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Melanie Klein-1

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AMANDA LEITE DA SILVA R.

A:00229354
DANIELA CRISTINA DE OLIVEIRA SILVA R.A:00335880
FLAVIA DORIA SOLARINO R.A: 00345253
MATHEUS DOS SANTOS MENDES R.A: 00228627
RHENAN WALLACE DE OLIVEIRA R.A: 198230

CASO CLÍNICO DE MELANIE KLEIN

São Paulo – SP
Abril/2024
CASO CLÍNICO DE MELANIE KLEIN

Klein em 1929, já tinha desenvolvido a concepção do desenvolvimento


sexual da criança, mas na época, ela ainda não tinha todos os conceitos que
hoje se constituem na sua teoria — posição depressiva e posição paranoide —
ainda não haviam sido elaborados, assim como também não pôde utilizar o
conceito de pulsão de morte, que viria a desenvolver mais tarde.
Klein nos mostra que surge na primeira infância a ansiedade e que há
características das psicoses, que força o ego do bebê a desenvolver certos
mecanismos de defesas e é nesse período que estão os pontos de fixação de
distúrbios psicótico. Expressa a relação com os objetos desde o nascimento,
sendo que primeiro objeto é o seio da mãe, onde temos a relação de seio bom
e seio ruim. A cisão (mecanismo de defesa do ego contra a ansiedade) entre
eles é resultado de amor e ódio e que a relação com o primeiro objeto implica
na sua introjeção (também usada pelo ego como me defesa contra a
ansiedade) e projeção, que origina todos esses processos, participando da
construção do ego e superego, além do preparo para o aparecimento do
complexo de édipo (fase sexual).
O caso de ainda é repercute desde 1930. Dick diagnosticado como
psicótico do tipo esquizofrênico, depois de 15 anos para muitos especialistas é
visto como uma criança autista. Isso traz temas psicológicos complexos,
incluindo questões de identidade, realidade e percepção, que podem ser
relacionados às teorias de Melanie Klein sobre as relações objetais na
psicanálise infantil.
O caso Dick trata da importância dos mecanismos de defesa e
ansiedades arcaicos de natureza paranoide e esquizoide. A leitura oferece
insights interessantes sobre as camadas psicológicas presente no caso onde
enfrentam desafios que envolvem sua compreensão da realidade e de si
mesmos, refletindo possíveis conflitos internos e dinâmicas das relações
objetais.
O caso de Dick, onde já no começo temos o relato do problema da mãe
com a sua amamentação, como não obteve sucesso, foi necessário o serviço
de uma babá para mamadeiras e mesmo assim foi difícil fazê-lo aceitar, além
disso, ele teve problemas digestivos, rejeitava comidas sólidas e só gostava do
aspecto de mingau.
Há também a falta de afeto no âmbito familiar de Dick, onde o amor era
ausente, sem calor humano, não havia até sem afeição por parte da babá que
o amamentava, pelo fato de considerá-lo anormal desde o nascimento do
menino. Mas isso muda com a avó que resolveu hospedá-lo e com a nova
baba, encheram ele de afeição, relações afetivas com os pais, devido a isso
Dick começou a se desenvolver, aprendeu a andar, teve controle do esfíncter,
adaptou-se com sua realidade e aprendeu muitas palavras, enriquecendo sua
linguagem. Com a nova babá, em Londres, 27 de janeiro de 1929, foi levado
para o consultório de Klein, já com 4 anos, ele passou por acompanhamento
durante 2 anos.
Já dentro da sala, não foi esboçada nenhuma emoção como por
exemplo o medo ou timidez, mesmo se afastando de sua babá. Ao passar
pelas duas portas para o consultório apenas reparou no brinquedo “trem”.
Como Dick não mostra emoção, dentro da sala corria em qualquer direção,
ignorou Klein, ela não teve um norte para começar sua sessão, como a técnica
era de deixar o paciente brinca e interpretar aquilo que está sendo expressado
e representado por ele, ela precisou intervir e criar uma situação fantasiosa e
ao colocar 2 brinquedos em sua frente, ela os nomeia como “Trem-papai” e
“Trem-Dick” ao brincar pronuncia a palavra “Estação”, Klein questiona se é sua
mãe, Dick larga o trem e refugia-se no espaço entre as portas e pronuncia
“escuro”, mas na situação que ele se apavora ele pergunta pela babá, vemos
algo aqui ele demonstra que sentiu a falta, algo está sendo buscado.
Ainda em seu acompanhamento, Dick tinha um vocabulário restrito de
palavras, ele sabia a pronuncias certas, mas quando a mãe pedia para que ele
repetisse, ele se deturpava-as por completo, não parando de repetir até que o
ouvinte ficasse irritado. Com o passar das sessões Dick começa a demonstrar
outros sentimentos, como chorar. Ele não queria reviver o sentimento que teve
em uma sessão anterior onde não sabia usar a tesoura para cortar o carvão no
carrinho que pegou para brincar, Klein pegou a tesou e cortou para ele e logo
em seguida ele jogou o brinquedo longe, oque para ela o carinho também
significava a mãe de Dick, pouco a pouco ele começou a realizar novas
descobertas e emoções com as sessões, novos medos, novas brincadeiras,
estabeleceu relações afetivas com os pais, as coisas que falavam havia
sentido, ou seja, para um menino descrito como retraído, inatingível, a sua
evolução foi notória, vemos isso após Dick ser tratado por outro analista que o
achou inteligente , com uma memória extraordinária e um conhecimento
excepcional da música ao qual era apaixonado.
A falta de interesses de Dick, como comboios e brinquedos estranhos,
bem como suas ausências e fantasias foram analisadas por Melanie Klein
como testemunhos de um fantasma genital de um ego que foi desenvolvido
precocemente, levando a inibição do desenvolvimento do ego de Dick.
Suas fantasias e o processo de simbolização foram interrompidos,
levando o comprometimento do desenvolvimento de Dick, sendo assim esses
fantasmas e suas fantasias seriam vistas como um desejo que o menino sentia
contra o corpo da mãe. Pois Dick não fora alimentado e nem sentiu o calor e o
amor da mãe.
Os desejos de Dick foram rejeitados, produzindo uma ausência e
angústia de relações afetivas com as coisas, Melanie buscou a retomada do
processo de simbolização de Dick que foi bloqueado, pois o menino funcionava
a partir de equações simbólicas, isso limitava sua capacidade de lidar com
suas ansiedades e emoções de forma mais simbólica e elaborada, Dick não
teve a oportunidade de utilizar suas primeiras simbolizações por meio do pleno
uso de seus desejos de destruição, ele não foi amamentado e não teve trocas
afetivas com a mãe durante sua posição esquizoparanóide.
Nesse caso, quando o bebê não puder elaborar a posição
esquizoparanóide, a elaboração da posição depressiva ficará, por sua vez,
impedida. O paciente adulto com traços psicóticos ou esquizofrênicos vem de
uma posição esquizoparanóide mal elaborada na fase primária, não passando
pela cisão, pelo rompimento.

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