Quem Não Lê Não Escreve - Texto
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É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do ensino médio (ou
seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do
idioma português. O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino,
professores e pais de alunos. Não é sem razão que os estudantes brasileiros tenham
reagido de forma tão contundente ao “Provão” instituído pelo Ministério da Educação, que
expõe o despreparo com que nossos alunos saem das universidades.
O problema apontado pela pesquisa, que inclui outras áreas do conhecimento, como a
matemática, poderia ser simplesmente atribuído, numa análise mais simplista e superficial, à
má qualidade do ensino público. O estudo, entretanto, também abrange os alunos das
escolas particulares, nas quais, em tese, pratica-se ensino de melhor nível. Fica claro que a
questão é mais abrangente e grave, merecendo a atenção de toda a sociedade e das
autoridades neste final de século. Seria ingenuidade, para não falar em omissão histórica,
imaginar que possamos conquistar o desenvolvimento sem preparar adequadamente
nossos jovens para um mundo em que a informação, em todas as áreas do conhecimento
humano, será um diferencial decisivo para delimitar o grau de independência e
competitividade dos países, empresas, instituições e, sobretudo, do indivíduo. Não basta
tecnologia de ponta, redução de custos, programas de qualidade e produtividade. Para
participar da globalização com vantagens competitivas, o Brasil precisa de valores humanos,
cujo talento, cultura, criatividade e preparo são requisitos fundamentais ao desenvolvimento.