Mitos Populares e Trtamento Da Asma - JBP
Mitos Populares e Trtamento Da Asma - JBP
Mitos Populares e Trtamento Da Asma - JBP
2016;42(2):136-142
http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37562015000000166 ARTIGO ORIGINAL
de emergência, que, por sua vez, resultam em custos estaria previsto em 576 escolares (288 com asma e
elevados para o sistema de saúde e a sociedade (custos 288 hígidos; 1:1).
diretos e indiretos).(7) O presente artigo aborda a avaliação da questão
Dentre os vários fatores contribuintes para a defici- dos mitos populares no tratamento da asma nessa
ência de conhecimento e o apego a mitos populares região do Brasil, coletada na Fase III do estudo,
sobre o tratamento da asma estão a falta de programas com pais de escolares. A caracterização dos grupos
educacionais efetivos e a capacitação insuficiente dos estudados (asmáticos e controles) deu-se a partir da
profissionais de saúde para o tratamento da doença. fase I, com a análise da prevalência da doença, nível
Dessa forma, é necessário que, do ponto de vista socioeconômico e classificação geral dos estudantes e
geográfico e cultural, aspectos de entendimento cuidadores (sexo, idade, etnia, nível de escolaridade,
da asma sejam conhecidos (incluindo seus mitos nascimento prematuro do escolar, outras doenças
populares) em cada população distinta, para que crônicas, limitações físicas ou cognitivas, entre
esses sejam trabalhados em programas de educação outros). Para a classificação econômica foi utilizado
com o objetivo de aumentar a adesão ao tratamento o questionário Critério de Classificação Econômica
e o uso correto das medicações, resultando em um Brasil,(10) dividindo os participantes em cinco categorias
melhor prognóstico da doença e melhor qualidade e (A-E), na qual a classe A refere-se aos nível de classe
expectativa de vida.(8) econômica mais favorecida e a classe E ao grupo de
classe econômica menos favorecida. Para a classificação
Assim, ainda que resultados de ensaios clínicos e da doença (asma), foram adotadas as perguntas e os
diretrizes internacionais preconizem que o controle critérios do ISAAC,(11) composto por quatro perguntas
da asma possa ser obtido, existe uma significativa centrais sobre sintomas e diagnóstico médico de asma
lacuna entre as metas terapêuticas e o grau de controle alguma vez na vida, assim como sintomas e uso de
da doença na “vida real”.(1) Para isso, no entanto, medicamentos para a doença nos últimos 12 meses.
é necessário conhecer em cada população, distinta Para a classificação da raça/etnia, foram adotadas
sociogeograficamente, os mitos mais frequentes em cinco categorias: caucasiana, negra, parda, indígena
relação ao manejo da asma em crianças/adolescentes.(9) ou asiática, em forma de autorrelato (percepção do
Não existem estudos publicados especificamente respondente sobre sua etnia). Como critério de exclusão,
avaliando a frequência de mitos populares entre pais os escolares não poderiam apresentar nenhuma outra
ou responsáveis de crianças/adolescentes com asma. doença crônica (exceto asma), história de prematuridade
Esses dados podem ser importantes para desenvolver ou possuir limitações cognitivas/motoras que pudessem
estratégias que permitam educar e desfazer mitos interferir nos desfechos estudados.
populares, que podem dificultar o manejo adequado Na fase III, o controle da doença foi avaliado por
para o controle da asma. Nesse contexto, o objetivo do meio das perguntas específicas do Global Initiative for
presente estudo foi avaliar a prevalência de mitos em Asthma (GINA).(1) Para avaliação dos mitos e verdades
relação ao entendimento e tratamento da doença em a respeito do tratamento da asma foram aplicados dois
pais de crianças/adolescentes com asma, avaliando, questionários aos pais/responsáveis pelos escolares:
ao mesmo tempo, as características dos tratamentos um questionário clínico contendo perguntas sobre o
utilizados e o grau de controle da doença, em uma estado de saúde e a adesão a tratamentos para a
população urbana do sul do Brasil. asma e um questionário com perguntas específicas
sobre mitos e verdades para o tratamento da doença,
MÉTODOS elaborado pelo grupo de pesquisa e contendo seis
perguntas, com respostas do tipo sim/não e pedido de
Este é um estudo transversal, descritivo e analítico, justificativa para as respostas “sim” (Quadro 1). Nessa
realizado no período entre fevereiro e dezembro de etapa, as entrevistas foram aplicadas aos responsáveis
2013, sendo avaliados escolares da rede pública de de ambos os grupos (asmáticos e saudáveis), sendo
Porto Alegre (RS), com idade entre 8 e 16 anos, com constatado durante a fase II que os pais do grupo
o objetivo principal de avaliar o impacto da asma controle também possuíam contato direto (ele próprio)
em crianças/adolescentes em uma cidade no sul do ou indireto (outro familiar) com pacientes com asma.
Brasil. As coletas foram segmentadas em três fases: Nas questões sobre o tratamento, a entrevista foi
fase I: caracterização e prevalência de asma; fase II: aplicada apenas aos pais/responsáveis de crianças/
fenótipos de asma; e fase III: mitos e verdades sobre adolescentes com asma.
o tratamento da doença.
O estudo obteve aprovação dos comitês de ética
Tanto as escolas quanto os escolares foram sele- em pesquisa da instituição (no. 73585/12) e da
cionados de forma randomizada (aleatória). No total, Secretaria Municipal da Saúde do município de Porto
foram selecionadas sete escolas públicas de Porto Alegre (no. 793/12). Além disso, os responsáveis
Alegre, tendo como base para o cálculo amostral os receberam e assinaram um termo de consentimento
estudos ISAAC,(2,3) prevendo um intervalo de confiança livre e esclarecido. Para fins de análise estatística, as
de pelo menos 95% e um erro amostral de até 5%. variáveis descritivas e categóricas foram apresentadas
Para compor a fase I, seriam então necessários 2.500 por frequências absolutas e relativas. As descrições
escolares. Já para as fases II e III, o cálculo amostral das variáveis contínuas foram apresentadas através
Prevalência de asma
RESULTADOS 511 escolares (20,4%)
A taxa de adesão ao estudo na fase I foi de 86,24%
Fase II
(2.500/2.899), com prevalência de asma estimada em
605 escolares
20,4% (511/2.500). Já para a fase 3 do estudo, do total 280 (47,3%) - sexo masculino
estimado de 576 escolares, 251 participaram dessa Idade média: 11,01 ± 2,28 anos
etapa (adesão de 43,58%), sendo 127 do grupo asma
e 124 do grupo controle, com média de idade 10,36 Grupo Asma Grupo Controle
290 escolares (47,9%) 315 escolares (52,1%)
± 2,05 anos, sendo 134 escolares do sexo feminino
(53,4%). Em relação aos responsáveis participantes
Fase III
do estudo, 127 (68,5%) foram constituídos pelas 251 escolares
mães dos escolares, com média de idade de 38,47 ± 117 (46,6%) - sexo masculino
12,07 anos, com predominância socioeconômica para Idade média: 10,36 ± 2,05 anos
a classe C (181, 72,1%) e etnia caucasiana, em 51,8%
(n = 130). Além disso, 51 (20,31%) dos responsáveis Grupo Asma Grupo Controle
127 escolares (50,6%) 124 escolares (49,4%)
relataram que as mães apresentavam diagnóstico de
asma. Dessas 51 mães, 41 (32,28%) e 10 (8,00%) Figura 1. Fluxograma das três fases do estudo.
eram do grupo asma e controle, respectivamente.
ou receio na utilização do medicamento como forma de
Ainda nessa fase, a ausência de controle da asma nos
tratamento para a doença. A utilização de nebulizador
escolares, segundo os critérios GINA, foi estimada em
60 crianças/adolescentes (52,6%). A Figura 1 mostra com regularidade foi relatada por 84 (66,1%) e 63
em detalhe o fluxo de pacientes dentro de cada fase (50,8%) dos pais/responsáveis dos grupos asma e
do estudo. controle, respectivamente. Por fim, 38 (29,1%) e 51
(41,7%) dos pais/responsáveis dos grupos asma e
Durante a etapa de avaliação de mitos sobre a
controle, respectivamente, acreditam que a prática de
asma em crianças/adolescentes no entendimento
atividade física é prejudicial à saúde do asmático, não
dos pais/responsáveis, a entrevista foi aplicada aos
devendo ser prescrita como auxiliar no tratamento da
responsáveis de ambos os grupos (asma e controle).
asma. Esses resultados são apresentados na Tabela 1.
Quando esses foram perguntados sobre o medo de
utilização de inaladores pressurizados (IP) como Na etapa de pesquisa sobre o tratamento da asma, as
forma de tratamento para a doença, 37 (29,1%) perguntas foram aplicadas apenas ao grupo asma; 67
e 26 (21,0%) participantes nos grupos asma e (52,8%) dos pais/responsáveis relataram ter acompa-
controle, respectivamente, relataram possuir medo nhado o escolar à consulta médica ou emergência por
ou receio de utilizar o medicamento como forma de causa da asma nos últimos 12 meses, e 9 (23,7%) dos
tratamento. Quando perguntada sua opinião sobre o responsáveis relataram ter feito consultas alternativas
vício (dependência química) na utilização do IP, 61 a “curandeiros ou benzedeiros” durante esse período.
(48,0%) e 56 (45,2%), respectivamente, acreditam Apenas 41 (32,3%) possuíam receitas ou planos por
que o IP pode levar a dependência ao fármaco. escrito de como tratar da asma, e 38 (29,9%) faziam uso
Quando questionados sobre o receio na utilização de contínuo de medicamentos para a doença. Desses, 28
corticoides orais para o tratamento da asma, apenas 17 (72,4%) admitiram esquecer-se de usar o medicamento
(13,4%) e 17 (13,7%) participantes nos grupos asma com regularidade, 37 (97,4%) utilizavam medicamentos
e controle, respectivamente, relataram possuir medo fornecidos gratuitamente pela rede pública, e apenas
9 (23,7%) utilizavam espaçador para a aplicação do utilização de IP (30,2% vs. 55,0%, respectivamente;
broncodilatador. Quando questionados sobre o uso de p = 0,008). Nas respostas sobre exacerbações de
corticoides inalatórios nos últimos 12 meses, 52 (40,9%) asma nos últimos 12 meses, o grupo com asma não
fizeram seu uso, enquanto 57 (44,9%) fizeram uso de controlada apresentou maior recorrência nos escores
corticoides orais. Além disso, 69 (54,3%) fizeram uso de consulta médica por sintomas (sibilos, dispneia ou
de nebulizador. Em relação à prática de atividade física, tosse) de asma quando comparado ao grupo asma
17 (13,4%) dos escolares faziam uso de medicamento controlada (45,3% vs. 66,7%, respectivamente; p =
previamente ao exercício. 0,023), sibilos durante ou após a prática de atividades
Na Figura 2 são demonstrados os resultados da análise físicas (41,5% vs. 71,2%, respectivamente; p = 0,002)
da associação dos mitos e verdades para asma com e sibilos em repouso sem ter praticado atividade física
o tratamento da doença, sendo as questões aplicadas (35,8% vs. 61,7%, respectivamente; p = 0,006).
aos pais e/ou cuidadores do grupo asma. Nas quatro
variáveis comparadas, não houve associação nos últimos
DISCUSSÃO
12 meses em relação a: medo ou receio do uso de IP
vs. uso de IP (29,1% vs. 40,9%; p = 0,782); medo ou Nossos resultados demonstraram que, pelo menos em
receio do uso de corticoide oral vs. uso de corticoides uma capital no sul do Brasil, há um número elevado de
orais (13,4% vs. 44,9%; p = 0,249); considerar o uso pais de crianças/adolescentes com asma que acreditam
de nebulizador melhor que o de IP vs. uso de nebulizador em mitos populares em relação ao tratamento da
(66,1% vs. 54,3%; p = 0,741); e considerar a atividade asma. Além disso, a maioria admite esquecer-se de
física como coadjuvante no tratamento da asma vs. uso fazer o tratamento prescrito. A minoria dos escolares
de medicamento antes da prática de atividade física tem receita médica ou plano de tratamento para asma
(70,1% vs. 13,4%; p = 0,519). e menos de um terço está utilizando profilaxia; por
Na Tabela 2 são apresentadas as comparações entre outro lado, a maioria dos pais/responsáveis não tem
mitos, tratamento, acompanhamento médico e crises receio de fazer uso de corticoide oral. Esses achados,
entre os subgrupos de asma controlada (n = 54) e em uma população com elevada prevalência de asma
asma não controlada (n = 60), não sendo evidenciadas (20,4% das crianças/adolescentes estudados), na qual
diferenças entre os mitos e verdades sobre o tratamento quase metade delas com asma não controlada, mostram
da asma nos últimos 12 meses, com exceção da um cenário bastante negativo para a saúde pública, o
Tabela 1. Respostas sobre mitos e verdades no tratamento da asma aplicado aos grupos asma (n = 127) e controle
(n = 124).
Respostas Asma Controle p*
n % n %
Receio na utilização de IP como forma de tratamento da asma 37 29,1 26 21,0 0,009
Justificativa: causa dependência e faz mal ao coração 29 22,8 21 16,9
Receio na utilização de corticoides orais no tratamento da asma 17 13,4 17 13,7 0,180
Justificativa: considera o medicamento muito forte 45 35,4 80 64,5
Receio que os IPs possam levar a dependência química (vício) 61 48,0 56 45,2 0,240
Justificativa: possui parentes ou amigos dependentes 27 21,3 28 22,6
Utiliza nebulizador no tratamento da asma 84 66,1 63 50,8 0,003
Justificativa: considera mais eficiente que os IPs 43 33,9 47 37,9
Considera a prática da atividade física como aliada no tratamento da asma 89 70,1 73 58,9 0,002
Justificativa: auxilia no condicionamento físico 76 59,8 81 65,3
IP: inalador pressurizado (bombinha/spray). *Teste do qui-quadrado.
Tabela 2. Comparação de mitos, tratamento, acompanhamento médico e exacerbações entre os grupos com asma
controlada (n = 54) e não controlada (n = 60).
Variáveis Asma Asma não p*
controlada controlada
n % n %
Mitos e verdades sobre asma
Possui medo ou receio em utilizar IP como forma de tratamento para a asma 17 31,5 17 28,3 0,715
Acha que os IPs podem viciar as pessoas que os utilizam como forma de 29 53,7 28 46,7 0,409
tratamento para a asma
Possui algum medo ou receio em utilizar corticoides orais para o tratamento 5 9,3 9 15,0 0,395
da asma
Utiliza nebulizador como forma de tratamento para a asma 42 77,8 38 63,3 0,094
Considera a utilização de nebulizador mais eficiente que a utilização de IP no 22 40,7 19 31,7 0,316
tratamento da asma
Considera que a prática da atividade física pode auxiliar no tratamento da 37 68,5 48 80,0 0,169
asma
Tratamento para a asma nos últimos 12 meses
O escolar está fazendo uso contínuo de medicamento para o tratamento da 15 31,9 21 36,2 0,647
asma
O escolar recebeu tratamento para asma com IPs 16 30,2 33 55,0 0,008
O escolar recebeu tratamento para asma com corticoides orais 22 41,5 32 53,3 0,211
O escolar recebeu tratamento para asma com medicamentos inalados por 26 49,1 40 66,7 0,059
nebulizador
O escolar fez uso de medicamento antes da prática de atividades físicas 5 9,4 12 20,0 0,119
Acompanhamento médico e crises de asma nos últimos 12 meses
O escolar faz acompanhamento ambulatorial ou em unidade da rede pública 8 16,3 17 28,8 0,127
para asma
O escolar possui algum plano de tratamento escrito ou receita para crises de 19 40,4 19 32,2 0,383
asma
O escolar consultou por causa da asma (sibilos, dispneia ou tosse) 24 45,3 40 66,7 0,023
O escolar sibilou durante ou após a prática de atividades física 22 41,5 42 71,2 0,002
O escolar sibilou em repouso, sem ter praticado atividade física 19 35,8 37 61,7 0,006
IP: inalador pressurizado (bombinha/spray). *Teste do qui-quadrado.
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