Us Hepatico Bov
Us Hepatico Bov
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GOIÂNIA
2019
ii
Área de Concentração:
Cirurgia, Patologia Animal e Clínica Médica
Linha de pesquisa:
Clínica, diagnóstico por imagem e patologia clínica
na saúde de animais de compainha e selvagens.
Orientador:
Prof. Dr. Paulo Henrique J. da Cunha - EVZ/UFG
Comitê de Orientação:
Prof.ª Dr.ª Naida Cristina Borges - EVZ/UFG
Prof.ª Dr.ª Danieli Brolo Martins - EVZ/UFG
GOIÂNIA
2019
iii
iv
v
vi
AGRADECIMENTOS
Ao Divino Criador, pelo dom da vida, força e presença constantes e por ter guiado
meus passos à conclusão de mais um dos meus objetivos.
Ao meu esposo, Nivan Antônio Alves da Silva, por todo o apoio e cumplicidade ao
longo destes anos e dos muitos mais que virão.
Agradeço às mulheres da minha vida Josilene Henrique dos Santos e Ivone
Henrique dos Santos, mãe e vó, pela compreensão da distância que se fez necessária, por terem
me apoiado em todos os momentos.
Agradeço ao Professor Paulo Henrique Jorge da Cunha, pelos conhecimentos
compartilhados, oportunidades concedidas e pela orientação na realização desse trabalho.
Às professoras Naida Cristina Borges e Danieli Brolo Martins pela co-orientação
prestada, pelo incentivo, disponibilidade e apoio que sempre demonstraram, minha gratidão.
Agradeço também a todos aqueles que se dispuseram a ajudar na realização do
projeto, enquanto estagiários, em especial a Carlos Borges, Mariana Chaveiro, Sandes
Espindola, Lucas Guimarães e Rafaela Crato, muito obrigada!
Aos meus amigos Milenna Karoline Rodrigues, Lucas Cunha, Michel Felipe Soares
Souza, Raísa Brito Santos, Allyne Nayara de Sá e Pedro Augusto, agradeço sobretudo pelas
conversas, pelas cervejas e todos os momentos de descontração.
SUMÁRIO
LISTAS DE FIGURAS
caudal): (1) Margem dorsal do fígado; (2) margem dorsal da veia cava caudal;
(3) profundidade da veia cava caudal; (4) diâmetro da veia cava caudal; (5)
margem dorsal da veia porta; (6) profundidade da veia porta; (7) diâmetro da
veia porta; (8) margem dorsal da vesícula biliar, (9) margem ventral do fígado;
(10) tamanho do fígado; (11) ângulo do fígado; B- Imagem demonstrando
posicionamento do transdutor e fita métrica para mensuração de estruturas
hepáticas ............................................................................................................ 10
CAPÍTULO 2 – ARTIGO
FIGURA 3 – Ultrassonografias hepáticas no 12° EIC de bovino Nelore com 10 meses de idade.
(a) Margem ventral do fígado mostrando parênquima hepático (1), superfície
diafragmática hepática representada por linha ecogênica fina (seta branca) em
ix
FIGURA 4 – Ultrassonografias da veia cava caudal e veia porta de bovinos Curraleiro com 10
meses de idade. (a) Ultrassonografia hepática no 10° EIC demonstrando o
parênquima hepático (1), veia cava caudal com aspecto triangular, sem definição
de parede vascular (2), posicionada medial e dorsal em relação à veia porta (3)
que possui formato circular e parede hiperecoica. (b) Ultrassonografia hepática
mostrando o aspecto semicircular da veia cava caudal (2) no 9° EIC, região de
contato do fígado (1) com o omaso (4). Ds Dorsal, Vt Ventral ......................... 39
LISTAS DE TABELAS
TABELA 1 – Coeficientes de correlação para peso corporal, altura de cernelha, produção láctea
e mensurações do fígado determinadas por ultrassonografia no 11º espaço
intercostal em 186 bovinos ............................................................................... 11
CAPÍTULO 2 – ARTIGO
TABELA 1 – Média ± desvio padrão (mínimo e máximo) das mensurações (cm) de distância
de margem dorsal (DMD), distância de margem ventral (DMV) e extensão
visualizável do fígado (EV) em bezerros hígidos da raça Nelore (G1), Curraleiro
(G2) e Pantaneiro (G3), verificadas no 12°, 11° e 10° espaço intercostal (EIC)
........................................................................................................................... 38
AH - Artéria hepática
CEUA - Comissão de Ética no Uso de Animais
Cm - Centímetros
Db - Decibéis
DMD - Distância da margem dorsal
DMV - Distância da margem ventral
EIC - Espaço intercostal
EPVB - Espessura de parede da vesícula biliar
EV - Extensão visualizável
EVZ - Escola de Veterinária e Zootecnia
G1 - Grupo 1 (Nelore)
G2 - Grupo 2 (Curraleiro)
G3 - Grupo 3 (Pantaneiro)
Kg - Quilogramas
LVB - Largura da vesícula biliar
LVC - Largura de veia cava caudal
LVP - Largura de veia porta
MHz - Megahertz
PCM - Peso corporal médio
PVC - Profundidade de veia cava caudal
PVP - Profundidade de veia porta
UFG - Universidade Federal de Goiás
VB - Vesícula biliar
VCC - Veia cava caudal
VP - Veia porta
xii
RESUMO
ABSTRACT
The knowledge of normal ultrasonographic characteristics of the liver provides the subsidies
for the diagnosis of hepatic diseases, acting as a complementary examination at clinical routine
and in the therapeutic and prognostic decisions. However, despite the applicability of the
method and the damages caused by hepatic diseases in animal production, Brazil has no
research in this area. It is not known, for example, if the reference values in the literature can
be used to Brazilian herds. The aim of this study was to describe the sonographic findings of
position and extent of the liver, characteristics of its vasculature and gallbladder in healthy cattle
of Nelore, Curraleiro Pé-duro and Pantaneiro breeds aged between eight and 12 months.
Twenty-one healthy male calves of the Nelore (G1; n = 8), Curraleiro (G2; n = 7) and Pantaneiro
(G3; n = 6) were used. Ultrasonographic examinations were performed at three times, at one-
week intervals between the exams. Images were obtained in Mode B. The examinations were
performed with the animals nonsedated and in the standing position. The scanning was
performed in dorsoventral and caudocranial direction, starting at the 12th intercostal space
(EIC) and progressing cranially until the 6th right EIC. Ultrasound examination allowed
visualization of the liver and its structures with a similar sonographic aspect in the three breeds.
The external positioning measurements (DMD and DMV) and visualizable extension (EV)
were similar and showed a bigger visible extension of the organ in the 11th EIC. The VCC was
more frequently observed in the 11th and 10th EICs although it was visualized from the 12th
to the 9th EIC in G1 and still in the 8th EIC in G2. PVC was higher in the 10th and 9th EIC of
G2. The VP, on the other hand, presented higher frequencies of observations in the 10th EIC.
The PVP and LVP measurements were higher in the G1 from the 11th to the 10th EIC. VB had
a higher frequency of observations in the 11th and 10th EICs and did not present any difference
in relation to the width (LVB) and wall thickness (VBV).
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
O fígado é considerado a maior glândula do corpo e seu peso médio está relacionado
principalmente à espécie, ao peso corporal e idade do animal. Nos herbívoros o órgão representa
de um a 1,5% do peso corporal, o que nos bovinos adultos corresponde aproximadamente entre
4,5 a 5,5 kg. Em animais jovens, devido à sua contribuição hepática na função hematopoiética,
é relativamente maior quando comparado aos adultos9 (Figura 1).
O fígado bovino consiste em quatro lobos, lobo hepático direito, lobo hepático
esquerdo, lobo quadrado e lobo caudado, com processo caudado e papilar. No entanto, essa
pode ser considerada uma divisão teórica, realizada a partir de pontos de referência anatômicos,
uma vez que o órgão não possui fissuras indicando a separação dos lobos como as verificadas
no cão e no gato3,9.
O órgão localiza-se no espaço denominado seção intratorácica da cavidade
abdominal, caudalmente ao diafragma, e se estende dorsalmente até a última costela9. Nos
ruminantes, em decorrência do desenvolvimento do rúmen, o fígado se encontra quase na sua
totalidade deslocado para a metade direita do abdome 3,9, de forma que o lobo direito se
posiciona na região dorsal enquanto o lobo esquerdo na região ventral3 (Figura 2a).
4
A irrigação sanguínea do fígado é feita pela artéria hepática (AH) e pela VP. A AH
nutre o órgão, enquanto a VP recebe o sangue venoso oriundo do estômago, pâncreas, intestinos
e baço. O escoamento venoso do órgão se inicia com uma única veia localizada centralmente
em cada um dos lóbulos hepáticos, tais veias recebem o sangue da AH e VP após terem sido
misturados nos sinusoides hepáticos. Essas veias se fundem formando as veias sublobulares,
que por sua vez se unem para compor as veias hepáticas, as quais finalmente drenam para a
veia cava caudal (VCC)9.
demonstraram não haver aumento mensurável do tamanho do fígado nos primeiros 60 dias de
vida, porém, a espessura do órgão aumenta até os 40 dias, estabilizando após este período 15,16.
a) Exame geral
O exame ultrassonográfico geral inclui avaliação do parênquima, posicionamento
do órgão na cavidade abdominal, suas superfícies (visceral e diafragmática), ângulo dos seus
bordos, visualização da VCC, veias hepáticas, VP e suas ramificações no parênquima. Inclui
7
FIGURA 5 - Ultrassonografias de fígado, veia cava caudal e veia porta de bovinos. A- Imagem
de veia cava caudal (3) com seu aspecto triangular e veia porta (4), de aspecto
circular com borda ecogênica; e relação de posicionamento entre os dois vasos. B-
Imagem na região de ramificações estrelares (4); Parede abdominal (1), fígado (2).
Dorsal (Ds), ventral (Vt).
Fonte: A- Adaptado de Streeter e Step19; B- Arquivo pessoal
Entre esses parâmetros podem ser destacados a determinação das margens ventral e dorsal do
fígado (que permitem a estimativa do tamanho do órgão), o diâmetro da VCC e VP, assim como
a espessura hepática sobre estes vasos (profundidade)5.
No caso das determinações do posicionamento das margens ventral e dorsal do
fígado, margem dorsal da VCC, VP e VB, estas são realizadas em relação à linha média do
dorso do animal utilizando uma fita métrica5. Neste caso o transdutor é posicionado de maneira
a se identificar a estrutura de interesse e seu limite é demarcado externamente na pele do animal.
Assim, determina-se a medida do ponto demarcado até a linha média do dorso do animal (Figura
7).
Das medições propostas para avaliação hepática, realizadas por meio do exame
ultrassonográfico, as mais importantes para determinação do aumento do órgão são a
profundidade da VCC e da VP, uma vez que essas mensurações estão fortemente
correlacionadas com o peso do fígado14. Além disso, recomenda-se que as avaliações sejam
realizadas, preferencialmente, no 11º EIC, uma vez que este apresenta menor coeficiente de
variação quando comparado aos demais5. O peso do fígado (y) em quilos pode ser estimado
usando a seguinte fórmula: y= -3,97 + 1.036 x espessura do fígado (cm), mensurado no 11º EIC
(r=0,76; P<0,01)7.
A profundidade da VCC e VP corresponde à distância de cada um destes vasos até
a superfície diafragmática. Tanto a profundidade, quanto seus respectivos diâmetros podem ser
obtidos por meio da mensuração eletrônica do próprio equipamento de ultrassom. Para esta
finalidade, as imagens devem ser congeladas e mensuradas com auxílio dos cursores do
equipamento, no momento da máxima inspiração do animal 5,14,15.
Os resultados dos estudos que avaliaram as características fisiológicas em
bovinos5,11,14,15, apesar de poucos, indicam que existem correlações significativas entre peso
corporal, altura de cernelha e produção láctea com algumas das variáveis determinadas
ultrassonograficamente, como por exemplo, correlação entre peso corporal e tamanho do fígado
(Tabela 1).
TABELA 1 - Coeficientes de correlação para peso corporal, altura de cernelha, produção láctea
e mensurações do fígado determinadas por ultrassonografia no 11º espaço
intercostal em 186 bovinos*
Peso Altura de Produção
Variável
corporal cernelha láctea
Fígado
Margem dorsal 0,06 0,20** 0,16*
Margem ventral 0,24** 0,17* 0,25**
Tamanho 0,22** 0,03 0,16*
Profundidade da veia cava caudal 0,22** 0,04 0,08
Profundidade da veia porta 0,35** -0,01 0,18*
Ângulo -0,07 -0,12 0,04
Veia cava caudal
Margem dorsal 0,17* 0,30** 0,21**
Diâmetro 0,00 0,19* 0,18*
Veia porta
Margem dorsal 0,35** 0,27** 0,24**
Diâmetro 0,11 0,13 0,08
*A veia cava caudal foi visualizada no 11º espaço intercostal em apenas 176 bovinos.
* P<0,05; ** P<0,01. Fonte: Adaptado de Braun e Gerber14
12
a) Abscessos
Nos bovinos os abscessos hepáticos representam impacto econômico significativo,
podendo causar redução em até 11% no ganho de peso diário, diminuição de 5,85% a 12,7% na
taxa de crescimento e de 9,7% na eficiência alimentar28. O fígado é especialmente susceptível
aos abscessos porque recebe sangue arterial e venoso de diversos vasos, incluindo AH, VP e
veia umbilical no feto29. Os abscessos são comumente diagnosticados e encontrados apenas no
exame post-mortem durante o abate ou necropsia de bovinos, principalmente devido à
dificuldade em identificar esta enfermidade por meio do exame clínico e laboratorial30. Neste
sentido, a ultrassonografia pode ser uma técnica eficiente para monitorar a fase inicial e
progressão de abscessos de ocorrência natural e induzidos experimentalmente 8.
O aspecto ultrassonográfico de abscessos hepáticos foi descrito em bovinos
confinados12,31-34, vacas leiteitas35,36 e em touros reprodutores37. A sua evolução e a aparência
foram registradas por meio de ultrassonografias regulares, o que demonstrou aspectos variáveis
durante o curso da enfermidade12,32,35.
Os abscessos hepáticos resultam em mudanças estruturais circunscritas no
parênquima do órgão e podem apresentar diâmetro variável (três a 20 cm). Seu conteúdo pode
variar do anecoico ao hiperecoico, homogêneo ou heterogêneo e estar ou não delimitado por
uma cápsula hiperecoica (Figura 8). Geralmente, um abscesso em estágio inicial se apresenta
como estrutura heterogênea, com únicos ou múltiplos focos hiperecogênicos e sem evidência
de cápsula. O conteúdo homogêneo, com formação de cápsula e tamanho substancial, indica
que o abscesso é mais consolidado. Essa estrutura pode ainda estar dividida por septos em várias
camadas, o que indica destruição parcial do parênquima do fígado35.
Devido à variedade nas formas de apresentação, muitas vezes o diagnóstico dos
abscessos hepáticos não pode se basear exclusivamente na aparência ultrassonográfica, sendo
incluídas as neoplasias e os cistos como diagnóstico diferencial de lesões circunscritas no
fígado. Nessas situações, a centese guiada por ultrassom pode ser de grande utilidade na
confirmação do diagnóstico7,35.
14
A B C
b) Neoplasias
A ocorrência de neoplasias hepáticas em bovinos é rara, principalmente tumores de
origem primária no órgão38. A grande maioria são formações metastáticas com origem no trato
gastrintestinal (que alcançam o fígado pela VP) ou nos pulmões (via AH) 8. As neoplasias
primárias incluem adenomas e carcinomas hepatocelulares e colangiocelulares 39. Neoplasias
hepatocelulares normalmente são únicas e podem estar cercadas por metástases intra-hepáticas.
Já as colangiocelulares geralmente são multifocais ou difusas 40. Ocasionalmente podem ocorrer
metástases no peritônio, VP, baço e abomaso, resultando em hipertensão portal 7.
Em bovinos, estão descritos exames ultrassonográficos de carcinoma de ductos
biliares, adenocarcinoma e adenoma hepatocelular 41. Essas neoplasias se caracterizam como
estruturas circunscritas únicas ou múltiplas, de ecogenicidade homogênea ou heterogênea, que
fundamentalmente refletem mudanças na ecogenicidade do parênquima hepático, no contorno
da superfície do órgão e no deslocamento dos vasos e canais biliares7,8 (Figura 9).
Algumas lesões metastáticas são isoecoicas ao parênquima hepático, mas são
reconhecíveis ao formar protuberâncias no contorno do órgão, no entanto, a maioria delas
apresenta padrão ecogênico distinto, porém muito variável, a depender do grau de
vascularização e taxa de crescimento 7,8. Metástases de crescimento rápido são
predominantemente compostas por células tumorais e na ultrassonografia apresentam-se
hipoecogênicas, enquanto metástases de crescimento lento geralmente contém tecido vascular
e conjuntivo, possuindo aspecto mais ecogênico41.
15
c) Cistos
Cistos hepáticos podem ser congênitos ou parasitários (cistos hidáticos). A
ocorrência de cistos congênitos é, usualmente, um achado incidental que pode ser observado
em qualquer espécie doméstica e em animais de qualquer idade sem que normalmente cause
qualquer prejuízo à saúde animal40. Da mesma forma, a repercussão da presença de cistos
hidáticos na saúde dos bovinos é pouca ou nula, a não ser que o mesmo se instale em porção
vital do órgão, o que é muito raro40,42.
No entanto, a condenação do fígado parasitado em abatedouros pode representar
significativas perdas econômicas, especialmente em países com baixa produção econômica 43,44,
havendo a necessidade de um método de diagnóstico ante mortem eficiente para detecção das
lesões. A ultrassonografia se mostrou como a ferramenta de diagnóstico por imagem mais
eficiente para detecção dos cistos hidáticos em bovinos45.
O aspecto ultrassonográfico dos cistos se caracterizou por estruturas cavitárias
arredondadas, únicas ou multiplas, encapsuladas, de tamanho variável (entre 6,7 e 14 cm), com
conteúdo anaecóico a hiperecóico45-47. O interior de alguns cistos pode conter materiais
particulados ecogênicos ou septações. Outras alterações visualizadas incluem aumento de
tamanho do fígado, e congestão47.
16
d) Lipidose/esteatose hepática
A esteatose hepática é uma síndrome associada com a mobilização excessiva de
gordura para o fígado, considerada como um processo difuso que envolve todo o órgão8. É
observada principalmente em vacas leiteiras no período pós-parto2 causando imunossupressão,
redução na produtividade, fertilidade dos animais e em casos mais graves o óbito 48.
O teste padrão-ouro para o diagnóstico desta enfermidade é a dosagem de
triglicerídeos de amostras obtidas por meio de biópsia hepática 49. No entanto, por se tratar de
um método invasivo e com risco de complicações, muitas vezes sua execução não é viável em
situações a campo, principalmente em vacas submetidas ao balanço energético negativo do
período de transição48,50. Neste contexto, a ultrassonografia, destaca-se na rotina clínica como
método alternativo prático, não invasivo e com correlação positiva na detecção de esteatose
hepática em bovinos7,51.
Os principais achados ultrassonográficos em bovinos com esteatose hepática se
relacionam ao aumento do tamanho do órgão e da ecogenicidade do parênquima próximo à
parede abdominal associado à atenuação dos ecos ultrassonográficos nas porções mais
profundas, com dificuldade ou até mesmo a não visualização dos vasos hepáticos 8. Essa
característica se deve à menor impedância acústica da gordura em relação ao parênquima
fisiológico52, o que resulta em tons mais claros na região próxima à parede abdominal enquanto
as áreas mais distantes apresentam redução da ecogenicidade ou não formam imagem 7 (Figura
10).
Nos estágios avançados da enfermidade o fígado apresenta aspecto bastante
ecogênico, sendo difícil diferenciá-lo dos tecidos adjacentes52,53. Nessas situações o contraste
entre o parênquima e os vasos também diminui, de forma que, na maioria dos casos, apenas os
grandes vasos são observados. Isto ocorre devido à compressão do tecido hepático aumentado
sobre os vasos de menor calibre e à dispersão dos ecos do ultrassom das áreas hiperecoicas que
se projetam para o interior desses vasos8,54,55.
17
e) Congestão hepática
A congestão passiva do fígado pode ocorrer em qualquer espécie como
consequência principalmente de disfunção circulatória. Especificamente em bovinos, as
principais causas podem incluir a insuficiência cardíaca direita, doença pericárdica, trombose
de VCC e compressão da VCC por abscessos ou neoplasias40.
Na fase aguda da congestão hepática, o órgão se torna aumentado de volume e
apresenta menor ecogenicidade em decorrência do aumento de conteúdo fluido no órgão. Já na
congestão crônica, a aparência ultrassonográfica se altera em virtude do aumento de tecido
conjuntivo no fígado, observando-se um parenquima heterogêneo e hiperecogênico com fortes
ecos individuais, similar aos achados da cirrose hepática 7.
A congestão circulatória sistêmica ainda resulta na dilatação da VCC, a qual perde
seu aspecto triangular e assume aspecto oval na projeção transversal 25,61,62. Nos casos de
congestão decorrente de trombose de VCC, o trombo é raramente visualizado como uma
estrutura ecogênica no lúmen vascular, pois geralmente está situado mais cranialmente, na
região obscurecida pelo pulmão60,63 (Figura 12).
a) Colestase obstrutiva
O termo colestase obstrutiva está relacionado ao impedimento mecânico do fluxo
biliar. Nos bovinos as causas mais comuns são a fasciolose e o acúmulo de produtos
inflamatórios e fibrinosos resultantes de colangite. Outra causa menos observada são os
20
cálculos biliares e, em raros casos, o fluxo de bile pode estar comprometido pela compressão
dos maiores ductos por neoplasias e abscessos27,65,66.
A colestase obstrutiva normalmente pode ser diagnosticada por meio da observação
ultrassonográfica dos ductos biliares dilatados7 (Figura 14). As imagens desses ductos, intra ou
extra-hepáticos, pode revelar a localização da obstrução e a presença de outras alterações, como
abscessos hepáticos. Uma obstrução proximal, localizada na área do hilo, pode ser diferenciada
de uma obstrução distal, na região de papila duodenal. Nas obstruções proximais, apenas ductos
biliares intra-hepáticos estão dilatados, enquanto na distal, ocorre dilatação do ducto hepático
comum e da VB, que também pode estar associada à dilatação de ductos biliares intra-
hepáticos26,27.
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
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29
CAPÍTULO 2 – TÍTULO
2 Pantaneiro
4 Valesca Henrique Lima, Nivan Antônio Alves da Silva, Milenna Karoline Fernandes
5 Rodrigues, Fabrício Carrião dos Santos, Naida Cristina Borges, Paulo Henrique Jorge da
6 Cunha
11
13 982146555
19
30
20 Resumo
21 Introdução: Para obter informações detalhadas sobre posição e tamanho do fígado, sua
23 hígidos, das raças Nelore (G1; n=8), Curraleiro Pé-duro (G2; n=7) e Pantaneiro (G3; n=6), com
24 idade entre oito e 12 meses e peso corporal médio (PCM) de 135,6 ± 9,9 Kg, 112,6 ± 9,3 kg e
26 8° espaço intercostal (EIC) direito, em três momentos, com intervalos de uma semana entre os
28 de 5MHz. Além da avaliação das características ecográficas das estruturas hepáticas, foram
30 ventral (DMV), extensão visualizável (EV), largura de Veia cava caudal (LVC), profundidade
31 de Veia cava caudal (PVC), largura de Veia porta (LVP), profundidade de Veia porta (PVP),
34 visível do órgão no 11° EIC. A VCC foi mais frequentemente observada no 11° e 10° EIC,
35 embora tenha sido visualizada desde o 12° ao 9° EIC no G1 e ainda no 8° EIC em G2 e G3. A
36 PVC foi menor no 10° e 9° EIC do G1. A VP, por sua vez, apresentou maiores frequências de
37 observações no 10° EIC. As medidas de PVP e LVP foram maiores no G1 desde o 11° ao 9°
38 EIC. A VB teve maior frequência de observações no 11° e 10° EIC e não apresentou qualquer
39 diferença entre raças ou EICs em relação a largura (LVB) e espessura de parede (EPVB).
41 VP e VB em bovinos machos, hígidos, das raças Nelore, Curraleiro Pé-duro e Pantaneiro entre
42 oito e doze meses de idade e peso corporal entre 112 e 175 kg.
44
31
45 Introdução
47 de lesões focais (ex. abscessos) e difusas (ex. esteatose) [1]. Em bovinos, a avaliação do órgão
49 hepático são geralmente inespecíficos e os testes laboratoriais podem ser inconclusivos até que
50 dois terços do órgão estejam comprometidos [2]. O exame ultrassonográfico é uma ferramenta
52 abscessos [3-7], tumores [8], cistos parasitários [9,10], distúrbios circulatórios como congestão
53 e trombose de veia cava caudal [11-14], esteatose hepática [1,15-17], colestase, colangite
56 enfermidades que afetam o fígado, ainda são poucas as pesquisas que descrevem as
58 ultrassonográfica hepática em bovinos foi estabelecido em 1990 [21], quando foram ainda
60 caudal, veia porta e vesícula biliar em bovinos da raça Pardo-Suíço. Influências de raça, idade
66 avaliados semanalmente até os 104 dias de idade, os resultados demonstraram não haver
67 aumento mensurável do tamanho do fígado nos primeiros 60 dias de vida, porém, a espessura
70 sadios representa a base para o uso da ultrassonografia diagnóstica em bovinos com suspeita de
72 determinados em raças de origem europeia com aptidão leiteira [21,22]. Não se sabe se estes
73 valores podem ser considerados para outras raças bovinas. Desta forma, o objetivo do presente
74 estudo foi obter informações detalhadas sobre posição e tamanho do fígado, sua vasculatura e
75 vesícula biliar em bovinos hígidos das raças Nelore, Curraleiro Pé-duro e Pantaneiro.
76
77 Métodos
78 Animais
80 Federal de Goiás (UFG), localizada em Goiânia – GO, Brasil. Foram utilizados 21 bezerros
81 machos, hígidos, das raças Nelore (G1; n=8), Curraleiro Pé-duro (G2; n=7) e Pantaneiro (G3;
82 n=6), com idade mínima de oito meses e máxima de 12 meses e peso corporal médio (PCM) de
83 135,6 ± 9,9 Kg, 112,6 ± 9,3 kg e 174,2 ± 25,8 kg, respectivamente. Os meses de avaliação
85 Todos os animais foram considerados hígidos a partir dos resultados dos exames
87 mantidos em piquetes coletivos de 7,7m X 10m, onde receberam água e feno tifton 85 (Cynodon
90
91 Exame ultrassonográfico
98 pesquisador. O exame foi realizado com os animais contidos em posição quadrupedal, em brete,
99 sem necessidade de sedação. Para melhorar a captação das imagens foi realizada ampla
100 tricotomia no antímero direito e aplicação de gel de contato, desde a fossa paralombar até o 6º
101 espaço intercostal (EIC) prévio à avaliação ultrassonográfica. O transdutor foi posicionado
103 iniciando-se no 12° EIC e progredindo cranialmente até o 6° EIC, de acordo com Braun [21].
104 As estruturas avaliadas foram parênquima e vasos hepáticos, veia cava caudal
105 (VCC), veia porta (VP) e vesícula biliar (VB). Os parâmetros descritos foram forma, contorno
108 10° EIC. A demarcação da distância da margem dorsal do fígado (DMD) e distância da margem
109 ventral do fígado (DMV) foi realizada a partir da visualização dos bordos hepáticos e
110 enquadramento dos mesmos no centro da imagem gerada. A partir de então, demarcando-se
111 sobre a pele a região central do transdutor, utilizou-se fita métrica milimetrada e procedeu-se a
112 mensuração dos limites dorsais e ventrais até a linha média do dorso do animal. A extensão
113 visualizável do órgão nos respectivos EICs (EV) foi calculada pela subtração dos valores de
114 DMV e DMD em relação à linha média do dorso de forma análoga à técnica descrita
116
34
117
118 Figura 1 - Metodologia de mensuração das margens dorsal e ventral do fígado em
119 bovinos: Ultrassonografia da margem dorsal (a) e ventral (c) do fígado de bovino
120 Curraleiro verificada no 11° EIC. Os bordos hepáticos são posicionados na região central
121 da imagem (linha pontilhada) correspondendo externamente ao ponto de mensuração das
122 distâncias de margem dorsal (DMD) (b) e margem ventral (DMV) do fígado em relação à
123 linha média do dorso do animal (d). Ds Dorsal, Vt Ventral.
124
125 A avaliação das dimensões e profundidade das estruturas vasculares foi realizada
126 em cada um dos EICs onde as mesmas foram visualizadas, no momento da expiração do animal.
127 As medidas foram realizadas em imagens congeladas, por meio de cursores do próprio aparelho.
128 Para avaliação da largura da veia cava caudal (LVC) considerou-se a medida da distância entre
129 as paredes do vaso em seu eixo longo. A largura da veia porta (LVP) foi mensurada pela
130 distância entre as paredes em um único eixo (lateromedial). As profundidades da veia cava
131 caudal (PVC) e veia porta (PVP) foram determinadas pela distância entre a parede lateral do
132 vaso e a linha hiperecogênica correspondente à interface do peritônio parietal e visceral (Figura
35
133 2a). As medidas de largura da vesícula biliar (LVB) e espessura de parede da vesícula biliar
134 (EPVB) foram realizadas no ponto de maior diâmetro, em sentido lateromedial [21] (Figura
135 2b).
136
137
138 Figura 2 - Representação esquemática das mensurações de estruturas hepáticas em
139 bovinos: Mensuração da profundidade da Veia cava caudal (PVC) e largura de Veia cava
140 caudal (LVC) (a), sendo PVC determinada pela distância entre a parede lateral do vaso e a linha
141 hiperecogênica correspondente à interface do peritônio parietal e visceral (linha preta,
142 pontilhada com setas) e LVC determinada pela distância entre as paredes do vaso em seu eixo
143 longo (linha branca, contínua, com setas); Mensuração da profundidade da Veia porta (PVP) e
144 largura de Veia porta (LVP) (b), sendo PVP determinada pela distância entre a parede lateral
145 do vaso e a linha hiperecogênica correspondente à interface do peritônio parietal e visceral
146 (linha preta, pontilhada com setas) e LVP determinada pela distância das paredes do vaso em
147 eixo lateromedial (linha branca, contínua, com setas); Mensuração da largura da vesícula biliar
148 (LVB) (c) realizada em seu ponto de maior diâmetro, em sentido lateromedial (linha contínua,
149 branca, com setas); (1) Parede abdominal lateral; (2) parênquima hepático; (3) omaso; (4)
150 vesícula biliar. Ds Dorsal, Vt Ventral.
151
154 bovinas foram classificadas como tratamentos (G1, G2 e G3), avaliados em três momentos,
156 frequências das mensurações foram avaliadas pelo Teste Qui-Quadrado para comparação entre
157 os tratamentos e entre os EICs. O Teste Exato de Fisher substituiu o Teste Qui-Quadrado
36
158 quando as frequências observadas foram menores que cinco. Todas as variáveis foram testadas
159 para normalidade e homocedasticidade pelo Teste de Shapiro–Wilk. Os dados foram analisados
160 com o auxílio do pacote Easyanova [26] do software R (Core Development Core Team®, 2018).
161 As variáveis de distribuição normal (distância de margem dorsal, distância de margem ventral,
162 largura de Veia porta, profundidade de Veia porta, largura da vesícula biliar, espessura de
163 parede da vesícula biliar) foram comparadas por análise de variância (ANOVA) seguido de
164 Teste de Tukey. Os dados de variáveis com distribuição não-normal (extensão visualizável,
165 largura de Veia caudal, profundidade de Veia cava caudal) foram analisadas por Kruskal-Wallis
166 seguido por teste T de Student ajustado, de acordo com o pacote Easyanova [26]. Adotou-se
168
169 Resultados
172 das três raças, nos espaços intercostais avaliados (12° ao 6°). Na porção cranial da fossa
173 paralombar, em todos os animais, a imagem hepática partilhava da mesma janela sonográfica
174 que porção do rim direito. Parte do rim direito foi ainda escaneada no 12° EIC em sete animais
175 da raça Nelore (G1), quatro da raça Curraleiro (G2) e cinco da raça Pantaneiro (G3).
177 sentido cranial, houve redução da área hepática visualizável em função da sobreposição de
178 imagem exercida pelo pulmão direito. A superfície diafragmática do órgão apresentou-se como
179 uma linha ecogênica fina em contato direto com o peritônio. A superfície visceral também se
180 caracterizava como uma linha ecogênica fina em contato com os órgãos abdominais, entretanto,
181 sua identificação nem sempre foi possível, principalmente ao nível dos 12° e 11° EICs onde
184 forma homogênea por toda área do órgão, de ecogenicidade hiper ou isoecoicoca em relação ao
185 rim direito. Vasos portais e hepáticos puderam ser identificados como formas circulares ou
186 elípticas, com lúmen anecoico, distribuídos por todo o parênquima. Ductos intra-hepáticos não
187 foram visualizados em nenhum dos animais, independente da raça (FIGURA 3b).
188
189
190 Figura 3 - Ultrassonografias hepáticas no 12° EIC de bovino Nelore com 10 meses de idade.
191 (a) Margem ventral do fígado mostrando parênquima hepático (1), superfície diafragmática
192 hepática representada por linha ecogênica fina (seta branca) em contato com o peritônio e
193 superfície visceral hepática, também representada como uma linha ecogênica fina (cabeça de
194 seta), notar que a superfície visceral perde a definição em contato com alças intestinais (2); (b)
195 Porção dorsal do fígado mostrando parênquima hepático hiperecoico (1) em relação ao rim
196 direito (3) e superfície visceral do fígado (cabeça de seta) pouco definida na região de contato
197 com alças intestinais (2). Ds Dorsal, Vt Ventral.
198
199 Após avaliação do parênquima hepático, o transdutor foi mantido em posição dorsal
200 e em seguida ventral aos limites da silhueta hepática para obtenção das medidas externas, as
201 quais foram empregadas para estimativa do tamanho hepático. As variáveis DMD, DMV e EV
202 foram maiores (p<0,001) entre os bovinos da raça Pantaneiro (G3), exceto no 10° EIC em que
203 os valores de DMD foram semelhantes (p=0,1978) para as três raças (Tabela 1). Em relação a
204 DMD e DMV, os menores valores foram verificados no 12° EIC, com aumento significativo
38
205 no 10° (p<0,001). A extensão visualizável do órgão (EV), na comparação entre os EICs,
206 apresentou valores significativamente maiores no 11° EIC e decresceu cranial e caudalmente
208 Tabela 1 – Média ± desvio padrão (valores mínimo e máximo) das mensurações (cm) de
209 distância da margem dorsal (DMD), distância da margem ventral (DMV) e extensão
210 visualizável do fígado (EV) em bezerros hígidos da raça Nelore (G1), Curraleiro (G2) e
211 Pantaneiro (G3) verificadas no 12°, 11° e 10° espaço intercostal (EIC)
212 Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferenças entre as raças e letras
213 maiúsculas diferentes na mesma linha indicam diferenças entre os espaços intercostais (p<0,05)
214 pelo Teste de Kruskal-Wallis (para a variável EV) e Teste de Tukey (para demais mensurações).
215
216
218 A VCC apresentou-se como estrutura de aspecto triangular ou, algumas vezes,
219 como meia-lua, com lúmen anecoico e limites bem definidos. O aspecto em meia-lua foi
220 verificado apenas nos espaços mais craniais, no 9° e 8° EIC. Neste vaso não foi verificada
222 A VP foi visualizada como estrutura de formato circular, com lúmen anecoico e
223 parede hiperecoica, a partir da qual se emitiam ramificações que adentravam o parênquima
224 hepático. Com relação à topografia, a VCC foi identificada no parênquima hepático sempre em
225 posição mais dorsal e medial em relação à VP, sofrendo maior interferência da sobreposição da
227
228
229
230 Figura 4 - Ultrassonografias da veia cava caudal e veia porta de bovinos Curraleiro com
231 10 meses de idade. (a) Ultrassonografia hepática no 10° EIC demonstrando o parênquima
232 hepático (1), veia cava caudal com aspecto triangular, sem definição de parede vascular (2),
233 posicionada medial e dorsal em relação à veia porta (3) que possui formato circular e parede
40
234 hiperecoica. (b) Ultrassonografia hepática mostrando o aspecto semicircular da veia cava
235 caudal (2) no 9° EIC, região de contato do fígado (1) com o omaso (4). Ds Dorsal, Vt Ventral.
236
237 A VCC foi visualizada com frequência semelhante desde o 12° ao 9° EIC (Tabela
238 2). No 11° e 10° EIC foi possível visualizar a estrutura em 100% das avaliações, independente
239 de raça. No 8° EIC a estrutura foi visualizada apenas nos animais do G2 e G3, porém com baixo
240 percentual de observação (19,0% e 5,6%, respectivamente). No 7° e 6° EIC a VCC não foi
244 em G3) das avaliações. Neste EIC foi mais comum a visualização do tronco comum da veia
245 esplênica e da veia mesentérica, fora do parênquima hepático, ventral à VCC e adentrando na
247
248 Figura 5 - Ultrassonografias do tronco comum da veia esplênica e veia mesentérica
249 esquerda de bovinos Pantaneiro com 12 meses de idade. (a) Ultrassonografia hepática no
250 12° EIC demonstrando o parênquima hepático (1), veia cava caudal (2), tronco comum da veia
251 esplênica e veia mesentérica esquerda (3) posicionada ventral à veia cava caudal e fora do
252 parênquima hepático. (b) Ultrassonografia hepática no 12° EIC mostrando o trajeto do tronco
253 comum da veia esplênica e veia mesentérica esquerda (3) antes de adentrar a veia porta. A
254 mesma imagem permite a visualização de alças intestinais (4) e porção de rúmen (5). Ds Dorsal,
255 Vt Ventral.
256
41
257 Entre as raças, diferenças foram observadas apenas em relação ao 11° EIC
258 (p<0,001) com menor frequência de observação da VP nos animais do G3 (61,1%). Nos três
259 grupos raciais o 10° EIC foi a janela sonográfica que permitiu a observação da estrutura com
260 maior frequência (Tabela 2). Em relação ao 8° EIC verificou-se um percentual de observação
262
263 Tabela 2 - Número absoluto e frequência (%) de observações ultrassonográficas da veia cava
264 caudal (VCC) e veia porta (VP) em bezerros hígidos das raças Nelore (G1), Curraleiro (G2) e
266 Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferenças entre as raças e letras
267 maiúsculas diferentes na mesma linha indicam diferenças entre os espaços intercostais para o
268 Teste de Qui-Quadrado (p<0,05).
269
271 EIC, respectivamente, os valores de profundidade e largura destes vasos nestes EICs não foram
272 descritos (ND, Tabela 3 e Tabela 4). Os animais do G1 (Nelore) apresentaram valores de PVC
273 maiores no 12° EIC (p<0,01) e menores nos 10° (p= 0,0048) e 9° EICs (p= 0,0165) em relação
42
274 às demais raças (Tabela 3). Quando comparados os EICs, os menores valores de PVC foram
275 obtidos no 12° EIC e aumentaram progressivamente até o 9° EIC, independente da raça. As
276 medidas da variável LVC apresentaram menores valores na raça Curraleiro, G2 (12° EIC,
277 p<0,001) e Pantaneiro, G3 (9° EIC, p<0,0001). Entre os EICs, os resultados de LVC foram
279 Com relação à PVP, verificou-se diferença entre as raças ao nível do 11° e do 10°
280 EIC, demonstrando um parênquima menos espesso sobre o vaso nos animais do G2 (p<0,05).
281 Comparando-se os EICs, maiores valores de PVP foram verificados no 11° EIC (p<0,001) e
282 reduziram até o 8° EIC (Tabela 4). A LVP diferiu entre G1 e G2 no 11° (p=0,0084) e 9° EIC
283 (p=0,0385), com maiores valores verificados no G1. Em todos os grupos a LVP tornou-se
284 menor à medida em que o exame avançou cranialmente com diferenças observadas entre todos
286 Tabela 3 – Média ± desvio padrão (valores mínimo e máximo) das mensurações ultrassonográficas (cm) de profundidade de veia cava caudal
287 (PVC) e largura de veia cava caudal (LVC), em bezerros hígidos das raças Nelore (G1), Curraleiro (G2) e Pantaneiro (G3) nos diferentes espaços
288 intercostais
292 Tabela 4 – Média ± desvio padrão (valores mínimo e máximo) das mensurações ultrassonográficas (cm) de profundidade de veia porta (PVP) e
293 largura de veia porta (LVP), em bezerros hígidos das raças Nelore (G1), Curraleiro (G2) e Pantaneiro (G3) nos diferentes espaços intercostais
297 A VB foi observada como estrutura sacular circular ou oval, por vezes
298 ultrapassando o limite ventral da borda hepática e o conteúdo sempre hipoecoico. A localização
299 da VB variou entre o 12° e o 9° EIC em G1, 12° ao 10° em G2 e nos 11° e 10° EIC em G3
300 (Tabela 5). A estrutura foi identificada com maior frequência no 11° EIC em G2 e no 10° em
301 G1 e G3 (p<0,0001).
302
304 biliar (VB) em bezerros hígidos das raças Nelore (G1), Curraleiro (G2) e Pantaneiro (G3) de
306 Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferenças entre as raças e letras
307 maiúsculas diferentes na mesma linha indicam diferenças entre os espaços intercostais, para o
308 Teste de Qui-Quadrado/Teste Exato de Fisher (p<0,05).
309
311 valores de largura e espessura de parede da vesícula biliar não foram descritos para estes EICs
312 (ND, Tabela). As medidas de LVB variaram entre 1,10 cm a 6,77 cm e a EPVB entre 0,10 cm
313 e 0,31 cm. Não houve diferença (p>0,05) entre EICs e entre os grupos raciais (G1, G2 e G3).
314
315 Tabela 6 – Média ± desvio padrão (valores mínimo e máximo) das mensurações
316 ultrassonográficas (cm) de largura de vesícula biliar (LVB) e de espessura de parede da vesícula
46
317 biliar (EPVB) em bezerros hígidos das raças Nelore (G1), Curraleiro (G2) e Pantaneiro (G3),
319 NV= não visualizada; ND= não descrito. Letras minúsculas diferentes na mesma coluna
320 indicam diferenças entre as raças (p<0,05) e letras maiúsculas diferentes na mesma linha
321 indicam diferenças entre os espaços intercostais (p<0,05) pelo Teste de Tukey.
322
325 posicionamento (DMD e DMV) e extensão visualizável (EV) foram similares e demonstraram
326 maior extensão visível do órgão no 11° EIC. A VCC foi mais frequentemente observada no 11°
327 e 10° EIC, embora tenha sido visualizada desde o 12° ao 9° EIC no G1 e ainda no 8° EIC em
328 G2 e G3. A PVC foi menor no 10° e 9° EIC do G1. A VP, por sua vez, apresentou maiores
329 frequências de observações no 10° EIC. As medidas de PVP e LVP foram maiores no G1 desde
47
330 o 11° ao 9° EIC. A VB teve maior frequência de observações no 11° e 10° EIC e não apresentou
331 qualquer diferença entre raças ou EICs em relação a largura (LVB) e espessura de parede
332 (EPVB).
333
334 Discussão
335 No presente estudo ficou demonstrado que em animais das raças Nelore, Curraleiro
336 e Pantaneiro com idade entre oito e dose meses e PCM entre 112 e 174 kg, o fígado pôde ser
337 escaneado do 12° ao 6° EIC. Este resultado condiz com os achados verificados em bezerros da
338 raça Holandesa entre 1 e 104 dias de vida [24] e em animais mestiços Jersey/Sindi entre 4 e 12
339 anos de idade e PCM entre 300 kg a 450 kg [23]. Já em bovinos adultos das raças Pardo-Suíço,
340 Simental e Holandesa, com 2,5 a 11,5 anos de idade e PCM entre 410 e 760Kg, o fígado foi
341 visualizado apenas do 12° ao 8° EIC [22]. Tais achados sugerem que diferenças de peso e
342 conformação corporal exercem influência na determinação dos EICs em que o parênquima
344 Nas raças avaliadas, as estruturas vasculares (VCC e VP) foram identificadas desde
345 o 12° ao 8° EIC. Em bezerros, a VCC foi visualizada do 12° até o 9° EIC [24] e em bovinos
346 adultos foi observada apenas entre o 12° e o 10° EIC [21-23]. Este é o primeiro estudo que
348 da estrutura neste EIC teve baixa frequência de observação (<20%). Em relação à VP, os
349 resultados das pesquisas anteriores mostram que esta estrutura pode ser visualizada desde o 12°
351 A VB foi identificada entre os EIC 12° - 9° (Nelores), 12° - 10º (Curraleiro) e 11°
352 - 10º (Pantaneiro) sendo mais frequentemente observada no 11° e 10° EIC. Em bezerros a VB
353 foi mais comumente visualizada no 9° EIC [24]. Trabalhos realizados com bovinos adultos
354 relatam que a visualização da estrutura é possível desde o 11° e o 9° EIC [21,22], entretanto,
48
355 em um estudo a VB foi também visualizada no 12° EIC [23]. Esta variação de localização da
356 VB está descrita na literatura. Pode-se inferir que tal variação esteja relacionada ao grau de
359 vasos e características ecogênicas de suas paredes, bem como as características sonográficas da
360 VB observadas nas raças Nelore, Curraleiro e Pantaneiro foram similares ao descrito em
362 A VCC apresentou, na maioria dos EICs, formato triangular, similar ao descrito na
363 literatura para bovinos adultos hígidos [21-23]. Contudo, foi verificada mudança deste aspecto
364 para uma aparência semicircular no 9° e 8° EIC nas três raças desse estudo. Braun e Kruger
365 [24] citam que em bezerros (da raça Holandesa, entre 1 e 104 dias de idade) o formato
367 reduzida pressão exercida por outros órgãos abdominais sobre o vaso contra o sulco da VCC
368 nas fases iniciais do desenvolvimento. Entretanto, em bovinos adultos tal aparência indica
371 para DMD e DMV, nas raças Nelore, Curraleiro e Pantaneiro, aumentaram em sentido cranial,
373 hepático (EV) foi maior no 11° EIC em bovinos Pantaneiro, Nelore e Curraleiro
374 correspondendo aos achados descritos para bovinos adultos [22,23]. Em bezerros até os 104
375 dias de idade [24], o figado apresentou maior EV desde o 11° ao 8° EIC, diminuindo em sentido
376 caudal e cranial. A maior extensão hepática em bezerros pode estar associada ao papel
377 hematopoiético exercido pelo órgão nas primeiras semanas de vida determinando um fígado
380 largura (LVC e LVP) das estruturas vasculares, para a veia porta as medidas de LVP e PVP
381 foram maiores no 11° e reduziram progressivamente nos EICs mais craniais, como descrito na
382 literatura [21,22]. As medidas de PVC nas três raças avaliadas foram menores no 12° EIC e se
383 tornaram progressivamente maiores até o 9° EIC, o que difere das descrições já realizadas em
384 bovinos que relatam profundidades similares entre EIC [21,22]. As medidas de LVC foram
385 semelhantes entre EICs. Observou-se durante a execução do exame interferências no momento
386 de obtenção das imagens relacionados à inspiração ou expiração do animal, assim como aos
389 semelhantes entre raças e entre EICs. A LVB esteve entre 1,10 e 6,77 cm. Sabe-se que,
390 dependendo do seu grau de preenchimento, a extensão da VB pode apresentar grandes variações
391 [22-24,27]. Em bezerros, a LVB variou entre 0,9 e 1,8 cm [24] e em bovinos adultos de 0,8 até
393 A EPVB esteve entre 0,10 a 0,31 cm. Não há referências na literatura para valores
394 de EPVB em bovinos de outras raças, idades e pesos corporais. No entanto, a avaliação desta
396 edematosas não inflamatórias como as verificadas em animais com insuficiência cardíaca
398 Foi observada boa associação entre os resultados de nosso estudo e aqueles
399 descritos previamente para bovinos. Contudo, houveram também diferenças, principalmente
400 relacionadas ao EIC de observação das estruturas, tamanho e profundidade dos vasos (VCC e
401 VP). O parênquima e as estruturas hepáticas foram melhor visualizados nos 11° e 10° EICs,
402 onde houve maior extensão visualizável do órgão e menor interferência da sobreposição da
404 mensurações em todos os EICs são ideais para a exclusão de enfermidades focais ou difusas do
405 fígado.
406
407 Conclusão
409 ultrassonográfico do fígado, VCC, VP e VB em bovinos das raças Nelore, Curraleiro Pé-duro
410 e Pantaneiro entre oito e doze meses de idade e peso corporal entre 112 e 175 kg. A
411 determinação destes parâmetros serve como base para o desenvolvimento de critérios
413
414 Abreviaturas
415 PCM: Peso corporal médio; EIC: Espaço intercostal; VCC: Veia cava caudal; VP: Veia porta;
416 VB: Vesícula biliar; DMD: Distância de margem dorsal; DMV: Distância de margem ventral;
417 EV: Extensão visualizável do fígado; LVC: Largura de Veia cava; PVC: Profundidade de
418 Veia cava; LVP: Largura de Veia porta; PVP: Profundidade de Veia porta; LVB: Largura de
420
421 Declarações
423 Este estudo foi submetido sob o número 008/17, avaliado e aprovado pela Comissão
424 de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob o número
425 008/17.
426
429
431 Todos os dados usados e/ou analisados durante o presente estudo estão contidos no manuscrito
433
436
437 Financiamento:
438 Este trabalho foi apoiado financeiramente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
440
442 VHL, NCB e PHJC planejaram, coordenaram e executaram o estudo e redigiram o manuscrito.
445
446 Agradecimentos:
448
449
450
451
452
453 REFERÊNCIAS
52
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55
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Research article
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reviews of published research provided they adhere to the appropriate reporting guidelines
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of selected published research will not be considered.
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paper rely should be available to readers. We encourage authors to ensure that their datasets are
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• present a title that includes, if appropriate, the study design
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Abstract
The Abstract should not exceed 350 words. Please minimize the use of abbreviations and do
not cite references in the abstract. The abstract must include the following separate sections:
• Background: the context and purpose of the study
57
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article can be found including, where applicable, hyperlinks to publicly archived datasets
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59
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References
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Biology Database. http://tumor.informatics.jax.org/mtbwi/index.do. Accessed 20 May 2013. If
an author or group of authors can clearly be associated with a web link, such as for weblogs,
then they should be included in the reference.
Example reference style:
Article within a journal
Smith JJ. The world of science. Am J Sci. 1999;36:234-5.
Article within a journal (no page numbers)
Rohrmann S, Overvad K, Bueno-de-Mesquita HB, Jakobsen MU, Egeberg R, Tjønneland A, et
al. Meat consumption and mortality - results from the European Prospective Investigation into
Cancer and Nutrition. BMC Medicine. 2013;11:63.
Article within a journal by DOI
Slifka MK, Whitton JL. Clinical implications of dysregulated cytokine production. Dig J Mol
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Article within a journal supplement
Frumin AM, Nussbaum J, Esposito M. Functional asplenia: demonstration of splenic activity
by bone marrow scan. Blood 1979;59 Suppl 1:26-32.
Book chapter, or an article within a book
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Supplementary material/private homepage
Doe J. Title of supplementary material. 2000. http://www.privatehomepage.com. Accessed 22
Feb 2000.
University site
61
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Preparing tables
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• Tables should be numbered and cited in the text in sequence using Arabic numerals (i.e.
Table 1, Table 2 etc.).
65
• Tables less than one A4 or Letter page in length can be placed in the appropriate location
within the manuscript.
• Tables larger than one A4 or Letter page in length can be placed at the end of the
document text file. Please cite and indicate where the table should appear at the relevant
location in the text file so that the table can be added in the correct place during
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• Larger datasets, or tables too wide for A4 or Letter landscape page can be uploaded as
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• Tabular data provided as additional files can be uploaded as an Excel spreadsheet (.xls
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• Table titles (max 15 words) should be included above the table, and legends (max 300
words) should be included underneath the table.
• Tables should not be embedded as figures or spreadsheet files, but should be formatted
using ‘Table object’ function in your word processing program.
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66