Trabalho Filosofia

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NOME:ELIZA ALMEIDA DE SOUZA

RA:G96BGH0

DIREITO CANÔNICO

O estudo de Direito engloba-se no rascunho do direito canônico. A Igreja teve


um papel de extrema importância na sociedade medieval, na qual deteve um
poder muito grande em certas épocas e localidades. Há alguns fatores que
evidenciaram o poder da Igreja na Idade Média, tais como:

Caráter Unitário da Igreja

O Cristianismo coloca-se como a única religião verdadeira para a universalidade


dos homens. A Igreja pretende impor a sua concepção ao mundo todo, porém,
apesar de não conseguir se impor em toda parte, esta tendência universalista deu
ao direito da Igreja um caráter unitário. O direito canônico é o único e comum a
todos os países da Europa Ocidental.. Domínio do Direito Privado:
Qualquer litígio relativo a casamento ou divórcio , era de competência da
jurisdição eclesiástica a partir do século VIII. O direito canônico está na base de
numerosas disposições do direito civil moderno.. Codificação Perpetuada:
Durante a Idade Média, o direito canônico foi o único direito escrito. E mesmo
quando surgem as primeiras redações de costumes, não muito anterior ao século
XIII, estas são, mais ou menos, sistemáticas do direito canônico, através da
codificação que se perpetuam até nossos dias.. Influência sobre o Direito Laico:
O direito canônico foi objeto de trabalhos doutrinais, ou seja, constituiu-se uma
ciência do direito, muito antes do direito laico, que foi, evidentemente,
influenciado pelo canônico.
A Igreja, percebendo seu poder, sente a necessidade de um Direito próprio, um
conjunto de normas. Foi no século II que começou a formação do Direito
Canônico. As fontes se encontravam nas decretais pontifícias, nos cânones
oriundos de concílios, nos mais variados estatutos promulgados por bispos, e
nas inúmeras regras monásticas com seus livros penitenciais.
Qualquer Instituição para se firmar ela precisa de uma justificação e uma
estrutura jurídica, com isso a Igreja Católica há muitos séculos teve necessidade
de regras, normas, decretos chegando a um momento em que isso ficou
compilado, nascendo o direito canônico. Conjunto este de leis que com pendem
a afirmação da Igreja Católica na esfera social, podendo então dizer-se que o
Direito Canônico é o direito da Igreja Católica.
Canônico é um adjetivo que caracteriza aquilo que está de acordo com os
cânones, com as normas estabelecidas ou convencionadas. Canônico tem
especial significado quando se refere à Igreja Católica Romana, acompanhando
diversos elementos ligados à Igreja: vinho canônico, rito canônico, oração
canônica, lista de santos reconhecidos pela igreja etc.
O Código do Direito Canônico é o conjunto de normas que orientam a
disciplina eclesiástica, definem a hierarquia administrativa, os direitos e deveres
dos fiéis católicos, os sacramentos e possíveis sanções por transgressão das
normas .
Em Gramática e Linguística, é designada por canônica a estrutura gramatical
que segue as normas definidas na Gramática. Por exemplo, sujeito + predicado é
a estrutura sintática canônica dos termos de uma oração.
Em Matemática, a forma canônica é uma forma simples de apresentar algum
objeto matemático, podendo ser uma matriz, uma equação ou uma fórmula. Em
relação a matrizes, a forma canônica de Jordan é uma das mais conhecidas.

Direito Canônico e sua Influência no Sistema Jurídico Brasileiro

O Direito Canônico precede o direito comum, dos povos, sendo assim muitas
Instituições que são hoje do direito nacional do direito brasileiro,
principalmente do direito civil e processual, elas foram «inspiradas» nas regras
nas normas do direito canônico. Como por exemplo, no caso do direito civil, o
nosso direito de família é muito aproximado do direito canônico, em alguns
tempos atrás sendo maior de idade relevância. E também na questão do
processo, sendo o pioneiro do inquérito e do processo quando ele oferece
oportunidade de diálogo entre uma parte e outra.
As origens do direito canônico da Idade Média

Paralela à ideia da necessidade de organizar, surge o direito canônico da Idade


Média, pois existiam várias leis, diversas situações, mas faltava uma
organização para começar a formar indicadores que pudessem depois ser
consultados posteriormente para facilitar a ordem de execução das tarefas, com
o objetivo de organizar a vida das pessoas dentro da igreja.
O direito canônico manteve-se, durante toda a Idade Média, como o único
direito escrito e universal. A jurisprudência romana subsistiu-se de certa forma
através do direito eclesiástico, uma vez que a igreja desenvolveu-se à sombra do
antigo Império Romano, não podendo furtar-se à sua influência.

A mudança do Direito Medieval anterior ao Direito Canônico

O Direito Medieval continha uma ênfase ao surrealismo, devido as decisões que


não acompanhavam uma lógica jurídica, sendo assim o direito canônico teve o
mérito de criar uma situação de diálogo, debate e consequentemente afastado da
ideia do irracional. Então o juiz de deus nas situações em que a pessoa tinha a
sua inocência provada, ou não, de acordo com um tratamento totalmente
racional, de mesmo modo isto desaparece com o Direito Canônico. Não
obstante vale ressaltar que a própria inquisição funcionada dentro do direito
canônico, apesar de possibilitar teoricamente a defesa e o debate, ela também se
insere no Direito Canônico, pois a Inquisição seguia as ordens e orientações do
Direito Canônico, sendo a Inquisição entendida da seguinte forma, pois quando
surgia alguma acusação de que alguém estava contrário as leis de Deus, as leis
da Igreja, esta pessoa era inquirida, investigada. Investigações estas que não
eram conduzidas tão bem, de uma forma organizada, ficando a desejar a
possibilidade da defesa real para o acusado.

Julgamentos, Torturas e Punições


As penas variavam de acordo com o tempo e na dependência do poder. Os
tribunais eclesiásticos, do mesmo modo que sucedia com a justiça comum, não
adotavam o princípio «nullun crimen, nulla poena sine lege», no português,
«não há delito sem lei anterior que o defina», pois os juízes detinham de poder
discricional bastante amplo, inclusive facultado optar por sanções diversas das
legalmente previstas. As penas canônicas se dividiam em:. Penas Canônicas
Espirituais: excomunhão e variadas penitências, públicas ou secretas, a
interdição de sepultura cristã, a perda de direitos eclesiásticos, etc.. Penas
Canônicas Temporais: existiam as pecuniárias, de multa e de confiscação de
bens, o exílio, penas infamantes, etc. Para os eclesiásticos, a deposição, a
degradação, a suspensão, a perda de benefícios, etc.
A prisão foi muito adotada não só a clérigos, mas também a leigos, visando à
reflexão expiatória e salvadora. Quanto às penas de morte e de castigos
corporais, nos primeiros séculos eram contrárias ao espírito cristão. Contudo,
em razões a ordens práticas ou de proteção social, acabaram verificando a
necessidade de apoiá-la, desde que aplicada pelo Estado.
Então, a Igreja não pronunciava a pena máxima, limitava-se a afirmar a
existência do crime que a merecia e a inutilidade de seus esforços para obter o
arrependimento do culpado. Isso feito entregava o réu à justiça comum, ou seja,
ao braça secular, que iria executá-lo.

Adoção da Tortura

A Igreja sempre foi contra a utilização de violência nas investigações criminais.


Segundo o Papa Nicolau I, em sua carta ao príncipe da Bulgária , a confissão
deveria ser espontânea e não arrancada.
Porém, no século XIII, na luta contra a heresia, a tortura ingressou nos domínios
da Justiça religiosa, autorizada pelo Papa Inocêncio IV, em 1252. Se esta
medida já era praticada pelo direito comum aos ladrões e assassinos, o mesmo
deveria ocorrer com os hereges.
O Direito Canônico adotou a tortura, mas desde que não colocasse em perigo a
vida e a integridade física do acusado. Era proibida a efusão de sangue e um
médico deveria estar presente. A tortura só poderia ser aplicada uma vez, e a
confissão obtida somente valeria depois, livremente confirmada.

CONCLUSÃO

Podemos dizer que o Direito Canônico vem de uma necessidade de normas para
garantir a autoridade da Santa Igreja. Durante estes 2000 anos o Direito
Canônico vem ganhando novas roupagens, ou seja, ele vem se adaptando as
formas e costumes dos povos. Nos dias atuais este direito segue o rito
processual de cada país, dando assim legitimidade ao sistema judiciário para
melhor conduzir o conflito das partes.

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