TECNICAS DE EXAME

PSICOLÓGICO

4ºPeríodo de Psicologia
Prof: Tanara D.A.Vaucher
 1.AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: CAMPO DE
CONHECIMENTO E OBJETIVOS:

A constituição de uma subárea do

conhecimento psicológico, conhecida como
Avaliação Psicológica, afirmou-se
historicamente como uma disciplina que tem
por objetivo medir fenômenos ou processos
psicológicos.
2. CARACTERIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E SUAS
DEFINIÇÕES

Exame psicológico – comumente associado a

procedimentos de avaliação psicológica utilizados para
fins de seleção de profissionais nas empresas,
concursos públicos e obtenção de carteira de motorista
(psicotécnicos).
Psicodiagnóstico - é um termo intimamente
associado ao trabalho de avaliação psicológica realizado
em situações de atendimento clínico, notadamente de
natureza consultorial, configurado, na maioria dos
casos, como uma atividade com início e fim previstos a
curto e médio prazo, e que tem por finalidade realizar
diagnóstico e encaminhamento específico para
processos terapêuticos.
 De uma forma geral podemos afirmar que avaliação
psicológica se refere ao modo de conhecer fenômenos
e processos psicológicos por meio de procedimentos de
diagnóstico e prognóstico e, ao mesmo tempo, aos
procedimentos de exame propriamente ditos para criar as
condições de aferição ou dimensionamento dos
fenômenos e processos psicológicos conhecidos.
De uma forma ou de outra, a avaliação de
fenômenos e processos psicológicos e a investigação de
características dos padrões comportamentais humanos,
encontra-se respaldada nos pressupostos derivados da
medida.
 Medir, apresenta-se como um correlato de
identificação e caracterização de um determinado
fenômeno psicológico. Como se sabe, o
instrumento ou teste é uma forma objetivamente
definida para mensuração de determinadas
características do comportamento humano, o que
exige um processo cuidadoso de elaboração.
Para que um teste psicológico seja
considerado adequado ao uso, deve satisfazer
certos critérios técnicos fundamentais na
realização da avaliação.
 3. OS CRITÉRIOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Podemos representar a avaliação psicológica como sendo

a resultante de três critérios interdependentes, a saber: A medida, o
Instrumento e o Processo de Avaliação.

3.1 - A Medida
Tomamos como ponto de partida que qualquer avaliação é
uma forma de comparação entre um e outro objeto, e como tal, é
uma mensuração e deve claramente representar a validade entre o
fenômeno e os pressupostos do uso da linguagem matemática.
É lícito representar os fenômenos psicológicos com base
na linguagem matemática, se atendidas suas definições
operacionais.Desta forma os axiomas (proposição definidora, uma
convenção) podem ser organizados em três grandes grupos.
 3.1.1 Axioma da identidade – Tratam do
conceito de que algo é igual a si mesmo e
somente a ele é idêntico, e que se
distingue de todas as outras coisas por
suas características (identidade). Um
número é somente igual a si e representa
somente este aspecto. Esta semelhança
do axioma, se atendida, pode dar à
representação fenomênica os mesmo
atributos que a identidade numérica. Sua
representação pode possibilitar sua
expressão nominal das variáveis.
 3.1.2 Axioma da ordem – Preconizam que os
números não somente são distintos entre si
(identidade), mas que esta diferença é expressa
também em termos da quantidade da grandeza
e da magnitude. Desta forma, os números,
diferentes entre si, podem ser organizados
nesta distinção, em uma seqüência invariável, e
hierarquicamente definida pelos seus atributos
ao longo de uma escala crescente. A
representação deste axioma possibilita as
operações de ordem nas variáveis.
3.1.3 Axioma da aditividade: Postulam que os
números possam ser somados de modo a
permitir que de dois números, a operação
resulte num terceiro número, e que este seja
exatamente a soma das grandezas dos dois
números anteriores somados.
Sendo uma ação empírica sobre a realidade, a
medida, ao se valer de números para descrever
os fenômenos, deve representar pelo menos um
dos três axiomas expostos acima, o que
caracterizaria como logicamente legítima.
 Tais pressupostos guiam o processo
de avaliação embasado pela
compreensão que a teoria fornece. São as
teorias explicativas do comportamento,
que justificam, e consequentemente
revestem de sentido, a necessidade sobre
este ou outro fenômeno. Conhecer os
axiomas da medida é relevante para dar
ao seu uso, uma orientação em seus
resultados.
 3.2 Instrumento e Processo de
Avaliação

No caso da investigação psicológica,

denominamos de instrumento os testes
psicológicos, entendendo que possam
representar pela medida, uma determinada ação
que equivale a um comportamento, e assim,
indiretamente, mensurar este aspecto
comportamental. Na avaliação psicológica, os
testes são instrumentos objetivos e
padronizados de investigação do
comportamento, que informam sobre a
organização normal dos comportamentos
desencadeados pelos testes, ou de suas
perturbações em condições patológicas.
 Na preparação de um instrumento ou
teste psicológico, quatro condições são
necessárias para garantir a sua qualidade
e possibilidade de uso seguro; a
elaboração e análise dos itens, estudos
da validade, da precisão e da
padronização.
 No processo de elaboração e
análise dos itens, são elaboradas e
avaliadas as questões individuais (item)
de um teste. Este processo tem inicio com
a preparação dos itens para a
representação do comportamento (atributo
de medida). É necessário poder
representar no item todas as possíveis
variações que o atributo medido possa
assumir.
 Na análise dos itens, a compreensão
de leitura e resposta do item, sua
capacidade de avaliar um determinado
atributo (comportamento), a eficácia da
avaliação das questões e a capacidade
dos itens de abarcarem todas as possíveis
manifestações comportamentais do
fenômeno, são investigadas.
 O próximo passo é verificar a
validade do teste, em poder avaliar um
comportamento de modo a garantir que
realmente se possa medir aquilo que se
propõe. Em uma etapa posterior a
verificação da análise dos itens e da
validade do teste, é necessário identificar
se a medida efetuada pelo instrumento
pode ser tomada como consistente e não
passível de sofrer modificações alheias a
manifestação do comportamento.
 O processo denominado de precisão
ou fidedignidade tem como objetivo
verificar a consistência das respostas
obtidas pelos sujeitos no teste. É uma
maneira de se calibrar um instrumento,
ajusta-lo especificamente a forma da
avaliação.
Estando satisfeitas todas as
condições anteriores, inicia um último
procedimento que tem como objetivo o
estabelecimento de normas para
utilização do teste.
 Constituição do instrumento – como
deve ser apresentado; número de páginas, tipo
de papel, disposição dos itens, etc.
Elaboração da forma de aplicação do
teste – para que idade está indicado, se pode
ser aplicado em um nível de escolaridade
distinta, ou vale para qualquer nível; se deve ser
aplicado individualmente ou em grupo, etc...
Classificação dos resultados obtidos
pelos respondentes - dentre os diversos tipos
de normas de resultado (percentil, escores
padronizados ou classificação dos
comportamentos) qual é a mais indicada e como
pode obtê-la.
 Um processo de avaliação
psicológica depende, particularmente, da
atitude orientada para compreensão do
que se quer avaliar e da habilidade do
avaliador em escolher procedimentos
específicos às necessidades oriundas das
demandas por avaliação.
 Geralmente, para muitos, a avaliação
psicologia é sinônimo do uso de testes, ou
seja, se há uso de testes, está se fazendo
avaliação, psicodiagnóstico, ou mesmo,
como se constata com maior freqüência,
se está fazendo um psicoteste. Quando
esta percepção é manifestada, a
avaliação está sendo vista no seu aspecto
instrumental e não processual, e a
compreensão do processo fica limitada
em ser ou não possível realizar a
avaliação com ou sem instrumentos.
 A avaliação Psicológica é um
processo amplo que envolve a integração
de informações provenientes de diversas
fontes, dentre elas, teste, entrevistas,
observações, análises de documentos. A
testagem psicológica,portanto, pode ser
considerada uma etapa da Avaliação
psicológica, que implica a utilização de
teste(s) psicológico(s) de diferentes tipos.
(Cartilha CFP)
4. AS PRIMEIRAS DISTINÇÕES QUANTO À CLASSIFICAÇÃO SERIAM

RELACIONADAS AOS INSTRUMENTOS DE EXAME PSICOLÓGICO.

Teste objetivo: baseiam-se na teoria

da medida para descrever
fenômenos psicológicos, primam pela
objetividade, são geralmente mais
fáceis na aplicação e análise de
resultados. Possuem objeto
específico.
 Teste projetivo: a “técnica projetiva,refere-se
a um método de estudo da personalidade que confronta
o sujeito com uma situação a qual responderá segundo
o sentido que esta situação tenha para ele e segundo
o que ele é, segundo o que ele sentia no decorrer
da resposta”. (Frank,L.K.,1939) Caracteriza-se por
tarefas não estruturadas (que permitem uma
variedade de respostas possíveis), sendo dadas
instruções breves e gerais. De certa forma espera-se
que os material utilizados nos testes sirvam como
uma espécie de tela na qual os respondentes projetam
seus processos de pensamento , suas necessidades ,
suas ansiedades e seus conflitos característicos.
 Cabe considerar que esta não é
uma simples divisão de tipos de testes, e sim,
uma caracterização entre métodos
nomotéticos e idiográficos. O primeiro baseando
as avaliações através da caracterização do
universal, como expressão do comportamento
geral e o segundo referindo-se ao específico, ao
singular.
Na expressividade do conteúdo
podemos observar a existência de testes cujas
respostas são produzidas pelo próprio
avaliando ou representadas pelo instrumento.
 Se tomarmos as respostas do avaliando, pode-se
caracterizá-las em expressão verbal de execução e de
escolha. As primeiras requerem do sujeito uma
manifestação verbal (escrita ou falada) de elaboração
própria ou por meio de alternativas, ao passo que as de
execução referem-se aos procedimentos de marcação,
assinalamento, e desenhos que o avaliando deve
executar sob orientação do profissional ou mesmo do
instrumento.
Outro ponto de distinção quanto à diferenciação
dos tipos de testes diz respeito à participação ou não do
avaliador no acompanhamento da produção do
avaliando. Para alguns testes a participação do
avaliador é necessária e fundamental (Rorschach e o
TAT), não somente no processo como também na
tomada de registros. Para outros testes, o
acompanhamento não é imprescindível (QSG ou HTP).
 Uma possibilidade de distinção
refere-se à apresentação, podendo ela ser
na forma isolada quanto ao teste
apresentado ou na forma composta, como
no caso das escalas. Os testes enfim,
podem medir aspectos do rendimento
intelectual, de características de
personalidades e habilidades.
 5. INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS E SUAS
CARACTERÍSTICAS PSICOMÉTRICAS.

Os testes são instrumentos de

medida (validados e padronizados),
resultado da medida de fenômenos e
processos psicológicos, ou seja, são
operações empíricas pelas quais a
psicologia estuda as diferentes
manifestações do seu objeto – as
condutas humanas.
 Se os testes psicológicos tiverem
assegurado as características
psicométricas básicas à indicação deles,
irão qualificar uma avaliação
cientificamente respaldada. Durante o
processo de escolha, é possível encontrar
testes que preencham parcialmente os
requisitos necessários. Nesse caso, é
preciso reconhecer até que ponto ele
avalia aquele aspecto que vai medir. Com
isso a atenção deve ser priorizada para os
estudos sobre a validade, precisão e
padronização do instrumento.
 5.1 – Validade
Quanto à validade do instrumento, ela
pode ser definida como a capacidade de
realmente medir aquilo a que se propõe. Assim,
quando da construção de um teste, o autor deve
primeiramente definir o que ele está
pretendendo avaliar (validade de conceito),
caracterizar o que está sendo medindo nesse
conceito (validade de conteúdo), e como ele
opera a comparação desta medida com outro
indicador (validade de critério).
Uma vez que a medida é válida, igual em
grau e/ ou idêntica à preconizada na proposta
do autor, um outro significativo é o grau com
que o instrumento avalia sem variar na medida.
 5.2 – Fidedignidade

Denomina-se precisão ou fidedignidade a

propriedade caracterizada pela estabilidade
que o teste deve ter em manter o seu resultado
depois de certo tempo, ou mesmo de sua
consistência – homogeneidade.
 5.3 – Padronização

Este último aspecto refere-se às

condições padronizadas e definidas na pesquisa
para aplicação dos testes (instruções) e para
operacionalização do material (tipo de materiais
necessários).
Estando atendidas estas três grandes
etapas das condições psicométricas, o
instrumento psicológico pode ser utilizado com
toda a segurança, a fim de medir os fenômenos
psicológicos com exatidão.
 Trabalho Bimestral -1º Bim

Fazer um levantamento dos testes utilizados, nos

exames psicológicos e psicodiagnósticos, em empresas,
escolas, instituições, centro de formação de condutores
(auto-escolas) e clínicas psicológicas da cidade de
Cascavel. (Outras cidades da região também serão
aceitas)

Objetivo Geral
Fazer um levantamento dos testes
(psicométricos) mais utilizados nas áreas: escolar,
organizacional, institucional, de formação de condutores
e clínica, bem como, dos objetivos que levam os
profissionais a utiliza-los.
 Objetivos Específicos
Fazer um levantamento quantitativo
do número de profissionais que utilizam
testes nas referidas áreas.
Fazer um levantamento quantitativo
dos objetivos propostos na utilização dos
testes.
Obter dos profissionais
entrevistados, um parecer quanto aos
resultados obtidos com a utilização dos
testes.
Metodologia
Grupos: Os alunos se reunirão em grupos, de no máximo
cinco integrantes, sendo que uma das áreas poderá ser repetida
para estudantes moradores de outras cidades.

Instrumentos: Os acadêmicos formularão um resumido

questionário (anexo a) no qual questões relativas aos objetivos
propostos, sejam contempladas. Tal instrumento servirá de base
para realização da entrevista. As entrevistas poderão ser gravadas
e os questionários poderão ser respondidos via e-mail.

Procedimento: Após a elaboração do questionário, os

acadêmicos farão um levantamento das empresas, escolas,
instituições, clínicas e auto-escolas que utilizam testes
psicométricos.( dados coletados via telefone , e-mail, ou em visitas
locais). Já neste momento, poderão marcar uma entrevista com o
profissional responsável pela aplicação dos testes, para dar
esclarecimentos sobre o objetivo do trabalho acadêmico, e, se
possível, aplicar o questionário previamente elaborado, que, não
esqueçam, deverá ser sucinto, de forma a contemplar, no máximo,
cinco questões bem pontuadas.
 Resultados: Cada grupo apresentará seu
trabalho ao grande grupo, relatando sua
experiência nesta elaboração, bem como, os
resultados obtidos com a pesquisa. Os recursos
matérias serão escolhidos pelos alunos. O
trabalho deverá ser entregue ao professor, logo
após cada apresentação (previamente marcada)
contendo na última página um parecer individual
dos alunos.
Discussão: Este processo será feito em
sala de aula em forma de debate dialogado.
Valor do trabalho: 2 pontos
 REFERÊNCIAS
 ALCHIERI, J.C.Avaliação
Psicológica:conceito,métodos e instrumento.
Casa do Psicólogo: São Paulo, 2003.

 Cartilha sobre Avaliação Psicológica – CFP –

Conselho Federal De Psicologia 2007.

 ANASTASI, U.,URBINA,S.Testagem
Psicológica.Artes Médicas: Porto Alegre,2000.