A Importância Do Desenho Na Alfabetização
A Importância Do Desenho Na Alfabetização
A Importância Do Desenho Na Alfabetização
RESUMO
INTRODUO
* Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma clara, cada vez mais
independente, com confiana em suas capacidades e percepo de suas
limitaes;
2.
PRESSUPOSTOS TERICOS QUE EMBASAM O DESENHO NA EDUCAO
INFANTIL
Foi no final do sc. XIX, que ocorreram os primeiros estudos significativos sobre
os desenhos das crianas, fundados nas concepes psicolgicas e estticas
daquele momento. Os desenhos infantis chamaram a ateno de psiclogos e
artistas da poca, que comearam a relatar suas impresses e a observar
sistematicamente o desenho infantil.
Pablo Picasso chegou a escrever em relao s suas observaes do desenho
infantil a seguinte frase: Quando criana, eu desenhava como Rafael, medida
que fiquei mais velho, comecei a desenhar como criana.
As descobertas de Jean Jacques Rousseau , sobre a maneira especfica de ver e
pensar da criana, foram fundamentais para que houvesse esta reflexo tambm
sobre o grafismo infantil, pois at ento no eram conhecidas as especificidades
do universo infantil nem admitidas no meio intelectual e acadmico da poca,
vindo assim a transformar as concepes relativas infncia progressivamente.
Piaget (1948) diz que a representao gerada pela funo semitica, a qual
possibilita criana reconstruir em pensamento um objeto ausente por meio de
um smbolo ou signo. A representao condio bsica para o pensamento
existir, uma vez que, sem ela, no h pensamento, s inteligncia puramente
vivida como no nvel sensrio-motor. atravs do surgimento da funo
semitica que a criana consegue evocar e reconstruir em pensamento aes
passadas e relacion-las com as aes atuais. Essa passagem possvel por
interaes da criana com o ato de desenhar e com desenhos de outras pessoas.
Na garatuja, a criana tem como hiptese que o desenho simplesmente uma
ao sobre uma superfcie, e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que
essa ao produziu. No decorrer do tempo, as garatujas, que refletiam o
prolongamento de movimentos rtmicos de ir e vir transformam-se em formas
definidas que apresentam maior ordenao, e podem estar se referindo a objetos
naturais, objetos imaginrios ou mesmo a outros desenhos. Na evoluo da
garatuja para o desenho de formas mais estruturadas, a criana desenvolve a
inteno de elaborar imagens no fazer artstico. Comeando com smbolos muito
simples, ela passa a articul-los no espao do papel, na areia, na parede ou em
qualquer outra superfcie.
Passa tambm a constatar a regularidade nos desenhos presentes no meio
ambiente e nos trabalhos aos quais ela tem acesso, incorporando esse
conhecimento em suas prprias produes. No incio, a criana trabalha sobre a
hiptese de que o desenho serve para imprimir tudo o que ela sabe sobre o
mundo. No decorrer da simbolizao, a criana incorpora progressivamente
regularidades ou cdigos de representao das imagens do entorno, passando a
considerar a hiptese de que o desenho serve para imprimir o que se v.
assim que, por meio do desenho, a criana cria e recria individualmente formas
expressivas, integrando percepo, imaginao, reflexo e sensibilidade, que
Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenao visomotora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginria, pois aqui existe
a explorao do traado; interesse pelas formas.
A partir dos estudos realizados possvel dizer que existe uma estreita relao
entre a evoluo da escrita e a do desenho. Para Ferreiro , (1999) a
aprendizagem da lngua escrita a construo de um sistema de representao,
assim como o desenho. A aprendizagem, nesse enfoque, converte-se na
apropriao de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem
conceitual. [...] para conhecer os objetos, preciso agir sobre eles de maneira a
decomp-los e a recomp-los. (PIAGET, 1948, p.8)
[...] para que a criana se aproprie do sistema de representao da escrita, ela
ter que reconstru-lo, diferenciando os elementos e as relaes prprias ao
sistema, bem como a natureza do vnculo entre o objeto de conhecimento e a
sua representao. (PILLAR, 1996, p.32).
As pesquisas realizadas por Emlia Ferreiro indicam que cada sujeito, no processo
de construo da escrita, parece refazer o caminho percorrido pela humanidade,
qual seja: Pictogrfica: forma de escrita mais antiga que permitia representar s
os objetos que podiam ser desenhados: desenho do prprio objeto para
representar a palavra solicitada. Ideogrfica: consistia no uso de um simples sinal
ou marca para representar uma palavra ou conceito: uso de smbolos diferentes
para representar palavras diferentes. Logogrfica: escrita constituda por
desenhos, referentes ao nome dos objetos e no ao objeto em si.
Assim como as primeiras civilizaes faziam inscries na pedra e a "escrita"
representava o prprio objeto, para Ferreiro citada por Ribeiro (2007), a criana
associa o significante ao significado. Sendo assim, considerando a escrita como
sistema de representao, a autora observa que [...] quando uma criana
comea a escrever, produz traos visveis sobre o papel, e, alm disso, e
fundamentalmente, pe em jogo suas hipteses acerca do significado mesmo da
representao grfica. (RIBEIRO, 2007, p. 40).
Na pesquisa realizada por Emlia Ferreiro e Ana Teberosky (1999) sobre a
aquisio do sistema de escrita, concluiu que havia nveis nesse
desenvolvimento. Os nveis descritos pelas autoras so: pr-silbico, silbico,
silbico-alfabtico e alfabtico.
O nvel Pr-silbico I, em m que a criana acredita que escrever reproduzir ou
imitar os traos da escrita do adulto. Nesta etapa a criana pode ter a inteno
de produzir marcas diferenciando desenhos de letras ou outros cdigos, mas sua
4.
disciplina que mais trabalha esse contedo a Artes como parte integrante do
currculo e da formao das crianas. Os professores, em sua maioria, acreditam
que o desenho nessa fase escolar no importante e por esse motivo no
planejam o trabalho envolvendo a arte em sala de aula. Mas o que foi observado
durante estudos sobre o desenho infantil e suas contribuies no processo de
alfabetizao, que a arte importante no s porque uma forma de construir
conhecimentos, uma atividade que envolve a inteligncia, o pensamento, a
cognio; mas tambm que a arte influi na construo de conhecimentos, em
especial em relao escrita.
Luquet (1969) exemplifica como se d o abandono da criana pela atividade do
desenho, conforme sua teoria, esse desinteresse produzido na idade em que a
criana chega concepo do realismo visual - com a sua conseqncia
fundamental: a perspectiva; os desenhos que executava anteriormente de acordo
com o realismo intelectual j no satisfazem o seu esprito crtico desenvolvido, e
sente-se incapaz de fazer desenhos como quereria fazer. O autor afirma que o
ensino do desenho deve visar no a acelerar artificialmente a evoluo
espontnea do desenho, mas por a criana em estado de desenhar
convenientemente em realismo visual quando tenha esta inteno. Isso deve ser
feito mostrando-lhes objetos de seu quotidiano e exercitando o desenho tanto
quanto possvel ao natural.
Para este autor, a principal atitude do educador deve ser a de "apagar-se", deixar
a criana use a sua criatividade, fazendo sempre com que estas sugestes no
soem como imposies deixando-a desenhar ao seu modo, sem intervenes ou
crticas. A princpio, para a criana, o desenho no um traado executado para
fazer uma imagem, mas um traado executado simplesmente para fazer linhas.
(Luquet, 1969 pg.145)
Dessa forma, possibilitar s crianas que desenhem, ao contrrio de ser perda de
tempo, propiciar-lhes representar graficamente as suas experincias, ou seja,
construir representaes de forma e espao atravs do desenho.
O desenho est tambm intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita.
Parte atraente do universo adulto, dotada de prestigio por ser "secreta", a escrita
exerce uma verdadeira fascinao sobre a criana, e isso bem antes de ela
prpria poder traar verdadeiros signos. Muito cedo ela tenta imitar a escrita dos
adultos. Porm, mais tarde, quando ingressa na escola verifica-se uma
diminuio da produo grfica, j que a escrita (considerada mais importante)
passa a ser concorrente do desenho.
No entanto, cabe ao professor estudar e conhecer as fases do desenho infantil e
qual a relao que elas tm com os nveis de desenvolvimento da escrita, para
que assim ele possa proporcionar aos alunos aulas que contriburam tanto para o
desenvolvimento artstico como o desenvolvimento do processo de aquisio da
escrita. aconselhvel, ao professor, que oferea s crianas o contato com
diferentes tipos de desenhos e obras de artes, que elas faam a leitura de suas
produes e escutem a de outros e tambm que sugira a criana desenhar a
partir de observaes diversas (cenas, objetos, pessoas) para que possamos
CONCLUSO
Referncias Bibliogrficas:
FERREIRO, Emlia, TEBEROSKY, Ana. Psicognese da Lngua Escrita. Trad. Diana
Myriam
Lichtenstein, Liana Di Marco e Mrio Corso. Porto Alegre: Artes Mdicas Sul, 1999.
GARDNER, Howard.Arte, Mente e Cerbro: uma abordagem cognitiva da
criatividade. Traduo:
Sandra Costa. Porto Alegre:Artes Mdicas Sul, 1999.
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
LUQUET, G.H. Arte Infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.