Slides Aula Melanie Klein

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Psicoterapias

Melanie Klein (1882-1960)


Psicanalista britânica de origem
austríaca

Professora: Sandra Salomão


Introdução
• Casou-se, em 1903, com Arthur Klein.

• Em 1914, realiza sua primeira leitura de um texto de Sigmund Freud,


“Sobre os sonhos”.

• Ainda em 1914, inicia de sua análise com Sandor Ferenczi, interrompida


pela guerra.

• Recomeça a análise em 1924, em Berlim, com K.Abraham, que morreria


no ano seguinte.

• A análise é concluída em Londres, com S.Payne.


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• Tornou-se membro, em 1919, da Sociedade Psicanalítica de Budapeste.

• Em julho de 1919, levada por Ferenczi, apresentou, diante da Sociedade Psicanalítica de


Budapeste, seu primeiro estudo de caso, dedicado à análise de uma criança de cinco
anos, que na realidade era o seu próprio filho Erich.

• Em 1932, Melanie Klein publicou sua primeira obra síntese, “A psicanálise de crianças”,
na qual expunha a estrutura de seus futuros desenvolvimentos teóricos, sobretudo o
conceito de posição (posição esquizo-paranóide/posição depressiva), assim como sua
concepção ampliada da pulsão de morte.

• Melanie Klein morreu de câncer do cólon em Londres, a 22 de setembro de 1960.

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Principais conceitos na teoria de Melanie Klein

• Melanie Klein concordou com Sigmund Freud que a


agressão e a libido são os duas pulsões básicas. Ela também concordou
com Freud que a pulsão agressiva é uma extensão da pulsão de morte
e a libido uma extensão da pulsão de vida. Klein divergiu de Freud
supondo que o ego existe ao nascimento. Ela acreditava que a pulsão
de morte é traduzida após o nascimento em sadismo oral, o qual,
projetado para fora, dá lugar às fantasias de um seio mau, destrutivo,
devorador.

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Desde o momento do nascimento, o ego tenta preservar uma visão de
si mesmo como apenas uma fonte de prazer e sentimentos positivos;
tensão e desprazer são projetados sobre objetos que são então vistos
como persecutórios. O bebê fica grato quando é física ou
emocionalmente saciado. Esta gratidão, a manifestação mais precoce
do instinto de vida é a base do amor e da generosidade. O seio
gratificante é então introjetado como a base para um sentimento do
self como bom.

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Posições que fazem parte do desenvolvimento do bebê segundo a
teoria de Melanie Klein

• 1) Posição Esquizo-Paranóide

A) Fonte interna: instinto de morte – aniquilamento, gerando a ansiedade


persecutória
 Ansiedade
B) Fonte externa: 1ª ansiedade de fonte externa é o contato com o
mundo externo pelo nascimento

 Defesas envolvidas: idealização do seio bom; gratificação alucinatória; introjeção do seio bom

 Relações objetais: objetos parciais

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Posições que fazem parte do desenvolvimento do bebê segundo a
teoria de Melanie Klein
• 2) Posição Depressiva
 Culpa: característica da ansiedade depressiva. Percebe que a parte “má” compõe o
mesmo objeto da parte “boa”.

 Defesas envolvidas: defesas maníacas. O pai entra como compensação pela perda da
mãe, para que a criança não tenha que enfrentar o luto de ter “perdido a mãe” por
querer destruí-la (estágios preliminares do Complexo de Édipo).

 Relações objetais: objetos totais

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1) Posição Esquizo-Paranóide

 A posição esquizo-paranóide, que traduziria o modo de relação dos quatro


primeiros meses da existência, seria caracterizada por uma união entre as
pulsões sexuais e as pulsões agressivas, por um objeto vivido como parcial e
clivado em “bom” (gratificador) e “mau” (frustrador).

 Na posição esquizo-paranóide, a angústia dominante provém do temor de que o


objeto ou os objetos persecutórios penetrem no eu, esmagando ou aniquilando
o objeto ideal bom e o “self”.

 Dois mecanismos psíquicos seriam dominantes nessa fase: a introjeção e a


projeção.

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Combinação de A) Impulsos destrutivos onipotentes
B) Ansiedade persecutória
mecanismos e c) Cisão: divisão de impulsos e objetos
ansiedades

 Nesta fase aparecem os correlatos dos sentimentos destrutivos: voracidade e


inveja.

 Surgem na relação com a mãe e se mantém por toda a vida.

 A voracidade pode ser incrementada pela ansiedade persecutória e faz uma


equação complexa: quanto mais voracidade mais insegurança ou falta.

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Introjeção

 “Pela introjeção, a imagem do objeto, externo e internalizado, é distorcida na mente


infantil pelas suas fantasias, que estão vinculadas à projeção de seus impulsos no
objeto.” (Klein, 1969)

 A introjeção de experiências positivas torna possível desenvolver bons objetos


internos que são a base para o crescimento do ego.

Projeção
 Mecanismo que leva o bebê a atribuir às pessoas à sua volta os sentimentos, bons ou
hostis, que traz consigo.

 “O bebê projeta os seus impulsos de amor e os atribui ao seio gratificador (bom), assim
como projeta os seus impulsos destrutivos e os atribui ao seio frustrador (mau).”
(Klein, 1969)

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Objetos Parciais
(“Maus” e “bons”)
 Tipo de objetos que se constituem no alvo das pulsões parciais sem que isso implique
que uma pessoa, como um todo, seja tomada como objeto de amor; trata-se
principalmente de partes, reais ou fantasias, do corpo e seus equivalentes simbólicos.

 Tema central da teoria psicanalítica de Melanie Klein. "Bom" e "mau" são empregados
entre aspas para acentuar o caráter fantasmático das qualidades do objeto. Designam os
primeiros objetos pulsionais, parciais ou totais, que aparecem na vida fantasmática da
criança.

 As qualidades de "bom" e de "mau" são atribuídas ao objeto em função do seu caráter


gratificante ou frustrante, mas principalmente em razão da projeção sobre eles das
pulsões libidinais ou destrutivas do sujeito. O objeto parcial e o objeto total poderão ser
clivados ou cindidos em um "bom" e um "mau" objetos, e esta cisão constitui o primeiro
modo de defesa contra a ansiedade.
(Laplanche)
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Objetos Parciais
(“Maus” e “bons”)

 Segundo Klein (1969), “essa poderosa antítese entre seio bom e mau é
devida principalmente à falta de integração do ego, assim como aos
processos de divisão dentro do ego e em relação ao objeto”.

 Há a idealização do seio bom contra o seio mau, como mecanismo de


defesa contra a ansiedade persecutória causada pelo seio mau.

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2) Posição depressiva

 Instalando-se por volta dos quatro meses, a posição depressiva se seguiria


à posição paranóide, sendo por sua vez superada por volta do final do
primeiro ano.

 O objeto já não é parcial, podendo ser apreendido pela criança como total,
a clivagem “bom”-“mau” já não é tão categórica como outrora, a angústia
é de natureza depressiva e está ligada ao temor de perder e de destruir a
mãe.

 Em face de suas angústias, a criança desenvolve vários tipos de defesa e de


atividades reparatórias, que constituem a primeira fonte da criatividade, da
sublimação e relações de objeto.

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Ego

 O ego tanto experimenta como se defende contra a ansiedade suscitada pela luta
interna. Ele desenvolve e mantém relações de objeto e tem funções integrativas
e sintéticas. A ansiedade é a resposta do ego ao instinto de morte. Ela é reforçada
pela separação do nascimento e por necessidades corporais frustrantes como a
fome.

 O bebê quando nasce já se encontra com um ego rudimentar, um ego ainda


imaturo e desorganizado, capaz de experimentar angústias e operar defesas.

 Tais defesas farão com que o bebê se relacione com o mundo por meio de dois
mecanismos básicos: introjeção e projeção.

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Inveja e gratidão

 Inveja: A mãe é representada pelo seio, que contém tudo e o bebê, não contém
nada. A visão que a criança tem do seio é de que o seio tudo pode.

 A inveja quer ‘destruir o seio’- destruir ‘isso’, a inveja está ligada a destruição,
o bebê quer destruir a capacidade que o seio tem de ser o seio e de fazer o leite:
capacidade de ser tudo – de ser e fazer.

 Melanie Klein atribuiu uma fonte originária, que é a inveja do seio: essa é a
primeira emoção fundamental na relação do sujeito com o seio materno e
com a mãe. A inveja do seio pode ser provocada pela gratificação do seio bom,
já que a gratificação é a prova dos recursos infinitos do seio.

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Inveja e gratidão
 Quando a criança está faminta ou se sente negligenciada, fantasia que o leite está sendo
recusado ou retirado dela em favor da própria mãe. Esta é a base da inveja.

 Em contraste a capacidade de desfrutar e de sentir gratidão pelo recebido influência o


caráter de generosidade e a possibilidade de fluir e desenvolver uma série de interesses e
prazeres.

 O ego infantil tem a tendência para cindir impulsos e objetos, devido em parte à falta de
coesão do ego arcaico.

 Também por conta da ansiedade persecutória que reforça a necessidade de manter o objeto
amado separado do objeto perigoso, e, portanto, a necessidade de cindir amor e ódio.

 O senso de autopreservação depende da confiança em uma mãe boa.

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Inveja e gratidão

 A inveja é uma fantasia anterior a separação entre o bom e o mau.

 A inveja é dirigida para aquilo que é percebido como algo que lhe falta.
O outro é mau porque “tem” . O problema é que esse outro também é
bom para ela.

 Gratidão: mesmo o bebê não tendo nada pode ser gratificado pela mãe,
pelo seio bom. A gratidão serve como elemento de união entre o ego do
bebê e a mãe.

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A teoria na prática

 A inveja é dirigida a coisas boas – ter algo que não tenho: em Melaine
klein, em termos da inveja, a destruição é dirigida ao objeto bom.

 Na situação analítica é complicado porque se o outro é bom há uma


depreciação daquilo que é bom, tornando-o não tão bom.

 Ansiedades persecutórias e de inveja. Quanto maior a ansiedade, mais


defesas.

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Pulsão de morte
 Melanie Klein conferiu lugar capital à pulsão de morte, conceito que no entanto
estava longe de gozar de unanimidade no seio do mundo psicanalítico.

 Radicalizando a posição de Freud, fez da angústia a consequência direta da ação


da pulsão de morte no seio do organismo. A inveja é um representante da pulsão
de morte que gera ansiedade e defesas.

 Destruição é igualada a pulsão de morte. A destruição é diferente do ódio.

 Voracidade está ligada à inveja – o objeto é destruído ou danificado ao mamar,


que é veloz, intenso e destrutivo. A inveja seria ligada à projeção.

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Idealização

 Idealização é uma operação defensiva que preserva objetos internos e


externos todos bons, deste modo satisfazendo fantasias de gratificação
ilimitada, como um seio inexaurível para proteger contra frustração

 Objetos externos idealizados também protegem contra objetos


persecutórios.

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Complexo de édipo
 Melanie Klein afirma que o Complexo de Édipo inicia-se nos primeiros anos de
vida, e que possui um começo semelhante em ambos os sexos, sendo o seio
materno a marco primeiro para a situação edípica, que começa na “posição
depressiva”

 O bebê, após o nascimento, julga ser a mãe um prolongamento do próprio corpo,


cuja finalidade é atendê-lo sistematicamente, bastando para isso acionar o desejo-
pensamento. (Eu penso e as coisas acontecem). Com o crescimento, esta
percepção sofre algumas modificações, a partir do momento em que o bebê
percebe que a mãe é um ser independente dele, e não um apêndice funcional e
escravizado pelos desejos e necessidades. Essa percepção, juntamente com a
observância de que existe um vínculo entre o pai e a mãe, prepara o alicerce para
o Complexo de Édipo.

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Complexo de édipo
 Características do início da fase edípica:

1. Ambivalência: Os pais são muito desejados e amados, mas também são bastante
odiados.
Os ataques visam ao relacionamento entre o pai e a mãe, já que esta relação é vista e
sentida como ameaçadora.
2. Tendências Orais: Os objetos libidinais têm origem da incorporação por via oral
dos objetos desejados.
3. Incerteza da Escolha: No decorrer do desenvolvimento, a escolha entre os pais
sofrerá variação, ora escolhendo um e ora outro, assim como variam os objetos agressivos.

 À medida que o desenvolvimento prossegue, o objetivo genital se torna predominante, e isso


faz com que diminua progressivamente a “Indecisão Flutuante” entre os pais: acaba por
escolher o genitor do sexo oposto como objeto dos desejos, ficando assim a rivalidade e
identificação acentuadas em relação ao genitor do mesmo sexo – forma positiva.

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