TCC Patrícia

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FACULDADE CATÓLICA NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

ANA PATRICIA CARNEIRO

A IMPORTÂNCIA DE INSERIR O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SANTANA DO ACARAÚ/CE

2017
ANA PATRICIA CARNEIRO

A IMPORTÂNCIA DE INSERIR O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto de pesquisa apresentado a Faculdade


Católica Nossa Senhora das Vitórias como
requisito para a elaboração de monografia de
conclusão do curso em licenciatura em pedagogia,
sob a orientação da professora: Ana Cristina
Gomes.

SANTANA DO ACARAÚ/CE

2017
ANA PATRÍCIA CARNEIRO

IMPORTÂNCIA DA MÚSICALIDADE PARA DISCIPLINAR ALUNOS NO ENSINO


INFANTIL

Monografia de conclusão de curso apresentada à Faculdade Nossa Senhora das


vitórias, como requisito parcial para obtenção do grau de licenciatura em pedagogia
Habilitação Magistério das Séries Iniciais.

Monografia aprovada em: ____ / ____ / 2017

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Avaliador: Profª . VYVIAN FORTE DA SILVA GOMES


FACULDADE CATOLICA NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

_____________________________________________________

Orientadora: Profª. ANA CRISTINA GOMES

FACULDADE CATÓLICA NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

_____________________________________________________

Coordenadora: Profª. DORIENE JERONIMO

FACULDADE CATÓLICA NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS


RESUMO

Este trabalho aborda a importância das atividades lúdicas na Educação Infantil e tem
por objetivo analisar os aspectos históricos que influenciaram a criança e a inserção
da ludicidade no ensino, de caráter bibliográfico mostra a importância do lúdico no
processo de socialização das crianças como também sua importância no processo
ensino e aprendizagem, através dos jogos, dos brinquedos, das brincadeiras.
Diversos autores defendem a utilização do lúdico em sala de aula como um
metodológico para o ensino, com um enfoque nas teorias de Piaget, Vygotsky e outros.
Percebe-se que o lúdico está presente na construção do processo de ensino e
aprendizagem na educação infantil, que é de suma importância, fazendo deste
assunto um fator primordial a ser trabalhado por todos os professores, comunidade,
escola e familiares que tenham a intenção de educar, sabendo que isto não se limita
a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas sim ajudar a criança a
tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Teve como objetivo
geral analisar e refletir sobre a importância da brincadeira para o desenvolvimento
da criança, e destacar como também é importante instrumento para a construção do
conhecimento e está vinculado a uma linguagem natural, que proporciona acesso a
cultura e a troca de conhecimentos num processo de amadurecimento. Discutimos,
ainda, sobre possíveis propostas de atividades lúdicas no espaço da instituição
abordando a faixa etária de 0 a 5 anos. O brincar na Educação Infantil, tem sido
objeto de estudo, sendo sempre levando em conta a grande importância que há em
momentos em que as crianças brincam e assim tem o seu desenvolvimento
cognitivo cada vez mais ampliado. A atividade em que a brincadeira está presente
torna o ambiente da aprendizagem bem mais enriquecedor, pois, o ato de educar
não deve ser restrito à um método de ensino automático e engessado, vai muito
além da transmissão de conhecimento.

Palavras-Chave: Lúdico. Brincar. Educação Infantil.


ABSTRACT

This paper discusses the importance of play activities in Early Childhood Education
and aims to analyze the historical aspects that influenced the child and the insertion
of playfulness in teaching, bibliographical character shows the importance of
playfulness in the process of socialization of children as well as your importance in
the teaching and learning process, through games, toys, play. Several authors
advocate the use of playful in the classroom as a methodology for teaching, with a
focus on the theories of Piaget, Vygotsky and others. It is noticed that the playful is
present in the construction of the teaching and learning process in early childhood
education, which is of paramount importance, making this a primary factor to be
worked by all teachers, community, school and family who have the intention of
educating, knowing that this is not limited to passing on information or show only a
path, but rather help the child to become aware of itself, of others and of society.
Aimed to General review and reflect on the importance of the game for the child's
development, and highlight how important instrument for knowledge construction is
and is bound to a natural language, that provides access to culture and the exchange
of knowledge in the process of maturing. We discussed, yet, on possible proposals
for activities within the institution addressing the age group of 0 to 5 years. The play
in early childhood education has been a subject of study, always taking into account
the great importance in times when children play and so has your cognitive
development increasingly expanded. The activity in which the joke is present makes
much more enriching learning environment, because the Act of educating should not
be restricted to an automatic teaching method and put in a cast, goes far beyond the
transmission of knowledge.

Keywords: Playful. Play. Early Childhood Education.


Dedico aos meus pais, Maria do Carmo
e Batista, que me apoiam e incentivam
em busca do meu melhor.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, por ter me dado saúde e força pra superar tudo, a ele
toda honra e glória.

Aos meus pais, Maria do Carmo e Batista, que sempre fizeram de tudo para me
proporcionar o melhor nos meus estudos e na vida.

Ao meu marido, Danicler, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

A minha orientadora Cristina Gomes, pelo suporte, atenção e incentivos.

Aos professores e colegas do curso de graduação em Pedagogia.

Enfim, a todos que direta ou indiretamente colaboraram com o desenvolvimento


deste trabalho e também com a nossa formação.
” O professor não ensina, mas arranja
modos de a própria criança descobrir.”
(Jean Piaget.)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 09

1 CONCEITUANDO O LÚDICO...................................................................... 11
1.1 O Lúdico no Contexto Histórico ............................................................ 14
1.2 As Atividades Lúdicas .................................................................................. 17
1.3 Ludicidade de Acordo Com os Estágios da Criança............................19

2 LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA..............23


2.1 O Lúdico na Escola..................................................................................25
2.2 Atividades Lúdicas no Desenvolvimento Infantil..................................29
2.3 Propostas Lúdicas para o Desenvolvimento Infantil...........................32

3 TÉCNICAS LÚDICAS UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.............35


3.1 Importância dos Jogos Lúdicos no Desenvolvimento Cognitivo
das Crianças....................................................................................................37
3.2 Influência dos Brinquedos no Cotidiano das Crianças…………….......40
3.3 Caracterização dos Estágios do Desenvolvimento Cognitivo…..…....43

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................47

REFERÊNCIAS.................................................................................................49
9

INTRODUÇÃO

A palavra lúdica vem do latim “ludus”, indica algo que possua a natureza do
brincar. O brincar faz parte do conjunto de ações lúdicas que podem ser
manifestada por meio do jogo ou da brincadeira, com o uso ou não do brinquedo. O
lúdico é a categoria geral na qual os outros conceitos trabalham. A ludicidade faz
parte da vida do homem, ele está sempre descobrindo e aprendendo coisas no meio
em que vive, isso pode ser observado em diversas culturas na história da
humanidade, desde os tempos primitivos, nas pinturas rupestres, nas danças e em
outras manifestações, até os dias atuais. Na atual civilização, a presença da
brincadeira é mais evidente ainda, seja nos esportes, nos jogos, nas danças, no
computador e etc. As várias modalidades lúdicas permaneceram na vida do homem
sendo alteradas ou não e hoje são consideradas de grande importância para o
processo de formação da criança.
Nas escolas o lúdico ainda não tem seu devido investimento. Falta uma
proposta pedagógica que incorpore essa atividade, muitos professores
desconhecem informações a respeito do brincar e do seu papel no desenvolvimento
social, cultural, motor e criativo da criança. Mas não pode-se atribuir a culpa de tal
fato exclusivamente aos professores, a realidade das escolas muitas vezes não
colabora para o desenvolvimento dessas atividades. Muitos destas instituições
simplesmente desconhecem o papel didático ou consideram as brincadeiras uma
perda de tempo.
A brincadeira é muito importante dentro da educação infantil, a criança
aprende melhor quando o professor faz jogos e brincadeiras lúdicas, pois elas
precisam do concreto e o abstrato na sua aprendizagem ou conhecimento. A
educação infantil engloba crianças de 0 e 5 anos, mas geralmente as crianças são
inseridas na pré-escola a partir dos 3 anos e nessa idade a criança começa a
socializar e a ter noção de quem ela é. Por isso durante as brincadeiras lúdicas elas
desenvolvem várias aptidões entre elas estão as linguagens oral e escrita, pois a
criança se relaciona com outras aonde vão aprendendo entre elas. As brincadeiras
dentro da educação infantil é um momento privilegiado de interação entre as
crianças, pois elas socializam-se em grupo.
As brincadeiras têm na proposta pedagógica, o objetivo de permitir a vivencia
no concreto do conteúdo que está sendo trabalhado ou será trabalhado no abstrato,
10

para que eles assimilem o que terão que fazer nas atividades, depois do concreto
poderem realizar a atividade, pois assim o aprendizado da criança será mais
significativo.
Este trabalho tem por objetivo conceituar e demonstrar a importância do
lúdico na educação infantil, sendo elementos facilitadores na aprendizagem da
criança desenvolvendo suas habilidades de forma prazerosa por meio de jogos e
brincadeiras, pois através do lúdico a criança revela o seu verdadeiro sentimento e
desenvolve seus esquemas corporais, mostrando também sua importância
metodológica para o educador. Visa analisar por meio de referenciais teóricos como
se dá a importância de inserir o lúdico no desenvolvimento e aprendizagem na
Educação Infantil, pois é um processo de mediação entre a criança e a realidade.
Focamos as análises nos conceitos de alguns autores como Piaget (1975) e Lev
Vygotsky (1998), visando as principais contribuições Paulo Nunes Almeida (2000)
sobre o tema.
O tema “A Importância de Inserir o Lúdico na Educação Infantil” surgiu devido
ao valor do lúdico nas escolas de Educação Infantil e embora seja um tema bastante
discutido, ele ainda é subestimado por alguns profissionais que não conhecem à
fundo a importância da ludicidade no processo de formação das crianças. É preciso
inserir no corpo docente os conceitos já discutidos por muitos estudiosos e permitir
que os alunos possam aprender interagindo com as demais crianças, usando a
imaginação e a criatividade.
A justificativa para desenvolver este projeto é que o mesmo vem esclarecer
que o brincar faz parte do desenvolvimento da criança durante a infância,
estimulando a escola a resgatar brincadeiras que possam desenvolver a
aprendizagem de forma atrativa, instigando a coordenação motora, o raciocínio, a
criatividade e a imaginação dos alunos. Propor um espaço para brincar e conviver
com os outros, que envolvam ações estruturantes para o bem estar das crianças.
11

1 CONCEITUANDO O LÚDICO.

A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,


principalmente na Educação Infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e
seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do
conhecimento. A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar.
Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é
relativa também a conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. Por sua
vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, sem saber,
seu conhecimento e sua compreensão do mundo.
Independente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem
parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento,
de alegria, de sonhos, onde a realidade e faz-de-conta se confundem.
O lúdico tem a principal e global finalidade de favorecer o desenvolvimento da
pessoa humana numa dinâmica de inter–atuação lúdica. Especialmente,
estimulando o processo de estruturação afetivo–cognitivo da criança, socializam
criativamente o jovem e mantêm o espírito de realização no adulto.
Geralmente as atividades lúdicas oferecem como objetivo, oportunizar uma
maneira diferente para a criança brincar, ao mesmo tempo, que ela brinca ela se
desenvolve, interage com outras crianças e adultos e tem acesso a brinquedos
diversificados.
O mundo lúdico ao mesmo tempo que devolve às crianças um estímulo para
brincar, resgata a alegria de poder experimentar, descobrir e criar. Proporciona aos
alunos um ambiente lúdico, facilitando a integração entre eles, descobrindo outras
formas de expressar-se, o aluno vai se sentindo mais feliz e percebendo os outros
como companheiro para brincadeiras em grupo.
O que importa é que seu corpo e sua mente estão em movimento,
impulsionados pelo prazer da ação que realiza e numa constante situação de
diálogo e comunicação.
Na sociedade primitiva, até o século VI, as crianças aprendiam por meio de
imitação das atividades cotidianas praticadas pelos adultos. A educação das
crianças buscava transmitir a experiência adquirida por gerações passadas, sendo
que a aprendizagem acontecia a partir do contato com a prática. Por exemplo: para
aprender a nadar a criança nadava e para utilizar o arco, caçava.
12

Segundo as teorias de Vygotsky o ser humano se desenvolve a partir do


aprendizado, com a interferência direta ou indireta de outros seres humanos, sendo
que a mediação faz a diferença, interferindo na relação de aprendizagem da criança
e fazendo com que as funções psicológicas superiores se desenvolvam no ser
humano.
Sobre a diferença entre trabalho e atividade lúdica Vygotsky (2003, p. 20)
escreveu: “O nativo não compreendia a diferença psicológica entre o jogo e o
trabalho, que consiste no efeito subjetivo do jogo, e se deixou enganar pela total
semelhança externa entre a atividade lúdica e a do trabalho”.
Com relação ao desenvolvimento infantil, brincar oferece contribuição em
vários aspectos e a falta desta atividade pode ocasionar graves consequências para
o futuro da criança em desenvolvimento. É necessário que se promovam condições
para que o brincar aconteça na vida da criança, sem que esta atividade seja tomada
como algo “não-produtivo” perante a sociedade.
O desenvolvimento intelectual das crianças acontece de espontaneamente,
de acordo com cada estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. Para
Piaget, a criança passa por quatro estágios de desenvolvimentos, sendo eles: o
primeiro período compreendido pelo estágio sensório-motor (0 a 2 anos); segundo
período, correspondido pelo pré-operatório ( 2 a 7 anos); terceiro período, operações
concretas (7 a 12 anos); e por último o quarto período que são as operações formais
(12 anos em diante).
Atualmente, o caráter lúdico da educação infantil se constitui através de
práticas que são essenciais para o desenvolvimento da criança. O lúdico é
representado pelas vertentes do jogo, brincadeira, representação e brinquedo,
sendo estes componentes da atividade lúdica, como peças de um quebra-cabeça
que configuram a ludicidade na educação.
Adquirimos desde criança as mais diferentes formas de conhecimento: seja
popular, cientifico, cultural, religioso, e aprendemos de maneiras e objetivos
diferentes, mas com algo comum para todos os seres: o mundo da criança,
independentemente de suas origens, é lúdico e ilusório.
Para a criança, o brincar é sinônimo de vida ativa, sendo assim é possível
considerar esta atividade como meio da criança dominar conflitos e experiências
cotidianas. Compreender a importância do brincar envolve o entendimento sobre o
13

porquê a criança brinca e quais as necessidades e aspectos que envolvem essa


atividade lúdica.
O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança, que merece
atenção por parte de todos os educadores. Por meio do lúdico, a criança canaliza
suas energias, vence suas dificuldades, modifica sua realidade, propicia condições
de liberação da fantasia e a transforma em uma grande fonte de prazer. E isso não
está apenas no ato de brincar, está no ato de ler, no apropriar-se da literatura como
forma natural de descobrimento e compreensão do mundo, proporciona o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
O lúdico é uma necessidade humana que proporciona a interação da criança
com o ambiente em que vive, sendo considerado como meio de expressão e
aprendizado. As atividades lúdicas possibilitam a incorporação de valores, o
desenvolvimento cultural, assimilação de novos conhecimentos, o desenvolvimento
da sociabilidade e da criatividade. Assim, a criança encontra o equilíbrio entre o real
e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de maneira prazerosa.
Através do lúdico o sujeito busca conhecimento do próprio corpo, resgata
experiências pessoais, valores, conceito busca soluções diante dos problemas e tem
a percepção de si mesmo como parte integrante no processo de construção de sua
aprendizagem, que resulta numa nova dinâmica de ação, possibilitando uma
construção significativa.
Atividades lúdicas garantem uma aprendizagem significativa para a criança
com dificuldades de aprendizagem, bem como o prazer, a socialização, o respeito, a
individualidade. Pois, a criança estará aprendendo no seu ritmo, criando hipótese,
chegando à conclusão e elaborando suas regras. Acertando e errando com seus
próprios erros e retomando para acertar novamente. Assim, sua aprendizagem será
significativa e levará consigo um aprendizado que nunca se esquecerá.

1.1 O Lúdico no Contexto Histórico

Cada época e sociedade teve um entendimento diferenciado sobre a


educação, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção. Na antiguidade há relatos de
que o ato de brincar sempre esteve presente e era desenvolvido por toda a família,
sendo visto apenas como uma atividade recreativa. Segundo Ariés (1981), nesse
período apenas os homens tinham o privilégio de participar dos jogos, as mulheres
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e as crianças não eram considerados cidadãos. Na Idade Média a criança era


considerada um adulto em miniatura formado para o trabalho e seu processo de
formação não era respeitado. Ariés disse que:
Na Idade Média, os jogos eram basicamente destinados aos homens, visto
que as mulheres e as crianças não eram consideradas cidadãos e, por
conseguinte, estando sempre à margem, não participavam de todas as
atividades organizadas pela sociedade. Porém, em algumas ocasiões nas
quais eram realizadas as festas da comunidade, o jogo funcionava como
um grande elemento de união entre as pessoas. (ARIÈS, 1981, p. 69).

Portanto, nessa época as atividades lúdicas que as crianças participavam


eram os rituais e momentos festivos que eram considerados um instrumento de
união e integração entre a comunidade.
No Renascimento, uma nova concepção de infância começa a surgir e o
brincar passa a ser considerada uma ferramenta de ajuda no desenvolvimento da
criança, deixando a ideia de que os jogos eram somente uma distração. Segundo
Kishimoto (2002), o Renascimento vê a brincadeira como uma ação livre que
favorece o desenvolvimento intelectual e facilita o estudo. A autora diz ainda que
durante o Renascimento o jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e
conteúdo de áreas como história e geografia, com base de que o lúdico era uma
conduta livre que favorecia o desenvolvimento da inteligência, facilitando o estudo.
Iniciando um processo de entendimento por parte das sociedades, com relação a
algumas especificidades infantis, mudando a concepção de que as crianças eram
adultas em miniatura.
No Romantismo o lúdico aparece como conduta inerente e espontânea da
criança, que com sua própria consciência de mundo, conhece tudo que está ao seu
redor, sendo inserida no ambiente natural dotada de espontaneidade e liberdade.
Na idade moderna a ideia de infância foi difundida com a ajuda de movimentos
como o Iluminismo, Revolução Industrial, nesse período o lúdico finalmente passa
ser considerado como uma ferramenta fundamental na prática pedagógica, em que
o professor deverá usá-lo para a aprendizagem dos conteúdos escolares.
No contexto histórico do Brasil os índios, os portugueses e os negros foram
os precursores dos atuais modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico que
mantemos até hoje. O lúdico surgiu por meio de raízes folclóricas nos quais são
provenientes da mistura dessas três raças durante o processo de sua colonização.
Os jogos e brincadeiras tradicionais infantis que temos hoje são originários dessa
miscigenação que ocorreu nesse período, mas é incerto afirmar de qual povo
15

exatamente seriam suas origens. Toda essa herança cultural e educacional deve ser
utilizada para o aprendizado universal de nossos alunos.
Os índios sempre ensinam seus filhos a caçar, pescar, brincar e dançar
fazendo valer seus costumes. Essa é uma maneira lúdica de aprendizado e que
representa a cultura, a educação e a tradição de seus povos. As crianças das
aldeias constroem seus próprios brinquedos com materiais extraídos da natureza;
caçam e pescam com o olhar diferente dos adultos e seus objetivos são sempre o
de brincar e se divertir sem que de fato o façam para sua real necessidade de
sobrevivência.
Os costumes trazidos pelos negros são semelhante aos dos índios, desde
criança é necessário saber pescar, nadar, caçar e construir seus próprios
brinquedos. Cultura, educação e tradição desenvolvidas de forma criativa, lúdica, e
que ao mesmo tempo satisfazia suas reais necessidades de sobrevivência.
As crianças portuguesas quando vieram para o Brasil tinham seus contatos
com a ludicidade como ato de lazer e como forma de enriquecimento intelectual e
não atos para a sobrevivência. Seus costumes, trazidos de Portugal, eram
totalmente diferentes dos existentes no Brasil dos índios e dos trazidos pelos
negros, em suas bagagens, nos navios negreiros da África até aqui.
O uso de jogos para o ensino teve início com os jesuítas no século XIV, mas
não se perpetuou, pois em meados de 1758 os jesuítas foram expulsos e o Brasil
ficou sem nenhum sistema organizado de ensino. No século XX, tivemos algumas
propostas pedagógicas novas, ajudando a estruturar um novo olhar para o ensino,
além do Positivismo e o Tecnicismo do Ensino de Ciências. Nas primeiras décadas
do século XX, o aprender fazendo pesquisa investigatória, o método da
redescoberta, os métodos de solução de problemas como também as feiras e clubes
de ciências foram as grandes mudanças ocorridas para um ensino que até então
não tinha essa preocupação.
O fim da Primeira Republica na década de 30, se tornou um dos movimentos
mais importantes para a educação brasileira. O papel da educação foi valorizado por
todos. Foi então criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, tendo Francisco
Campos, o primeiro Ministro da Educação. Passaram a discutir várias metodologias
de ensino e a estudar a psicologia de desenvolvimento do conhecimento da criança,
além de como fazer para avaliá-las de maneira diferente da até então aplicada pelos
16

professores, levando em considerando o ensino da matemática, buscaram sair do


ensino mecanizado e trazer a experiência vivida pelo aluno.
Muitos pesquisadores consideram o século XXI como o século da
ludicidade. Período que a diversão, lazer e entretenimento apresentam-se como
condições muito pesquisadas pela sociedade. E por tornar-se a dimensão lúdica
alvo de tantas atenções e desejos, faz-se necessário e fundamental resgatar sua
essência, dedicando estudos e pesquisas no sentido de evocar seu real
significado.
A proposta de incluir as atividades lúdicas na educação infantil vem sendo
discutida por muitos pensadores e educadores, bem como os métodos de
formação do educador sendo de total responsabilidade pela permanência do aluno
na escola, para adquirir valores, melhorar os relacionamentos entre os colegas na
sociedade, que é um direito de todos. A educação lúdica, que sempre esteve
presente em todas as épocas, ainda não tem sua valorização completa, encontra-
se nos dias de hoje, instituições que ainda não colocaram atividades lúdicas em
seu cotidiano para enriquecer as ferramentas do processo de ensino e
aprendizagem.
Almeida (2000, p .21) diz que, o sentido real, verdadeiro, funcional, da
educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo.
Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos
essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o
conhecimento e predisposição para levar isso adiante.

1.2 As Atividades Lúdicas.

A ludicidade tem sido foco de pesquisas e estudos ao longo dos anos e


atualmente vivendo em uma sociedade altamente tecnológica a ideia que existia de
ludicidade vem sendo alterada. Lúdico é uma forma de distração, de desenvolver a
criatividade e os conhecimentos. No lúdico estão inclusos elementos tais como os
jogos, os brinquedos, os desenhos e todas as brincadeiras, como também as
atividades de inventar a narrar, ouvir e ler histórias desenvolvidas de acordo com a
faixa etária e nível que cada indivíduo possui. As atividades lúdicas possuem o
intuito de educar e ensinar a criança permitindo que ela se divirta e interaja com os
17

outros.
O jogo simbólico ou de faz-de-conta, particularmente, é ferramenta para
criação da fantasia, necessária a leituras não convencionais do mundo. Abre
caminho para autonomia, a criatividade, a exploração de significados e sentidos.
Atua também sobra a capacidade da criança de imaginar e representar outras
formas de expressão.
Há uma simbologia presente nas atividades lúdicas realizadas pelas
crianças, mas que lhes trazem alguns significados, e que muitas vezes
representam situações do seu cotidiano. Podemos observar nas brincadeiras de
faz-de-conta, as crianças desempenhando papéis sociais da vida cotidiana dela.
Por exemplo, se tornam mães, médicos ou professoras e notamos que elas
reproduzem o comportamento apresentado pelos papéis que desempenham nas
brincadeiras. Nestas brincadeiras as crianças elaboram conflitos que têm com os
adultos que se relacionam com ela. Percebe-se que as crianças desempenham
seus papéis nas brincadeiras conforme ocorre em situações de sua vida real,
porém, muitas vezes recreando os desfechos das histórias de formas diferentes.
Kishimoto (2002, p.29) deu as seguintes definições: “o brinquedo como um
objeto suporte da brincadeira; brincadeira como a descrição de uma conduta
estruturada com regras, e jogo para designar tanto o objeto como as regras do jogo
da criança.” A partir disso, deve-se levar em consideração o fato de que a criança
pode e deve brincar sem a presença de um brinquedo, podendo simular ambientes,
condições, situações diferentes.
Através de atividades lúdicas e exploratórias, a criança toma conhecimento
do mundo a sua volta, onde tudo tem seu valor, sejam as atividades linguísticas
primárias: ouvir e falar, sejam as atividades linguísticas fundamentais: jogos verbais
e leituras nos textos, nas histórias ou na poesia, como também dramatizações, coro
falado e leituras teatralizadas. É brincando que a criança executa suas novas
descobertas e pratica sua imaginação, ao mesmo tempo em que exercita seus
músculos, descobre e constrói os mecanismos lógicos.
Vygotsky foi um dos pensadores que desenvolveu uma teoria sobre o
tema, ele buscou compreender a origem e o desenvolvimento dos processos
psicológicos ao longo da história da humanidade de acordo com a individualidade
de cada sujeito, levando sempre em conta o meio cultural no qual está imerso. Ele
18

desenvolveu, também, estudos importantes sobre um domínio da atividade infantil


que tem claras relações com o desenvolvimento do lúdico no processo de ensino
aprendizagem. Segundo Vygotsky (1998, p.31), para entendermos o
desenvolvimento da criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e
os incentivos que são eficazes para colocá-las em ação.
Alguns exemplos de atividades lúdicas são os jogos motores: Corridas e
saltos, tipo de jogos que exigem movimentos variados por parte dos participantes;
brinquedos individuais: Patins, carrinho de empurrar e puxar, bonecos; brinquedos
coletivos: Bola, corda, brincadeiras de roda, dama; atividades em aparelhos
recreativos: Balanços, gangorras, escorrega, rodinha, carrossel; brincadeiras de
roda: Ciranda, cirandinha (Nesta brincadeira as crianças ficam em roda, elas giram
e obedecem os comandos da música. No final da música, uma criança por vez é
chamada para o centro da roda e deve dizer um verso), A canoa virou (Com as
crianças de mãos dadas, intercale uma virada para fora e outra para dentro da
roda. No comando da música, uma a uma das crianças são chamadas a se virar. A
brincadeira termina quando todos estiverem novamente de frente para o centro da
roda); brincadeiras de classe: Trava-línguas, parlendas, mímica, dança das
cadeiras; brincadeiras de salão: Cabra-cega, cabo-de-guerra, passa-anel,
amarelinha, estátua, elástico; brincadeiras ao ar livre: Esconde-esconde, queimada,
pula-corda, garrafão, pique-bandeira, morto vivo e batatinha frita.
Existem ainda brincadeiras que desenvolvem a motricidade e a coordenação
viso-motora da criança: desenhos, recortes, colagens, montagens de varal, mural e
painel, modelagem com argila, com massinha, com sabão, está frio ou quente,
quatro contos e dobraduras.
O brinquedo constitui uma proposta educacional dirigida para a formação de
um ser ativo e autônomo, sendo disponibilizado para ela o brinquedo que melhor
atende as suas características, suas necessidades e idades. Nas atividades lúdicas
verbais desempenham um papel interessante no estímulo à expressão verbal, são
brincadeiras espontâneas, seja nas brincadeiras juntando os fonemas ou nos jogos
mais organizados de formação de palavras. Em atividades em grupo se trabalha a
socialização e união, ensinando a criança a respeitar o espaço do outro. Por
diversos outros fatores o lúdico é uma técnica que auxilia a criança no processo de
aprendizagem, por enriquecer o desenvolvimento motor, intelectual e criativo da
19

criança.
A brincadeira é uma linguagem natural das crianças, além de estimulá-las e
incentivá-las ao aprendizado. A brincadeira pode ser tanto coletiva quanto
individual. Nas brincadeiras com a existência regras, mantém-se seu caráter lúdico,
pois a criança pode mudar algumas coisas, pode acrescentar regras ou modificá-
las, então as regras são extremamente importantes.
Os jogos servem para as crianças se apropriarem de conhecimentos
importantes, além de auxiliar na autonomia, na socialização e na interação entre
elas.

1.3 A Ludicidade de Acordo Com os Estágios da Criança

Desde seu nascimento o bebê já começa a explorar os objetos e o mundo


ao redor dele. Até o aparecimento da linguagem a criança pratica os jogos
funcionais, que são descobertas do bebê quanto ao seu corpo, são mais comuns
até dois anos de idade, porém reaparecem durante toda a infância. Quando a
criança começa a falar, os jogos funcionais vão diminuindo. Os jogos funcionais,
de acordo com Piaget, diferenciam-se em duas categorias; jogo de exercício
sensório-motor e jogos de exercício do pensamento.
Com o aparecimento da linguagem, surgem os jogos simbólicos, estes
surgem normalmente durante o segundo ano de vida e estão presentes até
aproximadamente os 6 anos de idade. Os jogos simbólicos são caracterizados
pela invenção de uma situação ou de um objeto que não está presente. Surgem da
imaginação das próprias crianças, que podem fazer um mesmo objeto representar
várias coisas, ou seja, ele pode simbolizar o que a criança quiser.
Piaget (1975, p.60) fala que é na idade de 3 a 4 anos que as crianças
manifestam características dos jogos simbólicos em suas brincadeiras. A partir
desta idade os jogos se tornam combinações simbólicas. Os jogos simbólicos
encontram-se entre a simples transposição do que é real, ou seja, ações menos
elaboradas, para um plano abstrato, mais subjetivo. Como por exemplo: vestir uma
boneca, dar-lhe comida e de modo geral, cuidar de uma boneca.
Considerando a prática lúdica para no desenvolvimento infantil, Piaget (1975,
p.65 ) atribui ao jogo um papel essencial para o desenvolvimento infantil, ele acredita
20

que ao jogar as crianças assimilam e transformam a realidade. Piaget propôs uma


subdivisão em três faixas etárias, para a evolução do jogo na criança:
• Crianças de zero a dois anos - ele chama de período sensório-motor, as crianças
repetem situações simplesmente por prazer é o estágio dos jogos de exercício;
• Crianças de dois a seis anos – é o período dos jogos simbólicos, em que as
crianças não fazem o exercício mental, mas sim a representação do ocorrido;
• Crianças acima do setes anos - estágio em que os jogos são de regras. É a união
dos outros dois jogos, explorando, neste caso, a coletividade para o ato de jogar,
sendo importante a cooperação entre as crianças.
O período dos jogos de exercícios, os também chamados jogos funcionais,
engloba movimentos simples, como estender e recolher braços e pernas, tocar
objetos, produzir sons. O prazer é que traz significado para as suas ações.
O terceiro período, proporciona um equilíbrio entre a subjetividade da
criança, inicio de todo jogo e da vida social. Nesse estágio é solicitado, um certo
nível de socialização da criança. A partir desse período, os jogos de regras
estendem-se por todas as fases da vida passando por momentos em que, como
modalidades esportivas, ocuparão maior destaque.
A Educação Infantil engloba as crianças do segundo estágio, de 3 a 5 anos.
Após o término da primeira infância, os jogos simbólicos predominam sobre os
jogos de exercício.
Os jogos simbólicos têm características que lhes são próprias: liberdade de
regras, desenvolvimento da imaginação e fantasia, ausência de objetivos, ausência
de uma lógica da realidade, adaptação da realidade aos seus desejos. É a fase do
faz-de-conta, da representação, do teatro, onde uma coisa simboliza outra, como
por exemplo: uma vassoura pode virar um cavalo, uma espiga pode representar
uma boneca.
Podemos ainda traçar o perfil do desenvolvimento infantil pela faixa etária de
3 a 5 anos de acordo com cada ano de idade. O desenvolvimento motor pode ser
visto pelo desenvolvimento progressivo das habilidades de movimento, ou seja, a
abertura para o desenvolvimento motor é dada através do comportamento de
movimento observável do sujeito (GALLAHUE & OZMUN; 2001). Segundo os
autores Fonseca (1989); Gallahue & Ozmun (2001) as aquisições motoras dessa
faixa etária podem ser descritas da seguinte forma:
21

Aos 03 anos: Aprende a vestir-se e despir-se sozinho; anda sobre a ponta dos pés;
realiza tarefas simples; anda de bicicleta com três rodas; é capaz de comer sozinha
com uma colher ou um garfo; copia figuras geométricas simples; anda para trás
puxando um carrinho; agarra uma bola jogada a 1 metro; constrói uma torre com
nove cubos ou mais; sobe e desce escada alternando os pés; lava e seca as mãos
por conta própria; desabotoa botões.
Aos 04 anos: Salta, balança-se, desce sem apoio alternando os pés; atividade
motora com maior controle dos movimentos; consegue escovar os dentes, pentear-
se e vestir-se com pouca ajuda; usa uma tesour; rápido desenvolvimento muscular;
faz bolinha de papel com a mão dominante.
Aos 05 anos: Sobe em árvores; agarra uma bola jogada a 2 metros; a preferência
manual está estabelecida; é capaz de se vestir e despir sozinha; copia círculo e um
quadrado.
Já as aquisições cognitivas dessa faixa etária segundo os autores Piaget
(1975); Vigotsky (1998); Batllori (2003), podem ser descritas da seguinte forma:
Aos 03 anos: Desenha uma pessoa com cabeça, tronco e, às vezes, com outras
partes do corpo; reconhece três cores; utiliza bastante à imaginação; início dos jogos
de faz-de-conta e dos jogos de papéis; é bastante curiosa e investigadora.
Aos 04 anos: Desenha um homem com os principais membros; copia um quadrado
ou triângulo; sabe contar nos dedos; pode reconhecer quatro cores; pode apreciar o
tamanho e a forma, distinguir o grosso e o fino, sabe dizer sua idade; manifesta um
grande interesse pela linguagem, falando incessantemente; compreende as
diferenças entre a fantasia e a realidade; começa a compreender que os desenhos e
símbolos podem representar objetos reais; começa a reconhecer padrões entre os
objetos: objetos redondos, objetos macios, animais.
Aos 05 anos: Desenha um homem com cabeça, tronco, membros e mãos, começa
a lateralização; inventa brincadeiras e muda as regras durante a realização; segue
instruções e aceita supervisão; conhece as cores, os números, etc; capacidade para
memorizar histórias e repeti-las; é capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em
conta o tamanho (do menor ao maior).
A criança possui suas potencialidades e também necessidades e com as
qualificações profissionais, os educadores poderão aliar o brincar a uma proposta
educativa, estabelecer relações de afeto e atenção que irão transformar a prática
22

pedagógica em situações de aprendizagem significativa e prazerosa, contribuindo


assim para a formação integral da criança, inserindo-a no seu meio social de forma
lúdica e significativa tendo em vista o bem-estar da criança.
23

2 O LÚDICO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA.

O lúdico permite que as crianças adquiram conhecimento de forma


interessante e prazerosa, garantindo nelas a motivação necessária para uma boa
aprendizagem, com grande imaginação e autoconfiança, ajudando aqueles que
apresentam alguma dificuldade na sua aprendizagem ou na aquisição do
conhecimento.
Segundo Kramer (1998, p.25), a educação infantil no contexto brasileiro
começou a ser tratada como dever do estado e direito de todos cidadãos em
meados dos anos 60 e o atendimento voltado à faixa etária de 0 a 6 anos só a partir
da década de 70. Porém esse direito só passou a ser assegurado na legislação com
a chegada da nova carta constitucional reconhecendo o dever do Estado de oferecer
creches e pré-escolas para todas as crianças de 0 a 6 anos.
A nova Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) no. 9.394/96
reconhece a Educação Infantil como parte integrante da educação básica que
também é composta pelo ensino fundamental e médio. Possui como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físicos, psicológico, intelectual e social complementando a ação da família e da
comunidade.
Os jogos e as brincadeiras estão presentes em todas as fazes da vida dos
seres humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz
presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as
pessoas, possibilitando que a criatividade aflore. A Criança é ligada ao jogo e
brincadeira, no entanto, o nosso sistema escolar não percebe essa interligação e
limita a criança de suas necessidades de movimento, expressão e de construção de
seu conhecimento a partir do seu próprio corpo. Apesar de estar inserida neste
meio, a escola precisa perceber a criança como um ser em constante
desenvolvimento.
O primeiro brinquedo que a criança pequena utilizará será seu próprio corpo,
descobrirá movimentos, toques e sensações. Posteriormente, ela explorará
pequenos objetos que estão ao seu redor; e a partir daí, os brinquedos estarão
sempre presentes na vida da criança. Na Educação Infantil, percebe-se que o lúdico
está muito mais presente e atua diretamente no desenvolvimento dos bebês.
24

O brincar atua de forma significativa no desenvolvimento da criança e é um


processo que não pode dissociar-se da escola, principalmente dos centros de
educação infantil, do contrário estaríamos negando a criança o seu direito de ser
quem é, um indivíduo em desenvolvimento pleno que se constrói em meio a
ludicidade.
A formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como pessoa, saber de
suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a
importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto.
A aprendizagem através do lúdico deve ser considerada do ponto de vista das
crianças, propondo a compreensão dos conteúdos a partir da reconstrução que ela
realiza. A aprendizagem é assegurada através da estruturação cognitiva dos
conhecimentos prévios que as crianças constroem quando elaboram seus novos
conhecimentos.
Durante o período da Educação Infantil é que a criança começa a realizar
atividades que envolvam a brincadeira, os jogos e a música. Tudo o que a criança
precisa realmente saber, ela aprende na infância.
O brincar possui um papel no decorrer das fases de crescimento das
crianças. Segundo Almeida (1992, p.31), existem quatro fases que compõem o
desenvolvimento humano, são elas: a fase sensório-motora (1 a 2 anos
aproximadamente) nessa fase ocorre o desenvolvimento dos sentidos, dos
movimentos, músculos, da percepção e do cérebro. Nessa fase o jogo é pura
assimilação do real, porque ao olhar, pegar, ouvir, apalpar, mexer em tudo o que
encontra ao seu redor, a criança se diverte e conquista novas realidades.
Na fase simbólica (2ª 4 anos aproximadamente) está a fase dos movimentos
básicos, a criança passa a exercitar intencionalmente movimentos motores mais
específicos, utilizando-se para isso das mãos. Adora rasgar, pegar no lápis, mexer
com as coisas, encaixar objetos nos lugares, montar e desmontar coisas. Durante
suas brincadeiras usa muito o simbolismo, representado na mente, brinca de
casinha, motorista, cavalo-de-pau, como forma de expressar o mundo que viu e
interiorizou.
A fase intuitiva (4 a 6/7 anos aproximadamente) é a fase em que, sob a
forma de exercícios psicomotores e simbolismos, a criança transforma o real em
função das múltiplas necessidades do “eu”. Os jogos passam a ter uma sociedade
25

absoluta na vida das crianças e um sentido funcional e utilitário. Nessa fase ela
imita tudo quer saber de tudo. Adora também atividades onde possa movimentar o
corpo. E a última fase, a operação concreta (6/8 à 11/12 anos aproximadamente), é
a fase escolar onde a criança incorpora os conhecimentos sistematizados, tomará
consciência dos seus atos e despertará para um mundo em cooperação com seus
semelhante.
As escolas que adotam o lúdico tem por finalidade promover a interação
social, o desenvolvimento das habilidades físicas e intelectivas dos alunos, formar a
postura de estudante, levando-o a organizar e preparar seu material, viver em
grupo, trocar ideias, saber ouvir e participar, descobrir coisas novas, participar de
jogos variados de forma ordenada, interiorizar regras do convívio em grupo e
muitas outras habilidades.
O professor pode utilizar o lúdico como instrumentos para prevenir,
diagnosticar, mediar e intervir no desenvolvimento integral da criança, ou até
mesmo do grupo. Para que isso aconteça, é preciso um planejamento de que forma
efetivar esse trabalho pedagógico, aliando o lúdico com uma proposta de
aprendizagem significativa. Nessa vertente, é necessário considerar o brincar em
duas situações: o lúdico no ensino e o lúdico centrado no desenvolvimento
cognitivo e social. O uso de contos, cantigas, poesias e brincadeiras ajudam a criar
situações favoráveis ao desenvolvimento integral da criança, trabalhando os
aspectos cognitivos, físicos, sociais e afetivos.
Algumas brincadeiras estimulam o desenvolvimento integral da criança e
ajudam na aprendizagem infantil, como exemplo: a bolinha de gude, o dominó, o
jogo de boliche, o fazer roupas de boneca, a perfuração de papel, trabalhos com
jornal, recortes, bordados, pinturas, modelagem, papel, revistas, colagens,
desenhos, jogos de quadra, malabarismos, danças, competições, lego, bambolê,
blocos lógicos, gato e rato, futebol de botão, oficina de sucatas, peteca,
dobraduras, pega varetas, bingo, maquetes, jogo da velha, cruzadinhas, desafios,
leituras diversificadas, dramatização, fantoches e músicas.

2.1 O Lúdico na Escola

A legislação brasileira divide a educação no Brasil em três níveis de ensino:


Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A educação Infantil refere-
26

se às instituições de atendimento às crianças de 0 a 6 anos de idade, e são mais


comumente conhecidas como creches e pré-escolas, como pode ser encontrado na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB 9394/96.

Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como


finalidade o desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação
da família e da comunidade.
Art.30. A educação infantil será oferecida em: Creches, ou entidades
equivalentes, para a criança de até três anos de idade; Pré - escolas, para
as crianças de até três anos de idade;
Art.31. Na educação infantil a avaliação far-se-à medida acompanhamento
e registro do seu desenvolvimento, sem o objeto de promoção mesmo para
o acesso ao ensino fundamental (BRASIL, 1996, p.20).

A inserção da criança em ambientes distintos da família, através das


instituições educacionais infantis é importante para suas descobertas e ampliação
das experiências individuais, culturais, sociais e educativas. Este espaço deve
atender ao desenvolvimento da criança, seu mundo de vida, sua subjetividade, com
os contextos sociais e culturais que a envolvam através das inúmeras experiências
que ela deve ter a oportunidade e estimulo de vivenciar nesse espaço de sua
formação.
Cabe a escola desenvolver através de atividades pedagógicas a linguagem
oral do aluno, que deve garantir a aprendizagem da leitura e escrita. O sucesso da
criança na aprendizagem da leitura e da escrita depende do seu amadurecimento
filosófico, emocional, neurológico e intelectual.
O uso da brincadeira lúdica na Educação Infantil nos possibilita ver como a
criança inicia seu processo de adaptação a realidade, aprendendo a lidar de forma
cada vez mais coordenada, flexível e intencional com seu corpo. Quando a criança
não brinca, tem problemas de inibição psíquica ou cognitiva, a missão é
proporcionar uma infância que ofereça, além de casa, comida, carinho, saúde e
educação o tempo e o espaço de brincar garantido. Os educadores tem papel
fundamental para tentar romper com alguns paradoxos de infância, permitindo e
favorecendo o brincar.
Segundo Monti (1998), cabe ao profissional da área a responsabilidade de
fazer atividades concretas envolvendo objetos e o próprio corpo da criança sendo
atividades motoras que possibilitem expor à criança a atividade gráfica.
O professor tem um papel fundamental para conduzir trabalhos lúdicos,
levando os alunos a atingir os objetivos da aprendizagem dos conteúdos,
27

proporcionar a socialização e desenvolver a capacidade dos mesmos de


assimilarem o conteúdo exposto da melhor maneira possível. É preciso também que
haja o espaço da brincadeira na escola é a garantia de uma possibilidade de
educação da criança em uma perspectiva criadora, voluntária e consciente.
As várias modalidades lúdicas não existem em todas as épocas e também
não permanecem imutáveis através dos tempos. Como toda atividade humana o
brincar se constitui na interação de vários fatores que, marcam determinado
momento histórico sendo transformado pela própria ação dos indivíduos e por suas
produções culturais e tecnológicas.
A brincadeira na educação infantil deve estar presente não para ocupar
tempo, mas deve ser usada para desenvolver a intelectualidade, a autoconfiança, a
exploração, a curiosidade, o raciocínio, a emoção, a psicomotricidade da criança,
que vai levá-la a ampliar os seus valores e agrupar-se de um modo sadio com as
pessoas.
O lúdico oferece às crianças a alegria de poder experimentar, descobrir e
criar, facilitando a integração entre eles, descobrindo outras formas de expressar-se,
o aluno vai se sentindo mais feliz e percebendo os outros como companheiro para
brincadeiras em grupo. O seu corpo e sua mente estão em movimento,
impulsionados pelo prazer da ação que realiza e numa constante situação de
diálogo e comunicação.
O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de
gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que
ela desenvolva sua imaginação e conviva favoravelmente no meio em que está
inserida, tendo uma vida pessoal alegre e positiva. De acordo com Oliveira (1995, p.
26), O brincar do bebê tem uma importância fundamental na construção de sua
inteligência e de seu equilíbrio emocional, contribuindo para sua afirmação pessoal e
integração social.
Muitas vezes, a realidade econômica ou social não permite que as famílias
levem em consideração as necessidades básicas das crianças e as suas próprias ao
reconhecerem uma escola. Tal fato acaba retardando a mudança de muitas destas
realidades, os centros de educação infantil devem ser lugares onde as crianças são
felizes e queiram estar ao mesmo tempo em que educa. As instituições que se
preocupam com o brincar, valorizando, observando e propiciando esse momento
28

como forma prazer e aprendizagem é o modelo sonhado por muitos estudiosos da


educação infantil.
As atividades de brincadeira na educação infantil são praticadas há muitos
anos, entretanto, torna-se imprescindível que o professor distinga o que é
brincadeira livre e o que é atividade pedagógica com aspectos lúdicos. Almeida
(2000, p.46) diz que o sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará
garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo, nada terá sentido se ele
não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação
lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para
levar isso adiante.
O lúdico tem uma tarefa difícil, pois o educador tem que ter uma
fundamentação teórica bem estruturada e ter a consciência de que está trabalhando
com uma criança modernizada, e que o repertorio de atividades precisa ser
adaptado a estas situações. É fundamental ter profissionais que participem
regularmente de cursos de formação continuada, o que vai possibilitar a troca de
experiências entre profissionais e uma preparação mais adequada para
desenvolverem sua prática pedagógica.
O espaço frequentado pela criança deverá ser composto de elementos que
ofereçam experiências significativas para seu desenvolvimento. É fundamental olhar
para a criança e buscar compreendê-la melhor no seu desenvolvimento total e na
sua individualidade, considerando sempre o contexto social em que está inserida.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil, 1998)
estabeleceu a brincadeira como um de seus princípios norteadores, que a define
como um direito da criança que garante seu desenvolvimento, sua interação social,
além de situá-la na cultura que está inserida.
Na escola, os educadores devem estimular brincadeiras, ordenar o espaço
interno e externo da escola, facilitar a disposição dos brinquedos, mobiliário, e os
demais elementos da sala de aula, não as obrigando a participar daquela brincadeira
específica. O professor poderá, organizar atividades que ajudem a criança a
descobrir as possibilidades que certos materiais possuem; os jogos de grupo para
crianças mais velhas, ou os de construção para as mais novas, desenvolvendo
outros níveis de competência, além de permitir verificar o interesse da criança.
29

Atividades lúdicas devem estar presentes na educação infantil, não para


ocupar tempo, mas para que a criança passe a desenvolver a autoconfiança, a
exploração, a curiosidade a psicomotricidade, o raciocínio e a emoção que vai levá-
la a ampliar os seus valores e agrupar-se de forma sadia.

2.2 Atividades Lúdicas no Desenvolvimento Infantil.

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e da autonomia. Segundo Piaget (1978, p.47), a brincadeira favorece a
autoestima das crianças auxiliando a superar progressivamente suas aquisições de
forma criativa, contribuindo para a interiorização de determinado modelo adulto.
Kishimoto (2002, p.64) considera que o jogo, brincadeira e brinquedo
possuem significados distintos. Portanto, brinquedo é entendido como instrumento,
suporte de brincadeira, brincadeira como uma descrição de uma conduta estruturada
com regras e o jogo designa tanto o objeto, como as regras da ação da brincadeira.
Geralmente as atividades lúdicas oferecem como objetivo, oportunizar uma
maneira diferente para a criança brincar, ao mesmo tempo, que ela brinca ela se
desenvolve, interage com outras crianças e adultos e tem acesso a brinquedos
diversificados.
As atividades lúdicas para a criança, significa observar em suas brincadeiras
a forma como lidam com seus sentimentos, a maneira que aprendem a esperar sua
vez e a partilhar brinquedos. É através da brincadeira que a criança desenvolve seu
senso de companheirismo, procurando entender regras e conseguir uma
participação satisfatória em jogos de interação.
Crianças que brincam evoluem do campo do concreto para o do simbólico e
às que não vivem esse imaginário sofrerá consequências em seu desenvolvimento
educacional, nos sentidos afetivos e cognitivos. A capacidade de fantasiar que o
brincar permite e oportuniza a criança viver situações afetivas, positivas e negativas,
destruição e reparação, faz com que ela reviva sua experiência de relação com o
mundo exterior e com ela mesma. O brincar está presente na maior parte das
interações da criança.
Os tradicionais jogos e brinquedos são aqueles que proporcionam
características de fácil assimilação, desenvolvimento de forma prazerosa, aspecto
30

lúdico e função em seu contexto. Eles foram aceitos coletivamente e preservados


através dos tempos, sendo transmitidos oralmente de uma geração à outra. O
chamado brinquedo tradicional é geralmente criado ou confeccionado pela criança.
Durante as brincadeiras, as crianças aprende a dar e receber ordens, a
esperar sua vez de brincar, a emprestar o seu brinquedo, a compartilhar momentos
bons e ruins, a ter tolerância e o respeito, enfim, a criança desenvolve a
sociabilidade. No mundo lúdico a criança encontra equilíbrio entre o real e o
imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o mundo e torna-se operativa.
O jogo está presente na vida do homem tanto quanto a linguagem e a escrita.
O jogo é usado pelas pessoas para divertir e para interagir com seus semelhantes.
No jogo como conteúdo de aprendizagem, existe algo mais importante do que a
simples diversão e interação, ele revela uma subjetividade necessária para
estruturação da personalidade e auxilia no desenvolvimento das estruturas
cognitivas. O desenvolvimento do jogo com regras se dá por volta do fim da idade
pré-escolar e ocorre durante toda a idade escolar da criança (VYGOTSKY, 2007).

O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício


sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade
própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real
em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos
de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um
material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as
realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência
infantil (PIAGET, 1975, p.160).

Costa (1991, p. 36) diz que a criança acredita no momento do jogo como
momento da conquista, autodomínio e autonomia de ação e reação, é um contínuo
dinâmico no fazer e refazer das coisas e com sua imaginação e lógica busca uma
realidade própria no ato de jogar.
O jogo é um estímulo ao aprendizado, pois algumas vezes fatores
estabelecem causas que atrapalham a aprendizagem e desenvolvimento do
pensamento da criança: como pouca atenção ao realizar as atividades, o que
provoca na criança contrariedade, diminui o contato com amigos, se afasta das
relações sociais e desenvolve dificuldades de trabalhar em grupo.
Na manipulação dos brinquedos a criança manipula situações com
significados que ela tem de uma determinada sociedade. O brinquedo proporciona a
criança valorização de uma nova construção cultural. A influência indireta dos
brinquedos ocorre na estruturação da cultura lúdica da criança, tanto no nível das
31

condutas lúdicas quanto nos dos conteúdos simbólicos. A cultura lúdica está
impregnada de tradições diversas, nela encontra-se brincadeiras tradicionais,
elementos, conteúdos ligados à programação infantil ou à imitação dos colegas ou
dos mais velhos. A cultura lúdica evolui com a criança e é, em parte, determinada
por suas capacidades psicológicas.
A atividade lúdica vem sendo cada vez mais usada como recurso pedagógico.
O professor reconhece sua importância e tem uma postura ativa nas situações de
ensino fazendo com que na aprendizagem de seus alunos a espontaneidade e a
criatividade sejam constantemente estimuladas. A brincadeira é, entre outras coisas,
um meio de a criança viver a cultura que a cerca. Várias razões levam os
educadores a recorrer ao jogo e a utilizá-lo como opção de atividade lúdica e como
recurso no processo ensino-aprendizagem, estimulado o aluno a desenvolver sua
criatividade e não a produtividade.
Nas ações do cotidiano a criança se movimenta, corre, pula, sobe nos objetos
e essas atividades dinâmicas estão ligadas a sua necessidade de experimentar o
seu corpo na construção de sua autonomia. Enquanto brincam as crianças
expressam suas fantasias, desejos e experiências, elas brincam porque gostam de
brincar, a brincadeira é o melhor instrumento para a satisfação das necessidades
que vão surgindo no convívio diário com a realidade.
Para Vygotsky (1998, p. 44), brincadeira é considerada como: Um espaço de
aprendizagem, onde a criança ultrapassa o comportamento cotidiano habitual de sua
idade, onde ela age como se fosse maior do que é, representando simbolicamente o
que mais tarde realizará.
A criança sente necessidade de brincar e jogar e que seja permitida a usar
sua imaginação simbólica, porque esta é o instrumento que fornece meios para elas
assimilarem o real aos seus interesses e desejos. Muito se discute a questão dos
jogos e brincadeiras e sua importância no desenvolvimento da criança. Atualmente,
vários pesquisadores mostram preocupação em compreender este fenômeno
buscando, principalmente, responder questões como: a função que estas atividades
exercem sobre o desenvolvimento infantil; motivos pelos quais a criança deve
brincar; o que a brincadeira proporciona à criança no que diz respeito à
aprendizagem, entre outros.
32

2.3 Propostas Lúdicas Para o Desenvolvimento Infantil

A escola de educação infantil é um lugar privilegiado para a ocorrência de


jogos e brincadeiras características da infância, na medida em que as crianças
passam a maior parte de seu tempo dentro das instituições de ensino, o ato de
brincar deve ser valorizado e estimulado pelos educadores, eles devem possuir
concepções claras sobre a importância do ato de brincar, bem como dos jogos,
brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento social, físico, afetivo e cognitivo
das crianças.
No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem
ser imediatamente satisfeitos ou esquecidos, o comportamento da criança muda.
Com isso a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e
imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o
que chamamos de brinquedo.
A brincadeira permite a construção de novas possibilidades de ação e formas
inéditas de arranjar os elementos do ambiente. Os objetos manipulados na
brincadeira, são usados de modo simbólico, como um substituto para outros, por
intermédio de gestos imitativos reprodutores das posturas, expressões e
verbalizações que ocorrem no ambiente da criança.
As crianças aprendem brincando, contudo, há uma delicada diferença sobre a
natureza da aprendizagem ao longo do desenvolvimento infantil. É importante
ressaltar que em todas as atividades, a criança só aprende se o que estiver fazendo
for interessante e ao mesmo tempo desafiador, caso contrário, será apenas uma
atividade rotineira e mecânica.
Antunes (2003, p. 36) escreveu: As crianças até três anos de idade, quando
jogam, não percebem nessa ação qualquer diferença com o que os adultos
consideram trabalho. Vivem a fase que Piaget chamava de anomia e, dessa forma,
não podem compreender regras. Assim adoram ajudar a mãe a varrer a casa ou
fazer bolos não porque exista valor ou utilidade nessas ações, mas porque são
essas atividades interessantes e divertidas.
A partir dos quatro a cinco anos essa forma de pensar modifica-se e as
crianças buscam benefícios através do jogo, mesmo que estes sejam elogios por
sua ação. A partir dessa idade, como sugere Piaget, o jogo pode contribuir para
33

desenvolver formas mais complexas de pensamento na medida em que são levadas


a se empenharem em refletir sobre seu procedimento. Ainda segundo Piaget, por
esse motivo é que o jogo deve ser seguido de uma reflexão acerca de suas regras,
acerca do que é ou não permitido para as pessoas que dele estão participando.
A figura do educador infantil é inserida de forma a transformar um elo entre a
brincadeira e o seu significado, atuando como alguém que facilita o debate entre os
jogadores, que em grupo obterão sua aprendizagem. Um bom exemplo é um
teatrinho com fantoches, que ao abordar valores como amizade, solidariedade,
bondade, tem imensa influência ao ser assistido, mas maior poder ainda ao se
discutir sobre o mesmo, e sob o que se quis transmitir.
Os brinquedos, desde que escolhidos de acordo com suas funções e
respeitando a idade a que se destinam, tornam-se essenciais no desenvolvimento
físico e intelectual das crianças. A maioria dos brinquedos, principalmente os
chamados educativos, tem especificações quanto à sua aplicação, objetivos e a
idade a que se destinam. De um modo geral, podemos classificar os brinquedos e
suas funções da seguinte forma:
De zero aos seis meses de vida: brinquedos bem coloridos que tenham sons
facilmente diferenciáveis e, preferencialmente, que também sejam macios ao toque
e fáceis de manusear. Isso ajudará o bebê a desenvolver seu tato e perceber cores
e sons, o que é essencial para desenvolver inclusive a fala, audição e visão.
Bichinhos de pelúcia sem olhos ou nariz de botão, móbiles e chocalhos. Bichinhos
de pelúcia, Chocalho original/ Chocalho infantil são exemplos de brinquedos.
Dos seis aos vinte e quatro meses: haverá certo controle dos instintos e da
atividade motora, isso fará com que a criança consiga brincar bastante, distraindo-se
com os brinquedos por períodos longos e sempre curiosa em suas descobertas.
Ainda neste período inicia-se a fase da separação simbiótica. A fase em que a
criança começa a perceber que ela e a mãe não são um só, ela então sente medo
por começar a ver que terá que caminhar sozinho e uma série de receio e dores que
se desencadeiam na criança neste período. É possível que a criança se torne mais
dengosa ou irritada ou chorona ou recuse-se a se separar da mãe. A preferência
deve ser para brinquedos bem confeccionados em material resistente e sem
detalhes pequenos, brinquedos macios e coloridos, bichinhos, barquinhos e outros
objetos de plástico ou borracha que podem ser usados também durante o banho.
34

Incluem ainda jogos de encaixe, bonecos ou carrinhos macios, ou blocos de madeira


ou plástico de tamanho grande.
Dos dois aos cinco anos: desenvolve bem a fala, consegue autonomia nas
funções corporais (comer, beber, etc) e já deverá ter coordenação em exercícios que
envolvem pulos e corridas. Então jogos de letras e números irão estimular sua
aquisição de leitura/escrita e seu aprendizado em matemática. Também poderá ser
estimulada a desenhar, pintar e fazer recortes e colagens. A partir dos três anos
poderá começar algum esporte (natação é muito indicada), ou em alguma
modalidade de dança. Lembrando que é preciso verificar se a criança demonstra
afinidade com a dança ou esporte, não devendo ser forçada, pois só haverá um bom
aproveitamento se partir dela o desejo de participar destas atividades.
A partir dos três anos já é possível iniciar a criança no teatro, principalmente
de fantoches. Esta atividade é muito rica porque, além de estimular a coordenação
motora e a criatividade na confecção e manuseio dos bonecos, ainda permite que a
imaginação com os personagens criados, sendo possível até escrever a história
criada, o que irá estimular a alfabetização. Neste período é comum as crianças
brincarem de casinha, de médico e outras brincadeiras deste tipo, que desenvolvem
conceito familiar, responsabilidades, definição dos papéis dentro da família e da
sociedade, além de promover a integração dos participantes.
Nessa idade são indicados brinquedos de material de artes não tóxico (tintas,
massa de modelar) vídeos, livros de história, instrumentos musicais, quadro negro e
giz, martelo e bancada, brinquedos de transporte (triciclos, carros, caminhões),
fantasias, balanço, pintura como pincéis, tintas.
35

3 TECNICAS LÚDICAS UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO IFANTIL

É brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual,


auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com
o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. A criança, por meio da
brincadeira, reproduz o discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio
pensamento. Segundo Vygotsky (1998, p.96 ), a linguagem tem papel importante
no desenvolvimento cognitivo da criança à medida que sistematiza suas
experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento. De
acordo com Vygotsky (1998, p.97):
A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento
proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais
capaz.

Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas
em seu cotidiano, pela imaginação e pelo faz-de-conta. Esta representação do
cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas
possibilidades de interpretações e reproduções do real, de acordo com suas
necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para o processo
de formação do ser.
Vygotsky e Piaget consideram que o desenvolvimento não é linear, mas
evolutivo e, nesse processo, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança
brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela
dificilmente perde esta capacidade. É com a formação de conceitos que se dá a
verdadeira aprendizagem e é no brincar que está um dos maiores espaços para a
formação de conceitos.
A criança aprende ao brincar, pois brincar e jogar geram um espaço para
pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento,
estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve
habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo
oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a
solidariedade e a empatia, e introduzem, especialmente no compartilhamento de
jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.
O jogo e a brincadeira são experiências prazerosas. Assim também a
36

experiência da aprendizagem tende a se constituir em um processo vivenciado


prazerosamente. A escola, ao valorizar as atividades lúdicas, ajuda a criança a
formar um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a
sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criança
respeitados. O brincar é a apropriação ativa da realidade por meio da
representação.
Distante dos avanços em todos os campos e das mudanças tão rápidas em
todos os setores, é preciso buscar novos caminhos para enfrentar os desafios do
novo milênio e será inevitável o resgate do prazer no trabalho, na educação, na
vida, visto pela ótica da competência, da criatividade e do comprometimento.
Assim, o trabalho a partir da ludicidade abre caminhos para envolver todos numa
proposta interacionista, oportunizando o resgate de cada potencial.
É por intermédio da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida,
assimilando a cultura do meio em que vive e se integrando a ela, adaptando-se às
condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar e conviver
como um ser social. Além de proporcionar prazer e diversão, o jogo, o brinquedo e
a brincadeira podem representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da
criança. Assim, uma atitude lúdica efetivamente oferece aos alunos experiências
concretas, necessárias e indispensáveis às abstrações e operações cognitivas.
Pode-se dizer que as atividades lúdicas, os jogos, permitem liberdade de
ação, pulsão interior, naturalidade e, consequentemente, prazer que não são
encontrados em outras atividades escolares. Por isso necessitam ser estudados
por educadores para poderem utilizá-los pedagogicamente como uma alternativa a
mais a serviço do desenvolvimento integral da criança.
O lúdico é essencial para uma escola que se proponha não somente ao
sucesso pedagógico, mas também à formação do cidadão, porque a consequência
imediata dessa ação educativa é a aprendizagem em todas as dimensões: social,
cognitiva, relacional e pessoal.
Piaget (1975, p.28), percebendo que Lógica de funcionamento mental da
criança difere do funcionamento do adulto, investigou como a lógica infantil
amadurece se transformando em lógica do adulto. Ele criou teorias que buscam
explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos.
37

Jean Piaget fala que a construção da inteligência dá-se em etapas


sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. O
indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam cada vez
mais apto ao equilíbrio. Essas construções seguem um padrão denominado de
estágios ou períodos que seguem idades mais ou menos determinadas.
Essa é uma teoria que observa a complexidade da interação do indivíduo com
o meio, levando em consideração a inteligência do indivíduo, como adaptação a
situações novas. Esse indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas
que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
Essas construções seguem um padrão denominado de estágios ou períodos que
seguem idades mais ou menos determinadas.
O desenvolvimento cognitivo da criança amadurece através de constantes
equilíbrios e desequilíbrios. No período de amadurecimento do conhecimento a
criança passa por estágios de desenvolvimento psicológico. As características
apresentadas nesses estágios apresentam uma ligação de desenvolvimento do
saber. Assim, pode-se distinguir quatro estágios de desenvolvimento lógico: o
estágio sensório-motor: de 0 a aproximadamente 18 ou 24 meses; o estágio pré-
operatório: aproximadamente de 2 a 6/7 anos; o estágio operatório-concreto: de
cerca de 7 até aproximadamente 11/12 anos e o estágio formal: a parti de 11/12
anos.
A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência
consiste no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou
estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A
compreensão deste processo é fundamental para que os profissionais possam
também compreender com quem estão trabalhando.

3.1 Importância dos Jogos Lúdicos no Desenvolvimento Cognitivo das


Crianças.

As aulas muitas vezes tornam-se monótonas, com repetições de exercícios.


Por isso cada vez mais as instituições procuram fugir disso, com a utilização dos
jogos e brinquedos buscando despertar na criança o interesse pela descoberta de
maneira prazerosa.
38

Vivemos uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na


educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano
escolar; porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é muito
atraente e educativa. (RONCA, 1989, p.32).
Ao brincar a criança aprende com muito mais prazer. Com o brinquedo as
crianças compreendem o mundo em que vivem e conseguem uma oportunidade de
desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita,
vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de
se tornar um ser humano criativo. Segundo Vigotsky (1989, p.67), as crianças
formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a
criação de situações imaginárias surge da tensão do indivíduo e a sociedade. O
lúdico liberta a criança das amarras da realidade.
O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser
considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que
colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia
para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola.
(KISHIMOTO, 2002, p.26).
Os jogos podem ser classificados de diferentes formas. Vários autores se
dedicaram ao estudo do jogo, Piaget (1975, p.31) classificou os jogos em três
grandes categorias que correspondem às três fases do desenvolvimento infantil:
Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança
brinca sozinha, sem utilização da noção de regras. Fase pré-operatória (dos 2 aos 5
ou 6 anos aproximadamente): as crianças adquirem a noção da existência de regras
e começam a jogar com outras crianças jogos de faz-de-conta e Fase das operações
concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras
dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol,
damas, etc.
Como já foi dito antes, o ato de jogar é uma atividade natural no ser humano.
Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples.
Os jogos com função sensório-motora proporciona o próprio prazer do
funcionamento. Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos
simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr,
etc.
39

Os jogos simbólicos, que aparecem principalmente entre os 2 e 6 anos, de


acordo com Piaget (1975, p.34), consiste em satisfazer o eu por meio de uma
transformação do real em função dos desejos, ou seja, tem como função assimilar a
realidade. A criança busca reproduzir nesses jogos o que ela costuma vivenciar no
seu meio ambiente e assimilar dessa maneira a realidade e uma maneira de se auto
expressar.
Entre os 7 e 11 atividades menos simbolistas surgem, como desenhos,
trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações teatrais,
etc. Nesse campo o computador pode se tornar uma ferramenta muito útil, quando
bem utilizada. Piaget não considera este tipo de jogo como sendo um segundo
estágio e sim como estando entre os jogos simbólicos e de regras.
Embora esses tópicos parecem ser exclusivamente da pré-escola, e não
precisariam ser trabalhados em estágios superiores, ainda se nota em alunos de
oitava série dificuldades com a coordenação motora.
Para a utilização de forma eficiente e completa de um jogo educativo é
necessário realizar previamente uma avaliação, analisando tanto aspectos de
qualidade, aspectos pedagógicos e fundamentalmente a situação pré-jogo e pós-
jogo que se deseja atingir.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil
(PCN’s, 1998):
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que
possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos
de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a
ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica.
(PCN’s, l998, p.28).

Quando o professor recorre aos jogos, ele está criando na sala de aula uma
atmosfera de motivação que permite aos alunos participarem ativamente do
processo ensino aprendizagem, assimilando experiências e informações,
incorporando atitudes e valores. Para que a aprendizagem ocorra de forma natural é
necessário respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a bagagem
espontânea de conhecimento da criança. Seu mundo cultural, movimentos, atitudes
lúdicas, criaturas e fantasias.
Os jogos não são apenas para o entretenimento ou para gastar a energia das
crianças, eles ajudam no desenvolvimento intelectual delas e podem contribuir para
o processo de ensino e aprendizagem e na socialização das crianças. Ainda há a
40

visão do jogo como uma disputa onde existem ganhadores e perdedores; esta é
uma visão que ainda muitos educadores compartilham, para estes o jogo é um ato
diferente do brincar.
Wallon (2007, p.28), fala que o jogo é importante para desenvolvimento da
personalidade humana e está fortemente ligado a motricidade na ação pedagógica.
Assim ele acredita que jogo é uma atividade livre que potencializa o
desenvolvimento, assim o classifica em:
a) Jogos funcionais- consiste na exploração do corpo através dos sentidos.
Possibilita a evolução da motricidade;
b) Jogos de ficção- configura-se pelo faz-de-conta, e as situações imaginarias, é
neste momento que surgem as imitações de personagens de sua interação social;
c) Jogos de aquisição- acontece deste de muito cedo, é como a criança vai
aprendendo e adquirido conhecimento, noção da vida a partir do que vê e ouve;
d) Jogos de fabricação. Marcados por atividade manual de entretenimento e
improviso a partir de uma ideia pré-existente.
Vygotski acredita que jogo é uma ferramenta eficaz que age no psicológico
das crianças e ajuda no desenvolvimento de estratégia para vida. Ele elege a
situação imaginária como um dos elementos fundamentais dos jogos.

O mais simples jogo com regras transforma-se imediatamente numa


situação imaginária, no sentido de que, assim que o jogo é regulamentado
por certas regras, várias possibilidades de ação são eliminadas. Assim
como fomos capazes de mostrar (...) que toda situação imaginária contém
regras de uma forma oculta, também, demonstramos o contrário – que todo
jogo com regras contém, de forma oculta, uma situação imaginária
(VIGOTSKY, 1998, p. 126).

O jogo não pode ser considerado apenas como uma forma de divertimento,
principalmente por pessoas que lidam com crianças da educação infantil. São meios
que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relação
entre parceiros e grupos. O jogo é uma atividade física ou mental organizada por um
sistema de regras, através dessa interação a criança terá acesso à cultura, dos
valores e aos conhecimentos criados pelo homem.

3.2 Influência dos Brinquedos no Cotidiano das Crianças

Ao longo dos anos o brinquedo foi retratado como objeto de diversão do


homem. Alguns autores como (Oliveira, Cunha, Kishimoto, Velasco, entre outros)
41

usam indistintamente o termo brinquedo para nomear tanto o jogo quanto à


brincadeira. Daí, muitas vezes, ser impraticável distinguir estes termos com nitidez.
No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem ser
imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do
estágio precedente de uma tendência para satisfação imediata desses desejos, o
comportamento da criança muda. Para resolver essa tensão a criança em idade pré-
escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis
podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. A
imaginação, nos adolescentes e nas crianças em idade pré-escolar, é o brinquedo
sem ação.
O brinquedo possui uma enorme influência no desenvolvimento das crianças.
Para uma criança com menos de três anos de idade é essencialmente impossível
envolver-se numa situação imaginária, uma vez que isso seria uma forma nova de
comportamento que liberaria a criança das restrições impostas pelo ambiente
imediato. O comportamento de uma criança muito pequena é determinado, de
maneira considerável. E o de um bebê, de maneira absoluta.
É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva ao invés
de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e
não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.
Os objetos têm uma tal força motivadora inerente, no que diz respeito às
ações de uma criança muito pequena, e determinam tão extensivamente o
comportamento da criança. Segundo Vygotsky(1998), a criança vê um objeto, mas
age de maneira diferente em relação aquilo que vê. Assim, é alcançada uma
condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que ela vê.
É na idade pré-escolar que ocorre pela primeira vez uma divergência entre os
campos do significado e da visão. No brinquedo, o pensamento está separado dos
objetos e a ação surge das ideias e não das coisas. A ação regida por regras
começa a ser determinada pelas ideias e não pelos objetos.
A criança não consegue, ainda, separar o pensamento do objeto real.
Podemos observar isso quando a criança, para imaginar um cavalo, precisa definir a
sua ação usando um cavalo-de-pau como brinquedo.
Para Vygotsky (1998, p.69), o brinquedo cria na criança uma nova forma de
desejos. Ensina desejar, relacionando seus desejos a um eu fictício, ao seu papel no
42

jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são
conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico da
ação-real e moralidade
Portanto não se pode definir o brinquedo apenas como instrumento que confere
sensação de prazer às crianças, e esquecer-se de uma de suas funções primordiais,
que é a de colaborar com o desenvolvimento intelectual das mesmas, nesse sentido
Vygotsky afirma que:

No entanto, enquanto o prazer não pode ser visto como uma característica
definidora do brinquedo, parece-me que as teorias que ignoram o fato de
que o brinquedo preenche necessidades da criança, nada mais são do que
uma intelectualização pedante da atividade de brincar. Referindo-se ao
desenvolvimento da criança em termos mais gerais, muitos teóricos
ignoram, erroneamente, as necessidades das crianças – entendidas em seu
sentido mais amplo, que inclui tudo aquilo que é motivo para a sua ação.
(Vygotsky,1998, p.88)
A importância do brinquedo no desenvolvimento da criança tem sido
demonstrada, na contemporaneidade, pelo crescente número de pesquisas
existentes no campo da educação. Segundo abordagens diversas nas áreas
sociológica, psicológica e pedagógica, estas pesquisas têm como objeto de estudo
entre outros, a influência da cultura na constituição dos brinquedos, a função destes
na construção do psiquismo infantil ou ainda a importância de utilizá-los como
recurso pedagógico, seja no contexto familiar ou em instituições coletivas, como
creches ou pré-escolas. (KISHIMOTO, 2002, p.33).
Kishimoto (2002, p.37) acrescenta que o brinquedo, visto como objeto, é
sempre o suporte da brincadeira e que esta última se constitui na ação que a criança
exerce ao valorizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. No mesmo
sentido, Kishimoto acredita que o brinquedo estimula a inteligência, fazendo com
que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade.
Além destes aspectos, Kishimoto enfatiza que o brinquedo diminui o
sentimento de impotência da criança, pois, ao manipulá-lo, ela cria situações novas,
reconhece outras, compara, experimentam, desenvolve sua imaginação e
habilidades.
Para este autor, o brinquedo, é o suporte do jogo, é o objeto que desperta a
curiosidade, exercita a inteligência, permite a invenção e a imaginação e possibilita
que a criança descubra suas próprias capacidades de apreensão da realidade. Ele
43

permite, pois, à criança, testar situações da vida real ao seu nível de compreensão,
sem riscos e com controle próprio.
Assim, pode se considerar que o brinquedo possui papel fundamental no
desenvolvimento do ser humano, criando sentimento de satisfação, felicidade,
desperta a curiosidade e estimula a criatividade.
Os brinquedos são convites para a interação; portanto, devem merecer nossa
atenção especial. Eles podem seduzir, disseminar ideologias, introduzir bons ou
maus hábitos e desenvolver habilidades. Certamente os brinquedos também podem
ser ótimos recursos pedagógicos.
Os brinquedos são simultaneamente meio de brincar e instrumentos da
inteligência e da atividade lúdica. Constituem-se como um reflexo das gerações
passadas, dos parâmetros culturais desenvolvidos ao longo do tempo pelas
diferentes realidades socioeconômicas. Portanto, é no brinquedo que a criança
aprende a agir, constrói seus primeiros conceitos, substituindo o que é real pelo
lúdico, tudo inserido em um processo que envolve fatores como sensibilidade,
percepção, atividades e interação.

3.3 Caracterização dos Estágios do Desenvolvimento Cognitivo.

Nos estudos de Piaget ele definiu o desenvolvimento como um processo


contínuo, no decorrer do qual ocorrem mudanças graduais, sendo através destas
mudanças que os esquemas são modificados continuamente. Assim, com o
propósito de explicar o crescimento cognitivo, Piaget dividiu o desenvolvimento
intelectual em quatro grandes estágios: o sensório-motor; o pré-operacional; o das
operações concretas e o das operações formais.
O primeiro estágio, sensório-motor, vai do nascimento aos dois anos. Nele, a
criança ainda não “pensa”, mas há o desenvolvimento cognitivo, na medida em que
os esquemas são construídos.
O estágio pré-operacional vai dos dois aos sete anos. Sua principal
característica é o desenvolvimento da linguagem e a capacidade de representar.
Já o estágio das operações concretas, que vai dos sete aos doze anos, ocorre
quando a criança começa a aplicar o raciocínio lógico para os problemas concretos,
ou seja, o pensamento opera sobre os objetos manipuláveis.
44

O último estágio, das operações formais, corresponde ao período da


adolescência – dos doze anos em diante – e se caracteriza pelo surgimento do
pensamento abstrato. Nesse estágio, o indivíduo alcança seu nível mais elevado de
desenvolvimento cognitivo.
O período sensório-motor inicia-se, como já foi dito, a partir do nascimento e
se estende até os dois anos de idade. Caracteriza-se pela manifestação do
pensamento da criança através de sensações (sensório) e movimentos (motor). O
pensamento, portanto, é a própria ação prática da criança, ou seja, a criança explora
muito o seu corpo, e os movimentos realizados, geralmente, são centrados nela. Por
isso, diz-se que nesta fase a criança está imersa em um egocentrismo inconsciente
e integral. (PIAGET, 1975, p.54).
Outra característica importante refere-se à construção de esquemas de ação
que possibilitam à criança assimilar pessoas e objetos. As experiências são
marcadas, em sua fase inicial, por um contato direto da criança com pessoas e
objetos, isto é, sem representação, pensamento ou linguagem.
Piaget (1975, p.59) define o Período pré-operacional dos dois aos sete anos.
Para ele o principal progresso que há em relação ao anterior é o desenvolvimento da
capacidade que a criança tem de substituir um objeto, uma ação, situação ou
pessoa por símbolos -palavras – o que significa que a inteligência da criança passa
a realizar ações interiorizadas ou mentais: ela se torna capaz de usar esquemas
simbólicos ou representacionais (função semiótica).
No âmbito desses esquemas simbólicos, surge uma nova capacidade: a
imitação, processo que viabiliza a assimilação da realidade ao próprio “eu” da
criança ou a acomodação de estruturas existentes ao meio físico e social. Segundo
Piaget, o comportamento imitativo evolui gradativamente, passando da reprodução
pelo sujeito de suas próprias ações, à reprodução de modelos, sejam eles adultos
ou crianças de diferentes idades.
Essa imitação de um modelo exterior se modifica quando a criança passa a
usar o jogo simbólico, cuja preparação é iniciada no final do período sensório-motor,
que é quando a criança imagina uma situação e imagina estar vivenciando-a.
A criança, neste período, não depende mais somente das sensações e de
seus movimentos, mas já distingue um significado (imagem, palavra ou símbolo),
daquilo que ele significa (objeto ausente). Ela dispõe de esquemas representativos,
45

o que permite que represente um objeto ausente ou um evento não percebido por
meio de símbolos. Ela já começa a compreender e estabelece algumas relações
observadas no mundo que a rodeia que dizem respeito aos outros e também aos
próprios objetos. Neste período, grande é o avanço da criança. Os símbolos e as
representações lhe dão margem para compreender diferentes situações.
A criança começa primeiro, a usar símbolos que têm importância para ela.
Depois, passa a utilizar símbolos para que algumas pessoas possam compreender o
que quer transmitir. Neste período, ela já não brinca mais isolada, como no período
anterior. A criança já atua no jogo simbólico: é o jogo do “faz-de-conta”, em que tem
a oportunidade de compreender melhor a realidade. Ela passa a representar, a
mostrar sua emoção e seus desejos através da representação.
E a linguagem a manifestação mais clara da função simbólica, embora ela
apareça bem mais tarde. Quando se fala em comunicação, esta não está ligada
somente à fala, mas também à linguagem corporal, através da qual a criança pode
representar diferentes situações, usando seu próprio corpo (gestos, mímicas,
dramatizações, imitações).
Outra característica básica que é destacada neste período é o egocentrismo.
A criança tem o “eu” como único sistema de referência. Ela se considera o centro do
mundo, pois não tem a capacidade de se colocar no lugar do outro. Acredita que
todos pensam as mesmas coisas que ela e que todos pensam como ela. Para a
criança egocêntrica, o seu pensamento é sempre lógico e correto. Ela não reflete e
nem questiona seus próprios pensamentos. O egocentrismo, apesar de ser uma
característica do pensamento pré-operacional, está sempre presente no
desenvolvimento cognitivo, tomando diferentes formas nos diferentes estágios.
A criança não é capaz de acompanhar a transformação pela qual um estado
transforma-se em outro. Ela é capaz apenas de reproduzir as posições iniciais e
finais e não consegue integrar uma série de eventos que ocorrem, não consegue
reconstruir a transformação. Também está presente no pensamento infantil pré-
operacional a centração. Ela ocorre quando a criança é capaz de fixar sua atenção
apenas sobre um número limitado de aspectos de um evento. A criança age movida
pela percepção e somente com o tempo ela será capaz de descentrar e avaliar os
eventos perceptuais de forma coordenada com os conhecimentos.
46

Percebe-se, assim, que a criança, nestes dois estágios que cobrem a idade
pré-escolar (o sensório-motor e o pré-operacional) vai progressivamente se
desenvolvendo e construindo, na interação com o meio, as estruturas cognitivas que
lhe permitirão conhecer o mundo que a circunda, as pessoas e os objetos que fazem
parte dele e, o que é muito mais importante, estabelecer as relações que lhe
permitirão entender esse mundo em suas múltiplas dimensões.
47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Identificamos que a atividade lúdica é uma necessidade humana que


proporciona a interação da criança com o ambiente em que vive, sendo considerado
como meio de expressão e aprendizado. As atividades lúdicas possibilitam a
incorporação de valores, o desenvolvimento cultural, assimilação de novos
conhecimentos, o desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. Assim, a
criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se
desenvolver de maneira prazerosa.
Durante todo o estudo percebeu-se que o lúdico é de fundamental
importância para o bom desenvolvimento da criança, é através de brincadeiras,
músicas e outros que o processo de ensino-aprendizagem se torna mais
enriquecido. É uma medida que renova e inova o trabalho na educação infantil e que
trabalhar a partir do lúdico requer entender o que a criança necessita para se
desenvolver.
Cabe a cada educador deixar permitir que o lúdico esteja presente na sala de
aula, para que os alunos sintam prazer em aprender brincando. Pois o papel
enquanto educadores é buscar sempre inovar a prática em sala de aula, no intuito
de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, principalmente na Educação
Infantil, para que possam sentir prazer e motivados em está na sala de aula, no
sentido de fortalecer o desenvolvimento cognitivo.
O Brincar é a principal atividade da criança pequena, a educação infantil deve
então valorizar e reconhecer a importância do tempo que as crianças dedicam ao
brincar, incorporando-o à rotina do trabalho educativo. Nessa perspectiva, deve-se
considerar o brincar como uma forma de linguagem, pois através da brincadeira a
criança interage com outras pessoas, expressa e comunica seu mundo interno.
É também através da brincadeira que as crianças amadurecem para a vida
coletiva, desenvolvendo competência para a interação, utilizando e experimentando
as regras e papéis sociais. Portanto, o brincar é incorporado no trabalho da
educação infantil como um momento de desenvolvimento psicológico e social.
Percebemos que o brincar revela por meio de representações de fatos
cotidianos algumas posturas, como também sonhos e desejos. No tempo dedicado
48

às brincadeiras é importante que as crianças tenham uma certa independência,


competindo ao educador principalmente observar.
Trabalhar com educação infantil envolve uma série de tópicos de suma
importância que são estudo, dedicação, cooperação, cumplicidade e, principalmente,
amor de todos os envolvidos no processo e estar em constante evolução.
É importante conhecer a essência da educação infantil, os desdobramentos
da prática educacional. Além disso, há necessidade de caracterizar o conceito e as
peculiaridades do cuidar e do educar na prática pedagógica, com base nos autores
que discutem essa questão e na legislação atual.
O presente trabalho buscou demonstrar a importância do lúdico na educação
infantil para o processo ensino-aprendizagem. Sabe-se que no desenvolvimento da
Educação Infantil o papel do professor é de grande relevância, pois, é ele quem cria
os espaços, disponibilizando materiais, participando das brincadeiras, fazendo a
mediação da construção do conhecimento.
Portanto, para que isso ocorra de forma produtiva, é importante valorizar o
movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento,
incorporando as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como formas
indispensáveis na estimulação da atividade construtiva da criança. Consideramos
que o lúdico precisa nortear as atividades em todos os sentidos, de modo que as
crianças reconheçam a escola como um espaço de exploração e experimentação.
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