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Método Integrativo de

Desenvolvimento
Infantil | MIDI®

Andréa Braga Pereira Novo - andreabraganovo@yahoo.com.br - CPF: 288.261.788-79


Método Integrativo de Desenvolvimento Infantil
MIDI®

É muito importante que você entenda o que é o Método Integrativo de


Desenvolvimento Infantil – MIDI® e qual é o seu diferencial para atuar junto à
infância.

Compreender o desenvolvimento humano é uma tarefa complexa, o Método MIDI®


reúne diferentes abordagens sobre esse tema e oferece uma forma integrada de
observar e desvendar o desenvolvimento infantil.

Nesse módulo, você terá uma visão geral de cada um dos fundamentos que integram
o Método MIDI® e poderá se preparar melhor para estudar cada um deles ao longo da
Formação.

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O que é o Desenvolvimento Infantil Integrativo
Para facilitar seu entendimento sobre o que é o desenvolvimento infantil integrativo
farei uma comparação com a visão convencional do desenvolvimento infantil.

Na visão convencional sobre o desenvolvimento infantil o foco é a resolução de um


problema de forma isolada. O objetivo de uma atuação com essa visão é resolver um
problema apresentado, por exemplo: a criança que dorme mal tem problema de sono,
a dor de ouvido precisa ser tratada com o remédio, um desafio de comportamento
precisa ser corrigido, etc.

Na visão integrativa sobre o desenvolvimento infantil um problema ou situação de


crise não é vista de forma isolada. O objetivo nessa abordagem é descobrir se há um
ou mais fatores e entender mais profundamente o contexto de cada desafio, buscando
fazer uma conexão mais efetiva e focada na criança, por exemplo: a criança que
dorme mal pode estar com a rotina desajustada, pode estar se alimentando mal e até
mesmo enfrentando desafios no convívio social.

A partir desse olhar integrativo todo desafio apresentado trará a necessidade de uma
série de questionamentos a respeito do cotidiano da criança, das suas relações sociais
e das suas emoções. É a partir dessa observação cuidadosa que cada profissional
poderá se aprofundar para além do desafio inicial.

A atuação integrativa considera a observação de cada um dos pilares da infância e a


conexão entre eles. É sem dúvida uma observação sutil que requer conhecimento e
prática, mas ao assumir esse papel você perceberá resultados ainda mais
significativos na vida de cada criança e de cada família que você atenderá.

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Atuação com o olhar da Antroposofia
A Antroposofia é uma das filosofias mais importantes para entendimento e aplicação
do Método MIDI®. Antigamente quando o conhecimento humano era controlado e
regido pela igreja as descobertas científicas eram uma ameaça à sua influência social.
A espiritualidade comandada pela igreja e o conhecimento científico eram, e talvez
para muitos ainda seja, abordagens antagônicas e divergentes.

A Antroposofia, por ser considerada uma ciência espiritual, mescla o conhecimento


científico com a espiritualidade. E se faz cada vez mais necessária porque nossa
sociedade tem vivenciado grandes desafios que demonstram claramente como esses
assuntos estão correlacionados.

Antroposofia.
S.f. Etimologia da Palavra de origem grega: anthropos(homem) +
sophia(sabedoria)

A Antroposofia propõe um olhar para o desenvolvimento humano. Reúne


conhecimentos científicos e espirituais para responder às questões mais profundas
sobre o homem e sua relação com o mundo.

Portanto a Antroposofia significa a sabedoria do homem, acerca do homem. Tem como


um grande objetivo permitir que cada ser humano viva uma grande e profunda
jornada para dentro de si mesmo, sobre os mistérios da nossa existência, como um
corpo que cumpre um papel maior nessa vida. Esse conhecimento é muito importante,
principalmente, quando estamos diante de uma criança.

Para a Antroposofia, além de perceber os padrões de desenvolvimento da criança,


devemos questionar também todas as suas dimensões e características únicas que a
tornam quem é.

Rudolf Steiner se propôs a estudar e trazer conhecimentos profundos a respeito do ser


humano e do cosmos, da espiritualidade, sempre com base em evidências científicas.
Como compreender, com mais clareza, que a matéria e o espírito caminham juntos
para cumprir um propósito maior de evolução.

Ela não trata apenas da forma de educar, é uma forma de viver. É como uma filosofia
de vida que pode ser encontrada em diversas áreas de atividade humana: arquitetura,
pedagogia, agricultura, arte, economia, medicina, etc.

Quando temos uma visão superficial acerca do ser humano podemos achar uma
solução temporária ou paliativa para um problema, mas quando nos aprofundamos

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para entender e enxergar o que pode estar causando isso podemos oferecer soluções
com efeitos duradouros e permanentes.

Não estamos nesse mundo para possuir ou usufruir da matéria, todos nós temos um
propósito e a Antroposofia está aqui para trazer esse olhar integrativo sobre o
desenvolvimento humano.

Rudolf Steiner

Nasceu em 27 de fevereiro de 1861 em Kraljevec


(Áustria). Apesar de seu interesse humanístico,
despertado ainda na infância por uma sensibilidade
para assuntos espirituais, cumpriu em Viena, a
conselho do pai, estudos superiores de ciências
exatas. Por seu desempenho acadêmico, a partir de
1883 tornou-se responsável pela edição dos escritos
científicos de Goethe na coleção Deutsche
Nationalliteratur.

Convidado a trabalhar no Arquivo Goethe-Schiller em


Weimar (Alemanha), Steiner transferiu-se para essa
cidade em 1890, onde residiu até 1897. Ali
desenvolveu um grande interesse cognitivo e uma
consequente atividade literário-filosófica, sendo dessa
época sua obra fundamental A filosofia da liberdade
(1894).

Após alguns anos em Berlim como redator literário, passou a dedicar-se a uma
intensa atividade de conferencista e escritor, no intuito de expor e divulgar os
resultados de suas pesquisas científico-espirituais, de início no âmbito da Sociedade
Teosófica e mais tarde da Sociedade Antroposófica, por ele fundada.

Em Dornach (Suíça), Steiner construiu em madeira o Goetheanum, sede da Sociedade


(e mais tarde também da Escola Superior Livre de Ciência Espiritual), destruído em
dezembro de 1922 por um incêndio e posteriormente substituído pelo atual edifício em
concreto. Foi em Dornach que ele morreu em 1925, deixando extraordinárias
contribuições nos campos das artes, da organização social, da pedagogia (Waldorf),
da medicina, da farmacologia, da agricultura, da pedagogia curativa, etc.

Fonte: http://institutorudolfsteiner.org.br/antroposofia/

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Referência Bibliográfica

LANZ, Rudolf. Noções Básicas de Antroposofia. pág. 89-95. 8 ed. São Paulo:
Antroposófica, 2007.

Você encontra o PDF do livro acima na plataforma do curso ou pelo site do Instituto
Rudolf Steiner, acessando http://institutorudolfsteiner.org.br

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Atuação com o olhar da Disciplina Positiva
Outra filosofia na qual o Método MIDI® se baseia é a Disciplina Positiva. Essa filosofia
é focada na educação das crianças e foi criada por Jane Nelsen. Ela se baseou nos
conceitos de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs e considera que os limites da educação e
da disciplina não podem mais ser pautadas nos conceitos tradicionais amplamente
utilizados pela sociedade.

Na disciplina positiva a criança não é educada a partir da punição, da chantagem e da


ameaça. Porque entende-se que não há ensinamento real através da dor, muito pelo
contrário, considera-se que a educação é pautada no respeito mútuo e no amor.

Por tanto, a educação encontra o amparo no respeito à criança, Ao ajudar a criança a


compreender um erro ou a lidar com um desafio deve-se manter o respeito e
dignidade do ser humano.

Também nos ajuda no caminho de descobertas e há como decifrar os códigos de cada


criança. Cabendo aos pais e educadores a observação e identificação da necessidade
que gerou determinado comportamento. Um conhecimento amplificado com maestria
por Jane Nelsen é que todo ser humano precisa se sentir aceito, útil e importante.
Essas são as necessidades básicas de todos os seres humanos que não podem deixar
de serem consideradas na educação infantil.

Quando você tem essas necessidades básicas definitivamente atendidas a sua


tendência é se comportar no seu máximo potencial e dar o seu melhor para o mundo,
ou seja, mesmo você adulta é capaz de vivenciar e experimentar isso no seu trabalho,
nos seus relacionamentos, etc.

Na medida que essas necessidades são


atendidas, a criança consegue agir
melhor porque suas ações são resposta
à forma como se sente e é tratada. Por
tanto não é sobre punir um mau
comportamento é sobre identificar as
necessidades que precisam ser
atendidas para que o seu
comportamento melhore.

Parte do aprendizado de uma criança pequena é identificar o que ela sente dentro
dela. Ela precisa compreender as emoções que vem de dentro e para isso seus pais

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serão um parâmetro importante. São referências de humanidade para onde a criança
vai caminhar.

Não é sobre não sentir, é sobre reagir da melhor forma a partir do sentimento. e os
pais devem ajudar a criança sendo exemplo de como lidar com esses sentimentos.

Na Disciplina Positiva encontramos um respaldo e um passo a passo para essa prática


firme e gentil. Porque tudo que a gente conquista vem através da prática constante e
consistente.

É muito importante ressaltar que a Disciplina Positiva não se baseia em permitir que a
criança decida o que é melhor para ela, os pais continuam sendo a autoridade, mas
não precisam agir de forma autoritária para que as regras e limites sejam observados.

Sobre a Disciplina Positiva

Disciplina Positiva é um programa baseado no trabalho de Alfred Adler e Rudolf


Dreikurs que tem como objetivo encorajar crianças e adolescentes, casais e
colaboradores das empresas a tornarem-se responsáveis, respeitosos, resilientes e
com recursos para solucionarem problemas por toda a vida.

Disciplina Positiva é baseada nos livros da série escritos pela Dra. Jane Nelsen e
diversos co-autores (Lynn Lott, Cheryl Erwin, entre outros), ensina habilidades sociais
e de vida para crianças, adolescentes e adultos.

Pesquisas recentes atestam que as crianças são "programadas" desde o nascimento


para estabelecerem conexões com os outros, e que crianças que se sentem
conectadas à sua comunidade, família e escola tendem a apresentar menos
comportamentos inadequados.

As crianças precisam desenvolver habilidades de vida ao longo da vida com o intuito


de se tornarem adultos bem-sucedidos. Definimos o termo “bem-sucedidos” da
seguinte maneira: cidadãos felizes e contribuintes para o bem de sua comunidade.

Disciplina Positiva baseia-se no conceito de que disciplina pode ser ensinada com
firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem punição, castigo ou recompensa. Esta
filosofia apresenta o caminho do meio entre o autoritarismo e a permissividade,
resultando em mais de 50 ferramentas para nos ajudar a desenvolver as habilidades
que tanto queremos para construir relacionamentos mais saudáveis.

Quando usamos as ferramentas de Disciplina Positiva o dia se torna mais harmonioso,


sendo mais prazeroso se relacionar com todos os que nos cercam. Uma das

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ferramentas em Disciplina Positiva é que os "erros são ótimas oportunidades de
aprendizagem". Todos aprendemos observando. Os adultos podem e irão errar, mas
aprenderão ferramentas para reparar seus erros e focar em soluções.

“Assim como as crianças precisam de treinamento, os pais também precisam ser


treinados. O treinamento consiste em aprender novas respostas às provocações das
crianças, e que pode levar a novas atitudes e abrir novos caminhos onde florescem
relacionamentos harmoniosos.”

Rudolf Dreikurs

Comportamento Humano: Duas filosofias opostas

Práticas Dominantes e Abordagem em Disciplina


Tradicionais Positiva
(em escolas e lares (foco na solução de problemas)
americanas)

Fundadores teóricos Prática comum de Pavlov, Adler, Dreikurs, Glasser, Jane


Thorndike, Skinner Nelsen, Lynn Lott, Dinkmeyer

O que motiva o Pessoas respondem quando Pessoas procuram desenvolver


comportamento? recebem recompensas e o senso de aceitação (conexão)
punição no seu ambiente e importância (significado) no
seu contexto social

Em que momento mais No momento em que um Isto acontece constantemente


influenciamos o comportamento específico no relacionamento que é
comportamento dos está ocorrendo fundado em respeito mútuo
outros?

Qual a ferramenta mais Controle, recompensas, e Empatia, entendimento da


poderosa para os punições perspectiva da outra pessoa,
adultos? colaboração na resolução do
problema, gentil e firme (ao
mesmo tempo) e fazer
acompanhamento do que foi
previamente combinado pelas
partes

"Respeito" é . . . ...obediência e observância ...mútuo, em relacionamentos


nos relacionamentos, nos nos quais cada pessoa tem
quais dignidade e respeito ao direitos iguais à dignidade e ao
adulto são primordiais respeito

Resposta à um Censura, isolamento, punição Identifica-se o comportamento


comportamento sem a necessidade de humilhar
inapropriado ou culpar, foca em soluções, faz
o acompanhamento do que foi

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mutuamente combinado,
endereça a crença por trás do
comportamento

Resposta à Censura, isolamento, punição Acompanhamento honesto


comportamentos sobre o que foi previamente
perigosos e destrutivos combinado sem interferir no
que a pessoa está
experimentando como resultado
da sua escolha ou suas ações

Aprendizado é O adulto tem controle efetivo A criança desenvolve um senso


maximizado quando. . . sobre o comportamento da de aceitação e contribuição em
criança sua família
Fonte: https://pdabrasil.org.br/index.php/a-pda/o-que-e-disciplina-positiva

Jane Nelsen

Jane Nelsen é autora da série de livros sobre Disciplina Positiva


e co-fundadora de um programa mundial de treinamento que
certificou milhares de Facilitadores de Disciplina Positiva em
mais de 70 países. O livro original, escrito em 1981, foi o
produto da profunda gratidão de Jane pelas mudanças que ela
foi capaz de fazer como mãe de 7 filhos depois de aprender a
filosofia de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs em seu curso de
faculdade em Desenvolvimento Infantil e Relações Familiares.

Jane continua a inspirar pessoas ao redor do mundo com seus


exemplos práticos de como criar e manter relacionamentos de
respeito na vida. Ela agora é a avó de 22 e a bisavó de 15 e está aumentando.

Alfred Adler

Alfred Adler (1870-1937) nasceu em Viena e passou lá grande


parte de sua vida. Atraído pelas pesquisas de Freud no campo da
etiologia da histeria e das neuroses, Alfred Adler orientou seus
estudos para a neuropsiquiatria a partir de 1901. Já em 1902
integrava o grupo psicanalítico de Freud, sem aceitar a
importância que o criador da psicanálise atribuia aos fatores
sexuais. Em 1911, ele renunciou como presidente da Sociedade
Psicanalítica de Viena e continuou o desenvolvimento de sua
própria teoria do desenvolvimento socialmente consciente. Sua
teoria da personalidade postulou um empenho por auto-estima e
tentativa de superar um sentimento de inferioridade. A ideia

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básica da doutrina de Adler é a tendência do indivíduo para compensar o sentimento
de inferioridade, reforçada por uma agressividade inata.

Rudolf Dreikurs

Rudolf Dreikurs (1897 - 1972) nasceu em Viena e se tornou


psiquiatra e educador. Dreikurs desenvolveu o sistema de
psicologia individual de Alfred Adler em método pragmático
para compreender as razões que motivam o comportamento
repreensível em crianças e para estimular um comportamento
de cooperação sem punição ou recompensa.

Referência Bibliográfica

NELSEN, Jane. Disciplina positiva. 3 ed. Barueri: Manole, 2015.

ADLER, Alfred. A ciência da natureza humana. Nacional,1967 (O arquivo em PDF deste


livro está disponível na plataforma do curso)

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Atuação com o olhar da Visão Sistêmica Familiar
O conhecimento sobre a filosofia da visão sistêmica familiar mudou muito minha
forma de atuar e o meu olhar profundo para as relações familiares que acontecem
dentro de um mesmo núcleo. Trouxe uma prática muito coerente com a que já abordei
neste módulo.

Ela aprofunda e traz uma visão sobre o desenvolvimento humano, buscando auxiliar a
compreensão sobre a influência das relações dentro de um mesmo núcleo familiar,
considerando inclusive a ordem e posição destes familiares.

Para a Antroposofia uma criança de até sete anos se liga espiritualmente a sua mãe
por laços invisíveis. Seu corpo etérico se nutre do corpo etérico da sua mãe. E a visão
sistêmica familiar busca explicar essa mesma dinâmica que acontece entre pais e
filhos. Informa que essa relação é regida por leis da natureza que atuam sobre cada
sistema, quer você tenha consciência sobre elas, ou não.

A visão sistêmica foi concebida por Bert Hellinger e trouxe com clareza o
conhecimento de que a criança herda não só os aspectos físicos e genéticos de seus
pais, mas também os laços invisíveis de questões não resolvidas em gerações
anteriores. Tudo isso é herdado pela criança e pode explicar muito do que acontece
dentro da família.

Traz um conhecimento sobre a ligação entre familiares e os desafios que eles


vivenciam. Muitas vezes a criança está através do seu mau comportamento está
expondo um sentimento do pai ou da mãe, note que quando você fica ansiosa o seu
filho também fica. Aquilo que é compreendido e sentido pelos pais reverbera na
criança.

A criança traz à tona algo que precisa ser resolvido naquela família. Um conceito que
utilizo amplamente em todo meu conteúdo é a da ordem de prioridade da família.

É muito comum perceber os impactos nas relações familiares e dos efeitos sobre cada
indivíduo, quando os pais colocam a criança como centro da família: a mãe olha para
a criança, o pai olha para a criança. Ambos deixam de se olhar como casal e muitas
vezes não olham mais para si.

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Nesses casos é muito importante a sua observação sobre a dinâmica familiar e da
prioridade que cada um dá a si e aos demais. Você vai ver: mães que não se cuidam
mais e que por isso não tem mais sua energia vital, já não sabem mais como se
cuidar ou voltar a se priorizar. E seu papel na condução dessas situações é lembrar a
essa família que primeiro a gente cuida de si e depois cuida do relacionamento.
Porque um relacionamento saudável recai sobre a criança e lhe traz segurança e amor
para se desenvolver. Com isso fica mais fácil compreender que o contexto familiar em
que a criança está inserida importa profundamente e você poderá ajudar a organizar
melhor essa ordem e como estão os laços familiares.

Bert Hellinger

Bert Hellinger nasceu em 1925, na


Alemanha, numa família católica com
muitos filhos, no período entre as duas
guerras mundiais, diante de um
contexto econômico e social muito
difícil. Aos 10 anos foi estudar em um
Monastério Católico Escolar.

Com a eclosão da 2ª Guerra mundial


foi recrutado para guerra e logo
capturado pelas tropas americanas
passando um ano como prisioneiro na
Bélgica, em um campo de concentração. Conseguiu escapar e retornar para Berlim
onde serviu em uma ordem Missionária Católica, sendo enviado para África do Sul.

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Na África do Sul se envolveu com a tribo Zulu, aprendendo com a tribo, entre outras
coisas, o grande respeito que possuíam por seus pais, a forma como as mães
tratavam suas crianças e o fato de haver poucos conflitos familiares.

Permaneceu na África por 16 anos, se formou em Educação pela Universidade da


África do Sul e chegou a ser o administrador responsável por mais de 150 escolas da
diocese.

Nos anos 60, entrou em contato com grupos de estudos onde começou a perceber a
fenomenologia como fonte de conhecimento. Neste período ele saiu do seu trabalho
como missionário e como padre. E no começo dos anos 70, estudou psicanálise em
Viena, completando os estudos em Munique.

Em 73, foi para os EUA estudar com Arthur Janov a Terapia Primal. Também encontrou
em Eric Berne e sua Análise Transacional algumas bases que mais tarde serviriam
para o insight da Constelação Familiar.

Aos 70 anos, ainda não havia escrito nenhum dos livros que conhecemos hoje. Então,
por um convite de Gunthard Weber, psiquiatra alemão, gravou e transcreveu uma
série de workshops que se tornou seu primeiro livro.

As descobertas de Bert Hellinger nos permitem enxergar os relacionamentos humanos


de uma outra forma: através da compreensão desses princípios, encontrar soluções
para conflitos familiares, pessoais e profissionais que pensávamos não existir mais.

Fonte: https://iperoxo.com/2017/06/27/era-uma-vez-um-alemao-bert-hellinger/

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Atuação com o olhar do Mindfulness
Mindfulness é um nome muito lindo para algo muito simples, e ao mesmo tempo,
desafiador de ser aplicado nos dias de hoje - estar presente no agora. Um dos
grandes fatores que impedem um desenvolvimento infantil saudável é a pressa em
que vivemos.

Nós vivemos numa realidade bem diferente das gerações anteriores, estamos
atualmente diante de muitos recursos eletrônicos que estimulam nossa mente,
vivemos dinâmicas do cotidiano que nos exigem muito. E você precisa entender o
quanto essa dinâmica de comportamento influencia o comportamento das crianças.

Será que esses pais estão conseguindo verdadeiramente se conectar com as crianças?
Como será que a dinâmica do dia a dia está interferindo ou impactando essa criança?
Essas são só algumas das perguntas que você fará para conseguir compreender
melhor o contexto, quando for atuar junto às famílias.

A conexão é invisível e forte e sem o estado de presença não é possível se conectar


com o outro, e principalmente compreender o que uma criança precisa. Quando você
estiver em contato com o outro é também necessário estar presente consigo mesma.

Você verá que é muito comum que as queixas sobre as rotinas familiares nos cuidados
com os filhos tenham como uma das causas, a falta de presença. Você poderá
perceber se o responsável pela criança está fazendo tudo no estado de presença ou no
piloto automático, como uma programação. Se os pais, ou responsáveis, não estão se
conectando às crianças durante as atividades com a crianças, não há como evitar o
estresse na condução dessa rotina.

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O Mindfulness é uma prática laica secular, não é religiosa e tem uma sólida base
científica. É sobre a sua capacidade de perceber seus pensamentos e continuar
presente.

Praticar o mindfullness não é aprender a não pensar


em nada, é aprender a identificar quando os seus
pensamentos estão vindo e atrapalhando sua
conexão no momento da ação.

Lembre-se! Você também precisa estar


verdadeiramente presente quando está estudando,
atendendo, falando ou observando.

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Atuação com o olhar da Neurociência
Todo método precisa de embasamento. Assim como venho falando sobre como unir a
consciência de que somos seres espirituais vivendo com a ciência. A ciência é uma
base extremamente importante para sua atuação.

Muitos pais sabem tudo sobre o corpinho de seus filhos, mas não conhecem
absolutamente nada sobre o cérebro e seu papel no desenvolvimento da criança.

Por que é tão importante saber sobre isso?

Porque pais podem acabar criando expectativas equivocadas a respeito de seus filhos,
exigindo maturidade que não são compatíveis com a sua idade, por exemplo. E
deixando de assumir a responsabilidade na condução de processos importantes para o
seu desenvolvimento neurológico.

E é a partir do estudo da neurociência que a gente compreende melhor como ocorrem


os pensamentos, ações conscientes e reações automáticas. É justamente o que
acontece no cérebro que determina como a criança aprende a se comportar, a tomar
decisões, a identificar suas emoções e sentimentos, a aprender habilidades sociais, a
processar conhecimentos, etc.

O cérebro comanda a vida dela em termos práticos e materiais, é inclusive durante os


primeiros sete anos de vida que a base neural dessas conexões feitas no cérebro é
construída pela primeira vez. E a educação e as experiências vivenciadas por ela vão
influenciar diretamente essas conexões. É sabido, inclusive, que nos primeiros 1000

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dias das crianças acontecem as maiores conexões neurais, essas sinapses nunca mais
serão tão intensas na vida.

O resultado dessas conexões feitas pelo cérebro da criança influenciarão diretamente


a forma como ela vê o mundo, formando uma espécie de lente. Por exemplo: uma
criança que vive num lar autoritário e rígido criará sinapses diferentes de uma criança
que vive num ambiente com mais segurança emocional e afetividade.

São os resultados dessas conexões que influenciam seus comportamentos e


habilidades na vida adulta.

Cada parte do cérebro tem sua função, basicamente podemos dizer que o lado
esquerdo é responsável pelo raciocínio lógico, pela tomada de decisão do indivíduo. O
lado direito processa os sinais não verbais, as emoções e sensações. E lá dentro do
cérebro temos o cérebro reptiliano que é responsável por nosso instinto de
sobrevivência , responsável pelos reflexos de proteção e ação no intuito de sobreviver.
É justamente esta última parte do cérebro que é acionada quando uma criança faz
birra, e para conseguir que ela compreenda o que você precisa ensinar será preciso
primeiro equilibrar sua sobrevivência, emoção e razão.

Referências Bibliográficas

SIEGEL, Daniel J.; BRYSON, Tina P. O cérebro da criança. 1 ed. São Paulo: nVersos,
2015.

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Como unir tudo isso
Agora vamos dar uma olhada geral para como tudo isso funciona em conjunto.

Em primeiro lugar quero que você tenha clareza de que nem sempre você vai usar
todos os fundamentos num único curso, num único atendimento, uma mentoria ou
avaliação.

Você vai usar os fundamentos de forma integrativa, como um todo. Não para buscar
uma solução para tudo que encontrar na sua atuação profissional, mas para conseguir
fazer as perguntas corretas na condução da família e conduzir o que for preciso em
conjunto.

Será preciso compreender não só os desafios, mas o nível de consciência dos


envolvidos, quais são os aspectos fundamentais trazidos até você. E caberá a você
descobrir com sua intuição e sensibilidade como abordar o que realmente importa
para a necessidade da criança.

O objetivo geral é levar as famílias a se conectarem, compreenderem melhor seus


próprios desafios. Quando nos aprofundarmos em cada uma das abordagens você
perceberá como elas conversam entre si, dão nomes diferentes para as mesmas
situações e convergem para uma mudança positiva na forma das crianças se
desenvolverem.

Que você possa ser esse portal para uma educação firme e gentil. Nos próximos
módulos vamos nos aprofundar em cada uma dessas filosofias.

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