NP2 Psicopatologia1

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

SINDROMES PSICOTICAS: As síndromes psicóticas caracterizam-se por experiências como alucinações e

delírios, desorganização marcante do pensamento e/ou do comportamento ou comportamento


catatônico/bizarro como fala e riso imotivados. Experiência intensa de estar sendo perseguido ou ameaçado
(por pessoas ou forças estranhas), assim como alterações evidentes na vida pessoal, familiar e social,
são frequentes nos quadros psicóticos. São condições, de modo geral, de acentuada gravidade.

Perspectivas Psicodinâmica,

Fenomenológica e Psiquiátrica.

• PSICODINÂMICA: ênfase à perda de contato com a realidade e/ou a distorções muito marcantes na
percepção e na relação com a realidade. O “teste de realidade”, que é a função do ego em avaliar e
julgar de modo objetivo o mundo externo, estaria gravemente prejudicada na psicose (tal visão tem
origem nas noções de Freud e de Bleuler de esquizofrenia);

• FENOMENOLÓGICA: alterações básicas na estrutura de experiências fundamentais, como as do espaço


e do tempo; Normalmente partimos de nós mesmos para dirigir nossa consciência em direção ao
mundo; na psicose, o mundo é que é percebido como se dirigindo ao sujeito;

• PSIQUIÁTRICA: psicose como presença de sintomas psicóticos (delírios, alucinações, desorganizações


marcantes de pensamento e comportamento);

A principal forma de psicose ou síndrome psicótica, por sua frequência e sua importância clínica, é,
certamente, a esquizofrenia

CONJUNTO DE SINTOMAS

• 1. Sintomas negativos; • 2. Sintomas positivos; • 3. Sintomas de desorganização; • 4. Sintomas


psicomotores/catatonia; • 5. Sintomas/prejuízos cognitivos; • 6. Sintomas de humor;

1. Sintomas negativos: caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade,
do pensamento, da linguagem etc.) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e
social do indivíduo. Os principais sintomas ditos negativos nas síndrome são: Distanciamento e
aplainamento afetivo ou afeto embotado, em graus variáveis até, em alguns casos, grave
embotamento afetivo; perda da capacidade de se sintonizar afetivamente com as pessoas, de
ter e/ou demonstrar ressonância afetiva no contato interpessoal. Um conjunto de alterações
que resultam em retração social ou associalidade. Assim, em decorrência de alterações nas
esferas afetivas (sobretudo apatia) e volitivas (abulia e redução do “drive”, do impulso para agir
socialmente), o indivíduo vai se isolando progressivamente do convívio social, havendo
restrição dos interesses. Alogia ou empobrecimento da linguagem e do pensamento, que se
constata pela diminuição da fluência verbal e pelo discurso empobrecido. Diminuição da
vontade (a volição), que se expressa geralmente por diminuição da iniciativa e por
hipopragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos
minimamente organizados que exijam iniciativa, motivação, organização e persistência.
Anedonia, diminuição da capacidade de experimentar e sentir prazer.
2. Sintomas positivos (síndrome positiva ou de sintomas produtivos) Diferentemente dos
sintomas negativos, que se manifestam principalmente pelas ausências e pelos déficits
psíquicos e comportamentais, os sintomas ditos positivos são manifestações novas, salientes,
do processo esquizofrênico. Os principais sintomas positivos são: Alucinações, que são
consideravelmente frequentes, mas também pode haver ilusões ou pseudoalucinações. O tipo
de alucinação mais frequente é a auditiva (alucinações audioverbais, ou seja, “vozes” que o
paciente ouve, geralmente com conteúdo de acusação, ameaça ou pejorativos), mas também pode
haver alucinações/ilusões visuais, táteis, gustativas (gosto de veneno nos alimentos) e/ou
olfativas (auto-ósmicas, sentir cheiro de pus ou de algo apodrecido dentro do abdome, sentir
cheiro de podre). Ideias delirantes (delírio), frequentemente de conteúdo persecutório,
autorreferentes ou de influência, mas pode haver delírios com outros conteúdos ou de outra
natureza. A duração, a abrangência, o grau de sistematização e a implicação de “tendência à
ação” dos delírios são bem variáveis. Os delírios e
as alucinações com conteúdo implausíveis, bizarros (eventos ou fatos praticamente impossíveis de
ocorrer), assim como não congruentes com o humor basal do paciente, são indicadores
robustos de esquizofrenia. Outras formas de distorção da realidade ou dificuldades com o teste
de realidade, como a presença de ideias muito deturpadas, marcadamente

3. SINTOMAS DE DESORGANIZAÇÃO: Pensamento progressivamente desorganizado, de leve


afrouxamento associações, passando por descarrilamento do pensamento até a total
desagregação e produção de um pensamento totalmente incompreensível, totalmente
incoerente. Nesses casos, geralmente é observada a fragmentação da progressão lógica do
discurso. Discurso que revela tangencialidade e Circunstancialidade em níveis não totalmente
desorganizados da linguagem/pensamento. A presença de neologismos eventualmente é
incluída aqui, mas pode também ser classificada junto aos sintomas positivos.

Comportamentos desorganizados e incompreensíveis, particularmente comportamentos


sociais e sexuais bizarros e inadequados, observados em vestimenta, adornos, aparência e
expressão geral bizarra.

Afeto inadequado, marcadamente ambivalente, incongruente e em descompasso franco entre


as esferas afetivas, ideativas e volitivas pode ser incluído como parte da síndrome de
desorganização. Tal incongruência ou desarmonia interna foi reiteradamente pensada como um
dos elementos centrais da esquizofrenia.

4. SINTOMAS PSICOMOTORES E CATATONIA: Estereotipias de movimento; Maneirismos; Posturas


Bizarras; Caretas; Catatonia: embora os pacientes apresentem o nível de consciência
preservado, podem revelar sintomas de estupor (diminuição marcante até ausência de atividade
psicomotora, com retenção da consciência, mutismo e negativismo; o paciente fica no leito,
parado, sem fazer nada, sem responder a solicitações, sem se alimentar e às vezes sem sair
para urinar ou defecar); Catalepsia: o paciente fica na posição que o colocam, mesmo em
posições dos membros contra a gravidade; Ecolalia e Ecopraxia: repetir palavras dos outros e
repetir atos dos outros, respectivamente; Agitação Psicomotora;

5. SINTOMAS COGNITIVOS: São particularmente importantes, pelas suas repercussões para a vida
social e socioafetiva do indivíduo, as alterações da cognição social. Aqui se verifica déficit em teoria
da mente (sistema de inferências ligado à compreensão de intenções, disposições e crenças dos
outros e de si mesmo). Também em relação à cognição social, observam-se dificuldades na
percepção e no gerenciamento de emoções (perceber e compreender as emoções a partir de
pistas faciais, tom de voz, gestos) e déficit na percepção social (compreender o contexto social,
decodificar e identificar dicas sociais de acordo com o ambiente). Por fim, a cognição social
pode estar prejudicada em relação ao viés ou estilo de atribuição, que é o modo como se
inferem as causas dos acontecimentos referentes às outras pessoas, a si mesmo ou a fatores
ambientais.

6. SINTOMAS DE HUMOR: • >> 1 Depressão: tristeza persistente, perda de interesse ou prazer, fadiga,
alterações no sono e no apetite, sentimento de culpa ou inutilidade, dificuldade de
concentração e ideação suicida. >> 2. Mania: humor elevado ou irritável, aumento da energia,
hiperatividade, pensamentos acelerados, falta de sono, comportamentos impulsivos,
grandiosidade e envolvimento em atividades de risco. >> 3. Ansiedade: preocupação excessiva,
inquietação, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade para relaxar, problemas de sono,
palpitações e sensação de falta de ar. >> 4. Irritabilidade: estado persistente de irritação ou
raiva sem motivo aparente, reações exageradas a situações cotidianas e dificuldade em
controlar explosões emocionais. >> 5. Euforia: estado de humor extremamente positivo e
excitado, sensação intensa de felicidade e bem-estar, aumento da energia e sociabilidade.

A formação dos sintomas psicopatológicos pode ser influenciada por diversos fatores, como predisposição
genética, experiências traumáticas, disfunções neuroquímicas e psicossociais.
NEUROSES: A Neurose é uma perturbação do contato inter-humano (uma perturbação nas relações com os
outros, sem que, para explica-la, seja necessário apelar para anomalias de caráter, psicoses e aspectos
físicos, como: Defeitos ou doenças corporais. No centro de toda neurose está a angustia. Certas formas
de sintomas de neurose podem incluir ansiedade excessiva, compulsões, obsessões, fobias, ataques de
pânico, comportamentos repetitivos, evitação de situações específicas, preocupações constantes e
dificuldades em lidar com o estresse.

 NEUROSE FOBICA: Se caracterizam por medos intensos e irracionais, por situações, objetos,
animais, lugares e tudo que não ofereça ao individuo perigo ou risco real, proporcional á
intensidade do medo. As síndromes fóbicas encontradas são:
 Agorafobia: agorafobia, o medo e a angústia relacionam-se a um
conglomerado de pessoas (em supermercados, shopping centers,
congestionamento no trânsito, entre outros lugares) em espaços amplos ou
em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o auxílio ou a presença de
pessoas próximas não seja rapidamente acessível. Os indivíduos com
agorafobia têm frequentemente crises de medo, que chegam ao pânico
quando estão fora de casa, em um congestionamento, em uma ponte ou
túnel, em meio a uma multidão, em um estádio de futebol, em um grande
supermercado, no cinema ou no teatro. Têm, com frequência, medo de viajar
de ônibus, automóvel ou avião.
 Fobia simples ou especifica: a fobia simples ou específica caracteriza-se por
medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais
(barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo, entre outros), medo de ver
objetos cortantes, como seringas, faca, vidros quebrados, ou medo de ver
sangue. A exposição ao objeto ou animal fobígenos geralmente deflagra um
estado de angústia, que pode chegar a uma crise de pânico. Os indivíduos
acometidos reconhecem o caráter irracional e desproporcional de seus
medos.
 Fobia Social: vez, a ansiedade social e a fobia social caracterizam-se por medo
intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato
interpessoal, demonstrar capacidade de desempenho ou participar de situações
competitivas e de cobrança. “Ansiedade social” e “fobia social” são termos
usados muitas vezes como sinônimos, mas tende-se a ver a fobia social como
um quadro mais grave que a ansiedade social. O indivíduo sente intensa angústia
ao ter de falar em público, apresentar um seminário, fazer uma palestra,
chegando a apresentar dificuldade até em utilizar banheiros públicos, alimentar-
se em refeitórios públicos ou assinar cheques na frente de pessoas
desconhecidas. O medo da exposição é mais forte com pessoas estranhas ou
tidas, por algum motivo, como hierarquicamente em posição superior (chefes
no trabalho, diretor da escola, professores, entre outras). O indivíduo tenta
evitar tais situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores. Há,
geralmente, grande sofrimento com tais dificuldades, que pode comprometer a
carreira estudantil e profissional das pessoas acometidas e limitar sua vida
social, emocional e de lazer.

OBSESSIVA: Caracteriza-se por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos
obsessivos. Os quadros obsessivo-compulsivos dividem-se em dois subtipos básicos: aqueles nos quais
predominam as ideias obsessivas e aqueles nos quais predominam os atos e os comportamentos
compulsivos (Miguel, 1996). Muito frequentemente, entretanto, se observam formas mistas. Os
quadros obsessivos, portanto, caracterizam-se por ideias, pensamentos, fantasias ou imagens
persistentes que surgem de forma recorrente na consciência; são vivenciados com angústia e como algo
que “invade” a consciência. O indivíduo reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos e
tenta, às vezes, lutar contra eles ou neutralizá-los com outros pensamentos ou com atos e rituais
específicos. No entanto, geralmente, tais tentativas fracassam.
 NOS QUADROS COMPULSIVOS: predominam comportamentos e rituais repetitivos, como lavar as
mãos inúmeras vezes, tomar muitos banhos, verificar se as portas e janelas estão trancadas
dezenas de vezes, colocar todos os objetos do quarto em certa ordem, etc., assim como atos
mentais, como repetir palavras mentalmente em silêncio, fazer listas mentais, fazer
determinadas contas, em geral em resposta a uma ideia obsessiva (“Devo estar com câncer,
aids ou sífilis; então tenho que me lavar constantemente”). Os comportamentos e os atos
compulsivos também podem surgir como forma de cumprir regras mágicas que precisam ser
rigidamente seguidas. Outras razões para os atos e os rituais compulsivos são pensamentos
mágicos que vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de algum evento temível
ou indesejado (“Se eu der 15 voltas no quarteirão antes de entrar em casa, ninguém da família
morrerá”).

HISTERICA: Caracteriza-se por apresentar manifestações clínicas tanto no corpo quanto na mente. No corpo,
predominam as alterações das funções sensoriais e motoras e na mente aquelas relacionadas à consciência
vígil, à memória e às percepções. Em relação à experiencia corporal, o paciente histérico apresenta uma
peculiaridade: necessita de contato e tem incapacidade de mantê-lo e aprofunda-lo. Pode ser dividida
em dois grandes grupos: Conversiva e dissociativa.

 CONVERSIVA: Na conversão, ocorrem tipicamente alterações das funções sensoriais ou das


funções motoras, que lembram sintomas neurológicos, mas que são, na realidade, claramente
distintos das condições neurológicas. Nesta, os sintomas e as perturbações podem ser variados:
Em relação às funções sensoriais, pode haver anestesias de partes do corpo, perda da visão, do
olfato ou da audição. Em relação às funções motoras, pode haver fraqueza ou paralisias,
contraturas, movimentos anormais, perturbações do andar e no ficar de pé (astasia-abasia) e
rouquidão psicogênicas ou perda total da voz (afonia conversiva).]
 DISSOCIATIVA: Na dissociação, ocorre a perturbação, a separação e o isolamento de aspectos
da mente e da personalidade. Na dissociativa podem ocorrer alterações da consciência que se
assemelham com crises epilépticas. Nível de consciência baixo. Também são consideradas
formas de dissociação as amnesias histéricas, nas quais o individuo esquece de elementos
seletivos e significativos do ponto de vista psicológico.

>> As neuroses fóbicas, obsessivas e histéricas têm diferentes etiologias, mas geralmente estão
relacionadas a uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.
Fatores como traumas, experiências negativas, predisposição genética e disfunções neuroquímicas
podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições.
>> Segundo Freud, a etiologia das neuroses está relacionada a conflitos psíquicos não
resolvidos durante o desenvolvimento da personalidade, especialmente na infância. Esses conflitos
envolvem desejos e impulsos inconscientes reprimidos, que resultam em sintomas neuróticos. A
teoria freudiana enfatiza a importância do inconsciente e das experiências precoces na
formação das neuroses.

OUTROS TIPOS DE NEUROSES SÃO: Neurose de ansiedade: Caracterizada por


uma preocupação excessiva e constante, acompanhada de sintomas como
palpitações, sudorese e tensão muscular.

Neurose de angústia: Caracterizada por ataques de pânico recorrentes, acompanhados


de sintomas como falta de ar, tremores e medo intenso de morrer ou perder o
controle.

NEUROSE: SEGUNDO FREUD (Cap. 17 Zimerman) > No início de sua obra, Freud dividiu os
transtornos emocionais, que então ele denominava psiconeuroses, em três categorias
psicopatológicas: 1) As neuroses atuais (que estavam em desuso na psicanálise, mas que
recentemente voltam a ocupar, com esse mesmo nome, um lugar de destaque, principalmente
a partir dos estudos com pacientes somatizadores).
2) As neuroses transferenciais, também conhecidas como psiconeuroses de defesa (que eram
as histerias, as fobias e as obsessivas). 3) As neuroses narcisistas (que constituem os atuais
quadros psicóticos). Freud afirmava então que somente as neuroses transferenciais poderiam
ser tratadas pelo método psicanalítico, visto a transferência ser a matéria-prima da psicanálise,
e, na época, a
psicanálise não reunia condições para perceber a existência da transferência naqueles
pacientes que estavam em um estado de encapsulamento narcisístico próprio das psicoses.
Quando falamos em sintoma, estamos nos referindo a um estado de sofrimento que o
paciente acusa, e do qual está querendo livrar-se, porquanto o sente como um corpo estranho
a si. É evidente que existe a possibilidade, nada rara, de que a pessoa manifeste claramente um
sintoma facilmente observável pelos outros (alcoolismo, mudança de conduta, alguma evitação
fóbica, etc.), porém que está tão egossintônica que o paciente, aparentemente, não o está
percebendo e está sofrendo.
A neurose atual, segundo Freud, não é produzida por conflitos históricos, mas sim por
motivos atuais, de modo que ela não depende estritamente de fatores psicológicos. Antes
disso, a neurose de angústia seria resultante de fatores biológicos que agiriam através de
substâncias químicas, sendo que o acúmulo dessas “toxinas sexuais” produzidas pelas
excitações frustradas manifesta-se diretamente por sintomas de angústia livre, como
taquicardia, palpitações, respiração ofegante, etc., que, diz Freud, são aquelas mesmas que
estão presentes no ato sexual. Inicialmente, Freud descreveu dois tipos de neurose atual: a
neurose de angústia (resultante da libido estancada, como no caso do “coito interrompido”) e a
neurastenia. Neste último caso, teria havido uma excessiva descarga de substâncias sexuais, como
aconteceria no exagero da prática da masturbação, sendo que como decorrência dessa
hemorragia de substâncias sexuais, a neurastenia caracteriza-se por um quadro sintomático de
fraqueza, apatia, cansaço, etc.
Posteriormente, em 1911, ao estudar o “Caso Schreber”, Freud descreveu um terceiro
tipo de neurose atual: a hipocondria, que poderia estar representando um núcleo “atual” de
uma esquizofrenia

NEUROSE DE ANGÚSTIA: A neurose de angústia consiste em um transtorno clínico que se


manifesta por meio de uma angústia livre, quer sob uma forma permanente, quer pelo surgimento
em momentos de crise. Em outras palavras, a ansiedade do paciente expressa-se tanto por
equivalentes somáticos (como uma opressão pré-cordial, taquicardia, dispneia suspirosa, sensação
de uma “bola no peito”, etc.), como por uma indefinida e angustiante sensação do medo de
que possa vir a morrer, enlouquecer, ou da iminência de alguma tragédia.

FOBIAS: Uma complexa e diversificada combinação de pulsões, fantasias, angústias, defesas do


ego e identificações patógenas pode determinar na personalidade do sujeito uma estruturação de
natureza fóbica. Pelo fato de que essa estrutura fóbica axial costuma ser multideterminada e variar
intensamente de um indivíduo para outro, tanto em intensidade como em qualidade, ela
configura-se clinicamente com uma ampla gama de possibilidades, desde as mais simples e
facilmente contornáveis até as mais complicadas, a ponto de serem incapacitantes e
paralisantes.
Sabe-se que, na infância, as manifestações clínicas mais freqüentes são aquelas
relativas aos medos, fobias (especialmente a animais) e aos “terrores noturnos”. É difícil
estabelecer uma classificação definitiva das fobias, pelo fato de que são muitos os critérios que
podem ser empregados: assim, unicamente para exemplificar, se o referencial etiológico estiver
baseado na fixação da etapa evolutiva, ela também permite várias vertentes etiológicas. Destarte, a
fobia pode ser originária da clássica conflitiva da fase fálica-edípica, com o respectivo “complexo
de castração”, tal como está magistralmente descrito por Freud na fobia que o menino Hans tinha
por cavalos.

NEUROSE OBSESSIVO-COMPULSIVA: No DSM-IV, essa entidade clínica está enqua-


drada como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Da mesma forma que acontece em outras
estruturações da personalidade, também a de natureza obsessiva diz respeito à forma e ao
grau como organizam-se os mecanismos defensivos do ego diante de fortes ansiedades
subjacentes. Assim, embora a obsessividade possa ser um elemento comum em diversas
pessoas diferentes, éimportante que se faça uma indispensável discriminação entre os
seguintes estados: 1) Traços obsessivos em uma pessoa normal, ou como traços
acompanhantes de uma neurose mista, uma psicose, perversão, etc. 2) Caráter marcadamente
obsessivo. 3) Neurose obsessivo-compulsiva. a neurose obsessiva, pelo contrário, implica grau de
sofrimento, a si próprio e aos demais, e também em algum prejuízo no seu funcionamento na
vida familiar e social. É bem sabido o quanto, em certos casos, os sintomas obsessivos e
compulsivos, compostos por dúvidas ruminativas,
pensamentos cavilatórios, controle onipotente, frugalidade, obstinação, rituais e cerimoniais, atos
que compulsiva e repetidamente são feitos e desfeitos num nunca acabar, podem atingir um
alto grau de incapacitação total do sujeito para uma vida livre, configurando uma gravíssima
neurose, beirando à psicose os fatores etiológicos mais marcantes consistem na existência de:
1) Pais obsessivos que impuseram um superego por demais rígido e punitivo. 2) Uma exagerada
carga de agressão que o ego não conseguiu processar, e, igualmente, uma falha da capacidade
do ego na função de síntese e discriminação das permanentes contradições que atormentam o
obsessivo. 3) Do ponto de vista estrutural, há um constante conflito intra-sistêmico (o ego está
submetido ao superego cruel e, ao mesmo tempo, ele está pressionado pelas demandas
enérgicas do id) assim como um conflito intra-sistêmico (por exemplo, dentro do próprio id, as
pulsões de vida e de morte podem estar num forte conflito; ou, nas representações do ego, o
gênero masculino e o feminino não se entendem entre si, etc.). 4) Muitos autores apontam a
importância da defecação para a criança, com as respectivas fixações anais que se organizam
em torno das fantasias que cercam o ato de defecar; o significado atribuído às fezes (que a
criança vivencia como sendo a sua “obra”), a relação que a criança tem com os pais que podem
determinar se o defecar e urinar representam sadias e estruturantes conquistas suas, ou uma forma
de presentear os educadores, ou uma forma de poder controlar e castigá-los. 5) De forma
análoga, também importa a fixação no psiquismo da criança daquela conhecida equação de
Freud, pela qual ele postulava que a criança equipara as fezes a pênis, bebês e presentes. No
entanto, ninguém contesta que a educação esfincteriana da criança, quando adequadamente
exercida pela mãe, representa um importante fator de estruturação do psiquismo.

TRANSTORNOS DE HUMOR.

Transtornos nos quais a perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto, no


sentido de uma depressão (com ou sem ansiedade associada) ou de uma elação. A alteração do
humor em geral se acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e a maioria
dos outros sintomas são secundários a estas alterações do humor e da atividade, quer
facilmente compreensíveis no contexto destas alterações. As maiorias destes transtornos
tendem a ser recorrentes e a ocorrência dos episódios individuais podem frequentemente estar
relacionada com situações ou fatos estressantes. Este agrupamento contém as seguintes
categorias de três caracteres:

·F30 Episódio maníaco > ·F31 Transtorno afetivo bipolar > ·F32 Episódios depressivos ·F33
Transtorno depressivo recorrente > ·F34 Transtornos de humor [afetivos] persistentes > ·F38
Outros transtornos do humor [afetivos]

Um episódio hipomaníaco ou maníaco em indivíduo que já tenha apresentado um ou mais


episódios afetivos prévios (depressivo, hipomaníaco, maníaco, ou misto) deve conduzir a um
diagnóstico de transtorno afetivo bipolar (F31.-).

F30. 0 Hipomania: Transtorno caracterizado pela presença de uma elevação ligeira, mas
persistente do humor, da energia e da atividade, associada em geral a um sentimento intenso
de bem-estar e de eficácia física e psíquica. Existe frequentemente um aumento da
sociabilidade, do desejo de falar, da familiaridade e da energia sexual, e uma redução da
necessidade de sono; estes sintomas não são, entretanto, tão graves de modo a entravar o
funcionamento profissional ou levar a uma rejeição social. A euforia e a sociabilidade são por vezes
substituídas por irritabilidade, atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro. As perturbações
do humor e do comportamento não são acompanhadas de alucinações ou de ideias delirantes.

F30. 1 Mania sem sintomas psicóticos: Presença de uma elevação do humor fora de proporção
com a situação do sujeito, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação
praticamente incontrolável. Esta elação se acompanha de um aumento da energia, levando à
hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de sono. A atenção não pode
ser mantida, e existe frequentemente uma grande distração. O sujeito apresenta
frequentemente um aumento da autoestima com ideias de grandeza e superestimativa de
suas capacidades. A
perda das inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, irrazoáveis, inapropriadas ou
deslocadas.

F30. 2 Mania com sintomas psicóticos: Presença, além do quadro clínico descrito em F30. 1, de
ideias delirantes (em geral de grandeza) ou de alucinações (em geral do tipo de voz que fala
diretamente ao sujeito) ou de agitação, de atividade motora excessiva e de fuga de ideias de
uma gravidade tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação
normal.

F31 Transtorno afetivo bipolar: Transtorno caracterizado por dois ou mais episódios nos
quais o humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente perturbados, sendo que
este distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma elevação do humor e aumento da energia
e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, de um rebaixamento do humor e de redução
da energia e da atividade (depressão). Pacientes que sofrem somente de episódios repetidos de
hipomania ou mania são classificados como bipolares (F31. 8).

F32 Episódios depressivos: Nos episódios tipicos de cada um dos três graus de depressão: leve,
moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e
diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de
interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante,
mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do
apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente
ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia
pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos
"somáticos", por exemplo perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas
antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora
importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a
gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve,
moderado e grave.

F33 Transtorno depressivo recorrente: Transtorno caracterizado pela ocorrência repetida de


episódios depressivos correspondentes à descrição de um episódio depressivo (F32.-) na ausência
de todo antecedente de episódios independentes de exaltação de humor e de aumento de energia
(mania). O transtorno pode, contudo, comportar breves episódios caracterizados por um ligeiro
aumento de humor e da atividade (hipomania), sucedendo imediatamente a um episódio
depressivo, e por vezes precipitados por um tratamento antidepressivo. As formas mais graves
do transtorno depressivo recorrente (F33. 2 e F33. 3) apresentam numerosos pontos comuns
com os conceitos anteriores da depressão maníaco-depressiva, melancolia, depressão vital e
depressão endógena. O primeiro episódio pode ocorrer em qualquer idade, da infância à
senilidade, sendo que o início pode ser agudo ou insidioso e a duração variável de algumas
semanas a alguns meses. O risco de ocorrência de um episódio maníaco não pode jamais ser
completamente descartado em um paciente com um transtorno depressivo recorrente,
qualquer que seja o número de episódios depressivos apresentados. Em caso de ocorrência de
um episódio maníaco, o diagnóstico deve ser alterado pelo de transtorno afetivo bipolar
(F31.-).

F34 Transtornos de humor [afetivos] persistentes: Transtornos do humor persistentes e


habitualmente flutuantes, nos quais os episódios individuais não são suficientemente graves
para justificar um diagnóstico de episódio maníaco ou de episódio depressivo leve. Como persistem
por anos e, por vezes, durante a maior parte da vida adulta do paciente, levam contudo a um
sofrimento e à incapacidade consideráveis. Em certos casos, episódios maníacos ou depressivos
recorrentes ou isolados podem se superpor a um transtorno afetivo persistente.

F34. 0 Ciclotimia: Instabilidade persistente do humor que comporta numerosos períodos de


depressão ou de leve elação nenhum deles suficientemente grave ou prolongado para
responder aos critérios de um transtorno afetivo bipolar (F31.-) ou de um transtorno
depressivo recorrente (F33.-). O transtorno se encontra frequentemente em familiares de
pacientes que apresentam um transtorno afetivo bipolar. Algumas pessoas ciclotimicas
apresentarão elas próprias ulteriormente um transtorno afetivo bipolar.
F34. 1 Distimia: Rebaixamento crônico do humor, persistindo ao menos por vários anos, mas
cuja gravidade não é suficiente ou na qual os episódios individuais são muito curtos para responder
aos critérios de transtorno depressivo recorrente grave, moderado ou leve.

REFORMA PSIQUIATRICA:

O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do


“movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas
práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos
trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de
cuidado. Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira
tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da violência
asilar. Fundado, ao final dos anos 70, na crise do modelo de assistência centrado no hospital
psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos
dos pacientes psiquiátricos, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do que a sanção de
novas leis e normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas governamentais e nos serviços
de saúde. A Reforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, composto de atores, instituições
e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e
municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas
associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos
territórios do imaginário.
Ela propôs a substituição dos hospitais psiquiátricos, onde os pacientes eram frequentemente
submetidos a tratamentos desumanos e segregados da sociedade, por serviços comunitários de saúde
mental. A reforma psiquiátrica defendeu a valorização da autonomia e dignidade dos indivíduos com
transtornos mentais, buscando promover sua inclusão social e o cuidado integral.

Os principais componentes da história da Reforma Psiquiátrica no Brasil, com destaque para o processo
de delineamento progressivo da política de saúde mental do Ministério da Saúde, alinhada com os
princípios da Reforma são: 1. Desinstitucionalização: O movimento de desinstitucionalização visava o
fechamento dos manicômios e a transferência dos pacientes para serviços de saúde comunitários.

2. Atenção Psicossocial: Foi adotado o modelo de atenção psicossocial, que valoriza a participação social,
a inclusão e o cuidado integral do indivíduo, buscando sua reinserção na sociedade.

3. Redução de leitos psiquiátricos: Houve uma diminuição significativa do número de leitos em hospitais
psiquiátricos, direcionando os recursos para a ampliação da rede de serviços comunitários.

4. Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Os CAPS foram criados como unidades de referência para
atendimento em saúde mental, promovendo acolhimento, tratamento e reabilitação psicossocial.

5. Política Nacional de Saúde Mental: O Ministério da Saúde desenvolveu uma política nacional de saúde
mental, alinhada aos princípios da Reforma Psiquiátrica, que busca garantir o acesso universal, integral e
equânime aos serviços de saúde mental.

6. Participação social: A participação da sociedade civil e dos usuários dos serviços de saúde mental foi
fortalecida, por meio dos Conselhos de Saúde e dos movimentos sociais.

Em São Paulo foi criado o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e outras iniciativas
começaram a surgir. São serviços que cumprem a função inédita de oferecer cuidado intensivo a
usuários com quadro psiquiátrico grave sem lançar mão da hospitalização ou do frágil modelo
ambulatorial (que consistia em consultas esparsas de renovação de receitas, ou de timida oferta
psicoterápica). Uma função alternativa ou intermediária ao modelo hospitalar predominante
naquele período.
Com a inclusão dos princípios do SUS na Constituição de 1988, foi aberta uma nova perspectiva
para a autonomia e o desenvolvimento das políticas municipais de saúde; vigorosa expressão disso
foi o que ocorreu em Santos/SP em 1989. Apesar de ainda sob a vigência do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), os gestores recém-eleitos no município decidem apressar a
instalação do SUS e realizam intervenção em hospital psiquiátrico onde ocorriam graves violações
dos direitos humanos. Ao contrário de intervenções anteriores no mesmo hospital ou em geral, no
país, o
desfecho não apontaria melhorias, mas a extinção do hospital, com consequente criação de uma
rede denominada de substitutiva, composta não apenas de serviços descentralizados, distribuídos
pelo território, mas também de dispositivos que pudessem contemplar outras dimensões e
demandas da vida, tais como moradia, trabalho lazer, cultura, etc. Além da criação de cinco Núcleos
de Atenção Psicossocial (NAPS), foram abertas residências para egressos do hospital, uma cooperativa
de trabalho, um projeto cultural de rádio, TV e teatro, além de vários outros programas
intersetoriais com crianças e jovens, profissionais do sexo, redução de danos, violência doméstica,
dentre outros. Em pouco tempo passa a ter visibilidade a rede de dispositivos substitutivos criados
em vários municípios do país, e regulamentados pelas portarias 189, em 1991, que introduziu os
códigos NAPS/CAPS na tabela do SUS e pela 224, de 1992, que os define como unidades de saúde
locais/regionalizadas responsável pela cobertura de uma população definida pelo nível local a
oferecer cuidados intermediários entre a rede ambulatorial e a internação hospitalar. Muitos outros
dispositivos são criados, tais como hospitais-dia, centros de convivência e cultura, centros de
referência, oficinas terapêuticas, dentre outros. Este crescimento revela a riqueza e a criatividade dos
atores da RP no âmbito do SUS. É importante destacar que, ao mesmo tempo em que as portarias
propiciaram o aumento da rede, por outro limitaram sua autonomia em termos de inovação e
resolubilidade.

O RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) é uma estratégia de organização e articulação de serviços de


saúde mental no Brasil, que visa promover o cuidado integral e a inclusão social de pessoas com
sofrimento psíquico. Em 2011 foi instituída a RAPS (Portaria GM/MS no 3.088 de 23/12 de 2011), que
possibilita uma nova dimensão ao conjunto das ações em saúde mental no SUS, cujos objetivos
principais foram definidos como a ampliação do acesso à atenção psicossocial da população, em seus
diferentes níveis de complexidade; promoção do acesso das pessoas com transtornos mentais e com
necessidades decorrentes do uso do crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção;
e garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território,
qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento continuo e dá atenção às
urgências.

Apesar da importância da RAPS e da organização articulada da rede que ela instituiu, é importante destacar
que, para as atividades de cultura e trabalho e geração de renda, não foram definidos recursos
orçamentários, revelando assim o pouco significado estratégico atribuído a tais iniciativas que poderiam ser
melhor utilizadas, tendo em mente a regulamentação do Programa de Geração de Renda e Trabalho
(Resolução CODEFAT no 59/1994) e dos Pontos de Cultura (Lei no 12.343/2010).

BIPOLARIDADE: O TB, em seus vários tipos, é marcado por seu caráter fásico, episódico. Os episódios de
mania e depressão ocorrem de modo relativamente delimitado no tempo, e, com frequência, há
períodos de remissão, em que o humor do paciente encontra-se normal, eutimico, e as alterações
psicopatológicas mais intensas regridem. O risco de suicídio aumenta de forma marcante se há
comorbidade com transtornos da personalidade (TPs) do grupo B (TPs borderline, histriônica ou
narcisista) e uso de substâncias como álcool, cocaína ou maconha. A bipolaridade, também conhecida
como transtorno bipolar, é um transtorno mental que se caracteriza por oscilações extremas de humor,
que variam entre episódios de mania e episódios de depressão. Os episódios de mania são marcados por
humor elevado, energia excessiva, comportamentos impulsivos e irritabilidade. Já os episódios de depressão
são caracterizados por tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse e pensamentos suicidas. Entre
esses episódios, pode haver períodos de estabilidade

Certas formas de sintomas na bipolaridade podem incluir episódios de mania, caracterizados por humor
elevado, excesso de energia, impulsividade e comportamentos de risco, e episódios de depressão,
caracterizados por tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse e pensamentos suicidas. Além
disso, pode haver períodos de estabilidade entre os episódios

No caso do TB tipo I, deve haver episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos
uma (mas geralmente várias) fase maníaca bem caracterizada. No TB tipo II, ocorrem episódios depressivos
intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas (aqui o paciente não deve
apresentar fases evidentemente maníacas, mas apenas hipomaníacas).

Transtorno bipolar, tipo ciclagem rápida: Para o diagnóstico do tipo ciclagem rápida, é necessário que o
paciente tenha apresentado, nos últimos 12 meses, pelo menos quatro episódios bem caracterizados e
distintos de transtorno do humor, mania (ou hipomania) e/ou depressão. Os episódios podem ocorrer
em qualquer combinação ou ordem. Para dois episódios da mesma polaridade, deve-se verificar
intervalos de pelo menos dois meses de remissão parcial ou total dos sintomas ou, no caso de episódios
de polaridade distinta, guinada para episódio de polaridade oposta (depressão para mania ou o inverso, sem
necessidade de períodos intermediários de normalidade do humor). O TB do tipo ciclagem rápida tem
surgimento mais precoce, curso mais longo, mais uso de álcool e substâncias ilícitas e aumento do risco
de suicídio.

LUTO E MELANCOLIA SEGUNDO FREUD: Segundo Freud, o luto é uma reação natural à perda de alguém ou
algo significativo, e a melancolia é uma forma mais intensa e prolongada de luto, envolvendo
sentimentos de autoacusação e autodepreciação. O luto ocorre na neurose e a melancolia ocorre na
psicose! Luto é o mundo externo, sem graça, chateação, angústia, etc... Na Melancolia não ocorre a
transferência para um objeto, não é trabalhado o tempo de luto, ele se torna reprimido dentro de mim
(depreciação de si).

Segundo Sigmund Freud, o luto é uma reação normal diante da perda de um ente querido, envolvendo
tristeza e saudade. É um processo natural de adaptação à perda, no qual a pessoa gradualmente aceita a
realidade da morte.

Por outro lado, a melancolia, também conhecida como depressão endógena, é um transtorno psíquico mais
profundo e patológico. Freud descreveu a melancolia como um estado de tristeza intensa e
permanente, caracterizado por autorrecriminação, baixa autoestima e sentimento de culpa excessivos
sem uma causa clara. Diferentemente do luto, a melancolia está associada a uma perturbação na
identificação do eu e requer tratamento psicoterapêutico.

Você também pode gostar