Exame Cardíaco - Dr. Francisco Akira Malta Cardozo

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O exame cardíaco

Francisco Akira Malta Cardozo


Etapas do Exame Físico Cardíaco

" Inspeção
" Pectus
" Fáscies típicas
" Deformações torácicas
" Avaliação do pulso venoso

" Palpação
" Avaliação do Ictus
" Avaliação do pulso arterial
" Avaliação da pressão arterial

" Ausculta
" Bulhas
" Sopros
" Principais patologias
Anatomia do tórax
Pectus Excavatum

" Deformação torácica congênita mais


frequente

" Associado com outras patologias


" Doenças do tecido conjuntivo
" Síndrome de Marfan
" Prolapso de válvula mitral

" Normalmente tratamento conservador

" Cirurgia em casos extremos, questões


estéticas / emocionais ou compressão
de órgão intracavitário.
Pectus Carinatum

" Menos frequente que pectus excavatum

" Associação com síndrome de Marfan ou


cardiopatia congênitas

" Tratamento normalmente conservador

" Cirurgia em casos estéticos / emocionais


Avaliação do Pulso Venoso
Sinal de Kussmaul

Inspiração
Profunda
" Tamponamento
cardíaco
Redução de
pressão
intratorácica " Tromboembolismo
pulmonar

" Miocardiopatia
Aumento de restritivas
retorno venoso
" Estenose de
tricúspide
Atrio direito / VD
com pressões " Disfunção grave de
elevadas VD

Aumento da estase
jugular / pulso
venoso mais visível
Refluxo Hepatojugular
Outros sinais de congestão direita
Inspeção Torácica
Palpação do Ictus

" Normalmente entre 4º e 5º espaço


intercostal, linha hemi-axilar / axilar
anterior

" Palpação com as polpas digitais

" Avaliar: Localização, extensão,


mobilidade, intensidade e impulsão.

" Ictus hiperdinâmico: Insuficiência mitral


ou aórtica importante

" Ictus muscular: hipertrofia e dilatação


ventricular
Palpação do Pulso Arterial
Avaliação da Pressão Arterial
Etapas para aferição da Pressão Arterial

" Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço


" Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa
cubital
" Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a
artéria braquial
" Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial
" Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou
o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva
" Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível
estimado da PAS obtido pela palpação
" Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por
segundo)
" Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de
Korotkoff) e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação
" Determinar a PAD no desaparecimento dos sons (fase V de
Korotkoff)
" Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para
confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação
rápida e completa
" Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da
PAS/PAD/zero
" Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno
de um minuto. Medições adicionais deverão ser realizadas se
as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue
adequado, considere a média das medidas
" Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e
usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como
referência
" Informar o valor de PA obtido para o paciente
" Anotar os valores exatos sem <arredondamentos= e o braço em que
a PA foi medida.
" Em pacientes que existe suspeita de hipotensão postural
deve-se repetir a aferição com o paciente após 3 minutos em
pé. Diagnostica-se a hipotensão postural quando ocorre
queda superior a 20 mmHg na PAS ou 10 mmHg na diastólica.
Ausculta
Ciclo Cardíaco
Ausculta Cardíaca
Abordagem sistematizada da Ausculta Cardíaca
Padronização
1. Caracterização da Ausculta
do ritmo cardíaco Cardíaca
Regular
Irregular (arritmia respiratória, extrassistolia, outra arritmia)
2. Freqüência cardíaca
3. Bulhas (1ª e 2ª)
Intensidade
Desdobramentos
4. Ruídos adicionais
3ª e 4ª bulhas
Clicks, estalidos
Ruídos de próteses
5. Sopros cardíacos
Fases do ciclo cardíaco
Tipo
Localização
Duração
Intensidade
Tonalidade
Timbre
Irradiação
6. Atritos
B1
" Decorre do fechamento com
desaceleração abrupto do fluxo
sanguíneo e tensionamento da
válvula mitral e tricúspide

" Timbre mais grave 3 <TUM=

" Maior intensidade foco mitral.


B2
" Decorre do fechamento com
desaceleração abrupto do fluxo
sanguíneo e tensionamento das
válvulas aórtica e pulmonar

" Timbre mais agudo 3 <TA

" Mais intensa nos focos da base


Outros Ruídos 3 B3

B3

" Ruído protodiastólico de baixa


frequência

" Mais audível em foco mitral e em


decúbito lateral esquerdo

" Ocorre por desaceleração abrupta


de fluxo durante a fase de
enchimento rápido em ventrículo
com menor complacência
B1 B2 B3
Tum tá tá " Sobrecarga volêmica, disfunção
ventricular, hipervolemia

" Pode ser fisiológica,


desaparecendo ao ficar em pé

" Tum - tá - tá
Outros Ruídos 3 B4

B4

" Ruído telediastólico ou pré


sistólico, grave de baixa
intensidade

" Mais audível em foco mitral e em


decúbito lateral esquerdo

" Ocorre por desaceleração abrupta


de fluxo durante a sístole atrial

B4 B1 B2 " Sobrecarga pressórica,


tu Tum tá hipertensão arterial, estenose
aórtica, miocardiopatias

" Pode ser fisiológica em crianças /


adultos jovens

" Tu - Tum - tá
Graduação de Sopros

Classificação dos sopros cardíacos


Grau Descrição

Grau 1 Audível somente com manobras

Grau 2 Sem irradiação

Grau 3 Audível em todo o pré-córdio.

Alto, com frêmito palpável (isto é, um


Grau 4
tremor ou vibração sentido à palpação)
Muito alto, com frêmito. Pode ser
Grau 5 auscultado quando o estetoscópio está
parcialmente afastado da caixa torácica.
Muito alto, com frémito. Audível com o
Grau 6
estetoscópio afastado da caixa torácica.
Sopros sistólicos 3 Estenose aórtica

Estenose aórtica

" Sopro sistólico ejetivo


em formato de
diamante.

" Quanto mais tardio o


pico, maior a gravidade

" Melhor auscultado


focos da base

" Outros sinais clinicos:


Pulso parvus et tardus

" Fenômeno de
Gallavardin 3 Irradiação
para o ápice pela aorta
calcificada 3 Som mais
agudo
Sopros sistólicos 3 Insuficiência Mitral

Insuficiência Mitral

" Sopro sistólico holossistólico


regurgitativo melhor
auscultado do ápice

" Irradiação para dorso ou


axila

" Hipofonese de B1

" Hiperfonese de B2 se
hipertensão pulmonar (P2)
Sopros Diastólicos 3 Insuficiência Aórtica

Insuficiência aórtica

" Sopro diastólico, aspirativo em


decrescendo

" Melhor auscultado nos focos da


base com paciente sentado

" Outras características clínicas:


Pressão arterial divergente, sinal
de Musset (oscilação da cabeça),
sinal de Quincke (pulsação em
leito unguel), pulso martelo
d9água.

" Sopro de Austin Flint 3 Jato de da


Iao dificulta aberta mitral 3 Sopro
de estenose mitral associado.
Sopros Diastólicos 3 Estenose Mitral

Estenose Mitral

" Sopro diastólico, em ruflar

" Melhor auscultado no ápice


cardíaco

" Gerado pela passagem de sangue


pela válvula estenosada na
diastóle

" Aceleração do jato durante a


sístole atrial gera o reforço pré 3
sistólico. Ausente se Fibrilação
Atrial.
Tabela principais sopros

Característica Estenose aórtica Insuficiência Mitral

Característica Estenose Mitral Insuficiência Aórtica


Atritos 3 Atrito pericárdico

Atrito pericárdico

" Ruído grosseiro, de alta


frequencia, <áspero=

" Gerado pelo atrito entre o


pericárdio visceral e parietal
inflamados

" Similar ao ranger de couro novo

" Ocorre por todo o ciclo cardíaco

" Melhor audível com o tronco


flexionado para frente,
principalmente em borda esternal
esquerda

" Some com o aumento do derrame


pericárdico
Ultrassonografia beira leito
Caso Clínico 01

" Paciente 76 anos de idade, com queixa de dispnéia aos esforços associado a dor torácica em aperto, sem
irradiação, sem sintomas autonômicos associados com melhora quando está em repouso.

" Apresentou 02 episódios de pré síncope na última semana quando apresentou piora da fraqueza.

" Ao exame físico:

Inspeção Palpação Ausculta


Caso clínico 01

" Qual a valvopatia mais provável

" A) Insuficiência Mitral

" B) Estenose Mitral

" C) Insuficiência Aórtica

" D) Estenose aórtica


Caso Clínico 02

" Paciente 32 anos de idade com quadro de dor precordial constante, sem relação com esforços físicos.
Apresenta melhora ao inclinar o corpo para frente. Nega náuseas, vômitos, refere dispnéia discreta sem
ortopnéia ou dispnéia paroxística noturna.

" Nega comorbidades prévias porém apresentou quadro diarreico há cerca de 02 semanas.

" Ao exame físico:

Ausculta
Caso clínico 01

" Qual o diagnóstico provável ?

" A) Síndrome coronariana aguda

" B) Estenose Aórtica

" C) Pericardite

" D) Comunicação Interventricular


Obrigado
Akira.cardio@gmail.com

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