PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 2

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Mapa Mental da Governança Corporativa. ............................................5

Figura 1.2 – Analogia a estudar mercado..................................................................7
Figura 1.3 – Impactos macroeconômicos da governança e efeitos sobre o
desenvolvimento. ......................................................................................................10

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 3

SUMÁRIO

1 GOVERNANÇA CORPORATIVA ...........................................................................4

1.1 A importância da Governança Corporativa ..........................................................4
1.2 O QUE é Governança Corporativa ......................................................................4
1.3 Benefícios – POR QUE Governança Corporativa? .............................................8
REFERÊNCIAS .........................................................................................................11

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 4

1 GOVERNANÇA CORPORATIVA

1.1 A importância da Governança Corporativa

Se você acompanha o noticiário do Brasil, provavelmente deve se lembrar de

um grave desastre ambiental no município de Brumadinho (MG), ocorrido em
25/01/2019, com o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Vale.
Trata-se de um dos piores acidentes ecológicos que já aconteceu no País, de acordo
com autoridades e especialistas ambientais.

Esse grave acidente contaminou severamente o Rio Paraopeba, impactando

famílias indígenas que dependiam dele. Alguns estudos mostram, inclusive,
contaminação do Rio São Francisco.

Apenas 30 dias após a tragédia, decisões judiciais suspenderam algumas das

operações mais rentáveis da Vale e congelaram R$ 12,6 bilhões em ativos da
empresa. Levantamentos posteriores apontaram que a barragem, juntamente com
outras da região, havia sido classificada como “baixo risco de ruptura”, porém, “alto
potencial de estrago”, por conta da sua posição geográfica. A empresa sabia dos
riscos de estouro da barragem, mas seus administradores os ocultaram dos diversos
stakeholders da organização e não tomaram as medidas necessárias para evitar o
acidente.

As multas aplicadas pelos diversos órgãos e instâncias governamentais à

Vale ultrapassaram os R$ 300 milhões. E os muitos processos indenizatórios abertos
contra a empresa na Justiça devem comprometer suas atividades por alguns anos.

Ao longo deste capítulo, você entenderá o que a Governança Corporativa –

ou sua ausência – tem a ver com o triste acidente de Mariana.

1.2 O QUE é Governança Corporativa

O conceito de Governança Corporativa é abrangente e envolve vários

aspectos:

• Aplicação prática de múltiplas áreas do conhecimento: Administração,

Economia e Finanças, Contabilidade, Direito, Psicologia, Ética, etc.

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 5

• Organização dos relacionamentos entre as muitas partes interessadas

(stakeholders) em uma empresa: sócios, gestores, funcionários, clientes,
fornecedores, governos, mercado, etc.

• Estabelecimento de regras para a tomada de decisões que considerem a

longevidade do negócio e o bem comum, ou seja, que gerem resultados
positivos para a organização no longo prazo e benefícios para o maior
número possível de stakeholders.

• Direcionamento para os processos de gestão, controle e comunicação na

organização que devem ser baseados na conduta ética, na
responsabilidade e na transparência.

O Mapa Mental abaixo mostra os elementos da Governança Corporativa:

Figura 1.1 – Mapa Mental da Governança Corporativa

Fonte: Fraga (2017), adaptado por FIAP (2017)

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) explica a dinâmica

da Governança Corporativa da seguinte forma:

[...] é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são

dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos
entre sócios, Conselho de Administração, Diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas.

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 6

As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios

básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a
finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo
da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para
a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem
comum (IBGC, 2015, p. 20, grifo nosso).

A explicação de Oliveira (2015, p. 16, grifo nosso) destaca os objetivos da

Governança Corporativa:

[...] é o conjunto de práticas administrativas para otimizar o

desempenho das empresas – com seus negócios, produtos e serviços
– ao proteger, de maneira equitativa, todas as partes interessadas –
acionistas, clientes, fornecedores, credores, funcionários e governos
–, facilitando o acesso às informações básicas da empresa e
melhorando o modelo de gestão.

Note que ambas as explicações destacam o caráter prático da Governança

Corporativa.

Mas como isso acontece?

Imagine que você e mais dois amigos identificaram uma oportunidade de

negócio. Então, vocês resolvem estudar o mercado para entender quem são os
clientes, que tipo de produto eles desejam e que preço se dispõem a pagar por ele.
Depois, analisam como o produto pode ser desenvolvido, fabricado, armazenado,
distribuído e vendido. Por fim, avaliam quais são os riscos envolvidos neste
empreendimento e, diante de uma boa oportunidade, decidem criar uma empresa com
o objetivo de se tornarem líderes de mercado em dez anos. A Governança Corporativa
vai ajudá-los a tratar de questões como estas:

• Qual é a participação de cada sócio no negócio?

• Qual é a responsabilidade de cada sócio nas atividades da empresa?

• Como as decisões devem ser tomadas? (Quem decide, quando decide,

com base em que, etc.)

• Em caso de divergências entre os sócios, o que deve ser feito para se

tomar a melhor decisão possível, no espaço de tempo adequado?

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 7

Figura 1.2 – Analogia a estudar mercado

Fonte: Banco de imagens Shutterstock (2017)

Vamos supor que a empresa prosperou e, após três anos, passa a ocupar
uma posição destacada no mercado em termos de qualidade técnica e satisfação dos
clientes. Para continuar crescendo, será necessário aumentar o portfólio de produtos
e serviços, captar mais clientes e, como nem tudo são flores, passar a enfrentar
concorrentes de maior porte com mais recursos financeiros, humanos e tecnológicos.

Para ir adiante, vocês decidem buscar mais um sócio para injetar capital na
empresa e viabilizar sua expansão. Após alguns meses de procura, seleção e
negociação, um bom candidato a sócio é encontrado. Uma de suas condições para
investir na empresa é, no entanto, a contratação de um novo diretor-geral com mais
experiência e conhecimento, além de um bom histórico de realizações em grandes
empresas do segmento.

A condição é aceita e o novo investidor entra no negócio. Os sócios formam

um Conselho de Administração e iniciam o processo para a contratação do novo
diretor-geral. Nesse momento, a Governança Corporativa vai ajudar sua empresa a
tratar questões do tipo:

• Quais são os objetivos da empresa – em curto, médio e longo prazos?

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 8

• Quais são as estratégias e políticas da empresa diante dos seus diversos

stakeholders (clientes, funcionários, parceiros de negócio, governo etc.)?

• Qual é a nova participação e responsabilidade de cada sócio?

• Qual é a responsabilidade e nível de autonomia do novo diretor-geral?

• Como será o relacionamento do novo diretor-geral com o Conselho?

Como, quando e o que ele deverá reportar?

• Como será a remuneração do novo diretor-geral?

Geralmente, quando uma organização é criada, seus fundadores pretendem

que ela prospere e dure por muito tempo, gerando riqueza e benefícios para um
grande número de pessoas. Entretanto, quanto maior o número de pessoas direta e
indiretamente interessadas em uma organização, maior é a probabilidade de haver
interesses conflitantes, divergências de opiniões e disputas (inclusive judiciais).

Nesse sentido, a Governança Corporativa assume papel fundamental porque

visa à profissionalização e ao aprimoramento constante da gestão com base na
harmonização dos diferentes interesses em torno da longevidade da organização e
do bem comum. Em resumo, a Governança Corporativa tem a ver com o
estabelecimento, execução e monitoramento de regras e práticas para que isto
aconteça, além da divulgação ampla dos resultados da organização.

Com o entendimento do QUE é a Governança Corporativa, vamos para a

próxima seção deste capítulo para compreender as principais razões que levam as
organizações e países a adotá-la.

1.3 Benefícios – POR QUE Governança Corporativa?

A Governança Corporativa é importante para as organizações, para o

mercado e para todo um país. Seu valor pode ser observado tanto pelos benefícios
organizacionais como pelos benefícios macroeconômicos (SILVEIRA, 2015).

Ao adotarem efetivamente um sistema de governança, as organizações

tendem a obter os seguintes benefícios:

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 9

1. Aperfeiçoamento da alta administração: definição mais clara de papéis e

responsabilidades dos executivos, melhor integração entre áreas e
departamentos e processo decisório bem estabelecido;

2. Relacionamento organizado entre stakeholders, especialmente acionistas,

conselheiros e executivos, o que diminui a dependência de pessoas
específicas;

3. Melhoria dos mecanismos de avaliação de desempenho e do sistema de

remuneração e incentivo dos executivos, favorecendo a meritocracia com
responsabilidade;

4. Aprimoramento da gestão dos riscos, dos controles internos e da cultura

de aderência às regras, diminuindo a probabilidade de resultados
negativos;

5. Mais transparência e credibilidade junto às partes interessadas.

Quando as boas práticas de Governança Corporativa são adotadas de forma

ampla pelo mercado, todo um país pode obter os seguintes benefícios:

1. Mais investimento, crescimento e geração de empregos em decorrência

do acesso mais fácil a recursos externos;

2. Aumento do valor de mercado e da atratividade das empresas por conta

da redução do custo de manutenção de capital;

3. Com processos decisórios melhor estabelecidos, as empresas tendem a

obter melhor desempenho operacional, implicando na melhor alocação de
recursos na economia;

4. Redução dos riscos de fraudes e crises financeiras sistêmicas que, via de

regra, causam grande impacto econômico e social;

5. Tratamento adequado às diversas partes interessadas nas organizações

com impacto social, trabalhista e ambiental mais positivo.

Em resumo, a adoção em massa de boas práticas de Governança Corporativa

pelas empresas, em conjunto com a proteção efetiva dos investidores, fortalece o
mercado de capitais e o sistema bancário e aumenta a disponibilidade de recursos
para investimento produtivo, ocasionando um maior desenvolvimento econômico.

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 10

Figura 1.3 – Impactos macroeconômicos da governança e efeitos sobre o desenvolvimento

Fonte: Silveira (2015, p. 817), adaptado por FIAP (2017)

Nos próximos capítulos, vamos abordar como a Governança Corporativa deve

funcionar nas organizações.

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com
 Página 11

REFERÊNCIAS

ÉPOCA NEGÓCIOS. Brumadinho, a história de uma tragédia que poderia ter sido
evitada. Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2019/02/brumadinho-historia-de-
uma-tragedia-que-poderia-ter-sido-evitada.html>. Acesso em: 19 abr. 2020.

G1. Impacto ambiental da tragédia de Brumadinho “será sentido por anos”, diz
Fundo Mundial para a Natureza. Disponível em:
<https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/01/30/impacto-ambiental-da-tragedia-
de-brumadinho-sera-sentido-por-anos-diz-fundo-mundial-para-a-natureza.ghtml>.
Acesso em: 19 abr. 2020.

IBGC – INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Código das

melhores práticas de Governança Corporativa. 5. ed. São Paulo: IBGC, 2015.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Governança Corporativa na prática:

integrando acionistas, Conselho de Administração e Diretoria Executiva na geração
de resultados. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2015.

SILVEIRA, Alexandre Di Miceli da. Governança Corporativa no Brasil e no mundo:

teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

PDF exclusivo para ADAO BRAGA BORGES - CE17313

adaobraga@outlook.com