Cristina Catchimbali Fixo

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

LICENCIATURA EM ENFERMAGEM E OBSTETRÍCIA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR, A


PACIENTE COM DIABETES MELITUS TIPO 2

ESTUDANTE: CRISTINA MANUELA CACHIMBALI


LICENCIATURA EM: ENFERMAGEM E OBSTETRÍCIA
LOCAL DE ESTÁGIO: HOSPITAL GERAL DA BAÍA FARTA
ORIENTADORA: NASILVA MIGUEL
CO-ORIENTADOR: JOAQUIM ERNESTO SEGUNDA

Benguela, 2024

I
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
LICENCIATURA EM ENFERMAGEM E OBSTETRÍCIA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR, A


PACIENTE COM DIABETES MELITUS TIPO 2

CRISTINA MANUELA CACHIMBALI

Este Relatório Final de Curso, foi elaborado no instituto Superior


Politécnico Jean Piaget Benguela, como resultado do estágio realizado no
Hospital Geral da Baía Farta, de 15 de Julho à 31 de Julho de 2024.

II
FICHA TÉCNICA

Autor: Cachimbali, Cristina

Título do trabalho: Relatório Final de Estágio Curricular A Paciente com Diabetes Melitus Tipo 2 no Hospital
Geral da Baia Farta

Total de Folhas: 53 il

Co-Orientador: Lic. Joaquim Ernesto Segunda

Trabalho de Fim de Curso da Licenciatura em Enfermagem e Obstetrícia no Instituto Superior Politécnico


Jean Piaget de Benguela

Palavras-Chave: Paciente, Diabete Melitus Tipo 2, Sistematização da Assistência de Enfermagem.

III
AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, por ser essencial na minha vida, autor


do meu destino, meu guia, socorro presente na angústia, pós sem ele não teria forças
para começar e terminar com êxitos esta longa jornada.
Agradeço os meus pais, familiars e amigos pelo incentivo e pelo apoio
constante.
Agradecimentos ao meu orientador Dr. Joaquim Ernesto Segunda pela
sua contribuição e orientação.
Agradecimentos vai também aos meus colegas que contribuíram com os
seus conhecimentos na elaboração deste trabalho.
Estou grato a todos, enfermeiros e médicos que ao longo desse tempo
que estivemos a estagiar nas unidades de saúde, passamos de estranho para grandes
amigos e que muito contribuíram no meu ensino e aprendizagem.
A todos aqueles que de forma direita e endireita deram o seu contributo
para que eu chegasse a concretizar o sonho desta licenciatura o meu muito obrigada.

4 IV
Índice
Agradecimento------------------------------------------------------------------------------------4
Índice-----------------------------------------------------------------------------------------------5
Índice de tabelas-----------------------------------------------------------------------------------7
Siglário ………………………....………………………………………………………8
Resumo----------------------------------------------------------------------------------------------9
Abstract---------------------------------------------------------------------------------------------10
Introdução -----------------------------------------------------------------------------------------11
JUSTIFICATIVA --------------------------------------------------------------------------------12

Objectivos -----------------------------------------------------------------------------------------12

Metodologia----------------------------------------------------------------------------------------12

Capitulo I-Estrutura física, organizacional e funcional da instituição -------------------16


Cap. II- REGISTO DAS ATIVIDADES -----------------------------------------------------17
Actividades planeadas e desenvolvidas-------------------------------------------------------17
Cap. III- ESTUDO DE CASO------------------------------------------------------------------18
3.2- Fisiopatologia--------------------------------------------------------------------------------19
5.4. Factores de risco para diabetes mellitus--------------------------------------------------22

5.5. Complicações associadas ao diabetes mellitus -----------------------------------------22

3.3 – Manifestações clinicas -------------------------------------------------------------------23

Diagnóstico ---------------------------------------------------------------------------------------24

Tratamento ----------------------------------------------------------------------------------------24

3.4- Exames complementares de Diagnostico -----------------------------------------------24

Prevenção------------------------------------------------------------------------------------------26

5.7.2.3. Plano de acção --------------------------------------------------------------------------27

3.7 – Sistematização da assistência de enfermagem -----------------------------------------31


3.7.1 – Histórico de enfermagem --------------------------------------------------------------28

3.7.4- Necessidades básicas afectadas

5
V
3.7.5-Identificação dos problemas de enfermagem ------------------------------------------34
3.7.6- Plano de cuidados, diagnósticos, prioridades, intervenções de enfermagem e
resultados esperados. -----------------------------------------------------------------------------35
3.7.7 – Anotações de enfermagem -------------------------------------------------------------37
3.7.8 – Evolução de enfermagem --------------------------------------------------------------38
3.6 – Folha terapêutica --------------------------------------------------------------------------42
Considerações finais -----------------------------------------------------------------------------44
Bibliografias --------------------------------------------------------------------------------------45

VI

6
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela nº 1 Organização (funcional) por serviços - recursos humanos

Tabela nº 2 Necessidades básicas afectadas

Tabela nº 3 Identificação dos problemas de enfermagem


Tabela nº 4 Plano de cuidados

Tabela nº 5 Folha terapêutica

7 VII
SIGLÁRIO
MD2- Diabete Melitus Tipo 2
PA – Pressão Arterial
T – Temperatura
F.R – Frequência respiratória
F.C – Frequência Cardíaca
P.P – Pesquisa de Plasmódio

8VIII
RESUMO
O Diabetes Mellitus é uma doença que afecta grande parte da população
mundial. Este fato constitui uma grande preocupação, principalmente no que diz
respeito à saúde pública. O tratamento precoce e monitoramento do nível glicémico são
de extrema importância para diminuir a incidência de possíveis complicações em
pacientes diabéticos. O exame de hemoglobina glicada (HbA1c) é o mais indicado para
acompanhamento do Diabetes Mellitus. Neste caso, tem-se como referência os estudos
Control and Complications Trial (DCCT) e o United Kingdom Prospective Diabetes
Study (UKPDS). Os dados destes estudos comprovam que os níveis de hemoglobina
glicada são determinantes para a detecção e monitoração do Diabetes Mellitus. Devido
ao aumento do numero de casos é preciso conscientizar a população em relação a
adoção de medidas preventivas, para evitar a doença, garantir a detecção precoce e
manter diabéticos sob controle. Neste contexto, o objectivo do presente trabalho foi
abordar Diabetes Mellitus correlacionando-o com os níveis glicémicos e a utilização da
hemoglobina glicada como método de diagnóstico.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus, hemoglobina glicada.

IX

9
ABSTRACT
Diabetes Mellitus is a disease that affects a large part of the world's
population. This is a major concern, particularly with regard to public health. Early
treatment and monitoring of glucose levels are extremely important to reduce the
incidence of possible complications in diabetic patients. The glycated hemoglobin
(HbA1c) test is most appropriate for monitoring Diabetes Mellitus. In this case,
reference is made to the Control and Complications Trial (DCCT) and the United
Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS). Data from these studies demonstrate
that glycated hemoglobin levels are determinant for the detection and monitoring of
Diabetes Mellitus. Due to the increase in the number of cases, the population needs to
be made aware of the adoption of preventive measures, to prevent disease, to ensure
early detection and to keep diabetics under control. In this context, the objective of the
present study was to address Diabetes Mellitus correlating it with glycemic levels and
the use of glycated hemoglobin as a diagnostic method.

Keywords: Diabetes Mellitus, glycated hemoglobin.

10
INTRODUÇÃO
Diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente
da insuficiência da insulina à fim de proporcionar adequadamente seus efeitos. É um
problema de saúde pública e, por ser de carácter crónico, é uma doença que acomete
grande proporção da população. Estima-se que existam mais de cinco milhões de
diabéticos no Brasil, sendo que metade dos indivíduos dessa população não é
diagnosticada.

Baseado na etiologia dessa doença, uma das classificações existentes é o


DM tipo 2, de graus variáveis de resistência à insulina e deficiência relativa de secreção
de insulina. O diabetes tipo 2 representa 95 % dos casos, acometendo qualquer idade,
mas geralmente diagnosticado após os 40 anos.

O diagnóstico correto e precoce do DM do tipo 2 possibilita a adopção de


medidas terapêuticas que impeçam o aparecimento de complicações crónicas,
principalmente as cardiovasculares.

Os sintomas clássicos envolvem: poliúria, polidipsia ou sede excessiva


provocada por diabetes, polifagia e perda ponderal, que podem estar presentes em
ambos os tipos de diabetes, porém são mais agudos no tipo 1. Em geral, o DM tipo 2
evolui de forma insidiosa e assintomática e muitas vezes seu diagnóstico acontece em
função de complicações tardias da doença. Para um diagnóstico adequado de DM são
considerados os valores de glicemia de jejum, de no mínimo 8 horas, acima de 126
mg/dL. Resultados dessa natureza são indicativos da realização do Teste Oral de
Tolerância à Glicose (TOTG), que consiste na ingestão de 75g de glicose, seguida de
sua dosagem em amostra de sangue colectada após 2 horas.

Caso sejam obtidos valores acima de 140 mg/dL é identificada a presença


de intolerância à glicose. A hemoglobina glicada (HbA1c) foi proposta como critério
para diagnóstico, por possibilitar uma avaliação da exposição e pelo fato de que seus
valores permanecem estáveis após a colecta. Adicionalmente, é um excelente método de
acompanhamento laboratorial da DM (SBD, 2016).

De acordo com o estudo DCCT (1993), a utilização da dosagem de


hemoglobina glicada é considerada como um parâmetro de diagnóstico da doença e de
controle de pacientes diabetes. Este fato foi posteriormente comprovado pelo United
Kingdom Prospective Diabetes Study Segundo DCCT (1993) o diagnóstico precoce da
11
DM e o controle glicêmico é imprescindível para minimizar as possíveis complicações
micro, macro vasculares e nefropatia que o Diabetes mellitus acarreta para o paciente.
Os resultados obtidos pelo Diabetes Control and Complications Trial (1993) e através
do United Kingdom Prospective Diabetes Study (1998), corroboraram para existência
de uma relação entre o risco de complicações microvasculares e o controle glicémico.
(DIABETES CONTROL AND COMPLICATIONS TRIAL, 1993). A partir desses
estudos realizados em 1993, o uso da Hemoglobina glicada passou a ser considerada
como critério diagnóstico pela comunidade científica. A hemoglobina glicada (A1C) é
um marcador da glicemia crónica por reflectir a exposição glicémica dos últimos dois a
três meses anteriores à colecta de sangue, e é uma eficiente ferramenta na identificação
de diabetes (ANDRIOLO et al, 2003). O monitoramento dos níveis glicémicos
juntamente com informações sobre as causas e o tratamento dos diabetes constituem
importantes ferramentas para detecção precoce. A educação voltada para o diabetes
proporciona um controle mais adequado dos níveis de glicose, no qual os indivíduos são
induzidos a uma mudança de comportamento adoptando práticas de uma vida saudável.

12
OBJETIVOS

2.1. Objectivo geral

Apresentar as principais características do Diabetes Mellitus, com ênfase para a


dosagem de hemoglobina glicada.

2.2. Objectivos específicos

 Conceituar diabetes e apresentar suas principais características

 Conceituar dosagem de hemoglobina glicada

 Correlacionar o diabetes mellitus com hemoglobina glicada

JUSTIFICATIVA

O diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da


falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos.
Em função da insulina de participar de diferentes mecanismos bioquímicos-
metabólicos, a doença é caracterizada por hiperglicemia crónica associada a distúrbios
do metabolismo de carboidratos, lipídeos e de proteínas. Em função da alteração destas
três rotas metabólicas serem alteradas, ocorre um comprometimento do organismo
como um todo. Portanto, a longo prazo, o diabetes mellitus provoca disfunção e falência
de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos
(GROSS, et al. 2016). É uma doença conhecida a várias décadas, sendo caracterizada
principalmente por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), resultado
de defeitos na secreção de insulina, em sua acção ou ambos (DIRETRIZES SBD, 2016).
O principal sintoma desta doença envolve poliúria, polifagia, sede excessiva ou
polidipsia, perda de peso. Também são observados sintomas como aumento de micção,
cansaço, fraqueza, prurido vulvar, aumento da incidência de vaginites, redução brusca
da acuidade visual, proteinúria, retinopatia, ulcerações no pé, infecções urinárias e
candidíase (GROSS, et al. 2016). Geralmente a dosagem dos níveis de glicose é feita
em amostras de soro ou plasma. O método mais utilizado actualmente para dosagem de
glicemia é o enzimático, por meio de oxidase ou hexoquinase (DIRETRIZES SBD,
2016). A dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c) é realizada utilizando diferentes
métodos, que são fundamentados em diferenças físicas, químicas ou imunológicas entre
a fracção glicada, hemoglobina glicada (HbA1 ou HbA1c) e a não glicada HbA0. O

13
método de dosagem é classificado em dois grandes grupos, que são fundamentados: 1.
Em ligações específicas ou 2. Na diferença de carga eléctrica entre a hemoglobina
glicada (GHb) e a não glicada (HbA0). Este último, baseado em carga eléctrica, envolve
processo de cromatografia líquida por troca iónica. O objectivo dessa cromatografia é
separar diferentes constituintes de uma mistura de substâncias para identificação,
quantificação ou obtenção de algum constituinte na sua forma pura, para diversos fins.

METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento sistemático da literatura no período de


Janeiro a Maio de 2024. Para a obtenção dos artigos foram utilizados bancos de dados
tais como Periódicos Capes, Scopus, Scielo, SciFinder, ChemWeb, PubMed e outros.
As buscas foram realizadas por temas como diabetes mellitus, dosagem de hemoglobina
glicada e dietoterapia para pacientes portadores de diabetes mellitus. Foram
seleccionados artigos que abordavam a correlação do diabetes mellitus e a dosagem de
hemoglobina glicada, bem como aqueles que tratavam do papel da dietoterapia no
tratamento do diabetes mellitus.

14
CAPITULO I-ESTRUTURA FÍSICA, ORGANIZACIONAL E
FUNCIONAL DA INSTITUIÇÃO

15
HISTORIAL DA INSTITUIÇÃO
O HMBF é uma instituição do estado de referência regional, ocupa uma área
de 47.490 m2. Foi inaugurado aos 03 de Fevereiro de 2022 pela ministra da saúde, na
província de Benguela. Tem a capacidade de 150 camas de internamento e observação,
funciona com vários profissionais entre técnicos de saúde, administrativos e médicos.
No contexto geográfico o hospital encontra-se delimitado da seguinte forma:
A norte Centro Turístico Launje afecto a empresa Vimar e Filhos, A sul o Bairro
Kalueque, A este a Baía Azul, A oeste pela Academia de Polícia – Comandante Santana
André Pitra Petroff.

Tabela nº 1 ORGANIZAÇÃO (FUNCIONAL) POR SERVIÇOS -


RECURSOS HUMANOS

APOIO A
CLÍNICOS ADMINISTRATIVOS
ESPECIALIDADE
Serviços de Urgência; Medicina; Secretaria geral com sala de CATV – Centro de
Pediatria; Laborotório; espera e televisor com Aconselhamento e
Maternidade e Sala de Partos; imagens publicitárias. Testagem Voluntária.
Triagem com os seus consultórios.
Gabinetes dos directores: Serviços de Imagiologia
Banco Externo; Consultórios de
Geral, Clínico, (RX, Ecografia a
Pediatria; Medicina; Ginecologia
Administrador, funcionarem em pleno).
e Obstetrícia; Farmácia; Triagens
Enfermagem, contabilidade
e Sala de Curativos.
e Recursos Humanos.
Serviços gerais (Cozinha; Serviços de Hemoterapia
Internamento; Medicina; Refeitório; Morgue; Jardim;
Pediatria; Maternidade. Lavandaria; Transportes e
Lubrificantes.
Segurança Privatizada por Serviços de esterilização
Cuidados intensivos; Cirurgia por
terciarização dos serviços
funcionar.
Hospitalares.
Parque de estacionamento
Bloco operatório; Ortopedia por
de viaturas por defronte e
funcionar.
trás da Instituição

16
Cap. II- REGISTO DAS ATIVIDADES
Actividades planeadas e desenvolvidas
 Fez-se administração de medicamentos
 Verificou-se os sinais vitais
 Fez-se arrumação de cama
 Entregou-se o turno
 Fez-se registo de enfermagem
 Fez-se anotação e evolução de enfermagem
 Cateterizou-se uma veia periférica
 Auxiliou-se no trabalho de parto
 Vestiu-se e vacinou-se o recém-nascido
 Fez-se curativos
 Desprezou-se e fez-se a separação dos objectos cortantes
 Fez-se desobstrução do cateter
 Removeu-se o cateter para quem teve alta
 Higienizou-se o carrinho dos medicamentos
 Fez-se arrumação dos materiais
 Auxiliou-se na retirada da sonda vesical

Actividades planeadas não desenvolvidas


 Sem actividades

Actividades não planeadas e desenvolvidas


 Dobrou-se compressas
 Realizou-se teste rápido de malária e de gravidez
 Levou-se os pacientes ao RX
 Encaminhou-se pacientes a respectivas enfermarias
 Levou-se requisições de exame e levantei resultados
 Atendeu-se nas consultas de pediatria no Banco externo

17
CAP. III- ESTUDO DE CASO

18
3.1- DIAGNÓSTICO MÉDICO
Diabetes Melitus

3.2- FISIOPATOLOGIA
Além das funções digestivas, o pâncreas secreta dois harmónios
importantes, a insulina e o glucagon. O pâncreas é composto por dois tipos principais de
estruturas: os ácinos, que secretam sucos digestivos para o duodeno e as ilhotas de
Langherans, que secretam insulina e glucagon diretamente para o sangue. A ilhota de
Langherans do ser humano contém três tipos principais de células, alfa, beta e delta. As
células betas secretam insulina, as células alfas secretam glucagon e as células delta
secretam somatostatina, cujas funções mais importantes não foram totalmente
esclarecidas. A função básica da insulina é a activação dos receptores das células - alvo
e os consequentes efeitos celulares. O principal efeito celular da insulina é o de tornar as
membranas celulares altamente permeáveis à glicose (GUYTON; HALL, 2006).
Imediatamente após uma refeição rica em carboidratos, a glicose que é absorvida pelo
sangue causa uma rápida secreção de insulina. Esta, por sua vez, promove a captação, o
armazenamento e a rápida utilização da glicose por quase todos os tecidos corporais,
mas especialmente pelos músculos, pelo tecido adiposo e pelo fígado (GUYTON;
HALL, 2006). Quando os músculos não estão sendo exercitados durante o período
subsequente a uma refeição e ainda assim a glicose está sendo transportada em
abundância para as células musculares, a maior parte da glicose é armazenada sob a
forma de glicogénio muscular que pode ser utilizado posteriormente para fins
energéticos. De todos os efeitos da insulina, um dos mais importantes é fazer com que a
maior parte da glicose absorvida após uma refeição seja quase imediatamente
armazenada no fígado, sob a forma de glicogénio (GUYTON; HALL, 2006). Assim, o
fígado remove glicose do sangue quando ela está presente em excesso após uma
refeição e a devolve ao sangue quando sua concentração sanguínea cai entre as
refeições. O cérebro é muito diferente da maioria dos outros tecidos do corpo, na
medida em que nele a insulina exerce pouco ou nenhum efeito sobre a captação ou a
utilização da glicose. Em vez disso, as células cerebrais são permeáveis à glicose e
podem utilizá-la sem a intermediação da insulina. As células cerebrais também são
muito diferentes da maioria das outras células do corpo, na medida em que normalmente
utilizam apenas glicose para fins energéticos (SBD,2016).

19
Por esta razão, é essencial que o nível sanguíneo de glicose seja sempre mantido acima
de um nível crítico. Quando a glicemia efectivamente cai em demasia, ocorrem
sintomas de choque hiperglicémico, caracterizado por irritabilidade nervosa progressiva
que leva a desfalecimento, convulsões e mesmo coma. Todos os aspectos da degradação
e utilização da gordura para fornecimento de energia experimentam grande incremento
na ausência de insulina. A concentração sanguínea de glicose e a secreção de insulina
possuem uma relação de feedback. Quando a glicemia aumenta, a secreção de insulina
aumenta rapidamente. O glucagon exerce várias funções opostas às da insulina. A mais
importante delas é seu efeito de aumentar a concentração sanguínea de glicose. A
injecção de glucagon purificado num animal produz intenso efeito hiperglicémico. Os
dois principais efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose são a decomposição
do glicogénio hepático (glicogenólise) e o aumento da gliconeogênese. O aumento da
glicose sanguínea inibe a secreção de glucagon. Em pessoas normais, a concentração
sanguínea de glicose é mantida dentro de limites muito estreitos, em geral na faixa de 80
a 90 mg/dl de sangue quando em jejum podendo chegar a 140 mg/dl após uma refeição.
O fígado funciona como um importante sistema tampão para a glicose sanguínea
(GUYTON; HALL, 2006) O diabetes mellitus decorre da diminuição da secreção de
insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans. A hereditariedade da geralmente
uma contribuição importante para o diabetes. Ela faz aumentar a suscetibilidade das
células beta aos vírus ou favorecendo o desenvolvimento de anticorpos auto - imunes
contra as células beta e, em outros casos, parece haver uma simples tendência
hereditária para a degeneração das células beta (SBD,2016). A obesidade também
contribui para o desenvolvimento do diabetes. A teoria do tratamento do diabetes se
baseia na administração de insulina suficiente para possibilitar que o metabolismo de
carboidratos, lipídios e proteínas fique tão próximo do normal quanto possível. Os
pacientes diabéticos têm tendência extremamente forte ao desenvolvimento de
aterosclerose, cardiopatia coronária grave e múltiplas lesões micro circulatórias
(GROSS, et al. 2016).

20
3.3. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DO DIABETES MELLITUS

O diabetes mellitus é a síndrome defeituosa de carboidratos, lipídeos e


proteínas, causado tanto pela ausência de secreção de insulina como pela diminuição da
sensibilidade dos tecidos à insulina (SBD, 2016). Existem dois tipos gerais de diabetes
mellitus (SBD,2016). 1- O diabetes tipo 1, também chamado de diabetes mellitus
dependente de insulina (DMID), é causado pela ausência de secreção da insulina; 2- O
diabetes tipo 2, também chamado de diabetes mellitus não dependente de insulina
(DMNID), é inicialmente causado pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvo ao
efeito metabólico da insulina. Essa sensibilidade reduzida à insulina é frequentemente
chamada de resistência insulínica. 3- Outros tipos específicos de diabetes mellitus 4-
Diabetes mellitus gestacional.

3.4. DIABETES MELLITUS TIPO 1

Acomete cerca de 5 a 10% dos portadores de DM, e geralmente tem início


em indivíduos com menos de 30 anos de idade, entretanto pode acometer pessoas em
qualquer faixa etária. Ocorre devido à destruição das células beta do pâncreas,
geralmente por processo auto-imune, determinada forma auto-imune tipo 1A, ou, de
forma menos frequente, por causa desconhecida, determinada forma idiopático tipo 1B
(GROSS, et al. 2016).

3.3.1. DIABETES MELLITUS TIPO 2

É a forma mais comum de DM, acometendo cerca de 90% dos pacientes


diabéticos, e resulta da deficiência da secreção de insulina ou de sua acção, podendo
culminar em um aumento da produção hepática de glicose, decorrentes dessas alterações
em torno da insulina. A predisposição para ocorrência de DM tipo 2 está interligada
entre factores genéticos e ambientais, onde o estilo de vida é um dos factores principais
para o seu desencadeamento (CHAVES; ROMALDINI, 2002). A maioria dos casos
apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram
evidências de resistência à acção da insulina e o defeito na secreção de insulina
manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no
entanto, a acção da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso (SBD, 2016).
Geralmente seu desenvolvimento é lento, principalmente nas fases iniciais da doença, o
que faz com que essa forma de diabetes permaneça por muitos anos sem diagnóstico,

21
devido ao desenvolvimento gradativo da hiperglicemia e a ausência de sintomas
característicos. Isso potencializa as chances de agravamento da doença, uma vez que o
diagnóstico geralmente é tardio (GROSS, et al. 2016).

3.3.2. OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS DE DIABETES MELLITUS

Alguns tipos de DM são menos frequentes e podem ser desencadeados por


doenças ou pelo uso de alguns medicamentos. Entre outros factores desencadeadores do
DM, poderíamos incluir: pancreatectomia (retirada do órgão pâncreas), doença
pancreática, infecções e endocrinopatias:

distúrbios da adeno-hipófise, suprarrenal, células alfa das ilhotas de Langerhans, dentre


outros. Afirma ainda que: entre os medicamentos, o uso de corticoides, diuréticos
(hidroclorotiazida) e betabloquadores (propanolol) em doses elevadas podem estar
associados ao desencadeamento de diabetes. Então, a partir destas considerações,
amplia-se o conhecimento sobre o uso dessas medicações, avaliando-se seus riscos
desde já, além do mais, são drogas muito utilizadas ultimamente, pois são fornecidas
pelo Sistema Único de saúde – SUS (BAZOTTE, 2010). Recentemente, tem-se dado
ênfase a 2 categorias de tipos específicos de diabetes: diabetes do adulto de início no
jovem (Maturity Onset Diabetes of the Young - MODY) e diabetes LADA. O tipo
MODY engloba um grupo heterogêneo de diabetes sem predisposição para a
cetoacidose e sem obesidade, com hiperglicemia leve, com início antes dos 25 anos de
idade e com várias gerações de familiares com diabetes, configurando uma herança
autossómica dominante. Usualmente, estes pacientes apresentam um defeito de secreção
de insulina relacionado a mutações em genes específicos. Estima-se que este tipo de
diabetes seja responsável por cerca de 1 a 5% dos casos de diabetes (BAZOTTE, 2010).
LADA: A diabetes auto-imune latente do adulto (LADA) é uma doença auto-imune
(DAI), caracterizada pela deficiência de insulina por destruição progressiva dos ilhéus
pancreáticos. É a forma mais prevalente de diabetes auto-imune de aparecimento no
adulto. Pode ocorrer em 2 a 12% dos doentes diagnosticados com diabetes mellitus tipo
2 (DM2). Clinicamente, os indivíduos com LADA representam um grupo heterogéneo
de doentes com títulos variáveis de anticorpos, índice de massa corporal (IMC) e
progressão para insulinoterapia (SBD, 2016). O diagnóstico baseia-se nos critérios
propostos: idade inferior a 50 anos ao diagnóstico; presença de sintomas agudos, índice
de massa corporal (IMC) < 25 kg/m2 , história pessoal ou familiar . A presença de pelo

22
menos duas destas características clínicas tem uma sensibilidade de 90% e uma
especificidade de 71%, na identificação de doentes com LADA (SBD,2016). 5.3.4.
Diabetes gestacional É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade
variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em
grande parte dos casos. Representa riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, e a
probabilidade de que as mulheres que desenvolveram DG se tornem diabéticas
futuramente são consideráveis (SBD, 2016). Os factores de risco associados ao diabetes
gestacional são semelhantes aos descritos para o diabetes tipo 2, incluindo, ainda, idade
superior a 25 anos, ganho excessivo de peso na gravidez actual, deposição central
excessiva de gordura corporal, baixa estatura, crescimento fetal excessivo, polidrâmnio,
hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez actual, antecedentes obstétricos de morte fetal
ou neonatal (SBD, 2016).

4. FACTORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS

O diabetes mellitus desenvolve-se através da interacção entre factores


genéticos e factores ambientais, ou seja, indivíduos que são geneticamente propensos a
ter diabetes podem apresentar a doença quando expostos a determinados eventos
(factores ambientais) durante a vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), os factores de risco para a DM são relacionados aos factores genéticos,
principalmente no caso de DM tipo 1, e o diagnóstico de pré - diabetes, pressão alta,
colesterol alto ou triglicerídeos alteradas, sobrepeso com acúmulo de gordura focalizada
em especial na região abdominal, Síndrome do Ovário Policístico, depressão ou
medicamentos glicocorticoides, que estão mais ligados a DM tipo 2 (SBD,2016).

5. COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS AO DIABETES MELLITUS

O estilo de vida do paciente diabético, incluindo factores como


sedentarismo, alimentação e até mesmo a maneira que ele controla os seus níveis
glicémicos através do tratamento, influenciam nas complicações advindas do DM. Visto
isso, é de extrema importância o controle dos níveis glicémicos, uma vez que a
persistência dessa hiperglicemia pode culminar em complicações agudas, como,
cetoacidose diabética, coma hiperosmolar não cetótico e hipoglicemia, quanto
complicações crónicas, como as microvasculares (neuropatia periférica, retinopatia e
nefropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, doença cerebrovascular e
vascular periférica). Ambas as complicações estão relacionadas ao tempo da doença,

23
onde a aguda tem a manifestação de seus sintomas de forma mais imediata, e a crónica
provém de uma manifestação dos seus sintomas após anos de evolução da doença, e que
se relacionam directamente a um controle glicémico inadequado (CHAVES;
ROMALDINI, 2002).

6 – MANIFESTAÇÕES CLINICAS

As principais manifestações clínicas dos pacientes diabéticos compreendem


polidipsia (sede constante), poliúria (aumento da frequência urinária), polifagia
(aumento da fome), dores de membros inferiores, alterações e comprometimento visual
progressivo, entre outros. Tais sintomas tendem a evoluir, gradualmente, ao longo do
tempo, para quadros mais graves e potencialmente irreversíveis.

Desidratação é um dos sintomas que devem ser avaliados de forma contínua, uma vez
que pode induzir o comprometimento de outros sistemas, como o renal, e órgãos como a
pele, aumentando a possibilidade de ocorrência de quadros clínicos, como pé diabético,
que podem evoluir e gerar complicações.

Em casos de diabetes tipo II, é comum que o paciente acometido apresente


comorbidades relevantes, de modo que, a longo prazo, há considerável aumento do risco
para condições secundárias, como cardiopatias, doença arterial coronariana (DAC),
acidente vascular cerebral (AVC), esteatose hepática.

Além das diversas complicações do próprio diabetes (retinopatia diabética que


pode levar a cegueira, complicações de cicatrização, alto risco de necrose e gangrena,
hipoglicemia, cetoacidose diabética, doença renal diabética, entre outros).

Faixa etária e grupos de risco.

O DM tipo II, como patologia adquirida ao longo da vida, pode se manifestar


em indivíduos de diversas idades. O modo de vida é um dos factores predominantes
(sedentarismo, dieta rica em açúcares e gorduras) e os factores genéticos são
importantes (ex.: diabetes em parentes de primeiro grau) como elementos de pré-
disposição altamente relevantes para o desenvolvimento da doença.

24
6.1. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico do DM tipo 2 consiste em anamnese completa,
acompanhada da análise do histórico clínico do paciente suspeito e da verificação da
presença de factores de risco e características de predisposição hereditárias.

6.2. TRATAMENTO
O tratamento medicamentoso consiste na administração de
antihiperglicemiantes orais, para pacientes em quadro considerado estável. No caso de
pacientes hospitalizados, com grave descompensação e outras condições clínicas
associadas, é comum a administração de insulina em bomba de infusão.

O principal grupo de medicamentos utilizado no tratamento do diabetes por


via oral é o dos antidiabéticos. As classes mais comumente dispensadas são: biguanidas
(ex.: metformina), sulfonilureias (exemplo: glibenclamida) e tiazolidinedionas (ex:
pioglitazona).

O principal evento adverso associado ao uso destes medicamentos é a


hipoglicemia, que deve ser monitorada frequentemente a fim de evitar possíveis
complicações.

Mudança nos hábitos de vida é um tratamento coadjuvante fundamental para a melhoria


da qualidade de vida.

A adopção de dieta alimentar balanceada, pelo controle da ingestão de


açúcares simples e pela ingestão de grande volume hídrico, a prática de actividades
físicas, em intensidade ajustada de acordo com as condições do indivíduo, e a
optimização do sono são importantes aliados para o controle e manutenção do diabetes.

25
6.2.1 EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNOSTICO
Considerando ser o DM uma doença crónica que requer tanto uma assistência
médica contínua como a educação do paciente visando o auto - controle da doença, e as
sérias complicações agudas e crónicas, estabelecer o diagnóstico precoce é fundamental
para reduzir e prevenir os agravos vasculares. Por algumas décadas, o diagnóstico de
diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia. Existem quatro tipos de exames que
podem ser utilizados no diagnóstico do DM: glicemia casual, glicemia de jejum, teste de
tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TOTG) e, em alguns casos,
hemoglobina glicada (HbA1c). Para se considerar o diagnóstico de DM, devem ser
obtidos valores de glicemia de jejum (mínimo de 8 horas) acima de 126 mg/dL. A
presença de valores na faixa de 100 mg/dL e 126 mg/dL recomendam a realização do
Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), que consiste na ingestão de 75 g de glicose
anidra, seguida de uma colecta de sangue após 2 horas de ingestão dessa glicose anidra.
Caso sejam obtidos valores acima de 140 mg/dL, é identificada a presença de
intolerância à glicose (SBD, 2016). Já valores acima de 200 mg/dL diagnosticam a
presença de DM. Indivíduos que apresentam os valores de glicemia de jejum normal,
mas que possuam factores de risco para DM, como obesidade, sedentarismo, história
familiar de DM e idade superior a 45 anos, devem realizar o TOTG para fins
diagnósticos, sendo os exames considerados padrão ouro para diagnóstico (GROSS, et
al. 2004). A Hemoglobina Glicada (HbA1c) foi proposta como um critério para
diagnóstico, já que avalia a exposição à glicemia com o tempo e seus valores
permanecem estáveis após a colecta. Além disso, é considerada o padrão ouro para
acompanhamento laboratorial da DM (SBD, 2016).

6.2.2. DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

Proporciona os elementos necessários para a tomada de decisões sobre a


orientação que se dará ao programa, para a execução de actividades e para a elaboração
de uma linha de acção que permitirá sua avaliação posterior. Nesta etapa, será
necessário estudar aspectos específicos da situação alimentar-nutricional do grupo sobre
o qual se deseja realizar a intervenção educativa. Devem-se levar em conta também
outras informações, como por exemplo, condições socioeconómicas, saneamento,
acesso a serviços, escolaridade, etc., o que permitirá fixar metas realistas e avaliar,
posteriormente, o impacto obtido como resultado da intervenção (SBD; 2006).

26
6.3. RECOMENDAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE
ACÇÃO.

• Basear-se no diagnóstico da situação nutricional e nas necessidades da população.

• Ser claro, objectivo, de tal modo que explique claramente a meta que se pretende
alcançar.

• Ser realista, levando-se em conta os recursos institucionais, humanos, económicos e


de tempo disponíveis.

• Avaliar, por meio de indicadores quantitativos e qualitativos, o impacto da acção.

6.4. PREVENÇÃO
A diabetes é uma doença silenciosa, o que significa que geralmente,
se não forem feitas exames médicos, a pessoa pode não ter consciência de
que tem esta condição.

Os principais factores de risco para o desenvolvimento da diabetes são:

 Excesso de peso e obesidade;


 Ingestão de açúcar e gorduras em excesso;
 História familiar e herança genética;
 Idade;
 Stress;
 Alcoolismo;
 Pré-diabetes;
 Hipertensão arterial;
 Diabetes gestacionais previa;
 História de doença cardiovascular previa.

A prevenção da diabetes, para quem tem um ou varias destes


factores de risco mas não tem ainda o diagnóstico da doença, passa por

27
adoptar um estilo de vida mais saudável e consultar o médico, fazendo
exames regulares de diagnóstico.

Para quem tem o diagnóstico de diabetes, a prevenção também é um


factor importante para o controlo da doença e para uma maior qualidade de
vida.

A prevenção passa por alguns pontos-chave, fundamentais para ter uma


vida mais saudável:

 Entender a diabetes;
 Adoptar uma vida saudável;
 Uma alimentação equilibrada;
 Praticar exercícios físicos regularmente;
 Controlar a diabetes.

Monitorizando periodicamente os níveis de glicemia no sangue


tomando a medicação quando prescrita pelo médico.

6.5. PLANO DE ACÇÃO


A partir do diagnóstico, em que foram analisados aspectos relacionados
com os conhecimentos e práticas alimentares do grupo alvo, procede-se à selecção de
conteúdos e meios educativos (LOTTENBERG, 2008).

Princípios básicos da alimentação;

• Grupos alimentares;

• Higiene alimentar;

• Elaboração de cardápios com uso de tabelas de substituição;

• Relação da alimentação com medicamentos e exercícios;

• Demonstração de práticas dietéticas (selecção, conservação, preparo, porcionamento e


distribuição dos alimentos);

• Problemas nutricionais (obesidade, baixo peso, cárie dentária, etc.)

28
7. DIETOTERAPIA E PRINCIPAIS NUTRIENTES
RELACIONADOS AO DIABETES MELLITUS 2

Os principais objectivos da Dietoterapia no diabetes mellitus tipo 2 são os


de manter em níveis adequados a glicose sanguínea, os níveis pressóricos e de lipídeos
séricos. Sendo que as dietas de baixa caloria e a redução de peso contribuem com a
melhoria do controle metabólico em longo prazo. É importante ressaltar que as dietas
muito restritas em calorias não são efectivas na manutenção de perda de peso. É factor
primordial na intervenção nutricional, manter a glicemia em níveis mais próximos do
normal. A redução de peso é um objectivo muito importante no caso de pacientes com
diabetes mellitus tipo 2, pois aumenta o número de receptores de insulina e melhora as
anormalidades pós-receptor, o que garante aumento da sensibilidade tecidual à insulina,
bem como a tolerância à glicose. A perda de peso contribui com a redução da glicemia,
pressão arterial e dislipidemia. (SAMPAIO; SABRY, 2007). São diversas as estratégias
que podem ser implementadas, são recomendáveis uma restrição de 250 a 500 kcal no
plano dietético do paciente, sendo necessária uma dieta com todos os nutrientes
necessários para um bom estado metabólico do mesmo, é aconselhável reduzir a
gordura total, principalmente a saturada, agregando-se a um acompanhamento na
actividade física. A dieta hipocalórica está relacionada a um melhor controle da
glicemia por aumentar a sensibilidade à insulina. A perda de peso moderada (5 a 9 Kg)
tem se evidenciado significante para a redução da hiperglicemia, pressão arterial e
dislipidemia. (CUPPARI, 2005). Fracionar a dieta é outra estratégia que pode ser
acrescentada, sendo importante incentivar a prática de actividade física acompanhada
por um profissional da área e estimular esses pacientes a adquirirem hábitos de vida
saudáveis, onde eles terão uma maior consciência sobre a doença, modificando escolhas
alimentares, atitudes e melhoria na qualidade de vida. (CUPPARI, 2005).

7.1. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

As recomendações nutricionais indicadas pela Associação Americana de


Diabetes (ADA), são baseadas de acordo com a avaliação nutricional do paciente,
hábitos alimentares e expectativas em relação ao tratamento. As necessidades
nutricionais dos diabéticos são bem semelhantes às propostas para a população em geral
(SAMPAIO; SABRY,2007). Especialmente no diabetes tipo 1, o esquema insulínico
pode ser determinante na escolha do plano alimentar. Por exemplo, no esquema

29
insulínico tradicional 1 ou 2 doses insulina/dia, é importante ter horários para comer, e
manter a consistência, isto é, comer sempre nas mesmas quantidades. Isto ajuda evitar
hipoglicemias e hiperglicemia. Já no esquema insulínico intensivo, com as insulínicas
ultrarrápidas e rápidas, pode-se fazer um ajuste da dose, em virtude da quantidade de
carboidrato a ser ingerido (SAMPAIO; SABRY,2007). O diabetes do tipo 2 está
diretamente relacionado ao excesso de peso e alto consumo de gorduras na dieta.
Manter um peso adequado e uma alimentação balanceada favorece o controle da
glicemia e pode retardar o aparecimento do diabetes tipo 2. Hábitos alimentares
saudáveis, que incluem maior oferta de alimentos pouco processados e naturais, menor
consumo de gorduras, sal e bebidas alcoólicas previnem a pressão alta, a elevação dos
níveis de colesterol e triglicérides no sangue e contribuem para manter o nível normal
de glicemia (PEDROSA, 2005).

7.2. CARBOIDRATOS

Recomenda-se que as fontes de carboidratos consistam de cereais,


leguminosas e vegetais (carboidratos complexos, na forma de amido); leite e frutas
(lactose, frutose, sacarose e glicose de composição destes alimentos). Estes alimentos
devem ser distribuídos em quantidades equilibradas ao longo do dia (PEDROSA, 2005).

30
CAP. II. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM

31
8. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A sistematização de enfermagem (SAE) é um método científico de trabalho
que proporciona melhoria significativa da qualidade de assistência prestada ao paciente
através do planejamento individualizado das acções de enfermagem elaboradas pelo
profissional enfermeiro, (Nanda, 2021/2023)

8.1. – HISTÓRICO DE ENFERMAGEM


 Identificação do paciente

Paciente com iniciais A.M, Sexo: M, Idade: 61 anos, Raça: Negra, Estado
civil: Casado, Naturalidade: Município de Chipindo, Huíla, Nacionalidade: Angolana
residente na Centralidade, bloco B; Casa nº 234 na Baía Farta – Benguela, Funcionário
público colocado na C.N.E; Licenciado em Sociologia. Religião: Tocoista, não é
tabagista, não é usuário de drogas nem bebidas alcoólicas.

Queixa Principal: Febre, sede constante, visão turva, hipertensão e dor de


cabeça.

8.2.1 História de enfermagem

Trata se de um ancião de 61 anos de idade, que encontra se aparentemente


bem e bom estado de saúde, onde a mais ou menos 24 horas teve o início da sua
sintomatologia caracterizada por febres, astenia geral, que não melhorou com banhos de
arrefecimento corporal, motivo pelo qual recorreu aos nossos serviços de urgência para
melhor tratamento. O paciente foi encaminhado ao serviço de urgência onde se levantou
a hipótese diagnóstica de malária simples feito teste rápido de malária o resultado foi
negativo, fez-se exame laboratoriais de PP que por sua vez não foi reactivo, já o teste de
glicemia confirmou o excesso de açúcar no organismo e Hb de seguida para o serviço
de internamento hospitalar.

Histórico de saúde pregresso: há história de doenças anteriores. Não há


relato de alergias alimentares e nem medicamentosas.

Histórico de medicamentos: O paciente fez o uso de Anaflam sem


prescrição médica.

32
Histórico de vida quotidiana: o paciente relata morar junto a sua parentela,
reside na centralidade da Baia Farta, possui um convívio harmonioso com a sua família.
É Evangélico não praticante. Reside em uma casa de dois cómodos, quarto, sala-
cozinha, há água canalizada, com banheiro. Possui uma alimentação a base de peixe,
galinhas, verduras.

8.2.2 EXAMES COMPLEMENTARES


 Glicemia : 200 ml;
 PP: (-) negativo

8.3.-Exame Físico
Impressões sobre o paciente: consciente, orientado, responsivo,
deambulando sem auxílio consegue higienizar –se;
 SSVV: FC 120 bpm, FR 25 ciclos resp/minutos, T 38 oC;
 Cabeça: simétrica, couro cabeludo íntegro, sem sujidade;
 Face: simétrica;
 Olhos: fechamento completo das pálpebras, com higiene satisfatória;
 Cavidade auricular: acuidade auditiva preservada, pavilhão auricular com
higiene satisfatória;
 Cavidade nasal: mucosa nasal integra com higiene satisfatória;
 Cavidade oral: lábios íntegros, dentição incompleta, com a higiene satisfatória,
sem presencia de halitose, mucosa oral íntegra e normocorada;
 Pescoço: pele íntegra, com ausência de linfónodos aumentados;
 Tórax: simétrico;
 Abdómen: ligeiro com dor palpação;
 Ausculta pulmonar: murmúrios vesiculares presentes em base e ápice bilaterais
 Ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas
 Pele: ressecada, apresenta cicatrizes escuras de ferimentos anteriores;
 MMSS: Movimento preservado em MSE, acesso venoso periférico permeável
em MSE na região do pulso;
 MMII movimentos: preservados, membros simétricos;
 Unhas opacas: com aspecto quebradiço e ligeira sujidade;
 Eliminações: diurese e evacuação presentes;

33
 Aspectos gerais: ansioso para retornar ao seu convívio familiar e sua
actividades cotidianas.

8.4.- NECESSIDADES BÁSICAS AFECTADAS

Tabela nº 2 Necessidades básicas afectadas


DOMÍNIO NANDA CLASSE NANDA PROBLEMAS DIAGNÓSTICO
Segurança/ Protecção Termoregulação T 38oC Hipertermia
Actividade/ Repouso Actividade/ Astenia geral Levantar se
Exercício prejudicado
Enfrentamento / Respostas de Ansiedade Ansiedade
Tolerância enfrentamento
Segurança / Protecção Infecção Acesso venoso Risco de infecção
e lesão
Segurança / Protecção Infecção Internamento Risco de infecção
hospitalar
Princípios da vida Coerência entre Abandono escolar Conflito de
valores / Crenças / decisão
Actos
Actividade/ Repouso Autocuidado Falta de condições Manutenção do
no lar lar prejudicada
Actividade/ Repouso Autocuidado Higiene Déficit no
insatisfatória nas autocuidado
unhas e cavidade
auricular
Conforto Conforto Físico Dor a palpação Dor aguda

Fonte: Elaborada com auxílio do (Manual de Diagnóstico de Enfermagem da NANDA, 2018-


2020)

34
8.4.1.-IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE ENFERMAGEM
Tabela nº 3 Identificação dos problemas de enfermagem
Problemas identificados Diagnósticos de enfermagem
Febre Hipertermia relacionada a doença caracterizada por pele quente ao
toque
Ferida Integridade da pele prejudicada, relacionada a patologia,
caracterizada por integridade da pele prejudicada;
Cefaleia Dor aguda relacionada a patologia, caracterizada por expressão
verbal da dor.
Sensação de vómito Náuseas relacionadas a patologia, caracterizada por sensação de
vómito.
Visão embaçada Capacidade de transferência prejudicada relacionada a patologia,
caracterizada por visão prejudicada (visão embaçada)
Sede constante Risco de desequilíbrio electrolítico relacionada a patologia,
caracterizada por sede constante;
Punção venosa periférica Risco de infecção relacionada ao procedimento invasivo (punção
periférico)
Hospitalização Risco de infecção relacionada com a permanência hospitalar;
Recreação Envolvimento em actividade de recreação diminuída relacionada a
motivação insuficiente, caracterizada por condicionamento físico.
Fonte : Nanda, 2021-2022

35
8.5- PLANO DE CUIDADOS, DIAGNÓSTICOS, PRIORIDADES,
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM E RESULTADOS
ESPERADOS.
Tabela nº 4 Plano de cuidados
Diagnósticos de Prioridades Objectivos Intervenções de enfermagem Resultados
Enfermagem Esperados
Hipertermia Hipertermia Restabelecer - Fazer o arrefecimento corporal; Temperatura
Relacionado a Relacionado a temperatura - Vestir o paciente com roupa leve; corporal dentro
patologia, patologia, corporal - Arejar o quarto; dos parâmetros
Caracterizado por Caracterizado dentro dos -Administrar antipirético prescrito normais
pele quente ao por pele quente parâmetros pelo médico;
toque ao toque normais
Fadiga Fadiga Restabelecer Manter o ambiente calmo e Sem fadiga
relacionado a relacionado a força física, tranquilo;
patologia, patologia, Explicar a acompanhante as causas
Caracterizado por Caracterizado da fadiga;
fraqueza por fraqueza Identificar factores que
desencadeiam a fadiga;
Orientar a acompanhante para
deixar a criança em repouso.
Dor aguda Dor aguda Promover Realizar uma avaliação completa da Dor diminuída.
relacionada a relacionada a acções para dor, incluindo local, característica,
patologia, patologia, diminuir a inicio, duração, frequência,
caracterizada por caracterizada dor. qualidade, intensidade.
expressão verbal por expressão Observar a ocorrência de
de dor. verbal de dor. indicadores não-verbais de
desconforto, em especial nos
pacientes;
Usar estratégia terapêutica para
reconhecer a experiencia de dor e
transmitir aceitação da resposta do
paciente sobre dor.

36
Deambulação Deambulação Estabelecer Avaliar o progresso da criança na Deambulação
Prejudica Prejudica deambulação sua deambulação; melhorada
Relacionado a Relacionado a Encorajar a deambulação
dor, dor, independente, dentro de limites
Caracterizado por Caracterizado seguros;
dificuldades na por Planejar as actividades da criança
locomoção dificuldades na dentro do nível de tolerância;
locomoção
Integridade da Integridade da Aplicar Prevenção de úlceras, realizar Integridade da
pele prejudicada, pele medidas para curativos, promover higiene a nível pele melhorada.
relacionada a prejudicada, melhorar a do local do ferimento, monitorar as
patologia, relacionada a integridade características da lesão, manter
caracterizada por patologia, da pele. técnicas assépticas durante o
ferida. caracterizada curativo ao cuidar da lesão.
por ferida.
Risco de Infecção Risco de Prevenir Usar equipamentos de protecção Risco de
Relacionado ao Infecção Risco de individual e colectiva; Infecção
tempo de Relacionado Infecção Realizar lavagem das mãos Prevenido
permanência ao tempo de periodicamente;
Hospitalar permanência Oferecer higiene ambiental;
Hospitalar Educar os visitantes sobre a
limitação de visitantes.

37
9. ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
9h:30 minutos, 10/05/2024
 Paciente com as iniciais A.M;
 Idade 61 anos de idade;
 Sexo: masculino;
 Raça: negra;
 Peso: 50kg;
 Naturalidade: Município de Chipindo, Huíla, Nacionalidade: Angolana
 Residente na Centralidade, bloco B; Casa nº 234 na Baía Farta – Benguela
 Secção: banco de urgência;
 Cama: 2
 Diagnostico médico: Diabetes Melitos tipo 2

Paciente vindo do domicílio acompanhado de sua família, de entrada no nosso banco de


urgência com seu estado geral preocupante, apresentando diversas queixas, em seguida:
 Promoveu-se repouso no leito;
 Preparação psicológica;
 Avaliação dos sinais vitais;
 Cateterizou-se uma veia periférica no antebraço esquerdo;
 Promoveu-se medida não farmacológica (arrefecimento);
 Promoveu-se medida farmacológica (antipiréticos);
 Promoveu-se o uso de roupas permeáveis (evitar o uso de cobertas e roupas não
permeáveis);
 Monitorou-se os níveis de glicose sanguínea se conferem indicação;
 Preparou-se uma bandeja contendo compressas, betadine e pinças para fazer
curativos;
 Promoveu-se higiene a nível do local do ferimento;
 Monitorou-se as características da lesão, inclusive drenagem, cor, tamanho e
odor;
 Mediu-se o leito da lesão, conforme apropriado,

38
9.1. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM
1o dia
Identificação: Paciente com as iniciais A.M, de 61 anos de idade, do sexo
masculino, evolui consciente, orientado, comunicativo, responsivo, normotenso, afebril,
deambulando sem auxílio.
Exame físico: cabeça simétrica, couro cabeludo integro sem sujidade,
fechamento completo das pálpebras, pupilas isocóricas, foto reatente, higiene
satisfatória. Pavilhão auricular com presença de sujidade, sem queixas de algia na região
pré-auricular, acuidade visual e auditivas preservadas, cavidade nasal integra
normocoradas, arcada dentária incompleta sem presença de cáries e halitose, região
cervical sem ausência de linfónodos aumentados, Tórax simétrico, ausculta pulmonar:
murmúrios vesiculares+ nos ápices e bases bilaterais , a precursão sons maciços,
ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdômen ligeiro,
ruídos hidroaéreos hipoativos nos 4 quadrantes, mole a palpação, percussão maciça,
pele integra, unhas sem sujidade, MSE com acesso venoso fazendo o uso de Lactato de
Ringer 390ml + complexo b+ vitamina c. Paciente aceitando a dieta oferecida, diurese e
evacuação presentes.

SSVV: T:36ºC , P.A:160/90 mmhg, F.C:70 bpm, F.R:20 Rpm.

Resposta ao tratamento: responde positivamente a prescrição médica.

2odia:

Identificação: Paciente com as iniciais A.M, de 61 anos de idade, do sexo


masculino, evolui consciente, orientado, comunicativo, responsivo, normotenso, febril,
deambulando sem auxílio.
Exame físico: cabeça simétrica, couro cabeludo integro sem sujidade,
fechamento completo das pálpebras, pupilas isocóricas, foto reatente, higiene
satisfatória. Pavilhão auricular com presença de sujidade, sem queixas de algia na região
pre-auricular, acuidade visual e auditivas preservadas, cavidade nasal integra
normocoradas, arcada dentária incompleta sem presença de cáries e halitose, região
cervical sem ausência de linfónodos aumentados, Tórax simétrico, ausculta pulmonar:
murmúrios vesiculares+ nos ápices e bases bilaterais , a precursão sons maciços,
ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdômen ligeiro,

39
ruídos hidroaéreos hipoativos nos 4 quadrantes, mole a palpação, percussão maciça,
pele integra, unhas sem sujidade, MSE com acesso venoso fazendo o uso de
Dextrofisiologico 390ml + complexo b+ vitamina c. Paciente aceitando a dieta
oferecida, diurese e evacuação presentes.

SSVV: T:39ºC , P.A:100/60 mmhg, F.C:85 bpm, F.R:23 Rpm.

Resposta ao tratamento: foi administrado 0,8ml de dipirona diluído em


2ml de soro fisiológico EV. Foi orientado a repetir os exames complementares por
causa do seu quadro.

3odia:

Identificação: Paciente com as iniciais A.M, de 61 anos de idade, do sexo


masculino, evolui consciente, orientado, comunicativo, responsivo, normotenso, afebril,
deambulando sem auxílio.
Exame físico: cabeça simétrica, couro cabeludo integro sem sujidade,
fechamento completo das pálpebras, pupilas isocóricas, foto reatente, higiene
satisfatória. Pavilhão auricular com presença de sujidade, sem queixas de algia na região
pre-auricular, acuidade visual e auditivas preservadas, cavidade nasal integra
normocoradas, arcada dentária incompleta sem presença de cáries e halitose, região
cervical sem ausência de linfónodos aumentados, Tórax simétrico, ausculta pulmonar:
murmúrios vesiculares+ nos ápices e bases bilaterais , a precursão sons maciços,
ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdômen ligeiro,
ruídos hidroaéreos hipoativos nos 4 quadrantes, mole a palpação, percussão maciça,
pele integra, unhas sem sujidade, MSD com acesso venoso fazendo o uso de
Dextrofisiologico 390ml + complexo b+ vitamina c. Paciente aceitando a dieta
oferecida, diurese e evacuação presentes.

SSVV: T:36,5ºC , P.A:105/60 mmhg, F.C:91 bpm, F.R:18 Rpm.

Resposta ao tratamento: responde positivamente a prescrição médica. Fez-


se a troca do acesso venoso, visto que o máximo são 72 horas. Não se encontrou
nenhuma anomalia nos exames complementares feitos.

40
4odia:

Identificação: Paciente com as iniciais A.M, de 61 anos de idade, do sexo


masculino, evolui consciente, orientado, comunicativo, responsivo, normotenso, afebril,
deambulando sem auxílio.
Exame físico: cabeça simétrica, couro cabeludo integro sem sujidade,
fechamento completo das pálpebras, pupilas isocóricas, foto reatente, higiene
satisfatória. Pavilhão auricular com presença de sujidade, sem queixas de algia na região
pre-auricular, acuidade visual e auditivas preservadas, cavidade nasal integra
normocoradas, arcada dentária incompleta sem presença de cáries e halitose, região
cervical sem ausência de linfónodos aumentados, Tórax simétrico, ausculta pulmonar:
murmúrios vesiculares+ nos ápices e bases bilaterais , a precursão sons maciços,
ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdómen ligeiro,
ruídos hidroaéreos hipoativos nos 4 quadrantes, mole a palpação, percussão maciça,
pele integra, unhas sem sujidade, MSD com acesso venoso. Paciente aceitando a dieta
oferecida, diurese e evacuação presentes.

SSVV: T:37ºC , P.A:130/80 mmhg, F.C:90 bpm, F.R:22 Rpm.

Resposta ao tratamento: foi suspenso do dextrofisiológico + complexo B


+ Vitamina C; aguarda o médico para uma possível avaliação do seu estado clínico.
Responde positivamente a prescrição médica.

5odia:

Identificação: Paciente com as iniciais A.M, de 61 anos de idade, do sexo


masculino, evolui consciente, orientado, comunicativo, responsivo, normotenso, afebril,
deambulando sem auxílio.
Exame físico: cabeça simétrica, couro cabeludo integro sem sujidade,
fechamento completo das pálpebras, pupilas isocóricas, foto reatente, higiene
satisfatória. Pavilhão auricular com presença de sujidade, sem queixas de algia na região
pre-auricular, acuidade visual e auditivas preservadas, cavidade nasal integra
normocoradas, arcada dentária incompleta sem presença de cáries e halitose, região
cervical sem ausência de linfónodos aumentados, Tórax simétrico, ausculta pulmonar:
murmúrios vesiculares+ nos ápices e bases bilaterais , a precursão sons maciços,
ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdômen ligeiro,

41
ruídos hidroaéreos hipoativos nos 4 quadrantes, mole a palpação, percussão maciça,
pele integra, unhas sem sujidade, MSD com acesso venoso. Paciente aceitando a dieta
oferecida, diurese e evacuação presentes.

SSVV: T:37ºC , P.A:110/60 mmhg, F.C: 85 bpm, F.R: 20 Rpm.

Resposta ao tratamento: paciente com critério de alta domiciliar,


removeu-se o acesso venoso, passou-se uma receita médica para continuar o tratamento
em casa.

42
9.2. – FOLHA TERAPÊUTICA

Tabela nº 5 Folha terapêutica

Nome comercial Nome Mecanismo de acção Reacções adversas Cuidados de


farmacológico enfermagem
Soro Lactato Ringer A função do lactato Doses elevadas - Controlar o
Ringer é proporcionar podem causar gotejamento.
ligeiro aumento do sintomas de
- Verificar a
teor alcalino, o que desconforto, tais
presença de
ocorre após a sua como: vómitos, dor
edemas;
metabolização a abdominal e diarreia,
bicarbonato. cefaleia, sonolência e - Verificar se o
arritmias. cateter está
devidamente
fixado;

- Avaliar os cinco
certos
fundamentais;
- Monitorar os efeitos
adversos.
Angiopril Enalapril O maleato de Em geral o enalapril é -Certificar os efeitos
enalapril é um anti- bem tolerado. Os adversos do
hipertinsivo e efeitos adversos mais medicamentos;
vasodilatador frequentes são:
-Avaliar os cinco
utilizado na tontura, dor de
certos;
insuficiêna cardíaca cabeça, cansaço e
congestiva. fraqueza. -Fazer o preparo do
fármacos, colocando
numa bandeja;

-Explicar sobre
procedimento.
-Certificar se o
paciente é alérgico ao

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medicamento.
Clamoxil Amoxicilina Inibe a divisão Náusea e vómitos: -Avaliar os cinco
celular e o embora menos certos;
crescimento, produz comum que a diarreia,
-Controle de sinais
lise e elongação de náusea e vómitos
vitais;
bactéria sensíveis, também podem
em particular as que ocorrer como efeitos -Explicar sobre o
dividem colaterais. procedimento;
rapidamente, que -Observar
são, em maior grau, rigorosamente a dose
a acção das prescrita,
penicilina. aparecimento de
reacções cutâneas;
Glifage Cloridrato de A metformina reduz Reacções da pele tipo -Avaliar os cinco
metformina a hiperglicemia vermelhidão e certos;
através de: aumento coceira, embora muito -Monitorar sintomas
da sensibilidade raras, também podem de hipoglicemia e se
periférica à insulina ocorrer. necessário fornecer a
e da utilização Da mesma forma, ingestão de alimentos
celular da glicose; muito raramente, açucarados ao
Inibição da podem ocorrer paciente;
glicogeonese acidose láctica, -Orientar ao paciente
hepática; Retardo na hipoglicemia e que a administração
absorção intestinal diminuição de do medicamento pode
da glicose vitamina B12. ser feita com
alimentos para evitar
assim o desconforto
gástrico.

44
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente relatório realizado no hospital geral da baia farta,
onde foram desenvolvidas actividades durante o período de estágio, foi possível
demostrar na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da carreira formativa no
ISJPB, aliando desta feita a teoria e a prática, aprimoramos os conhecimentos mediante
a prática de assistência de enfermagem no contacto direito com os pacientes. O estudo
de caso é parte das actividades desenvolvidas durante o estágio curricular cujos
objectivos foram alcançados, descrevendo todas as actividades desenvolvidas durante o
período de estágio curricular.

Estamos agora com sentido de dever cumprido, e todos os objectivos


alcançados. Graças a este trabalho de fim de curso hoje sentimo-nos capacitados, isto é
graças ao colectivo de profissionais que incansavelmente passaram-nos, suas
experiencias e uma equipa multidisciplinar que se disponibilizaram a acompanhar-nos
desde o primeiro dia até ao final do estagio, obrigado por tudo que fizeram por mim, em
especial o meu orientador que incansavelmente tem dado o melhor de si me ajudando e
dando directrizes para o culminar do trabalho.

Através do presente trabalho verificou-se, que o processo de enfermagem


quando aplicado de forma correcta, representa grande benefício para o paciente e para a
equipa de enfermagem. Por se caracterizar como uma profissão dinâmica e autentica.

Vale ressaltar a importância do processo de enfermagem como foco do trabalho de


enfermeiro, na clinica com a respectiva de favorecer o retorno dos pacientes ao seu
contexto familiar e de trabalho o mais precoce possível.

Tivemos dificuldades na obtenção de materiais bibliográficos, manuseio do NANDA.


Outra dificuldade não menos importante está relacionada com a obtenção de
informações sobre o paciente, por parte dos familiares do mesmo, no entanto, esse
impasse foi ultrapassado, à medida que fomos mantendo contacto para a troca de
experiencias com outros profissionais.

45
BIBLIOGRAFIAS
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ANEXOS

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