Texto, discurso e ensino Elisa Guimarães

TEXTO, DISCURSO E
ENSINO: UMA
NECESSÁRIA
C
ARTICULAÇÃO
GUIMARÃES, Elisa Texto, discurso e ensino. São Paulo: Contexto, 2013. São Paulo:
Contexto, 2013. p. 147-175.
Função da sintaxe na rede
textual/discursiva
• Necessidade de instrumentalização do aluno no sentido de construir a significação
completa do seu texto/discurso.
• Sintaxe: processo organizacional do texto – princípio construtivo das estruturas
linguísticas e subsídio básico para um processo de textualização.
• Microestrutura, macroestrutura e superestrutura do texto: traçam uma rede
relacional hierárquica - uma unidade decomponível em partes ligadas entre elas e
ligadas ao todo por elas constituída.
Microestrutura
• Responsável pela estruturação linguística – elementos

organizadores e de mecanismos de COESÃO.
Macroestrutura
• Componentes que possibilitam a organização global do sentido

do texto e que são responsáveis por sua significação –
elementos e mecanismos que visam à manutenção da
coerência do texto.
Superestrutura
• Descreve-se em termos de categorias e de regras de formação.

As regras determinam a ordem em que se apresentam as
categorias (por ex., introdução, complicação, resolução etc).
Função da sintaxe na rede
textual/discursiva
• Rede relacional hierárquica: processo de textualização
conexão entre as intenções, as ideias e as unidades

linguísticas por meio de encadeamento de enunciados
• Coesão: processos de sequencialização por meio de fatos de natureza sintática.
• Integração da sintaxe com os modos de organização da clareza e da lógica textual –
COESÃO/COERÊNCIA.
• Operação sobre a linguagem: articulação das estruturas sintáticas.
Nexos lógicos no processo
organizacional do texto
• Exercícios que levem à capacidade de apreensão dos NEXOS LÓGICOS (elos
coesivos) no processo organizacional do texto.
• Diversidade de relações:
• Relações de causa e efeito (porque, porquanto, visto que, visto como etc)
• Relações de reformulação: ou seja, ou melhor, enfim, finalmente, em suma etc.
• Relações de condicionalidade: se, salvo se, caso, contanto que, uma vez que, a menos que
etc.
• Relações de inclusividade: e, nem, também, não só... Mas também, não só... Como
ainda que etc.
• Relações de topicalização: com relação a, no que se refere a, no que diz respeito a,
concernente a etc
• Relações de diferença, oposição: mas, porém, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, mesmo que, ainda que, não obstante, a despeito de.
• Relações de combinação: como, conforme, consoante, segundo, de acordo com,
paralelamente a etc.
• Relações de reforço e expansão: por inferência, segundo o testemunho, no dizer de, no
sentir de, no julgar de, mais uma razão de, a fortiori, em corroboração, em fé do que, em
confirmação de etc.
• Relações de equivalência, aproximação e identidade: como, assim como, bem como, que
nem, nem mais nem menos, sem tirar nem pôr etc.
• Relações temporais: simultaneidade, anterioridade, sequencialidade: enquanto, sempre
que, ao mesmo tempo, antes que, depois que, logo que, senão quando, a um só tempo etc.
• Relações de síntese: em resumo, em suma, em poucas palavras, em síntese etc.
• Relações ligadas ao hipotético, ao plausível, ao provável, ao assegurado: na hipótese de, no
pressuposto de, suposto que, dado que, assim seja, talvez por hipótese etc.
• Análise da organização relacional do texto: contribuição para a avaliação do grau
de competência discursiva do aluno.
• Levantamento de hipóteses em relação às habilidade de articulação entre as ideias
do estudante.
• Conscientização por parte dos alunos das falhas mais frequentes e os meios mais
eficazes para evitá-las.
• Sintaxe: fator estrutural, básico da língua - responsável pelas marcas de
textualidade.
Sintonia entre sintaxe e
semântica
• Nem todos os textos apresentam enunciados suficientemente claros em termos de
tema/rema.
• Ponto de partida do
Tema enunciado;
• Menos informativo.
• O que é dito do tema;
Rema • Mais informativo;

• Avanço na informação.
semântica
• Processos de rematização:
semântica
• Exemplo de rematização vazia:
semântica
• Exemplo de rematização circular:
semântica
Atividades apropriadas
para incorporar a análise
do discurso à pedagogia
C
da língua materna
As propostas inspiradas nas técnicas da Análise do Discurso podem ser
configuradas nos seguintes exercícios:
• Em aula de Língua Portuguesa:
integração do alunos na CONFLUÊNCIA
DE DISCURSOS QUE SE FAZEM
PRESENTES NO ÂMBITO GRAMATICAL.
• Discurso linguístico que explora conceitos
definidores de fatos da língua;
• Discurso didático que orienta o processo
ensino/aprendizagem.
Análise de marcas discursivas
do texto didático
• Consideração do texto/discurso na sua globalidade;
• Entrelaçamento das relações entre as suas diversas
partes e entre cada uma delas com o todo;
• Reconhecimento do papel da DIMENSÃO
ENUNCIATIVO e do CONTEXTO PARTICULAR em que
ocorre.
Análise do texto “Oração e
frase”
• Título:
• Condensação de forma direta, não alusiva, a orientação ou o
rumo dominante do discurso – espécie de HIPERTEMA;
• Indicia a potencialidade semântica do texto – guia de leitura
(início do processo de comunicação).
• Desempenha uma função cognitiva básica: um papel
catafórico na descoberta do texto/discurso.
• Definição do tópico geral do texto;
• Ativação de uma série de pressupostos que condicionam a
recepção subsequente.
frase”
• Discursivização do sentido passa pela enformação nos recursos da língua.
• Coesão e coerência: dimensão fundadora de todo e qualquer discurso (produção e
decodificação do texto).
• Recorte dos eixos organizadores devidamente articulados – níveis micro e
macroestrutural do texto;
• Desenho de um EIXO DE DEFINIÇÕES:
• Definição de oração: atrelada à sua configuração sintática;
• Definição de frase nominal: ligada à ausência do núcleo verbal;
• Diferenciação entre oração e frase: resultado do emprego da frase em situações
especiais;
• Diferenciação dos critérios: empregados na descrição da frase e na descrição da
oração.
frase”
• A par do eixo de definições/diferenciações organiza-se o EIXO DE CLASSIFICAÇÃO
ou TAXONOMIA.
• Estratégia discursiva por IMPLICAÇÃO PRAGMÁTICA: apropriação do locutor da
opinião de outro autor – Émile Benveniste (Problemas de linguística geral).
• Utilização de voz autorizada e reconhecida (momento de polifonia).
• Polifonia (DUCROT, 1989): estratégia argumentativa de raciocínio por autoridade.
• Polifonia ostensiva: emprego das aspas sugere que o locutor retoma um enunciado
anterior de outro locutor do qual se demarca claramente – ESTRATÉGIA DE
CREDIBILIZAÇÃO/ACREDITAÇÃO.
• Reforço da imagem de isenção, de objetividade (texto/discurso didático).
• Locutor fala de um saber institucionalizado.
• Instituição escolar: instância legitimadora do dizer do texto/discurso.

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TEXTO, DISCURSO E

• Responsável pela estruturação linguística – elementos

• Componentes que possibilitam a organização global do sentido

• Descreve-se em termos de categorias e de regras de formação.

conexão entre as intenções, as ideias e as unidades

• O que é dito do tema;

Rema • Mais informativo;

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