Peticao-Inicial Jessica Layane

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AO

JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PALMAS-TO

JÉSSICA LAYANE SILVA RIOS, brasileira, casada, dona de casa, portadora


do documento de identidade RG nº 7666871, e CPF nº 036.505. 402 – 07, e-
mail: layanepenharios@gmail.com, telefone: (63)98521-0474 e MOISÉS
PENHA DA SILVA, brasileiro, casado, motorista, portador do documento de
identidade RG nº 05462233937, e CPF nº 018.930.032-99 e telefone
(63)99218-0603, ambos residentes e domiciliados no endereço: Morada do Sol,
Av. Tocantins n°.0 – Quadra 22, Lote 12, Bairro: Taquaralto, CEP: 77. 066-044,
Palmas, Tocantins, assistidos pelo advogado do Núcleo de Práticas Jurídicas
do Centro Universitário Católica do Tocantins, nos termos da procuração
anexada, vem respeitosamente a Vossa presença propor:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS E MATERIAIS

Em face de NACIONAL IMPORTS CAR, pessoa jurídica de direito privado,


sociedade limitada, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o nº
51.732.676/0001-00, com sede no endereço: Quadra QNN 23, Conjunto B,
Lote 18, Loja nº 01, Bairro: Ceilândia Norte (Ceilândia), município Brasília-DF,
CEP nº 72.225-232, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:
DA
GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, é de se destacar que o requerente é assistido pelo Núcleo de


Práticas Jurídicas do Centro Universitário Católica do Tocantins:

Portanto, a requerente declara para todos os fins de direito e sob as penas da


lei, que não tem condições de arcar com as despesas inerentes ao presente
processo, sem prejuízo do seu sustento e de sua família, necessitando,
portanto, da Gratuidade da Justiça, nos termos do inciso LXXIV, do art. 5º da
Constituição Federal c/c art. 98 e seguintes da Lei 13.105/2015 (Código de
Processo Civil), o que desde já requer.

1) DOS FATOS

Os Requerentes pretendiam comprar um carro, para melhorar seu trânsito


na cidade, e para isso foram em sites na internet a fim de achar um carro
usado, que estivesse em boas condições de uso e que apresentasse preço
acessível. Por fim, no dia 20 de outubro de 2023, encontraram uma página na
rede social Instagram, de uma revendedora de carros. Os Requerentes
entraram em contato com a revendedora, foram atendidos por uma das
funcionárias, que se identificou como Jaqueline, a qual respondia as
mensagens da empresa, e que por sua vez, também realizou videochamadas
com os mesmos, tendo mostrado como era a loja e o carro que os Requerentes
queriam comprar.
Após tudo isso, os Requerentes se
disponibilizaram a comprar o carro à vista, pois possuíam a quantia certa para
isso. O modelo era um Gol G% pelo valor de R$ 23.000,00 (vinte e três mil
reais). Mas a atendente da loja não aceitou, alegando a loja não vendia carros
à vista, somente financiados, perguntou se a Requerente possuía crédito em
algum banco, ao qual está respondeu que não tinha renda para isso, que
sempre tentou com o marido conseguir cartão de crédito e cartões de lojas,
mas nunca conseguiram porque não tinham SCORE suficiente.

A atendente pediu para que a Requerente tentasse conseguir cartão de


crédito de novo, o qual o banco recusou, depois falou para ela fazer compras
em seu nome e basicamente, se endividar, para aumentar seu SCORE no
prazo de 60 dias, ao qual esta prontamente se recusou. Então a atendente
sugeriu que tentassem com o nome de seu marido (Requerente), ao qual
banco recusou também. Deu ainda a sugestão de que a Requerente pedisse
para alguém fazer o financiamento por ela, o que a mesma também recusou.
Por fim, a atendente disse que para resolver a situação eles fariam o
financiamento no nome da empresa, e os Requerentes aceitaram, acreditando
na boa-fé da empresa. A atendente solicitou então a entrada de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) para que a empresa enviasse o processo dos Requerentes
para aprovação, valor que foi pago pelos Requerentes em PIX, como consta na
imagem abaixo.
Transcorridos 10 (dez) dias, uma outra pessoa da administração da empresa
NACIONAL IMPORTS CAR, entrou em contato e disse que a ficha dos
Requerentes não havia sido aprovada. Ao questionar a atendente parou de
responder as mensagens deles, e não deu mais nenhuma atualização sobre o
caso. E quando, por fim, foram respondidos, a atendente foi agressiva e
desconversou o acordo deles.

Por fim, desacreditados da boa-fé da empresa e preocupados em terem


levado um golpe, os Requerentes procuraram o PROCON, que tentou contatar
a empresa sem obter sucesso, realizou duas audiências sem que nenhum
representante da empresa comparecesse, e por fim, esgotados todos os meios
do
PROCON de ajudar os Requerentes, estes foram aconselhados a ir a uma
delegacia, prestar um boletim de ocorrência (B.O.).
As autoridades policiais fizeram o B.O., como consta na imagem que se
segue, e pesquisaram os endereços de CNPJ da NACIONAL IMPORTS CAR e
só um dos CNPJ estava cadastrado, e ainda apresentava endereço incompleto.
A própria autoridade policial alertou a assistida sobre como o portador do CNPJ
da empresa parecia ser muito jovem para ter tal patrimônio. A partir disso, ela
foi aconselhada a ir para um NPJ, obter ajuda, motivo pelo qual ela nos
procurou, já que todos os R$ 5.000, 00 (cinco mil reais) dos Requerentes foi
totalmente perdido, sem que eles houvessem tido qualquer retorno da situação
por parte da empresa.
2)
DO DIREITO

2.a) DO DANO MORAL

Em decorrência desse erro/defeito na prestação dos serviços da empresa,


os Requerentes experimentaram um grande constrangimento tendo suas
morais severamente abaladas, já que ficaram sem saber o que havia ocorrido
com seu dinheiro.

Por isso, todo infortúnio suportado pelos Requerentes, impõe ao réu a


obrigação de indenizar pelos danos sofridos em decorrência de tal situação.

Substantivamente, fundamenta sua pretensão no artigo 186 do Código


Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

Portanto, é inegável que os Requerente suportaram um prejuízo moral com


o “sumiço” de sua quantia de entrada no carro que desejavam, sendo que a
empresa, conforme já exposto, sequer apresentou qualquer justificativa por
esse dano, mesmo os Requerentes oferecendo diversas oportunidades para
eles se esclarecerem, configurando assim, sua omissão.

Por sua vez o artigo 927 do mesmo diploma legal dispõe:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

Visto o dano que os Requerentes sofreram pela empresa Requerida, fica


explícito que esta deve ressarci-los moralmente, devido o transtorno que
causaram, a omissão perante o conflito, a ausência com o valor monetário,
além
de não terem procurado entregar o produto e cumprir seu contrato.

A partir disso, requer-se que a empresa NACIONAL IMPORTS CAR


indenizem por danos morais a parte autora na quantia de R$ 10.000,00 (dez
mil reais).

2.b) DOS DANOS MATERIAIS E DA RESCIÇÃO DO CONTRATO

Cabe à vítima da lesão pessoal ou patrimonial o direito de pleitear uma


indenização. Quem sofre o prejuízo decorrente de atitude desencadeada por
terceiro, é a vítima.

A partir disso, observa-se o que diz o artigo 475. do Código Civil:

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos.

Portanto, é direito dos Requerentes pleitearem essa ação, rescindindo o


contrato, visto o dano material que sofreram pela Requerida, além de também
fazerem jus ao direito de acionarem o valor que perderam.

Pode-se também arguir neste caso o artigo 35 do Código de Defesa do


Consumidor, que preceitua:

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,


apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua
livre escolha:

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente


antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Visto que a empresa que constitui a parte ré se
recusou a cumprir a oferta, os Requerentes têm o direito de rescindir do
contrato, tendo a quantia antecipada que pagaram pela aprovação da venda do
carro, que não foi entregue pela empresa Requerida, restituída, além de suas
perdas e danos (morais e materiais).

A partir disso, requer-se que a empresa NACIONAL IMPORTS CAR


restitua à parte autora a quantia por esta paga pela oferta que não foi
cumprida, totalizando o valor de R$ 5.00,00 (cinco mil reais), além da rescisão
oficial de qualquer vínculo contratual entre os Requerentes e a empresa
Requerida.

3) DOS PEDIDOS

Mediante o exposto requer:

a) Que seja deferido os benefícios da gratuidade da justiça nos termos


do inciso LXXIV, do art. 5º da Constituição Federal, conforme
declaração anexada;
b) Que seja concedido o benefício do prazo em dobro, nos termos do
artigo 186, § 3 do CPC, para todas as manifestações processuais;
c) Que seja recebida a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS e
julgada procedente em sua totalidade;
d) Que o réu seja condenado a pagar R$ 10.000,00 (dez mil reais) de
indenização por danos morais à parte autora;
e) Que o réu seja condenado a reaver à parte autora a quantia que esta
pagou antecipadamente à empresa ré, e que não foi ressarcido após
falha na compra do produto, totalizando o valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais), e que seja rompido
qualquer vínculo contratual entre as duas partes;
f) Que o réu seja citado para responder, querendo;
g) Requer a condenação da parte ré, ao pagamento de honorários
sucumbenciais, nos termos do artigo 85 do CPC.

4) VALOR DA CAUSA

Atribui-se à causa o valor total de R$ 15. 000,00 (quinze mil reais).

Nestes termos,

Pede deferimento

Palmas-TO, data do protocolo, certificada pelo sistema.

WARLISON FELÍCIO DE ARAÚJO


OAB/TO 9608

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