movem-se em
grupos em forma de flocos e agregados e normalmente são constituídos por argilas, detritos
Orgânicos e inorgânicos e bactérias. Por seu lado, as areias fazem parte da categoria dos
Sedimentos não-coesivos movimentam-se individualmente sob a acção hidrodinâmica do
Escoamento e dos pesos próprio.

.Sedimentos coesivos

Neste capitulo procede-se a uma breve descrição dos fenómenos de erosão e deposição de
Sedimentos coesivos.

Segundo Mingxiao Xie et al. (2010), os sedimentos localizados em zonas de costa enlameada
são geralmente finos e coesivos, e o seu transporte é dirigido pelas acções combinadas das
Ondas e de correntes. O processo de sedimentação é extremamente complicado e aparecem
outros mecanismos associados tais como: floculação, consolidação, deposição e erosão.

pela tensão tangencial no fundo, por processos de turbulência em zonas perto do fundo, pela
Velocidade de queda das partículas, pelo tipo de sedimento, pela altura de água do
Escoamento, pela concentração de matéria particulada em suspensão e pela constituição iónica
do fluido da suspensão.

De acordo com Huang et al. (2006), a deposição acontece quando a tensão tangencial no
fundo é inferior a uma determinada tensão tangencial crítica de deposição. Desta forma,
somente os flóculos com suficiente resistência ao corte é que suportam as tensões tangenciais
no fundo, e se depositam.
1.8

Regime dos cursos de água

A vazão do rio, em termos de representatividade na renovação dos recursos hídricos, “é o


Componente mais importante do ciclo hidrológico. Exerce um efeito pronunciado sobre a
Ecologia da superfície da terra e sobre o desenvolvimento econômico humano. É a vazão do
rio que é mais amplamente distribuída sobre a superfície da terra e fornece o maior volume
de água para consumo no mundo.” (Shiklomanov, 1998 citado por Ono, 2011).

Milhares de espécies da flora e fauna, inclusive a espécie humana, consomem água de rios,
que precisam ter uma qualidade adequada para os diversos usos. Dos rios provem grande
parte da água consumida pela humanidade para beber, cozinhar, lavar, conservar alimentos,
cultivar plantas, criar animais, navegação, dentre outros usos (Shiklomanov, 1998 citado
por Ono, 2011).

Classificação dos Cursos de Água

De acordo Carvalho et al (2007) uma das grandes importâncias no estudo das BH (bacias
Hidrográficas) é o conhecimento do sistema de drenagem, ou seja, que tipo de curso de
água está drenando a região. Uma maneira utilizada para classificar os cursos d’água é a de
Tomar como base a constância do escoamento com o que se determinam três (3) tipos:

Perenes: contém água durante todo o tempo. O lençol freático mantém uma
alimentação contínua e não desce nunca abaixo do leito do curso d’água, mesmo
durante as secas mais severas.
Intermitentes: em geral, escoam durante as estações de chuvas e secam nas de
estiagem. Durante as estações chuvosas, transportam todos os tipos de deflúvio, pois
o lençol d’água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial e alimentando o
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1.8

Previsão e propagação, controlo de enchente de inundações


Medidas de controlo de inundações: Medidas estruturais
Medidas estruturais e Medidas não-estruturais Controle de cobertura vegetal
- Controle de erosão do solo
- Diques
- Não se pode controlar totalmente as inundações, as medidas visam Modificações do rio
as inundações?
A inundação é o transbordamento ou acúmulo de água em uma área que normalmente é seca.
A inundação é um fenômeno multicausal, ou seja, pode ser causada por muitos fatores
combinados.
Quando ocorrem inundações, a água pode cobrir grandes áreas de terra e afetar pessoas,
animais, infraestrutura, moradias e plantações. Também podem causar deslizamentos de terra e
danificar estradas e pontes.
Quando as inundações ocorrem em áreas urbanas, costumam causar danos materiais dispendiosos e até
mesmo mortes.

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