NP2 Psicopatologia1
NP2 Psicopatologia1
NP2 Psicopatologia1
Perspectivas Psicodinâmica,
Fenomenológica e Psiquiátrica.
• PSICODINÂMICA: ênfase à perda de contato com a realidade e/ou a distorções muito marcantes na
percepção e na relação com a realidade. O “teste de realidade”, que é a função do ego em avaliar e
julgar de modo objetivo o mundo externo, estaria gravemente prejudicada na psicose (tal visão tem
origem nas noções de Freud e de Bleuler de esquizofrenia);
A principal forma de psicose ou síndrome psicótica, por sua frequência e sua importância clínica, é,
certamente, a esquizofrenia
CONJUNTO DE SINTOMAS
1. Sintomas negativos: caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade,
do pensamento, da linguagem etc.) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e
social do indivíduo. Os principais sintomas ditos negativos nas síndrome são: Distanciamento e
aplainamento afetivo ou afeto embotado, em graus variáveis até, em alguns casos, grave
embotamento afetivo; perda da capacidade de se sintonizar afetivamente com as pessoas, de
ter e/ou demonstrar ressonância afetiva no contato interpessoal. Um conjunto de alterações
que resultam em retração social ou associalidade. Assim, em decorrência de alterações nas
esferas afetivas (sobretudo apatia) e volitivas (abulia e redução do “drive”, do impulso para agir
socialmente), o indivíduo vai se isolando progressivamente do convívio social, havendo
restrição dos interesses. Alogia ou empobrecimento da linguagem e do pensamento, que se
constata pela diminuição da fluência verbal e pelo discurso empobrecido. Diminuição da
vontade (a volição), que se expressa geralmente por diminuição da iniciativa e por
hipopragmatismo, ou seja, dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos
minimamente organizados que exijam iniciativa, motivação, organização e persistência.
Anedonia, diminuição da capacidade de experimentar e sentir prazer.
2. Sintomas positivos (síndrome positiva ou de sintomas produtivos) Diferentemente dos
sintomas negativos, que se manifestam principalmente pelas ausências e pelos déficits
psíquicos e comportamentais, os sintomas ditos positivos são manifestações novas, salientes,
do processo esquizofrênico. Os principais sintomas positivos são: Alucinações, que são
consideravelmente frequentes, mas também pode haver ilusões ou pseudoalucinações. O tipo
de alucinação mais frequente é a auditiva (alucinações audioverbais, ou seja, “vozes” que o
paciente ouve, geralmente com conteúdo de acusação, ameaça ou pejorativos), mas também pode
haver alucinações/ilusões visuais, táteis, gustativas (gosto de veneno nos alimentos) e/ou
olfativas (auto-ósmicas, sentir cheiro de pus ou de algo apodrecido dentro do abdome, sentir
cheiro de podre). Ideias delirantes (delírio), frequentemente de conteúdo persecutório,
autorreferentes ou de influência, mas pode haver delírios com outros conteúdos ou de outra
natureza. A duração, a abrangência, o grau de sistematização e a implicação de “tendência à
ação” dos delírios são bem variáveis. Os delírios e
as alucinações com conteúdo implausíveis, bizarros (eventos ou fatos praticamente impossíveis de
ocorrer), assim como não congruentes com o humor basal do paciente, são indicadores
robustos de esquizofrenia. Outras formas de distorção da realidade ou dificuldades com o teste
de realidade, como a presença de ideias muito deturpadas, marcadamente
5. SINTOMAS COGNITIVOS: São particularmente importantes, pelas suas repercussões para a vida
social e socioafetiva do indivíduo, as alterações da cognição social. Aqui se verifica déficit em teoria
da mente (sistema de inferências ligado à compreensão de intenções, disposições e crenças dos
outros e de si mesmo). Também em relação à cognição social, observam-se dificuldades na
percepção e no gerenciamento de emoções (perceber e compreender as emoções a partir de
pistas faciais, tom de voz, gestos) e déficit na percepção social (compreender o contexto social,
decodificar e identificar dicas sociais de acordo com o ambiente). Por fim, a cognição social
pode estar prejudicada em relação ao viés ou estilo de atribuição, que é o modo como se
inferem as causas dos acontecimentos referentes às outras pessoas, a si mesmo ou a fatores
ambientais.
6. SINTOMAS DE HUMOR: • >> 1 Depressão: tristeza persistente, perda de interesse ou prazer, fadiga,
alterações no sono e no apetite, sentimento de culpa ou inutilidade, dificuldade de
concentração e ideação suicida. >> 2. Mania: humor elevado ou irritável, aumento da energia,
hiperatividade, pensamentos acelerados, falta de sono, comportamentos impulsivos,
grandiosidade e envolvimento em atividades de risco. >> 3. Ansiedade: preocupação excessiva,
inquietação, irritabilidade, tensão muscular, dificuldade para relaxar, problemas de sono,
palpitações e sensação de falta de ar. >> 4. Irritabilidade: estado persistente de irritação ou
raiva sem motivo aparente, reações exageradas a situações cotidianas e dificuldade em
controlar explosões emocionais. >> 5. Euforia: estado de humor extremamente positivo e
excitado, sensação intensa de felicidade e bem-estar, aumento da energia e sociabilidade.
A formação dos sintomas psicopatológicos pode ser influenciada por diversos fatores, como predisposição
genética, experiências traumáticas, disfunções neuroquímicas e psicossociais.
NEUROSES: A Neurose é uma perturbação do contato inter-humano (uma perturbação nas relações com os
outros, sem que, para explica-la, seja necessário apelar para anomalias de caráter, psicoses e aspectos
físicos, como: Defeitos ou doenças corporais. No centro de toda neurose está a angustia. Certas formas
de sintomas de neurose podem incluir ansiedade excessiva, compulsões, obsessões, fobias, ataques de
pânico, comportamentos repetitivos, evitação de situações específicas, preocupações constantes e
dificuldades em lidar com o estresse.
NEUROSE FOBICA: Se caracterizam por medos intensos e irracionais, por situações, objetos,
animais, lugares e tudo que não ofereça ao individuo perigo ou risco real, proporcional á
intensidade do medo. As síndromes fóbicas encontradas são:
Agorafobia: agorafobia, o medo e a angústia relacionam-se a um
conglomerado de pessoas (em supermercados, shopping centers,
congestionamento no trânsito, entre outros lugares) em espaços amplos ou
em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o auxílio ou a presença de
pessoas próximas não seja rapidamente acessível. Os indivíduos com
agorafobia têm frequentemente crises de medo, que chegam ao pânico
quando estão fora de casa, em um congestionamento, em uma ponte ou
túnel, em meio a uma multidão, em um estádio de futebol, em um grande
supermercado, no cinema ou no teatro. Têm, com frequência, medo de viajar
de ônibus, automóvel ou avião.
Fobia simples ou especifica: a fobia simples ou específica caracteriza-se por
medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais
(barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo, entre outros), medo de ver
objetos cortantes, como seringas, faca, vidros quebrados, ou medo de ver
sangue. A exposição ao objeto ou animal fobígenos geralmente deflagra um
estado de angústia, que pode chegar a uma crise de pânico. Os indivíduos
acometidos reconhecem o caráter irracional e desproporcional de seus
medos.
Fobia Social: vez, a ansiedade social e a fobia social caracterizam-se por medo
intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato
interpessoal, demonstrar capacidade de desempenho ou participar de situações
competitivas e de cobrança. “Ansiedade social” e “fobia social” são termos
usados muitas vezes como sinônimos, mas tende-se a ver a fobia social como
um quadro mais grave que a ansiedade social. O indivíduo sente intensa angústia
ao ter de falar em público, apresentar um seminário, fazer uma palestra,
chegando a apresentar dificuldade até em utilizar banheiros públicos, alimentar-
se em refeitórios públicos ou assinar cheques na frente de pessoas
desconhecidas. O medo da exposição é mais forte com pessoas estranhas ou
tidas, por algum motivo, como hierarquicamente em posição superior (chefes
no trabalho, diretor da escola, professores, entre outras). O indivíduo tenta
evitar tais situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores. Há,
geralmente, grande sofrimento com tais dificuldades, que pode comprometer a
carreira estudantil e profissional das pessoas acometidas e limitar sua vida
social, emocional e de lazer.
OBSESSIVA: Caracteriza-se por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos
obsessivos. Os quadros obsessivo-compulsivos dividem-se em dois subtipos básicos: aqueles nos quais
predominam as ideias obsessivas e aqueles nos quais predominam os atos e os comportamentos
compulsivos (Miguel, 1996). Muito frequentemente, entretanto, se observam formas mistas. Os
quadros obsessivos, portanto, caracterizam-se por ideias, pensamentos, fantasias ou imagens
persistentes que surgem de forma recorrente na consciência; são vivenciados com angústia e como algo
que “invade” a consciência. O indivíduo reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos e
tenta, às vezes, lutar contra eles ou neutralizá-los com outros pensamentos ou com atos e rituais
específicos. No entanto, geralmente, tais tentativas fracassam.
NOS QUADROS COMPULSIVOS: predominam comportamentos e rituais repetitivos, como lavar as
mãos inúmeras vezes, tomar muitos banhos, verificar se as portas e janelas estão trancadas
dezenas de vezes, colocar todos os objetos do quarto em certa ordem, etc., assim como atos
mentais, como repetir palavras mentalmente em silêncio, fazer listas mentais, fazer
determinadas contas, em geral em resposta a uma ideia obsessiva (“Devo estar com câncer,
aids ou sífilis; então tenho que me lavar constantemente”). Os comportamentos e os atos
compulsivos também podem surgir como forma de cumprir regras mágicas que precisam ser
rigidamente seguidas. Outras razões para os atos e os rituais compulsivos são pensamentos
mágicos que vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de algum evento temível
ou indesejado (“Se eu der 15 voltas no quarteirão antes de entrar em casa, ninguém da família
morrerá”).
HISTERICA: Caracteriza-se por apresentar manifestações clínicas tanto no corpo quanto na mente. No corpo,
predominam as alterações das funções sensoriais e motoras e na mente aquelas relacionadas à consciência
vígil, à memória e às percepções. Em relação à experiencia corporal, o paciente histérico apresenta uma
peculiaridade: necessita de contato e tem incapacidade de mantê-lo e aprofunda-lo. Pode ser dividida
em dois grandes grupos: Conversiva e dissociativa.
>> As neuroses fóbicas, obsessivas e histéricas têm diferentes etiologias, mas geralmente estão
relacionadas a uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.
Fatores como traumas, experiências negativas, predisposição genética e disfunções neuroquímicas
podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições.
>> Segundo Freud, a etiologia das neuroses está relacionada a conflitos psíquicos não
resolvidos durante o desenvolvimento da personalidade, especialmente na infância. Esses conflitos
envolvem desejos e impulsos inconscientes reprimidos, que resultam em sintomas neuróticos. A
teoria freudiana enfatiza a importância do inconsciente e das experiências precoces na
formação das neuroses.
NEUROSE: SEGUNDO FREUD (Cap. 17 Zimerman) > No início de sua obra, Freud dividiu os
transtornos emocionais, que então ele denominava psiconeuroses, em três categorias
psicopatológicas: 1) As neuroses atuais (que estavam em desuso na psicanálise, mas que
recentemente voltam a ocupar, com esse mesmo nome, um lugar de destaque, principalmente
a partir dos estudos com pacientes somatizadores).
2) As neuroses transferenciais, também conhecidas como psiconeuroses de defesa (que eram
as histerias, as fobias e as obsessivas). 3) As neuroses narcisistas (que constituem os atuais
quadros psicóticos). Freud afirmava então que somente as neuroses transferenciais poderiam
ser tratadas pelo método psicanalítico, visto a transferência ser a matéria-prima da psicanálise,
e, na época, a
psicanálise não reunia condições para perceber a existência da transferência naqueles
pacientes que estavam em um estado de encapsulamento narcisístico próprio das psicoses.
Quando falamos em sintoma, estamos nos referindo a um estado de sofrimento que o
paciente acusa, e do qual está querendo livrar-se, porquanto o sente como um corpo estranho
a si. É evidente que existe a possibilidade, nada rara, de que a pessoa manifeste claramente um
sintoma facilmente observável pelos outros (alcoolismo, mudança de conduta, alguma evitação
fóbica, etc.), porém que está tão egossintônica que o paciente, aparentemente, não o está
percebendo e está sofrendo.
A neurose atual, segundo Freud, não é produzida por conflitos históricos, mas sim por
motivos atuais, de modo que ela não depende estritamente de fatores psicológicos. Antes
disso, a neurose de angústia seria resultante de fatores biológicos que agiriam através de
substâncias químicas, sendo que o acúmulo dessas “toxinas sexuais” produzidas pelas
excitações frustradas manifesta-se diretamente por sintomas de angústia livre, como
taquicardia, palpitações, respiração ofegante, etc., que, diz Freud, são aquelas mesmas que
estão presentes no ato sexual. Inicialmente, Freud descreveu dois tipos de neurose atual: a
neurose de angústia (resultante da libido estancada, como no caso do “coito interrompido”) e a
neurastenia. Neste último caso, teria havido uma excessiva descarga de substâncias sexuais, como
aconteceria no exagero da prática da masturbação, sendo que como decorrência dessa
hemorragia de substâncias sexuais, a neurastenia caracteriza-se por um quadro sintomático de
fraqueza, apatia, cansaço, etc.
Posteriormente, em 1911, ao estudar o “Caso Schreber”, Freud descreveu um terceiro
tipo de neurose atual: a hipocondria, que poderia estar representando um núcleo “atual” de
uma esquizofrenia
TRANSTORNOS DE HUMOR.
·F30 Episódio maníaco > ·F31 Transtorno afetivo bipolar > ·F32 Episódios depressivos ·F33
Transtorno depressivo recorrente > ·F34 Transtornos de humor [afetivos] persistentes > ·F38
Outros transtornos do humor [afetivos]
F30. 0 Hipomania: Transtorno caracterizado pela presença de uma elevação ligeira, mas
persistente do humor, da energia e da atividade, associada em geral a um sentimento intenso
de bem-estar e de eficácia física e psíquica. Existe frequentemente um aumento da
sociabilidade, do desejo de falar, da familiaridade e da energia sexual, e uma redução da
necessidade de sono; estes sintomas não são, entretanto, tão graves de modo a entravar o
funcionamento profissional ou levar a uma rejeição social. A euforia e a sociabilidade são por vezes
substituídas por irritabilidade, atitude pretensiosa ou comportamento grosseiro. As perturbações
do humor e do comportamento não são acompanhadas de alucinações ou de ideias delirantes.
F30. 1 Mania sem sintomas psicóticos: Presença de uma elevação do humor fora de proporção
com a situação do sujeito, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação
praticamente incontrolável. Esta elação se acompanha de um aumento da energia, levando à
hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de sono. A atenção não pode
ser mantida, e existe frequentemente uma grande distração. O sujeito apresenta
frequentemente um aumento da autoestima com ideias de grandeza e superestimativa de
suas capacidades. A
perda das inibições sociais pode levar a condutas imprudentes, irrazoáveis, inapropriadas ou
deslocadas.
F30. 2 Mania com sintomas psicóticos: Presença, além do quadro clínico descrito em F30. 1, de
ideias delirantes (em geral de grandeza) ou de alucinações (em geral do tipo de voz que fala
diretamente ao sujeito) ou de agitação, de atividade motora excessiva e de fuga de ideias de
uma gravidade tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação
normal.
F31 Transtorno afetivo bipolar: Transtorno caracterizado por dois ou mais episódios nos
quais o humor e o nível de atividade do sujeito estão profundamente perturbados, sendo que
este distúrbio consiste em algumas ocasiões de uma elevação do humor e aumento da energia
e da atividade (hipomania ou mania) e em outras, de um rebaixamento do humor e de redução
da energia e da atividade (depressão). Pacientes que sofrem somente de episódios repetidos de
hipomania ou mania são classificados como bipolares (F31. 8).
F32 Episódios depressivos: Nos episódios tipicos de cada um dos três graus de depressão: leve,
moderado ou grave, o paciente apresenta um rebaixamento do humor, redução da energia e
diminuição da atividade. Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de
interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga importante,
mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do
apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente
ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves. O humor depressivo varia
pouco de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode se acompanhar de sintomas ditos
"somáticos", por exemplo perda de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas
antes da hora habitual de despertar, agravamento matinal da depressão, lentidão psicomotora
importante, agitação, perda de apetite, perda de peso e perda da libido. O número e a
gravidade dos sintomas permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve,
moderado e grave.
REFORMA PSIQUIATRICA:
Os principais componentes da história da Reforma Psiquiátrica no Brasil, com destaque para o processo
de delineamento progressivo da política de saúde mental do Ministério da Saúde, alinhada com os
princípios da Reforma são: 1. Desinstitucionalização: O movimento de desinstitucionalização visava o
fechamento dos manicômios e a transferência dos pacientes para serviços de saúde comunitários.
2. Atenção Psicossocial: Foi adotado o modelo de atenção psicossocial, que valoriza a participação social,
a inclusão e o cuidado integral do indivíduo, buscando sua reinserção na sociedade.
3. Redução de leitos psiquiátricos: Houve uma diminuição significativa do número de leitos em hospitais
psiquiátricos, direcionando os recursos para a ampliação da rede de serviços comunitários.
4. Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Os CAPS foram criados como unidades de referência para
atendimento em saúde mental, promovendo acolhimento, tratamento e reabilitação psicossocial.
5. Política Nacional de Saúde Mental: O Ministério da Saúde desenvolveu uma política nacional de saúde
mental, alinhada aos princípios da Reforma Psiquiátrica, que busca garantir o acesso universal, integral e
equânime aos serviços de saúde mental.
6. Participação social: A participação da sociedade civil e dos usuários dos serviços de saúde mental foi
fortalecida, por meio dos Conselhos de Saúde e dos movimentos sociais.
Em São Paulo foi criado o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e outras iniciativas
começaram a surgir. São serviços que cumprem a função inédita de oferecer cuidado intensivo a
usuários com quadro psiquiátrico grave sem lançar mão da hospitalização ou do frágil modelo
ambulatorial (que consistia em consultas esparsas de renovação de receitas, ou de timida oferta
psicoterápica). Uma função alternativa ou intermediária ao modelo hospitalar predominante
naquele período.
Com a inclusão dos princípios do SUS na Constituição de 1988, foi aberta uma nova perspectiva
para a autonomia e o desenvolvimento das políticas municipais de saúde; vigorosa expressão disso
foi o que ocorreu em Santos/SP em 1989. Apesar de ainda sob a vigência do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), os gestores recém-eleitos no município decidem apressar a
instalação do SUS e realizam intervenção em hospital psiquiátrico onde ocorriam graves violações
dos direitos humanos. Ao contrário de intervenções anteriores no mesmo hospital ou em geral, no
país, o
desfecho não apontaria melhorias, mas a extinção do hospital, com consequente criação de uma
rede denominada de substitutiva, composta não apenas de serviços descentralizados, distribuídos
pelo território, mas também de dispositivos que pudessem contemplar outras dimensões e
demandas da vida, tais como moradia, trabalho lazer, cultura, etc. Além da criação de cinco Núcleos
de Atenção Psicossocial (NAPS), foram abertas residências para egressos do hospital, uma cooperativa
de trabalho, um projeto cultural de rádio, TV e teatro, além de vários outros programas
intersetoriais com crianças e jovens, profissionais do sexo, redução de danos, violência doméstica,
dentre outros. Em pouco tempo passa a ter visibilidade a rede de dispositivos substitutivos criados
em vários municípios do país, e regulamentados pelas portarias 189, em 1991, que introduziu os
códigos NAPS/CAPS na tabela do SUS e pela 224, de 1992, que os define como unidades de saúde
locais/regionalizadas responsável pela cobertura de uma população definida pelo nível local a
oferecer cuidados intermediários entre a rede ambulatorial e a internação hospitalar. Muitos outros
dispositivos são criados, tais como hospitais-dia, centros de convivência e cultura, centros de
referência, oficinas terapêuticas, dentre outros. Este crescimento revela a riqueza e a criatividade dos
atores da RP no âmbito do SUS. É importante destacar que, ao mesmo tempo em que as portarias
propiciaram o aumento da rede, por outro limitaram sua autonomia em termos de inovação e
resolubilidade.
Apesar da importância da RAPS e da organização articulada da rede que ela instituiu, é importante destacar
que, para as atividades de cultura e trabalho e geração de renda, não foram definidos recursos
orçamentários, revelando assim o pouco significado estratégico atribuído a tais iniciativas que poderiam ser
melhor utilizadas, tendo em mente a regulamentação do Programa de Geração de Renda e Trabalho
(Resolução CODEFAT no 59/1994) e dos Pontos de Cultura (Lei no 12.343/2010).
BIPOLARIDADE: O TB, em seus vários tipos, é marcado por seu caráter fásico, episódico. Os episódios de
mania e depressão ocorrem de modo relativamente delimitado no tempo, e, com frequência, há
períodos de remissão, em que o humor do paciente encontra-se normal, eutimico, e as alterações
psicopatológicas mais intensas regridem. O risco de suicídio aumenta de forma marcante se há
comorbidade com transtornos da personalidade (TPs) do grupo B (TPs borderline, histriônica ou
narcisista) e uso de substâncias como álcool, cocaína ou maconha. A bipolaridade, também conhecida
como transtorno bipolar, é um transtorno mental que se caracteriza por oscilações extremas de humor,
que variam entre episódios de mania e episódios de depressão. Os episódios de mania são marcados por
humor elevado, energia excessiva, comportamentos impulsivos e irritabilidade. Já os episódios de depressão
são caracterizados por tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse e pensamentos suicidas. Entre
esses episódios, pode haver períodos de estabilidade
Certas formas de sintomas na bipolaridade podem incluir episódios de mania, caracterizados por humor
elevado, excesso de energia, impulsividade e comportamentos de risco, e episódios de depressão,
caracterizados por tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse e pensamentos suicidas. Além
disso, pode haver períodos de estabilidade entre os episódios
No caso do TB tipo I, deve haver episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos
uma (mas geralmente várias) fase maníaca bem caracterizada. No TB tipo II, ocorrem episódios depressivos
intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas (aqui o paciente não deve
apresentar fases evidentemente maníacas, mas apenas hipomaníacas).
Transtorno bipolar, tipo ciclagem rápida: Para o diagnóstico do tipo ciclagem rápida, é necessário que o
paciente tenha apresentado, nos últimos 12 meses, pelo menos quatro episódios bem caracterizados e
distintos de transtorno do humor, mania (ou hipomania) e/ou depressão. Os episódios podem ocorrer
em qualquer combinação ou ordem. Para dois episódios da mesma polaridade, deve-se verificar
intervalos de pelo menos dois meses de remissão parcial ou total dos sintomas ou, no caso de episódios
de polaridade distinta, guinada para episódio de polaridade oposta (depressão para mania ou o inverso, sem
necessidade de períodos intermediários de normalidade do humor). O TB do tipo ciclagem rápida tem
surgimento mais precoce, curso mais longo, mais uso de álcool e substâncias ilícitas e aumento do risco
de suicídio.
LUTO E MELANCOLIA SEGUNDO FREUD: Segundo Freud, o luto é uma reação natural à perda de alguém ou
algo significativo, e a melancolia é uma forma mais intensa e prolongada de luto, envolvendo
sentimentos de autoacusação e autodepreciação. O luto ocorre na neurose e a melancolia ocorre na
psicose! Luto é o mundo externo, sem graça, chateação, angústia, etc... Na Melancolia não ocorre a
transferência para um objeto, não é trabalhado o tempo de luto, ele se torna reprimido dentro de mim
(depreciação de si).
Segundo Sigmund Freud, o luto é uma reação normal diante da perda de um ente querido, envolvendo
tristeza e saudade. É um processo natural de adaptação à perda, no qual a pessoa gradualmente aceita a
realidade da morte.
Por outro lado, a melancolia, também conhecida como depressão endógena, é um transtorno psíquico mais
profundo e patológico. Freud descreveu a melancolia como um estado de tristeza intensa e
permanente, caracterizado por autorrecriminação, baixa autoestima e sentimento de culpa excessivos
sem uma causa clara. Diferentemente do luto, a melancolia está associada a uma perturbação na
identificação do eu e requer tratamento psicoterapêutico.