ANDR LUIZ JAWORIWSKI CAMILA DA SILVA ROCHA MAYRA ROBERTA DE ARAUJO BUENO

PORTFLIO DA CULTURA DA CANA-DE-ACCAR

Trabalho apresentado para avaliao da Disciplina de Agricultura 1, Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo,Curso de Engenharia Agronmica, Setor de Cincias Agrrias daUniversidade Federal do Paran. Professor: EdelclaitonDaros.

CURITIBA 2011

Questes
1- Em sua opinio, quais as perspectivas da cultura da cana-de-acar, no estado do Paran. O plantio da cana de acar tem sido bastante visado no Brasil, devido a sua utilizao para a produo do etanol. O Paran como segundo maior produtor do Brasil, tem uma chance de aumentar sua produtividade ainda mais principalmente visando ampliar o mercado externo. A expectativa brasileira de um aumento nas exportaes do etanol traz para o Paran uma grande oportunidade para expandir este mercado. 2- Explique o ciclo de desenvolvimento de uma planta, quando realizamos o plantio de cana-de-ano e cana-de-ano e meio. - Cana-de-ano: perodo de agosto /meados de novembro Vantagens: retorno financeiro mais rpido; menor tempo sem utilizar o solo; atender aumento da demanda de matria prima; condies climticas favorveis. Desvantagens: exigncia em solo (12 meses para cana-planta); variedades adequadas no florferas; bom nvel de manejo; rapidez nas operaes de preparo do solo (que coincidem com as atividades de colheita, mais mo de obra); condies climticas favorveis tambm para as plantas daninhas; ocorrncia de geadas. - Cana-de-ano e meio: perodo de janeiro/ meados de abril Vantagens: poca de plantio com boas condies de umidade e temperatura, sem chuvas pesadas; brotao rpida (evitando ataque de fungos nos toletes); melhor eficincia dos tratos culturais, devido diminuio da infestao das plantas daninhas no perodo do inverno; a cana inicia seu desenvolvimento em poca favorvel de maio a agosto permanece em repouso, em seguida, tem sete meses para vegetar, alongar e acumular sacarose e por ocasio do prximo inverno atingir a maturao. Desvantagens: maior tempo para retorno financeiro, maior tempo com solo sem produzir. 3- Justifique o uso de mudas sadias, no plantio de cana- de-acar. A utilizao de mudas sadias em cana importante levando os aspectos culturais, fitossanitrios e estratgicos em considerao. 4- Descreva as operaes de um plantio manual de cana. No plantio manual da cana primeiramente as mudas so distribudas no campo, depois ocorre o corte em toletes das mudas e a cobertura dos toletes no fechamento do sulco. - Plantio manual de monte: a muda distribuda no campo (a cada 15m.) , e posteriormente a equipe entra plantando.

- Plantio manual de banqueta/caminho: a distribuio da muda no campo acompanha o descarregamento do caminho. 5- A finalidade do uso de maturador alongar o PUI inibir o florescimento e gerenciar colheita. Justifique. Os maturadores so produtos qumicos que tem a prioridade de paralisar o desenvolvimento da cana induzindo a translocao e o armazenamento dos acares. Vem sendo utilizados como um instrumento auxiliar no planejamento da colheita e no manejo varietal. Muitos compostos apresentam ainda ao dessecante, favorecendo a queima e diminuindo as impurezas vegetais. H uma ao inibidora do florescimento em alguns casos, viabilizando a utilizao de variedades com este comportamento. 6- Discuta a expresso A CANA ACABA COM O SOLO. A cana de acar possui um sistema de razes diferenciado em relao a explorao das camadas mais profundas do solo, quando comparado com o sistema radicular das demais culturas. O sistema de razes da cana desenvolvese em maior profundidade, e assim para ter uma estreita relao com o pH, saturao por bases, percentagem de Al e teores de Ca nas camadas mais profundas do solo. E estes fatores, por sua vez, esto correlacionados com a produtividade alcanada, sobre tudo, em solos de baixa fertilidade e menos capacidade de reteno de umidade. evidente que para obter produtividade satisfatria necessrio recuperar a fertilidade do solo, tanto nas camadas superficiais como nas mais profundas, quando estes no apresentarem condies ideais para o cultivo da cana. 7- Explique com suas palavras como fao o tratamento trmico de cana para obter qualidade de muda. O tratamento trmico, cujo custo bastante acessvel, pode ser feito em minitoletes ou em gemas isoladas com o objetivo de controlar o raquitismo da soqueira. O tratamento consiste em submeter os colmos a uma temperatura de 50,5 graus Celsius, por duas horas. Todas as recomendaes tcnicas devem ser criteriosamente observadas sob risco de incidncias de doena ou deteriorao das mudas em formao no viveiro. A termoterapia pode ser realizada de varias formas, sendo que os tratamentos mais utilizados so: de toletes de diversas gemas ao mesmo tempo e de gemas isoladas. 8- Explique o significa censo varietal de uma usina. Censo Varietal o censo levando da porcentagem de variedades de cana plantadas em uma determinada regio. 9- Descreva as operaes de um plantio mecanizado de cana. -Plantio mecanizado em cana inteira: sulca, aduba, trato o tolete e o solo e cobre.

-Plantio mecanizado muda picada: corte da muda, sulca, aduba, trato o solo e cobre o tolete. 10- A densidade de gemas por metro funo da muda, poca de plantio e variedade. Explique. A quantidade de gemas as serem colocadas por metro linear de sulco, por ocasio do plantio, dependente da variedade e da qualidade da muda. 11- Explique porque no plantio manual da cana recomenda-se o corte do colmo em pedaos de 3 a 4 gemas. Este procedimento permite maior rendimento de trabalho e evita a dominncia apical. A densidade do plantio em torno de 12 gemas por metro linear de sulco, que, dependendo da variedade e do seu desenvolvimento vegetativo, corresponde a um gasto de 7-10 toneladas por hectare. Os toletes so cobertos com uma camada de terra de 7cm, devendo ser ligeiramente compactada. 12- Em relao ao ambiente solo cite os inconvenientes para a cana no Paran. Solos profundos, bem estruturados, frteis e com boa capacidade de reteno so os ideais para a cana-de-acar. Solos rasos, isto , com camada impermevel superficial ou mal drenados, no devem ser indicados para a canade-acar. 13- Explique como ocorre o processo de maturao da cana. - Maturao Fisiolgica da Cana: O processo de maturao fisiolgica na cana-de-acar consiste em frear a taxa de desenvolvimento vegetativo sem afetar o processo fotossinttico de maneira que haja saldo de produtos fotossintetizados os quais sero transformados em sacarose para armazenamento nos tecidos. 14- No plantio manual dos colmos no suco usa-se colocar p com ponta. Justifique. Os toletes inteiros devem ser distribudos uniformemente no sulco, efetuandose a transposio das canas, chamados p com ponta, sempre cruzando a ponta do colmo anterior com o p do seguinte e picados. Aps a distribuio, os colmos devem ser cortados no sulco, deixando sempre de 3 a 4 gemas em cada tolete. 15- Explique o CHOCHAMENTO na cana. O chochamento tem inicio com a ocorrncia do processo de florescimento e se caracteriza pelo secamento do interior do colmo e perda de peso final, oriunda da reduo do volume do caldo. A depender da variedade e da condio ambiental que ela est submetida, a intensidade dos processos varivel, bem como a intensidade dos problemas advindos desses fenmenos (Salata & Ferreira, 1977; Deuber, 1988). Entretanto, a ocorrncia da brotao lateral pode implicar a queda da qualidade tecnolgica dos colmos, uma vez que a formao

desses brotos tardios mobiliza considervel quantidade de energia da planta, em contrapartida ao processo de acumulo de sacarose. 16- Quais as condies indutivas para o florescimento da cana. Vantagens e desvantagens. Fotoperiodo, temperatura, umidade, poca de plantio x variedade, topografia e inibidores de crescimento. 17- Em funo da morfologia da planta cana, estabelea um idetipo de planta ideal. A planta ideal de cana deve ter entre outras caractersticas, principalmente, produtividade agrcola elevada, alto teor de sacarose, precocidade de maturao, longo perodo de industrializao, boa brotao, florescimento no excessivo, baixo ndice de tombamento, facilidade de colheita mecnica, resistncias a pragas e doenas. 18- O que afeta a brotao da cana. poca de corte x clima x manejo varietal, gentica, transito de maquinas e caminhes, tratos culturais (subsolagem, adubao), espaamento. Comea de 7 a 10 dias e geralmente dura ao redor de 30 a 35 dias. Influenciada por fatores externos (umidade, temperatura e aerao do solo) e internos (sade, umidade da gema, nutrientes.). 19- Caracterize um colmo de cana-de-acar. constitudo por um cilindro cheio e fibroso, com espaos livres entre os vasos vasculares ocupados por um tecido parenquimtico com clulas ricas em acar. dividido em ns e entrens, seu comprimento pode oscilar entre 2,0 e 5,0 m. O dimetro varia de 2,0 a 5,0 cm e a distancia dos nos de 5,0 a 22 cm. A cor muda de acordo com a maturao, variedade, insolao e condies do solo. 20- Os fatores: planta, ambiente e manejo influenciam o perfilhamento da cana. Explique. -Planta: as diferentes espcies tem maior ou menor capacidade de perfilhamento, Saccharum Spontaneum e S.robustum tem maior capacidade de perfilhamento. -Ambiente: quantidade de radiao solar, temperatura, umidade e aerao do solo e vento, em quantidades ideais/adequadas favorecem o perfilhamento. -Manejo: adubao, segundo as exigncias da cultura, espaamento e densidade, poca de plantio e corte tambm contribuem para o perfilhamento. 21- Caracterize declnio varietal e declnio ambiental, na cultura da cana- deacar. -Declnio varietal: perda do rendimento esperado da variedade em decorrncia principalmente da disseminao de doenas, diminuindo a vida do cultivar no campo.

-Declnio ambiental: perda de rendimento decorrente das situaes/ condies do ambiente (solo, clima, manejo) inadequado, resultando em perdas econmicas. 22- Explique o processo de multiplicao rpida quebra - quebra. Procedimentos: - Estgio da cana ,com 3 a 5 interndios - Se segura com uma mo s folhas e com outra o palmito/colmo, quebrando o colmo na base da planta; - So colocados no sulco de plantio sem despalha ou desponte (p no incio do palmito da cana anterior); - Cobrimento no sentido p-ponta, para evitar o arrepiamento das mudas no sulco. Possibilita um fator de multiplicao de mudas de 1:30 ou 1:40 em 12-14 meses. Cuidados extras. 23- Quais os efeitos do florescimento na cana-de-acar. - Diminui tonelagem de cana e sacarose; - Diminui Brix; diminui Pol%; - Diminui Pureza; Efeito: 6 entrens superiores - Aumenta Isoporizao. 24- Explique o processo de multiplicao rpida por gema individual, na produo de mudas. Procedimentos: - Estgio da cana, com 8 a 12 gemas; - Despalha a cana com a mo; - Corte do colmo no meio do entre-n. O ponteiro da cana at a gema apical pode ser plantado, em sulco separado; - Coloca-los em sacos plsticos e umedecidos com gua, fechar o saco e colocalo em local com temperatura alta; Aps alguns dias as gemas viveis iro germinar, podendo em seguida ser levadas ao campo, para plantio, com espaamento entre sulcos de 1,40 metros e entre gemas brotadas de 0,50 metros, cobrindo-se com 3 a 4 cm de terra. Possibilita um fator de multiplicao de mudas de 1:30 ou 1:40 em 12-14 meses. Cuidados extras. 25- Qual critrio deve utilizar no manejo de variedades em uma Unidade, para sua recomendao de plantio. Deve-se saber em qual poca deve-se plantar cada variedade, ou seja, saber se a cultivar precoce (inicio de safra), mdias (meio de safra) e tardias (final de safra).

 Resumo das Aulas Aula 1: 29/11/2011

Temas: Situao da cultura, Morfologia da cana- de- acar, Descritores da cana-deacar, Fisiologia da cana-de-acar, Produo de mudas, Manejos das plantas daninhas em cana de acar, Manejo de variedades em reas de geadas, Manejo de variedades.
A agricultura brasileira desempenha um importante papel no desenvolvimento do Pas, gerando emprego, renda e divisas. Nesse contexto est inserida a cana-de-acar, matriaprima para a fabricao do acar e do lcool, alm de outros subprodutos, tendo nos colocado como lder mundial do setor. A cana-de-acar est ligada diretamente prpria histria e desenvolvimento do Brasil. A cana-de-acar se desenvolve caracteristicamente em forma de touceira. Possui, como a maioria das espcies, uma parte area formada por colmos, folhas e inflorescncias, e uma outra subterrnea, constituda de razes e rizomas. As razes so fasciculadas, podendo atingir at 4 m de profundidade. A maior concentrao delas (85%) situa-se nos primeiros 50 cm e, entre os primeiros 20-30 cm, verificam-se 60% das mesmas. Os rizomas possuem ndios, interndios e gemas. Estas so responsveis pelo aparecimento dos perfilhos, formados na touceira, caracterstica tambm de outras gramneas. So os rizomas que iro brotar, aps a colheita, dando origem s novas touceiras tanto da soca como da ressoca. A cultura da cana necessita de grandes quantidades de gua para suprir as suas necessidades hdricas, uma vez que somente 30% do seu peso representado pela matria seca e 70%, pela gua.

Aula 2: 06/12/2011
Temas: Pragas da cana- de- acar, Avaliao tecnolgica da cana-de-acar, Manejo da lavoura, Adubao na cana-de-acar, Doenas em cana-de-acar, Colheita manual em cana, Manejo da colheita mecanizada.

Analise Critica:

A cultura da cana-de-acar nos foi apresentada pelo doutourando Joao Carlos de forma bem didtica, nos possibilitando um aprendizado satisfatrio sobre essa cultura de grande importncia em nosso estado e no Brasil, sendo que foi uma das primeiras culturas introduzidas em nosso pas para a produo de acar, porem hoje em dia a produo de etanol comporta quase metade da produo total, sendo que a diviso entre estes dois subprodutos depende muito do preo individual, ento h anos em que produzido mais acar ou mais etanol.

Matrias sobre a cultura da Cana- de- acar

1)

Preo da cana-de-acar anima produtores nesta safra:

A safra de cana deve ser maior este ano e os agricultores esto satisfeitos. O Globo Rural foi ver a situao em So Paulo, em Mato Grosso e no Paran. No estado de So Paulo a safra comeou h um ms e meio e as 180 usinas paulistas trabalham a todo o vapor. A colheita este ano deve ultrapassar 354 milhes de toneladas. O volume 2% do que o registrado em 2010. A chuva abaixo da mdia no final do ano passado interferiu no desenvolvimento da cana para esta safra. Tambm teve o motivo financeiro. Houve falta de investimento em renovao dos canaviais nos ltimos anos. Quanto mais velho o estgio de corte, menor a produtividade. Os produtores que investiram no canavial esto otimistas. O agricultor Breno Fonto tem uma rea de 200 hectares prestes a ser colhida. Ele espera receber de R$ 45 a R$ 50 por tonelada. um valor 12% do que o recebido na safra passada. Com essa melhora de preo as prximas safras sero bem melhores. Ns vamos ter condio de investir em defensivos e em maior quantidade de adubo para que a produo seja melhor, justifica Fonto. O estado de So Paulo responde por 55% da produo nacional. Mesmo com a reduo na produo paulista, a safra brasileira dever crescer cerca de 3% em relao anterior. O motivo a boa produtividade nos outros estados. o caso de Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul est entre os cinco estados que mais produzem cana-de-acar. Tradicionalmente, a maior parte da safra destinada produo de etanol. Neste incio de safra, os produtores colheram cinco milhes de toneladas de cana. Isso representa mais de 10% da safra. O agricultor Janes Aires est contente com o crescimento do setor. A remunerao paga pela indstria est bem maior do que nas safras anteriores. "A cana hoje um bom momento. Pagam um bom valor pela cana. Ento, o proprietrio ganha mais, explica. Em todo estado do Paran so 670 mil hectares plantados com cana. A maior parte destinada produo de acar. A atividade canavieira est presente em cerca de 140 municpios do estado, gerando 85 mil postos de trabalho diretos e 500 mil indiretos. A fazenda do agricultor Alcindo de Souza Franco fica em Mirador, no noroeste do Paran, e mostra bem a realidade do estado. H muito otimismo com a safra 2011. O resultado financeiro muito bom. A cana est girando por mais de R$ 40 a tonelada. Eu acho que est muito bom para o produtor da cana, justifica. O preo da cana-de-acar, na lavoura, acompanhou a valorizao do acar e do etanol. O aumento da demanda por esses produtos, no mercado interno e externo, provocou essa alta de preos em comparao a maio do ano passado.

2)

Cana-de-acar fertiliza sua prpria terra

A mecanizao da colheita de cana-de-acar, imposta para evitar que os incndios nos canaviais continuassem contaminando o ar, melhorou o solo das regies canavieiras do Estado de So Paulo, o que mais produz acar e etanol no Brasil. Tradicionalmente, a palha da planta Saccharum officinarum queimada para facilitar o trabalho dos cortadores de cana. Agora fica no solo, fertilizando, mantendo sua umidade e evitando a eroso. Este resduo vegetal deixa em cada hectare cerca de 45 quilos de potssio, disse ao Terramrica o agrnomo Gustavo Nogueira, gerente tcnico da Associao dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de So Paulo (Canaoeste). Os produtores esto obrigados a acabar com as queimadas at

2014 nas plancies paulistas, forando a mecanizao que j chega a 70% dessa monocultura. A legislao concede uma tolerncia at 2017 para as terras em declives superiores a 12 graus, que impede o trabalho das atuais colheitadeiras. Nas reas onde a colheita mecnica foi implantada h algum tempo, h canaviais produtivos por sete ou oito anos, quando o usual so cinco, afirmou Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, uma organizao que, apesar do nome, tem sua sede e a maioria de seus scios no nordeste do Estado. A palha recupera a microflora do solo e pode aumentar para 12 a 15 anos a longevidade da cana, tornando-a quase perene. Um resultado fantstico, disse Manoel ao Terramrica em seu escritrio em Sertozinho, cidade onde os produtores de cana controlam pelo menos trs quarteires com escritrios, sedes de cooperativas, supermercados e um posto de combustvel. Alm disso, muitos agricultores aproveitam a reforma anual de seus canaviais em quase um quinto de suas terras para plantar amendoim ou soja depois de retirar a cana velha e antes de plantar a nova. Assim promovem a fertilizao, j que essas oleaginosas fixam no solo o nitrognio que captam do ar. Em consequncia, o nordeste de So Paulo produz 80% do amendoim brasileiro, informou Gustavo. A histria da cana no Brasil matou dois coelhos com uma s cajadada, segundo Ccero Junqueira Franco, veterano fazendeiro e empresrio aucareiro. A produo nacional multiplicou por sete desde 1975, quando o governo decidiu obter lcool combustvel por razo econmica reduzir as caras importaes de petrleo -, mas seu grande efeito foi ambiental, afirmou. O etanol misturado gasolina elimina o chumbo desse derivado do petrleo, e isto melhora a qualidade do ar nas grandes cidades. Sem o lcool, So Paulo estaria sufocada em poluio, completou. Manoel Tavares, presidente da Associao Cultural Ecolgica Pau Brasil, considera um desastre a monocultura exclusiva de cana na Regio de Ribeiro Preto, que compreende 85 municpios, trs milhes de habitantes e 50 usinas aucareiras e alcooleiras no nordeste do Estado. Antes da implantao do Programa Nacional do lcool em 1975, as florestas cobriam 25% desta regio, e agora ocupam apenas 4%, o que altera o regime de chuvas, reduz a umidade e aumenta o calor, destacou o ambientalista, um agrnomo dedicado ao comrcio de mel que exporta principalmente para a sia. Manoel precisa buscar mel em outros Estados, j que a cana extinguiu a produo local, expulsando as abelhas. Ribeiro Preto tinha 2.500 colmeias h 30 anos, recordou. A regio, que era grande produtora de alimentos diversos, passou a ser importadora de arroz, feijo, leite, caf e hortalias, disse Manoel ao Terramrica. A cana, prosseguiu, provocou uma reforma agrria ao contrrio, com uma preocupante concentrao da terra em poucas mos e a excluso dos pequenos proprietrios. Alm disso, o lenol fretico regional e o Aqufero Guarani, fonte de gua para muitas cidades do Estado de So Paulo, esto ameaados pelos vazamentos de agrotxicos e vinhoto, lquido escuro que o principal dejeto da destilao do lcool, acrescentou Manoel. As autoridades ambientais j encontraram guas contaminadas, mas estes crimes ficam impunes pela conivncia dos rgos oficiais, acusou o ambientalista. Alm disso, as queimadas continuam e sua fuligem afeta a sade pblica.

3)

Minas ultrapassa o Paran na produo de cana-de-acar:

Minas Gerais vai se tornar o segundo maior produtor nacional de cana-deacar. Segundo os ltimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) sobre a safra 2009, o Estado ir produzir 53,9 milhes de toneladas e superar o Paran. Segundo o IBGE, nos ltimos dez anos, a produo de cana-de-acar em Minas Gerais triplicou. O Estado responde por 7,8% da produo nacional de cana. O levantamento leva em considerao a produo destinada indstria de acar, lcool, cachaa e rapadura. O plantio utilizado para alimentao animal no est includo no estudo. So Paulo continua na liderana brasileira da produo de cana-de-acar. A lista dos maiores produtores do Brasil tambm inclui Gois (4), Mato Grosso do Sul (5) e Alagoas (6). A produo de cana-de-acar em Minas Gerais vai crescer 12,6% em relao ao ano passado, enquanto na mdia nacional o aumento na produo estimado de 6,4%. Segundo o IBGE, a rea a ser colhida em Minas Gerais neste ano ir registrar um crescimento de 11,4% em relao safra passada, com um total de 677 mil hectares. O crescimento da rea do pas ser de 5,6%. Ao mesmo tempo que teremos um aumento da produo de cana-deacar, vamos registrar uma safra estvel de gros em relao ao ano passado. Isso mostra que as duas atividades no so concorrentes no Estado, explica o secretrio de Agricultura, Pecuria e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues. Segundo ele, nas regies como o Noroeste, Norte e Central, a rea plantada com gros aumentou, compensando a troca pela cana-de-acar em algumas reas de regies como o Tringulo Mineiro. Alm disso, temos 25 milhes de hectares com pastagens e uma parte delas est sendo usada para o plantio de canaviais%u201D, afirma o secretrio. Com exceo da Zona da Mata, todas as regies de Minas Gerais tero crescimento na produo de canade-acar, com destaque para o Centro-Oeste que vai apresentar um aumento de 24,7% na produo. O Tringulo Mineiro, que neste ano vai colher 34,5 milhes de toneladas, lidera a produo mineira. A regio concentra os cinco municpios com a maior produo do Estado: Uberaba, Conceio das Alagoas, Canpolis, Frutal e Ituiutaba. Segundo o Sindicato da Indstria do Acar e do lcool de Minas Gerais (Siamig/Sindacar), o Tringulo Mineiro concentra a maioria das usinas do Estado. So dezesseis em funcionamento e outras seis devem entrar em operao at o final de 2010.