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Mãe Suficientemente Boa

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Até o século XVI, qual era a visão predominante sobre as crianças?

a) Eram consideradas seres angelicais, puros e inocentes.


b) Eram vistas como "adultos em miniatura", sem distinção clara entre o "mundo
adulto" e o "mundo infantil".
c) Eram tidas como propriedade dos pais, com pouca autonomia e direitos.
d) Eram educadas de forma rígida e disciplinada, com foco no aprendizado religioso e
moral.

A palavra "infância" tem origem no latim "infantia", que significa:

a) Incapacidade de andar.
b) Incapacidade de se alimentar.
c) Incapacidade de se movimentar.
d) Incapacidade de falar.
e) Incapacidade de pensar.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), qual é a faixa etária


considerada como "infância"?

a) Do nascimento aos 6 anos de idade.


b) Do nascimento aos 10 anos de idade.
c) Do nascimento aos 12 anos de idade (incompletos).
d) Dos 12 aos 18 anos de idade.
e) Dos 6 aos 18 anos de idade.

Resposta:
c) Do nascimento aos 12 anos de idade (incompletos).

Embora Freud tenha dedicado grande atenção à sexualidade infantil em seus estudos,
qual era sua principal crítica à aplicação da psicanálise em crianças?
a) Freud acreditava que as crianças não eram capazes de desenvolver uma neurose,
condição necessária para a psicanálise.
b) Freud reconhecia a importância do brincar como principal meio de expressão das
crianças, mas considerava essa forma de comunicação inadequada para a psicanálise.
c) Freud considerava que a comunicação verbal, fundamental para a psicanálise
tradicional, era limitada nas crianças, dificultando a transferência e a exploração d
inconsciente.
d) Freud defendia a análise dos pais como forma de abordar os problemas das crianças,
pois estes influenciavam diretamente o desenvolvimento infantil.
Resposta:
c) Freud considerava que a comunicação verbal, fundamental para a psicanálise
tradicional, era limitada nas crianças, dificultando a transferência e a exploração do
inconsciente.

Anna Freud, filha de Sigmund Freud, dedicou-se à psicanálise infantil e propôs uma
abordagem diferenciada, com foco no desenvolvimento do ego da criança. Qual era a
principal característica dessa abordagem?
a) Mergulhar no inconsciente da criança através da análise dos sonhos e da livre
associação, buscando desvendar traumas e conflitos reprimidos.
b) Estimular o desenvolvimento do ego da criança, fortalecendo seus mecanismos de
defesa e promovendo o trabalho por meio das palavras.
c) Utilizar técnicas lúdicas e brincadeiras para explorar o mundo interno da criança e
estabelecer uma relação terapêutica significativa.
d) Primar por uma orientação de natureza essencialmente pedagógica, isto é, ela
reeducava a criança no sentido de uma adaptação da mesma à realidade.

Com base nas aulas, qual das alternativas a seguir melhor representa as principais
contribuições de Melanie Klein para a psicanálise infantil?
a) Enfatizar a fala como elemento central da cura e defender a psicanálise como método
ideal para tratar distúrbios psíquicos em crianças.
b) Reconhecer a importância do brincar como principal meio de expressão das crianças
e propor a psicanálise através do brincar como método terapêutico.
c) Priorizar a análise da dinâmica familiar e das relações interpessoais da criança,
buscando compreender o contexto social em que ela se insere.
d) Enfatizar a importância da maturidade psíquica e da comunicação verbal para o
sucesso da psicanálise infantil, defendendo a análise dos pais como forma de abordar os
problemas das crianças.
Resposta:
b) Reconhecer a importância do brincar como principal meio de expressão das crianças
e propor a psicanálise através do brincar como método terapêutico.

Qual era a perspectiva de Melanie Klein sobre a relação entre o brincar das crianças e a
livre associação utilizada na psicanálise de adultos?
a) Klein acreditava que o brincar era apenas uma forma de entretenimento para as
crianças e não tinha valor no contexto da psicanálise infantil.
b) Klein defendia que a livre associação de ideias era o método ideal para a psicanálise
de crianças, mas reconhecia que algumas crianças se expressavam melhor através do
brincar.
c) Klein propôs que o brincar não substituísse completamente a livre associação na
psicanálise infantil, pois era a forma mais adequada de acessar o inconsciente das
crianças.
d) Klein considerava o brincar como equivalente à livre associação para as crianças,
pois através do brincar elas expressavam livremente seus pensamentos, sentimentos e
conflitos inconscientes.
Resposta:
d) Klein considerava o brincar como equivalente à livre associação para as crianças,
pois através do brincar elas expressavam livremente seus pensamentos, sentimentos e
conflitos inconscientes.

De acordo com a teoria de Melanie Klein sobre o desenvolvimento infantil, o que


caracterizava o "seio bom" e o "seio mau" na fase oral?
a) O "seio bom" era aquele que sempre satisfazia a necessidade oral da criança,
enquanto o "seio mau" era aquele que nunca a satisfazia.
b) O "seio bom" era associado à frustração e à raiva, enquanto o "seio mau" era
associado à gratificação e ao amor.
c) O "seio bom" era internalizado pela criança como um objeto interno seguro e
amoroso, enquanto o "seio mau" era internalizado como um objeto interno persecutório
e ansioso.
d) O "seio bom" era projetado pelas crianças em figuras parentais amorosas e
nutridoras, enquanto o "seio mau" era projetado em figuras parentais punitivas e
rejeitadoras.
Resposta:
c) O "seio bom" era internalizado pela criança como um objeto interno seguro e
amoroso, enquanto o "seio mau" era internalizado como um objeto interno persecutório
e ansioso.

É correto afirmar que Melanie Klein teorizou o desenvolvimento infantil por meio de:
a) Fases
b) Posições

Com base no texto apresentado, quais características definem a "Posição


Esquizoparanoide" na teoria do desenvolvimento infantil proposta por Melanie Klein?
a) Caracteriza-se por um estado de total fusão entre a criança e a mãe, onde a criança
não diferencia a si mesma do outro.
b) Nessa fase, a criança experimenta a ansiedade depressiva, caracterizada pela culpa,
tristeza e medo da perda do objeto bom.
c) A criança vive o mundo em preto e branco, dividindo os objetos em "bons" e "maus",
e sente um medo intenso de ser aniquilada pelo "seio mau".
d) A criança já consegue distinguir a si mesma da mãe e estabelece relações
interpessoais complexas, buscando independência e autonomia.
Resposta:
c) A criança vive o mundo em preto e branco, dividindo os objetos em "bons" e "maus",
e sente um medo intenso de ser aniquilada pelo "seio mau".

Com base no texto apresentado, quais características definem a "Posição Depressiva" na


teoria do desenvolvimento infantil proposta por Melanie Klein?
a) Nessa fase, a criança ainda divide o mundo em "bons" e "maus", não conseguindo
integrar as experiências positivas e negativas em um único objeto.
b) A criança experimenta a ansiedade persecutória, caracterizada pelo medo intenso de
ser aniquilada pelo "seio mau".
c) A criança desenvolve a capacidade de ter relações interpessoais complexas, buscando
independência e autonomia.
d) A criança reconhece que o mesmo objeto pode ser "bom" e "mau", sente culpa por
seus impulsos destrutivos e teme perder o "seio bom".
Resposta:
d) A criança reconhece que o mesmo objeto pode ser "bom" e "mau", sente culpa por
seus impulsos destrutivos e teme perder o "seio bom".

Em 1949, o pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott


desenvolveu o conceito de “mãe suficientemente boa”, que contrasta
com a ideia que muitas mulheres equivocamente transportam dentro
de si, de terem que ser mães perfeitas. Winnicott na sua teoria da “mãe
suficientemente boa” não tencionava diminuir a complexidade da
maternidade, mas sim salientar que a qualidade materna existe na
medida das necessidades do bebé e não das necessidades da própria
mãe de ser muito boa, perfeita ou infalível.

A “mãe suficientemente boa” é aquela que está atenta e


responde no momento oportuno às necessidades de amparo e cuidado
do bebé, mas não de forma excessiva. Ela também falha, e é
justamente o somatório das falhas, seguido do tipo de cuidados que as
corrigem, que acabam por comunicar amor à criança, ajudando-a a
constituir-se psiquicamente.

A “mãe suficientemente boa” encara a maternidade como um


encontro entre duas pessoas diferentes, que se vão conhecendo e
partilhando emoções, momentos bons e maus, desfrutando de forma
genuína e com prazer desse laço único e forte. Ela apresenta o mundo
ao bebé como um lugar benigno e esperançoso, sendo também capaz
de se ir tornando “desnecessária” à medida que o filho/filha
vai crescendo e desenvolvendo, tornando-se um “ser” por si só.

Não existem receitas rígidas, nem guiões infalíveis para a


capacidade de ser uma boa mãe, mas numa tentativa de
sistematização, deixo neste artigo um breve sumário dos elementos
constitutivos de uma boa capacidade materna (capacidade materna
madura), no registo que o autor defendia.

1. Uma “mãe suficientemente boa” é capaz de fantasiar o


seu bebé. Mesmo antes do seu nascimento, é importante ser
capaz de o imaginar, de ter ideias a seu respeito, de sonhar
para ele coisas boas e belas. Esta capacidade de imaginar
permite-lhe identificar-se com o bebé, percebendo-o,
interpretando corretamente os sinais que lhe dirige
e respondendo-lhe de forma adaptada, no momento certo. É
a capacidade de imaginar que lhe permite ser permeável ao
filho, que passa a fazer parte integrante da sua vida mental.

2. Desejavelmente, é capaz de alguma tranquilidade (não é


demasiado ansiosa). É importante ter em conta que, por
muito bom que o filho seja, nunca é perfeito. Por isso
é desejável que a mãe possa tolerar, sem excesso de
sofrimento para si própria, as desilusões, as frustrações, os
sentimentos de incapacidade e mesmo o sentimento de
desvalorização pessoal que a prestação de cuidados
maternos, tantas vezes, acarreta. Se é muito ansiosa, as
pequenas coisas tornam-se grandes. Um peso excessivo que
gera angústia, onde deveria existir bem-estar.

3. A mãe com boas qualidades maternas, desejavelmente,


sente um prazer autêntico no contacto com o filho. É
esperado que possa sentir o desempenho da função
materna como um aspecto que passou a fazer parte da sua
identidade, qualquer coisa que veio enriquecer a sua vida e à
qual não quereria renunciar.

4. O prazer proporcionado por esta relação tem de ser de


boa qualidade e não estar instrumentalizado à resolução
de problemas pessoais. Isto significa que a mãe,
desejavelmente, não deveria precisar de utilizar a relação
com a criança para tentar defender-se de carências,
depressões ou ansiedades que não consegue ultrapassar de
outra forma. Se existe uma carência profunda de base, um
vazio, que a mãe irá tentar reparar através da maternidade, há
um risco de que as coisas não venham a correr bem.

5. Em relação com os aspetos anteriormente mencionados, a


mãe suficientemente boa, é capaz de percepcionar
claramente o filho como uma pessoa autónoma, com
direitos próprios – mesmo que seja um bebé – e não como
qualquer coisa que lhe pertence sem reservas, como uma
parte de si mesma que lhe é necessária para se sentir
completa. Nos primeiros tempos de vida, aceitará
espontaneamente a contribuição pessoal que, ao seu nível,
a criança pequena já vai sendo capaz de dar na relação entre
ambos. Mais tarde, não terá a tentação de a culpabilizar de
ser ingrata por não querer corresponder inteiramente ao que
para ela tinha sido imaginado. Não ficará triste por ver que o
filho não é uma parte de si própria. Ficará contente por ver
que ele é uma pessoa livre, capaz de responsabilidade e
autonomia.
6. Se assim for, as progressivas conquistas próprias do
processo de separação-individuação serão percepcionadas
como belas, a mãe terá prazer de as assistir e apoiar. É
importante referir que “a mãe suficientemente boa” não
tenderá a sentir-se incompreendida, à medida que
vai sentindo o filho menos dependente e mais capaz de
resolver problemas por si próprio. A mãe vai aceitando a sua
autonomia progressiva nas tarefas diárias, bem como
respeitando a emergência da sua intimidade/ construção de
uma vida interior.

7. A “mãe suficientemente boa” introduz o pai. O pai tem


um papel importante a desempenhar para a boa evolução
da criança. Deve ter uma presença junto dela desde os
primeiros anos de vida e participar, à sua maneira, nos
cuidados que lhe são prestados e na vivência
das preocupações que possam surgir. Um dos elementos
dinâmicos de especial importância, é a sua presença na
imaginação e no afeto da mulher de quem teve o filho. Não é
exagero dizer-se que, a primeira presença que o pai tem junto
do recém-nascido, é a que tem no afeto da mãe. O que nos
permite compreender que um pai fisicamente ausente, pode
ter uma presença afetiva muito forte junto do filho, do
mesmo modo que um pai fisicamente presente, pode revelar-
se psiquicamente pouco atuante, porque, por qualquer razão,
a mãe o afasta afetivamente. A maternidade deve assim
nascer de um desejo e de um projeto vivido e assumido em
comum, em prol da boa evolução psicológica da criança.

8. Por último, é desejável que algum tempo após o nascimento


do filho, e sem perder o desejo e o prazer de contacto com o
mesmo, a boa mãe volte a interessar-se autenticamente pela
relação com o cônjuge, pelas outras relações sociais, bem
como pelas suas atividades profissionais e culturais, sem
excessiva culpabilidade em relação à criança. Ela sabe e
sente que é mãe, mas que este papel não é único; daí ser
importante não prescindir de outros aspetos da sua vida que a
tornam mais harmoniosa e rica. O alcance deste equilíbrio
será bom para ela e para a criança.

Naturalmente estes elementos poderiam ser sistematizados de


outro modo, e poderiam ainda ser acrescentados outros. O mais
importante é o resultado do conjunto, uma vez que situações
perfeitas (como já indicado) não se encontram na vida real.
Importante é referir que, se a mãe reúne este conjunto de
qualidades, é indicativo do alcance de uma certa maturidade
emocional. É esta maturidade que tonará possível (à mãe)
alegrar-se autenticamente com os vários progressos que observa
no filho, reconhecendo-os como uma conquista dele e uma
manifestação de qualidades internas que lhe pertencem.

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