Ciências Da Religião e Teologia

MARXISMO, RELIGIÃO, POLÍTICA E
EDUCAÇÃO NO CONTEXTO AMAZÔNICO
CIÊNCIAS DA RELIGIÃO E TEOLOGIA:

EVOLUÇÃO E SITUÇÃO DESDE A
PERSPECTIVA BRASILEIRA
Prof. Dr. Pedro A. Ribeiro de Oliveira

PUC - Minas
Universidade do Estado do Pará, 2023

SOBRE O AUTOR
Pedro A. Ribeiro de Oliveira
Leigo católico, nascido em

1943, doutor em sociologia, foi
professor nos Programas de
Pós-graduação em Ciências da
Religião da UFJF e PUC-Minas. É
membro de ISER - Assessoria e
da Coordenação do Movimento
Nacional Fé e Política.
Fonte: ISER Assessoria.
MARXISMO, RELIGIÃO, POLÍTICA E EDUCAÇÃO NO CONTEXTO AMAZÔNICO

ASPECTOS DO TEXTO
O texto trata sobre conexões entre Ciências
da Religião e Teologia nos últimos quarenta
anos. Para tanto, o autor apresenta uma
abordagem em ordem cronológica acerca da
constituição dos espaços de interfaces entre
Ciências da Religião e Teologia.
MARXISMO, RELIGIÃO E POLÍTICA E EDUCAÇÃO NO CONTEXTO AMAZÔNICO

ASPECTOS DO TEXTO
• Incomunicação (até 1960);
• A constituição dos espaços de interfaces
(1960 – 1975);
• A contribuição da academia (1975 – 1990);
• Autocrítica;
• Conclusão.

PERÍODO ATÉ 1960:
• Nesse período, a universidade não tinha
interesse em investigar as ciências da
religião, pois, o positivismo presente nas
instituições não favoreceu o estudo
científico das religiões.
• A igreja, por sua vez, ignorava as

contribuições que as ciências pudessem
trazer.

PERÍODO ATÉ 1960:
• Os estudo científico era usado somente
para questões de interesse da própria
Igreja.
Exemplos:
a) No âmbito católico, visava o reforço à sua

doutrina social e luta anticomunista.
b) Tratamento de dados estatísticos sobre a
expansão do protestantismo.

PERÍODO 1960 – 1975:
• Nesse período, as igrejas brasileiras sofrem
forte influência das igrejas da Europa e dos
EUA e recorrem às ciências sociais como
instrumentos auxiliares para a solução de
problemas de ordem pastoral.
• Na área católica, difunde-se o modelo de
pesquisa elaborado na França por Gabriel Le
Bras para medir a “prática dominical” e assim
estudar as variações estatísticas nas taxas de
“desafeição religiosa”.

INTERFACES NO CAMPO CATÓLICO
• INSTITUTO NACIONAL DE PASTORAL: fazia

interconexão entre teologia, pastoral e
ciências da religião.
• ITER: de Recife, onde a teologia sempre foi
conectada à realidade do nordeste e isso
incentivou o uso do instrumental teórico
oferecido pelas ciências da religião.

INTERFACES NO CAMPO EVANGÉLICO
• As igrejas evangélicas se voltam para o estudo

científico da religião a partir do movimento
ecumênico.
• Richard Schaull traz para o Brasil a teologia da
secularização, tema em voga nos EUA. Não se
tratava de fazer um estudo científico da
religião, mas de aplicar a contribuição das
ciências sociais para entender melhor sua
situação como igreja minoritária frente à
tradição católica dominante.

INTERFACES NO CAMPO EVANGÉLICO
• No espaço protestante, a interface entre

teologia e as ciências da religião parece ter
sido favorecida pela força da teologia
norte-americana, cuja tradição está bem
próxima às ciências da religião.

PERÍODO DE 1975 – 1990:
• Nesse período, as igrejas brasileiras sofrem
forte influência das igrejas da Europa e dos
EUA e recorrem às ciências sociais como
instrumentos auxiliares para a solução de
problemas de ordem pastoral.
• Na área católica, difunde-se o modelo de
pesquisa elaborado na França por Gabriel Le
Bras para medir a “prática dominical” e assim
estudar as variações estatísticas nas taxas de
“desafeição religiosa”.

PERÍODO DE 1975 – 1990:
• É no contexto dos “anos de chumbo” da
ditadura militar que a academia, centro de
pesquisas, ensino de nível universitário,
programas de pós-graduação se interessam
pelas ciências da religião.
• A partir daí surge o problema: como explicar
tal fato se as igrejas sempre haviam se
destacado por sua postura anticomunista e
eram parte do esquema de poder
estabelecido?

PERÍODO DE 1975 – 1990:
• Após o golpe militar, as universidades abrem
espaço de interface com vários momentos de
diálogo entre pesquisadores da academia e
das igrejas sobre temas da igreja da libertação,
como a própria Teoria da Libertação.
• Os programas de pós-graduação começaram a

se multiplicar na década de 70 e as áreas de
Ciências Sociais se abriram para o campo da
religião.

PERÍODO DE 1975 – 1990:
• Passado o momento de atuação mais incisiva
das igrejas cristãs em defesa dos Direitos
Humanos, diminuiu o interesse das
universidades pela temática Igreja da
Libertação.
• A restauração conservadora de João Paulo II e
Bento XVI e o refluxo do movimento
ecumênico barraram o desenvolvimento de
tendências renovadoras e, sobretudo, o
estímulo ao seu estudo.

CONCLUSÃO:
O pivô do processo de aproximação entre
teologia e ciências da religião no Brasil é a
própria Teologia. No entanto, não são as
teologias que explicam e justificam uma dada
confissão religiosa, são as teologias voltadas
para os problemas do mundo que apreciam a
contribuição das ciências da religião.

REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Gilbraz; CABRAL, Newton; VALLE, Edênio (Orgs.). Para onde vão os estudos da
religião no Brasil. São Paulo: ANPTECRE, 2014.
CARLOS, Paulo Sergio. As raízes históricas do processo de secularização e sua implicação na

atualidade. Ensaios & Diálogos, Rio Claro, v. 12, n. 1, p . 113-130, jan./dez. 2019.
CARTA CAPITAL. https://www.cartacapital.com.br/author/pedro-a-ribeiro-de-oliveira/ .

Acesso em 04 novembro 2023.
DIAS, Zwinglio M.O Movimento Ecumênico: História e Significado. Numen: revista de

estudos e pesquisa da religião. Juiz de Fora, v. I, n. 1. p. 127·163.
STIGAR, Robson. TORRES, Valéria Rocha. RUTHES, Vanessa Roberta Massambani. Ciência da
religião e teologia: há diferença de propósitos explicativos?. KERYGMA , Engenheiro Coelho,
SP, volume 10, número 1, p.139- 151 , 1º semestre de 2014.
ZANOTTO, Marijane. O legado do positivismo sobre a pesquisa na universidade brasileira.

Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.18, p. 134 - 140, jun. 2005.

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• A igreja, por sua vez, ignorava as

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a) No âmbito católico, visava o reforço à sua

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• INSTITUTO NACIONAL DE PASTORAL: fazia

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• As igrejas evangélicas se voltam para o estudo

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• No espaço protestante, a interface entre

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• Os programas de pós-graduação começaram a

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CARLOS, Paulo Sergio. As raízes históricas do processo de secularização e sua implicação na

CARTA CAPITAL. https://www.cartacapital.com.br/author/pedro-a-ribeiro-de-oliveira/ .

DIAS, Zwinglio M.O Movimento Ecumênico: História e Significado. Numen: revista de

ZANOTTO, Marijane. O legado do positivismo sobre a pesquisa na universidade brasileira.

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