TCC IVANA 2

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 35

O processo de alfabetização e os

desafios enfrentados pelos professores

AU T O R A : I VA N A K A R O L I N E S A N TA N A L I V RA M E N T O
O r i e n t a d o r a : D r a ª . M a r i a E u r á c i a B a r re t o d e A n d r a d e .
MOTIVAÇÕES

O interesse pelo tema se deu a partir de algumas


vivências e observações feitas durante os estágios.
No primeiro momento, fiz um estágio no
componente curricular prática reflexivas em
alfabetização e pude perceber as dificuldades
enfrentadas pela professora para alfabetizar.

O desejo em pesquisar sobre os desafios do


professor se fortaleceu quando tive a minha
primeira experiência como professora
alfabetizadora.
PROBLEMA DA
PESQUISA

Quais os desafios enfrentados pelos professores


alfabetizadores no complexo processo de ensino da
leitura e da escrita?
OBJETIVOS

GERAL

Compreender os desafios enfrentados pelos


professores alfabetizadoras no processo de
ensino da leitura e da escrita das crianças do
ciclo de alfabetização.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS

1. Compreender a alfabetização a partir das


reflexões conceituais de pesquisadores da área;

2. Identificar os desafios enfrentados no processo de


alfabetização de crianças por meio de diferentes
estudos mobilizados;

3. Compreender os desafios enfrentados no


processo de ensino da leitura e da escrita pelos
SISTEMATIZAÇÃO DO
TRABALHO
Introdução
Fundamentação
1. ALFABETIZAÇÃO: REFLEXÕES
teórica
CONCEITUAIS
2. ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS DA Caminhos
PRÁTICA
metodológicos
1. ABORDAGEM METODOLÓGICA ESCOLHIDA
2. CAMPO EMPÍRICO E COLABORADORES DA
PESQUISA
3. DISPOSITIVO DE PRODUÇÃO DE DADOS: A
ENTREVISTA
SISTEMATIZAÇÃO DO
TRABALHO
Análise dos

dados
ALFABETIZAÇÃO E OS DESAFIOS ENFRENTADOS NO
PROCESSO: AS VOZES DAS PROFESSORAS EM CENA

Considerações

Finais
METODOLOGIA DA
PESQUISA
Pesquisa de campo, e de natureza qualitativa,
com abordagem exploratória e descritiva.
Priorizando como dispositivo para produção
dos dados a entrevista semiestruturada.
LÓCUS E SUJEITOS DA
PESQUISA
O lócus escolhido foi a Escola Municipal Vivalda Andrade
Oliveira, tendo como sujeitos empíricos professoras
alfabetizadoras nomeadas como: Rosa, Margarida e Jasmim.
PRINCIPAIS BASES TEÓRICAS

EMÍLIA FERREIRO (1993)

MAGDA SOARES (2004)

PAULO FREIRE (1990)

MARIA DO ROSÁRIO MORTATTI


(2006)

VYGOTISKY (2007).
ANÁLISE DOS DADOS

Após a imersão teórica sobre alfabetização e a


coleta dos dados com as professoras, chegamos ao
momento de analisar esses dados. Eles serão
discutindo à luz das teorias que mobilizamos,
buscando conexões entre as narrativas das
colaboradoras e as referências teóricas.
ANÁLISE DOS DADOS

FALE UM POUCO SOBRE A SUA PRÁTICA


ALFABETIZADORA.
COMO É?
ANÁLISE DOS DADOS

“Atualmente eu faço parte do Praller, que é um programa de


alfabetização e letramento que temos aqui no município de
Amargosa e o objetivo do programa é estar alfabetizando a
criança no 1º ano, aos 6 anos de idade, para isso, as
professoras que atuam no programa são dedicação exclusiva,
então nós trabalhamos 40 horas, sendo que 20 horas estamos
planejando, organizando as atividades e nas outras 20 a gente
vai para sala de aula para estar desenvolvendo. O objetivo de
ter esse horário extra para estar planejando, é justamente
para estar conhecendo melhor os alunos individualmente e, a
partir disso, estar planejando melhores estratégias para
ANÁLISE DOS DADOS

“Minha prática alfabetizadora é desafiadora. Eu vejo como


um desafio a cada ano ter uma nova turminha e observar de
que forma irei caminhar com cada criança. Pensar
estratégias para cada aluno. Então, minha prática
alfabetizadora é pautada no conhecimento que a gente tem
que buscar a cada dia pra poder estar tentando fazer com
que este aluno vá aprender, qual a forma que ele vai
aprender. A gente tem que ir de acordo com o que ele
consegue. Buscar caminhos.” (Professora Margarida, 2024).
ANÁLISE DOS DADOS
Eu atuo como professora do programa PRALLER Amargosa
(programa de alfabetização e letramento) que tem como
objetivo alfabetizar as crianças até os 06 anos de idade e
garantir o desenvolvimento progressivo da sua
aprendizagem. Já atuei no 3º ano do ensino fundamental e
vi as dificuldades dos alunos que não sabiam ler, hoje
quando chega o fim do ano sinto-me feliz por fazer parte do
programa e da vida dessas crianças que começaram a ser
alfabetizadas aos 06 anos de idade. Buscamos, através do
programa, melhores estratégias para desenvolver com
essas crianças, auxiliando na aprendizagem e alcançando os
objetivos determinados. (Professora Jasmin, 2024).
"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção".
(Freire, 1996, p. 25).
ANÁLISE DOS DADOS

NA SUA PERCEPÇÃO O QUE É ALFABETIZAÇÃO?


APRESENTE A SUA CONCEPÇÃO.
ANÁLISE DOS DADOS

“É ensinar a criança a ver, de certa forma. Aprender a


decifrar os códigos alfanuméricos, como se diz: as letras. E
a partir disso, ela aprender também a ser uma pessoa
letrada, porque a gente ver essa dificuldade, que a gente
até consegue que os meninos saiam lendo ou ali no início
eles já silabando, e vai ser concretizado no 2º ano, mas eles
ainda têm essa dificuldade de interpretar o que está sendo
lido, então é um processo contínuo. Alguns conseguem e
outros não. Então eu acho que a gente ensinar uma criança
ANÁLISE DOS DADOS

“Entendo que alfabetização é ler, entender, compreender o


que ela está lendo. Pra ela poder entender de fato o que ela
está lendo. Isso é um momento que eu entendo que é
alfabetizar. Pra assim, de fato ela está alfabetizada”.
(Professora Margarida, 2024).
ANÁLISE DOS DADOS

“Alfabetização é algo extremamente importante para o


desenvolvimento de uma criança. É lindo quando elas
descobrem o mundo da leitura quando ler a primeira
palavra; é gratificante para nós professores fazer parte
dessa descoberta de codificar e decodificar letras, sílabas,
palavras e textos”. (Professora Jasmim, 2024).
ANÁLISE DOS DADOS
Nesse sentido, Freire (1968) enfatiza a importância de
uma educação que promova a consciência crítica e a
compreensão do mundo. Ele argumenta que a educação
deve ser um processo de reflexão e ação, onde os alunos
não apenas absorvem informações, mas também
desenvolvem a capacidade de questionar e interpretar a
realidade ao seu redor.
ANÁLISE DOS DADOS
“[...] Um processo de representação de fonemas
em grafemas, e vice-versa, mas é também um
processo de compreensão/expressão de
significados por meio do código escrito”.
Soares (2003, p.16)
ANÁLISE DOS DADOS

NA SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA, VOCÊ ENFRENTA


DIFICULDADES PARA ALFABETIZAR AS CRIANÇAS?
SE SIM, QUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS
ENFRENTADOS?
ANÁLISE DOS DADOS

“As dificuldades são extensas. A questão social que acabei


de falar, a questão familiar que a família entrega a escola e
a escola tem que dá conta. O professor é que tem que dá
conta, sendo que a casa é a extensão da escola também ou
vice e versa. E aí a gente não consegue sozinho né? Aluno
que a gente pega a atividade, encaminha pra casa e no
outro dia retorna sem ser feita essas atividades ou, muitas
vezes, não é nem por falta da família não saber, mas é pela
falta da importância que a família dá”. (Professora
Margarida, 2024).
ANÁLISE DOS DADOS
“Eu acho que atualmente, o principal desafio que nós temos
enfrentado é em relação a família. Porque a cada dia a
família tem participado menos do processo de alfabetização
das crianças. Por mais que a gente tenha esse suporte do
programa, a gente não consegue fazer milagre. Então a
gente faz a nossa parte aqui na escola, mas em casa é uma
continuação e a gente tem sentido muita falta disso, os pais
não tem participado do processo de alfabetização da
criança. Acha que colocou na escola e a gente tem que fazer
todo o resto. Então eu acho que se tivesse uma participação
mais efetiva da família, isso ajudaria muito no processo e
sem contar que as crianças cada dia mais com problemas de
atenção, dificuldades para se concentrar, crianças com
ANÁLISE DOS DADOS

“Entre os principais desafios está a falta de


compromisso da família com o processo de
aprendizagem das crianças e a falta de interesse do
próprio aluno em aprender. Não são todos, mas
alguns alunos, vendo o seu contexto vão para escola
obrigado devido à bolsa família. E nós professores
temos que fazer desse lugar, um lugar atrativo para
que eles passem a desejar está ali todos os dias”.
(Professora Jasmim, 2024).
“Essas são as que terminam de alfabetizar-se na
escola, mas começaram a alfabetizar-se muito
antes, através da possibilidade de entrar em
contato, de interagir com a língua escrita”
(Ferreiro, 1992, p. 23).

As professoras reconhecem o papel essencial da família no


desenvolvimento das crianças e, por isso, buscam sua
colaboração. Dessa forma, a escola e a família devem
trabalhar juntas para apoiar as crianças em sua jornada
educacional.
ANÁLISE DOS DADOS
Magda Soares (2003) enfatiza que a escola e a família
desempenham papéis complementares no processo de
alfabetização. Enquanto a escola oferece um ambiente
estruturado e sistemático para o ensino da leitura e da
escrita, a família contribui com um espaço mais
informal e pessoal, favorecendo o desenvolvimento da
linguagem e da alfabetização.
CONSIDERAÇÕES
Diante de
FINAIS
todas as reflexões apresentadas ao longo da
pesquisa, ficou claro que a alfabetização é um processo
essencial para o desenvolvimento intelectual e social das
crianças. Por meio da alfabetização, são adquiridas
habilidades fundamentais de leitura e escrita.
Ao analisarmos as narrativas dessas professoras,
percebemos o quão desafiador é o processo de
alfabetização e a necessidade crucial de adaptar as
práticas pedagógicas às necessidades individuais dos
alunos. Essa adaptação é fundamental para contribuir
significativamente para a aprendizagem das crianças.
Dessa forma, é evidente que para melhorar a
alfabetização, é necessário estabelecer estratégias que
promovam uma maior participação das famílias. A criação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(CONTINUAÇÃ
O)

A expectativa é que esta pesquisa amplie o debate sobre a


temática em questão, incentivando novas investigações,
reflexões e questionamentos sobre o processo de
alfabetização e os desafios enfrentados pelos professores.
Acreditamos que, devido à abrangência do tema, as
questões levantadas aqui não se esgotam, mas sim abrem
espaço para novas problematizações e oportunidades de
aprofundamento em estudos futuros.
É sob essa perspectiva de continuidade que encerramos
este trabalho, esperando que ele ofereça uma contribuição
significativa a pesquisadores e estudantes interessados na
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de


Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a
educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São
Paulo: Scipione, 1998.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Linguística e alfabetização. São Paulo:
Scipione, 1999.
CALDEIRA, Ana Maria de Souza; ZAIDAN, Sônia. Prática
pedagógica. In: OLIVEIRA, Dalila Andrade; DUARTE, Adriana C.;
VIEIRA, Lígia Martha F. (Org.). Dicionário: trabalho, profissão e
condição docente. Belo Horizonte: GESTRADO/UFMG, 2010.
Disponível em: http://www.gestrado.org/pdf/328.pdf. Acesso
em: 3 out. 2019.
CHIZZOTTI, Antonio. A pesquisa qualitativa em ciências
humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de
FERREIRO, Emilia. A alfabetização: uma nova perspectiva. Porto
Alegre: Artmed, 2001.
FERREIRO, Emilia. A construção do conhecimento na criança. São
Paulo: Editora Moderna, 1992.
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez,
1996. 144 p.
FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. 2. ed. São Paulo: Cortez,
1999. 102 p.
FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1993.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. 284 p.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.
FREIRE, Paulo. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra.
São Paulo: Paz e Terra, 1990.
GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: uma biobibliografia. São Paulo: Ática,
1996.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
IBGE. Censo Demográfico 2022: taxa de analfabetismo cai para 7,0%
em 12 anos, mas desigualdades persistem. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, 2022a. Disponível em: https://www.ibge.gov.br.
Acesso em: 03 dez. 2024.
IBGE. Taxas de alfabetização entre jovens e adultos no Brasil. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, 2022b. Disponível em:
https://educa.ibge.gov.br. Acesso em: 03 dez. 2024.
LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget
Vygotsky Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 26. ed. São
Paulo: Summus, 1992.
LAHIRE, Bernard. Sucesso escolar nos meios populares: as razões do
improvável. Tradução de Ramon Américo Vasques e Sonia Goldfeder.
São Paulo: Ática, 1997 [1995].
MALDONADO, Maria Tereza. Comunicação entre pais e filhos: a
linguagem do sentir. São Paulo: Saraiva, 1997.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e
execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e
interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa social. In: DESLANDES, Suely
Ferreira; GOMES, Romeu; MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. 31. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. 8. ed. Porto
Alegre: Mediação, 2009.
MORTATTI, Maria do Rosário Longo. História dos métodos de alfabetização no Brasil. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_mortattihisttextalfbbr.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento
humano. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. São Paulo: Summus, 1977.
RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Psicologia do
desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981.
SCHWARTZ, Sônia. Alfabetização de jovens e adultos. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
SGANDERLA, Ana Paola; CARVALHO, Diana Cristina de. A psicologia e a constituição do
campo educacional brasileiro. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 1, p. 107-115,
jan./mar. 2010.
SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2017.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
“(...) por trás da mão que pega
o lápis, dos olhos que olham,
dos ouvidos que escutam, há
uma criança que pensa. Essa
criança que pensa não pode ser
reduzida a um par de olhos, de
ouvidos, e uma mão que pega o
lápis. Ela pensa o propósito da
língua escrita. O processo de
alfabetização nada tem de
mecânico, do ponto de vista da
criança que aprende.”
(Ferreiro, 1985, p. 68).

Você também pode gostar