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hidrometria

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13.

HIDROMETRIA
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

Qualquer medição relativa à água (particularmente a vazão).


FINALIDADES:
i) Vazões mínimas:
• Outorga para sistemas de irrigação
• Capacidade de recebimento de efluentes urbanos e industriais
• Calado para navegação
ii) Vazões médias:
• Sistemas de abastecimento de água
• Instalações hidrelétricas
iii) Vazões máximas:
• Sistemas de drenagem
• Vertedores e sistemas de proteção contra enchentes
VAZÃO - APLICAÇÕES

 Curvas de desempenho de bombas hidráulicas


 Irrigação
 Aplicações ambientais
 Segurança de barragem
 Regionalização de vazão
 Desempenho de sistemas e/ou equipamentos
 Distribuição de água coletiva (urbano, rural)
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

MÉTODOS:
 Volumétricos (diretos)
 Hidrômetros
 Relação velocidade-área (flutuadores, molinetes, Pitot)
 Diferenciais (diafragma, venturímetro)
 Regime crítico (calhas)
 Vertedores
 Rotâmetro
 Eletromagnéticos
 Ultrasônicos (emissores, efeito Doppler)
 Químicos, colorimétricos, radioativos
 Coordenadas
CICLO HIDROLÓGICO
Snake River Plain and Aquifer of Idaho, USA
Yellow “dots” are ground-water wells

~200 km

“Junior” Irrigators from Aquifer ~1960

Junior consumption from Aquifer


“Injures” Senior River and Spring Rights

“Senior” Irrigators from River ~1900 Fonte: Allen, 2008


1 million acre-feet = 1,200,000,000 m3

(Thousand Springs area)

Conversion of some Surface


Start of “inefficient” Irrigation to Sprinkler + More
Irrigation Development Fonte: Allen, 2008 GW Pumping
http://waterwatch.usgs.gov
1892

http://nwis.waterdata.usgs.gov/nwis/peak/?site_no=09508500
http://waterdata.usgs.gov/nwis/nwisman/?site_no=11113000&agency_cd=USGS

PERIOD OF RECORD
September 1911 to September 1913,
October 1927 to September 1985,
October 1990 to January 1993,
October 1993 to current year.
MÉTODOS QUE USAM RELAÇÃO VELOCIDADE x ÁREA
São métodos que estimam a velocidade média em uma ou mais seções
de um curso de água ou de uma tubulação, calculando-se, em
seguida, a vazão através da Equação: Q = v.A
Basicamente são 3 tipos:
a) Flutuadores: objetos flutuantes que estando parcialmente imersos na
massa líquida adquirem a velocidade da mesma.

b) Molinetes: São aparelhos dotados basicamente de uma hélice e um


“conta-giros”, medindo a velocidade do fluxo d’água que passa por ele.
Assim, quando posicionado em diversos pontos da seção do rio
determinam o perfil de velocidades desta seção. Com tal perfil e a
geometria da seção, determina-se a vazão.

c) Tubo de Pitot: consiste, basicamente, de um tubo de inox que fica inserido


na tubulação tendo orifícios posicionados paralelamente às linhas de fluxo
para medir somente a carga piezométrica, e um outro orifício na
extremidade posicionado contra as linhas de fluxo para medir a carga
piezométrica e cinética.
Ponto 5 - Medição de vazão
PROFUNDIDADE

Ponto 4 – medição de vazão


OBS: Devido a muitas causas de erros, tais como ondas, ventos e irregularidades
no leito do curso de água, o método apresenta pouca precisão, sendo
recomendado apenas para levantamentos expeditos ou na falta de outros
recursos.
Regras básicas para aplicação do método:
i) O trecho deve ser o mais representativo possível (locais uniformes, retilíneos e
estreitos);
ii) Marcar a distância do trecho (15 a 50 m);
iii) Soltar o flutuador pouco acima do primeiro marco e cronometrar durante o trajeto
do mesmo entre os marcos;
iv) Calcular a velocidade média para a seção considerada, que corresponde de 80 a
90% da velocidade superficial;
v) Efetuar medições da profundidade do leito do curso de água, calculando as áreas
parciais das seções (formas de trapézio);
vi) Aplicar a Equação: Q = vmédia.(A1 + A2 + ....+ An)).

Fatores de correção Declividades fracas, rios médios = 0,85


Velocidades muito baixas = 0,80 Declividades médias, rios médios = 0,90
https://www.facebook.com/ayse.kilicirmak/posts/10152327958430902
João L. Zocoler
Regras básicas para aplicação do método: UNESP – FEIS/FCA

i) A medição deverá ser sempre normal à correnteza do rio em trechos


retilíneos e sem turbilhonamentos;
ii) O espaçamento entre duas verticais consecutivas, na qual serão
tomadas as velocidades deverá ser: 0,20 m para largura de cursos de
água de até 3 m; 0,50 m para largura de 3 a 6 m; 1,00 m para largura
de 6 a 15m; 2,00 m para largura de 15 a 30 m; 3,00 m para largura de
30 a 50 m; 4,00 m para largura de 50 a 80 m; 6,00 m para largura de
80 a 150 m; 8,00 m para largura de 150 a 250 m; e 12,00 m para
largura maior que 250 m (junto às margens os espaçamentos deverão
ser menores);
iii) Em cada vertical deverão ser tomadas velocidades em diversas
profundidades, sendo no mínimo 3 para profundidade entre 0,60 e
1,00 m e 4 para profundidades maiores;
iv) Para determinação das velocidades devem ser tomados tempos de
no mínimo 30 s;
v) Os molinetes devem ser aferidos periodicamente.
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

MÉTODO DIRETO

Coleta do líquido em recipiente de volume conhecido,


medindo-se simultaneamente o tempo para seu
enchimento.

A precisão será tanto maior quanto maior for tempo de determinação


(baixíssimos volumes  pesagem do líquido)

Método aplicado nos casos de pequenas vazões:


 fontes, pequenos riachos, bicas
 torneiras residenciais, tubulações de pequenos diâmetros
 aspersores de pequenos bocais, microaspersores e gotejadores.
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

HIDRÔMETROS
São aparelhos destinados à medição da quantidade de
líquido escoado num período relativamente grande,
sendo dois os tipos principais:
a) Hidrômetro de velocidade (tipo turbina): possui pás
giratórias acopladas a um sistema de engrenagens
com escala volumétrica
b) Hidrômetro volumétricos: ao invés das pás existe um
recipiente (êmbolo ou anel) que se enche com a
entrada do líquido e transporta para a saída do
medidor um determinado volume.
Ao entrar no medidor, o fluido é direcionado em um ou mais jatos e
aciona a turbina ou hélice, gerando movimentos de rotação. O
totalizador é então acionado e faz registros proporcionais à rotação da
turbina, acumulando e indicando o volume. São os mais comuns e
devido ao seu baixo custo são os mais utilizados para medir o consumo
de água nas instalações prediais e industriais.
Câmara de medida montada
O transporte se dá pela diferença de pressão, que é
maior na entrada do que na saída do aparelho. O
êmbolo executa movimento circular em torno do
próprio eixo, gerando os movimentos necessários para
acionar o totalizador. A partir dai, o registro de volumes
dá-se da mesma forma que nos demais hidrômetros.
Classificação dos hidrômetros:
De acordo com a vazão mínima (vazão que começa a indicar volumes dentro da faixa
de medição) e a vazão de transição (também chamada de vazão separadora, é aquela
que separa a faixa inferior de medição da faixa superior). Quanto menores elas forem
mais sensível, e portanto mais eficiente, será o medidor.

Assim, dentre os medidores de diâmetro ¾” e vazão nominal 1,5 m³/h, aquele que
operar com vazão mínima de 40 L/h e vazão de transição de 150 L/h é classificado
como medidor classe A. Se ele trabalhar na vazão mínima de 30 L/h e vazão de
transição de 120 L/h, será dito um medidor classe B e, se trabalhar com vazão mínima
de 15 L/h e vazão de transição de 22,5 L/h, será classificado como medidor classe C.

Note-se que o medidor classe C é mais sensível que o B e este mais sensível que o A.

Vazão nominal (Qo) – identifica o medidor e é metade da vazão máxima.

Vazão máxima (Qmáx) – é a maior vazão admissível no hidrômetro no qual o hidrômetro


pode trabalhar por pouco tempo sem se danificar e sem apresentar perda de carga
superior a 10 m. Para evitar o desgaste prematuro a vazão de trabalho deve estar
sempre abaixo da vazão nominal.
OBS: Sua vantagem em relação a outros elementos deprimogêneos é a
baixa perda de carga que ocorre com sua inserção na tubulação, e sua
desvantagem é a baixa pressão diferencial (carga cinética) gerada, fato
que pode ser difícil para detecção dos manômetros, sendo, por isso,
mais recomendados nos casos de correntes de grande velocidade
(utilização ampla em aviões para medição da velocidade).
leitura cinética
furo paralelo ao fluxo e piezométrica
leitura
piezométrica

furo normal
ao fluxo
A diferença de carga h entre os dois pontos de leitura do
aparelho corresponde à carga cinética; consequentemente, a
velocidade é:
v  2.g.h
Substituindo-se a equação anterior na equação da Continuidade
e sabendo-se o diâmetro da tubulação onde o aparelho está
inserido, a vazão é calculada por:

 2
Q  k. .D . 2.g.h
4
sendo o coeficiente k corresponde à correção devido ao aparelho
utilizado.
MÉTODOS DIFERENCIAIS João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

Baseiam-se na medição da diferença de pressão que existe entre a seção plena


de escoamento da tubulação e uma seção estreitada. Basicamente, o
estreitamento é provocado por diafragmas e venturímetros, denominados
aparelhos deprimogêneos.

a) Diafragmas: consiste num orifício concêntrico feito em chapa metálica inserido


entre flanges da tubulação. O diâmetro do orifício deve ser de 30 a 80% do diâmetro
da tubulação, pois valores abaixo de 30% provocam perda de carga excessiva e
valores superiores a 80% não permitem boa precisão. A espessura da chapa pode
ser de 2,5 mm para tubulações de diâmetros até 150 mm; 3,0 mm para diâmetros de
200 e 300 mm; e 5,0 mm para diâmetros até 550 mm. No caso de chapas mais
espessas, deve-se dar um acabamento em bisel (45) no orifício.

b) Venturímetros: é um aparelho formado de 3 partes principais, ou seja, uma


convergente, uma intermediária, que constitui o estrangulamento, e uma divergente
ou difusor. O diâmetro da parte intermediária deve corresponder entre 25 e 75% do
diâmetro da tubulação. O comprimento de um venturímetro varia de 4 a 12 vezes o
diâmetro da tubulação. O venturímetro tem a vantagem de provocar uma menor
perda de carga que o diafragma, devendo ser instalado em um trecho retilíneo de
pelo menos 6 vezes o diâmetro da tubulação, sendo permitido a jusante do aparelho
ser instalado qualquer acessório, uma vez que o comprimento da parte divergente é
suficiente para permitir a leitura sem efeito das turbulências de tais peças.
A vazão neste método é obtida por:

 2 2.g.h
Q  C d . .D .
4 D
d
 
4
1

sendo Cd aproximadamente 0,61 para o diafragma e 0,98


para o venturímetro.
MEDIDORES DE REGIME CRÍTICO João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

São aparelhos que provocam um estrangulamento no fluxo de um


conduto livre transformando o regime fluvial em crítico, medindo-se
a profundidade crítica. Existem diversos medidores deste tipo,
porém os mais conhecidos são os do tipo Parshall e WSC.

a) Calhas Parshall: foi desenvolvido por um engenheiro (R. L. Parshall,


1922) do Serviço de Irrigação do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos da América, sendo constituído por uma seção convergente de nível
plano, uma estrangulada com rampa descendente e uma seção divergente
com rampa ascendente. São utilizados principalmente em canais adutores,
estações de tratamento de água e esgoto e entrada de reservatórios, sendo
seu tamanho (padronizado) dado em relação à largura da seção
estrangulada (W), podendo efetuar medidas de 0,09 L/s até 93,04 m3/s.

b) Medidor WSC: foi desenvolvido no Washington State College, sendo


semelhante ao medidor Parshall, porém, suas seções não possuem
rampas. São mais utilizadas para medição de vazão de sulcos de irrigação,
embora possam, também, ser utilizadas em canais.
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

ponto de medição

ponto de
medição

rampa ascendente

rampa descendente
(estrangulamento)

seção em nível
W Q(m3/s) Dimensões (mm)  
pol/pés mm mínima máxima A B C D E F G K N
1” 25,4 0,00009 0,0054 363 242 93 167 229 76 203 19 29 0,0604 1,55
2” 50,8 0,00018 0,0132 414 276 135 214 254 114 254 22 43 0,1207 1,55
3” 76,2 0,00077 0,0321 467 311 178 259 457 152 305 25 57 0,1771 1,55
6” 152,4 0,0015 0,111 621 414 394 397 610 305 610 76 114 0,3812 1,58
9” 228,6 0,0025 0,251 879 587 381 575 762 305 457 76 114 0,5354 1,53
1’ 304,8 0,00332 0,457 1372 914 610 845 914 610 914 76 229 0,6909 1,522
1½’ 457,2 0,00480 0,695 1448 965 762 1026 914 610 914 76 229 1,056 1,538
2’ 609,6 0,0121 0,937 1524 1016 914 1206 914 610 914 76 229 1,428 1,550
3’ 914,4 0,0176 1,427 1676 1118 1219 1572 914 610 914 76 229 2,184 1,566
4’ 1219,2 0,0358 1,923 1829 1219 1524 1937 914 610 914 76 229 2,953 1,578
5’ 1524,0 0,0441 2,424 1981 1321 1829 2302 914 610 914 76 229 3,732 1,587
6’ 1828,8 0,0741 2,929 2134 1422 2134 2667 914 610 914 76 229 4,519 1,595
7’ 2133,6 0,0858 3,438 2286 1524 2438 3032 914 610 914 76 229 5,312 1,601
8’ 2438,4 0,0972 3,949 2438 1626 2743 3397 914 610 914 76 229 6,112 1,607
10’ 3048 0,16 8,28 - 1829 3658 4756 1219 914 1829 152 343 7,463 1,60
12’ 3658 0,19 14,68 - 2032 4470 5607 1524 914 2438 152 343 8,859 1,60
15’ 4572 0,23 25,04 - 2337 5588 7620 1829 1219 3048 229 457 10,96 1,60
20’ 6096 0,31 37,97 - 2845 7315 9144 2134 1829 3658 305 686 14,45 1,60
25’ 7620 0,38 47,14 - 3353 8941 10668 2134 1829 3962 305 686 17,94 1,60
30’ 9144 0,46 56,33 - 3861 10566 12313 2134 1829 4267 305 686 21,44 1,60
40’ 12192 0,60 74,70 - 4877 13818 15481 2134 1829 4877 305 686 28,43 1,60
50’ 15240 0,75 93,04 - 5893 17272 18529 2134 1829 6096 305 686 35,41 1,60
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

A
C

E régua
B
B
D

G F
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA
ROTÂMETRO João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

É um aparelho constituído por um tubo cônico transparente posicionado vertical-mente


com a seção maior voltada para cima. Dentro do tubo existe um “flutuador” cali-brado
com a escala de vazão impressa nele que se desloca com o fluxo, estabilizando-se a
uma certa altura cuja seção de passagem seja suficiente para a vazão em ques-tão.
Neste ponto é feita a leitura da vazão na escala do tubo. Na verdade, o “flutuador” é
um pouco mais denso que a água, porém devido à perda de carga ocorrida no trecho
do flutuador, o empuxo exercido na seção inferior do flutuador iguala-se à soma do
peso com o empuxo exercido na seção superior.

Este dispositivo é mais utilizado para medição de pequenas vazões.

(a) (b)
ELETROMAGNÉTICOS João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

São medidores que se baseiam no princípio que um condutor elétrico ao


deslocar-se através de um campo eletromagnético induz em si uma força eletromotriz
proporcional a sua velocidade. No caso, o condutor é a própria água e o campo
eletromagnético é formado por espiras em volta do tubo. A força eletromotriz é medida
por meio de eletrodos que mantêm contato com o líquido. A corrente gerada é muito
pequena, uma vez que a água não é um bom condutor de eletricidade, e está sujeita a
“ruídos” (interferências) que devem ser filtrados para, em seguida, ser feita a
amplificação dos sinais. É necessário, também, que o material envoltório seja bem
isolado.

Os medidores eletromagnéticos tem um custo relativamente alto, porém tem a


vantagem de não causar perdas de carga, sendo produzidos para tubulações de
diversos diâmetros (50 a 900 mm).
ULTRASÔNICOS João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

São os medidores de vazão mais modernos, que podem ser utilizados tanto em
tubulações (10 a 1200 mm de diâmetro ou mais) como em canais prismáticos. A
medição baseia-se no princípio que o tempo de trânsito de um sinal acústico num
percurso conhecido é alterado pela velocidade do fluido presente. Um sinal acústico
de alta freqüência (ultrasom) enviado no sentido contrário ao fluxo possui menor
velocidade que um sinal enviado no sentido do fluxo. Medindo-se com precisão os
tempos de trânsito dos sinais enviados em ambas as direções ao longo de um
percurso diagonal, bem como o ângulo de propagação do sinal, a velocidade axial (do
fluido) pode ser calculada.
ADCP – Acoustic Doppler Current Profile
ADCP – Acoustic Doppler Current Profile
O aparelho da figura 6 baseia-se em outro princípio, o efeito Doppler.

Possui emissores e receptores apontados para diversas direções. O pulso de ultrasom


emitido pelo aparelho é refletido por partículas presentes na água. Assim, o pulso
refletido por uma partícula que caminha ao encontro do aparelho é captado por este
com uma freqüência maior à que foi emitida. Por outro lado, o pulso refletido por uma
partícula que se afasta do equipamento chega com velocidade e freqüência menores que
as emitidas. Com base nesta diferença de freqüência produzida pelo efeito Doppler, o
aparelho calcula diretamente a vazão do rio. Este equipamento possui um alcance de
mais de 22 m e é bastante utilizado para monitorar a vazão de forma permanente, sendo
fixado, por exemplo, em pilares de pontes.
ADCP
ADCP
ADCP
MÉTODO DAS COORDENADAS João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

Este método, bastante simples, é utilizado para medir vazão em tubos sob
descarga livre.
x

D
y

Conforme o esquema, no intervalo de tempo t um elemento de volume da veia líquida, ao sair


da tubulação, percorreu uma distância x na direção horizontal e uma distância y na vertical. As
equações desses movimentos são:
1
x  v.t ........(a) (Movimento Uniforme) y  .g.t 2 .........(b) (Movimento Acelerado)
2
g
Isolando-se t em (a) e substituindo-se em (b), tem-se: v  x. .........(c)
2.y
.D 2 g
Substituindo-se (c) na Equação da Continuidade, a vazão obtêm-se por: Q .x.
4 2.y
Sendo Q em m3/s, g em m/s2, D, x e y em m.
MÉTODO QUÍMICO, COLORIMÉTRICO E RADIOATIVO
Estes métodos são menos utilizados e para ser aplicado de modo satisfatório, o
escoamento deve ser turbulento (passagem por bombas ou turbinas, por exemplo)
para garantir uma adequada mistura da solução injetada na corrente líquida a ser
medida.

O método químico consiste em se injetar na corrente, uma solução


concentrada de sal conhecida C1, com uma vazão constante q. Essa solução dilui-se
na corrente que também possui uma concentração inicial C0, alterando-a para uma
concentração final C2. Determinando-se a concentração final C2 obtém-se a vazão
procurada. Portanto, a vazão é obtida pela equação:

q.C1  C 2 
Q
C2  C0

O método colorimétrico é semelhante ao químico, porém difere no fato que ao


invés de utilizar uma solução salina, utiliza-se um corante, sendo a avaliação da
concentração feita por espectrofotometria. Já no método radioativo ao invés de
utilizar corante ou solução salina, utiliza-se isótopos radioativos (traçadores), sendo
que este método bastante útil, também, para estudar o movimento da água no solo.
VERTEDORES João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

Os vertedores podem ser interpretados como grandes orifícios sem borda


superior. O termo também é aplicado aos obstáculos à passagem da corrente e aos
extravasores das represas. São utilizados largamente em hidrometria, tanto em
laboratórios como em condições naturais, como medição da vazão de pequenos
cursos de água. Podem ser feitos de chapas metálicas, madeira, alvenaria, concreto e
outros materiais. A terminologia para o caso de um vertedor retangular com contração
lateral é mostrada na Figura 81. A carga do vertedor hv é a altura atingida pela água
acima da soleira. Devido ao rebaixamento da veia no vertedor (carga cinética), a
carga h deve ser medida à montante a uma distância igual ou superior a 5h.

(a) régua (b) régua


L veia
soleira
faces
h hv

p
p’

5h
B
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
VERTEDORES
Os vertedores podem ser classificados sob diversos aspectos:

i) Quanto à forma: retangular, triangular, trapezoidal, circular, ....;


ii) Quanto à altura relativa da soleira: - completos ou livres: quando p > p’;
- incompletos ou afogados: quando p < p’;
iii) Quanto à espessura da parede: - delgada ou chanfrada;
- espessa (e > 2/3 h);
iv) Quanto à largura relativa: - sem contração lateral: quando L = B;
- com contração lateral: quando L < B;
VERTEDOR RETANGULAR
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

O vertedor retangular de parede delgada sem contração lateral foi o vertedor


mais estudado no tempo. Trata-se de uma placa delgada ou chanfrada, com
soleira horizontal instalada perpendicularmente ao escoamento, ocupando toda
a largura do canal (ausência de contrações laterais) e com o espaço sob a
lâmina vertente ocupado pelo ar à pressão atmosférica. Nessas condições, o
vertedor pode ser utilizado para medidas de vazão com boa precisão, sendo
também denominado de descarregador Basin (Henri-Emile Bazin, engenheiro
francês, 1829-1917).
VERTEDOR RETANGULAR
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

A equação de vazão do vertedor retangular de parede delgada sem contração


lateral (Figura 82) é deduzida da equação de vazão dos orifícios de grandes
dimensões, ou seja:

2  h
3
2
 h
3
2 
Q  .C d .A. 2.g. 2 1 
3  h 2  h1 
 
Como se trata de vertedor: h1 = 0 e h2 = h. Sendo A = L.h, com L e h em metros
e g em m/s2, então Q, em m3/s, é:

2
Q  . 2.g.C d .L.h 3 / 2
3
Na situação mais comum, o coeficiente de descarga Cd vale 0,623.
VERTEDOR TRIANGULAR João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

O vertedor triangular de parede delgada é particularmente recomendado para


medição de vazão abaixo de 30 l/s, com cargas entre 0,06 e 0,50 m. É um vertedor
tão preciso quanto os retangulares na faixa de 30 a 300 l/s. Na prática, somente são
utilizados os de forma isósceles, sendo mais comuns os de ângulo de abertura  =
90.

dA

Como o vertedor triangular mais usado na prática é o que possui  = 90, e


considerando-se um coeficiente de descarga Cd = 0,593, a Eq.118 passa a ser:

Q  1,4.h 5 / 2 (fórmula de Thomson)

sendo válida para: 0,05 < h < 0,38 m; p > 3h; B > 6h; com h em metros.
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA

http://irrigacao.blogspot.com.br/2014/07/vertedor-triangular-para-aferir-vazao.html
VERTEDOR TRAPEZOIDAL João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

O vertedor trapezoidal não possui aplicação tão ampla quanto o retangular e o


triangular. Destaque é dado somente ao denominado de Cipoletti, cuja forma de um
trapézio isósceles apresenta um valor de inclinação das faces que compensa a
diminuição de vazão causada pelas contrações laterais que um vertedor retangular de
mesma soleira possuiria. Para tanto, a inclinação das faces deve seguir a proporção
de 1 (horizontal): 4 (vertical), conforme a Figura 84.

Figura 84. Vertedor trapezoidal de Cipoletti.

A vazão para o vertedor trapezoidal de Cipoletti, considerando um coeficiente de


descarga Cd = 0,63, é obtido pela equação:

Q  1,861.L.h 3 / 2
sendo válida para: 0,08 < h < 0,60 m; a > 2h; L > 3h; com L e h em metros.
VERTEDOR CIRCULAR
João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

O vertedor de seção circular é raramente utilizado, porém oferece a vantagem


de ser facilmente executado e não requer o nivelamento da soleira. A vazão (em
m3/s), conforme a Figura 85, para uma altura h e diâmetro D (ambos em metros), é
obtida pela equação:

Q  1,518.D 0,693.h1,807

D
h

Figura 85. Vertedor circular.


VERTEDOR DE PAREDE ESPESSA HORIZONTAL João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

Um vertedor é considerado de parede espessa quando ocorre o paralelismo dos


filetes da veia aderente, após uma depressão da mesma próximo ao bordo de
montante, conforme a Figura 86. A vazão é obtida pela equação:

Q  1,704.C d .L.h 3 / 2

O coeficiente de descarga da é função das relações h/P, h/e, da rugosidade da


crista e da forma da aresta do bordo de ataque (ângulo vivo ou arredondada). Com
isso, o valor do Cd varia consideravelmente.

h hv

Figura 86. Vertedor de soleira espessa horizontal.


João L. Zocoler
UNESP – FEIS/FCA

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