ACB-DDCDA-A02
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2. PRECEDENTES:
CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1o - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
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Há, nesse sentido, um papel determinante do Poder Judiciário, bem como das
instituições públicas voltadas à tutela dos direitos socioambientais e que dispõem de
legitimidade para a adoção de medidas extrajudiciais e judiciais – por exemplo, do termo
de ajustamento de conduta e da ação civil pública – para a resolução de tais conflitos,
como é o caso do Ministério Público e da Defensoria Pública, além, é claro, das
associações civis de proteção ambiental e do próprio cidadão, este último através do
manuseio da ação popular.
Ao dispor no caput do seu art. 225 que se impõe “ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, a tutela
constitucional do ambiente passou a vincular juridicamente (para além de uma obrigação
moral) também os particulares – e não somente os entes públicos –, atribuindo aos
mesmos não apenas um direito fundamental ao ambiente (pelo menos no sentido de um
direito de exigir que o Estado e terceiros se abstenham de atentar contra o ambiente e
atuem no sentido de protegê-lo), mas também deveres fundamentais de proteção do
ambiente atribuídos aos particulares (pessoas físicas e jurídicas), inclusive por forca da
eficácia entre particulares (ou horizontal) do direito ao ambiente, o que conduz ao
reconhecimento do direito ao ambiente como autêntico direito-dever.
FUNDAMENTAIS)
liberais
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sociais
Ademais, da mesma forma como os direitos liberais tem o seu alicerce normativo no
princípio da liberdade e os direitos sociais são formatados sob a égide do princípio da
igualdade, os direitos fundamentais de terceira dimensão, como é o caso do direito ao
ambiente, encontrariam o seu suporte normativo-axiológico no princípio (e dever) da
solidariedade. As duas dimensões (liberal e social) dos direitos humanos e fundamentais
conformam as duas maiores tradições políticas (o pensamento liberal e o pensamento
social). A primeira resulta do liberalismo cunhado no Século 18 e reformulado nos
Séculos subsequentes, ao passo que a segunda marca os Séculos 19 e 20, desembocando
na estruturação do modelo contemporâneo do Estado Constitucional, na condição de um
Estado Democrático, Social e Ecológico de Direito 1, comprometido, para além das
liberdades individuais, com as noções de igualdade substancial e solidariedade.
1
V. SARLET, Ingo W.; FENSTERSEIFER, Tiago. Direito constitucional ecologico. 6.ed. Sao Paulo: Revista
dos Tribunais, 2019.
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2
SOARES, Direito internacional do meio ambiente..., p. 55.
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A CF/1988 (art. 225 e art. 5.º, § 2.º), seguindo a influência do direito constitucional
comparado (por exemplo, a Constituição portuguesa de 1976) e do direito internacional,
sedimentou e positivou ao longo do seu texto os alicerces normativos de um
constitucionalismo ecológico, atribuindo ao direito ao ambiente o status de direito
fundamental, em sentido formal e material, orientado pelo princípio da solidariedade,
conforme inclusive já resultou reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito de
emblemática decisão relatada pelo Ministro Celso de Mello.
Ademais, muito embora o art. 225 esteja topograficamente situado fora do Título
II da CF/1988 (onde se encontram arrolados os direitos fundamentais), a doutrina e a
jurisprudência brasileira são pacíficas no sentido de reconhecer o direito ao
ambiente como integrante do rol dos direitos e garantias fundamentais da pessoa
humana, constante da Carta Magna de 1988. Na medida em que integra a Constituição
formal (art. 225), mesmo que não inserido expressamente no catálogo dos direitos
fundamentais, pode-se dizer que o direito ao ambiente se trata de um direito formal e
materialmente fundamental. A despeito de não estar previsto no Título II da
Constituição, é por intermédio do direito constitucional positivo, ou seja, da cláusula de
abertura material do catálogo de direitos fundamentais (art. 5°, § 2°, da CF/88), que
é atribuído ao direito ao ambiente fundamentalidade material.
Aquém de tal padrão ecológico, a vida e a dignidade humana estariam sendo
violadas no seu núcleo essencial. A qualidade, o equilíbrio e a segurança ambiental,
com base em tais considerações, passaria a figurar como elemento integrante do conteúdo
normativo do princípio da dignidade da pessoa humana, sendo, portanto, fundamental ao
desenvolvimento de todo o potencial humano num quadrante de completo bem-estar
existencial.
Atualmente, pode-se dizer que os valores ecológicos tomaram assento
definitivo no conteúdo do princípio da dignidade da pessoa humana. Portanto, no
contexto constitucional contemporâneo, consolida-se a formatação de uma dimensão
ecológica da dignidade humana, que abrange a ideia em torno de um bem-estar
ambiental (assim como de um bem-estar social) indispensável a uma vida digna,
saudável e segura. Dessa compreensão, pode-se conceber a indispensabilidade de um
patamar mínimo de qualidade ambiental para a concretização da vida humana em níveis
dignos.
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Não se pode conceber a vida – com dignidade e saúde – sem um ambiente natural
saudável e equilibrado. A vida e a saúde humanas (ou como refere o caput do art. 225 da
CF/1988, conjugando tais valores, a sadia qualidade de vida) só estão asseguradas no
âmbito de determinados padrões ecológicos. O ambiente está presente nas questões mais
vitais e elementares da condição humana, além de ser essencial à sobrevivência do ser
humano como espécie natural.
Por fim, outro aspecto inovador verificado no documento da Corte IDH diz respeito
ao reconhecimento da proteção jurídica autônoma, ou seja, “em si mesma” da Natureza,
destacando “uma tendência a reconhecer a personalidade jurídica e, por fim, os direitos
da Natureza, não só em decisões judiciais, mas também nos ordenamentos
constitucionais”.
Inicialmente, cabe destacar que não há qualquer distinção quanto ao regime jurídico
ou força jurídica a ser aplicada aos direitos fundamentais presentes no catálogo e àqueles
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incluídos no rol através da abertura material do art. 5°, § 2°, da CF/88, tendo, portanto, o
direito fundamental ao ambiente aplicação imediata, na linha do que dispõe o § 1º do art.
5º, bem como constituindo-se de norma de eficácia direta e irradiante frente a todo
ordenamento jurídico e passando a integrar o rol das cláusulas pétreas (art. 60, § 4º, inc.
IV, da CF/88).
Do ponto de vista material, houve uma decisão tomada pelo constituinte brasileiro ao
consolidar o direito subjetivo dos indivíduos e da coletividade a viverem em um (e não
qualquer) ambiente ecologicamente equilibrado, considerando ser o mesmo “essencial à
sadia qualidade de vida” (art. 225, caput, da CF/88).
JURISPRUDÊNCIA DO STJ:
Sem o acesso a tais condições existenciais básicas (que, todavia, não podem ser
compreendidas no sentido de uma redução da proteção dos direitos socioambientais a um
patamar minimalista), que exigem o respeito, proteção e promoção de um padrão mínimo
– no sentido de necessário – de qualidade ambiental, não há que falar em liberdade real
ou fática, quanto menos em um padrão de vida digno. Dentre outras justificativas que se
poderia invocar, assume relevância a noção do dever de respeito e consideração, por parte
do Estado e da sociedade, pela vida de cada indivíduo. Mais recentemente, a Corte IDH,
por meio da Opinião Consultiva 23/2017, reconheceu expressamente que "vários direitos
fundamentais exigem, como condição prévia necessária para o seu exercício, uma
qualidade ambiental mínima e são profundamente afetados pela degradação dos
recursos naturais”. 3
3
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, Opinião Consultiva n. 23/2017..., p. 22.
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JURISPRUDÊNCIA STF:
Mais recentemente a ADPF 708, ministro Barroso citando uma passagem da OC 23,
ele fala da dimensão ecológica do mínimo existencial.
Até por uma questão de justiça entre gerações humanas, a geração presente teria a
responsabilidade de deixar como legado às gerações futuras condições ambientais
idênticas ou melhores do que aquelas recebidas das gerações passadas, estando a geração
vivente, portanto, vedada a alterar em termos negativos as condições ecológicas, até por
força do princípio da proibição de retrocesso ambiental e do dever (do Estado e dos
particulares) de melhoria progressiva da qualidade ambiental.
Em sintonia com tal entendimento, com o intuito de fazer com que as práticas
poluidoras “recuem” – através da “redução dos impactos” da ação humana sobre o
ambiente – e a qualidade ambiental melhore de forma progressiva, a Lei da Política
Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC (Lei 12.187/2009), que, além de enunciar,
no caput do art. 3o, como diretrizes para a questão climática, a consagração dos princípios
da precaução, da prevenção, da participação cidadã e do desenvolvimento sustentável –
bem como do princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, aplicado no
âmbito internacional –, estabelece, no mesmo artigo citado, inciso I, que “todos têm o
dever de atuar, em benefício das presentes e futuras gerações, para a redução dos impactos
decorrentes das interferências antrópicas sobre o sistema climático”.
de tornar cada vez mais efetivos os direitos protegidos. Enfim, o recuo de um direito não
pode ir aquém de certo nível, sem que esse direito seja desnaturado. Isso diz respeito tanto
aos direitos substanciais como aos direitos procedimentais.
Assumindo como correta a tese de que a proibição de retrocesso não pode impedir
qualquer tipo de restrição a direitos socioambientais, parte-se aqui da mesma diretriz que,
de há muito, tem sido adotada no plano da doutrina especializada, notadamente a noção
de que sobre qualquer medida que venha a provocar alguma diminuição nos níveis de
proteção (efetividade) dos direitos fundamentais recai a suspeição de sua ilegitimidade
jurídica, portanto, na gramática do Estado Constitucional, de sua inconstitucionalidade,
acionando assim um dever no sentido de submeter tais medidas a um rigoroso controle
de constitucionalidade, onde assumem importância os critérios da proporcionalidade (na
sua dupla dimensão anteriormente referida), da razoabilidade e do núcleo essencial (com
destaque para o conteúdo “existencial”) dos direitos socioambientais, sem prejuízo de
outros critérios, como é o da segurança jurídica e dos seus respectivos desdobramentos.
JURISPRUDÊNCIA STJ.
JURISPRUDÊNCIA STJ.
JURISPRUDÊNCIA STF
ADPF 623, Min. Rosa Webwer: “tenho por inequívoco que a lesão ou
ameaça aos preceitos fundamentais da participação popular direta
(art. 1º, parágrafo único, CF) da proibição do retrocesso institucional
e socioamnbiental (art. 1º, caput e inciso III; art. 5º, inciso XXXVI e
paragrafo 1º; e art 60, par. 4º, IV CF) da igualdade em sua dimensão
política e procedimental (art. 5º, inciso I, CF) e da proteção do meio
ambiente (art. 225 CF) considerada a posição de centralidade que
esses preceitos fundamentais assumem no desenho institucional da
Constituição, mostra-se passível de desfigurar a identidade e estrutura
do constitucionalismo pátrio”.
Como fundamentos lançados na inicial pelos autores da ação para a sua configuração,
destacam-se: ações e omissões persistentes, comprometedoras da tutela do meio ambiente
e da operação do Fundo Clima, imputáveis a autoridades diversas e ensejadoras de
violações massivas a direitos fundamentais, tudo a sugerir a existência de um estado de
coisas inconstitucional em matéria ambiental. A decisão judicial a ser tomada diante da
caracterização de um estado de coisas inconstitucional envolve a adoção das denominadas
medidas estruturais ou estruturantes, ingressando o Poder Judiciário no âmbito do
controle das políticas públicas, dada a excepcionalidade e gravidade da situação,
caracterizada, na sua essência, pelas ações e omissões sistemáticas e reiteradas do Estado
(por diversos órgãos da estrutura estatal) e violação massiva de direitos fundamentais.
No STF, tramita nesse sentido a ADPF 743/DF, proposta pelo Partido Rede
Sustentabilidade, sob a relatoria do Ministro Marco Aurélio, em que é pleiteada, além do
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embora constituam uma prática antiga, adquiriram uma dimensão que afeta todo o
ecossistema e a saúde da população, de modo que não se trata de uma queima isolada de
pastagens, mas sim o efeito cumulativo de numerosos incêndios que se espalharam por
toda a região, colocando o meio ambiente em risco.
JURISPRUDÊNCIA:
Alinha-se a tal ideário normativo, a autonomia assegurada aos entes federativos (arts.
1.º e 18) pela da CF/1988, em especial, a consagração do status federativo dos entes
municipais, bem como a delimitação constitucional de competências entre os entes
federativos, com um rol considerável (16 incisos) de competências legislativas
concorrentes (art. 24), assim como um amplo rol de matérias constantes da competência
executiva comum a todos os entes federativos (art. 23).
JURISPRUDENCIA STF.
Competência legislativa em matéria ambiental, federalismo e
descentralização política em favor dos entes menores ou periféricos.
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. LEI MUNICIPAL 4.253/85 DO
MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. PREVISÃO DE IMPOSIÇÃO
DE MULTA DECORRENTE DA EMISSÃO DE FUMAÇA ACIMA
DOS PADRÕES ACEITOS. ALEGAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE POR OFENSA À REGRA
CONSTITUCIONAL DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
FEDERATIVAS. INOCORRÊNCIA. NORMA RECEPCIONADA
PELO TEXTO VIGENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE
SE NEGA PROVIMENTO. 1. Nos casos em que a dúvida sobre a
competência legislativa recai sobre norma que abrange mais de um
tema, deve o intérprete acolher interpretação que não tolha a
competência que detêm os entes menores para dispor sobre determinada
matéria (presumption Against preemption). 2. Porque o federalismo é
um instrumento de descentralização política que visa realizar direitos
fundamentais, se a lei federal ou estadual claramente indicar, de forma
adequada, necessária e razoável, que os efeitos de sua aplicação
excluem o poder de complementação que detêm os entes menores (clear
statement rule), é possível afastar a presunção de que, no âmbito
regional, determinado tema deve ser disciplinado pelo ente menor. 3.
Na ausência de norma federal que, de forma nítida (clear statement
rule), retire a presunção de que gozam os entes menores para, nos
assuntos de interesse comum e concorrente, exercerem plenamente sua
autonomia, detêm Estados e Municípios, nos seus
respectivos âmbitos de atuação, competência normativa. 4. Recurso
extraordinário a que se nega provimento. (STF, RE 194.704/MG,
Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Velloso; Rel. p/ Acórdão Min. Edson
Fachin, j. 29.06.2017).
mas também ao Administrador no que diz com a execução da legislação, conforme ainda
teremos ocasião de verificar à frente 4.
4
Não se pode olvidar também a atuação do Estado-Administrador por meio da edição de decretos
regulamentares, os quais tem o propósito de transpor para o plano concreto os marcos normativos
elaborados pelo Estado-Legislador, permitindo a “execução” de políticas públicas. Em regra, como se
verifica na legislação brasileira em termos gerais, as leis ambientais são sempre seguidas pela edição de
decretos regulamentares.
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O Estado, nesse contexto, não está apenas “autorizado”, mas sim “obrigado”
constitucionalmente (aqui por força dos seus deveres de proteção e promoção) a
regulamentar a matéria ambiental nas mais diversas áreas (penal, civil, administrativa,
processual, tributária, urbanística etc.) com o propósito maior de promover a proteção
ambiental e elidir condutas e atividades lesivas ou potencialmente lesivas ao ambiente
perpetradas tanto por particulares (pessoas físicas e jurídicas) quanto pelos próprios entes
e agentes estatais.
5
Atenção: O professor traz comentários adicionais em cada ponto em aula.
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art. 30 da CF/1988, que assegura ao Município competência para legislar sobre assuntos
de “interesse local”, quanto à previsão do inciso II do art. 30, ao assinalar a competência
legislativa do Município para “suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber”, reforçam essa perspectiva e dão suporte normativo suficiente, juntamente
com o marco democrático participativo consagrado pela CF/1988, para admitir a
consagração, de forma implícita, do princípio da subsidiariedade no nosso sistema
constitucional edificado em 1988, especialmente a partir da abertura material do
mesmo estabelecido no art. 5.º, § 2.º.
JURISPRUDÊNCIA STF:
intermédio das práticas administrativas levadas a efeito pelos diversos entes federativos
e instâncias estatais. A CF/1988, no seu art. 23, consagrou a competência executiva (ou
material) comum em matéria ambiental, e, portanto, a tarefa – e responsabilidade solidária
– de todos os entes federativos, no sentido de, por meio da sua atuação administrativa.
Nesse contexto, não se deve olvidar do rol considerável de deveres de proteção estatais
(que implicam medidas administrativas) arrolados no art. 225 da CF/1988, em especial
no seu § 1.º, conforme tratamos anteriormente, já que também ali há a consagração de
diversas medidas que envolvem a atuação administrativa dos entes federativos (por
exemplo, exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade).
Além da competência executiva comum entre os entes federativos estabelecida pelo art.
23 da CF/1988, há também a previsão de matérias de competência executiva (ou material)
de ordem exclusiva da União (art. 21).
(Lei dos Crimes e Infrações Administrativas Ambientais), no seu art. 70, § 1.º, estabelece
que “são autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar
processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização
(...)”, bem como, no § 3.º do mesmo dispositivo, que “a autoridade ambiental que tiver
conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante processo administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade”.
PARTE EXTRA.
LEI COMPLEMENTAR 140/2011 (COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA EM
MATÉRIA AMBIENTAL)
SISNAMA, o espaço a ser ocupado e o papel que cabe a cada ente federativo
desempenhar, evitando sobreposição de atribuições, o que, além implicar morosidade e
ineficiência na atividade administrativa, em prejuízo de empreendedores e da sociedade
como um todo, tabem acarreta desperdício de recursos públicos, como, pode ser ilustrado
no exemplo em que dois entes federativos realizam simultaneamente o licenciamento
ambiental ou mesmo a lavratura de auto de infração ambiental referentes a mesma
situação. A competência para o licenciamento ambiental estabelecida na LC 140/2011,
inclusive coma previsão expressa de um nível federativo único para o licenciamento
ambiental (art. 13)19, ilustra bem o ponto, delimitando com precisão o espaço de atuação
de cada um dos entes federativos: União (art. 7º, XIV), Estados (art. 8º, XIV), Distrito
Federal (art. 10) e Municípios (art. 9º, XIV). Por fim, registra-se que a uniformidade em
questao deve respeitar as peculiaridades regionais e locais, conforme dispõe a parte final
do inciso IV do art. 3º. perspectiva de uma atuação coordenada, cooperativa e uniforme
entre os diversos entes federativos encontra respaldo no art. 2º do diploma, ao estabelecer
tanto a possibilidade de uma atuação supletiva quanto de uma atuação subsidiaria dos
entes federativos no exercício das competências administrativas em matéria ambiental,
articulando-se mutuamente. Nesse sentido, segundo dispõe o inciso II do dispositivo
citado, a atuação supletiva configura-se por meio da “ação do ente da Federação que se
substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições”, nas hipóteses
definidas na LC 140/2011; ao passo que a atuação subsidiária, consagrada no inciso III,
diz respeito à “ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das
atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas no diploma”.
SIMULADO – AULA 1
SIMULADO – AULA 2
GABARITO – AULA 1:
1) ERRADO
2) ERRADO
3) CERTO
4) ERRADO
5) CERTO
GABARITO – AULA 2:
1) ERRADO
2) CERTO
3) ERRADO
4) ERRADO
5) ERRADO