Mestrado em Enfermagem Área de Especialização
Mestrado em Enfermagem Área de Especialização
Mestrado em Enfermagem Área de Especialização
Lisboa
2016
Mestrado em Enfermagem
Área de Especialização de Gestão em Enfermagem
Dissertação
Lisboa
2016
Não contempla as correções resultantes da discussão pública
I
“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer
uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de
qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio
mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de
Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”
II
III
AGRADECIMENTOS
IV
V
RESUMO
VII
LISTA DE ABREVIATURAS
VIII
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 1
PARTE I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................................... 8
1 – QUALIDADE DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM ............................................. 9
2 – AMBIENTE DA PRÁTICA PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM ..................... 18
3 – GESTÃO EM ENFERMAGEM .................................................................................. 27
PARTE II – TRABALHO EMPÍRICO ................................................................................. 33
1 – METODOLOGIA DO ESTUDO ................................................................................. 34
1.1 - Tipo de Estudo ........................................................................................................ 34
1.2 - População Alvo ................................................................................................... 35
1.3 - Procedimentos e Considerações Ético-Legais .......................................... 37
2 – INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS ........................................................ 38
3 – APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............... 41
4 – CONCLUSÕES............................................................................................................ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 58
ANEXOS
Anexo 1 – Questionário
Anexo 2 – Póster 5º Congresso da Associação Portuguesa dos Enfermeiros
Gestores e Liderança
IX
ÍNDICE DE GRÁFICOS
X
ÍNDICE DE QUADROS
XI
INTRODUÇÃO
1
ambiente favorável à prática e, desta forma, assegurar a prestação de cuidados de
qualidade e promover a sua melhoria.
2
profissional de enfermagem, tendo sido encontrada relação entre esta variável, os
resultados sensíveis aos cuidados de enfermagem e a qualidade dos cuidados. A
análise da influência das características organizacionais do ambiente da prática dos
enfermeiros em contexto hospitalar na qualidade dos cuidados de enfermagem pode
contribuir para um conhecimento mais profundo desta relação que permita às
organizações de saúde nacionais e, mais especificamente, às unidades de saúde
hospitalares, modificar o ambiente da prática de forma a torná-lo mais favorável,
rentabilizando o potencial dos enfermeiros existentes, refletindo-se numa melhoria da
qualidade dos cuidados.
Como tal, tem-se como objetivo geral analisar a influência das características
organizacionais do ambiente da prática profissional dos enfermeiros de instituições de
saúde hospitalares na qualidade dos cuidados de enfermagem, e como objetivos
específicos:
3
explora a influência da Gestão em Enfermagem e o papel do Enfermeiro Gestor na
melhoria contínua da Qualidade e do Ambiente da Prática dos Enfermeiros.
4
PARTE I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
8
1 – QUALIDADE DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM
9
1990 citado por Huber, 2006), sendo esta a definição adotada pelo Institute of
Medicine (s.d.).
Enquanto profissional de saúde que mais tempo passa junto do cliente, sendo
que a nível hospitalar o enfermeiro presta 90% dos cuidados ao cliente (Huber, 2006),
e como elo de ligação entre os vários profissionais de saúde da equipa multidisciplinar,
o enfermeiro encontra-se numa posição privilegiada para avaliar e intervir na melhoria
da qualidade dos cuidados prestados ao cliente. Por essa razão, a perceção do
enfermeiro sobre a qualidade dos cuidados tem sido utilizada como método de
avaliação em diversos estudos, uma vez que a sua avaliação corresponde aos dados
fornecidos pelos indicadores de qualidade preconizados por Donabedian (McHugh &
Stimpfel, 2012).
11
De acordo com o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2012-2016, citando Saturno
et al. (1990), reconhece-se que qualidade em saúde implica a adequação dos
cuidados de saúde às necessidades e expectativas do cidadão, assim como o acesso
a cuidados de saúde de qualidade como um direito fundamental do cidadão a quem é
reconhecida legitimidade para exigir qualidade nos cuidados que lhe são prestados.
- Promoção da saúde;
- Prevenção de complicações;
- Readaptação funcional;
12
(técnico-científico e relacional) da sua equipa, da construção de ambientes favoráveis
à prática clínica e da qualidade do serviço prestado ao cidadão” (OE, 2014, p.2),
gerindo, entre outros, as pessoas e os recursos.
13
Segundo Amaral (2010), é através da estrutura, do processo e dos resultados
que a qualidade é estudada. O Nursing Role Effectiveness Model (NREM) é um
modelo conceptual desenvolvido por Irvine, Sidani & Hall (1998) com o objetivo de
orientar a avaliação da contribuição dos enfermeiros para os resultados sensíveis aos
cuidados de enfermagem e foi baseado no modelo da qualidade dos cuidados
estrutura-processo-resultados, tendo sido alvo de reformulações após testes
empíricos (Doran, Sidani, Keatings & Doidge, 2002; Doran & Cranley, 2006). Os
processos e resultados dos cuidados de saúde são influenciados pelos componentes
da estrutura, que são variáveis associadas aos enfermeiros, aos clientes e à
organização de cuidados de saúde (Doran, Sidani, Keatings & Doidge, 2002).
14
confirma que o rácio adequado e uma gestão solidária que garanta a competência dos
enfermeiros são fatores fundamentais para a qualidade dos cuidados.
15
Também o Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor (OE,
2014; Regulamento nº 101/2015, 2015) se parece enquadrar no NREM, uma vez que
o enfermeiro gestor tem um papel ativo na gestão de elementos referentes aos
componentes da estrutura, porém, apesar da influência do enfermeiro gestor, a
estrutura continua muito dependente da organização. Do enfermeiro gestor espera-se
ainda que garanta as unidades de competências contempladas no Regulamento do
Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor (Regulamento nº 101/2015, 2015) que
definem as funções major ou conjunto de elementos que representam uma realização
concreta, intervindo assim nos componentes de processo, e, por fim, nos resultados,
ao avaliar os aspetos de desempenho que representam “evidência do desempenho
profissional competente em exercício” (OE, 2014, p.2).
16
Cranley, 2006) que orienta a avaliação da contribuição dos enfermeiros para os
resultados sensíveis aos cuidados de saúde, considerando a qualidade segundo os
indicadores de estrutura, processo e resultados preconizados por Donabedian (2003).
17
2 – AMBIENTE DA PRÁTICA PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
Aiken & Patrician (2000) citam a definição de Hoffart & Woods (1996) para o
ambiente da prática profissional de enfermeiros, definindo-o como um sistema que
apoia o controlo do enfermeiro sobre a prestação de cuidados de enfermagem e o
ambiente em que os cuidados são prestados.
18
A Ordem dos Enfermeiros (OE, 2012) destaca a tarefa multiprofissional que é
a qualidade em saúde, com um contexto de aplicação local, confiando às instituições
de saúde a adequação dos recursos e a criação de estruturas que assegurem o
exercício profissional de qualidade, desenvolvendo esforços para proporcionar
condições e criar um ambiente favorecedor do desenvolvimento profissional dos
enfermeiros. Para Alves & Feldman (2011, p. 21), as organizações devem “possibilitar
e oferecer condições para o indivíduo desempenhar as suas funções dentro dos
padrões de excelência”.
- Compensações adequadas;
- Programas de reconhecimento;
19
reconhece que a prática dos cuidados de enfermagem se inclui num ambiente cada
vez mais complexo e, embora a análise do papel da enfermagem continue subjacente
aos resultados sensíveis aos cuidados de enfermagem desenvolvidos no mesmo
quadro conceptual de qualidade proposto por Donabedian (1982), muitos são os
fatores que regulam e interferem na prestação dos cuidados.
21
trabalho noutros países (Amaral, Ferreira, Vidinha & Cardoso, 2013). A acrescentar a
esta realidade surge a aposentação dos profissionais no ativo e a redução sistemática
do número de admissões de enfermeiros devido à necessidade das organizações de
melhorarem a sua eficiência, aumentando a carga de trabalho para cada enfermeiro
e, consequentemente, deteriorando a qualidade dos cuidados de saúde (Amaral et al.,
2013).
23
Porém, no estudo comparativo de sete países realizado por Papastavrou, et al.
(2012), onde se incluí Portugal, países no norte da Europa, do Mediterrânio e o estado
do Kansas, nos Estados Unidos da América, verificou-se que, no que diz respeito à
relação e comunicação enfermeiro-médico, Portugal parece apresentar os resultados
mais baixos, enquanto apresenta os resultados mais altos relativamente à autonomia
e a liderança, em conjunto com o Kansas, o que o autor considerou dever-se a uma
ausência de consenso sobre a natureza da autonomia clínica e como esta é percebida
ou interpretada (Papastavrou, et al., 2012), o que pode dever-se a diferenças culturais.
24
O modelo de equações estruturais, revisto posteriormente por Van Bogaert et
al. (2013), permitiu constatar que as dimensões do ambiente da prática dos
enfermeiros preveem as variáveis de outcomes profissionais e avaliação da qualidade
dos cuidados pelos enfermeiros. Desta forma, a carga de trabalho relatada pelos
enfermeiros, o grau de decisão e o capital social assumem um papel mediador entre
as variáveis características do ambiente da prática dos enfermeiros e as dimensões
do burnout, outcomes profissionais e avaliação da qualidade dos cuidados pelos
enfermeiros, encontrando-se uma relação direta entre uma forte gestão de
enfermagem ao nível dos serviços e a avaliação da qualidade dos cuidados e
outcomes profissionais.
25
Apoiar o desenvolvimento profissional dos enfermeiros, as dotações
adequadas (Hinno et al., 2011), são aspetos que correspondem às competências do
domínio do Enfermeiro Gestor (OE, 2014), assim como o apoio da gestão e maior
autonomia dos enfermeiros são fatores-chave na produção de um ambiente de
trabalho positivo, melhorando a qualidade dos cuidados prestados ao cliente e os
planos de carreira dos enfermeiros (Hinno et al., 2011).
26
3 – GESTÃO EM ENFERMAGEM
A gestão é considerada uma arte e uma ciência que planeia e gere o esforço
humano e recursos escassos para alcançar determinados objetivos (Huber, 2006).
27
Segurança dos Doentes 2015-2020 (Despacho nº 1400-A/2015, 2015) confere ao
gestor, enquanto elemento pertencente aos órgãos máximos de gestão ou enquanto
gestor de uma unidade de saúde, a responsabilidade de gerir os recursos e a
implementação, acompanhamento e monitorização das ações de melhoria da
qualidade e gestão do risco, uma vez que esta é uma prioridade consignada na
Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde e faz parte das competências do
Enfermeiro Gestor previstas no Regulamento do Perfil de Competências do
Enfermeiro Gestor (OE, 2014; Regulamento nº 101/2015, 2015).
Laschinger, Wong, Grau, Read & Stam (2011), apontam para as práticas de
liderança transformacional para a melhoria da perceção de suporte organizacional,
qualidade de cuidados e diminuição da intenção de abandono da organização,
alertando para a necessidade de estas partirem dos enfermeiros na gestão de topo
no sentido de fortalecerem as práticas de liderança dos gestores das unidades e assim
criarem melhores ambientes da prática para os enfermeiros. Uma relação positiva
entre os enfermeiros gestores e os enfermeiros é a base para o empoderamento dos
28
enfermeiros, resultando em baixos níveis de burnout e melhor satisfação profissional
(Laschinger, Finegan & Wilk, 2011).
Amaral & Ferreira (2013) referem que o contexto de escassez de recursos leva
ao sacrifício da aplicação dos recursos numa área em detrimento de outra em que
poderiam ser gerados melhores resultados, pelo que as decisões sobre o destino dos
recursos devem ser ponderadas e devidamente fundamentadas. Para além disso, as
atividades dos gestores das entidades públicas são legisladas pela chamada “Lei dos
Compromissos” (Lei nº 8/2012, 2012), pelo que, estas decisões devem obedecer aos
critérios definidos pela Lei nº 8/2012 e posteriores alterações, o que se reflete num
controlo rigoroso da gestão dos fundos disponíveis.
No que diz respeito aos resultados dos estudos nacionais, há que considerar
os achados de Amaral et al. (2013) e Jesus et al. (2015), onde a participação nas
políticas organizacionais, a adequação de recursos humanos e materiais e a gestão,
liderança e suporte dos profissionais não foi satisfatória para os enfermeiros, um
aspeto a considerar pelos enfermeiros gestores, uma vez que a otimização dos
recursos humanos, a gestão eficiente dos materiais e a promoção de estratégias de
gestão participativa são critério de avaliação da competência presentes no
Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor (OE, 2014;
Regulamento nº 101/2015, 2015) e podem representar uma possível intervenção no
sentido de melhorar o ambiente da prática profissional de enfermagem, de forma a
assegurar a manutenção e melhoria da qualidade dos cuidados ao cliente.
33
1 – METODOLOGIA DO ESTUDO
34
De acordo com Ribeiro (2010), num estudo observacional o investigador não
intervém, desenvolvendo procedimentos que lhe permitam descrever os
acontecimentos e quais os seus efeitos nos sujeitos em estudo. Quando se trata de
um estudo observacional-descritivo, pretende-se explorar e descrever o fenómeno em
estudo, gerando novo conhecimento sobre conceitos e tópicos até então pouco
estudados (Burns & Grove, 2004).
Hill & Hill (2012, p. 41) definem população alvo como o “conjunto total dos casos
sobre os quais se pretende retirar conclusões”.
35
Assim, define-se como população alvo os enfermeiros a desempenhar funções
em contexto hospitalar, em duas Unidades de Internamento de Medicina, uma do
Hospital A e outra do Hospital B, assim como no Bloco Operatório, Unidade de
Transplantes e Unidade de Internamento de Cirurgia do Hospital B, pertencentes ao
Centro Hospitalar X.
Cirurgia 18 10 6 60%
36
1.3 - Procedimentos e Considerações Ético-Legais
37
2 – INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS
Ghiglione & Matalon (2001, p. 7-8) definem o inquérito como “uma interrogação
particular acerca de uma situação englobando indivíduos, com o objetivo de
generalizar”, em que o investigador não pretende modificar a situação em estudo.
38
Quadro 2. Subescalas do NWI-R e distribuição dos itens da escala pelas subescalas
SUBESCALA ITENS
4. Os enfermeiros sentem-se apoiados pela gestão.
6. A enfermagem controla a sua prática.
17. Autonomia para tomar importantes decisões sobre os cuidados e
Autonomia sobre a organização do trabalho.
(5 itens) 24. A Direção de Enfermagem espera por elevados padrões de
cuidados de enfermagem.
33. O enfermeiro gestor defende a equipa de enfermagem nas
tomadas de decisão, mesmo quando em conflito com outros técnicos.
1. Serviços de apoio adequados que me permitem dedicar tempo aos
clientes.
11. Espaço para discussão dos cuidados aos clientes, entre a equipa
de enfermagem.
12. Dotação de enfermeiros suficientes na equipa para prestar
Controlo sobre o
cuidados de qualidade aos clientes.
ambiente
13. O enfermeiro gestor é um bom gestor e líder.
(7 itens)
16. Dotações suficientes para a prestação de cuidados.
44. Oportunidade de trabalhar num serviço altamente especializado.
46. A distribuição dos clientes fomenta a continuidade dos cuidados
(i.e., o mesmo enfermeiro presta cuidados ao mesmo cliente durante
o internamento).
Relação 2. A equipa multidisciplinar tem uma boa relação de trabalho.
multidisciplinar 26. Os profissionais de saúde trabalham em equipa multidisciplinar.
(3 Itens) 37. Existe colaboração multidisciplinar.
1. Serviços de apoio adequados que me permitem dedicar tempo aos
clientes.
2. A equipa multidisciplinar tem uma boa relação de trabalho.
6. A enfermagem controla a sua prática.
11. Espaço para discussão dos cuidados aos clientes, entre a equipa
de enfermagem.
12. Dotação de enfermeiros suficientes na equipa para prestar
Suporte cuidados de qualidade aos clientes.
organizacional 13. O enfermeiro gestor é um bom gestor e líder.
(10 Itens) 17. Autonomia para tomar importantes decisões sobre os cuidados e
sobre a organização do trabalho.
24. A Direção de Enfermagem espera por elevados padrões de
cuidados de enfermagem.
26. Os profissionais de saúde trabalham em equipa multidisciplinar.
46. A distribuição dos clientes fomenta a continuidade dos cuidados
(i.e., o mesmo enfermeiro presta cuidados ao mesmo cliente durante
o internamento).
Definida como uma coleção de itens criado para avaliar uma dimensão, atributo
ou fator com suposta relação entre si, a escala fornece uma nota ao que se pretende
avaliar tendo em conta o resultado da soma dos itens que a constituem (Ribeiro,
2010). Assim, a versão portuguesa do NWI-R é composta por um questionário de 54
afirmações cuja concordância é determinada através de escala de Likert, variando
entre “discordo totalmente” e “concordo totalmente”.
39
Quanto à avaliação da qualidade dos cuidados pelos enfermeiros, a sua
determinação surgiu através da concordância determinada por uma escala de Likert
idêntica à supracitada, aplicada a quatro afirmações sobre a qualidade dos cuidados
prestados pelo próprio, pela equipa onde se inclui, na unidade onde presta cuidados
e pela sua perceção da satisfação do cliente relativamente à qualidade dos cuidados
que lhe são prestados. Esta forma de avaliação da qualidade tem sido utilizada em
diversos estudos e foi testada por McHugh & Stimpfel (2012), tendo concluído que as
perceções dos enfermeiros a respeito da qualidade dos cuidados correspondia aos
dados fornecidos por outros indicadores de qualidade, incluindo os resultados
sensíveis aos cuidados como a mortalidade, as falhas de assistência e socorro, a
satisfação do cliente, assim como as medidas de avaliação dos processos, o que se
traduziu numa avaliação da qualidade correspondente à preconizada por Donabedian.
40
3 – APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Masculino
12,8%
Feminino
87,2%
No que diz respeito ao tempo de atividade profissional (Quadro 4), este varia
entre os 6 meses e os 36 anos, estando 41,6% dos enfermeiros na primeira década
de atividade profissional. A média de anos de atividade profissional situa-se nos 14,25
anos, com desvio padrão de 8,34 anos, verificando-se que o tempo de atividade
profissional para metade dos enfermeiros é igual ou inferior a 13 anos.
41
Quadro 4. Distribuição dos Enfermeiros segundo o Tempo de Atividade Profissional
42
Gráfico 2. Distribuição dos Enfermeiros por Tipologia de Unidade
Outra Medicina
44,9% 47,4%
Cirurgia
7,7%
No que diz respeito à categoria profissional (Gráfico 3), de acordo com o regime
geral da carreira de enfermagem aprovada pelo Decreto-Lei nº 437/91 de 8 de
Novembro ainda em vigor, constata-se que 9% dos enfermeiros são Enfermeiros
Especialistas, enquanto 33,3% se encontram na categoria de Enfermeiro Graduado,
sendo o maior grupo o que se enquadra na categoria de Enfermeiro (55,1%) e o menor
grupo o que se enquadra na categoria de Enfermeiro Chefe (2,6%).
43
Relativamente à qualidade dos cuidados de enfermagem, esta foi avaliada
segundo a perceção dos enfermeiros sobre os cuidados prestados no mês anterior à
aplicação do questionário, tendo na sua globalidade, sido avaliada positivamente, uma
vez que percentagem de concordância dos enfermeiros com as afirmações foi
superior a 70% em todos os itens (Gráfico 4), resultado semelhante aos de Van
Bogaert et al. (2009a,b, 2010). Já Hinno et al. (2011, 2012) e Van Bogaert et al. (2013,
2014) obtiveram uma concordância superior à encontrada no presente estudo em 10%
a 16%, respetivamente. De notar que a diferença entre as percentagens de
concordância se verificaram nos artigos cuja publicação foi posterior a 2010. Tal
diferença na avaliação da qualidade dos cuidados de enfermagem pelos enfermeiros
poderá estar relacionado com o clima de austeridade vivenciado a nível nacional e
que se repercutiu a nível da saúde através das limitações económico-financeiras que
interferiram na gestão dos recursos materiais e humanos e cujos efeitos foram
sentidos em primeira mão pelos clientes e pelos enfermeiros na sua prestação de
cuidados.
Gráfico 4. Distribuição das respostas dos enfermeiros em relação à qualidade dos cuidados de
enfermagem no mês anterior à aplicação do questionário
45
Para os 5 itens da subescala Autonomia verificou-se uma percentagem de
concordância entre 30,8% e 64,9%, tal como se pode observar no Gráfico 5, sendo o
item 6 “A enfermagem controla a sua prática” aquele que apresentou menor
percentagem de concordância e o item 24 “A Direção de Enfermagem espera por
elevados padrões de cuidados de enfermagem” a maior, tendo Hinno et al. (2011)
obtido um resultado aproximado neste item (62%). O item 17 “Autonomia para tomar
importantes decisões sobre os cuidados e sobre a organização do trabalho”
apresentou percentagens muito próximas de concordância e discordância, 35,9% e
34,7% respetivamente, assim como o item 4 “os enfermeiros sentem-se apoiados pela
gestão”, 34,7% de concordância e 32% de discordância, ficando muito aquém dos
68% de concordância obtidos por Hinno et al. (2011). No que diz respeito ao item 33
“O enfermeiro gestor defende a equipa de enfermagem nas tomadas de decisão,
mesmo quando em conflito com outros técnicos”, 52,6% dos inquiridos revelaram
concordância com a afirmação, tendo Hinno et al. (2011) obtido 61% de concordância
neste item.
4. Os enfermeiros sentem-se apoiados pela gestão. 5,1 26,9 33,3 32,1 2,6
17. Autonomia para tomar importantes decisões…2,6 32,1 29,5 34,6 1,3
1,3 7,8
24. A Direção de Enfermagem espera por… 26,0 55,8 9,1
33. O enfermeiro gestor defende a equipa de…3,8 16,7 26,9 44,9 7,7
Gráfico 6. Distribuição das respostas dos enfermeiros para a subescala Controlo sobre o Ambiente
11. Espaço para discussão dos cuidados aos…2,6 17,9 29,5 43,6 6,4
12. Dotação de enfermeiros suficientes na… 29,5 32,1 11,5 25,6 1,3
13. O enfermeiro gestor é um bom gestor e líder. 2,6 7,7 37,2 44,9 7,7
16. Dotações suficientes para a prestação de… 20,5 17,9 24,4 33,3 3,8
44. Oportunidade de trabalhar num serviço… 10,3 19,2 21,8 42,3 6,4
46. A distribuição dos clientes fomenta a… 7,7 14,1 38,5 35,9 3,8
Gráfico 7. Distribuição das respostas dos enfermeiros para a subescala Relação Multidisciplinar
2. A equipa multidisciplinar tem uma boa relação 1,3 10,3 14,1 69,2 5,1
de trabalho.
26. Os profissionais de saúde trabalham em equipa 0 15,4 33,3 42,3 9
multidisciplinar.
49
61,6%, referem-se à adequação dos serviços de apoio e às dotações de enfermeiros,
tal como já se tinha verificado anteriormente.
Gráfico 8. Distribuição das respostas dos enfermeiros para a subescala Suporte Organizacional
SUBESCALA 𝓍̅ Md s
Autonomia 3,21 3,20 0,60
Controlo sobre o ambiente 2,97 3,00 0,71
Relação multidisciplinar 3,50 3,67 0,66
Suporte organizacional 3,16 3,20 0,50
Para Amaral et al. (2013) a subescala participação nas políticas do hospital foi
a que apresentou a média mais baixa, enquanto para Jesus et al. (2015), apesar de
também ter apresentado uma média inferior ao ponto neutro, a média mais baixa
estava relacionada com a adequação dos recursos humanos e materiais. Também no
estudo de Van Bogaert (2009a,b) os itens relacionados com o controlo sobre o
ambiente e políticas hospitalares evidenciaram resultados baixos, porém Hinno et al.
(2011) obteve resultados positivos. Os resultados obtidos sugerem alguma dificuldade
de envolvimento nas decisões da organização passíveis de influenciar o ambiente da
prática pelos enfermeiros inquiridos. Aiken & Poghosyan (2009) afirmam que o
envolvimento dos enfermeiros nas decisões organizacionais e nas políticas
hospitalares é um fator determinante nas reformas hospitalares.
A subescala com a segunda melhor média foi a subescala Autonomia com 3,21.
Como já foi referido, a adaptação cultural e linguística do NWI-R originou instrumentos
com diferentes subescalas, pelo que nos estudos encontrados a subescala Autonomia
do instrumento original e avaliada no presente estudo foi suprimida, o que dificultou a
discussão dos resultados relativos a esta subescala. Porém, Papastavrou et al. (2012)
e Van Bogaert et al. (2013) incluíram a autonomia dos enfermeiros nos seus estudos,
51
avaliando-a através da amplitude de decisão, obtendo também resultados positivos.
Apesar de, como se verificou na análise da percentagem de concordância, os
enfermeiros inquiridos revelarem alguma ambiguidade quando questionados
diretamente sobre a perceção de autonomia, contata-se que é ao nível da intervenção
do enfermeiro gestor e da Direção de Enfermagem, ao promover elevados padrões
de qualidade nos cuidados, que a perceção de autonomia é evidenciada.
De referir que dos 54 itens do NWI-R – versão portuguesa, o item que revelou
menor média (1,68) e maior percentagem de discordância (84,6%) foi o item 5
“Remuneração satisfatória”, achado que poderá estar associado ao clima de
austeridade que afeta o país nos últimos anos e que, para além de ter reduzido o
salário dos enfermeiros, impossibilitou o descongelamento das carreiras e a
progressão remuneratória, assim como os achados relativos à elevada percentagem
de discordância relativamente à adequação dos serviços de apoio e dotação de
enfermeiros, também penalizados com os efeitos da austeridade. Ainda assim, apesar
de estes fatores exercerem uma influência significativa no ambiente da prática
profissional de enfermagem, tal como referido pelo Conselho Internacional de
Enfermeiros (2007), Aiken & Poghosyan (2009) demonstraram no seu estudo que é
possível melhorar o ambiente da prática sem que necessariamente haja um
investimento a nível do fortalecimento das remunerações e dos recursos. O
enfermeiro gestor tem então um papel preponderante ao liderar o processo de
melhoria do ambiente da prática de enfermagem e organizando detalhadamente os
recursos humanos e materiais existentes de forma a dar resposta às necessidades do
52
cliente e promovendo a segurança, a excelência e a qualidade dos cuidados
(McSherry et al., 2012; Choi et al., 2013; OE, 2014).
SUBESCALA do NWI-R rs P
Autonomia +0,32 0,004
Controlo sobre o ambiente +0,38 0,001
Relação multidisciplinar +0,45 0,000
Suporte organizacional +0,47 0,000
53
Quadro 10. Resultado da aplicação do teste de Correlação de Pearson entre as subescalas do NWI-
R – versão portuguesa
SUBESCALA do NWI-R
Controlo sobre Relação Suporte
Autonomia
SUBESCALA do NWI-R o ambiente multidisciplinar organizacional
**
Autonomia +1 +0,53 +0,29* +0,75**
Controlo sobre o ambiente +0,53** +1 +0,55** +0,88**
Relação multidisciplinar +0,29* +0,55** +1 +0,67**
Suporte organizacional +0,75** +0,88** +0,67** +1
*p≤0,05 **p≤0,01
54
4 – CONCLUSÕES
55
e a equipa multidisciplinar, o que demonstra a importância que atribuem ao trabalho
de equipa e à relação com o gestor.
Desta forma, sugere-se que, em estudos futuros, se procure obter uma amostra
mais representativa dos enfermeiros, incluindo unidades de outras tipologias, e se
procurem utilizar métodos de pontuação semelhantes, de forma a obter uma maior
consistência e facilitar a comparação de resultados.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Aiken, L., Buchan, J., Ball, J. & Rafferty, A. (2008). Transformative impact of Magnet
designation: England case study. Journal of Clinical Nursing, 17(24), pp. 3330-
3337. doi:10.1111/j.1365-2702.2008.02640.x
Aiken, L., Cimiotti, J., Sloane, D., Smith, H., Flynn, L. & Neff, D. (2012). Effects of nurse
staffing and nurse education on patient deaths in hospitals with different nurse
work environments. JONA: The Journal of Nursing Administration, Supl. ao Vol.
42 (10), , pp. S10-S16.
Aiken, L., Clarke, S., Douglas, M., Lake, E. & Cheney, T. (2008). Effects of Hospital
Care Environment on Patient Mortality and Nurse Outcomes. Journal of Nursing
Administration, 38(5), pp. 223-229.
doi:10.1097/01.NNA.0000312773.42352.d7.
Aiken, L., Havens, D. & Sloane, D. (2000). The magnet nursing services recognition
program. American Journal of Nursing, 100 (3), pp. 26-36.
Aiken, L., Sloane, D., Bruyneel, L., Van den Heede, K. & Sermeus, W. (2013). Nurses’
reports of working conditions and hospital quality of care in 12 countries in
Europe. International journal of nursing studies, 50(2), pp. 143-153.
doi:10.1016/j.ijnurstu.2012.11.009
Aiken, L., Sloane, D., Clarke, S., Poghosyan, L., Cho, E., You, L., . . . Aungsuroch, Y.
(2011). Importance of work environments on hospital outcomes in nine
countries. International Journal for Quality in Health Care, 23(4), pp. 357-364 .
doi:http://dx.doi.org/10.1093/intqhc/mzr022
58
Alves, V. & Feldman, L.(2011). Gestores de Saúde no Âmbito da Qualidade: atuação
e competências - abordagem multidisciplinar. São Paulo: Martinari.
Amaral, A. & Ferreira, P. (2013). Influência do ambiente da prática nos resultados dos
cuidados de enfermagem. Revista Investigação em Enfermagem, pp. 66-74.
Amaral, A., Ferreira, P., Vidinha, T. & Cardoso, M. (2013). A perceção dos enfermeiros
acerca do ambiente da prática dos cuidados. Revista Investigação em
Enfermagem, pp. 75-81.
Brewer, B. & Verran, J. (2013). Measuring Nursing Unit Environments with Four
Composite Measures. Nursing Economics, 31(5), pp. 241-249.
Burns, N. & Grove, S. (2004). The practice of nursing research: conduct, critique and
utilization (5ª ed.). St Louis: Elsevier/Saunders.
Camara, P., Guerra, P. & Rodrigues, J. (2010). Novo Humanator (4ª ed.). Alfragide: D.
Quixote.
Chiavenato, I. (1992). Recursos Humanos (Edição Compacta) (2ª ed.). São Paulo:
Atlas.
Choi, S., Cheung, K. & Pang, S. (2013). Attributes of nursing work environment as
predictors of registeres nurses' job satisfaction and intention to leave. Journal
of Nursing Management, 21, pp. 429-439. doi:10.1111/j.1365-
2834.2012.01415.x
Doran, D., Sidani, S., Keatings, M. & Doidge, D. (2002). An empirical test of the Nursing
Role Effectiveness Model. Journal of Advanced Nursing, 38(1), pp. 29-39.
doi:10.1046/j.1365-2648.2002.02143.x
Doran, D. (Ed.). (2011). Nursing Outcomes: The State of the Science (2nd ed.). Jones
& Bartlett Learning.
Ghiglione, R. & Matalon, B. (2001). O Inquérito - Teoria e Prática (4ª ed.). Oeiras: Celta
Editora.
Hill, M. & Hill, A. (2012). Investigação por Questionário (2ª ed.). Lisboa: Edições
Sílabo.
Huber, D. (2006). Leadership and nursing care management (3ª ed.). Filadélfia:
Saunders.
Institute of Medicine. (s.d.). Announcement - Crossing the Quality Chasm: The IOM
Health Care Quality Initiative. Obtido em 2 de Abril de 2015, de
http://www.iom.edu/Global/News%20Announcements/Crossing-the-Quality-
Chasm-The-IOM-Health-Care-Quality-Initiative.aspx
Jesus, E., Roque, S. & Amaral, A. (2015). Estudo RN4CAST em Portugal: Ambientes
de Prática de Enfermagem. Revista Investigação em Enfermagem, pp. 26-44.
Kelly, L., McHugh, M. & Aiken, L. (2012). Nurse outcomes in Magnet© and non-Magnet
hospitals. JONA: The Journal of Nursing Administration, Supl. ao Vol. 42(10),
pp. S44-S49.
Kutney-Lee, A., McHugh, M., Sloane, D., Cimiotti, J., Flynn, L., Neff, D. & Aiken, L.
(2009). Nursing: a key to patient satisfaction. Health Affairs, 28(4), pp. w669-
77. doi:10.1377/hlthaff.28.4.w669
Lake, E. (2002). Development of the Practice Environment Scale of the Nursing Work
Index. Research in Nursing & Health, 25, pp. 176–188.
Laschinger, H., Finegan, J. & Wilk, P. (2011). Situational and Dispositional Influences
on Nurses' Workplace Well-being. Nursing Research, 60 (2), pp. 124-131.
doi:10.1097/NNR.0b013e318209782e
Laschinger, H., Wong, C., Grau, A., Read, E. & Stam, L. (2011). The influence of
leadership practices and empowerment on Canadian nurse manager outcomes.
61
Journal of Nursing Management, 20, pp. 877-888. doi:10.1111/j.1365-
2834.2011.01307.x
Legido-Quigley, H., McKee, M., Nolte, E. & Glinos, I. (2008). Assuring the quality of
health care in the European Union: a case for action. Copenhaga: World Health
Organization & European Observatory on Health Systems and Policies.
McHugh, D. & Stimpfel, A. (2012). Nurse reported quality of care: A measure of hospital
quality. Research in Nursing & Health, 35(6), pp. 566–575.
doi:10.1002/nur.21503
McSherry, R., Pearce, P., Grimwood, K. & McSherry, W. (2012). The pivotal role of
nurse managers, leaders and educators in enabling excellence in nursing care.
Journal of Nursing Management, 20 (1), pp. 7-19. doi:10.1111/j.1365-
2834.2011.01349.x
Mezomo, J. (2001). Gestão da Qualidade na Saúde: Princípios Básicos (1ª ed.). São
Paulo: Editora Manole, Ltda.
62
Nantsupawat, A., Srisuphan, W., Kunaviktikul, W., Wichaikhum, O., Aungsuroch, Y. &
Aiken, L. H. (2011). Impact of Nurse Work Environment and Staffing on Hospital
Nurse and Quality of Care in Thailand. Journal of Nursing Scholarship, 43(4),
pp. 426–433. doi:10.1111/j.1547-5069.2011.01419.x
Papastavrou, E., Efstathiou, G., Acaroglu, R., Luz, M., Berg, A., Idvall, E., . . . R., S.
(2012). A seven country comparison of nurses perceptions of their professional.
Journal of Nursing Management, 20, pp. 236–248. doi:10.1111/j.1365-
2834.2011.01289.x
Polit, D. & Beck, C. (2004). Nursing Research: principles and methods (7 ed.).
Filadélfia: Lippincott Williams & Wilkes.
Rafferty, A., Ball, J. & Aiken, L. (2001). Are teamwork and professional autonomy
compatible , and do they result in improved hospital care ? Quality in Health
Care, 10 (Suppl. II), pp. ii32-ii37.
63
Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor. Regulamento nº
101/2015. (10 de Março de 2015). Diário da República, 2ª série, Nº 48, 5948-
5952.
Ribeiro, O., Carvalho, F., Ferreira, L. & Ferreira, P. (2008). Qualidade dos Cuidados
de Saúde. Millenium - Revista do ISPV. Obtido em 10 de Janeiro de 2015, de
http://www.ipv.pt/millenium/Millenium35/7.pdf
Rochefort, C. & Clarke, S. (2010). Nurses’ work environments, care rationing, job
outcomes, and quality of care on neonatal units. JOURNAL OF ADVANCED
NURSING, 66(10), pp. 2213–2224. doi:10.1111/j.1365-2648.2010.05376.x
Van Bogaert, P., Clarke, S., Roelant, E., Meulemans, H. & Van de Heyning, P. (2010).
Impacts of unit-level nurse practice environment and burnout on nurse-reported
outcomes: a multilevel modelling approach. Journal of Clinical Nursing, 19, pp.
1664–1674. doi:10.1111/j.1365-2702.2009.03128.x
64
Van Bogaert, P., Clarke, S., Vermeyen, K., Meulemans, H. & Van de Heyning, P.
(2009b). Practice environments and their associations with nurse-reported
outcomes in Belgian hospitals: development and preliminary validation of a
Dutch adaptation of the Revised Nursing Work Index. International Journal Of
Nursing Studies, 46(1), pp. 55-65. doi:10.1016/j.ijnurstu.2008.07.009
Van Bogaert, P., Kowalski, C., Weeks, S. M., Van heusden, D. & Clarke, S. P. (2013).
The relationship between nurse practice environment, nurse work
characteristics, burnout and job outcome and quality of nursing care: A cross-
sectional survey. International Journal of Nursing Studies, 50, pp. 1667-1677.
Obtido em 12 de Junho de 2014, de
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2013.05.010
Van Bogaert, P., Meulemans, H., Clarke, S., Vermeyen, K. & Van de Heyning, P.
(2009a). Hospital nurse practice environment, burnout, job outcomes and
quality of care: test of a structural equation model. Journal of Advanced Nursing,
65(10), pp. 2175–2185. doi:10.1111/j.1365-2648.2009.05082.x
Van Bogaert, P., Timmermans, O., Weeks, S., van Heusden, D., Wouters, K. & Franck,
E. (2014). Nursing unit teams matter: Impact of unit-level nurse practice
environment, nurse work characteristics, and burnout on nurse reported job
outcomes, and quality of care, and patient adverse events—A cross-sectional
survey. International Journal of Nursing Studies, 51, 1123–1134. Obtido em 20
de Abril de 2015, de http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2013.12.009
Van den Heede, K., Florquin, M., Bruyneel, L., Aiken, L., Diya, L., Lesaffre, E. &
Sermeus, W. (2013). Effective strategies for nurse retention in acute hospitals:
a mixed method study. International journal of nursing studies, 50(2), pp. 185–
94. doi:10.1016/j.ijnurstu.2011.12.001
65
ANEXOS
ANEXO 1 – Questionário
_________
Aos enfermeiros
Solicitamos que responda a todos os itens com (X) nas escalas tipo Likert de cinco pontos que está colocada
lateralmente. A escala é apresentada no início das questões.
Por atributo organizacional entende-se as características do ambiente de trabalho que contribuem para a
prática profissional do enfermeiro.
Por enfermeiro gestor consideramos os enfermeiros chefes, supervisores ou directores e os enfermeiros com
outra categoria profissional mas que exerçam funções de gestão.
Por método de trabalho em equipa entende-se método em que os enfermeiros estão organizados por equipas
que são responsáveis pela prestação de cuidados a um determinado grupo de doentes;
Por método de Enfermeiro de Referência entende-se método de trabalho em que o enfermeiro é responsável
pela prestação de cuidados a um ou vários clientes desde a sua admissão à sua alta;
Por método de trabalho individual entende-se método onde a distribuição da responsabilidade por todos os
cuidados a prestar a um/vários clientes durante um turno é atribuído a um enfermeiro.
Por flutuação, conceito abordado nas questões 47 e 51, entende-se flutuação de um enfermeiro do seu serviço
permanente para um outro serviço da organização, tendo a duração de um turno (McHugh, 1997).
A Parte A consiste na caracterização dos profissionais, a Parte B relaciona-se com o tema em estudo e a Parte
C consiste na aquisição de sugestões dos respondentes para a melhoria do instrumento de recolha de dados -
questionário.
Pela colaboração prestada, sem a qual este estudo seria inviável, manifestamos desde já os nossos
agradecimentos.
Gratos
Enfª. Carina Andrade: cb_carina@hotmail.com – Telef: 962 360 459
Outubro de 2014
_________
Questionário anónimo
A – Caracterização Geral
1. Género: Feminino Masculino
2. Idade: ___________
3. Habilitações académicas:
Bacharelato ……………………….
Licenciatura ……………………….
Mestrado ….……………………….
Outra ……….……………………….
Qual?__________________________________________________________________
4. Grupo Profissional:
Enfermeiro …………………………………. Enfermeiro Chefe ……………….………
Enfermeiro Graduado…….……………
Enfermeiro Supervisor ………………….
Enfermeiro Especialista ………………… Enfermeiro Diretor …………..…………
Medicina…………….…….
Cirurgia……………..………
Outro: Qual? ______________________________
_________
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Discordo Não concordo/nem discordo Concordo Concordo totalmente
5. Remuneração satisfatória. 1 2 3 4 5
11. Espaço para discussão dos cuidados aos clientes, entre a equipa de enfermagem. 1 2 3 4 5
12. Dotação de enfermeiros suficientes na equipa para prestar cuidados de
1 2 3 4 5
qualidade aos clientes.
13. O enfermeiro gestor é um bom gestor e líder. 1 2 3 4 5
9. Considerando a sua opinião, é-lhe proposto que avalie a qualidade dos cuidados de enfermagem na sua
unidade, atendendo às seguintes significações:
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Discordo Não concordo/nem discordo Concordo Concordo totalmente
1 2 3 4 5
1 - No último mês, a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados na sua
unidade foram muito bons.
2 - No último mês, a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados por si foi
muito boa.
3 - No último mês, a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados pela sua
equipa foi muito boa
4 - No último mês, tem a perceção que os clientes manifestam satisfação
relativamente aos cuidados de enfermagem que lhe são prestados.
C – SUGESTÕES_________________________________________