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ISSN 1415-3033

Pragas da melancia
e seu controle

92

Foto: Miguel Michereff Filho


Técnica
Circular

Brasília, DF
Novembro, 2010

Vários insetos e ácaros utilizam a melancia (Citrullus lanatus Schrad) como


planta hospedeira, entretanto, poucas espécies têm sido registradas causando
Autores prejuízo à cultura. A maior ou menor importância de cada uma delas varia de
acordo com a região e a época de cultivo.
Miguel Michereff Filho
Eng. Agr., DSc., Embrapa Nesta publicação serão apresentadas as pragas mais comumente
Hortaliças, C.P. 218,
70359-970, Brasília, DF. encontradas em cultivos de melancia, dando-se ênfase a sua descrição,
miguel@cnph.embrapa.br danos, monitoramento e métodos de controle. Para facilitar a identificação das
Jorge Anderson Guimarães pragas e a operacionalização das medidas de controle, de forma integrada,
Biol., DSc., Embrapa os insetos e ácaros fitófagos foram reunidos em dois grupos distintos, sendo:
Hortaliças, C.P. 218,
70359-970, Brasília, DF. pragas-chave e secundárias. Como praga chave, considera-se aquela que,
janderson@cnph. com freqüência, provoca perdas econômicas, exigindo medidas de controle.
embrapa.br
Praga secundária é aquela que, embora cause danos à cultura, raramente
Ronaldo Setti de Liz provoca prejuízos e, quando isso ocorre, verifica-se em áreas localizadas e
Eng. Agr., M.Sc.,
Embrapa Hortaliças,
em determinado período.
C.P. 218, 70359-970,
Brasília, DF. O ciclo da cultura da melancia é completado em 95 a 110 dias,
setti@@cnph.embrapa.br
dependendo da cultivar e das condições climáticas. A ocorrência das pragas
conforme a fenologia da planta pode ser observada na Figura 1,
e deve ser levada em consideração quando for realizado o monitoramento a
campo. As vistorias no cultivo devem ser realizadas pelo menos
uma vez por semana, de modo a verificar quaisquer ocorrências de pragas,
a detecção dos focos de infestação e se há necessidade de adotar
medidas de controle.
2 Pragas da melancia e seu controle

Figura 1. Fenologia da melancia e ocorrência de pragas.

Ambas as espécies de pulgões podem atacar


a melancia durante todo o seu ciclo e ocorrem
1. Pragas em grandes colônias na face inferior das
folhas, brotações e flores. Reproduzem-se por
Pragas-chave
partenogênese telítoca, ou seja, sem acasalamento,
e tanto fêmeas adultas ápteras quanto aladas darão
Pulgões
origem a ninfas fêmeas.
Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae) e
Várias espécies de formigas vivem em mutualismo
Myzus persicae (Sulzer)
com esses pulgões por causa da substância
Descrição: açucarada (honeydew) que eles excretam; as
formigas os protegem dos seus inimigos naturais e
Os pulgões são insetos de 1 a 3 mm de podem transportá-los de um local para outro.
comprimento, com corpo periforme e mole,
antenas bem desenvolvidas e aparelho bucal Sintomas e danos:
tipo sugador. No final do abdome possuem dois
A sucção contínua de seiva de tecidos tenros da
apêndices tubulares laterais, chamados sifúnculos,
planta e a injeção de toxinas, tanto por adultos
e um central, denominado codícula, por onde são
expelidas grandes quantidades de líquido adocicado
Fotos: Alberto Luiz Marsaro Júnior

(honeydew).

A. gossypii – ninfas e adultos ápteros (sem asas)


apresentam coloração variável do amarelo-claro ao
verde-escuro, com sifúnculos e porções terminais
das tíbias escuros; a forma alada é de coloração
verde-escura, com antenas, cabeça e tórax pretos
(Figura 2).

M. persicae – suas ninfas e adultos ápteros (sem


asas) apresentam coloração verde-clara, rosada ou
avermelhada, enquanto os adultos alados possuem
Figura 2. Infestação do pulgão Aphis gossypii em folhas
abdome verde-amarelado, cabeça e tórax pretos e da melancia.
sifúnculos escurecidos no ápice.
Pragas da melancia e seu controle 3

como por ninfas, provocam definhamento de mudas

Foto: Miguel Michereff Filho


e plantas jovens, e encarquilhamento das folhas,
brotos e ramos (Figura 3-A). Altas infestações
podem afetar drasticamente a produção e causar
a morte das plantas. O líquido açucarado expelido
pelos insetos também favorece o desenvolvimento
do fungo Capnodium, causador da fumagina sobre
as folhas e estruturas reprodutivas da planta (Figura
3-B), afetando, consequentemente, a fotossíntese,
a produção e a qualidade dos frutos.

O maior dano causado por estes insetos à melancia


consiste na transmissão de viroses (Figura 4)
como o mosaico do mamoeiro – estirpe melancia
(PRSV-W), o mosaico amarelo da abobrinha-de-
moita (ZYMV), o mosaico-2 da melancia (WMV-2), Figura 4. Planta de melancia com virose transmitida por
e o mosaico do pepino (CMV). pulgões.

Estes vírus são adquiridos e transmitidos durante


as picadas de prova dos pulgões, que normalmente Monitoramento:
têm a duração de poucos segundos. O mosaico
amarelo da abobrinha-de-moita (ZYMV) também Inspecionar os brotos e a face inferior de folhas
pode ser transmitido por sementes, o que torna a novas (a partir do ponteiro do ramo) em busca
ocorrência de pulgões e desta virose indesejável em de ninfas e adultos da praga. Alternativamente,
campos de produção de sementes de melancia. pode-se realizar o monitoramento de pulgões
adultos alados com placas adesivas amarelas ou
com armadilha tipo Moericke (bandeja pintada de
Fotos: Alberto Luiz Marsaro Júnior

A amarelo, com água e detergente).


As placas amarelas adesivas (Figura 5-A) deverão
ser instaladas em estacas de bambu na altura do
dossel das plantas. Já as bandejas com água podem
ser dispostas nas entre linhas de cultivo
(Figura 5-B).

Fotos: Miguel Michereff Filho

A B

Figura 3. Danos causados pelo pulgão Aphis gossypii em Figura 5. Armadilhas para monitoramento de pulgões.
folhas da melancia. A – encarquilhamento de ponteiros; A – placa adesiva de cor amarela; e B – bacia amarela,
e B – fumagina. com água e detergente.
4 Pragas da melancia e seu controle

Tripes atacadas, o fruto amadurece mais rápido e o seu


tamanho é reduzido.
Thrips tabaci Lindeman (Thysanoptera: Thripidae) e
Thrips palmi Karny Os tripes também podem ser transmissores do vírus
do amarelo letal da abobrinha (ZLCV), que infecta a
Descrição: melancia.

Foto: Marcos Antônio Barbosa Moreira


Os tripes são insetos diminutos, com 1 a 2 mm de
comprimento, coloração amarelo-claro a marrom,
cabeça quadrangular, aparelho bucal do tipo
raspador-sugador (Figura 6). Os adultos possuem
asas estreitas e franjadas, enquanto as formas
jovens são ápteras.

Estes insetos são encontrados na face inferior das


folhas, nas flores, hastes e gemas apicais e ficam
abrigados entre dobras e reentrâncias das plantas.
Estas espécies inserem seus ovos em tecidos
tenros, preferencialmente nas partes média e
basal das folhas. Dos ovos eclodem ninfas, que se
Figura 7. Sintomas de ataque de tripes em folhas de
transformam em pupas (fase relativamente inativa),
melancia.
de onde emergirão os adultos.

Monitoramento:
Foto: Renata Monteiro

Agitar vigorosamente as folhas das plantas sobre


uma placa ou bandeja plástica branca e avaliar a
quantidade de insetos caídos na superfície, ao longo
de um metro de fileira de cultivo. Alternativamente,
pode-se realizar o monitoramento de tripes adultos
com placas adesivas de coloração azul. Estas placas
adesivas (Figura 8) deverão ser instaladas em
estacas de bambu na altura do dossel das plantas.

Figura 6. Tripes adulto da espécie Thrips palmi. Fotos: Miguel Michereff Filho

Sintomas e danos:

Os tripes atacam a melancia durante todo o seu


ciclo. Perfuram e sugam o conteúdo das células
vegetais; processo em que esses insetos liberam
substâncias que ajudam a pré-digerir os tecidos
da planta. As folhas atacadas ficam com aspecto
queimado ou prateado e pontuações escuras (Figura
7). Em alta infestação, a planta apresenta folhas
totalmente necrosadas, enrugadas, coriáceas/
quebradiças e com dobramento de suas bordas. Isto
resulta em redução da capacidade fotossintética,
acentuada queda de folhas e morte das plantas. Os
tripes podem ocasionar a queda dos frutos recém-
formados ou causar manchas e cicatrizes nos frutos
em desenvolvimento. Em plantas severamente Figura 8. Armadilha adesiva para monitoramento de tripes.
Pragas da melancia e seu controle 5

Brocas-das-cucurbitáceas

Foto: Jorge Anderson Guimarães


Diaphania nitidalis (Cramer) (Lepidoptera: Pyralidae)
e Diaphania hyalinata (L.)

Descrição:

D. nitidalis – os adultos são mariposas de 20


mm de envergadura, coloração marrom-violácea,
com as asas apresentando área central amarelada
semitransparente, e os bordos marrom-violáceos
(Figura 9-A). As lagartas medem até 30 mm
de comprimento, com cabeça escura, corpo de
coloração creme com pontuações pretas até
o terceiro instar e totalmente verde após esse
estádio; passam os seus três instares iniciais na Figura 9-B. Adulto da broca-das-cucurbitáceas.
folha e atacam preferencialmente flores e frutos de Diaphania hyalinata.
qualquer idade.

Sintomas e danos:
Foto: Jorge Anderson Guimarães

As lagartas alimentam-se de folhas, brotos novos,


de ramos, de flores e de frutos (Figura 10-A). Os
ramos infestados apresentam folhas novas e brotos
novos murchos, os quais posteriormente secam. O
ataque das brocas-das-cucurbitáceas reduz o vigor
das plantas, podendo também lhes ocasionar a
morte e, consequentemente, perdas na produção.

Foto: Jorge Anderson Guimarães


Figura 9-A. Adulto da broca-das-cucurbitáceas.
Diaphania nitidalis.

D. hyalinata – os adultos são brancos, com exceção


do tórax, últimos segmentos abdominais e tufos de
pêlos. Possuem asas com área semitransparente
branca e com faixa escura e retilínea nas bordas
(Figura 9-B). As lagartas são de coloração verde,
com duas listas brancas até o quarto instar ou
Figura 10-A. Danos causados pelas brocas-das-
verdes a partir desse estádio; se alimentam de cucurbitáceas na melancia (desfolha).
folhas, brotos novos, talos, hastes e frutos.
A incidência destas pragas danifica os botões
Ovos de ambas as espécies são de coloração
florais, afeta a polinização e pode causar
branca a creme, sendo depositados nas folhas,
o abortamento de flores, podendo reduzir
ramos, flores e frutos. As pupas são de coloração
significativamente a quantidade e a qualidade
amarronzada e ficam sob as folhas secas ou no
das sementes. O dano principal resulta da injúria
solo.
nos frutos, onde as lagartas abrem galerias e
6 Pragas da melancia e seu controle

destroem a polpa (broqueamento), levando ao seu

Fotos: Geni L. Villas-Bôas


apodrecimento e à perda do fruto (Figura 10-B).
Frutos atacados apresentam, no exterior, massas de
excremento esverdeadas parecidas com cera.

Monitoramento:

Verificar a desfolha, a presença de lagartas nas


folhas e os sintomas de broqueamento nos frutos
pequenos.

Fotos: Jorge Anderson Guimarães

Figura 10-B. Danos causados pelas brocas-das-


cucurbitáceas na melancia (ataque ao fruto).

Mosca-branca

Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B (Hemiptera:


Aleyrodidae)

Descrição:

Inseto sugador muito pequeno. O adulto possui


dorso amarelo-palha, quatro asas membranosas
recobertas com pulverulência branca e, quando
em repouso, as asas permanecem levemente Figura 11. Mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B.
separadas (Figura 11-A). Os ovos apresentam A) adulto; e B) ninfas.
coloração amarelada, com formato de pêra e são
depositados isoladamente na face inferior da folha
Sintomas e danos:
e presos por um pedicelo. As ninfas (forma jovem)
são translúcidas de coloração amarelo a amarelo- Causa danos diretos à melancia pela sucção contínua
pálido (Figura 11-B). Ovos, ninfas e adultos vivem da seiva e ação toxicogênica, provocando alterações
na face inferior das folhas; ovos e adultos são no desenvolvimento vegetativo (menor vigor) e
encontrados principalmente nas folhas e brotações reprodutivo das plantas e pelo favorecimento da
mais novas, enquanto ninfas ocorrem nas folhas fumagina (semelhante aos pulgões), reduzindo a
mais desenvolvidas. fotossíntese. Em altas densidades populacionais
podem ocasionar a morte de mudas e plantas jovens,
Pragas da melancia e seu controle 7

enquanto em plantas adultas causam branqueamento, Monitoramento:


amarelecimento, ou mesmo o amadurecimento
irregular dos frutos; a formação de fumagina Verificar a presença de plantas mortas cortadas à
sobre os frutos prejudicando a sua aparência e, altura do solo, ao longo da fileira de cultivo.
consequentemente, a comercialização.
Mosca-minadora
Monitoramento:
Liriomyza spp. (Diptera: Agromyzidae)
Inspecionar a face inferior de folhas novas (a partir
Descrição:
do ponteiro do ramo) em busca de insetos adultos.
Quando as plantas forem jovens, antes da emissão
O adulto é uma pequena mosca, de coloração preta,
dos ramos, deve-se amostrar a folha mais jovem
com a parte inferior do abdome amarela (Figura
completamente expandida. Alternativamente, pode-
13-A). A larva é muito pequena, não possui pernas
se realizar o monitoramento de adultos com placas
(ápoda) e tem coloração branco-amarelada ou
adesivas amarelas, a exemplo do proposto para os
esverdeada (Figura 13-B).
pulgões. Foto: Bernardo A. Halfeld-Vieira

Pragas secundárias
Lagarta-rosca

Agrotis ipsilon (Hüfnagel) (Lepidoptera: Noctuidae)

Descrição:

O adulto é uma mariposa com asas anteriores


marrons, com manchas triangulares negras e asas
posteriores semitransparentes. A lagarta possui
coloração marrom-acinzentada e cabeça lisa e
escura, podendo medir até 4,5 cm de comprimento,
e se enrola quando tocada (Figura 12).

Sintomas e danos:
Foto: Jorge A. Guimarães

Cortam as plantas novas, com até 30 dias, rente ao


solo. Sob infestação severa, em períodos quentes
e secos, torna-se necessária a realização de nova
semeadura ou replantio de mudas.
Foto: Francisca N. P. Haji

Figura 13. Mosca-minadora, Liriomyza spp. A) adulto; e


B) larva.
Figura 12. Lagarta-rosca, Agrotis ipsilon.
8 Pragas da melancia e seu controle

Sintomas e danos: Outras pragas associadas à melancia


O ataque ocorre logo no início do cultivo da A melancia, além das pragas já mencionadas,
melancia, com preferência para folhas novas (15 está sujeita a ação de outros invertebrados menos
a 20 dias de idade). As larvas abrem galerias, freqüentes e pouco estudados nesta cultura,
ou minas, de formato serpenteado no mesófilo mas que eventualmente podem ocasionar perdas
foliar (Figura 14). As minas causam redução da consideráveis à produção. Estes organismos-praga
área fotossintética, afetando a produção. Em estão caracterizados na Tabela 1, ao lado.
altas infestações, as folhas ficam ressecadas e
quebradiças, havendo maior exposição dos frutos
ao sol, os quais podem ter sua qualidade externa 2. Inimigos Naturais
depreciada. Na região nordeste brasileira, onde há
Inimigos naturais são organismos que, para
produção intensiva de melão, a mosca-minadora
completarem seu desenvolvimento, se alimentam
também tem ocasionado severos danos à melancia,
das pragas. Os inimigos naturais mais conhecidos
assumindo condição de praga-chave da cultura.
são os predadores, como as joaninhas, vespas
e bichos lixeiros, que se alimentam de inúmeros
Foto: Bernardo A. Halfeld-Vieira

indivíduos de uma determinada espécie de praga


(Figura 15). Os parasitóides pertencem a outra
categoria de inimigos naturais e, em sua maioria,
são vespas diminutas que se desenvolvem no
interior ou sobre o corpo da praga. Além destes
agentes existem microrganismos como fungos,
bactérias e vírus, que ocasionam doenças e
matam as pragas quando estas alcançam grandes
populações no cultivo.

3. Manejo Integrado de Pragas


Figura 14. Danos nas folhas ocasionados pela mosca-
minadora, Liriomyza spp. O Manejo Integrado de Pragas (MIP) pode
ser definido como um sistema que objetiva
Monitoramento: a preservação ou incremento dos fatores de
mortalidade natural das pragas, através do uso
Verificar a presença de minas com forma de integrado de métodos de controle selecionados
serpentina nas folhas mais desenvolvidas do ramo. com base em análises de custo/benefício, abolindo
Alternativamente, pode-se realizar o monitoramento dessa forma, as pulverizações fixas de agrotóxicos
de adultos com placas adesivas amarelas, a estabelecidas por meio de calendários.
exemplo do proposto para os pulgões.
Foto: Jorge A. Guimarães

Fotos: Francisco G.V. Schmidt

Figura 15. Inimigos naturais de pragas que atacam a melancia.


Pragas da melancia e seu controle 9

Tabela 1. Outras pragas associadas à melancia.


10 Pragas da melancia e seu controle

Ainda não existem resultados de pesquisa que Manejo do ambiente de cultivo


definam os índices de tomada de decisão (nível de
dano econômico – NDE e nível de controle – NC) Esta prática consiste na aplicação do conhecimento
para o controle de pragas na cultura da melancia. agronômico disponível a fim de prever possíveis
Entretanto, com base nos dados obtidos no prejuízos e tentar evitá-los com um programa de
monitoramento, é possível efetuar a tomada de ações preventivas de boas práticas agrícolas.
decisão, onde são analisados todos os aspectos Envolve os métodos (táticas) de controle cultural,
econômicos da cultura, as perdas potenciais físico e mecânico, utilizados para reduzir as
ocasionadas pelas pragas detectadas no cultivo e populações das pragas e seus danos. São medidas
a relação custo/benefício dos métodos de controle profiláticas que devem ser consideradas como a
disponíveis. primeira linha de defesa contra as pragas.

A decisão para controle preventivo (antes da O ambiente de cultivo pode ser manipulado para
praga se estabelecer efetivamente no cultivo) será se tornar desfavorável às pragas, e isso pode
adotada em algumas exceções, como por exemplo, ser alcançado mediante adoção de práticas que
quando houver histórico de anos sucessivos com reduzam as chances de localização e colonização
alta incidência de viroses transmitidas por pulgões, da planta hospedeira, promovam a dispersão dos
com alta percentagem de mudas e plantas jovens indivíduos e afetem a reprodução e sobrevivência
mortas pelo ataque de formigas cortadeiras, em dos insetos e ácaros-praga na área cultivada. Assim,
razão da dificuldade de controle dessas pragas e da recomenda-se a adoção planejada e preventiva das
severidade dos danos gerados. seguintes medidas:

– Uso de sementes sadias e isentas de viroses;


Métodos de controle (táticas)
– Produção de mudas em locais protegidos por tela
Quando for necessário usar algum tipo de controle,
ou tecido a prova de insetos sugadores, que sejam
deve-se optar por um plano que envolva dois ou
distantes de campos infestados por estas pragas ou
mais métodos de controle. Diversas táticas ou
abandonados, e longe do local definitivo de plantio;
métodos de controle podem e devem ser usadas
para auxiliar a implantação do manejo integrado de
– Uso de cultivares de ciclo curto e adequação da
pragas, dentre elas: manejo do ambiente de cultivo
época de plantio para a região, visando o escape de
(incluindo práticas culturais), resistência de plantas
picos populacionais das pragas;
a insetos, controle biológico, métodos físicos
e mecânicos, controle legislativo, manipulação – Seleção de mudas sadias, vigorosas e isentas de
genética de pragas, controle químico e controle viroses;
alternativo (Figura 16).
– Isolamento dos talhões por data e área, evitando
escalonamento de plantio;

– Plantio dos talhões no sentido contrário ao vento,


do mais velho para o mais novo, para desfavorecer
o deslocamento das pragas dos talhões velhos para
os novos;

– Implantação prévia de barreiras vivas ou faixas


de cultivos (sorgo, capim elefante, milheto ou cana-
de-açúcar) ao redor da lavoura, de tal forma que
tenham pelo menos 0,5 m de altura no momento
do plantio da melancia, com o intuito de retardar as
infestações das brocas-das-cucurbitáceas, pulgões
e mosca-branca, bem como reduzir a incidência de
Figura 16. Bases e estrutura do manejo integrado de viroses transmitidas por picadas de prova;
pragas (MIP).
Pragas da melancia e seu controle 11

– Não fazer plantios próximos a culturas como adultos da mosca-branca e mosca-minadora


soja, feijoeiro e algodoeiro, que são excelentes oriundos de outros cultivos (Figura 18);
hospedeiras de insetos sugadores, uma vez que o

Fotos: Jorge A. Guimarães


controle dessas pragas não é realizado de forma
sistemática durante todo o ciclo da cultura;

– Aumento na densidade de semeadura/plantio


quando houver histórico de redução no estande
inicial de plantas pelo ataque de lagarta-rosca,
larvas de vaquinha e formigas cortadeiras;

– Cultivo das plantas sob manta de tecido não


tecido (TNT) para impedir o ataque de insetos
sugadores no início do ciclo da cultura, quando Figura 18. Faixas plásticas adesivas, de coloração
as plantas estão mais suscetíveis às viroses amarela, instaladas nas bordaduras do cultivo para
transmitidas pelos mesmos (Figura 17); retardar a entrada de pulgões, da mosca-branca e
mosca-minadora.
Foto: Jorge A. Guimarães

– Uso de armadilhas adesivas e bandejas com água,


de coloração amarela, para captura dos pulgões
alados e de mosca-branca dentro da área cultivada;

– Uso de armadilhas adesivas e bandejas com água,


de coloração azul, para captura de tripes, dentro da
área cultivada;

– Uso de irrigação por aspersão para controle


mecânico de pulgões, tripes, mosca-branca e lagartas
Figura 17. Produção de melancia sob túnel baixo da broca-das-cucurbitáceas presentes nas folhas;
protegido com manta de tecido não tecido (TNT).
– Eliminação de plantas com viroses;
– Uso de cultivos intercalares (policultivos)
– Eliminação de plantas daninhas e plantas
com culturas não hospedeiras das brocas-das-
silvestres que sejam hospedeiras das brocas-das-
cucurbitáceas, mosca-branca, tripes e pulgões;
cucurbitáceas, pulgões, tripes e mosca-branca,
– Manejo da nutrição (adubação química e orgânica) nas proximidades da área antes da implantação
conforme análise de solo ou foliar e requerimentos da cultura, e daquelas presentes no interior e nas
da cultura, evitando-se a deficiência e/ou excesso bordaduras do cultivo de melancia;
de nutrientes (principalmente nitrogênio) nas – Sucessão e rotação de culturas com plantas não
plantas; hospedeiras de pragas da melancia, evitando-se
plantios sucessivos de cucurbitáceas, bem como
– Manejo adequado da irrigação para evitar o
de tomateiro, pimentão, alho, cebola e batata na
estresse hídrico, favorecendo o estabelecimento
mesma área de cultivo;
rápido das plantas;
– Remoção de flores e frutos atacados por pragas;
– Cobertura do solo com superfície refletora de
raios ultravioletas (casca de arroz ou palha), para – Catação de flores e frutos caídos no chão;
dificultar a colonização dos pulgões e da mosca-
– Destruição de ninhos de formigas cortadeiras, por
branca;
escavação e eliminação da rainha, quando esses
– Uso de painéis ou faixas adesivas de coloração forem superficiais;
amarela, preferencialmente nas bordaduras da – Evitar a entrada de pessoas, veículos e caixas nas
cultura para retardar a entrada de pulgões alados, áreas de cultivo;
12 Pragas da melancia e seu controle

– Evitar a comercialização nas estradas, próximo às entomopatógenos) são usados e comercializados no


áreas de cultivo; Brasil para uso em programas de controle biológico
de pragas agrícolas. A bactéria entomopatogênica
– Destruição e incorporação dos restos culturais e
Bacillus thuringiensis Berliner (subespécies kurstaki
de cultivos abandonados;
e aizawai) é o agente de controle biológico mais
– Eliminação de plantas voluntárias de cultivos utilizado nos cultivos de melancia, cujos produtos
anteriores antes do novo plantio de melancia no comerciais são registrados para o controle de
mesmo local. lagartas das brocas-das-cucurbitáceas (Tabela
2, páginas 13 e 14). Estes inseticidas biológicos
devem ser utilizados, principalmente no momento
Controle Biológico em que as lagartas são pequenas e durante
o período de floração-frutificação, quando há
O uso de inimigos naturais é conhecido como
intensa atividade de polinizadores no cultivo. As
controle biológico e se baseia na regulação
pulverizações devem ser dirigidas às folhas, flores e
natural das populações de insetos e ácaros que se
frutos novos, e realizadas sempre com vento fraco
alimentam de plantas. Assim, o homem pode tirar
e no final da tarde, quando as temperaturas estão
proveito desse fato preservando e maximizando
mais amenas e o sol fraco.
a ação dos inimigos naturais já existentes no
agroecossistema (controle biológico conservativo),
por meio de táticas como: 1) catação manual das Controle comportamental
pragas; 2) uso de barreiras e plantas repelentes
contra pragas; 3) manutenção de plantas que Na cultura da melancia, as táticas comportamentais
produzem flores na bordadura do cultivo, visto que se baseiam no uso de atraentes, com destaque
estas fornecem alimento complementar, refúgio e para: a) o uso de abobrinha italiana (cv. Caserta),
local de reprodução para predadores e parasitóides nas bordaduras da área ou em cultivo intercalar com
das pragas; 4) manutenção do solo recoberto por a melancia, que funciona como planta-isca para as
vegetação ou de cobertura morta (palhada); 5) brocas-das-cucurbitáceas, sobre a qual aplicam-se
adoção do plantio direto de melancia sobre palhada inseticidas químicos e biológicos (B. thuringiensis); e
de milho ou milheto; 6) policultivos (consórcios, b) uso de pedaços de raízes de “tajujá” [Cayaponia
faixas de cultivo); 7) preservação das matas nativas tayuya (Vell.) Cogn; Ceratosanthes hilariana;
próximas à cultura, as quais atuam como ilhas de Cayaponia martiana] ou de cabaça verde (Lagenaria
reposição de inimigos naturais; 8) uso de defensivos vulgaris) como isca, nos quais são aplicados
alternativos de baixo impacto sobre inimigos inseticidas químicos para controle de vaquinhas.
naturais (extratos vegetais, óleos e caldas); 9) uso
de inseticidas e acaricidas biológicos contendo Também podem ser utilizadas plantas repelentes,
microrganismos patogênicos às pragas; 10) uso mediante seu cultivo nas bordaduras ou dentro
de inseticidas e acaricidas químicos seletivos em da lavoura, em fileiras ou em covas alternadas.
favor dos inimigos naturais; e 11) aplicação seletiva As mais promissoras são: coentro (Coriandrum
de inseticidas e acaricidas químicos (pulverização sativum), tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes
apenas nos focos de infestação; produtos de ação sp.), hortelã (Mentha spp.), calêndula (Calendula
sistêmica aplicados na etapa de viveiro, etc). officinalis), mastruz (Chenopodium ambrosioides),
artemisia (Artemisia sp.) e arruda (Ruta graveolens).
Outra alternativa consiste na liberação de Estas plantas liberam substâncias voláteis que
inimigos naturais para controle da praga-alvo repelem os insetos sugadores adultos.
(controle biológico aplicado). Embora existam
poucas informações sobre o assunto na cultura Controle Químico
da melancia, há expectativa de crescente adoção
de agentes de controle biológico em razão de O uso de inseticidas e acaricidas químicos tem
nichos de mercado emergentes que correspondem, sido a principal tática de controle das pragas
principalmente, à expansão do agronegócio da melancia. Entretanto, o uso indiscriminado
das produções orgânica e integrada. Vários de agrotóxicos tem elevado substancialmente o
inimigos naturais (predadores, parasitóides e custo de produção da melancia e pode acarretar
Tabela 2. Produtos registrados para o controle de pragas na cultura da melancia.

(Continua)
1
Produto aplicado na forma de “drench” (esquiço) sobre mudas e plantas jovens, com volume de calda de 10-17 L/ha.
2
Classe toxicológica: I- Extremamente tóxico (faixa vermelha); II - Altamente tóxico (faixa amarela); III - Moderadamente tóxico (faixa azul); IV - Pouco tóxico (faixa verde).
3
Classe ambiental: I - Produto altamente perigoso ao meio ambiente; II - Produto muito perigoso ao meio ambiente; III - Produto perigoso ao meio ambiente; IV - Produto pouco perigoso ao
meio ambiente.
Formulação: EC – Concentrado emulsionável; SC – Suspensão concentrada; SP – Pó solúvel; WG – Granulado dispersível em água; WP - Pó molhável.
Fonte: BRASIL (2010).
Pragas da melancia e seu controle
13
14
Tabela 2. Produtos registrados para o controle de pragas na cultura da melancia (Continuação)
Pragas da melancia e seu controle

1
Produto aplicado na forma de “drench” (esquiço) sobre mudas e plantas jovens, com volume de calda de 10-17 L/ha.
2
Classe toxicológica: I- Extremamente tóxico (faixa vermelha); II - Altamente tóxico (faixa amarela); III - Moderadamente tóxico (faixa azul); IV - Pouco tóxico (faixa verde).
3
Classe ambiental: I - Produto altamente perigoso ao meio ambiente; II - Produto muito perigoso ao meio ambiente; III - Produto perigoso ao meio ambiente; IV - Produto pouco perigoso ao
meio ambiente.
Formulação: EC – Concentrado emulsionável; SC – Suspensão concentrada; SP – Pó solúvel; WG – Granulado dispersível em água; WP - Pó molhável.
Fonte: BRASIL (2010).
Pragas da melancia e seu controle 15

sérios problemas, como surgimento de populações produtos devem ser aplicados de forma seletiva,
das pragas resistentes aos produtos utilizados, ou seja, nas bordaduras do cultivo (onde se inicia
ressurgência da praga, erupção de pragas secundárias, a infestação) e nos focos de infestação. Para o
eliminação de organismos benéficos (polinizadores, controle da mosca-das-frutas, o uso de inseticidas
inimigos naturais e microbiota decompositora), somente deve ser adotado em ataques mais
poluição do meio ambiente, intoxicação dos usuários severos, o que não é muito comum; sugere-se desta
e resíduos tóxicos nos frutos acima do tolerável, forma, a pulverização nas bordaduras do cultivo e
colocando em risco a saúde dos consumidores e a nos focos de maior infestação de adultos, enquanto
exportação de melancia. os frutos estão verdes, ou utilização de iscas
tóxicas contra os adultos. Quando a cultura estiver
O controle eficaz dos insetos sugadores
em região produtora submetida ao sistema de
transmissores de viroses representa o principal
mitigação de risco dessa praga, o controle deve ser
desafio para o manejo integrado de pragas da
feito quando for atingido o nível de controle através
melancia, tendo em vista que, nas áreas com
do monitoramento com armadilhas, adotando-se
histórico de alta incidência de viroses, torna-se
as estratégias e tecnologias de aplicação conforme
necessário o emprego de inseticidas de forma
estabelecido pelas medidas de mitigação de risco.
preventiva. Contudo, a concepção que a simples
aplicação de agrotóxicos para eliminar o inseto Na Tabela 2 constam os princípios ativos e produtos
vetor (pulgões e tripes) é suficiente para controle comerciais, registrados no Ministério da Agricultura,
das viroses é equivocada, sendo muito comum Pecuária e Abastecimento (MAPA), para o controle
observar cultivos de melancia com intensa aplicação de pragas na cultura da melancia. Não existe, no
de inseticidas para controle de pulgões e com 100% MAPA, registro de inseticidas que controlem o
de incidência de viroses. pulgão M. persicae, o tripes T. tabaci, a lagarta-
rosca A. ipsilon, o percevejo escuro L. gonagra
A pulverização com óleo mineral ou vegetal
e formigas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex
emulsionável também não oferece a proteção
spp. Também não há registro de produtos em
desejada, podendo causar fitointoxicação em razão
formulações para tratamento de sementes e para
da concentração utilizada.
aplicação no solo, visando o controle de pragas
Portanto, o manejo dos insetos sugadores que atacam a cultura após a semeadura e logo
transmissores de viroses deve preconizar várias após a emergência das plântulas (lagarta-rosca,
táticas de controle (cultural, físico, mecânico, larvas de vaquinha, cupins e insetos sugadores).
biológico e químico) adotadas simultaneamente, Portanto, estas práticas não são recomendáveis,
sendo todas igualmente importantes. Especial devendo-se investir no manejo do ambiente de
atenção deve ser dada na fase de produção de cultivo. Para aquelas pragas que tenham inseticidas
mudas e logo após o estabelecimento das plantas registrados na cultura, sugere-se o uso de
no campo, para evitar a infecção precoce das inseticidas em pulverização (com ação por contato
fitoviroses. A produção de mudas deve ser feita e sistêmicos) logo após o surgimento das plântulas,
em locais protegidos contra insetos sugadores, conjuntamente com outras táticas de controle.
juntamente com a aplicação de inseticidas de ação
sistêmica, aplicados em pulverização ou na forma Para o uso de inseticidas e acaricidas químicos,
de esguicho (drench). Em áreas sem histórico de algumas precauções devem ser tomadas para
incidência de viroses, quando necessário, o controle alcançar a eficiência de controle desejada, causar
de pulgões, tripes e da mosca-branca deve ser o mínimo de desequilíbrio biológico e evitar o
iniciado após a constatação dos primeiros sintomas surgimento de populações de pragas resistentes aos
de ataque ou capturas nas armadilhas adesivas. produtos. Recomenda-se:

Para as demais pragas da melancia, o controle – Utilizar apenas os produtos registrados, no MAPA,
químico somente deve ser utilizado quando para a cultura da melancia;
se detectar infestações que possam acarretar
danos econômicos. Para o controle das brocas- – Dar preferência para produtos que sejam seletivos
das-cucurbitáceas recomenda-se a utilização de em favor dos inimigos naturais e polinizadores e
inseticidas de contato e, dentro do possível, os pouco tóxicos ao homem;
16 Pragas da melancia e seu controle

– Evitar o uso de produtos de amplo espectro – Sempre consultar um engenheiro agrônomo para
de ação, como inseticidas piretróides e obtenção do receituário agronômico, contendo o
organofosforados, no inicio do ciclo da cultura produto mais indicado e recomendações de uso para
e durante a época de florescimento das plantas, determinada praga e situação.
pois causam grande distúrbio no agroecossistema,
inclusive alta mortalidade dos polinizadores; Controle Alternativo
– Evitar o uso indiscriminado de fungicidas, já que Uma opção promissora para auxiliar no manejo de
muitos destes produtos apresentam efeito nocivo pragas é o uso de produtos naturais ou alternativos,
aos fungos entomopatogênicos; como o inseticida botânico a base de óleo de nim
(Azadirachta indica A. Juss.). A eficiência do nim
– Utilizar a dosagem recomendada pelo fabricante
como inseticida baseia-se no seu principio ativo, a
e a quantidade de água conforme o estádio de
azadiractina, que possui múltiplos modos de ação,
desenvolvimento da cultura, observando, ao mesmo
atuando como regulador de crescimento, inibidor
tempo, o período de carência;
da alimentação, efeito esterilizante, bloqueio de
– Evitar a aplicação de mistura de inseticidas; enzimas digestivas, repelência e outros. Além disso,
o nim possui ação sistêmica e de profundidade,
– Utilizar espalhante adesivo;
permitindo seu contato com insetos em
– Ter cuidado com fitotoxicidez de inseticidas e desenvolvimento no interior de folhas. No entanto,
acaricidas à melancia; seu uso no campo ainda dependerá do avanço das
pesquisas visando o desenvolvimento de produtos
– Utilizar, de forma alternada, inseticidas de com maior efeito residual, visto que é um produto
diferentes grupos químicos, levando-se em que se degrada muito rapidamente no ambiente,
consideração o modo de ação do produto, o estádio requerendo aplicações a intervalos de 4-5 dias.
de desenvolvimento da praga e a fase fenológica
da cultura, para evitar a ocorrência de resistência Existem diversos produtos comerciais a base de
das pragas aos pesticidas. Cada produto deve ser óleo de sementes de nim. Para melancia utiliza-se o
utilizado por um período de três semanas, sendo inseticida na concentração de 0,5%, ou seja, para o
substituído por outro, caso seja necessária a preparo da calda deve-se misturar 50 mL do produto
continuidade das pulverizações; comercial em 10 L de água. Doses mais altas
poderão ocasionar fitointoxicação e o uso frequente
– Evitar pulverização nos períodos quentes do
de produtos à base de nim pode ter efeito nocivo
dia, bem como nos momentos de ventos fortes.
sobre os inimigos naturais.
As pulverizações devem ser realizadas a partir
das 16:00 h devido a maior atividade dos insetos
polinizadores pela manhã; Referências
– Ao aplicar inseticidas não sistêmicos, certificar- BACCI, L.; PICANÇO, M.C.; FERNANDES, F.L.;
se de que as folhas, flores e frutos tenham boa SILVA, N.R.; MARTINS, J.C. Estratégias e táticas
cobertura, lembrando sempre que tanto insetos de manejo dos principais grupos de ácaros e
sugadores como as lagartas das broca-das- insetos-praga em hortaliças no Brasil. Cap.13,
cucurbitáceas permanecem na região inferior da p. 463-504. In: ZAMBOLIM, L.; LOPES, C.A.;
folha e em locais sombreados; PICANÇO, M.C.; COSTA, H. (eds.). Manejo
Integrado de doenças e pragas: hortaliças. Viçosa:
– Manter os equipamentos em boas condições de
UFV; DFT, 2007. 627p.
trabalho (pressão de aspersão recomendada, bicos
adequados e bem regulados), garantindo a aplicação BARBOSA, S.; FRANÇA, F.H. Pragas das
do produto na dosagem correta; cucurbitáceas e seu controle. Informe Agropecuário,
v.8, n.85, p.54-57, 1982.
– Para o manuseio dos pesticidas químicos deve-se
sempre utilizar o equipamento de proteção individual BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
(EPI), e seguir todas as recomendações constantes Abastecimento. AGROFIT – Sistema de Agrotóxicos
nas bulas dos produtos e no receituário agronômico; e Fitossanitários. Brasília: MAPA, 2003. Disponível
Pragas da melancia e seu controle 17

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Circular Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Warley M. Nascimento
Técnica, 92 Embrapa Hortaliças Publicações Editor Técnico: Mirtes F. Lima
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Expediente Normalização Bibliográfica: Antonia Veras de Souza
1a edição Editoração eletrônica: André L. Garcia
1a impressão (2011): 2000 exemplares

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