CÃES CLAUSTROFÓBICOS - PDF

Olá, eu sou o Felipe Kaelli, treinador de animais há mais de 25 anos.
Estou aqui hoje em

nome do nosso grupo “Oficina do Comportamento”, nosso grupo no WhatsApp de aulas
gratuitas. Tivemos uma sugestão de tema: “Cães podem desenvolver claustrofobia?”. Esse
é um tema que nos abre portas para muitos estudos e reflexões sobre o medo.
Antes de tudo, quero te falar que essas aulas são um oferecimento da Escola do Novo
Adestramento, que é uma escola com um ano letivo, uma formação única, em um formato
único no mundo, tá? Não só no Brasil, mas no mundo, para a formação de profissionais de
excelência no comportamento animal. Aqui, você vai ter aulas durante um ano letivo. Você
vai ter aulas semanais em vídeo, aulas gravadas e exercícios dentro do grupo do WhatsApp,
tudo organizado para não sobrecarregar a sua vida, tá? É um projeto incrível que já está em
andamento, com aulas de reforço acontecendo. Você pode entrar a qualquer momento,
fazer o seu ano letivo e se tornar um profissional de referência. Se você busca um curso
online que pode assistir na hora que quiser, você tem o Curso Universo Canino, que está
dentro do combo de cursos. Ele é o segundo maior curso do mundo direcionado a
adestradores, e orgulhosamente brasileiro. Estamos aqui para compartilhar esse conteúdo
com você.
Agora, sem mais delongas, vamos ao nosso tema: “Cães podem desenvolver
claustrofobia?”. Eu fiz aqui algumas anotações para a nossa aula de hoje que quero
compartilhar com você.
Bom, respondendo a essa pergunta: claustrofobia é o medo de locais fechados, né? Vamos
pensar no que é o medo. Medo de locais fechados… Cães podem desenvolver medo de
locais fechados? A gente tem que lembrar que o medo é um mecanismo de
autopreservação do organismo. O que é o medo? É a necessidade de se preservar.
Então, temos alguns pontos aqui para pensar sobre a questão do medo. Primeiro, os medos
inatos, sobre os quais muitas pessoas falam. Ah, isso é um medo inato… O medo inato
depende da sensação física. Por exemplo, tem um erro comum em dizer que o cérebro de
um cão é comparado ao de uma criança de 3 anos. Isso é uma das maiores mentiras que
existe. Assim que uma criança desenvolve a linguagem, ela se distancia infinitamente de um
cão. Muitas vezes, isso acontece com um bebê de meses: 8, 9, 10 meses, quando ele
balbucia sons identificáveis pelo papai e pela mamãe. Ele já está desenvolvendo uma
linguagem, algo que um cão não faz. O poder da linguagem é tão importante para
entendermos o cérebro humano e o cérebro canino, porque os pensamentos que temos
estão no nosso idioma nativo. Então, quando eu penso, eu penso em português. Uma
pessoa que nasceu em outro país pensa no idioma nativo dela. Poliglotas, por exemplo,
relatam que as memórias que eles têm em outros locais estão no idioma que estavam
falando naquele momento, porque são fluentes em várias línguas. As memórias episódicas
estão muito relacionadas à linguagem.
Agora, as memórias que programam todos os seres vivos não precisam de linguagem. Um
cão aprende sem linguagem. A memória base funciona sem linguagem. Mas para contar
meus pensamentos ou para pensar sobre algo, preciso da linguagem.
Quando falamos de medos inatos, estamos falando de sensações físicas. Por exemplo,
sentir dor causa afastamento, e isso é inato em quase todos os seres vivos, exceto em
indivíduos com sensibilidade muito baixa à dor.
Além dos medos inatos, temos os medos aprendidos, que são individuais. Cada indivíduo
tem uma experiência diferente, e esses medos dependem da experiência vivida.
Seguindo aqui… Quais tipos de medos podemos desenvolver? Os medos estão relacionados
diretamente às questões sensoriais. Existe aquele estudo dos cinco sentidos de Aristóteles.
Se você acredita que só existem cinco percepções sensoriais, vai precisar atualizar seu
conteúdo. Vamos usar os cinco sentidos aqui só para facilitar: medos podem ser visuais,
auditivos, olfativos, táteis. Os medos se desenvolvem através de experiências, e as
experiências são sensoriais, baseadas nos nossos sentidos.
Agora, para observar um estado de medo, preciso de um processo chamado

dessincronização eletroencefalográfica. Isso acontece quando eu não conheço algo ou não
sei o que é, e o cérebro precisa reorganizar uma resposta. Um exemplo disso é quando você
está viajando de carro e chega a um bairro novo ou entra em um prédio novo. Sabe aquela
sensação de curiosidade, onde tudo chama sua atenção? Isso é dessincronização
eletroencefalográfica. Com o tempo, você pode nem dar mais atenção quando entrar em
lugares familiares.
Mas, Felipe, isso não gera medo, certo? O que faz gerar medo é o nível de imersão e a falta
de solução para o evento. Por exemplo, se você anda por um local novo e não consegue
encontrar o que estava procurando, pode começar a se sentir desconfortável. Esse
desconforto está relacionado ao estado de autopreservação.
Agora, quando o medo se torna consolidado, ele gera uma sincronização elétrica, onde já
sei o que fazer e como reagir. Toda vez que aquele estímulo sensorial aparece, o indivíduo
evita ou luta contra ele. Esse é o medo consolidado.
Voltando à claustrofobia em cães. Um ambiente fechado é um ambiente com limitação

visual e auditiva. Para um cão se tornar claustrofóbico, ele precisa passar por experiências
traumáticas em ambientes fechados. Assim como um cão que está acostumado a
ambientes fechados pode desenvolver medo de ambientes abertos, com muitos estímulos
sensoriais.
Então, sim, cães podem desenvolver claustrofobia, ou medo de ambientes abertos,

dependendo das experiências e da exposição.
Eu gostaria de falar muito mais sobre isso, mas a ideia aqui é contribuir com um conteúdo
acessível e rápido. No combo de cursos, você tem acesso a todos os meus cursos, que
abordam desde comportamento humano até treinamento de cães.
Essa aula foi oferecida gratuitamente no grupo “Oficina do Comportamento”. Se você

puder, ajude a divulgar o nosso conteúdo, convide mais pessoas para o grupo, e vamos
continuar aprendendo juntos. Sou Felipe Kaelli, treinador de animais há mais de 25 anos,
orgulhosamente brasileiro, criador de dois dos maiores cursos online do mundo focados em
adestradores.
Qualquer dúvida, coloque nos comentários, e a gente vai atualizando. Valeu! Estamos
juntos!
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Então, sim, cães podem desenvolver claustrofobia, ou medo de ambientes abertos,

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